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LCB 208 BIOQUIMICA

Prof. Dr. LUIZ ANTONIO GALLO

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS*

1. INTRODUÇÃO
A respiração aeróbica é comum em todos os organismos eucarióticos,
o processo respiratório nas plantas é bem similar ao encontrado nos
animais. No entanto a respiração em vegetais distingue em alguns pontos
da respiração animal. A respiração aeróbica é um processo biológico pelo
qual compostos orgânicos reduzidos são mobilizados e oxidados de uma
maneira controlada. Durante a respiração, energia livre é liberada e
incorporadas na forma de ATP, que pode ser facilmente utilizado para a
manutenção e desenvolvimento da planta.
A respiração é comumente expressa em termos de oxidação de um
açúcar de 6 carbonos:
C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O 6 CO2 + 12 H2O

Esta equação é oposta a equação usada para descrever o processo


fotossintético, e representa uma reação duplo redox em cujo a glucose é
completamente oxidada em CO2,enquanto que o oxigênio serve como
último receptor de elétron, sendo reduzido em água. A mudança de energia
livre padrão para estas reações libera 2880kJ (686kcal) por mole (180g) de
glicose oxidada.
A glicose é mais comumente citada como substrato da respiração,
porém em uma célula em funcionamento, o carbono reduzido pode ser
derivado de fontes como polímeros de amido, disacarídeos, e outros
açúcares, como também lipídeos, ácidos orgânicos, e ocasionalmente,
proteínas.
Com o objetivo de prevenir danos na estrutura celular, a célula libera
uma grande quantidade de energia na oxidação da glicose por um processo
que possui vários passos, em cuja glicose é oxidada através de uma série de
reações. Estas reações podem ser subdivididas em três estágios: Glicólise,
Ciclo do Ácido Tricarboxílico e a Cadeia de Transporte de Elétrons.
O ciclo do ácido tricarboxílico e a cadeia de transporte de elétron,
ambos ocorrem na membrana do mitocondrio. No ciclo do ácido
tricarboxílico, o piruvato é oxidado completamente a CO2 e uma
considerável quantidade de poder redutor é gerado neste processo.
A cadeia de transporte de elétron consiste de uma coleção de
proteínas transportadoras ligadas as duas membranas do mitocondrio. Este
sistema transfere elétrons do NADH, produzido durante a glicólise e o ciclo
do ácido tricarboxílico, para o oxigênio. Esta transferência de elétrons libera
uma grande quantidade de energia livre, muito desta energia é conservada
na forma de ATP. Este estágio final completa a oxidação da glicose.

C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O + 32 ADP + 32 Pi 6 CO2 + 12 H2O + 32 ATP

Acima, a respiração pode ser representada por uma reação mais


completa, onde nem todo o carbono que entra na rota respiratória sai na
forma de CO2. Muitos metabólitos intermediários importantes aparecem
nas rotas glicolíticas e ciclo tricarboxílico, permitindo que estas rotas
funcionem como ponto inicial de muitas outras reações celulares. Como
exemplo desses metabólitos podemos citar vários aminoácidos, pentoses
usadas na parede celular e biossíntese, precursores de biossíntese de
porfirinas, e gliceróis necessários para síntese de fosfolipídeos.
VISÃO GERAL DA RESPIRAÇÃO CELULAR ( A. LEHNINGER)

