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40 Segunda parte - A fundacdo do pensamento flossfico * Leucipo (nascido em Mileto, pela metade do séc. V a.C.) e Demécrito (na! do talvez por volta de 460 a.C.), fundadores da Escola atomista, constituem a Ulti- ‘ma tentativa de resolver a aporia eledtica. O ser que nao nasce, nao morre endo entra em devir, se ndo se adapta 3 realidade sensivel, adere porém aos fundamen- tos da realidade sensivel, isto é, aos dtomos. Atomo (= “indivisivel”) 6 uma reali- dade captavel apenas com 0 intelecto, nao tem qualidade, mas Leucipo apenas forma geomeétrica, e é naturalmente dotado de movimen- eDemécrito: to. As coisas sensiveis nascem, morrem e sofrem mutacdo, apenas ©Atomismo em virtude da agregacao ou desagregacdo dos étomos e, portan- 783 to, toda a realidade pode ser explicada em sentido mecanicista a partir dos étomos e do vazio. (Os Atomistas explicaram o conhecimento recorrendo a teoria dos efldvios, isto €, admitindo a existéncia de fluxas de Atomos que, destacando-se das coisas, se imprimem sobre os sentidos. Nesse contato, os atomos semelhantes que esto fora de nés impressionam os atomos semelhantes que esto em nés, fundando - de modo néo diferente de Empédocles — 0 conhecimento. Demécrito, em particular, formulou algumas profundas mé- Diogenes __xiMas morais, centradas sobre o conceito de alma como referencia eAnusiau: — da Nossa atividade ética. oretorno 20 monismo $ Os tltimas Naturalsasertcam os Plurallstos e retomam & dos primeiros busca de um principi fildsofos ogenes de Apolbnia combina as teses de Anaximenes co >54 as de Anaxagoras, afirmando que 0 principio seja ar-inteligénci de natureza infinita. Introduz na explicacao do mundo o conceito de escopo que as coisas tém depende da inteligéncia do principio do qual derivam. Arquelau de Atenas assume uma posicéo muito proxima a de Didgenes de Apolénia. Foi mestre de Sécrates. gle Grpédocles € as quatro “raize: HEE As “raises de todas as coisas” primeiro pensador que procurau re- solver a aporia eleética foi Empédocles, nas- ccido em Agrigento em torno de 484/48 1 a.C. ¢falecido por volta de 424/421 a.C. De per- sonalidade fortissima, além de fil6sofo foi também mistico, taumaturgo, médico e ati- vo na vida piblica. Compés um poema So- brea naturezae um Carme lustral,dos quais, chegaram até nds fragmentos. Os relatos sobre seu fim pertencem 4 lenda: segundo alguns, teria desaparecido durante um sa- ctificio; conforme outros, ao contratio, ter- se-ia jogado no Etna. Para Empédocles, da mesma forma que para Parménides, o “nascer” e 0 “perecer”, entendidos como um vir do nada e um ir ao nada, sao impossiveis, porque o ser existe € © nao-ser nao existe. Assim, nado existem “nascimento” e “morte”: aquilo que os ho- ‘mens chamaram com esses nomes, a0 con- trario, sao o misturar-se ¢ 0 dissolver-se de algumas substncias que permanecem eter- namente iguais e indestrutiveis. Tais subs- tancias sio a dgua, 0 ar, a terrae 0 fogo, que Empédocles chamou “saizes de todas as coisas”. Os Jonios haviam escolhido ora uma ora outra dessas realidades como “princf- pio”, fazendo as outras derivarem dela atra~ vés de um processo de transformagio. A novidade de Empédocles consiste no fato de proclamar a inalterabilidade qualitativa e a intransformabilidade de cada uma. Nasce assim a nagio de “elemento”, precisamente como algo de originario ¢ de “qualitativamente imutavel”, capaz.ape- nas de unir-se e separar-se espacial e canicamente em relacao a outra coisa. Co- mo € evidente, trata-se de uma nogo que 86 poderia nascer depois da experiéncia eleatica, justamente como tentativa de su-

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