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Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciências e Engenharia de Materiais

Geraldo Cechella Isaia (Organizador/Editor)


© 2010 IBRACON. Todos direitos reservados.

Capítulo 2

Qualidade e Desempenho na
Construção Civil
Cláudio V,cente Mitúlieri Filho
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

2.1 Introdução

Este é um dos capítulos introdutórios deste livro. Bastante conceitua!, visa


apresentar os fundamentos e os conceitos de qualidade e desempenho na
construção civil, bem como apresentar a evolução e os desdobramentos desses
conceitos no que se refere ao controle da qualidade de produtos, aos processos de
qualificação e certificação da qualidade de produtos e aos processos de avaliação
técnica de materiais e produtos inovadores à luz do conceito de desempenho.
Obviamente, são temas fundamentais e com muitos desdobramentos, que
poderiam ocupar, por sua importância e abrangência, muito mais páginas do que
este livro poderia conter. Todavia, trata-se de um livro sobre materiais de
construção e, como tal , são priorizados aspectos específicos de cada tipo ou
natureza de material, suas propriedades fundamentais e características
específicas. Entretanto, a aplicação desses materiais, denominados genericamente
produtos , está sempre relacionada a uma especificação técnica de um
empreendimento, que define a qualidade ou o padrão de qualidade a ser adotado
e exigido. Tais produtos, depois de aplicados nos diversos elementos construtivos,
independentemente do padrão de qualidade definido, passarão a ter um
determinado comportamento, em razão das diversas ações a que estará submetido
e das próprias condições de uso. Disso decorre a importância do conceito de
desempenho , que, em última instância, pode ser considerado como o
comportamento em uso do produto.
O processo da construção civil, até para que possamos ser mais didáticos e
melhor caracterizar os agentes envolvidos e a cadeia produtiva, pode ser dividido
em etapas, em tantas quanto forem necessáiias, dependendo de cada obra ou
empreendimento específico. Todavia, há um consenso de que algumas etapas
sempre estão presentes e representadas:
C. Vicente Mitidieri Filho
38
d
mpreendimen to, compreenden do d
0
• pelo planejamento .deades e demandas até os e studos da
.d ·f· ção de necess1 dºf" . e
I . en~1. ica f . -o do produto neste caso, o e 1 1c10 , o viaduto
viab1hdad~ e de,, i~iça qualquer outro tipo de construção O '
a usina h1dreletnca ou u
empreendi_m:ntoJo empreendime nto, compreenden do todas as
• p~l~ proJed o ltor1· a especificação dos materiais e demais
at1v1dades e consu ' d.
d m empregados concepção do empreen 1mento e sua
pro ut_os nªosemree1· o ambiente d~finindo-se, previamente , a qualidade
mserçao ' · 1 ,, 1
dos produtos e O desempenho potencia ou pro vave do
empreendimen to; ,., d.1 1·b · -
• pelos processos de fabricação, prod~çao e str u1ça? dos
produtos, como insumos ,,do ~~preend1me nto , sob determmadas
condições de qualidade pre-defm1das; .
• pela execução propriamente dita do e~preend1m_e nto, como
materialização do que foi previamente planejado e proje tado, etapa
na qual são adquiridos e empregados no empreendime nto todos os
insumos necessários , sejam materiais ou humanos;
• pelas atividades de operação, uso e manutenção do Os procesi
empreendimen to, compreendend o todas as atividades desenvolvidas prestados, q~
no próprio empreendimen to e no seu entorno, por seus u suários , por gerenciais d9
operadores, empresas de serviços e terceiros. Esta é a etapa na qual produtos, no
1
será observado o comportamen to real, ou seja, o desempenho do balizada ~e~~
empreendimen to, de suas partes e dos produtos e m ateriais de aos matenai
construção empregados. Por isso, é a etapa mai s longa do os padrões e
empreendimen to, desenvolvida ao longo de toda sua vida útil. serem adotai
Observando-se essas diferentes etapas, podem-se perceber claramente os qualidade. A!
c?n~eito~ ?~
_qualidade e dese~pen?o nelas inseridos, as especificações constituído I
tecmcas m1cia1s que traduzem a qualidade" ou características dos insumos a tendência de
serem adotados ou empregados, sejam serviços ou produtos, o comportamento desempenho,
ou o desempenho esperado ou projetado para o empreendimen to e suas partes, serem atendi,
e o desempenho ?~ comportamento real do empr~endimen to e de todos os de sua form.
produ~os e mate_nais de construção empregados. E notório , também, que o (ABNT, 200
conceito de qualidade está associado tanto a serviços quanto a produtos. edificações, s
de correr, de
2.2 A qualidade na construção civil O sistema
pela BS 880(
A.qualidade ' atualmente vis
· ta de uma 1orma
e · · satisfação de
s1stêID1ca associada a produtos, práticas de pi
servd1ços e processos gerenciais, insere-se em Siste~as de Gestão mais
mo ernamente em Siste I ' d0s no ambiente
(SGI) car t · d m~s ntegrados ou Sistemas de Gestão Integra P.roblemas oi:
proprlame~~ee~~ ~s ~~la mtegração dos processos de Gestão da Qualidade sistema enco1
Produtividade e Ges~~ª~ d; Seguranç~ ~ Saúde, Gestão Ambiental, Gestão da O sistema
ª
esponsabihda de Social (Figura 1). 1400o preocl
~
A NBR-Iso 9000
~ ~U~lidade, comi:
a.is infonnações '
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 39
end end o
est ud os
o, o via d
nst ruç ão

o tod as
is e dem
im ent o e
, a qu ali d
1 rov áve l Segurança
e Saúde Social
"buição
ete rm ina

Figura 1 - Representação esquemática do Sistema de Gestão Integrado .

1te nçã o Os processos de gestão da qualidade estão associados à qualidade dos serviços
ese nv olv i prestados, qualidade no atendimento, qualidade nos processos administrativos e
suá rio s, gerenciais de empresas, qualidade na assistência técnica e no uso e qua lida de dos
~ta pa na q produtos, nos quais se inserem os materiais de construção. A gestão da qua lida de,
:em pen ho balizada pelas normas da série NB R ISO 9000 (AB NT 2005) 1, no que se refe re
ate ria is aos materiais de construção, bus ca referências em normas técnicas, que def ine m
s lon ga os padrões e os requisitos a serem atendidos, bem com o os métodos de ens aio s a
'da úti l. serem adotados na verificação das características e requisitos, ou seja, da
!ar am ent e qualidade. Ao contrário de anos atrás, quando o sistema normativo nacional era
rsp e~i fica ç constituído por normas técnicas em sua maioria de caráter prescritivo, há a
tios ins um o tendência de elaboração de normas mais abrangentes, à luz do conceito de
mp ort am e desempenho, ou normas de desempenho, que definem os requisitos e critérios a
serem atendidos por um produto ou material de cc,;mstrução, independentemente
e sua s p
de sua form a, orig em , natureza e constituição. E o exemplo da NB R 10821
de tod os
(ABNT, 2001), que define os requisitos a sere m atendidos pelos caixilhos de
edificações, seja m eles de madeira, alumínio, aço, PV C, ou outro material, do tipo
de correr, de abrir, de pivotar, etc.
O sistema de Ges tão da Segurança no Trabalho e Saú de Ocupacional, balizado
pela BS 880 0 (1996) e OH SA S 18001, tem por finalidade, fundamentalmente, a
satisfação dos colaboradores da empresa, por meio da adoção de políticas e
.da apr od u práticas de pre ven ção de riscos. Sem dúvida, desonera a empresa, pois acidentes
Ge stã o, no ambiente de trabalho e saúde debilitada do trabalhador pod em ger ar graves
o Int egr a problemas operacionais e :financeiros par a as empresas. Na construção civil, ess e
da Qu ali sistema enc ont ra ferramentas na NR 18 (Ministério do Trabalho e Em pre go) .
tal, Ge stã O sistema de Ges tão Ambiental, balizado pelas normas da série NBR-ISO
). 14000 preocupa-se com o desempenho ambiental da organização, de for ma a
1
A NBR-ISO 9000 define diretrizes para implantação de politicas da qualidade e orientações para modelo de garantia
da qualidade , compreendendo as normas NBR-ISO 9001 a 9004.
Mais infonnações ver Capítulo 3 - Normalização na Construção Civil
e. Vicente Mitidieri Filho
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. ão ao menor risco de degradação ambiental e d proporciona


1
satisfazer ª.~oc1e?ade c_om r:e~~ eração de áreas já degradadas ou em progra~ e atividades b
st
forma deseJav:l, mve rr :ªão !biental. Tem três compromissos essenciai~ poder-se-
de p~eservaç~~ e_ ;d~c ~biental prevenção da poluição ou da degradação ~ ª qualidade
atendimento a egis ª9ª? d ' .nimizando os impactos ao meio ambient para um hc
melhoria contínua elimínan o ou mi . . d E . 1 e,
. d -' nti·vas ou medidas nut1ga oras. specia mente na somente ob
por me10 e açoes preve
- . il
- s· d
as empresas de construçao, o m uscon ao Paulo
s- também e
construçao c1v , para obre gestão de res1"duos, procuran d o adequar
trabalho S preocupaç
1
desenvo veu um LHO NACIO
procedimentos à resolução CONAMA 307 (CONSE . _ NAL DO responsab·
MEIO AMBIENTE, 2002), propondo formas de org~mzaçao ~as empresas no seja das c
que se refere à menor geraç~o de resíduos, à s~gregaçao dos resi~uos gerados.à sentido da
disposição e ao reaproveitamen to dos residuos. "Em . especial quanto ao de que so
2 considerar
reaproveitamento, os resíduos inertes, de classe A , tem sido transfo?Uados ou
reciclados como agregados para concreto, com emprego em pavimentação, empresa e
alvenarias de blocos de concreto, etc.
Para o sistema de Gestão da Produtividade não há ainda nenhuma referência 2.3.A qual
normativa nacional ou internacional. Na realidade, está sendo proposto que tal
sistema de gestão, quando existir de uma forma organizada na empresa, insira-se Por que
no SGI, pois não haveria razão para ser tratado de uma forma isolada. Isso não mesmo de
significa que as empresas não se preocupem com a questão da produtividade,já execução
que é um fator determinante na competitividade e sobrevivência das empresas de como uma
construção civil. Porém, mais recentemente, tem sido tratada de uma forma mais lugar, por
científica e sistemática, a partir da adoção do método dos fatores para determinar de represe
e otimizar a produtividade da mão-de-obra e o consumo de materiais de não há e
construção no canteiro de obras. empreend·
O sistema de Gestão da Responsabilidade Social tem seus princípios e segundo lu
requisitos básicos determinados pela norma SA 8000 (SOCIAL todos os i
ACCO~!ABI LITY INTERNATIO NAL, 2008), prevendo-se uma a qualida
r:,sponsabilidade da empresa em: não se envolver ou apoiar o trabalho infantil; definidos
nao se envolver com o trabalho forçado; propiciar um ambiente de trabalho Dentro
segu~o e saudável; proporcionar liberdade de associação ou direito à negociação algo muit
coletiva d,: contrato! de tr.abalho; evitar a discriminação na contratação, diferentes
a partir de
remuneraç~o, pro~oça?, demissão ou aposentadoria de funcionários, em razão da
cl~sse s~c1al, nac1?nalidade, religião, deficiência de qualquer natureza, sexo, Em alg
mercado r
~::çao ou_~pçao sexual, afil~ação política ou idade. A empresa não d~ve
grande nív
P. ou participar de qualquer tipo de punição a funcionário de forma abusiva,
?corre em
seJa corporal, mental, coerção física e abuso verbal. Às vezes é difícil falar e
escrever
. sobre algumas. qu e '
es oes que nos parecem óbvias mas o sistema tarn e b '111 unpossibili
devena prever respeito às 1 · h ,, · ' s no caso ed·
necessidades hu eis, ao~ orarios de trabalho , compatíveis e~~ ª início do e·
manas, e remuneraçoes compatíveis com as necessidades basicas, de receitas
nas fases i
2 Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou r . . na etapa i
a) de construção demoliç-ao re"1 ec1cláve1s como agregados tais como·
' , ormas e reparo d · ' · sola> Projeto no
provenientes de terraplanagem; s e pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive
b) de construção, demoliça-o ,.
1 d ' re1onnas e reparos d ecl'fiI Ihn>·
P acas e revestimento, etc.), argamassa e e icações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, te
c~de p_rocesso de fa?ricação e/ou demoli~~:c;:10; • etc.l
P oduz1clas nos canteiros de obras. peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, me1os-tios
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 41