2. GLICÓLISE
2.1 Reações da via glicolítica
Na glicólise, o primeiro estágio da respiração, a glicose, um açúcar de
6 carbonos, é dividido em dois açúcares de 3 carbonos, que são oxidados e
rearranjados para produzir duas moléculas de piruvato
Além de preparar um substrato para oxidação do ciclo do ácido
tricarboxílico, a glicólise produz uma pequena quantidade de energia
química na forma de ATP e NADH. Antes da evolução da fotossíntese e do
aparecimento do oxigênio na atmosfera, a glicólise foi provavelmente a
principal fonte de energia para as células via fermentação.
A glicólise ocorre em todos os organismos vivos (procariotos e
eucariotos). Este processo não requer oxigênio para converter glicose a
piruvato, e o metabolismo glicolítico pode se tornar o principal modo de
produção de energia em tecidos vegetais em baixos níveis de oxigênio, por
exemplo, em raízes de solos alagados. A glicólise consiste de reações
catalizadas por uma série de enzimas solúveis localizadas no citossol.
A principais reações associadas com as rotas glicolítica clássica e
fermentativa é mostrada na figura 1. A sacarose é o maior açúcar
translocado na planta e é deste modo a forma de carbono que muitos
tecidos não fotossintéticos importam para sua manutenção. Duas rotas
para a degradação de sacarose é conhecida em plantas (figura 1). Em
muitos tecidos vegetais a sacarose sintase, que está localizada no citossol e
combina a sacarose com UTP para produzir frutose, UDP-glicose, e fosfato
inorgânico é usado para degradar a sacarose. Mas em alguns tecidos, a
invertase, que se localiza na parede celular, simplesmente hidrolisa a
sacarose em glicose e frutose.
Via Glicolítica e suas possíveis rotas
metabólicas. (A.LEHNINGER)
Devido o amido ser sintetizado em plantas e catabolizado nos
plastídeos, o carbono obtido da degradação do amido entra na
glicólise no citossol, primeiramente a nível de açúcares de 3 carbonos,
gliceraldeído-3-fosfato e diidroxiacetona, no caso dos cloroplastos, ou
a hexose glicose-1-fosfato, que é translocado para fora dos
amiloplastos. No caso dos açucares de 3 carbonos, a separação do sítio
de isoenzimascataliza a mesma série de reações que convertem
açúcares de 6 carbonos, como ocorre na glicólise, está localizado nos
plastídeos.
Nas reações iniciais da glicólise, a hexose que entra (glicose ou
frutose) é fosforilada duas vezes e então quebrada, produzindo duas
moléculas de açúcar com 3 carbonos (gliceraldeído-3-fosfato). Esta
série de reações requer gasto de duas moléculas de ATP por glicose e
inclui duas das três reações irreversíveis da rota glicolítica que são
catalizadas por hexose quinase (incluindo glicose quinase e frutose
quinase) e fosfofruto quinase. As reações da fosfofrutoquinase é um
dos pontos de controle da glicólise tanto em plantas como em
animais.
Uma vez formado o gliceraldeído-3-fosfato, a rota glicolítica
pode começar a extrair energia útil. A enzima gliceraldeído-3-fosfato
desidrogenase cataliza a oxidação do aldeído a ácido carboxílico,
liberando energia suficiente para permitir a redução de NAD+ em
NADH e a fosforilação de gliceraldeído-3-fosfato para produzir1,3-
bifosfoglicerato.
O NAD+/NADH é um cofator orgânico associado com muitas
enzimas que catalizam reações redox. O NAD+ é a forma oxidada do
cofator e ele passa por uma reação de 2 elétrons reversível que
produz NADH (NAD+ + 2 e- + H+). O potencial redução padrão para
este duplo redox é aproximadamente -320 mV. NADH é desta
maneira uma boa forma para armazenar energia livre liberada
durante as reações de oxidação da glicólise e do ciclo do ácido
tricarboxílico. A subsequente oxidação do NADH via cadeia
transportadora de elétrons libera energia suficiente (220kJ mol-1, ou
52kcal mol-1) para mover a síntese de ATP. Um outro composto, o
NADP, desempenha uma função redox na fotossíntese e na rota
oxidativa das pentoses fosfato.
Voltando para as reações da glicólise, iniciando com o 1,3-
bifosfoglicerato. O ácido carboxílico fosfolrilado em carbono 1 do 1,3-
bifosfoglicerato representa uma mistura de ácido-anidro que tem
uma grande energia de hidrólise (-18,9 kJmol-1 ou -4,5kcal). Desta
forma o 1,3-bifosfoglicerato é um forte doador de grupos fosfatos. No
próximo passo da glicólise, que é catalizado, pela fofoglicerato
quinase, o fosfato do carbono 1 é transferido para uma molécula de
ADP, produzindo AATP e 3-fosfoglicerato. Para cada glicose que
entra, 2 ATPs são gerados por esta reação- Um para cada molécula de
1,3-bifosfoglicerato.
Este tipo de síntese de ATP se refere a Fosforilação a nível de
substrato, porque ela envolve transferência direta de um fosfato de
uma molécula de substrato para ADP para formar ATP. Esta
fosforilação é diferente do mecanismo de síntese de ATP durante a
fosforilação oxidativa que é usada pela cadeia de transporte de
elétron, no estágio final da respiração.
Nestas últimas séries das reações glicolíticas, o fosfato do 3-
fosfoglicerato é transferido para o carbono 2 e uma molécula de água
é removida, produzindo fosfoenolpiruvato (PEP). O grupo fosfato do
PEP também tem alta energia livre de hidrólise (-30,5 kJ mol-1 ou -7,3
kcal mol-1), esta energia livre faz com que o PEP se torne um
excelente doador de fosfato para formação de ATP. No passo final
que é a terceira reação irreversível da glicólise, produz duas
moléculas adicionais de ATP para cada hexose que entra na rota
(figura 2).
Via Glicolítica. As reações em que o ATP ou o NADH estão em destaque.

