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Materiais de Construção Civil e Princípios d C'A .

e 1enc1as e Engenhar'1 d M . .
Geraldo Cechella Isaia (Organizador/Editor) ª os atenais
© 2010 IBRACON . Todos direitos reservados.

Capítulo 12

Microestrutura dos Polímeros


Jane Proszek Gorninski
Claudio de Souza Kazmierc zak
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, RS

12.1 Introdução

O consumo de polímeros no setor da construção civil vem aumentando no


passar,.dos anos. Atualmente, esse setor é um dos maiores consumidores mundiais
de polímeros. ~o oeste europeu, o setor da construção, é considerado o segundo
maior consurrndor de polímeros, depois do setor de embalagens, utilizando cerca
d~ ~0% do total dos plásticos produzidos (AKOVALI, 2005). Os polímeros são
utilizad?s tanto para aplicações não-estruturais, como para aplicações estruturais
submetidas a grandes esforços. A crescente demanda pelos polímeros deve-se,
entre outros fatores, às suas propriedades de durabilidade, resistência,
versatilidade na produção, boa performance de fadiga e baixo custo.
Em aplicações estruturais, os polímeros são utilizados na produção de painéis,
lajes e vigas, como sanduíches, compósitos reforçados, concretos poliméricos e
outras aplicações. Como componentes não-estruturais, são adotados, entre os
diversos usos, como encanamentos, tubulações, cabos elétricos, reservatórios,
isoladores, impermeabilizantes, adesivos, pisos, forros, divisórias e janelas. Na
linha dos revestimentos, encontram-se as tintas, as resinas e outros materiais que
atuam como proteção e acabamento superficial.
Os polímeros podem ser naturais, quando originados de plantas e animais.
Esses incluem a madeira a borracha, o algodão, a lã, o couro e a seda. Outros
polímeros naturais , com~ as proteínas, os amidos, as celuloses, são ~am?ém
importantes para processos biológicos e fisiológicos nas planta~~ nos ammai~. A
partir da determinação das estruturas moleculares desses 1;1atenai~ e de P.esqmsa
. s
na área de desenvolvimento de polímeros, tornou-se possivel . re~zar
. a smtese de
polímeros. Dentre os polímeros sintéticos encontram-se os plasticos, as borrachas
e as fibras.
Conforme ocorre com outros tipos de materiais de engenharia, as pro~riedades
dos materiais poliméricos e suas conseqüentes aplicações têm relação direta com
356 J. Proszek Gorninski e C. de Souza Kavnierczak

sua estrutura e interações químicas. Este capítulo explora~ prin~ipalmente, a


natureza dos polímeros sintéticos, a sua estrutura e suas classificaçoes.

12.2 Origem e composição química dos polímeros

12.2.1 Origem
A matéria-prima que dá origem ao polímero chama-se monômero. o
monômero pode ser obtido não só do petróleo ou gás natural, mas também da
madeira, do álcool, do carvão e até do C02, pois todas essas matérias-primas são
ricas em carbono, átomo principal que constitui os materiais poliméricos.
Contudo, a forma mais econômica e abundante de se obter a matéria-prima para
síntese dos polímeros é a destilação dos componentes do petróleo, por meio da H--
qual uma fração, denominada nafta, é destinada às petroquímicas para produção
dos polímeros.
113, Estrutu
12.2.2 Hidrocarbonetos
I1Jl Conce
Considerando-se que os polímeros são compostos da química orgânica,
constituídos basicamente por hidrocarbonetos, isto é, são compostos formados
por átomos de carbono e de hidrogênio, neste item serão revisados alguns
Polímeros
fundamentos importantes relacionados à microestrutura dos polímeros. Em constituem de
primeiro lugar, é preciso considerar-se que os átomos de carbono fazem ligações c~amada de
covalentes. Sabendo-se que cada átomo de carbono possui quatro elétrons na OJOnômero a
camada de valência, estes compartilham quatro elétrons, formando, assim, quatro ctotenas, mil
ligações interatômicas. Os átomos de carbono compartilham seus elétrons, mais aoma moléc
freqüentemente, nos hidrocarbonetos com os próprios átomos de carbono 1imbolizado

adjacentes, com hidrogênios ou, ainda, mais eventualmente, com heteroátomos cadeia polim
que possam estar presentes nas moléculas, comumente halogenetos, oxigênio e Na fabrica
enxofre. ll!onômero
Se um átomo estiver rodeado por quatro outros átomos, este preferencialmente ~·lllftro , e
compartilhará elétrons com seus vizinhos, ou seja, cada átomo contribuirá com ~OSseg~i;·'.
um elétron, formando-se a ligação covalente. A molécula formada é dita saturada, Olol l
ou seja, o átomo de carbono realizou ligações simples, como é o caso do metano,
A. CCUlar in
'l( fta,...

CH4, o mais simples dos hidrocarbonetos, representado por sua fórmula estrutural ~ªti' ,ao. A
"os ·
tfctuar , isto
na equação 1.
1
H satu Utna
ttc) rações
(Equação 1) ~Ir Se ex·'
C --- H lllei t
H/ "'\H OtPo4:ser
~~,llle
Entretanto, se um átomo de carbono não estiver rodeado por outros quatro ti.."lí Ili~
átomos, este formará ligações com carbonos adjacentes até que tenha formado as
Microestrutura dos Polfmeros 357

quatro ligaçõe s que lhe proporcionarão st ..


surgem as ligaçõe s duplas, como no ~ abihda de químic a. Assim
Equação 2, e as ligações triplas en~~s~ do eteno, C2H4, mostrado na
acetileno, C 2H 2. n ra as em compostos como o
H H
\ /
C=C
/ \ (Equação 2)
H H

As moléculas com ligações covalentes duplas t· 1 -


· t d AE - ou np as sao chamadas de
msa ora as. · o.
quaçao 3 apresenta a fórmula estru tura1 d o acetilen

H-c ==c -H (Equação 3)

12.3. Estrut ura e classif icação de polímeros

12.3.1 Conce ituaçã o

Pol_ímeros são m~teria is compo stos por macrom olécula s, as quais se


constit uem de cadeias compo stas pela repetiç ão de uma unidad e básica,
cha~ad a de me~o. Est~ represe nta a unidad e que se repete. Chama -se
mono mero a unidad e isolada que deu origem ao mero. Podem existir
centen as, milhar es ou centen as de milhare s de molécu las encade adas
numa molécu la polimé rica. Grau de polime rização , geralm ente
simbol izado pela sigla DP ou n, é o número de meros present es na
cadeia polimé rica.
Na fabrica ção de um políme ro, a substân cia inicial constit ui o
monôm ero, e sua repetiç ão 2, 3, ... , n vezes dá origem ao dímero,
trímero, ... , políme ro. Teorica mente, a reação de polime rização pode
prosseg uir infinita mente, dando origem a uma molécu la de massa
molecu lar infinita . Fatores prático s, no entanto , limitam a continu ação
da reação . A ligação entre os monôm eros é feita através de pontos
reativo s, isto é, átomos ou grupos de átomos do monôm ero, capaze s de
efetuar uma nova ligação químic a, seja pelo rompim ento de
insatur ações, seja pela elimina ção de molécu las simple s (H 20, NH 3
etc) . Se existir em três ou mais pontos reativo s no monôm ero, o
políme ro será tridime nsiona l.
Os políme ros podem ser naturai s, os qu~ já existe~ normal mente na
naturez a. Dentre os mais import antes estao os carboid ratos (celulo se,
amido, glicogê nio, etc.), as pro_teínas (exist~ ntes em t~dos os. seres
vivos) e os ácidos nucléic os (existen tes no nucleo das celulas vivas e
respon sáveis pelas caracte rísticas genétic as dos seres vivos) . Os
J. Pros:.ek Gornimki e C. de Souza Kavnierczak
358

. .cos são aqueles produzidos pelo homem, den!re º.s quais estão o
sintétl 1· t·leno o PVC policarbonato , o pohmetilmeta crilato
nylon o po 1e 1 , , e
polietileno tereftalato .
.
12 3 .2 Estrutura das macromoléc ulas
o polímero que é constituído apen.as de um tipo de mero é
d o minado homopolímer o. Pode-se citar como exemplo o mero
fi;mado pelo monômero cloreto de vinila que forma o policloreto de
vinila (PVC), mostrado na Equação 4.

n
H,
H/
e-e /H
'- c1
cloreto de vi111a
_. (-{-P/n H CI
(Equação 4)

pollcloreto de vinil a (PVC)

Quando há mais de um tipo de mero na composjção .do pol~mero, este é


designado copolímero, e os monômeros que lhe dao ongem sao chamados
AdaplaÇáo de
comonômeros . Um exemplo é o elastômero SBR ou (Buna-S), mostrado
na reação que segue. É um copolímero de butadieno e estireno utilizado,
dentre outras aplicações , na produção de pneus de automóveis. A equação
5 mostra a fórmula estrutural do elastômero SBR.
Afigura 1 .
egrafitizado d
ecomonômetr
H H
n "'e-e©+ n
H/ 'H
H,
H/
1
C=C-C=C
1 / H
' H
-+ (J~lJJJ_)
H
1 1
H
1
H
1
H n
(Equação 5)
estireno 1, 4-butadleno
buna-s