proporcionando, inclusive, uma renda extra para o desenvolvimento de outras


atividades humanas.
Pod~r-se-ia indagar,. n~ste momento, qual a relação que tais aspectos têm com
a qualidade ~os mat~nais de .construção? O sistema de gestão integrada aponta
para um honzonte ainda mais longe, com a preocupação da empresa em não
somente obter e oferecer materiais ou produtos de qualidade a seus clientes, mas
também em produzir respeitando-se o meio ambiente. Deve haver também
preocupação com a segurança e a saúde dos seus colaboradores e
responsabilidade social, apontando para a necessidade de uma nova consciência,
seja das camadas internas da própria organização, seja para toda a sociedade, no
sentido da preservação da própria espécie humana no planeta. Não temos dúvida
de que somente a qualidade intrínseca do produto não basta; é necessário
considerarem-se todos os demais aspectos, até como diferencial competitivo da
empresa em um mercado tão globalizado como o atual.
hª refe
~osto q
23. A qualidade na etapa de projeto
esa, ins· Por que abordar a qualidade na etapa de projeto do empreendimento, antes
~da. Iss mesmo de abordar qualidade dos materiais de construção e qualidade da
lutivid execução da obra propriamente dita? A etapa de projeto pode ser considerada
como uma das mais importantes no processo da construção civil. Em primeiro
lugar, por ser uma etapa determinante na definição dos custos da obra, apesar
de representar um pequeno percentual do custo global do empreendimento;
não há como racionalizar ou reduzir custos na fase de execução do
empreendimento de forma tão determinante quanto no seu projeto. Em
segundo lugar, porque, nesta etapa, são definidos os requisitos de qualidade de
todos os insumos necessários e o desempenho potencial do empreendimento;
a qualidade e os padrões de qualidade dos materiais de construção são
definidos neste momento do processo.
Dentro de uma visão mais moderna de gestão, deve-se pensar que o projeto é
. nego algo muito complexo, que exige a participação de muitos profissionais de
diferentes especialidades e tem que ser conduzido de forma eficiente e integrada,
contra a partir de um processo de coordenação técnica e gerencial.
remr
Feza,
Em alguns segmentos da construção civil, por exemplo, no segmento de
mercado relativo a empreendimentos imobiliários, as empresas operam com
sa não grande nível de risco, pois atuam num cenário de elevada instabilidade. Isso
baab ocorre em razão da não existência de um controle sobre a oferta de produtos, da
lifícil f: impossibilidade de identificação total da demanda, além do fato de os produtos,
!ma no caso edifícios, serem comercializados a preço fechado, normalmente antes do
início do ciclo de produção. Muitas vezes não existe um vínculo entre o ingresso
de receitas e o planejamento da produção. Em função desse alto risco, em especial
nas fases iniciais do empreendimento, aliado à escassez de recursos financeiros
na etapa inicial do processo, muitos empresários, a despeito da influência do
projeto no desempenho competitivo da empresa, entendem o projeto como um
C. Vicente Mitidieri Filho
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do encarado co m o um a de spesa a s
ônus antes do início da obra, se,n 1 se ve ri fi ca r
minimizada o quanto antes for poss!~e de problemas de incompatibilidade er Ju st am en te
s entr in fl ue nc ia r
Essa situação pode levar a umfla senenegau·vos na qualidade do produto final
. s com re exos oe de fi ni r, de s
elementos constrUtIvo , -
al , da possibilidade de reduçao dos resulta,dou
seja, do edifício e ~ u e; t~ ~â ' e:esperados do empreendimento , a despeit um a ad eq u
O o d: ba se ad a na
econômico-financeiros e_ m os t ·.,;s de co ns tru çã o.
. d
qualida e mtnnseca. , de fim da para os ma encu . a or ie nt ar o
de reestrUturação competitiv da indústria da es tr at ég ia
Por o~tro _laild~, _c~md O ppr~~:s~~ final dos anos de 1980, alguns empreended
construçao civ 'lll• lCiari"o~"a ·arudo ore s ne ce ss id ad
ui
pro1eto e da necess1"dade da gesi.+;;ao e coordenação em pr ee nd i
atentar · am pa ra a im po 1 ,.
a .uci al . -
d 1 b raç-ao Cont J
ribui u ta m ,
be m pa ra es sa v on zaça o a for te pr oj et is ta s
de seu'alprocesso e e a o .
i - parte de cada m·tervem.ente m . clus1. , . .
ve do propno arquiteto, autor O es qu e
especi zaçao por
conceitual do projeto, que acabou se afastando, das au.v1. dades de coorden.aça_ co or de na çã
o, seja
pelo aumento do volume de projetos, seja pelo ~ume°:to da c? m plexidad co m o el em
e dos
empreendimentos, o que demanda um trabalho maior de mtegraçao . a in te gr aç ão
Atualmente, pode-se observar um movimento po~ p~ te das empr e da s fe rr
esas
construtoras mais bem estruturadas no sentido de valonzaçao do s aspe se le çã o de
ctos de
ordem técnica, com a valorização do projeto e do processo de ge co nt ro le , co
stão e
coordenação, seja por meio da contratação de empresas ou profiss da qualidade
ionais
especializados em coordenação, seja por meio da estruturação de departa pl an ej am en
mentos
e procedimentos internos que visam, além da garantia da compatibili C om o es
dade e
qualidade dos projetos, à aderência destes às estratégias competitivas da em pl an ej am en
presa.
A certificação dos sistemas de gestão da qualidade através da NBR ISO 900 su po rt e às
1
(ABNT, 2009) também contribuiu para a valorização do projeto, na med m ui ta s ve ze
ida em
que resgata o conceito de "responsabilidade" da empresa certificada pelo pro re co m en dá v
duto
final entregue, em que o processo de projeto possui papel chave para a qu qu ad ro s da
alidade
final ~o produto e satisfação de seus clientes, particularmente qu an co ns tr ut or a4
do os
pro.c~dimentos estabelecidos são extremamente aderentes aos objetivos e prá co m pe tit iv a
ticas
cotidianas da empresa certificada. se r ad ot ad
Co~o o projeto é a imagem criada daquilo que se quer realizar, sen co or de na do
do
aperfeiçoada e co~plementada durante o seu desenvolvimento , a fim de A pa rt ir d
agregar
valor ao .empreendunento, toma-se evidente a necessidade de envolvim um fl ux o de
to en to de em pr ee nd i
a dae eq armpe de P~ºJe · tIStas
· desde as pn·me1·ras fases do projeto, co m o objetivo de
crmg ati~~li~ ;a xr rn o de valo~ possível, além de evitarem -se problem fe rr am en ta s
as de ex em pl if ic a
posslbilidI d ade entr~ o projeto execu~ivo e o pr oj et o le ga l3. Alér
.. 1 n da3 • R ec eb im
equipe e ! e e ~~duçao de problemas de mcompatibilidade ao envolver
tod a or ie nt ad
uma adequ:~~:f;te O ~?or~enado~ desde o início do desenvoivimento do pro
jet05o,
significativos de qu~~J~~ e ~eStao e coordenação de projetos po de gerar
D es en vo
ganh, • A ná lis e
mais conveniente simulare e esempenho para o empreendimento , po is é
rnu1to
podem conseguir a , ou teSt~ ~temativas nessa etapa. O s ganhos que se co nces si
edifício, quando opporsotetco~ercialização e durante a fa se de constru lo ca is (
çã o dos
pnncipais decisões J.á .e J o Ja estª' fima1iz
• • • · ado, são muito pe
quen os po · a co nd iç õ
Em fu - ioram tomadas is
nçao dessa possibilidade de . . ' pass ivo
Juridic am
- de·
3 ent e . simulaçoes durante a fa se de projeto, Pº 4
' para registro da inco - Atualmente. obse
ape.nas o projeto legal o " . rporaçao de um em pre end " . , . ·, qu ad ros da em
venficação/incorpo _ u ProJeto prefeitura" b tmento e m1 c1 e ~ Pura u . presa
.1mens1on
. amento draçao das ne 'd 1 0 de sua come rcialização. é ne 00\l
d b' cess1 ades das outr, e a orado gera1me nte apenas pelo arquit . eto, se{ll 1 m proJeto, ou
e am 1entes téc'ruc
• os, etc. as especiaJ'1dªdes, tais como ,,rl·
dimensionamento da i:stJ'\l •
Qualidade e Desempenho na Construção Cil'il 43

se verificar um grande número de decisões ao longo de seu de se nv ol vi me nt o.


ilidades e Justame?te ne ss a fa se , as de cis õe s po ss ue m a m ai or ca pa ci da de de
duto final influ~nciar O desempenho e º. ~u.sto global do em pr ee nd im en to , po de nd o
1 os resul definir, dessa fo~ma, ~ ~ompetit1v1dade da empresa. De nt ro de ss e co nt ex to ,
a despeit uma adequada s1!temat1ca de ~estão e coordenação de pr oj eto s te m qu e se r
baseada na gestao do conhecimento e dos riscos en vo lv id os de m od o a
orientar o desenvolvimento dos projetos, a partir de di re tri ze s' de fin id as na
estratégia co m pe tit iv a da em pr es a. As sim , é po ss ív el sa tis fa ze r as
necessidades de to do s os cli en tes do pr oc es so de pr od uç ão do
empreendiment?: ~o cliente investidor, do incorporador, do co ns tru to r, do s
projetistas e, pnnc1palmente, do usuário final.
O esquema geral da Fi gu ra 2 representa um sis tem a de ge stã o e
coordenação de projetos, tendo como principal fa cil ita do r o co or de na do r,
como elemento gestor e difusor de todo o processo. O co or de na do r pr om ov e
a integração dos di~ersos intervenientes através da ge stã o do co nh ec im en to
e das ferramentas disponíveis para gestão dos processos de an ál ise de ris co s,
seleção de alternativas de projetos, análise de cu sto s, pl an ej am en to e
controle, contratação, gestão do escopo, integração, co m pa tib ili za çã o, ge stã o
da qualidade e gestão da comunicação. Todo o pr oc es so é no rte ad o pe lo
planejamento estratégico da empresa e/ou do em pr ee nd im en to .
Como esta sistemática está baseada na gestão do co nh ec im en to e no
planejamento estratégico, sendo algumas ferramentas id ea liz ad as pa ra da r
suporte às decisões a pa rti r de análises co mp ar ati va s de da do s hi stó ric os .
na me di da muitas vezes característicos da empresa e de se us m éto do s co ns tru tiv os . é
a pelo pr od recomendável que o coordenador de projetos se ja pa rte in te gr an te do s
a a qu ali d quadros da em pr es a, na fo rm a de co or de na do r in te rn o à em pr es a
te qu an do construtora4 , particularmente em razão de se u ví nc ul o co m a es tra té gi a
·vos e pr áti competitiva da empresa. Isso não significa, ne ce ss ar iam en te, qu e nã o po ss a
ser ad ot ad a um a ou tra fo rm a, de sd e qu e ha ja o co m pr om is so do
alizar, se coordenador.
fim de agre A partir do es qu em a geral apresentado na Fi gu ra 2, po de se r id en tif ic ad o
um fluxo de atividades necessárias ao de se nv ol vi me nt o do pr oj et o pa ra um
olvimento
empreendimento imobiliário. A partir desse flu xo , sã o id en tif ic ad as as
o objetivo
ferramentas ne ce ss ár ias pa ra o de se nv ol vi m en to da s at iv id ad es .
problemas
exemplificadas a seguir:
al3. Al ém • Recebimento da solicitação do cliente pa ra de se nv ol vi m en to de pr oj et o.
orientada pelo formulário "R eg ist ro de En tra da - Di re tri ze s pa ra
Desenvolvimento de Pr oj eto s" .
• Análise de ter re no s, orientada po r um "R ot eir o de An ál ise '', co nt em pl a.
entre ou tro s , ite ns como: co ns ul ta aos ór gã os co m pe te nt es e às
concessionárias de serviços públicos, ve rif ica çã o de co nd iç õe s ad ve rs as
locais (c om o ris co s de en ch en tes , in te rfe rê nc ia s co m vi zi nh os ) .
condições das vias de acesso, condições ge ol óg ica s. po ss ib ili da de de
passivo ambiental entre outros.
4
Atualmente, observam-se três principais formas de ~oordenação de projetos: rea l~d a por
profissional ?ga do aos
alização, é nec quadros da empresa constru tora ou incorporadora, reah~ da por empresa ou profissional con
trat ado esp eci fic am ent e
arquiteto, ser n para um projeto, ou realizada pelo arquiteto autor do proJeto.
amento da es
C. Vicente Mitidieri Filho
44

informaç,
suas inte
evento, a
medidas,
• Gestão d
colabora
envolvid
tempo re
disponib
fóruns d
• Gestão d
reunião·
escopo d
periódic
através d
projeto
atendim
análise e
Figura 2 - Sistema de gestão e coordenação de projetos. verificaç
projeto e
• Definição do produto e das diretrizes para desenvolvimento do projeto é etapa se
orientada por instrumento do tipo "Roteiro para Definição de Atributos", de todos
contendo campos para: registro das necessidades do cliente, identificação dos e interfa
atributos ou características a partir das necessidades identificadas, programa conceitu ,
definido a partir dos atributos, além de campo para análise de riscos. • Validaçã
• Definição dos recursos e contratação dos projetistas é realizada com base em recebime
"ficha de qualificação de projetistas", planilha contendo dados do projetista, mínimo P.
histórico de serviços anteriores (quando existentes), impressões colhidas • Por fim
durante entrevista preliminar (quando da primeira prestação de serviço), e apresent
verificação de alguns trabalhos desenvolvidos bem como informações segment
co~das junto a o~tros projetistas e clientes com ;elação a prazos de entrega, alcançad
qualidade dos proJetos en?"egues ~ atendimento às solicitações, entre ou~os compro
aspectos ..~sta etapa, ?~lica-~e/o. mstrumento contratual, que contém, alem tanto dos
nd
.. das co iço~s comer<:_1ais, cntenos técnicos, tais como escopo por etapa
rod
(p utos e mformaçoes geradas e recebidas em cada etapa), formas de
de planejj
qualifica
e~tr~~a da documentação, critérios de nomeação de arquivos eletrônicos, compram
cntenos de recebi111ento'
durante a execuçao da ob forma de comunicação da equipe assistência para ofer
d fi · - . ' - das
dificuld d
a es
d
e
!ª•
execuçao
e miçao das visitas para verificaçao
b·1·d f' I e
custo e
comprometllll·ento com a melh' ·responsa 11 ades, avaliação ma processo
/ . procedim
• No Plane·ament ona ~ontmua por parte do projetista.
"Cronograma de ºr do "de~envolv1mento do ro·eto pode-se adotar o forma a
CPM). Essa ferr!!~~enci~ s com caminho crítico" (Critical Path Metho~~ gerados.
de definição de respo~s~~~;, deve. ser ~esultado de um trabalho detalhade melhorias
ades, identificação de atividades e fluxo avaliação
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 45