2.2 Pontos de controle na Via Glicolítica


Um dos pontos importantes nas vias metabólicas são
seus pontos de controle. As vias poderão ser desligadas por
qualquer organismo se lê não tiver uma necessidade imediata
de seus produtos, guardando, desse modo, a energia. Na
glicólise, três reações formam os pontos de controle da via: a
reação de glicose para glicose- 6 –fosfato, catalisada pela
hexoquinase; a produção de frutose- 1,6 bifosfato, catalisada
pela fosfofrutoquinase; e a última reação da via, catalisada
pela piruvato-quinase (Figura 3). Freqüentemente, observa-se
que o controle de rotas metabólicas é exercido em pontos
próximos ao início e ao final da via, envolvendo intermediários-
chave; nesse caso temos a frutose 1,6-bifosfato.
Pontos de Controle da Glicólise

2.3 Fermentação
A fermentação regenera o NAD+ necessário para a glicólise na
ausência de oxigênio. Na ausência de oxigênio, o ciclo do ácido
tricarboxílico e a cadeia transportadora de elétrons não conseguem
funcionar. A glicólise deste modo não pode continuar operando,
devido ao suprimento da célula em NAD+ ser limitado, e o NAD+ se
torna disponível no estado reduzido (NADH), a reação catalizada
pelo gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase não pode ocorrer. Para
superar este problema, plantas e outros organismos podem
metabolizar todo piruvato através do Metabolismo Fermentativo.
Na fermentação alcóolica, as duas enzimas piruvato
descarboxilase e álcool desidrogenase agem sobre o piruvato,
produzindo etanol e CO2 e oxidando NADH no processo.
Na fermentação do ácido lático, mais comum em mamíferos, a
enzima lactato desidrogenase usa NADH para reduzir piruvato a
lactato, regenerando NAD+.
Um dos melhores exemplos envolvendo o metabolismo
fermentativo, são as raízes situadas em solo alagado, onde as
concentrações de oxigênio são muito baixas.
A fermentação não libera toda a energia viável em cada
molécula de açúcar. A energia livre padrão (G0) para a completa
oxidação da glicose é -2880kJ mol-1 (-686 kcal mol-1). O valor de G0,
para a síntese de ATP é -31,8 kJ mol-1(-7,6 kcal mol-1). Entretanto sobre
condições não padrão que normalmente ocorrem nas células, a
síntese de ATP requer uma entrada de energia livre de
aproximadamente 50,2 kJ mol-1 (12 kcal mol-1). Dando a síntese de
duas moléculas de ATP para cada glicose que é convertidas em etanol
(ou lactato), a eficiência da fermentação anaeróbica, que é, a energia
estocada como ATP relativa a energia potencialmente viável na
molécula de glicose é de aproximadamente 4%. Muito desta energia
em glicose restante pelo produto da fermentação: lactato ou etanol.
Durante a respiração aeróbica, o piruvato produzido pela glicólise é
transportado para dentro do mitocondrio, onde é totalmente oxidado,
resultando em uma conversão de energia livre em glicose com uma
eficiência bem maior.

2.4 Reações Glicolíticas Alternativas


Os organismos podem utilizar esta rota, operando no sentido
contrário para síntese de glicose a partir de outras moléculas
orgânicas. A síntese de glicose através do reverso da rota glicolítica é
conhecida como gliconeogênese.Gliconeogênese não é comum em
plantas, mas pode ocorrer em algumas sementes de espécies que
armazenam uma grande quantidade de carbono sob a forma de óleo.
Após a germinação, muito do óleo é convertido em sacarose via
gliconeogênese, que é então usada para suportar o crescimento.

3. A ESTRUTURA DO MITOCÔNDRIO

Em 1937, o bioquímico alemão Hans A. Krebs relatou a


descoberta do ciclo do ácido tricarbixílico (ATC), também conhecido
como ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs. A elucidação do ciclo
ATC não explica apenas como o piruvato é quebrado em CO2 e H2O;
Ele também mostra o conceito chave dos ciclos nas rotas metabólicas.
O ciclo ATC ocorre na matriz do mitocondrio, que é uma organela
semi-autônoma.
A quebra de glicose para formar piruvato libera menos energia
do que 25% da energia total em glicose; a energia restante é
armazenada sob a forma de 2 moléculas de piruvato. Os próximos
dois estágios da respiração o ciclo do ácido tricarboxólico e a cadeia
transportadora de elétrons, juntamente com a síntese de ATP,
ocorrem dentro do mitocondrio.
Estrutura do Mitocôndrio
Os mitocondrios vegetais foram originalmente identificadas pelo
microscópio luminoso, porém com o advento da microscopia
eletrônica, os cientistas puderam definir claramente a morfologia
mitocondrial. Mitocondrios vegetais isoladas alcançam 0,5 a 1,0m de
diâmetro e até 3,0 m de comprimento (Douce,1985). Em células
intactas pode-se observar o complexo mitocondrial representado por
uma membrana interna altamente retificada, em células animais. Em
plantas, o número de mitocondrios por célula e está diretamente
relacionado com a atividade metabólica do tecido, refletindo o papel
da mitocondrio no metabolismo de energia.
As características ultra estuturais de mitocondrios vegetais são
semelhantes àquelas que são encontradas em tecidos não vegetais.
A mitocondrio vegetal ( figura 5) possui duas membranas Uma
membrana lisa externa que circunda completamente uma membrana
interna altamente invaginada. A fase aquosa contida dentro da
membrana interna é chamada de matriz mitocondrial, e a região entre
as duas membranas é conhecida como espaço intermembrana. As
invaginações da membrana interna é chamada de crista.
Assim como os cloroplastos, as mitocondrios são organelas
semiautônomas, elas contêm ribossomos, RNA e DNA, que codifica
um limitado número de proteínas mitocondriais. A mitocondrio se
multiplica através de fissão de mitocondrios pré-existentes e não
através de uma nova biogênese.
Algumas características do sistema genético mitocondrial não
são encontrados nas mitocondrios de animais, protozoários, e alguns
fungos.