Assim como nos materiais metálicos , em que são intencionalmente


adicionados elementos de liga, formando as ligas metálicas ou soluções
sólidas, nos polímeros são adicionados monômeros a fim de se obterem os
materiais poliméricos com propriedades desejadas a aplicações específicas.
Os copolímeros estão classificados de acordo com a disposição dos
monômeros nas cadeias poliméricas. Os copolímeros cujas unidades químicas não
seguem qualquer ordenação, dispondo-se ao acaso, são chamados de copolúneros
estatísticos. No outro extremo, quando há perfeita regularidade de constituição,
dispondo-se as unidades químicas diferentes de modo alternado ' são chamados. de
copolímeros alternados. Se, ao invés de uma unidade química de cada upo,
altern~-se seqüências de unidades químicas iguais, o produto é denominado
copolímero em bloco. No caso particular de esses blocos existirem corno
~~caçõe_s poliméricas do esqueleto principal da macromolécula, o copolúnero
e dito grafitizado ou enxertado (graft copolymer). No Quadro 1, apresentarn-
se sumarizados esses conceitos.
Microestrutura dos Polímeros 359

Quadro 1 - Representação esquemática de homopolímeros e copolúneros

Monõmero (A ) -+ homopollmero
nA A-A·A·A-A·A·A·A·A-A-
Monõmero (B) ... homopolfmero
me -B-B-B-B- B-B-B-B-B -B-

nA+mB ... copolfmero

-A·B-A-B- A·B-A-B·A - cooolfmero alternado

-A·A-A-B- B-B-A·A-A - copollmero em bloco

Copollmero grafltlzado ou enxertado


B _g_ BNN
/
·,A-A-A - A- A-A-A
1
s-s-s ,,
Copollmero estatfsUco

-A-B-B-A- A·B-A-A-A -

Adaptação de Mano (1985).

A Fi~a 1 ilustra os diferentes copolímeros, copolímero estatístico, em bloco


e grafitlz~do de forma estrutural. ~ Quadro 2 apresenta os principais copolímeros
e comonometros que lhe deram ongem.

Copolúnero estatístico

........... .•• ••.


••••••••"::='+·
,-:.::,.-.
'-1: co..;.. j'icl:,:,,J.
· l"'\:·c,i..
·=J'w\""> • : '½::l·
··········-=-~- .. .\
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"toe,
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°=>:., •
Oi)u(:•" ;...,c::e-i ~t:("').,


...
• .,-~••

.,1.>,:.

Copolím ero em bloco Copolím ero graftizado


Figura l - Esquema ilustrativo dos tipos de copolímeros
(Fonte:http ://www.demet.ufmg.br/docentes/rodrigo/r3 .htm).

O tipo e a intensidade das interações químicas, forças de Van der Walls,


ligações de hidrogênio e forças de dipolo, entre as macromoléculas, depend em
não só do tipo de copolímero, como também da polaridade das moléculas
poliméricas. Esses fatores relacionam-se diretamente com o tipo de estrutur a,
360 J. Proszek Gominski e C. de Souza Kavnierczak

cristalina ou amorfa, com as propriedades dos materiais poliméricos produzict


. de aplicaçao
e, conseqüentemente, com o tipo - que estes possam receber. os
Quadro 2 - Copolúneros clássicos e os comonômeros que lhe deram origem.

Copollmero Sigla Meros

Copollmero
Estireno
de Butadleno - SBR Estireno e Butadieno

Copollmero de Etileno-Acetato de EVA Etileno e Acetato de Vinlla


VinHa
Copollmero de Acrilonitrila- ABS Acrilonítrila, Butadleno e Estireno
Butadleno-Estlreno

Copollmero tribloco de Estireno- ses Estireno, Butadieno e Estireno


Buatadleno-Estlreno

8astõmero de Etileno -Propileno EPR Etileno e Proplleno

Existe, no mercado da construção civil, grande quantidade de dispersões


poliméricas (polímeros que solubilizam em água), formadas por copolímeros, fenol
dentre as quais podem ser citadas:
• dispersões aquosas aniônicas de butilacrilato e estireno, utilizadas Obaquelite, por
principalmente para a modificação de ligantes hidráulicos e artigos adesivos bmaldeído (metan
para construção civil; ~minantemente
• dispersões aquosas aniônicas de acrílico-estireno, utilizadas como ligante na (OOK)novolae. Ele é
fabricação de tintas látex, massas de recobrimento, materiais de fibras e
A~ção, ~º. entan~
aglomerados e para recobrimento de tecidos;
• dispersões aquosas aniônicas à base de acrilato e estireno, utilizadas
PJÜmero tridimensi
principalmente para a modificação de ligantes hidráulicos e para a preparação ~ do tereftalato
de recobrimentos flexíveis; imlécuJa, metanol.
• dispersões aquosas aniônicas de terpolímero acrílico-estireno-butadieno,
utilizadas como ligante para fabricação de massas para recobrimento.
n Hatooc.....,
Polímeros, como o acn1ico-estireno, são utilizados para modificar algumas
propriedades do cimento, seja uma argamassa ou um concreto. Têm como função
aumentar a fluidez dos compostos, reduzindo a adição de água e, com isso, terertal:
obtendo uma estrutura menos porosa e mais resistente. São utilizados,
principalmente, em estruturas com espessuras menores, em que os esforços jcH.PH
requeridos são maiores, e em cidades litorâneas, onde o fenômeno da corrosão se
manifesta com mais intensidade.

12.4. Tipos de polímeros e polimerizações

As reações de polimerização dividem-se em duas classes: de adição ou/e


condensação. As reações por adição ou as poliadições difer~Il!
policondensações em diversos aspectos. Fundamentalmente, as poliadiçoes 8
ª!
Microestrutura dos Polímeros 361

process~ em cad~ia e_apresentam três diferentes etapas reacionais: iniciação,


prop!gaçao e .termmaçao_, todas com velocidade e mecanismos distintos. As
reaçoes de policondensaç ao ocorrem em etapas, e não há distinção entre o início
da formação do polímero, ou o crescimento macromolecular e a interrupção
desse crescimento (MANO, 1985). '
Os polímeros foram, originalmente, classificados por Carothers [1929] em
polímeros de condensação e de adição com base na diferença composicional entre
0 polímero e os monômeros dos quais foram sintetizados. Polímeros de
condensação foram formados por monômeros polifuncionais por meio de várias
reações de condensação da química orgânica com eliminação de pequenas
moléculas, como, por exemplo, água, cloreto de hidrogênio, entre outras. Através
desse tipo de polimerização , são obtidos poliamidas, poliésteres, resinas
alquídicas, fenol-formaldeídos, entre outros polímeros, conforme apresentado nas
reações representadas na Equação 6.
OH

i (
"&"
fenol
+ g' +
CH

formaldeído
"1g:r"OH H20
~ 1§:rcH, -
OH )
n (Equação 6)

polifenol (baquelite)

O baquelite, por exemplo, é obtid~ pela cond:nsação do fenol c?m o


formaldeído (metanal) . No primeiro estágio da reaçao, forma-s~ um polím~ro
predominantem ente linear, de massa molec~lar relativ~ente baixa, conhec~do
como novolae. Ele é usado na fabricação de tlntas, ~errnz~s e colas. para ma~erra.
A rea ão no entanto pode prosseguir, dando ongem a baquelite, qu~, e um
límç 'tridimensiodaI. A Equação 7 apresenta a obtenç~o de :1m poliester a
~~ eJ~ tereftalato de metila e do etileno glicol com liberaçao de pequena
molécula, metanol.
H H
1 1
n Ha(:OOC - - © - COOCH3 + n HO -C-C-OH
1 1
H H
tereftalato de rretlla etllenogllcol

j_c_"_fJ..,~~ (- ooc-@- coo-~


H
-i-)
H n
(Equação 7)

poliéster ,

. condensação de poliácido~, (ou tambei:n


Os poliésteres são obtidos pela . , 001·s Um dos pohesteres mais
) po1ia1c · , · d ' · d
seus anidridos e ésteres ,co~ido ela reação do éster metihco o _ac1 0
simples e mais importante~ e ob Ep uação 8 representa a fo:,maça~ do
tereftálico com etileno-ghcol .. A
nylon-66 a partir de uma diamina e e
J
um diácido com formaçao de agua

como subproduto.
J. Proszek Gorninski e e. de Souza Kavnierczak
362

H H H H
H HHHHHHH 1 1 1 1
1 1 1
H- N-c-c-c-c -c-c-N-H
1 1 1 1 1
+ n Hooc-c -c-c-c-cooH
1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 H H H H
H H H H H H
ácido adíplco
hexarretllenodlamlna

H HHHHHHHOHHHH O)

(
-~-t-t-t-t-t-t-~-~-t-t-t-t-~-
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
(Equação 8)
HHHHHH HHHH n
nylon-66