inf o~a ções, estll;lat~va d~ dura~ão de cada fase e seqüência adequada, com
suas mterdependenc1as. E um mstrumento dinâmico e atualizado a cada
evento, a fim de se verificarem possíveis desvios e possibilitar a adoção de
medidas corretivas em tempo hábil.
• Gestão da comunicação em como ferramentas os chamados "sistemas
colaborativos", que são ferramentas computacionais que integram todos os
envolvidos na elaboração do projeto. Esses sistemas permitem a gestão em
tempo real de todo o ciclo do projeto, utilizando um único banco de dados
disponibilizado por um servidor, além de propiciarem reuniões virtuais,
fóru ns de discussões e agendas compartilhadas.
• Gestão do escopo e do desenvolvimento do projeto tem como ferramentas:
reunião inicial de discussão dos procedimentos da coordenação; adoção do
escopo de projeto sugerido pelas associações de classe; acompanhamento
periódico do cronograma elaborado em rede CPM; gestão da comunicação
através da adoção de sistema colaborativo; decisão sobre as alternativas de
projeto com auxilio de um roteiro contemplando análise eco nôm ica ,
atendimento às necessidades do cliente e análise de riscos; verificação e
análise crítica dos projetos recebidos em cada fase, com auxílio de listas de
verificação; avaliação da etapa do projeto, levando em conta a qua lida de do
projeto e a qualidade do atendimento do projetista, a fim de me lho rar a
etap a seguinte; e reuniões de fechamento de cada etapa, com a participação
de todos os intervenientes para discussão das eventuais incompatibilidades
e interfaces entre os diversos projetos, além de consolidação das decisões
conceituais par a liberação da execução da etapa subseqüente.
• Validação e recebimento do projeto são realizados a partir de "pl ani lha s de
recebimento de projeto" ou "listas de verificação", con ten do rot eiro
mínimo par a análise crítica.
sões • Por fim , ava liaç ão e retro-alimentação do sist em a. A sis tem átic a
de se apresentada pode ser bastante útil para coordenação e gestão de projetos no
seg mento de mercado de produtos imobiliários. Porém, par a que seja
info alcançado um bom resultado do processo, é desejável que exi sta um
os de comprometimento da equipe e, principalmente, que exista um nivelamento
tanto dos conhecimentos técnicos de cada projetista, quanto das habilidades
de planejamento e comunicação, a partir da gestão do conhecimento. A
qualificação criteriosa da equipe com relação ao nível de capacitação e
comprometimento, engajamento na busca de novas tecnologias, motivação
para oferecer opções de soluções para melhoria contínua, racionalização de
custo e facilidade de execução deve ser priorizada para o sucesso do
processo. Pod e-s e diz er que exi ste a nec ess ida de da ado ção de
procedimentos formais para a coordenação e integração dos projetos, de
forma a promover-se um a evolução contínua do processo e dos produtos
gerados. Esses procedimentos devem ser dinâmicos, permitindo revisões e
melhorias a partir de sua auto-avaliação ao final de cad a etapa de projeto,
avaliação ess a elaborada por cada interveniente no processo.
C. Vicente Mitidieri Filho
46
d ção e distribuição de materiais de arnostr
2.4 A qualidade na etapa de pro u .MO DE
construção arnostr
q ualid ade de mate riais era exercido n fábrica,
. alm te O contr o1e d a · versa . 0 contraia
Tradic10n en '. . d bimento em obra, e vice- • MOD
indústri~ de fo~a d~ss~ciad~vil~ ~:c~ controle do proce sso produ tivo, para qu: aroostr
st J~ gidução com a fabri cação de produ tos de baix
da qu~d ade na mdu na
não ~ªJª surpresas.: ao~ ~::Je
com ~specificações prévi as. Tem a função deª
qualidade ou e~ nao co__offfilm a qualidade pré-d efinid a ou espec ificada, reduzk
fábrica
prod ut
•MO D
além de produzir matenais co .. d
a variabilidade do processo produtivo e, conse quen teme nte, o custo o processo • MOD:J
• MOD.1::9
e do produto final. · d t · · prod ut
Por outro lado, o controle da qualidade no receb une~ to . os m,a e:iais em obra
é extremamente complexo, oneroso e requer tempos n~o dispo mveis nesta etapa O mode l
do empreendimento. Não se consegu~ avali!1" ª. quali dade de ~~ produto,_ em produ tos se
canteiro, somente com base em uma mspeçao ,vi~ual ou em an~~ es expeditas. no merc ad
V árias características mecânicas, físicas e qmm icas dos mate nais podem ser certif icaçã
verificadas somente mediante ensaios laboratoriais. Resta , então , para verificação O mode l
em canteiro de obras, apenas quantidades e algumas características visíveis dos verif icaçã o
materiais, como dimensões principais, aspecto superficial, etc. ensai o der
Não seria razoável, portanto, que todo o material de const rução produzido uma dific u
precisasse ser ensaiado quando do seu recebimento em obra. Alian do o controle prior izand o
da qualidade na indústria e o controle de recebimento em obra ou nos pontos de do prod uto
distribuição dos materiais de construção, os proce ssos de certificação de mode lo nú
conformidade viabilizam a demonstração prévia, por parte do produtor, da em cada fo
qualidade ou da conformidade de seus produtos, sem neces sidad e de recorre-se a Osm od
controles específicos ou especiais no recebimento desse s produ tos. A certificação há a nece ss
de conformidade oferece, portanto, uma maio r confi ança de que o produto, implantado
previamente analisado e avaliado, atend e ou está em confo rmidade com de ser au
dete ~ada e_spe~~cação técnica, principalmente quan do a certificação é situa ção tr
conduzida por mstitmções de terceira parte , geralmente organ ismo s certificadores O mod e ,
de produtos. pois não p
~r?dutos certificados recebem um certificado de conformidade, documento ensai os e
errutido .segundo as regras de um sistem a que atest a a certif icação de produ to.
conf~fffildade do produ to devid amen te ident ificad o Norm alme nte pode Omo de
assoc iar-se uma d • • '
marca_ e _co1uOfffildade ao produ to, a qual está protegida por lei
-.i: • de form as
e ex .
pnm~ 0 me~mo s1gmficado do certif icado de confo rmid ade A marca , em de confo
geral , está associada a um · ti · - · - d destr utivo s
produtos H,, .. . a ms tmçao ou a um organ ismo de certificaçao e
resum id~ ta vano s mode los de certif icaçã o preco nizad os pela ISO, Na déca
• en e apresentados a seguir: como o
MODELO 1: ensaio de ti d ,, . . !li habit acion
produto amostrad °
al po' quan e realiz ado apen as ensai o de tipo e Habi tat), d
• MODELO 2· o ~er me~te na fábrica; Prog rama s
. ensaio de tipo anh . ,, . eiJI
amostras do rodut0 ' acom p ado de ensai os penodicos ... P~odutivos
• MODELO 3· pens · dcole~das em distribuidores ou lojas comerciais, diver sos p
. aio e tipo ' acomp anh ad o de ensai.os penod .
. ,, 1cos efll
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 47

amostras do produto coletadas em fábrica;


• MODEL O 4: ensaio de tipo, acompanhado de ensaios periódicos em
amostras do produto coletadas em distribuidores ou lojas comerciais e em
fábrica;
• MODEL O 5: ensaio de tipo, acompanhado de ensaios periódicos em
amostras do produto coletadas em distribuidores ou lojas comerciais, e em
fábrica, mais avaliação periódica do sistema de controle da qualidade do
produtor;
• MODEL O 6: avaliação do sistema de controle da qualidade do produtor;
• MODEL O 7: ensaio de lote, quando do recebimento em obra;
• MODEL O 8: ensaio em 100% da produção, ou seja, na totalidade dos
produtos fabricados.
O modelo número 5 é o mais completo deles, em se tratando, obviam ente, de
produtos seriados, como é o caso da fabricação de materiais de construção usuais
no mercado. Esse modelo tem sido adotado na maioria dos process os de
certificação de conformidade de terceira parte.
O modelo número 1 pode ser adotado isoladamente, em casos específicos, de
verificação de protótipos, ou em conjunto com o modelo número 7, que prevê
ensaio de recebimento de lote. Todavia, não é uma situação ideal, pois é sempre
uma dificuldade a realização de controle de recebimento com ensaios , mesmo
o o coo priorizando determinações de características fundamentais ou mais significativas
e~Pºº! º
Eiticaçao
do produto. A adoção desses modelos, na prática, induz o produto r a optar pelo
modelo número 5, pois não tem que demonstrar a conformidade de seu produto
produto r em cada fornecimento específico.
recorre - Os modelos de números 2, 3 e 4 podem ser adotados, principalmente, quando
certific há a necessidade de controle por parte do mercado consum idor e não existe ainda
! o pro implantado, de forma sistemática, o controle da qualidade na produçã o, passíve l
f.dade de ser auditado em bases objetivas. Todavia, pode ser encarado como uma
!rtifica çã situação transitória, sendo desejável a migração para o modelo número 5.
ertifica O modelo número 6 não tem sido adotado para produtos de construção civil,
pois não possibilita a determinação das características do produto por meio de
ensaios e análises, ou seja, não contempla a verificação da conform idade do
produto.
O modelo número 8 não se aplica a materiais de construção civil, produzi dos
de forma seriada, podend o ser adotado apenas em casos isolados, de verificação
de conformidade de produtos muito específicos a partir de análises e ensaios não
destrutivos, particularmente quando a segurança é fundamental.
Na década de 1990, foram instituídos programas da qualidade na constru ção,
como o QUALI HAB, no Estado de São Paulo, específico para construções
habitacionais, 0 PBQP-H (Progra ma Brasileiro da Qualidade e Produtividade no
Habitat), de âmbito nacional, e tantos outros de âmbito estadual ou regional. Esses
programas propici aram a organiz ação e es.tf?turação de ~iverso s setores
produtivos, em particular fabricantes de matenai s de construçao, em tomo dos
diversos PSQ"s (Programas Setoriais da Qualidade), organizados e geridos por
C. Vicente Mitidieri Filho
48

amas têm adotado diversas fonnas d


associações de produtores. ~sses trºfum dos modelos de certificação, e e incorpora
rod
qualific~ção de P u~os' ª ;re; ~: processos de qualificação, conduzidos ;il qualidade
tendência ao model? numero. ·n~~ções técnicas de apoio, poderão ensejar
1 1
ir A cons
qualffi~a
associações de fabdncant~fis e ~s de conformidade específicos para produto~ ctº
futuro processos e cert1 1caçao lifi - d . e min1ID1Z
' . d · Os processos de qua 1caçao con uz1dos no
empresas que assim esejarem. 'd ifj s não confi
.· ·
programas setonais a qud alidade não são desenvolvi os espec icamente Para vezes há
ifi d
uma empresa e, portanto, não estão associados a cert ca os º.u marcas. Bá para a q .
somente a informação se um determinado prod~to de uma deterrmnada e~presa despesas
inserida ou acompanhada por um PS_Q esta,, conforme. com_ dete~ados Os ins
requisitos de qualidade, variáveis em razao do mvel de qualificaçao em vigor no forma de
respectivo programa. . . . .. . durante
Os Programas da Qualidade têm proporc10nado ~a ~elhona sig~ca~1va e terceiriz
evolutiva na qualidade dos materiais de construçao. Sao ~ma tend~ncia de dos servi
organização do setor produtivo, como forma de demonstraçao da qu.alid~de de alguns o
seus produtos, de forma semelhante aos proce~sos de ce}tif!caçao de profissio
conformidade. Pode-se afirmar que esses programas sao uma tendencia de todos empresa
os subsetores produtores de materiais de construção, pois estruturam o subsetor e Pode-s9
possibilitam aos fabricantes a organização do processo produtivo, a melhoria da forma ad9
produtividade na fábrica e no processo de distribuição e a melhoria da qualidade uma em~
dos produtos fornecidos, minimizando o risco de colocar no mercado produtos construto
em não conformidade com normas técnicas nacionais. Tais programas têm ainda . .
sena mai
propiciado uma grande evolução no sistema normativo nacional, induzindo à especializ
elaboração e revisão de um conjunto muito significativo de normas técnicas msumos,
brasileiras nos últimos anos.
acabado~
pela impl
2.5 A qualidade na etapa de execução da obra qualidade
principalrr
.A execução da obra, em ú!tima instânc~a, é a colocação em prática daquilo que construtor
foi represe~tado d~ forma virtual no projeto. Portanto, é de se esperar que tanto se certifo
me~or sera a qualidade da execução da obra quanto melhor for a qualidade do responsab
projeto. Se o proje.to é suficientemente detalhado, contendo as especificações de construto1
iorma clara e p~ecisa, haverá, certamente, uma redução das dúvidas sobre o que metodolo~
<lazer e, consequ~nte1:1ente, uma redução nas improvisações durante a execução dos serv
O
d~;b;~~:e projeto~ suficient~mente desenvolvido, até a etapa de detalhamento responsabi
exe!ção'~s~s ex~~utivos, ou seja, se a documentação técnica inclui o "projeto de outras pa
dúvidas sob os ivers~s elementos construtivos, haverá também redução de financeirai
re o como 1azer. co~tratado
Na etapa de execução da b - . E impo
além do financeiro b . o ra, estao presentes os msumos materiais e humanos,
necessidade cada v~~ ;:me;t~. Quanto aos_insumos materiais, já foi abordad~ª e~ecução e
sistemas d
certificação de materiai ~ ª lillple°:entaçao de programas de qualificação e e
tru (Organisrn
controle de recebimenti e co~S çao, d~da às dificuldades da realização~~
Processos
demonstração da qualidade~ o ra. Ademais, quem produz é responsável pe u
e e seus produtos, ou seja, a empresa constrUtora 0 seus Princ
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 49