4. CICLO DO ÁCIDO TRICARBOXÍLICO

4.1 Reações do ciclo do ácido tricarboxílico


Embora o mitocondrio possua seu próprio DNA, suas funções
são muito mais dependentes das proteínas codificadas pelo núcleo do
citossol, que inclui todas a proteínas mais importantes do ciclo do
ácido tricarboxílico (TCA). Este ciclo representa o segundo estágio da
respiração e ocorre na matriz mitocondrial. Para iniciar as reações
deste ciclo é necessária a entrada do piruvato que foi formado no
citossol através das reações de glicólise, porém a membrana interna
da mitocondrio impermeável ao piruvato e precisa ser transportada
para o seu interior. Sendo assim, existe um transportador de piruvato
(monocarboxilado) que cataliza uma mudança elétrica através da
membrana interna resultando em piruvato e OH-.
Uma vez dentro da matriz mitocondrial, o piruvato é
descarboxilado oxidativamente pela enzima piruvato descarboxilase
para produzir NADH, CO2 e ácido acético. O ácido acético é ligado via
uma ligação tioéster a um cofator contendo enxofre, coenzima A
(CoA), para formar acetil CoA. A enzima piruvato desidrogenase
existe como um complexo de várias enzimas que catalizam a reação
global em um processo que consiste de 3 passos: descarboxilação,
oxidação e conjugação do CoA. Anterior a reação a enzima citrato-
sintase o acetil CoA com um ácido carboxílico de 4 carbonos,
oxalacetato (OAA), para formar um ácido tricarboxílico de 6 carbonos,
o citrato. O citrato é então isomerizado. à isocitrato pela enzima
aconitase, e as próximas duas reações são sucessivas descarboxilação
oxidativas, cada uma delas produzindo um NADH e liberando uma
molécula de CO2 , produzindo por último uma molécula de 4
carbonos, succinil CoA. Até este ponto, 3 moléculas de CO2 já foram
produzidas para cada piruvato que entrou na mitocondrio, assim a
glicose foi completamente oxidada. A figura 6 ilustra bem as as
reações do ciclo do ácido tricarboxílico com as enzimas específicas e
os produtos resultantes.
A molécula de succinil CoA é convertida em OAA, permitindo a
continuação do ciclo. No início uma grande quantidade de energia
livre disponível em ligação tioéster do succinil CoA é conservado
através da síntese de ATP a partir de ADP e Pi via fosforilação a nível
de substrato catalizada pela succinil-CoA sintetase. O succinato
resultante é oxidado a fumarato pela succinato desidrogenase, que é
a única enzima associada a membrana do ciclo ATC e é considerada
como um componente do complexo II da cadeia transportadora de
elétrons. Os elétrons removidos do succinato foram transferidos para
outro cofator, o FAD. O FAD é ligado covalentemente ao sítio da
succinato desidrogenase e passa por uma redução reversível de 2
elétrons para produzir FADH2 (FAD + 2 e- + 2 H+). Ao final das duas
reações do ciclo do ácido tricarboxílico, fumarato é hidratado para
produzir malato, que é subsequente oxidado pela malato
desidrogenase para gerar OAA e produzir outra molécula de NADH.
O OAA produzido é agora capaz de reagir com outro acetil CoA e
continuar o ciclo.
A oxidação do piruvato no mitocondrio dá origem a 3 moléculas
de CO2, e muita da energia livre liberada por estas oxidações é
armazenada na forma reduzida de NAD+ (4 NADH) e FAD (1 FADH2).
Em adição uma molécula de ATP é produzida pela fosforilação a nível
de substrato durante o ciclo ATC.
As reações do ciclo do ácido tricarboxílico que ocorrem nas
plantas diferem em alguns pontos das que ocorrem em células
animais, por exemplo, o passo catalizado pela enzima succinil CoA
sintetase produz ATP em plantas e GTP em animais. No mitocondrio
animal, o ATP é formado por uma outra enzima que retira e transfere
fosfato do GTP para o ADP.
Ciclo do ácido cítrico (KREBS)

4.2 Pontos de controle do ciclo do ácido


tricarboxílico
Três são as enzimas que desempenham papel regulatório no
ciclo do ácido cítrico. Existe também um ponto de controle fora do
ciclo, onde o piruvato é descarboxilado oxidativamente em acetil
CoA, sendo inibido por ATP e NADH. Dentro do ciclo as enzimas
citarto-sintetase, isocitrato desidrogenase e pelo complexo -
cetoglurato-desidrogenase .