As poliamidas ou nylons são polímeros obtidos pela polimerização de


diaminas com ácidos dicarboxílicos. Os nylons são plásticos duros e têm n
H
grande resistência mecânica. O mais comum é o nylon-66, resultante da
reação entre a hexametilenodiamina ( 1,6-diamino-h exano) com o ácido acetáo
adípico (ácido hexanodióico).
Segundo Mano (1991), as poliamidas podem ser empregadas como fibras
de reforço em compósitos, materiais esportivos, vasos de alta pressão, na Na Equação
indústria aeroespacial, na indústria petrolífera, em tubulações submarinas, 1etrafluoretilen
entre outras aplicações. ~uímicos. Por
Outros exemplos de policondensação são os policarbonatos formados pela válvulas, regis
reação entre um dihidróxido aromático e fosfogênio, com eliminação de iwabólicas, re
cloreto de hidrogênio.
A polimerização por adição foi classificada por Carothers como aquela
F
formada por monômeros sem perda de uma pequena molécula. Diferente da n
polimerização por condensação, a unidade repetitiva de uma polimerização F
por adição tem quase a mesma composição do monômero. Em outras tetra11
palavras, o polímero resultante é a soma dos regentes, contadas as
quantidades totais usadas. Os polímeros formados a partir das reações de
adição são sempre termoplásticosi. As polimerizações por adição são aquelas
P
P,~ 0Iimeti}
~pi' .
m. asüco é
formadas pela reação sucessiva de monômeros contendo dupla ligação UJtollSad
carbono-carb ono, denominados monômeros vinílicos. eniPttgad o co
O termo vinílico é aplicado a todos os monômeros que contem dupla ~ 0 na ·
ligação carbono-carbono, incluindo monômeros como o metil metacrilato riletj de ªViõ
(MMA), o cloreto de vinilideno, o 2-buteno e também o cloreto de vinila e 0
~~las..é lran:
estireno. Çao 12 r
Monômeros vinílicos podem reagir com eles mesmos, forma º 0d
polímeros por conversão de suas duplas ligações. A Equação 9 mostra ª
formação do polímero sem formação de subprodutos, característica de
poliadições.
nCH2=CH --+ -(-CH -CH ~ - (Equação 9)
1 2 1 n
y y

1 Sobre polímeros termoplásticos, ver item 12.4.2.l deste


capítulo.
Microestrutura dos Polímeros 363

·cooJf r-:iess~ equação, Y P.,°de ser um ~~o substituinte como hidrogênio, alquil, atil,
nitnl~, ester,_cet?na, eter ou halog~ru?. O polietileno (PE) é formado quando o
rnon~m~ro Vt_?íhco tem como substitumte de Y o átomo de hidrogênio. Quando 0
subst~tu~nte ~ o ~loro, forma-se o policloreto de vinila (PVC). Quando 0
substitumte e o _fluor, forma-se o politetrafluoretileno (PTFE). Quando há um
grupamento metila, forma-se, então, o polipropileno (PP). Esses além de outros
tipos, são exemplos típicos de polimerização por adição. '
A seguir ~ão mos~radas estruturas químicas que apresentam os monômeros e
seus respectivos pohmeros formados por adição. O Acetato de Polivinila (PVA)
mostrado na Equação 1O, é obtido a partir do acetato de vinila. É muito usado n~
produção de tintas à base de água (tintas vinílicas) e de adesivos.
H H
1 1
-+ -C-C--
1 1 (Equação 10)
H C=O
1
o-cH 3 n
acetato de polwinila (PVA)
Na Equação 11 apresenta-se politetrafluoretileno ou teflon, obtido a partir do
tetrafluoretileno. É um polímero resistente ao calor e à corrosão por agentes
químicos. Por isso, apesar de ser caro, ele é muito utilizado em encanamentos,
válvulas, registros, panelas domésticas, próteses, isolamentos elétricos, antenas
parabólicas, revestimentos para equipamentos químicos, etc.

-({-Pln
F F
(Equação 11)
tetrafluoreto devinila
polltetrafluoreto de vinUa (Teflon)

O Polimetil metacritalo (PMMA) é obtido a partir do metacrilato de metila.


Esse plástico é muito resistente e possui ótimas qualid~des óticas. _Por, isso~ é
muito usado como "vidro plástico", conhecido como plexiglas o~ luc1te. E m~1to
empregado na fabricação de lentes para óculos, tel!s ?ºs
televisores, em para-
brisas de aviões nos "vidros-bolhas" de automove1s, etc. Normalmente? o
plexiglas é transp~ ente, mas pode ser colorido pela adição de outras substâncias.
A Equação 12 mostra a reação para obtenção do PMMA.
H CH3
1 1
-c-c -- (Equação 12)
1 1
H C=O
1
O-CH3 n
mti~acrilato de rretlla pollmetacrilato de metila
O Policloropreno ou Neopreno, mostrado na Equação 13, é obtido .ª~~ do
2-cloro-1,3-butadieno (cloropreno). O n:opren o _é uma ~o~ach a smtetica de
ótima qualidade: resiste muito bem as tensoes mecan1cas, aos agentes
J. Proszek Gorninski e C. de Souza Ka vni erc zak
364 ,é
J1
atmosféricos e ao s so lve nte s or gâ nic os . É tam bé m e1:1I?rega do na fab rica _
8Í11
·untas e de tubos flexíveis e no rev es tim en to de ma ten ais elétricos
'
entre Çao de
outros.
'res1.
J p_,, ~

H H H)
A',::bi ~ares
-+ -t-c=t-t- (Equação 13)
...rlolêC tens
~1e1:~0 de .
( 1 1 1
n u~; ..:f11a5 Cl
cloropreno
H CI H

pollcloropreno ou neopreno
taS álUV' ara
~ciente p
oslll' amenos
rais f~Jaçatlleo
No Quadro 3 encontram- se rel ac ion ad os alg un s po lím ero s de adição e d ~sen.LI" (bidrºº
condensação e suas sig las . e 1~téU c0, JlleC"
resistência JllOl
Quadro 3 - Polímeros formados por poliadição e policondensação. ·xa Jllassa ~
o.11 exceçao
Pollmeros fonnados por reações de Pollmeros fonnados por reações de CoJJl taca
polladlção pollcondensação não aprese~ .b
iiol uma distn
Polietileno - PE Resina epó xl - ER
;Niedade de
Poll (tereftalto de etileno) - PET
Pollproplleno - PP ~iÍillero é me
Pollbutadleno - BR Polluretano - PU a,s.sociada às su
Poll (cloreto de vinlla) - PVC Poll (dimetll-slloxano) - PDMS 005 processos
Pollimlda - PI
eovemados pel
Poll (fluoreto de vlnllideno) - PV DC
~ções de poli
Poli (éter-sulfona) - PES
Pollacrllonitrila - PAN ~~ponibilidade
Polllsopreno - IR Poliamida -11 - PA-11 cadeia em cre
Copollmero de estlreno-acrilonitrila - SAN Poll (óxido de fenlleno) - PPO !letenninado pel
radical ou te ·
Co pol fme ro de estlreno-butadle no-acrilon itrlla- Poll (tereftalato de butlleno) - PBT
ABS Devido à
Poli (óxido de metileno) - POM
valores médios
Co pol fme ro de etileno-acetato de vinlla - EVA ,
O
Ulllérico médi

12 .4 .1 Pe so m ol ec ul ar mé di o e di str ib ui çã o (D PM )
--M,-.:::
Um a da s características ma is im po rta nt es , qu e dis tin gu e os po lím ero s sin téti cos
de um a simples molécula or gâ ni ca é a ina bil ida de de sse s po lím ero s em apr ese nta r
um a m as sa molecular ex ata . De qu alq ue r fo rm a, o ca rá ter ma cro mo lec ula r. dos
polímeros é, se m dúvida, a ca ra cte rís tic a ma rc an te de ssa cla sse de ma ten ~ .e
aquela qu e define, basic am en te, a or ig em da s pr op rie da de s qu e es se s ma ter iais
t
possuem.
O efeito do tamanho da mo léc ul a na s pr op rie da de s po de se r fac~1r nen :
exemplificado tomando-se co m o ba se os hid ro ca rb on eto s. Ne ste s, à me di d~ q~
aumenta a quantidade de ca rb on os na ca de ia, au me nt a a ma ssa mo lec ula r. ºde
isso, ocorre um incremen to na s pr op rie da de s, co m o, po r ex em plo , n? p~ nto Ies
eb ul içã o qu e au m en ta co m a m as sa mo lar . O me tan o, o ma is sun P
Microestrutura dos Polfmeros 365