incorporadora não pode arcar com o ônus das análises e ensaios de verificação da
qualidade dos produtos qu~ .adquire,.a.m~~os qu.e seja essencialmente necessário.
A construtora deve. adqwnr matenais Jª analisados e avaliados previamente,
qualifi~ados ou certificado~, .como forma ~e reduzir seus controles e evitar ou
m.inirmzar problemas patolog1cos futuros onundo s de produtos defeituosos ou em
não conformidade com as especificações técnicas. Parece óbvio, mas muitas
vezes há a tendência da aquisição dos materiais pelo menor preço, sem se atentar
para a qualidade, o que pode acarretar prejuízos futuros significativos, com
despesas financeiras bem superiores à pretensa economia inicial.
Os insumos humanos e a qualidade da mão-de-obra estão relacionados com a
forma de gestão da empresa , incluindo a forma de contratação dos serviços
durante a execução da obra. A tendência da empresa construtora tem sido
terceirizar serviços, ou seja, contratar mão-de-obra de terceiros para a realização
dos serviços em canteiro, mantendo nos quadros próprios da empresa apenas
alguns oficiais, como encarregados e mestres de obras, engenheiros e outros
profissionais de nível técnico ou administrativo que respondem diretamente à
empresa construtora.
Pode-se considerar que a terceirização na construção civil ainda não se dá de
forma adequada, pois nem sempre são contratados serviços especializados de
uma empresa, mas são contratados operários que são disponibilizados à
construtora por uma empresa fornecedora de mão-de-obra. A primeira situação
seria mais adequada, pois realmente o serviço é terceirizado, em que a empres a
especializada contratada fornece não somente a mão-de-obra, mas outros
insumos, mesmo que não todos, de forma a obter o produto ou o processo
acabado segundo especificações pré-definidas. Nesse caso, a responsabilidade
pela implantação de sistemas de gestão da qualidade, realização do controle da
qualidade do process o e do produto entregue é da empres a contrata da,
principalmente se houver exigência da contratante, normalmente da empres a
construtora ou incorporadora, em razão de seu sistema de gestão, particularmente
~ daquilo
rar que se certificado. O treinam ento e a qualificação da mão-de -obra são de
responsabilidade da empres a contratada. Na segunda situação, a empres a
ílUalidad
construtora contrata nte normalm ente tem que assumir e repassa r toda
cificaçõ e
metodologia de controle da qualidade e mesmo os procedimentos de execução
sobre o
dos serviços à mão-de -obra contrata da de terceiro s, sendo de sua
responsabilidade, inclusive, os processos de treinamento e qualificação. Em
outras palavras, excetua ndo-se as relações administrativas, de trabalho e
financeiras, do ponto de vista operacional, tudo se passa como se os profissionais
contratados de terceiros fossem do quadro da empresa contratante.
É importante este preâmbulo, pois tem relação direta com a qualidade na
lse hum e~ecução da obra. Os processos de certificação de empresas ou d~ certificação de
oi aborda sistemas de gestão da qualidade com base na ISO 9001 , conduzidos por OCS"s
~ficaçã o (Organismos de Certificação de Serviços), acreditados pelo IN11ETRO, focam os
ealizaç ã processos nos limites da empresa e suas interfaces com o exterior, ou seja, com
,onsáve l seus principais interlocutores, porém, em geral não entram no mérito da
onstrut or
C. Vicente Mitidieri Filho
50

. al principalmente terceirizado . No caso d


. , ca do profiss1on , d tr s . a específicas
qualificação mtrtnse - de serviços . ec1·alizados e ou a empre a, o sistema d
esp , · ·fi d e sirnplesme
Previsão de contrataçao d d serviços tambem seJa cert1 ica a pela ISo
q ue a presta ora e - d - d b . . produtos q
gestão pode prever . N caso da contrataça? e mao- e-o r~ tercemzacta
9001 ou norma eqmvalente .. ? mesma sistemática, ficando o tremamento e~ recebimen
dificilmente se consegue exigrrtra t nte As fornecedoras de mão-de-obra ne"' de compra
alifi - conta do con a a . . d 'l! qualidade,
qu caç~o por . uitas vezes não possuem sistemas e gestão da
sempre sao ~ertfil:cadas, m alificação profissional adequada. qualificada
controle de
qualidade e na~.exidge~ ,~ma dqauptar ou adequar a sistemática de certificação da
De forma a tra uzrr e a . il p d Q ali do materi
. d ISO 9001 à construção c1v , os rogramas a u dade, contra prot
qu.al1dade da n.orma o QUALIHAB, em São Paulo, ou o PBQP-H, de De for
seJam esta ums, como , . a1, d 'li
abrangência nacional, criaram sistemáticas propnas que, em ª ana se de também a
processos, visam o canteiro de obras e o produto ?nal en_tre~e pela empresa instalação
executora . As verificações ou as evidências da ,qualidade
. nao sao
b, buscadas pela produto.
empresa certificadora apenas em documentos tecmcos, mas tam em em campo, profission
durante o processo de execução da obra. . . _ qualificaçã
Há muito ainda que se aprimorar nos processos de cert1f1caçao de para a emn
empresas, mas muito também já foi feito~ em particular nos prograI?as de normalme~
construção de habitações de interesse social. Um dos aspectos a apnmorar certificado
é a verificação do emprego em obra, por empresas construtoras qualificadas comprova
ou certificadas, de produtos também qualificados ou certificados. Como a
contratada, normalmente, é a construtora, que é responsável pela aquisição 2.6A quali
dos materiais de construção, há que se considerar que nem sempre são
adquiridos produtos qualificados ou certificados, contrariando os acordos Na etap~
setoriais formalizados em alguns programas da qualidade. Esse aspecto,
comporta~
hoje, tem sido alvo de debates em vários fóruns. Os diversos setores construção
produto~es de 1:1ateriai.s de construção, engajados em Programas Setoriais Se fora 1
da Qualidade, tem envidado esforços no sentido da busca desse diferencial técnicas e
de .q~alidade, ou seja, que empresas construtoras qualificadas ou comportam
certificadas empreguem materiais qualificados ou certificados mesmo contrário, p
porque têm rea.lizado investimentos consideráveis na adeq~ação de desempenh1
P;0
c.essos pr?d~tivos e produtos às especificações e requisitos das normas
tecmcas braslleIIas. De qualq
etapas ante1
A 9ual~dad~ na etapa de execução da obra tem outras vertentes possa usuf1
orgamzac1ona1s e operacionais d
recebimento do ro ·eto ' com~ estruturação do processo_ e manutençãc
estabelecimento ~ 0 ; r oud?e desenvolvur~ent~ e coordenação do proJeto, do mercad
de execução, de inspfç~i: ~::~~os operaciona1.s, incluindo procedim~~tos Proprietárie
de planejamento, processo de a ~~e~to de. serviços, processos gerenc1a1s e Privativas ,
. '
de materiais e serviços et 'f
UáSIÇ.ao de msumos, análise de fornecedores as 1nformaç
ou não pri
construção alvos deste' 1· c. o avia, no que se refere aos materiais de
aqm·siçao,
· - pressupondo-
' ivro ' a grande .m · t erf ace esta, no processo de. ~mpreendir
d~ ~specificações ade;i~s:;ª :ue a qualidade seja atingida: a existên~1ª Industriais ,
tecn1cas previstas nas re .e compra, considerando as exigências fundamenta
spectivas normas técnicas e as exigências Precoce do
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 51

específicas de cada projeto; a aquisição de materiais pela qualidade e não


simplesmente p~lo preço; e a ~q.uisição, sempre que existir, no mercado, de
produ.tos quahf1cados .º~ certificados por entidades de terceira parte. No
recebimento dos matena1s em obra, devem ser verificadas as especificações
de c?mpra e outros parâmetr~s ou características dos produtos que afetam a
qual~d.ade, de forI1:ª. expedita. Quando da aquisição de produtos não
quahf1cados ou c~rt1f1cados,. a.construtora deve prever algum outro tipo de
controle ~e receb111:ento, ex1gmd~ que o fornecedor verifique a qualidade
do matenal fornecido, com ensa10 de lote, por exemplo, ou verificação
contra protótipo comercial pré-avaliado.
De forma a garantir a qualidade dos materiais em uso, é importante
também a forma de execução ou instalação do produto em obra, pois a
instalação incorreta pode induzir a um comportamento inadequado do
produto. Frisamos aqui, novamente, a necessidade de qualificação de
profissionais para cada tipo de serviço específico, introduzindo a questão da
qualificação profissional, voltada para o profissional especificamente e não
para a empresa prestadora de serviços. Nessa modalidade de certificação,
normalmente a mais adotada é a certificação por competência, que fornece
certificados a profissionais que, de alguma forma preestabelecid a,
comprovam a competência para realizar determinado tipo de serviço.

2.6 A qualidade na etapa de uso, operação e manutenção

Na etapa de uso, operação e manutenção, realmente será verificado o


comportamento do empreendimento, de suas partes e dos materiais de
SOS se construção empregados.
as Seto Se foram adquiridos materiais em conformidade com as especificações
técnicas e se sua instalação foi adequada, é de se esperar que seu
difere
comportamento também seja adequado, dentro de limites previsíveis. Caso
ficada contrário, poderão ocorrer sérios problemas patológicos, comprometendo o
fs, 112e
quaça
desempenho e a vida útil da construção.
De qualquer forma, mesmo observando-se os preceitos da qualidade nas
das no etapas anteriores, é importante a adequada orientação ao usuário, para que
possa usufruir o empreendimento, operar seus equipamentos e realizar a
manutenção de forma adequada. Nos empreendimentos residenciais , fruto
do mercado imobiliário, é necessário o fornecimento do Manual do
Proprietário, contendo informações de projeto , uso e manutenção de áreas
privativas e do Manual do Síndico ou Manual de áreas comuns, contendo
as inform~ções sobre operação, conservaçã~ e manut~nçã~ de áreas ~~muns
ou não privativas. Da mesma f~rma, t~1s ?"1ª~uais sao essenc~a1s em
empreendimentos comerciais e 1mprescmd1ve1s. em empre~n~1ment~s
rocess industriais ou de infra-estrutura. No caso de eqmpamentos publicos, sao
exist fundamentais os programas d.e ma~uten9ão, para q~~ não haja deterioração
. ,. precoce do patrimônio e/ou nscos a sociedade usuana desses bens.
exige
. ,.,
exige
52 e. Vicellle Mitidieri Filho

5
·t d Lean Constr uction e Lean Think ing aplicados à norma técnica
2.7 Conce1 os e
constru ção civil forma ou nas
inovador.
-ao nos d e teremos mui·to nos conceit os" de Lean
. Constru
. ction
,. . e Le an As normas t ·
N
Thinking apesar de importa ntes, pois tem mmto mais relevancia nos constru ção ci
process o~ gerenci ais ou de gestão de empres as . e de process os de especificaçõe~,
manufa tura, do que nos process os de c~ntrol e d~ quahda ~~- " muitas vezes Ja:
De qualquer forma, os conceitos _de co~stru çao enxu~ ~u . pensamento A avaliaçã o
enxuto" têm sua origem no Japão, mais especifi camente nas mdustn as Toyota, e empíric a. Cara
dizem respeito à organiz ação e raciona lização dos proc~ss os , reduzindo empree ndimen
atividades que não agregam valor ao produto final: reduzm do estoques de avaliaçã o. Para
matérias-primas e de produtos acabados, visando reduzrr custos de produtos com que deve atend
qualidade pré-definida e melhor atender ao mercado . . . A palavra d .
É possíve l aplicar esses conceito s na c<:nsn:i9ã? c1v1!? ~e~ dúvida, caracter iza o fa
principalmente se considerarmos que a construçao civil e ~ma mdustn a. Tanto é cumprir sua fu
possível que a empresa Munte Pré-fabricados de Concret o, mstalad a no Estado de sua vida útil.
São Paulo, implantou a mentalidade enxuta em seus process os administrativos e exposição a q
fabris, inclusive com a construção de uma nova fábrica à luz desses conceitos. todos os materi'
Algumas construtoras também têm se beneficiado desse conceito , principalmente O desemp e
quando da execução de obras em tempos bastante reduzid os, aliando princípios estabele ce entr
do just in time ao planejamento minucioso da obra e elabora ção do projeto com a determi nadas p
antecedência devida, não deixando para a obra a tarefa de projetar, definir e outra, o modo
contratar insumos, gerar contratos de serviços, etc. Quando a obra inicia-se, todas ocorre com o
as atividades de suporte estão concluídas, todos os contrato s de fornecimento compor tamento
estão acordados e todo o planejamento está definido , com possibilidade de • ensaios e
replanejamento praticamente diário. • modelo s m
do edifício ·
2.8 Conceito de desempenho aplicado à construção civil • julgame nto
e experiê n
. Quando se v8! proceder à avaliação de novos compon entes , elementos e • inspeçõ es e
sistemas construtivos, ou genericamente novos materiais de construção verifica· uso.
~e uma tendên<:ia ~e se tomar o tradicional como referênc ia e, por co~paração, Em função
J1:_lgar_ as soluçoe~ ~ovado ras. Em vários Códigos de Obras, muitas exigênci~ combin ação do
s~o amda prescnt1vas e, por vezes, o "nível de satisfação" do usuário e desempenho p
sim~lesmente colocado sob responsabilidade do projetista sem definir OS seu compor
parametros de desempenho necessários. ' A avaliaçã o
desemp enho, e
No dia a dia das empresas voltadas para a constru ção civil essa tendência é
suas partes ate
marcante e c~ece de um instrumental científico e tecnoló gico c~nstituindo-se eJll
desemp enho ex
~:~ri~1e~nativa bas:ante empírica. Como aceitar ou rejeit~ um determinado produto deve at
, d e cons~ç ao que apresentou determi nadas caracter ísticas aquém e/ou a determi nadas
a1em e outro considerado como tr d· · al? eas
decisões m ·ta ª icion . Essa questão sempre se coloca ,., . .A questão c
apenas o té~~;o v~es sã~ tomadas em função de outros parâmet ros que .na~ nucialm ente po
tradicional ou não : ~mtos casos, nem_ é possíve l identific ar se o mateflª~a du Bâtimen t).
~:-:== ::-=--- -'-:--_n_a_o _s_e_r _se_ o matenal possui ou enquadr a-se em algu
5 Os termos lean construction e lean thinkin t" . nxuto,
conforme é apresentado no texto. g em sido traduzidos como construção enxuta e pensamento e '
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 53