Cadeia respiratoria
VISÃO EM TRES D DA CADEIA RESPIRATORIA

Veja a ATPase em funcionamento


ATPase
4.3 Ciclo do glioxilato
O acetil CoA produzido pela oxidação beta é completamente
metabolizado no glioxissomo através de uma série de reações que
que fazem parte do ciclo do Glioxilato. Inicialmente o acetil CoA
reage com o oxalacetato para produzir citrato. As enzimas que
catalizam esta reação (citrato sintase e aconitase), são as mesmas do
ciclo do ácido tricarboxílico. Desde que haja aconitase altamente
ativa no citossol, o citrato pode ser convertido a iso-citrato no
citossol.
As próximas reações ocorrem dentro do glioxissoma. O
isocitrato (6C) é convertido em succinato (4C) e glioxilato (2C).
Depois a enzima malato sintase combina uma segunda molécula de
acetil CoA com glioxilato para produzir malato (figura 8).
A função do ciclo do glioxilato é converter duas moléculas de
acetil CoA em succinato, este então se move para o mitocondrio,
onde é convertido a malato através do ciclo do ácido
tricarboxílico. O malato resultante pode ser oxidado a
oxalacetato pela malato desidrogenase no citossol, e o
oxalacetato é convertido em carboidrato.
GERMINAÇÃO DA SEMENTE

Ciclo do Glioxalato
5. CADEIA TRANSPORTADORA DE
ELÉTRONS

Para cada molécula de glicose através da glicólise e do


ciclo ATC, 2 moléculas de NADH são geradas no citossol, e 8
moléculas de NADH mais 2 moléculas de FADH2 (associada
com succinato desidrogenase) aparecem na matriz mitocondrial.
A cadeia transportadora de elétrons catalisa o fluxo de elétrons
do NADH ( e FADH2 ) para o O2, o aceptor final de elétrons no
processo respiratório (figura 9). A transferencia de 2 elétrons do
NADH é representado a seguir:

NADH + H+ + 1/2 O2 NAD+ + H2O

A partir do ponto médio do potencial de redução para


ligação NADH-NAD+ (-320mV) e a ligação H2O-1/2 O2
(+810mV), a energia livre padrão liberada durante esta reação (-
n FE0) é aproximadamente 220 kJ mol-1 (52 kcal mol-1) por 2
elétrons. O potencial de redução do FADH2-FAD (-45 mV) é
alguma coisa maior do que o do NADH-NAD+, apenas 167,5kJ
mol-1 (40 kcal mol-1) é liberada para cada 2 elétrons gerados
durante a oxidação do succinato. O papel da cadeia
transportadora de elétron é realizar a oxidação do NADH (e
FADH2).
A cadeia transportadora de elétrons contém
aproximadamente os mesmos sitio de carreadores de elétrons
encontrado em mitocondrios não vegetais. As proteínas
individuais que transportam elétrons são organizadas em um
série de quatro complexo de multiproteína (complexo I a IV),
cada um localizado no interior da membrana mitocondrial.
Elétrons do NADH gerados na matriz mitocondrial durante o
ciclo ATC são oxidados pelo complexo I (NADH desidrogenase),
que transfere estes elétrons para a ubiquinona.
Gradiente de prótons formado na membrana mitocondrial interna
como resultado do transporte de elétrons.
A enzima succinato desidrogenase do ciclo TCA é um
componente do complexo II, então os elétrons derivados da
oxidação do succinato são transferidas via FADH2 e um grupo de
três proteínas ferro-enxofre para o pool da ubiquinona. O complexo
III age como um ubiquinol: citocromo c oxidoredutase, oxidando a
ubiquinona reduzida (ubiquinol) e transferindo elétrons via centro
ferro-enxofre.
A síntese de ATP no mitocondrio está unida ao transporte de
elétrons para o oxigênio via complexo I até o complexo IV, e o
número de ATP sintetizado depende da natureza do doador de
elétrons. Com mitocondrio isolado, os elétrons derivados do
NADH da matriz mitocondrial apresentaram uma relação ADP:O
de 2,4 a 2,7.
A energia liberada para síntese de ATP é produzida por uma
reação de óxido-redução, a conversão de ADP e Pi para produzir
ATP é chamada de Fosforilação Oxidativa.
A completa oxidação da hexose leva a formação de 4 moléculas
de ATP através da fosforilação ao nível se substrato (duas durante
a glicólise e duas no ciclo do ácido tricarboxílico), 2 moléculas de
NADH no citossol, e 8 de NADH mais 2 moléculas de FADH2 (via
succinato desidrogenase) na matriz mitocondrial. Sobre a base de
valores da relação ADP:O medida, um total de aproximadamente 28
moléculas de ATP serão geradas por hexose pela fosforilação
oxidativa. O resultado é um total de 32 moléculas de ATP
sintetizadas por hexose. Entretanto, o número exato de ATP
sintetizado por 2 elétrons é controvertido. A relação ADP:O é uma
função do número de prótons translocados por 2 elétrons,
multiplicados pelo número de ATP sintetizados por próton
translocado, podendo não ser um valor integral.
Se cianeto (1mM) é adicionada em tecidos animais em
respiração ativa, o citocromo c oxidase é inibida e a taxa de
respiração cai drasticamente. Entretanto, muitos tecidos vegetais
mostram um nível de respiração resistente a cianeto que atinge 10 a
25% e em alguns tecidos até 100% da inibição é controlada. A
enzima responsável por esta inibição é a oxidase resistente a cianeto
componente da cadeia de elétrons da mitocondria chamada de
oxidase alternativa (Siedow & Umbach, 1995).
A oxidase alternativa catalisa uma redução de quatro elétrons
do oxigênio para a água e é especificamente inibida por vários
compostos. Quando os elétrons passam para a rota alternativa a
partir da ubiquinona, dois sítios de conservação de energia
(complexo III e IV) são desviados, e não há formação de ATP. Não
há sítio de conservação de energia na rota alternativa entre a
ubiquinona e o oxigênio, a energia que seria armazenada na forma
de ATP é perdida por calor quando os elétrons são desviados a
partir da rota alternativa.