hidrocarboneto, é um gás; e~t~etan!o, hidrocarbonetos com mais de dez carbonos


st
apresent8;ffi-se .no e ado solido ~ temperatura ambiente, como as parafinas.
Apesar disso, a1~d~ ap.resentam baixa resistência mecânica.
st
A baixa resi ~ncia mecâni ca se deve ao fato de que as interações
int~nno}eculares _sao fracas e., dessa form~, são facilmente rompidas com a
aphcaç~o .de ten~oes. As propnedades ?ºs hidrocarbonetos só começam a diferir
dessas ~lt1mas citadas qu~ndo o compnmento das moléculas começa a ser grande
0 suficiente para que fenomenos de entrelaçamento entre cadeias tenham início.
Tais fenôme nos geram a nec.essidade de energias extras para vencer barreiras de
desentrelaç~mento das cadeias. Assim, o polietileno, o mais simples polímero
sintético (hidrocarboneto com tamanho de cadeia muito grande), apresenta
resistência mecâni ca e plasticidade bem superiores às dos hidrocarbonetos de
baixa massa molar.
Com exceção de alguns polímeros naturais, a grande maioria dos polímeros
não apresen ta cadeias com o mesmo comprimento, nem mesma massa molar, e
sim uma distribuição de tamanhos de cadeia dentro de um mesmo material. Essa
variedade de pesos moleculares denomina-se polimolecularidade. Assim, um
polímero é melhor caracterizado pela sua distribuição de pesos moleculares,
associada às suas massas molares. Essa distribuição de massa molar é decorrente
dos processos de polimerização que, na maioria das reações químicas, são
governados pelas probabilidades de interação entre duas entidades químicas. Nas
reações de policondensação, o comprimento da cadeia é determinado pela
disponibilidade local de grupos reativos nas vizin?~ ças das extre~d ades d~
cadeia em crescimento, enquanto que, nas poliadições, o compnmento e
determinado pelo tempo durante o qual a cadeia cresce, antes reagir com outro
radical ou terminador da cadeia.
Devido à poli.molecularidade, existem diferentes métodos que fornecem
valores médios de peso molecular. A Equação 14 define o peso molecular
numérico médio (M0 ) como sendo:
- nn,M-
MJ1 =~-'-
~ ' (Equação 14)
;=0 n,
onde n. = N. = número de cadeias de um determm · ado tamanhº~ Mi e' a massa
molar de u~a determi nada cadeia i, e nt é o número total de,c~deias. álculo
Outro tipo de média usada é o peso molecular ponderai medw CMw) · O c
de M w é feito por meio da equação 15.

"N-M~
L.., I I
"w-M·
L.., 1 1
(Equação 15)
M,r IN;M; = "
L.., ·w;

; ; d aterial com massa molar igual a Mi.


onde wi é a quantid ade em gramas . em DPM (Distribuição de Pesos
1
Um polímer o é melhor caracte:1z.adoApe ª su~ação entre esses dois tipos de
Moleculares) e massas molares medias. comp
366 J. Proszek Gorninski e C. de Souza Kazmierczak

médias forne~e . info~a~ões quan~o à,. ~arma da clistr~buição de ma


molares. A pohdispersao e uma medida util da largura da distribuição de ssas
moleculares e é o parâmetro mais freqüentement e usado para descreve pesos
,. . Q . .i: ,. d. . 1 ,. r essa
caractenstica. uanto m,,aior 1or o m ice, mais amp a sera a distribuiçã
tamanhos de cadeias. O Indice de Polidispersivid ade é definido como sen~ de
razão entre Mw e Mn (IP = Mw/Mn). A Figura 2 mostra a dsitribuição ~ ª
pesos moleculares, quantidade de polímero por massa molar. os

11.41.l Polímev
Os polímeros
Mn Mw
ll resfriarem, re
massa molar f')límero viabili~
Figura 2 - Distribuição de pesos moleculares para um polímero. oomo a extrusã
O peso molecular dos polímeros exerce efeito sobre uma série de ~ polímero
propriedades e características desses materiais, incluindo a temperatura de remodelados por
transição vítrea (Tg) 2 • Os polímeros com massa molar mais baixa, por Ocomportame
possuírem maior mobilidade, cristalizam-se a temperaturas mais baixas do que ~luras molect
aqueles dotados de maiores massas molares . Polímeros com baixa massa squÍmicas
molar são mais fáceis de serem dissolvidos e, quando em solução, alteram em ~rn
11111..
.1
ser ~a
1 ·1
' Cl m
menor grau a viscosidade dessas soluções. Por fim, polímeros com maiores l"'IIJUOtaj
tia.ia . s mater
massas molares apresentam módulo de elasticidade, usualmente, com valores
~laçio~r facilic
superiores aos de correspondente s amostras com mais baixas massas molares
e maior resistência ao impacto. ~Ol~Ulfas.
~Ire- ~ 1
12.4.2 Estrutura das cadeias poliméricas ~ias P~ssat
,~lhnéric
Os polímeros podem ter suas cadeias sem ramificações, admitind º ~~"Sereia,
conformação em zigue-zague - polímeros lineares -, ou podem apresen~ sque U
ramificações, cujo grau e complexidade podem ir até o extremo da formaçao
de retículos, resultando no que se denomina polímero reticulado, ou pol~1e~o
com ligações cruzadas, ou ainda polímero tridimensional. A forrnaçao. e
retículos, devido às ligações cruzadas entre moléculas, "amarra" as cadeia_s,
impedindo o seu deslizamento, umas sobre as outras. Como consegue ··"nc1a

2A rr é . ti . é .
\. g) um importante e eito t nruco que pode ser utJ·1·1zado para a caractenzaçao
. - de poJ'1meros e outrOS materiais
rn do
amorfos ou semicristalinos. A Tg é a propriedade do material pela qual se pode obter a temperatura da pnssn!:!\1e,1
estado vítreo para um estado ·'maleável", sem ocorrência de urna mudança estrutural. A parte amorfa do mntert
responsável pela caracterização da Temperatura de Transição Vítrea.
Microestrutura dos Polímeros 367

imediata, surgem propriedades diferentes no rod .


fusibilidade e solubilidade. P uto, especialmente em relação à
As ramificações dificultam a aproxima ão da · . , .
diminuem as interações moleculares. Isso a~arr t s c~d~ias, pobme~1cas e
mecânicas, "plastificando" internamente o poe1,ª preJuE1zo as,propneda?es
, d . imero. ste e um carater
intnnseco, permanente, o matenal, em contraposiça-0 a 1·gual ./: ·t b .d
. d d' - d 1 'f'
1cantes externos que sa- re e1.e1
, · o o tl o por
.
meio
. a a içao
· -e p ash
d' . , 0 mov1ve1s por mews
físicos e, assim, vao mo ificando progressivamente as qualid d d d
(MANO, 1985). ª es o pro uto
De acordo com características de fusibilidade os polímeros podem ser
·t· d t , · ,
clas~1. 1ca os como erm?p1astico~ e termorrígidos. Os polímeros lineares ou
ram1~icados, que permitem fusao por aquecimento e solidificação por
resfri8;111ento, constituem os chamados termoplásticos. Os polímeros que, por
aquecimento ou outra forma de tratamento, assumem a estrutura
tridimensional, reticulada, tomando-se insolúveis e infusíveis são chamados
termorrígidos. '

12.4.2.1 Polímeros termoplásticos


Os polímeros termoplásticos, ao serem aquecidos, sofrem amolecimento e,
ao resfriarem , retomam a sua rigidez inicial. O comportamento desse tipo de
polímero viabiliza a produção em larga escala de artefatos através de meios
como a extrusão e a moldagem por injeção. Outros aspectos importantes
desses polímeros é que eles podem ser reciclados, já que são facilmente
remodelados por meio da aplicação combinada de pressão e temperatura.
O comportamento desses tipos de polímeros é entendido pelo estudo de suas
estruturas moleculares. Os termoplásticos são caracterizados por possuírem
ligações químicas intermoleculares fracas, tipo Van der Waals, de maneira que
podem ser facilmente rompidas com a introdução de energia. Dessa forma,
quando tais materiais são aquecidos, as ligações são rompidas, permitindo que
haja maior facilidade de movimentação das cadeias poliméricas umas em
relação às outras. A capacidade das cadeias de fluír~~ com a aplicaç~o de
temperatura garante a esses materiais suas caractensticas fundam.entais de
fácil re-processabilidade. As Figuras 3 e 4 mostram, esquematicamente,
cadeias poliméricas lineares e ramificadas d~ ~ermopláticos: N~ Qu~~o 5,
encontram-se relacionados polímeros termoplasticos, suas apbcaçoes tlpicas e
monômeros que lhe deram origem.

. lúneros tennoplásticos de cadeias lineares.