norma técnica brasileira; caso contrário, mesmo que não se enquadre apenas na
forma ou nas dimensões, não pode ser considerado como tradicional, mas sim
uction e inovador.
elevância As normas técnicas nacionais para materiais e componentes empregados na
processo construção civil têm, em sua maioria, caráter prescritivo, definindo
especificações ou requisitos a serem atendidos por um determinado produto,
1 " pens muitas vezes já consagrado pelo uso e com características bastante conhecidas.
strias Toyo A avaliação de desempenho apresenta-se como uma abordagem menos
;os, reduz empírica. Caracteriza de forma mais precisa o que deve ser atendido pelo
o estoque empreendimento e suas partes e quais métodos devem ser empregados na sua
! produtos
avaliação. Para tal, o empreendimento ou o edifício é entendido como um produto
que deve atender às exigências do usuário.
A palavra desempenho, cujo significado é comportamento em utilização,
Sem dú
caracteriza o fato de que um produto deve apresentar certas propriedades a fim de
:lústria. T:
cumprir sua função quando sujeito a determinadas influências ou ações durante
la no Estad sua vida útil. Essas influências ou ações são denominadas condições de
ministrati exposição a que o empreendimento, o edifício, seus elementos construtivos e
todos os materiais de construção serão submetidos, durante sua vida útil.
O desempenho do produto é o resultado do equilfürio dinâmico que se
estabelece entre ele e o meio que o circunda. Os materiais de construção possuem
determinadas propriedades e características que influenciam, de uma forma ou de
outra, o modo como elas reagem às condições de exposição. O equilfbrio só
ocorre com o produto em uso; entretanto, é possível prever seu provável
comportamento, ou seja, estimar seu desempenho potencial por meio de:
• ensaios e medidas, tanto em laboratório como em protótipos;
• modelos matemáticos ou físico-matemáticos que simulam o comportamento
do edifício;
• julgamento técnico, baseando-se no conhecimento científico de especialistas
e experiência acumulada;
• inspeções em protótipos ou empreendimentos e edifícios já construídos e em
uso.
Em função da análise dos resultados obtidos, normalmente a partir de uma
combinação dos diferentes métodos de avaliação, pode-se fazer a avaliação do
desempenho provável do produto, ou do material de construção, isto é, prever
seu comportamento potencial, quando em utilização normal.
A avaliação de desempenho, portanto, é baseada em requisitos e critérios de
desempenho, e em métodos de avaliação que permitem verificar se o edifício e
suas partes atendem às condições estabelecidas. Os requisitos e critérios de
desempenho expressam as condições qualitativas e quantitativas às quais o
produto deve atender para satisfazer as exigências do usuário, quando submetido
a determinadas condições de exposição.
A questão conceitual do desempenho aplicado aos edifícios foi abordada
1etros que • inicialmente por diversos autores e sistematizada pelo CIB (Conseil International
:e o mate du Bâtiment). Gross (1996) em sua apresentação no 3º Simpósio Internacional
se em al
54
e. Vicente Mitidieri Filho

. d Desemp enho ao Edifício , faz um histórico d


sobre Aplicação do Conce!to e m enho vendo um futuro em que todos 0 da norma
desenv? lvi~ento do conc:itocf:ild:~eot!-ão tais conceit os. Além do Código ~s paviJne nt?
profiss1ona~s da construç2ª0º00 anos antes de Cristo, apresen ta o conceito de einpres an
Hammurab1, de quase . "D L' o parânle t!o
ar uiteto romano Marcus Vitruviu s Polho nos seus . ez ivros sobre interve me
q . ,, C ' digo de Constru ção baseado no conceit o de desempenho uso e man
Arqmtetura , e o o 925 ·
proposto pelo National Bureau of Science s em 1 , que unplementou 0 Farhi (1
desenvolvimento de normas de desemp enho nos an?s 30 e,40. _ criada a
Entretan to, o conceit o de desemp enho aplicad o ~ con~tru çao, como constru ção
conhecemos hoje, data do final da década de 1960. Dai em diante, s~rgiram número d
trabalhos e artigos em diversos países com esse ~o~o enfoque dado pelos ~1versos de uma c
intervenientes no processo da construç ão (proJet1stas, ~onstru tores, fabncantes, seguran ça
instituições de avaliações técnicas, institutos de pesqms as, etc ), o que levou à ruído) e d
criação do Grupo de Trabalh o W60 do CIB, em 1970 e, a partrr de esforços da previa a
RILEM-ASTM-CIB , à organiza ção do primeiro simpósi o internac ional em maio analógi ca,
de 1972, na Philadelphia, EUA. Essas três Instituiç ões promov eram, a partir do comiss ão
primeiro simpósio internacional, uma série de eventos sobre o tema, sendo o Techniq ue
primeiro em 1977 sobre "Avaliação de Desemp enho de Fachad as de Edifícios". deserop e
O segundo congresso internacional foi realizado em Lisboa, Portuga l, em 1982,e e de cálc
o terceiro em Israel, em dezemb ro de 1996. substitu iu
Gross ( 1996) lançou um questionamento no terceiro simpósio internacional descriç ão
bastante interessante, o qual é reproduzido a seguir: Coma
comuns p
se o conceito de desempenho é compreendido Europe u,
filosoficamente, se sua abordage m é também amplamente Europe ene
aceita intelectualmente, se os seus princípios são de fácil pesquis as.
compreensão, se a metodologia decorrente remove barreiras normas c
às inovações, se o conceito de desempenho pode incrementar docume nt
a produção de edifícios com um custo total menor, por que necessá rio
ele não é aplicado universalmente? guias UE
pesquis as
Para se ' · ·
.,.. . u propno queSbonamento aponta alguma s razões dentre as quais: as Pesquis as
defic1enc1as existentes no conhe ·
. ,.. . d , Clffien
t , ' . ~ ?ketriz es
das exigencias e carater humano o , quanto a compre ensão e identifica çao
'd d Inovado res
estab 1 · d e necess1 a es econôm icas· dificuldades no
long:;i:ent o e parâmetros para avaliaçã o da durabili dade ' (desempenho ao Hattis (1
do conceit :~~)Ie;:p~~ duc~9ã o ou cultura qua~to aos benefíc ios da aplicação como uma
edifício (
aplica-se bem ao caso brasi~·. ~tam-s~ e~sa~ razoes, pois esse questionarne~t~
imaginam sempre a avalia - ~º· o me10 tecruco e, principa lmente, o empresana atributo s (e
higiene e sa
passo que deveriam imagk~ -l: desemp enho como um instrum ento restritiv?, ao
qualidade do produto e definirã o os
co~o mstrum ento fundam ental na melhona ~a
. na remoçao de barr . , . . nao Por isto é n
existem pesquisas sobre as . erras as movaçõ es . Ademais,
d necessid ades dos , · . . caso etapa de prc
1
aque es de renda mais b · . usuar1os, pnnc1p almente no
de Várias e
produtos inovadores de co~ p~a os .qurus são destinad as grandes partes .dos
acústica , e i
çao. Mais recentem ente, com a entrada em vigor
Qualidade e Desempen ho na Construção Civil 55

da norma NB R 15575 (ABNT, 2008) - Edifícios habitacionais de até cinco


paviment?s: Desempenho (Partes 1 a 6), essa realidade vem mudando. O meio
empresarial vem percebendo a importância dessa norma na definição de
parâmet!os obj etiv os de des em pen ho e de regras claras par a todos os
interveruentes n~ processo da construção, desde a etapa de planejamento até a de
uso e manutençao.
Farhi (1996) aponta que, logo após a segunda guerra mundial, em 1945, foi
criada a Ap rov açã o ou Avaliação Téc nic a de produtos inovadores par a
construção , na Fra nça , pelas autoridades públicas, visando à avaliação do grande
número de produtos inovadores colocados no mercado, em razão da necessidade
de uma construção rápida e de baixo custo. Eram considerados aspectos de
segurança (estrutural e ao fogo), habitabilidade (estanqueidade, aquecimento,
ruído) e durabilidade. Ess e estágio embrionário da avaliação de desempenho
previa a análise dos produtos e sistemas construtivos de for ma em píri ca e
analógica, bas ead a em poucos resultados disponíveis e no julgamento por um a
comissão de especialistas. Co m a criação do CSTB (Centre Scientifique et
Technique du Batiment), em 1947, houve um progresso na avaliação de
desempenho, com o estabelecimento de bases mais científicas, métodos de ens aio
e de cálculo. O documento de avaliação atual - Avis Technique (termo que
substituiu o Ag rém ent Technique de 1969) - consta de duas partes , um a de
descrição do produto e outra relativa ao desempenho e aplicação do produto.
Co m a necessidade da integração de normas de desempenho e procedimentos
comuns par a avaliação técnica de produtos, em razão do Me rca do Co mu m
Europeu , antecessor da União Européia, foi criada, em 1960, a UE Atc (Un ion
Europeene pou r Ag rém ent Technique de la Construction) por seis institutos de
pesquisas. As instituições participantes, atualmente em número bem superior, têm
normas com uns par a ava liaç ão de desempenho de nov os pro dut os. Os
documentos de avaliação técnica são aceitos entre os países, ao complementos
necessários em raz ão de regulamentações e exigências locais ou regionais . Os
guias UE Atc têm orientado não somente os países europeus, mas instituições de
pesquisas em todo o mu ndo , inclusive no Brasil, onde o IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) sempre tem considerado tais
diretrizes no desenvolvimento de seus trabalhos de avaliação de produtos
inovadores.
Hattis (19 96) , tom and o com o base o conceito de desempenho, trata o edifício
como um a ma triz bidimensional, em que um eixo é definido pelas partes do
edifício (materiais, componentes, elementos, subsistemas) e o outr~ pel os
atributos (de sem pen ho estrutural, seguran~a. ao fogo, seg ur~ ~a ~ acidentes,
higiene e saú de acústica, iluminação, durabilidade, etc). As exigencias hum ana s
definirão os parâmetros par a os atributos do edifício, no conceito d~ des~mpenho.
Por isto é necessária a participação de ~1!1 novo quadro de pr?fiss1onais des~e a
etapa de projeto , com a inclusão do usuano. n~sse quad~o (~q wte tos , engenheiros
de várias especialidades, paisagistas, proJ.et1.stas de mte nor es, consulto~es em
acústica, especialistas em custos, especialistas em processos executivos e
C. Vicente Mitidieri Filho
56