6. A VIA DA PENTOSE FOSFATO:

A rota glicolítica não é a única rota disponível para a oxidação


da glicose nos citossol de células vegetais. A via oxidativa da
pentose fosfato pode também executar essa função, usando enzimas
que são solúveis no citossol. As primeiras duas reações dessa serie
representam as reações oxidativas, convertendo glicose-6-fosfato
em um açúcar de cinco carbono, ribulose-5-fosfato, com a perda de
um CO2 e produção de duas moléculas de NADPH. As reações
restantes convertem a ribulose-5-fosfato em gliceraldeido-3-fosfato
e frutose-6-fosfato. A figura 10 mostra esta via.
As trioses e hexoses produzidas na via pentose podem ser
utilizadas com facilidade na via glicolítica.
A via oxidativa das pentose fosfato desempenham vários papeis no
metabolismo vegetal:

1. Produzir o nucleotídeo NADPH, e esse NADPH é levado a


reações de redução associado, para suprir a sua demanda, já que
o fotossíntese não produz NADPH suficiente para as reações
biossínteticas que ocorrem no citossol.
2. Entretanto, a NADPH desidrogenase contida no citossol da
membrana interna do mitocondrio é também capaz de oxidar
NADPH. Os elétrons do NADPH podem reduzir O2 e gerar ATP.
3. A via oxidativa das pentoses fosfato esta envolvida na geração
de intermediários no ciclo de Calvin
4. A via também produz ribose-5-fosfato, um precurssor da ribose
e desoxirribose necessária na síntese de RNA e DNA
respectivamente.
A via oxidativa das pentose fosfato é controlado pela reação
inicial catalisada pelo glicose-6-fosfato desidrogenase.
Entretanto medidas da atividade da enzima desta via em tecidos
verdes são complicadas pelo fato que muito da atividade
catalítica esta também associado com enzima e cloroplasto que
catalisa as reações da rota redutiva da pentose fosfato, ou do ciclo
de Calvin.

Fig. 10 – Via Pentose Fosfato.


7. BALANÇO ENERGÉTICO DA RESPIRAÇÃO

Via NADH Ubiquinol ATP


Total de ATP
Glicólise 2 0 2
8
Piruvato-Acetil
CoA 2 0 0 6
Ciclo de
Krebs 6 2 2 24

Total de ATP 10 x 3 = 30 2 x 2
=4 4 38
8. RESPIRAÇÃO PÓS-COLHEITA

8.1 Padrões de atividade respiratória


De acordo com o tipo de respiração que os frutos apresentam,
estes podem ser classificados em dois grupos distintos, ou seja, os
não climatéricos e os climatéricos.
São considerados frutos não climatéricos os que apresentam um
contínuo declínio na taxa de respiração em função do tempo.
Dentre eles, tem-se: limão, laranja, abacaxi, morango (Biale, 1960).
Frutos não climatéricos somente amadurecem enquanto
estiverem ligados à planta. Após a colheita, eles não melhoram
suas qualidades de excelência e nutricional, embora um leve
amolecimento e perda de coloração verde possam ocorrer
(Medlicotti, 1986).
Neste caso não existe nenhuma relação entre a respiração e as
mudanças que se manifestam com a maturação dos frutos (Aragón
et al., 1984).
Segundo Awad(1990), frutos climatéricos tem um aumento
rápido e significativo da taxa respiratória durante a maturação.
As etapas desse aumento são: pré-climatérico, mínimo pré-
climatérico, aumento climatérico, pico climatérico e pós-
climatérico. Dentre os frutos climatéricos podemos citar: pêra,
abacate, banana, tomate.