Figura 3 - Esquema para po
368 J. Proszek Gorninski e C. de Souza Kavnierczak
ífíC
,A~stêll
~~·e te att1b
, ....ra~ p0rc
1l~~ JrtCͪ ucaÇ
~sP doaaP s
,iºª~tllalJlente,
··o de
a
fi
('I :r11en~
...iteCII" ' aO
Figura 4 - Esquema para polímeros termoplásticos de cadeias ramificadas. ~"'·:stênc1a
~ ie51
~d·uestifeºº
Quadro 5 - Polímeros termoplásticos e suas aplicações típicas. O fal ieve iní
Termo plásticos Sigla Monõmero Aplicações .t~rc1 . tal de us
resínacns '...
Polietileno PE Etileno Bombonas, embalagens brinquedos, ·., il cotoraçao.
revestimentos de pistas de esporte (UHMPE)*
vasilhames para llquldos corrosivos. ~etora e isolant
1 . 1:hcado co
Poliproplleno PP Propileno Pára-choques de automóveis, carpetes, ~ Rl()UJll
sacarias, carcaças de eletrodométlcos, ~ ,ideocassetes e
seringas de Injeção, fibras.
0 pVC roostr
Poliestireno PS Estireno Utenslllos domésticos rígidos, pranchas
flutuadoras, brinquedos, escovas. OC(ICOrrentes, com
Poll (cloreto de vlnlla) PVC Cloreto de Estafamentos de automóveis, revestimentos 1rceptíveis em ·
r ; '
vlnlla de cabos e fios elétricos, esquadrias para 1-0lamento tenmc
Janelas, tubos rígidos para água e esgoto,
tubos para água flexíveis, pisos, bolsas. !!'J3llutenção e exce
Poli (acetato de vinila) PVA Acetato de Tintas de parede, adesivos. OPoli (acetato
vlnila
Jilizado na forma
Poli(metacrilato
metila)
de PMMA Metacrilato
de metlla
Placas de sinalização de tráfego em estradas, ,aracterísticas é ad
calotas e Janelas de avião, luminárias, painéis,
lanternas de carros, lentes de grandes Nlúneros acn1ic
dimensões para projetores.
~Parência, boa
poliacrilonltrila PAN acrilonltrila Fibras para produção de tecidos ~to. Opoliacri]
*Polietileno de ultra-alto peso molecular ~taISletencia aos soIVt
veza.
O polietileno recebe três diferentes denominações. Uma delas é HDPE
(PEAD), polietileno de alta densidade, que apresenta moléculas lineares (Figura
3), o que facilita a interação entre as moléculas e favorece a cristalinidade. Outra
denominação é LDPE (PEBD), polietileno de baixa densidade, formado por
macromoléculas ramificadas (Figura 4), fato que dificulta a proximidade e resulta
em menos forças intermoleculares, produzindo polímeros de menores peso
moleculares. Por fim, o UHMWPE (PEUAMP), o polietileno de ultra-alto p~so
molecular, é dos polietilenos aquele que se forma com cadeias mais longas,_ iSto
é, maior massa molecular. Tal fato influenciará nas propriedades físico-quínucas,
na resistência aos solventes orgânicos e na deformação, entre outras .
. O poli~ropileno es~ en~e os polímeros muito utilizados em todo_mu~d_o,
diversas areas de aphcaçao, dentre as quais o setor da construçao civil.
6s
,.
h omopo11meros - prod uz1.dos pela polimerização única d o pi·openo-
sao
Apresentam alta isotaticidade (cadeias alinhadas com auxílio de catalisadores
Microestrutura dos Polímeros 369

estéreos espe~ff~cos) e, por conseguinte, elevada cristalinidade, alta rigidez


st
dureza e resi en~ia ao calor. Apresen tam boa resistência ao impacto à
tempera ;ur? ambien te para todos .ºs,,. tipos de poliprop ileno, excelen te
transparencia P?r c~ntato e eleva~a re~1stencia à fadiga por flexão, 0 que O toma
adequad o a aplicaço es em dobradiças mtegrais.
Atu~lme nte, as fibras de polip:opil~n~ puro são utilizadas para inibir o
aparec~ ~nt? de fi~suras por r~traça~ plastica e para melhorar as características
de res1sten cia ao lllpacto e a traçao de argamassas e concretos de cimento
Portand.
O P?liestire~o, rs) é o pioneiro entre os termoplásticos. Sua produção
comercial teve m1c10 em 1930. Apresenta-se sob várias formas, dentre as quais
resina cristal, de uso geral, cujas características principais são a transparência e a
fácil coloraçã o. O poliestireno é utilizado, basicamente, como embalagem
protetora e isolante térmico . Já o poliestireno de alto impacto (HIPS), que é um
PS modificado com elastôm eros de polibutadieno, pode ser usado no segmento
de videocassetes e compon entes de refrigeradores e televisores.
O PVC mostra boa relação custo-b enefício em relação a materiais
concorrentes, como madeira , metais e cerâmicas, com vantagens facilmente
percept íveis em quesito s como resistên cia química e ao intemperismo,
isolamento térmico e acústico, facilidade de instalação, baixa necessidade de
manuten ção e excelen te acabam ento e est~tica, dentre outr~: . , , .
O Poli (acetato de vinila), pertencente a classe dos polivmil esteres, ~ ~m~o
utilizado na forma de emulsõe s na produção de tintas. Uma de suas pnnc1prus
características é adesivid ade. Poli (metacrilato de metila), pertencente à classe dos
polímeros acrílico s , têm como caracter ísticas: seJ?elhança ~o" v~dro,
transparência, boa resistên cia química, capacidade de refletrr a l~z e res1stencia ao
impacto . o poliacrilonitrila, também conhecido como fibra ac~ca, apresenta boa
resistênc ia aos solvente s, elevada resistência à tração após estrramento e fibras de
alta leveza.

12.4.2.2 Políme ros termorr ígidos ,


,
Os po11meros termom'g1·dos , também conhecidos como· termofixos, reagem
1·difi am
. . 1· - s cruzadas entre as cadeias' e se so 1 ic .
qulffilca mente , formand o igaçoe d , límero antes da cura e
E - ld d ainda na forma e pre-po '
sses po1ímeros s~o m_? a os ANEVAROLO, 2002). Os termorrígidos
da formaçã o das ligaçoes cruzadas (C or i·sso uma vez produzidos,
- 1 to da tempera tura e, p , _
n~o amo ecem com o aumen esse ti O de polímero, uma elevaçao
nao ~odem retoma r ao process ~ento. Par:O do m~terial (queima) antes de_que
contmu a da tempera tura leva a degradaç . d des mecânicas ocorra. Por isso,
q~alque r alteraçã o mai~ ?-1:amát~ca nas prxp~: t:rem adquirido sua forma final'
tais materia is são de difícil reciclag em. P _ , .
. ·naoem sao poss1ve1s.
apenas etapas de process amento VI~ uJI ;límero s pode ser compreendido pelas
O compor tamento dessa categon a e P , .dos apresentam suas cadeias
interaçõ es química s ocorrid as. Ç)s ter;i~g ~o de ligações cruzadas. Essas
conecta das umas às outras atraves da O ç
,·-;(l
. ,,.'{.
,,
; ,?
;t1,..

370 J. Proszek Gorninski e C. de Souza Kavnierczak

ligações químicas primárias, covalentes, re~ponsáveis pela~ ligações cruzadas


som ent e são rompidas com elevadas quantidades de ener?1a, que, usualmente'
lev am também ao rompimento de ligações das cadeias poliméricas e -'
conseqüente degradação da macromolécula. Assim, percebe-se que o tipo dª
lig açã o ent re cadeias, nesse caso, é responsável pelo comportament~
característico dos termorrígidos de não serem facilmente conformados e re~
processados através apenas da ação conjunta de pressão e temperatura. A Figura
5 mostra, esquematicamente, a formação de um polímero termorrígido.

Figu ra 5 - Cadeias poliméricas unidas por ligações cruzadas .

~o 9ua ~r? 6, encontram-se relacionados polímeros termorrígidos, suas


aplicaçoes típicas e monômeros que lhes deram origem.

Quad ro 6 - Polímeros tennorrígidos e suas aplicações típicas.

Termorrfgldos Sigla Monõmero Aplicações


Poliéster Insaturado UP Anidrido Cascos de barcos, piscinas, silos, tubulações
ftálico, anidrido Industriais para esgoto, alomerantes para
maleico e argamassas e concretos (concretos
glicol poliméricos)
Resina epóxl ER Eplcloridrlna e Compósitos com fibra de vidro e de carbono
4,4 - dlnenliol- para a Indústria aeronáutica, circuitos
propano Impressos, adesivos para metal, cerâmica,
vidro, moldes para ferramentas Industriais.
Poliuretanos, PUR Dlisocianato Na 'nd úslrla eletrônica, esporte, movelelra e
copo llme ro de poliéter de tolileno lazer como tapetes, puxadores na vedação
e poliéster (TDl-2,6) e Isoladores. ' ,
Dllsoclanato
de tolileno
(TDl-2,4)
Resina de uréia - UF Uréia e ácido Aglomerantes para painéis aglomerado
s,
formalde!do fórmico adesivos na construção de barcos.