. Devem ser somadas às disciplinas tradicionais d


construtivos, entr~ ?~tros). ·t tura e engenharia) outras como: ergonollli a ruído e 6)
construção d~ edifi~ios (~qt ~ antropologia e disciplinas especializact a, nº 11, e
fisi~lo~a, psicologlf') SQIO ~~:~ trata de edifício residencial OU habitacion~S conceito
1 (genatria, por exempt~ . d uh~bitação de uma forma mais ampla, principalmente'
edificaçõ
entendendo-se a ques ao ª 'd d d · Ílllpleme
. 'al . 1 entada em larga escala, a necess1 a e a consideração e vários
a de mteresse soc1 unp em
de outras disciplinas de caráter social é patente. · - . adotado
No Uruguai, por exemplo, onde se pretende fazer uma avaliaçao u~cacta "Objectiv
através do Ministério de Obras Públicas e d~ Facul~ade de Arquitetura, Japão e o
fundamentalme nte para avaliação de tecnologias .deS tmadas a Pro~amas Comitê
Habitacionais específicos, como construção de moradias populares pelo s1s.tema 59 da IS
de Cooperativas Habitacionais, foi proposto pe~o I~E um mo?elo de a~aliação user Req
global, por uma equipe multidisciplinar q~~ mclm en~e~erros, arqmtetos e de trab
profissionais da área de humanas, como soc10logos e ps1cologos, com base em performa
uma matriz de ponderação, que considera três aspectos: através d
• aspectos físicos, como estabilidade estrutural, segurança ao fogo, 6.66 - P
impermeabilida de, qualidade térmica da envoltória, conforto acústico, Seguranç
integração com o entorno, infra-estrutura e serviços; quanto à
• aspectos sociais, como vida familiar e social; A criaç
• aspectos econômicos, como custos, recursos de mão-de-obra, insumos e contribuí~
prazos. concessão
Ressalta-se, entretanto, que a consideração de outros aspectos, que não fortalecillli
somente aqueles de caráter tecnológico relativos ao produto, é inerente à No Braj
avaliação de empreendimentos ou programas como um todo, e não à avaliação de pavi~entq
um material de construção isoladamente. antenores l
. A aplicação do conceito de desempenho no processo da construção, Os cri
unple~entada por esse novo quadro de profissionais, tem o potencial de produzir sistematiq
ed~fí~10~ melhores, haja vista a possibilidade de identificação mais precisa das concluído
ex1gencias humanas e, conseqüenteme nte, dos requisitos e critérios de de Estudo
desempenho. avaliar u
!f~tti~ (1996) menciona também a necessidade de se preverem mudanças nas populares
exigencias hun:_an~ ao longo do tempo, pois é natural a evolução física, soei~, Pode-se
cultural e econ?ffilca, tr~nsformando em exigência o que era apenas desejo. Tais de <lesem
mudanças, obviamente, mduzem a uma mudança do grau de satisfação do usuário materiais
~nte ª<: desempenho da construção, criando uma necessidade de renovação e Porém, de
:;quaçao ª novo~ patamares de desempenho. Tal tema tem sido debatido pelo prodt
. al~~nte , tend0 .sido abordado por John, Kraayenbrink e Wamelen (1996) no de desemi:
SImpos10 1ntemac1onal do CIB n, · ai mínimo dt
sobre aprovações técnicas. e por vvamelen (1994) no seminário intemac1on colocado 1
O conceito de desempenhO t · . , 1 vista do
mundial principalment e~ sido unplementado atualmente, em nive possibilid,
produto; de construção ~ae~ .!_uniao d~. alguns indutores. As diretrizes P~ Preço, se
1
exigências essenciai·s . ma? uropeia, de dezembro de 1988, prevêern se usuários 0
,
segurança ao fogo 3) hi .quais seJam· 1) re · t"' · "' . ·1·d de 2 )
; s1s encia mecamca e estab1 1 a • Fazendo-s
' g1ene e saude, 4) segurança em uso, 5) proteção contra
:----
"Cóc)·
7 tgo de edi
A ISO possui
g~onnaJização
orntll'; de de
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 57

ruído e 6) economia de energia e conservação de calor. A criação do grupo técnico


nº 11, CIB TG 11 - Performance - Based Building Codes, visa implementar o
conceito de desempenho nos regulamentos e códigos de construção ou
edificações e teve seu primeiro encontro em 1994. A Inglaterra já havia
implementado o conceito de desempenho no seu código de edificações, em 1984,
e vários outros países, como Suécia, Nova Zelândia, Austrália e Holanda, têm
ão un· adotado tal postura. O Canadá implementou o conceito de desempenho no seu

t
Arqui
Pro
pelo si
"Objective Based National Building Code"6, assim como outros países como o
Japão e os EUA.
Comitês técnicos específicos de desempenho , como no caso do comitê técnico
de av 59 da ISO, TC 597 - Building Construction, sub comitê 3, SC 3 on Functional -
user Requirements on Performance in Building Construction, têm vários grupos
de trabalho desenvolvendo normas de desempenho. O Grupo 10 tem estabelecido
performance standards for one - and two -family dwellingss. Nos EUA, aASTM,
através do seu Committee E-6- Building Performance, criou um subcomitê, E-
6.66 - Performance Standards for Dwellings. O subcomitê 4 da ISO TC92 -
Segurança ao Fogo - tem trabalhado na aplicação do conceito de desempenho
quanto à segurança ao fogo ao projeto do edifício.
A criação da WFfAO - Organização Mundial de Aprovações Técnicas tem
contribuído para difundir o conceito de desempenho e já lançou a idéia da
concessão de uma aprovação técnica mundial. A unificação da Europa e o
fortalecimento dos blocos comerciais também têm contribuído para tanto.
No Brasil, a norma NBR 15575: 2008 - Edifícios habitacionais de até cinco
pavimentos - Desempenho (Partes 1 a 6), foi elaborada como base trabalhos
anteriores desenvolvidos pelo IPT, no início da década de 1980.
Os critérios de desempenho, inicialmente formulados pelo IPT, foram
sistematicamen te revisados ao longo dos anos. Em dezembro de 1995, foi
concluído um trabalho pelo próprio IPT, com o apoio da FINEP (Financiadora
de Estudos e Projetos), sobre Normas Mínimas de Desempenho que permitem
avaliar um produto ou sistema destinado à construção de habitações
populares, considerando-s e a realidade sócio-econômi ca do nosso país.
udanç Pode-se observar que até aqui se abordou a questão conceitua! da avaliação
física, de desempenho. É claro que o nível de qualidade ou de desempenho de
desej materiais ou produtos inovadores relaciona-se com a questão do preço.
ãodo Porém, deve-se também ter em mente que um nível mínimo deve ser atendido
pelo produto, sem se considerar a agregação de outros valores ou incrementos
de desempenho. A questão do preço do produto em função de um desempenho
mínimo deve ser analisada frente aos riscos de fracasso do produto, quando
colocado no mercado sem uma avaliação prévia, e não somente do ponto de
vista do investimento inicial para sua aquisição. Por outro lado, há a
possibilidade de classificação de produtos em função de seu desempenho e
preço, se considerarmos níveis diferenciados de exigências dos próprios
usuários ou clientes do produto, com incrementos gradativos de qualidade.
Fazendo-se um paralelo bastante simples com a indústria automobilístic a, os
6 Código de edificações baseado no conceito de desempenho.
7 A ISO possui comitês técnicos, denominados Technical Comitee (TC), e subcomitês (SC). Ver também
Capítulo 3
- Normalização na Construção Civil.
8 Normas de desempenho para habitações de uma e duas famílias.
C. Vicellfe Mitidieri Filho
58

. . 0 s ditos opula res, cump rem r~9ui sitos básicos d


seus carros mais simples, pnduzir pesso as, etc.; Jª os modelos rn .e 29M et 1
desempenho, como !nddar,. frear, ecnotos no desem penh o, ating em velocidacta1s
f . . d em razao e mcrem .d , es
so 1suca os, _ . forta 'veis ofere cem vi ros e 1etrico s a Quan
· 1 das sao mais con , . , r-
mais e eva ' . - hºd , 11· ca etc poré m o clien te paga um Valo desti na
condicionado, direçao 1 rau , ., r pois de
adicional por isso. . B ·1 nh · requ isit
No ano de 1993, em simpósio realizado no ~a.si. ' ~ en.ge erro Ercio
Qem
Thomaz con t an do co m Contrl.buiç ões de M1t1dien . _ Filho e outros
colaboradores, apresentou uma metodologi~ de avah açao em função da defin id
de ava
relação custo /bene fício . A prop ost~ ,b~se ia-se , fu nd amen talmente_, na
corre sp
distinção entre critérios mínimos e cn.ten?s co:11-plem~ntares, que def:nem
trans for
níveis de desempenho crescentes. Os pr~meiros s~o c~ns !dera dos como n~v_eis
Am
mínimos de qualidade, para os quais deve ra ex1s~ir um, preço, ?as1co
avali açã
associado, obtido a partir de um mínimo custo. A parti r do ~ vel mmuno, 0
assim r
produto poderá apresentar desempenh,o comp leme ntar ou m'!em entos de a) ide
desempenho ou qualidade, o que devera seJ pond erado em funça o dos custos b)id e
adicionais advindos de tais incrementos . E possí vel, então , estabelecer uma edi
relação custo/benefício, conhecendo-se o preço ofert ado e os níveis de c) def ,
desempenho do produto. Nessa situação, o melh or prod uto não é aquele que pel
apresenta o menor preço, mas sim aquele que apres enta a melh or relação entre qu
preço e desempenho. Com base nessa metodologia, outro s fatores poderão ser d)de f
agregados, além dos eminentemente técnicos e de custo , considerando, por
exemplo, adequação à mão-de-obra local , apro veita ment o de recursos 2.9.1 E
regionais, nível de agressividade ao meio ambi ente, valor es culturais dos
usuários, produtividade, etc.
As e
O projeto de norma "desempenho de edifícios habit acion ais de até cinco deve m
p~vi~en~os" já ~~or porou a classificação dos critér ios de desempenho e~ funç ão.
tr~s mve1s: o mmu1!o, M, c??1.º sendo o patam ar obrig atóri o, e dois níveis exig ênc
acima, sendo um mtermed1ar10, I, e outro supe rior, s, com exigências ser sat1
crescentes .
socio lóP:
. A conceituação aqui abordada é aplicada aos mate riais ou produtos segu ran
mova~ores empregados em obras de construção civil, se bem que atualmente preo cup
per~eiam as normas para produtos considerados conv encio nais Isso pode ser limit açõ
venficado no caso da norma d 1 " · · ·
fi , e P acas cerarrucas para reves timento, cuJ0 cons erv
en oq~e e, fundamentalmente, de desempenho· 0 tipo d âmica a ser dura bili
escolhida para o revestiment d d , . e p 1aca cer ,.,
de suas características (nív ? depen. er"a d~ sua aplicação espec ífica, em fufç~o Den tr
água, níveis de resistênciaeis e res1stenc1a ao desgaste, níveis de absorç,ao e mere ce
.•
Isso também pode ser verifii~dataque de pr?d~tos quím icos específic?~ · et~.)~ estab ele
e portas de madeira par
1
â.
~a no~ a tecruca de caixi lhos para ed1fi~açoe
desempenho relativos à ª ~- icaçoes? com a defin ição de critérios de
caso do

1
condições de uso desses pr~1 :º ~e aplicação da janel a e em função das
uso em: portas internas port u ~s. ara portas, os requi sitos varia m conforme 0
requisitos especiais de ~esist:~ci: entrada e portas exter nas' além de portas coJJl
ª fogo, isolação sonora etc.
0
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 59

2.9 Metodologia de avaliação de desempenho de produtos inovadores

Quando da avaliação de desempenho, deve estar definido o uso a que se


destina o empreendimento no qual o material ou o produto será empreg ado,
pois dele dec?:r~m as exigências do usuário e, conseqüentemente, os
requisitos e cnteno s de desempenho.
o e o empreendimento ou o edifício divide-se em partes para as quais são
fun definidos os requisitos e critérios de desempenho, bem como os método s
alme de avaliação decorre ntes. Norma lmente , a exigên cia do usuário
que corresponde a uma interpretação de profissionais, que explici tam e
transformam essa exigência em parâmetros mensuráveis.
A metodologia adotada na aplicação do conceito de desemp enho à
avaliação do edifício, de seus materiais, componentes e elemen tos pode ser
assim resumida:
a) identif icação das exigên cias do usuário a serem satisfe itas;
b) identificação das condições de exposição a que está submet ido o
edifício, seus elementos e componentes;
c) definição dos requisitos e critérios de desempenho a serem atendid os
pelo edifício, seus elementos e componentes, expressos qualita tiva e
quantitativamente;
d) definição dos métodos de avaliação.