8.2 Fatores que influenciam a


respiração
a)Tipo de produto
Cada espécie possui sua taxa respiratória própria. E, mesmo
dentro da mesma espécie a atividade respiratória pode variar entre
as cultivares de determinado produto.
De acordo com Biles et al (1993) a taxa respiratória de pimenta
cultivar Chiltepin e cultivar Tabasco foram maiores do que as
cultivares Chooraehong e New Mexican
b) Relação superfície/volume
Quanto maior for a relação superfície/volume, maior será a
respiração do vegetal. Assim, se se comparar a taxa respiratória de
uma alface comum com a de uma alface de cabeça, constata-se que
a primeira apresentará uma maior evolução de CO2. Isto porque
tem uma maior superfície de exposição às trocas gasosas.

c) Temperatura
A intensidade respiratória de frutos e hortaliças após a colheita
está intimamente relacionada à temperatura. Ela pode interferir
diretamente na velocidade da reação dos processos metabólicos,
no tempo de armazenamento, bem como causar distúrbios
fisiológicos (chilling).
A atividade respiratória é reduzida pelo uso de baixa
temperatura. Em frutos climatéricos, o abaixamento da
tempertaura retarda o pico climatérico e reduz sua intensidade
podendo o mesmo ser totalmente suprimido na faixa de
temperatura próxima ao limite fisiológico de tolerância do fruto
(Chitarra, 1990).
De acordo com Amorim (1985), entre temperaturas de 5 a 25ºC
o quociente de temperatura (Q10) se situa entre 2,0 e 2,5.
A temperatura influencia a velocidade de uma reação biológica.
De acordo com a Lei de Vant’Hoff, a cada 10ºC na variação da
temperatura a velocidade das reações metabólicas aumenta em 2 a
3 vezes, dentro da faixa fisiológica de temperatura.
Hardenburg (1971), constatou que a taxa respiratória de
pessêgos embalados com polietileno, foi reduzida com a
diminuição da temperatura. Verificou-se que a taxa respiratória foi
reduzida de 72mg para 5mg CO2.Kg-1.h-1 ao abaixar-se a
temperatura de 21 para 0ºC, respectivamente.

d) Concentração de oxigênio
Uma vez que o oxigênio do ar é o componente mais importante
para que se realize a respiração aeróbica, deve estar disponível em
quantidade adequada. Se restringido o acesso do oxigênio aos
frutos, ocorrerá a fermentação, que é acompanhada da produção
de odores e sabores desagradáveis (Mitchell et al., 1972)
A fermentação pode ser evitada, armazenando-se os frutos em
contentores bem ventilados.
A ventilação adequada (disponibilidade de oxigênio) está
diretamente relacionada ao:
 tipo de embalagem e contentores utilizados para transportar ou
armazenar o produto; e,
 quantidades de ceras artificiais aplicadas às frutas.

Entretanto, a redução na concentração de oxigênio é uma


técnica muito útil para controlar a taxa de respiração das frutas.
Este é o princípio utilizado no armazenamento em atmosfera
controlada ou modificada (Pantastico, 1975) e no armazenamento
hipobárico (ou baixa pressão) dos produtos perecíveis (Crucefix,
1986).
O consumo de oxigênio pela fruta pode ser utilizado para se
determinar sua taxa de respiração. O resultado é expresso em ml
O2.Kg-1.h-1 ou µl O2.g-1.h-1.

Geralmente a concentração de oxigênio deve ser reduzida a


menos de 10% para obtenção de efeito positivo na redução da
respiração. No entanto, são necessários cuidados para que não se
atinjam níveis de oxigênio que promovam a respiração anaeróbica,
associada ao desenvolvimento de aroma e sabores desagradáveis
e à quebra de componentes estruturais dos tecidos, o que provoca
perda de firmeza do produto. Além disso, o nível mínimo de
oxigênio em que certo produto pode ser armazenado sem
problemas não é constante, mas dependente da temperatura e da
resistência da epiderme à difusão do oxigênio (Dadzie et al., 1993).

e) Concentração de gás carbônico


De acordo com Chitarra (1990), a adição de CO2 ao ar ou ao
O2 em concentrações superiores à do ar, prolonga o processo de
maturação tanto em frutos climatéricos como em não climatéricos,
sendo o efeito uma função da concentração de CO2. Níveis de 5 a
10% de CO2 diminuem a atividade respiratória e retardam o início
do climatério. Níveis muito elevados de CO2 causam injúrias aos
tecidos. Bender et al (1994) observaram que concentrações de 50%
e 70% de CO2aumentaram a taxa de produção de etanol em
mangas armazenadas a 12ºC.