Ex iste m dois tipos principa · d . .


iso ~ál ica e a pol iés ter insatura~~ e r~s;~as poh.éster; .ª poliéster insatur~da
resistência quí mic a e " . orto tahca. As 1softahcas apresentam ma10r
mecamca e as ort0 ft/1' - . / .
ataque da água. Essas pro rie d;d " a !ca s sao mais suscet1ve1s ao
dos qua is os pol iés ter es ie .
_es tem relaçao com os tipos de reagentes
a~i dez da res ina . Os poliés~:~!rn,aram/ ~ com o con seq üen te índice de
tem ma ior pes o mo l .s iso fta h~o s for ma m cad eia s maiores e
ma is dis tan cia dos 1 ee:t
ar' . po ~ o~ rad ica is áci dos nas cad eia s estão
re s1 · ole cul as ma is lon gas proporcionarn
tgações Microestrutura dos Polímeros 371
que, us
polirné rnaior resistê ncia ao impact o maior , d ..
e que
resistên c ia à água e aos sol ve~tes orgma" ~ ulo de elastici dade e maior
. ., mcos.
cornpo As res inas po 1iester são utiliza da
constru ção na produç ão de argama s, como aglome rante, na
nfo
desemp e nho. Os concre tos polimé rf~oass e concre tos de alto
. " . " . , . aprese ntam elevad as
resisten cias, mecam ca e quim1c a e são util · d
e reparos de estrutu ras de concr~ tos em roidzao ?S co~o r~vestim ~~tos
- d , ' vias , pisos rndustn a1s e
~a pro d_u9ao e peças pre-mo lda?as como lajes e bases para má uinas
1~dust nai ~, entre outros· As res!nas poliést er, adicion adas de Íibras,
s~o _tambe m usadas na produç ao de reserva tórios, caixas de á u
p1scmas e telhado s. g a,
. Uma das_ mai~re s utiliza çõ:s das resinas epóxi, reforça das com
flb;a~ de v1dr?, e na prep~r açao de tubulaç ões resisten tes a produto s
q~1~1c~s e a oleos m~n~ra1s . Essa resina tem a capacid ade de aderir a
vanos tipos de matena 1s , como os cerâmi cos e metálic os.
A resina epó~~ e/ou argama ssas modifi cadas com a resina epóxi são
amplam ente utihzad as: na constru ção civil na forma de adesivo s com
a finalid ade de aumen tar aderên cia entre o concret o antigo 'e os
concre to s novos; na união entre aço e concret o; na colocaç ão de
revesti mentos cerâmi cos; na ancora gem de chumb adores, e em muitos
outros mate riais. As argama ssas polimé ricas se vem também para
revesti mentos , reparo s e imperm ealizaç ão de substra tos de concret o
de cime nto Portlan d .
Os poliure tanos são ótimos isolant es térmico s , têm boa aparênc ia,
não absorv em água e são fáceis de fabrica r. Aprese ntam transfe rência
de calor menor que a espum a de poliest ireno , a qual já supera a lã de
vidro e de rocha. Os PU s são muito utilizad os como isolante s na
constru ção civil , na forma de painéis sanduíc hes para telhado s e
parede s divisór ias. São bons isolant es elétrico s e têm boa resistên cia
aos álcalis. Uma vantag em do uso do poliure tano nas edifica ções é a
capacid ade de isolam ento térmico com uma espessu ra menor dos
painéis quando compa rada com outros materia is.
Com as resinas à base de uréia-f ormald eído, é possíve l obter
moldad os de cores claras incolor es, que resistem à perda dessas
caracte rística s mesmo após grande s exposiç ões à luz. AléI12 dos
moldad os, en;ont ram grande campo de aplica_ção na produçao_ de
ades ivo s de temper atura e tempo de cura rnfe_nores aos das resmas
fenólic as . As resinas termor rígidas são forneci das, no,r~al mente, na
forma líquida . Após a adição de produt os qu11~11c?s, como
acelera dores e iniciad ores, transfo rmam- se do. e_St ªdo hquido para 0
estado sólido . Essa transfo rma~ã o é 1ef1n1 da como cura ou
polime rização , que se dá de forma 1rrever s1vel.
I

J. Proszek Gorninski e C. de Souza Kav nierczak


372

12.4.3 Tipos de materiais poliméricos

De acordo c?m o ponto d~ vista te~n~lógico; .os polímeros s~


divididos em, tr~s gr~p?s: elasto~eros , plastlcos (ng1dos e flexíveis)ªº
fibras. Os plast1cos ng1dos e as fibras, de modo geral, apresentam 1e
resistência à deformação, alto m~dulo e?ª~ª por~entagem de elonga~ta
1 Os elastômeros apresentam baixa res1stencia a deformação, granct º·
deformações reversíveis sob tensões e baixo . módulo, enquanto es
plásticos flexíveis apresentam comportament o mtermediário entre os
plásticos rígidos e os elastômeros. No entanto, em algumas situações os
linha divisória entre as três classes não é muito clara, já que plástico pod ª
ser usado com tal ou sob a forma de fibra, por exemplo. A Figura ~
mo~tra _os tipos de polímeros e suas classificações quanto ao tipo de
.. aphcaçao .

Polímeros

De
Elastômeros · Pd
Plásticos Fibras

,,
Cc
1. bu

JI

Plásticos de Plásticos de
uso geral engenharia Fl

De uso geral e de
uso especial

Figura 6 - Classificação dos polímeros.

ll.4.3 .1 Elastômeros
Borracha, ou elastômero , 'be
elasticidade em long f . ' ,e um material macromolecul ar que eX!
obrigatória para umª aixa, ª temperatura ambiente. Uma caracterí5uca
molecular contenha li c~~portament o elastomérico é que a estr~tur:
g ç es cruzadas, ou seja, tenha sido submetida
Microestrutura dos Polímeros 373

vulcanização . N~ m~ioria d~s reaç_ões de vulcanização, é adicionado o


enxofre, que se hga as cadeias pohméricas, reduzindo o deslizamento e
tornand? a borrach~ ~enos mole e pegajosa. A estrutura molecular é
similar a do t~rmorngido, ~as, nesse caso, há menor número de ligações
entre as cadeias· Isso previne o deslizamento de uma cadeia polimérica
sobre a outra (o que resultaria em uma deformação permanente do
material); por outro lado, permite sua movimentação, o que confere
flexibi lidade . A reticulação com o enxofre eleva a Tg, promove
estabilidade dimensional, redução da taxa de escoamento , aumento da
resistência a solventes , dimuição da distorção pelo calor. A densidade das
reticulações controla essas propriedades . Pela forma análoga aos
termorrígido s, também são infusíveis, mas existem as borrachas
termoplásticas , que são compostos de partículas de borracha em matriz
termoplástica , tendo a característica de flexibilidade com a possibilidade
de moldagem e reciclagem. O Quadro 7 apresenta cinco elastômeros
comerciais , suas principais propriedades e aplicações típicas.
Quadro 7 - Elastômeros, propriedades e aplicações

Pro rtedades
Excelentes propriedades fislcas;
boa resistência ao corte, à
abrasão; baixa resistência ao
calor e ao ozônio; boas
ro riedades elétricas
Copollmero estireno- GRS Boas propriedades físicas; As mesmas da NR
butadleno (SBR) excelente resistência à abrasão;
baixa resistência a óleos, ao
ozônio e ao lntemperismo.
Copollmero acrilonltrila- Buna A Excelente resistência a óleos Mangueiras para
butadieno (NBR) vegetais, animais e de petróleo; gasolina e para
propriedades fracas a baixas produtos qulmlcos;
temperaturas. vedações; biqueiras e
solas.
Pollsslloxano Silicone Excelente resistência tanto às Isolamento térmico para
(VMQ) temperaturas baixas como temperaturas altas e
altas; excelentes propriedades baixas; tubos para
elétricas. utilizações com
alimentos e para fins
medicinais.
Excelente resistência ao ozônio, Fios e cabos;
Cloropreno CR
ao calor e às Intempéries; boa revestimentos de
resistência aos óleos; excelente tanques para produto~
resistência a chamas. qulmicos; mangueiras,
veda es.

12.4.3.2 Plásticos re O e significa "adequado à


O termo plástico vem do . g_ g têm como componente
moldagem". Plásticos são mat~n.ais q~et~~i:o Embora sólidos à
1lar qu 1,,
principal , um po 1mero organ1co s1n e . ,,
d f . 1 em alguns estag1os e s . d eu
L caract ·
temperatura ambiente em seu esta o ina '
flui"dos e ,,
poss1ve1s · d e s erem
processamen to, os P1as ,, t·ico s tornam-se
te a e
0 sub
I