2.9.1 Exigên cias do usuári o

As exigên cias do usuário são entend idas como as necess idades que
devem ser satisfe itas pelo edifíci o, a fim de que este cumpr a sua
função. No caso do edifíci o de uso habitac ional, por exemp lo, as
exigências do usuário corresp ondem às exigên cias human as que devem
ser satisfe itas, sejam elas de caráter fisioló gico, psicol ógico,
sociológico e econôm ico. São, portan to, as condiç ões necess árias à
segurança e saúde do homem , ao seu confor to e à satisfa ção de suas
preocupações econôm icas, estas últimas derivad as das possib ilidade s e
limitações de seus rendim entos e das necess idades de o edifíci o
conser var seu desem penho ao longo do tempo , ou seja, sua
durabilidade.
Dentre as várias aborda gens relativ as às exigên cias do usuário
merece destaqu ~ a contida no .d~cu~ ento ISO 6241 (1984) , qu~
estabelece uma listage m de 14 ex1gencias a serem consid eradas para 0
caso dos edifíci os, aprese ntadas no Quadro 1.
C. Vicente Mitidieri Filho
60
Quadro 1 - Exigências do usuário.
2.9.2 Co
1 Exigências de segurança estrutu~I
' Estabilidade e resistência mecânica Asco
pelo conJ
caso do
devidas
4. Exigências de estanqueidade (d
Estan ueidade aos ases, aos lí uidos e aos sól os tempera
5. Exigências de conforto higroténnico própria u
Tem eratura e umidade do ar, condensa o focos de
6. Exigências atmosféricas Para
Pureza do ar e limitação de odores
7. Exigência de conforto visual
condiçõe
. exterior
Aclaramento, aspecto dos espaços e das paredes, vista para 0 vários ní
8. Exigências de conforto acústico resultada
Isolação acústica e níveis de ruído caracte
9. Exigências de conforto tátil
Eletricidade estática, ru osidade, umidade, tem eratura da su erfícle do próp ·
10. Exigências de conforto antropodinãmico exemplo,
Acelera es, vibra - e esfo s de manobras acidentai
11. Exigências de higiene .
Cuidados co rais, abastecimento de á ua, elimina - o de maténas usadas
impactos
12. Exigências de adaptação à utilização originam
Número, dimensões, eometria e rela -
13. Exigências de durabilidade 2.9.3 Re
Conserva - o do desem enho ao lon o do tem o
14. Exigências de economia
Custo inicial e custos de manuten - o e re osi o durante o uso Oedif
exposiçã~
de mane·
Observa-se que, dentre as exigências do usuário, há aquelas de caráter das exig
mais absoluto, como é o caso da segurança estrutural, e aquelas de caráter estabelec
relativo em que é possível estabelecer uma escala de satisfação associada ao expressos
seu custo, como é o caso do conforto e da durabilidade. Pode-se considerar, devem at,
co~ o enfoque de desempenho estrutural e não de segurança estrutural, ou consistem
seJ~, en!oque que engloba a questão da segurança além da questão da regras de
utihzaçao, que .P.oderão ser também ponderados requisitos de caráter produto.~
absolut?,. essenciais ou eliminatórios, que realmente envolvem a segurança, a serem ,
e .r~qui_:,itos de caráter classificatório, relativamente às condições de passíveis ,
utihzaçao . Inspeções
A . " .
/ exigencia d~ c~~ter humano depende de vários fatores, dentre outros do Esse e:
mv_elfcultural do mdividuo, da percepção e das possibilidades que ele tenha para aptidão ac
satis/ azer
. suas
. necess ·
1d d I f ·
ª es. sso az com que o conceito de ex1genc1a ,., · do ªº uso s
usu.~_n o seJa ba~!ante relativo, ou seja, varia de país para país ou mesmo de independe
regiao para reg1ao dentro d / ' · ra 0CIB
indivíduos de uma deter .e um me~~o pa~s. O que constitui exigê~c1a Pªde desempen
constituir se a ffilnada regiao socialmente mais desenvolvida Pº
- penas em deseJ· 0 .- nos • Seleçi
desenvolvidas. para aqueles moradores de reg1oes me
um ei
chega
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 61

2.9.2 Condições de exposição

As condições de exposição a que está submetido o edifício caracterizam-se


pelo conjunto de influências ou ações atuantes sobre ele durante sua vida útil. No
caso do edifício destinado à habitação, por exemplo, essas ações são variadas e
devidas aos fenômenos de origem natural (ventos, chuvas, radiação solar,
temperatura, etc.), de origem externa ao edifício (impactos externos) e devidas à
própria utilização do edifício (sobrecargas de utilização, choques devidos ao uso,
focos de incêndio, etc.).
Para cada uma das exigências do usuário corresponderá um conjunto de
condições de exposição a considerar. A quantificação dessas ações pode assumir
vários níveis de dificuldade, podendo basear-se na normalização existente, em
resultados e experiências acumuladas e em levantamentos efetuad os de
caracterização do meio físico (condições climáticas, condições de ruído externo) e
do próprio uso do edifício. No caso da exigência de desempenho estrutural, por
exemplo, as condições de exposição são caracterizadas pelas cargas permanentes e
acidentais, sobrecargas de utilização, ação do vento, variações higrotérmicas,
impactos ou choques, fixação de objetos, solicitações transmitidas por portas, que
originam esforços e deformações em todos os componentes e elementos do edifício.

2 .93 Requisitos e critérios de desempenho

O edifício, seus elementos e componentes, quando submetidos às condições de


exposição, devem satisfazer a determinados requisitos de desempenho, expressos
de maneira qualitativa, a partir da função específica a que se destinam e em face
das exigências do usuário. A partir dos requisitos de desemp enho, são
estabelecidos os critérios de desempenho, em função das condições de exposição,
expressos de maneira quantitativa, que o edifício, seus elementos e compon entes
devem atender durante sua vida útil. Os requisitos e critérios de desemp enho
consistem na tradução das exigências de caráter eminentemente humano para
regras de qualidade, definidas objetivamente, que devem ser atendidas por um
produto. São expressos como níveis de segurança, habitabilidade e durabilidade
a serem atendidos quando o produto é submetido a certas ações, níveis estes
passíveis de serem verificados analiticamente, por meio de ensaios e medida s, de
inspeções em protótipos e em fábricas e julgamento técnico.
Esse esquema constitui a base metodológica para a avaliação técnica de
aptidão ao uso de novos materiais destinados à construção civil. Definir a aptidão
ao uso significa comprovar que o produto atende às regras de qualidade
independentemente de sua natureza, forma e procedência.
O CIB aborda algumas formas de seleção ou estabelecimento de critérios de
desempenho, conforme apresentados a seguir, resumidamente:
• Seleção subjetiva baseada na experiência, no conhecimento e julgam ento de
um especialista ou um grupo de especialistas, que, através de discussões
chegam a um consenso. '
C. Vicente Mitidieri Filho
62
. ibilidade de métodos de ensaio,já em utilização no
• Seleção baseada na ~spon são analisados e selecionados por um grupo de
campo da constrUçao, qu~ . de desempenho do produto quando submetido
.ali
especi s , tas fixando-se ruveis
.
ao ensaio. ár funcional de urn produto, defimndo suas
• Seleção basead_a na Jn i~e os critérios de desempenho que são depois 2.9.3
principais funçoes e sta na âe O ções existente. A seleção dos critérios, de Os
selecionados dentr~ ~am ªç ~eio de urn julgamento, pelos métodos
qualquer forma, e ieita por
apres~ntados em A ou B. ortamento de produtos em uso, com inv~stigação
• Seleçao baseada.doo coemxppen·e"ncias acumuladas. A dificuldade maior, nesse
das falhas ocom as e . . . d
, d - ·ste experiência acumulada com matenais mova ores.
caso e quan o nao exi , · · d ·
• Sele' ão baseada no estudo das exigências do usuano, p~r ;11e~o e pes9~1~as
. ç ,· campo de forma a transformar essas ex1gencias em cntenos
sistemattcas em ,
de desempenho. .
As mais indicadas do ponto de vista científico são as altemat~va~ C e E, em que
contribui muito a avaliação pós-ocupação (APO) ou av~açao em uso .de
unidades já construídas e habitadas, independentemente do sistema construtivo no e
adotado se inovador ou convencional.
Denrr'e as exigências do usuário, algumas merecem destaque especial, do ponto :~~
de vista tecnológico, quais sejam: segurança estrutural, segurança ao fogo, de~
estanqueidade, conforto térmico, conforto acústico e durabilidade, comentadas
nas subseções seguintes.

2.9 .3 .1 Segurança estrutural


:f~s
prop
Os requisitos e critérios de desempenho são fixados visando garantir que os Aan
elementos construtivos não atinjam os estados-limites último e de utilização. O evitei
estado limite último corresponde à ruína do elemento ou parte dele, seja por facili1
ruptura, deformação excessiva ou perda de estabilidade. O estado-limite de
uti~zação ~orresp~n~e ao e~tado em que o elemento ou parte dele deixa de 2.9.3
satisfazer a~ condi9oes previstas para sua utilização ou tem sua durabilidade Os
comprometida,. s~Ja por. ~ss~ração excessiva, seja por deformações que limité:
ultrapass,em os limites .ªc':ta~eis para utilização do elemento. cobe1
Os ~etod?~ de avalia~a~ mcluem a análise do projeto estiutural , a realização exigê
de ~nsai?s físico~ e ~ecarucos e, ainda, a inspeção em protóti os. A análise do regio1
~:~Jet~ e ~onduz1da via cálc~l?s analíticos, a partir de um mod~lo matemático e condi
ensaio~~~~~:~~~ª~~! tmatenai\ e com,p?nentes constituintes do elemento. Os Qu
estanc
elementos. anto em aboratono quanto em campo, em protótipos dos opera
Considera-se mais adequado O . J regio1
pois se coaduna mais com º?me de exigência de desempenho estrUtu~ ' cada ·
O
Pode-se, ainda ter mais fl ~~.~~ceitos de estados-limites, último e de utilizaçao, Os
1 1
forma mais abrangente. ~i:~
critérios de de~empenho exi d ade no estabelecimento ou na classificação dos
0
uma tendência a definição dos critérios de uJJl:
de esforços decorrentes do uso, corno aquele
a rea
facha
Qualidade e Desempenho na Construçã o Civil 63

impostos por cargas. p~ovenientes de peças suspensas em paredes , podem-se


estabelecer ~~l?res lllllit~~ em função de cada tipo de fixação recomendada,
ficando a cnteno do ,usuano a escolha do tipo a ser adotado , em função do tipo
nindo de peça a ser fixada a parede.
são d
ritério 2.9 .3 .2 Segura nça ao fogo
s mét Os requisitos e critérios de desempenho visam limitar a influência dos
~a:eri~s e ~lement~s do edifício na alimentação e propagação de um foco de
mcen~io acidental, mterno ou externo ao edifício ou ao empreendimento, e
garantir que os elementos construtivos tenham uma resistência núnima ao fogo.
Os critérios traduzem-se na limitação dos índices obtidos pelos elementos e
materiais de construção, quando submetidos aos ensaios de resistência e de
reação ao fogo.
Os requisitos e critérios têm, em geral, como objetivo a preservação de vidas
humanas, exceto nos casos em que a preservação do patrimônio é essencial.
Leva-se em conta também uma análise global do projeto do empreendimento ou
do edifício, quanto à existência de disposições construtivas que favoreçam a saída
no caso de incêndio e que não permitam a passagem de gases e fogo entre
ambientes compartimentados. Nessa situação, é considerada também a instalação
elétrica, quanto a proteção, materiais e detalhes adotados, visando limitar o risco
de início de incêndio.
Os métodos de avaliação abrangem elementos de coberturas, paredes externas
e internas . Os de reação ao fogo visam aos materiais de construção empregados
nos acabamentos dos elementos construtivos , envolvendo os ensaios de
propagação superficial de chama, de densidade ótica de fumaça e de toxicidade.
A análise do projeto visa verificar o atendimento de disposições construtivas que
evitem a propagação do fogo entre compartimentos do edifício e entre edifícios e
facilitem a evacuação.

2.9 .3 .3 Estanqu eidade


Os requisitos e critérios de desempenho quanto à estanqueidade ao ar visam
limitar a permeabilidade ao ar de elementos construtivos, em geral de fachadas e
coberturas, de modo a permitir que, em condições críticas de inverno, as
exigências de conforto térmico sejam satisfeitas. Tais critérios têm caráter
regional e , normalmente, são adotados apenas em regiões em que ocorrem
,, . condições de inverno consideradas críticas, no caso de edifícios habitacionais.
atema Quanto à estanqueidade à água, os requisitos e critérios visam garantir a
emento estanqueidade dos elementos do edifício à água das chuvas, do solo e de
otótipo operações de limpeza e/ou uso. Os critério~ _rela!ivos à água de ch?v.as são
regionais, variando com as condições de precip1taçao e ventos, caractensticas de
o estru cada zona climática.
e utili Os métodos de avaliação quanto à estanqueidade, no caso de edifícios, incluem
ificaçã a realização de ensaios de perm~~bilidade ~o ar. e est~que idade à. água em
fachadas, pisos e coberturas. A análise do proJeto visa venficar o atendimento de
rios de
mo aq
C. Vicente Mitidieri Filho
64

. . !mente no que se refere às juntas en1-..


. - de escoamento lte
- construttvas ' especia declividades e cond"1çoes d cornom,
dispos1çoes
componentes ou e1:tre el~ment~s, ue garantam a estanqueidade dos element a os divers
água, ~arreiras àª~~º. dai~ª~ eecãoqem protótipos, quando possível, é elemen~~ critérios
requerida pelos cntenos. : P bsídios complementares para a realização d edifício.
indispensável para co1eta e su a
avaliação.