f) Acúmulo de etileno

O etileno é considerado um hormônio de amadurecimento de


frutos e é fisiologicamente ativo em quantidades iguais a 0,1
ppm (Abeles, 1973).
Reduzindo o O2 a níveis menores que 8% a produção de etileno
é reduzida em frutas e hortaliças. O O2 é necessário para a síntese
e ação do etileno, uma vez que sob condições anaeróbicas a
conversão do ACC (ácido 1-aminociclopropanocarboxílico) à
etileno é inibida, promovendo um acúmulo de ACC no tecido,
uma vez que a passagem de metionina a ACC ocorre mesmo na
Ausência de O2. Altas concentrações de CO2, por sua vez, pode
reduzir, promover ou não ter nenhum efeito na taxa de produção
de etileno pelo fruto, dependendo do produto e da concentração a
que este é exposto. Em alguns frutos, ocorre um acúmulo de
CO2nos espaços intercelulares e este funciona como um
antagonista natural do etileno (Kader, 1992)

g) Injúrias mecânicas
Todo e qualquer tipo de lesão mecânica às frutas e hortaliças
pode causar um estímulo na atividade respiratória. De modo geral,
frutos climatéricos são mais susceptíveis à influência deste fator,
pois a estimulação da respiração devido às lesões físicas
provavelmente está relacionada ao efeito indireto do etileno. Isto
porque os tecidos vegetais em deterioração produzem mais etileno
que os sadios.
A ocorrência de danos mecânicos nos tecidos minimamente
processados é inevitável, uma vez que o produto é descascado
e/ou picado. De acordo com Moretti (1999), frutos de pimentão
minimamente processados armazenados à 2ºC apresentaram
elevação significativa da atividade respiratória logo após o
processamento, sendo três vezes maior do que os frutos intactos
armazenados sob a mesma condição.

8.3 Técnicas pós-colheita para reduzir a


respiração

a) Redução da temperatura
 Pré-resfriamento
Tem por finalidade a remoção rápida do calor de campo dos
produtos recém-colhidos, antes do transporte, armazenado ou
processamento. Quando realizado de modo adequado restringe as
atividades enzimáticas e respiratória, entre outros benefícios
(Chitarra, 1990).
 Refrigeração
A refrigeração é o método mais econômico para o
armazenamento prolongado de frutos e hortaliças frescos
(Chitarra, 1990).
O abaixamento da temperatura diminui a velocidade do
metabolismo respiratório. Os frutos que apresentam uma taxa
respiratória baixa apresentam de maneira geral, melhor
conservação nas baixas temperaturas. Os frutos de origem tropical
possuem taxas respiratórias altas, toleram menos temperaturas
muito baixas e podem ser conservados apenas durante pouco
tempo (Awad, 1990).

b) Alteração na composição atmosférica


 Atmosfera modificada
A atmosfera modificada, juntamente com o uso da refrigeração,
pode atrasar o amadurecimento dos frutos, estendendo, assim, sua
vida pós-colheita (Coelho, 1994).
De acordo com este autor, o processo de respiração do produto
armazenado em embalagens de polietileno consome oxigênio e
causa acúmulo de gás carbônico e água, o que reduz o
metabolismo, a síntese e a ação do etileno, e consequentemente,
evita a perda de água pela transpiração (perda de peso) e o
enrugamento.
Oliveira et al (1996) observaram que frutos de goiaba tratados
com película de fécula de mandioca 1 e 2% apresentaram menores
valores de taxa respiratória em relação ao tratamento testemunha.
 Atmosfera controlada
O processo de atmosfera controlada implica na adição ou
remoção de gases, resultando em uma composição atmosf’érica
diferente da atmosfera normal do ar (Kader, 1980).
Kim (1976), observou que tomates inicialmente armazenados
em atmosferas contendo 2,5% ou 15% de O2 produziam taxas
baixas de CO2 e etileno e, consequentemente, a maturação foi
retardada. A seguir, expondo os frutos a uma atmosfera normal
(ar), o desenvolvimento da maturação foi normalizada.

c) Reguladores vegetais
As auxinas, giberelinas e citocininas, têm sido estudadas com
interesse particular por funcionarem total ou parcialmente como
retardadores da senescência de frutos.
A aplicação de giberelina em banana, retarda o
amadurecimento, com manutenção do teor de clorofila na casca,
firmeza do fruto e baixa taxa respiratória (Chitarra, 1990).
Golding (1999) verificaram que a aplicação de 1-MCP (
Metilciclopropeno) em bananas retardou o início do pico do
etileno e reduziu a taxa respiratória, atrasnado o amadurecimento.

d) Colheita no estádio ideal


Frutos climatéricos devem ser colhidos durante o estágio
mínimo climatérico, onde sua taxa respiratória é baixa. Caso sejam
colhidos na fase climatérica (alta taxa respiratória) poderá
apresentar uma rápida taxa de deterioração antes da
comercialização (Chitarra, 1990)

e) Mínimo manuseio do produto


O manuseio excessivo e inadequado de produtos hortícolas
pode ocasionar injúrias no tecido vegetal, aumentando a taxa
respiratória.

* Trabalho apresentado à disciplina LQI-725 Fundamentos Básicos de

Bioquímica Vegetal, coordenada pelo Prof. Dr. Luiz Antônio Gallo.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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