J. Proszek Gorninski e C. de Souza Kav


374 nierczak

m o ld a d o s , p o r a ç ã o is o la d a o u c
. o n j~ n ta d e c a lo r e p re s sã o . O
t'
po l 1 e 1 le n o p o li p r o p il e n o o s p o h c a r b o n a to s , o s
, O e p ó x is
'
e x e m p lo , e n q u a d r a m - s e ,na .c a te g o ri .
1 , · A l , Por
são m u it o r íg id o s e frage1s; o u tr a do _ s p a s tl ~ o ~ . g~n~ plásticos
o s s a o flex1ve1~, e x ib in d o tant
d e fo rm a ç õ e s e lá s ti c a s c o m o p lá s ti c
a s q u a n d o te n s 1 0 n a d o s . Algumaº
v e z e s , e x p e r im e n ta m d e f o r m a ç ã o a n
te s d a f r a tu r a .
1 P lá s ti c o s rí g id o s s ã o o s q u e , s o b a t~
um a lt o g ra u d e te n s ã o , is to é , s ã o m p e r a tu r a a
.
~ b 1 e n te , suportam
res1ste,n~es m e d ia n te !entativas de
s

p u x á -l o s ou e s ti c á - lo s . M a s , a o
c o n tr a n o d o s e la s to m e ro s , não
e x p e r im e n ta m m u it a d e f o r ~ a ç ã o a ~
te s d e s e r o m p e r e m . Os pl~sticos
rí g id o s o r ig in a m - s e d e m o le c u la s lt
~ e a r ~ s , e : d e p e n d e ,n d o do tipo de
u n id a d e r e p e ti ti v a e d o g r a u d e p o
h m e n z a ç a o , o p o h ~ e r o pode ser
u m s ó li d o ou u m a r e s in a lí q u id a
. A p r e s e n ta m c a d e ia s altamente
re ti c u la d a s e m u m a e s tr u tu r a o u r e 12.43,31
d e tr id im e n s io n a l. P o r isto, têm
m ó d u lo e le v a d o , r ig id e z e a lt a r e s is As fi
í O s p lá s ti c o s f le x ív e is n ã o r e s is te m
tê n c ia à d e f o r m a ç ã o .
ta n to à d e f o r m a ç ã o quanto os pnnciP~
r íg id o s e , p o r is s o , s ã o m a is r e longos
s is te n te s à r u p tu r a , costumam J

a p re s e n ta r a lt a c r is ta li n id a d e e m ó d de vo::
u lo d e m o d e r a d o a a lt o . Do ponto
d e v is ta de a p li c a ç ã o , o s p lá s ti c de defo
o s d iv id e m - s e e m d o is grupos:
p lá s ti c o s d e e n g e n h a r ia e p lá s ti c abiasão.
o s d e u s o g e r a l. E s te s podem
te rm o p lá s ti c o s ou te r m o r r íg id o s . O elasticid
s p lá s ti c o s d e e n g e n h a r ia foram
d e s e n v o lv id o s p a r a s u p r ir la c u
n a s d e a p li c a ç õ e s e exibem ~lo pr
c a r a c te r ís ti c a s d if e r e n c ia d a s . O
I' p r im e ir o d e s s e s m a te r ia is foi Atu
d e s e n v o lv id o p e la in d ú s tr ia D u P o n t material
1 e m 1 9 5 8 , o P o li a c e ta l.
O s p lá s ti c o s d e e n g e n h a r ia a p
r e s e n ta m m a io r m ó d u lo de de fib
e la s ti c id a d e e s u b s ti tu e m m a te r ia
is tr a d ic io n a is , d e v id o a suas celulos
p r o p r ie d a d e s , ta is c o m o : r e s is tê n c ia
à c o r r o s ã o , is o la m e n to elétrico, ambien
a lt a r e s is tê n c ia ao im p a c to ,
b a ix o p e s o e f a c il id a d e de superfí
p r o c e s s a m e n to . T o d o s o s p lá s ti c o s
d e e n g e n h a r ia s ã o termoplásticos, mono~
is to é , n ã o r e ti c u la d o s , e s u a f
u s ib il id a d e p e r m it e m u m fácil compari
p r o c e s s a m e n to . A p r e s e n ta m b o a r e s
is tê n c ia m e c â n ic a e durabilidade. As fi
A resis_!ência à ,o x id a ç ã o e a o in
te m p e r is m o te m r e la ç ã o com a ftesco
s a tu r a ç a o ,dª. m o le c u la ; e s ta n ã o a p r
e s e n ta in s a tu r a ç õ e s s u s c e tí v e is ao aade~
a ta q u e q u im tc o .
O s p lá s ti c o s d e e n.g e n h a r ia e s tã o d PIUprie!
iv id id o s e m d o is g ru p o s : de uso
g e ra l ,e d e u s o e s p e c ia l. E s te s ú lt im
o s c o m e ç a r a m a s u r g ir a m no final 12.s. ~
d a de.cada d e 7~ .. Tra~a-s~ d e p lá
s ti c o s d e a lt o d e s e m p e n h o , com
p r? p ~ ie d a d e s ad1c10na~s a q u e la s
d o s p lá s ti c o s d e u s o geral. Os
p la S h c o s d~ u s o e s p e c ia l s ã o te r m
o p lá s ti c o s , d e e s tr u tu r a s lineares,
s u ~ s " c a ? e ia s :P _ r e s e n ta m a n é is
a r o m á ti c o s . A p r e s e n ta m aJ~a
r~sIS.tenci~ J ? e c a m c a , m ó d u lo e le v
a d o , d u r e z a e n o tá v e l resistência

te n c1 P la st1 c o s d e e n g e n h a r ia d e
u s o g e r a l e e s p e c ia l encontram-se
r e la c io n a d o s n a Quadro 8.
Microestrutura dos Polímeros 375
Quadro 8 - Plásticos de uso geral de enge h .
' n ana de uso geral e de uso especial.
Plástico de uso geral Plâstlco de engenharia de
uso aeral Plâstlco de engenharia de
polietileno PE Polietileno de ultra-alto P uso esoeclal
molecular UHMWPE eso Poli (tetraflúor-etileno) PTFE
Poli (cloreto de vlnila) PVC Poli (óxido de metileno)
POM Pollésteres liquidas-cristalinos
Poli (metacrllato de metlla) -PAR
~~ (tereftalato de etileno) _ Poli (sulfeto
PMMA de fenlleno)
PPS
Poli (cloreto de vlnilldeno) Policarbonato • PC
PVDC Poll-lmldas - PI
Poliuretano - PU Poli (fluoreto de vlnllldeno) _
PVDF Poli (éter-sulfona) - PES
Pollestlreno os Poliamidas allfátlcas PA Poli larll sultana) PAS
Resina de uréla-formalde!do Poli (óxido de fenlleno) _
Poli (éter-cetona) - PEK
UR PPO

12.4.3.3 Fibras
.As. fibras são macr~m oléc~la s orientadas longitudinalmente, compostas
pnnc1palmente por ~olecu las lineares, capazes de serem estiradas, formando
longos filamentos cuJa relação (comprimento/diâmetro do filamento) é elevada,
de L/D = 100/1. Quando em uso, as fibras podem estar sujeitas a uma variedade
de deformações mecâni cas, por exemplo, estiramento, torção, cisalhamento e
abrasão. Elas devem possuir resistência à tração elevada e alto módulo de
elasticidade. Essas proprie dades são controladas pela química dos polímeros e
pelo processo de estiram ento da fibra.
Atualmente, as fibras de propileno vêm sendo bastante utilizadas como
material de reforço em substratos de cimento Portland. No entanto, outros tipos
de fibras poliméricas podem ser citados: náilon, poliéster, poliamida, polietileno, •
celulose e kevlar. As fibras de polipropileno são quimicamente inertes em ~
ambientes alcalinos, apresen tam sinergia com matri~es cimentíceas ~ possuem ,1
superfície hidrófu ga e podem ser fabricadas em diversas geo1:1etnas,. como
monofilamentos, fitas e filmes. Além disso, possuem massa específica baixa, se
comparadas com as fibras de aço, por exemplo. ,, .
As fibras podem increm entar as propried.ades dos compositos, tanto no .esta~o
fresco como no estado endurec ido, mas o tipo .de fibr~, º. processo !e ap~caç;o,
a aderência com a matriz são de suma 1mportancia para o tençao as
propriedades do compós ito.

12.5. Cristalinidade dos polímeros


. . ,, . âmicos formam -se a partir da ligação entre
Os matena 1s metahc os e cer orno sólidos cristali nos Nessa
á~omos ou íons e podem e struturar-seorcganizado nas três dimen~ões do
s1tuaçao,
- o arranJO· atom1c, ., · 0 mostra. -se. terno ao longo de
1 todo materia l. O
espaço, conferi ndo o mesmo arr~nJO ~ ou molécu las estão arranja dos
estado cristali no, pelo ,qual ;t~~e nor energia e, dessa forma, aquele
regular mente no espaço , e aque e
para o qual todo sistem a tende.
3 6 J. Pros:.ek Go mi ns ki e C. de Sou:.a Ka-:::Jnierc-_ak .
·c
JJll rt
tO d
Já o- po lí m er os sã o co m po st os po r m ac ro m ol éc ul ~s , nã o á~omos ;íst~l
e íons,
co m o o: m at er ia is m et ál ic os e ce râ m ic os . Is so re s~ nn. g~
. , m ui ta s vezes, os
pr oc e - -o : de cr is ta li za çã o. A s ca de ia s . ~o hm en ca s ap r~ se êJ'.ll aJ
n rm al m en te . ur na m ob ili da de re st ri ta , qu e d1f1culta a ad eq ua ça o
nt am , ~ sabe}
dessas ~I •
ca de ia : em sí ti os pr ee st ab el ec id os es pa ci al m en te . N o ca so do s mat i~S~ ije JllO
eriais
m et ál ic o . a or ga ni za çã o do s át om os le va u~ fa to r de e? Ip ac ot am
en to ; ~fusJ mD1ent0
no po lí m er os . é ne ce ss ár io qu e as m ac ro m ol e~ ul as ap ro xt m
em -_se, o que t~~cõ coJll re
da rá co m m ai or fa ci lid ad e se os po lím er os tiv er em um a configuraç ...auetJPS nden te
ão, f'l, aeoe
do ti po zi gu e- za gu e. de m ol éc ul as lin ea re s. . ,. .
.-\ cr i: ta li ni da de nã o é fa vo re ci da em m ol éc ul as po hm en ca s formad
Jotn (oo oill·
as 1 nnt a delo de
po r m er o- co m pl ex os ou ra m if ic ad os , co m o o po li- is op re no . Mol Olllº se a est
éculas
ra m if ic ad a - di fi cu lt am a fo rm aç ão da s fo rç as in te rm ol ec ul ar es ttplicar- •,., es o
em
"i rt ud e da di fi cu ld ad e de ap ro xi m aç ão da s m ac ro m ol éc
ul as , irias reg10
de fa vo re ce nd o o em pa co ta m en to do po lím er o. i 'do a pesq
~VI • O
E m bo ra di fí ci l. a cr is ta liz aç ão em po lím er os po de oc or re r. O grau
de 13ColllPatíve1s e
ri ta lin id ad e po de va ri ar de sd e co m pl et am en te am or fo at é qu i1plicar resultad
ase
to ta lm en te cr is ta li no (a té ap ro xi m ad am en te 95% cr is ta lin o) . Pa ra os estudos de
que
se ja po ív el a cr is ta lin id ad e de um po lím er o, é im po rta nt e formados por 1
que a
e tr ut ur a qu ím ic a da s ca de ia s po lim ér ic as se ja re gu la
qu ím ic o de ve m se di st ri bu ir es pa ci al m en te de fo rm a m ai s re
r, ou se ja , os grupos ~screvem a for
p o ív el pa ra pe rm it ir um em pa co ta m en to m ai s pe rf ei to da s ca
gular lO nm a 20 n
deias. comprimento de
P ol ím er o co m o o po li et il en o, de ca de ia s po lim ér ic as si m pl
es , e ~riam formados
po lí m er o qu e ap re se nt em he te ro át om os , co m o ha lo gê ni os , favore
cem a ~mensão das la
ob te nç ão de al to s ní ve is de cr is ta liz aç ão . A pr es en ça de ha lo gê ni os ,
como
o fl úo r. fa vo re ce a fo rm aç ão de lig aç ão hi dr og ên io en tr e as moléc
ulas, ~s lamelas, po
qu e ão m ai s fo rt es qu e as fo rç as de V an de r W al ls . A vi ab ili da !laiores denomi
de de ~ ·-
ri ta li za çã o es tá re la ci on ad a a um a co nf ig ur aç ão re gu la r da s cadeia ~oes amorfas e
s, o
qu e é ob ti do no s po lím er os si nd io tá tic os e is ot át ic o3. ~a fundida f0
P ol í~ er os at át ic os . no s qu ai s os gr up os qu ím ic os la te ra is se distribue
al ea to ri am en te de um la do e do ou tr o da s ca de ia s sã o usualm
m J~lais lamelar
ente lnlensões ·
~ o ~ o _- _J á J? O lím er os si nd io tá tic os e is ot át ic o~ po ss ue m fato • nucro
uma M' e responsá
di trt~u1ç!10 m ai s or ga ni za da de gr up os la te ra is qu e vi ab ili za m proces ,.1 lllleros s .
de cn ta hz aç ão . sos
· as F· enucri
_ A in te ns id ad e da s fo rç as in te rm ol ec ul ar es ta m bé m te m um ~I I&llras 7 e
papel
im po rt an te na cr is t~ in id ad e do s po lím er os . A s lig aç õe s hi dr og ên ar e esferuli t
io ou
m e ~~ _a fo rç as ~1pol_o sã o po ss ív ei s en tr e as ca de ia s, aumentand
o ª
po si bi hd ad e de cn st ah za çã o co m pa ra da a fo rç as de Van de r Walls
, que
oc ~" ": m en tr e as m ac ro m ol éc ul as ap ol ar es . Pa ra qu e se fo rm em
ligações
m ai in te n as , é ne ce ss ár ia a pr es en ça de át om os qu e ge re m polarid
na m ac ro m ol , 1 , ad e
_ _ ec u as . at am os el et ro ne oa tiv os . Ex em pl o de ss e tipo de
po-dhm er o e o N vl on ( r ·d )
... . - e.
h 1 ro ge n1 0 en tr e o-rupo ia m i a , o qu al , de vi do à pr es en ça de ligaçoe -
s de
po s a · ·
.... .:: m in o e ca rb or ul a, se ap re se nt a, no rm a1men te '
~ A furou de di."'-lribui.;ão de gru m" ""
~ ,._ .,. . • ·
- .,.....,-ntos qu um co s na cad eia po limérica define a taticidade do polímero. , ros
-r- --n t3m . os gru pa me nto s pe ·r,· · Polime
alc:u:<ri:unente n.-la:, ::a..ie· .
n en co s (po r e:xemplo, gru po s vm . . ~ . . "b fdoS
.-- ' " ias . enq uan to qu e no s po lím íhc os, halogemos ...) d1stn u te
de um bd o e do ou tro da _ _. . J . . · eros
.
sm
ct·
1ot
• . 1 dainen
'-.n iei a. a po lím ero s iso ..,.n· anc os, os gru pam ent os se dispõem a tema
bd o da ::adeia poliméric:i. 'ª cos apr ese nta m gru pam ent os per iféricos situados em apei1ns um
Microestrutura dos Polímeros
377
na form~ semicri.st~lina.
Um numero d1stmto de unidades morfol" · . .
durante a cristalização de polímeros a pa ~gi~as tem sido 1d.entificado
U nidades têm ajudado na elucidação do mrecir .º estdado fundido. Essas
Cristahtos . . S a b e-se que os amsmo
cristalitos sa-o fo d e cresc·imento os d
- l"
difusao de mo eculas ou segmentos de mol" l rma os no fund. d
i ? pe a
1
d d
empacotamen to or ena o. Os tamanhos dos cristal't ecu as em
- arranJos
. d e
1 - . 1 os sao relativamente
Pequenos com re açao ao compnmento da cadeia pol· ,, · .
. d d t d
são m epen en es o peso molecular e raramente excedem t imenca estendida.
h '
1 nm a 100 nm . 0 aman o de

O modelo de micela-frange ada foi o primeiro proposto na t t t· d


· t t · .
explicar-se a es ru ura cnsta1ma, na qual uma cadeia entrava en a 1va e
,, d
,, · · - d d E
vanas reg10es or ena as. sse modelo , atualmente está desca t d e saia e
·d · · , r a o,
devi o ~ ~esqu1sas mais a~~nçadas que revelam característica s
incompat1ve1s com ele. Na analise estrutural, o modelo não conseou
explicar resultados obtidos pela técnica de difração de raios x . º e
[tante Os estudos de microscopia eletrônica revelam que os cristalitos são
formados por lamelas delgadas (Figura 7). Os modelos propostos
t'ª' os descrevem a formação de cristais lamelares com espessura em torno de
ais
10 nm a 20 nm, dependendo da temperatura de cristalização com
das e comprimento de cadeia molecular de 1000 nm. Esses cristais lamelares
seriam formados por cadeias poliméricas que atravessariam a menor
dimensão das lamelas (espessura) em um caminho de ida e volta.
As lamelas , por sua vez, distribuem-se de forma radial em entidades
maiores denominadas de esferulitos (agregados policristalino s, com
regiões amorfas entre os cristais). Os polímeros formados a partir de uma
massa fundida formam esferulitas. Cada esferulita é formada por muitos
cristais lamelares (Figura 8). A presença dessas estruturas com
dimensões micrométrica s é suficiente para espalhar a luz visível. Esse
fato é responsável pela aparência ~sb~anquiçada ~u translúci~a de
polímeros semicristalino s , como o polietileno e o roh(ter~f1uoret1Ie!1o).
Nas Figuras 7 e 8 , estão representados esquemas Ilustrativos de cnstal
lamelar e esferulita.

. .
Figura 7 - Diagrama ilustrativo do crescimento de um cristal lamelar
J. Proszek Gominski e C. de Souza Kazmierczak
378

amorfa

,,,,
corrosao
.•
,pa,jtll
figueiredn1
:-osi(lade federal de

IJJ 1ntrodução
Figura 8 - Representação esquemática de um esferutilo polimérico .

No Quadro 9, encontram-se relacionados polímeros tipicamente cristalinos e


amorfos.
Quadro 9 - Polímeros cristalinos e amorfos.
Pollmeros cr1stallnos Pollmeros amorfos
Poliproplleno Poli(metll metracrllato)

Pollestlreno slndlotátlco Poliestireno atátlco


Nylon Pollcarbonato
Kevlar Poli (lsopreno)
Pollcetonas Pollbutadleno

Referências Bibliográficas
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CALLISTER, W. Jr. Ciência e Engenharia dos Materiais . Uma Introdução. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
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