2 9 3 4 Desempenho ténnico . . . b 1 ·d
· Os· · reqmsitos · s de desempenho ' lllicialmente
. . e cn·t;eno esta e eci osd no Brasil
.
; . d 1
TTYT' • limitar as propriedades terrmcas e e ementos o edifício
pe1o .1r 1, visavam ) d dO ti" .ç
(como resistência ténnica de parede~ externas , . e m,o ª sa siazerem as
· "
ex1genc1 ·as do usuar;io no verão e no mverno,
_ relativas
, a temperatura
d rf; · do ar no
.
interior do edifício, ao risco de con~e~saçao ~ ~ presença e supe 1ci:~ muito
aquecidas ou muito frias._Esses reqm~1tos e cnte:io~ foram fruto de anális~s em
regime permanente, ou seJa, sem considerar a vanaçao de temperatura extenor ao mais pre
longo do dia. ;. ; . . " . simplific
Atualmente, o enfoque é diferente. A análise e efetuada em regime dinarruco,
considerando a resposta do edifício, ou seja, do conjunto de seus elementos a uma 2.9.3.6 D
detenninada condição de exposição, no verão e no inverno. A partir dessa Os re
resposta, verifica-se o nível de atendimento das necessidades do usuário, dos mat
classificando-se o desempenho da habitação. Devido à diversidade climática do dos age
Brasil, as condições de exposição para avaliação, ou seja, os dias típicos de verão emprego
e de inverno são fixados por região climática, definida estatisticamente a partir construti
dos valores que o conjunto de variáveis climáticas (temperatura do ar, umidade Ressalta
relativa e radiação solar) assume nos períodos de inverno e de verão. da const
Pesquisadores do IPf definiram, a partir da análise de dados de aproximadamente partes ao
20 ano_s: ~ zoneamento_clirnático p~ra f~s de avaliação do desempenho térmico que poss
dos ed1f1c1os, no qual _sao estabelecidas 01t~ zonas climáticas. A avaliação é feita periódic
para as zonas nas quais se pretende construrr o edifício. Osens
Um ~r~ssuposto para_ a ~efinição _dos níveis de desempenho foi a não adoção do calor
de con?1cionamento_ artificial, o~ seJa, a resposta do edifício é avaliada somente limpeza, '
a p~u das soluço~s. cons~tivas e materiais de construção empregados, abrasão.
cons1~e~and~-se as varias r~ahdades regionais. São realizados ensaios em novos incompat
1:1ate_na1s, visando ;determmar propriedades térmicas como condutibilidade durabilid
te~ca, calor e~pecifico e massa específica. Os métodos de cálculo permitem, ª Asme
~=s~:: t~~~~:~~:sd~ s. materiais e das caract~r~sticas do projeto, esti?1ar as manuten
aos critérios de <lesem e cm~ se~s elementos, v~~1f!cando, assim, o aten~111:ento construti
desempenho para as pv~o termico, 0 9u~ perffiltrra a classificação em mveis de elemento
informática atualment ana_s zonas climaticas do país. Com os recursos de com o cu
e existentes a li - · de Uma
softwares específicos Na a " . ' ª~ª açao pode ser feita por meio . "desemp
lançando-se mão de ~ed· - usenc1a de tais recursos, a avaliação pode ser feita 0 conceit
A norma NBR 15575:~b~~ _em p~o~ótipos._ . . . - exigência
Desempenho - já incorpora ~d1ficios hab~taciona1s de até cinco pavimentos
o metodo de avaliação global, apesar de ainda contar Oura
PUCPR · liMi1tec Central
Qualidade e Desem penho na Construção Civil 65

com_o método simplificado de ~erificação de propriedades térmicas isoladas para


os d1~erso~ ele~en~os construtivos. Entretanto, quando a avaliação é isolada, os
critérios sao mais ngorosos e nem sempre exprimem o comportamento real do
edifício.

2.9 .3 .5 Desempenho acústico


Os requisitos e critérios de desempenho visam limitar o isolamento sonoro de
elementos que compartimentam ambientes em relação ao ruído externo ou ao
ruído interno produzido em recintos adjacentes, inclusive ruído proveniente de
unidades autônomas contíguas e ruído de equipamentos, a fim de que sejam
satisfeitas as exigências do usuário relativas à privacidade acústica.
Quando referentes ao ruído externo, os critérios são definidos para o conjunto
de elementos integrantes da envoltória do edifício.
Os métodos de avaliação consistem em ensaios realizados em laboratório, bem
mais precisos e aplicados a elementos ou componentes isoladamente, ensaios
simplificados realizados em campo e em análises de projeto.

2.9 .3 .6 Durabilidade
Os requisitos e critérios de desempenho visam limitar o nível de deg rada ção
dos materiais de construção, quando submetidos a ensaios que aceleram a ação
dos agentes agressivos atuantes sobre o edifício. Visam também imp edir o
emprego conjunto de materiais incompatíveis físico-quimicamente e de detalhes
construtivos que possam contribuir para a diminuição da vida útil da construção.
Ress alta-se que os critérios relativos à durabilidade não prescrevem a vida útil
da construção, mas apenas fornecem indicações do comportamento de suas
partes ao longo do tempo; permitem a identificação de materiais e componentes
que possam vir a ser repostos ou que devam ser submetidos à man uten ção
periódica .
Os ensaios acelerados realizados em materiais e componentes simulam a ação
do calor, da umidade, da radiação ultravioleta, das intempéries, dos agentes de
limpeza, das atmosferas poluidoras, dos agentes biológicos, da águ a e da
abrasão. A análise do projeto e a inspeção em protótipo visam identificar
incompatibilidades de materiais e detalhes construtivos que possam afetar a
durabilidade.
As metodologias mais recentes adotam análises para se inferirem os custos de
manutenção ao longo do tempo, de forma a avaliar-se o custo global da solução
construtiva em um determinado período, em função da durabilidade de seus
elementos e componentes. Entende-se como custo global a som a do cust o inicial
com o custo estimado de manutenção e operação em um determinado período.
" Uma abo rdag em recente. es_tá ~endo ~d?tada n? proj~~º. de n~r ma
desempenho de edifícios hab1tac10nais de ate cmc ? pavimentos , mtroduzmdo
o conceito de vida útil de projeto e prazo de garantia, quando da abordagem da
exigência de durabilidade.
Durabilidade con siste na cap acid ade do prod uto em con serv ar, ao long o
C. Vicente Mitidieri Filho
66
,, 1 ma utilizaç ão previst a, sob condiço-
h ompat1 ve co es
do tempo, ~esempen c -º anutenç ão especif icadas pe 1o seu produtor e/ou
de instalaçao, operaçao e m oese
forneced,,o~. . eríodo de tempo durante o q~al o p~o~uto pode ser noP"
Vida utd consiste no P . f t ,, ·as de seguran ça, saude e h1g1ene. A parti·r
.. b d· ões satis a on
utilizado so con iç ,, f mente imposs ível estabe1ecer com precisão Perda de de
do atual estado da arte, e pra ica onhecim ento dispon ível sobre os agentes nal. prejuízo
nd0 0
esse período. Recorre -se ª ~s degene rativos e as caracte rísticas físicas
Risco de prej
agressi~os , os diferente.s proccoenssst1'tuintes de um produt o , pode-s e apenas
"m1cas dos matena1s d 'd ,, ·1 d
e qm . t' s tecnicamente fundam entadas a v1 a uti e projeto
estabelecer estima "1vat 1 estado da arte,, a " me1hor tecnica " · d· ,, ·
ispomvel no
Entende-se como a ua - d b " A 'd
elabora ção do projeto e da execuç ao a o ra . v1 a útil
momen to da 'd ,, ·1 ·d 1
1
subdivide-se em vida útil de projeto e v1 a uti res . ua ·
Vida útil de projeto diz respeito ao per~odo estimad o d~ tempo em que
0
compon ente, elemen to, instalaç ão ou sistema constru ti.vo atendem os
critérios previstos, no respectivo nível de desemp enho 1nforr12ado pelo
fornecedor. Deve-se , para tanto, cumprir program a de manute nçao por ele
especificado, além das manutenções corretivas even~u almente ne~essárias.
Para o atendimento à vida útil de projeto , mantid as as condições de
exposição inicialmente presentes, o produto deve ser aplicado, utilizado e
mantido em estrita obediência às especificações do fornece dor.
'l Vida útil residual consiste no período de tempo , após a vida útil de Defin i
projeto, em que o componente, elemento, instalaç ão ou sistema construtivo atendi do
vão apresentando decréscimo continuado do desemp enho em função do uso permit a
e/ou do envelhecimento natural. Nesta fase, em que ainda são mantidas fixado s.
condições satisfatórias de segurança, saúde e higiene , para retomarem-se Os mé
níveis adequados de estanqueidade, durabil idade, confor to térmico e • medi ,
acústic o , etc ., há necessi dade de manute nções e reform as mais com
dispendiosas.
~ida tota~ con,,s~ste n? período de tempo que compre ende a vida útil de
proJ~t~ ,. a vida util residual e uma sobrevi da na qual passa a existir a trata
poss1b1hdade de que os níveis de seguran ça comec em a ser perigosamente • cálc
afetados. comp
3
Na Figu~a , est! repre~entado o desemp enho ao lon o do tem o de uJII condi
~~!~:npt~~J·1~~a~~~ªaºu,,ºt1·u1 s1s.tdemal constr~tivo, indican do~se també1:n a vida comp
' res1 ua sobrev1da ·d 1 satis
Prazo de garantia se cons 1. '. ,, e v1 a tota .
probabilidade de que eventuai: ~;f d? penado ?e tempo em que é elevadad:
?ovo , venham a se manif t eitos embuti dos no produt o , em estado
cálcu
a esf
• julga
mstalação, as quais repercu t:s ar (falhas de fabrica ção , montagel1_1 ou em e
Se o produto foi fornecido m em des.empenho inferio r àquele prev1SW)· 1nspe
rapidamente, dentro do praz0 cdom defe.1tos, espera- se que se manifesteJ11 Dm as
e garantia.
avaliaç ão
relevante
Qualidade e Desempenh o na Construção Civil 67

Desempenho
elevação do desempenho mediante inter-
venções programadas de manutenção
Desemperh o i:reuisto
no i:roJeto (M , I ou S)
1
1

.......,........................................
1

Perda de desempenho funcio• 1


I 1
nal, prejuízos ao conforto, eto 1 :

1
.l-·-····-··
.......J........ .................. .........- •
!

Risco de prejuízos à segurança


1
1 !'
i
i
!
i

prazo de garantia Tempo


Vida útil de projeto

Vida Üil

IJ1da tdal

Figura 3 - Desempenho ao longo do tempo de um elemento, instalação ou sistema construtivo.

2.9.4 Métod os de avalia ção

Defini dos os requisi tos e critério s de desem penho a serem


atendid os, são necess ários método s uniform izados de avaliaç ão, que
permita m verific ar se os produt os atende m aos requisi tos e critério s
fixados.
Os método s de avaliaç ão estão associa dos a:
• medida s de proprie dades definid as e mensur áveis dos materi ais e
compo nentes do edifíci o, a partir de ensaios de caracte rização ;
• ensaios e medida s com os quais se tenta reprod uzir as condiç ões
de exposi ção de uma maneir a simpli ficada e padron izada,
tratand o-se de ensaios de desemp enho;
• cálculo s, com os quais é adotad o um modelo teórico do
compo rtamen to do produt o e, por via analíti ca, a partir das
condiç ões de exposi ção e certas proprie dades dos materi ais e
compo nentes, estima -se tal compo rtamen to e verific a-se se este
satisfaz os requisi tos e critério s de desemp enho (por exemp lo,
cálculo do nível de segura nça de uma estrutu ra quando subme tida
a esforço s de vento);
• julgam ento técnico , basead o no conhec imento de especia listas e
em experiê ncia acumu lada, por meio da análise do projeto e de
inspeçõ es em protóti pos dos produt os, em fábrica s ou usinas.
Um aspecto fundamental a ressaltar-se na definição dos métodos de
avaliação diz respeito à reprodutividade dos métodos de ensaio, extremamente
relevante quando se trata da análise de viabilidade de utilização de um produto.
C. Vicente Mitidieri Filho
68

. d desempenho em Sistemas de Avaliação


2.10 Apli~ação do codncteit? o:adores para a construção civil A
Técnica de pro O os m
. _ enho de produtos e materiais ~novadores para a
Avah~çao. ~e desem~ t não é assunto inédito no Brasil. Desde o final da
construçao civil, com~ vis ~ sendo tratado de forma sistemática, tendo sido os
déta~ de. 7.0 ~ Js ªJ!~:n~o~:idos na então Divisão de Edificações do IPT. A base
~~s ªcr~:r:~t1originais tinha co!11? origem a ~ur?Pª do ~ós~guerra, ond~ a
necessidade de reconstrução rap1da e as carenc1~s econorrucas dos pa1ses
devastados pelo conflito contribuíram para ~ surg~e~to, na França, de urn
programa de orientação técnica para cons~çao hab1ta~10nal de grande escala.
Apesar de certo atraso, const~ta-se que, h~Je, o conceito d~ desempenh? e~á
bastante disseminado no Brasil. Com o ap010 do B~co Nac1,?n~ da Hab1taçao
(BNH), já extinto e parcialmente incorporado à Caixa Econ~rru~a Fede~al, foi
desenvolvido o projeto que estabeleceu, no ano de 1982, a pnmerra versao dos
critérios de desempenho para construções habitacionais.
Esses critérios foram aplicados na prática em avaliações de inúmeros sistemas M
construtivos, a começar pela experiência do "Canteiro Experimental do Jardim • evJ
São Paulo", em Guaianazes, São Paulo, e da Cohab-SP em 1982 e 1983, onde da
foram construídas casas-embriões geminadas duas a duas, empregando-se 22 fi
sistemas construtivos diferentes, 11 dos quais foram submetidos à avaliação de
desempenho. Reuniu-se, assim, experiência que balizou a revisão e atualização 2.10.1
dos critérios inicialmente propostos, trabalho realizado em 1995 com apoio da
FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). Um
Como resultado dessa revisão, o IPT publicou, em 1998, o manual "Critérios conceb
Mínimos de Desempenho para Habitações Térreas de Interesse Social". A consen
intenção era disponibilizar para discussão em âmbito nacional e formatar, dentro comas
do PBQP-H, um documento de consenso que permitisse orientar sob normas de Referêr
desempenho, a avaliação e seleção de sistemas construtivos e no~os materiais de on.
c?~strução, possibilitando o ingresso de inovações no mercado da construção padron
civil. Esse docu~e~to tam?é~ serviu de base para a atual norma ABNT NBR sobre e
15575:2008 Edif1c1os hab1tac1onais de até cinco pavimentos _ Desempenho condiçé
(part~s ,.1 .ª 6). Essa norma abrange requisitos e critérios de desempenho aplicáveis previst~
ao edifício co~o um todo, na sua primeira parte denominada "Requisitos Gerais", avaliaç;
e outros re!ativos aos el~mentos construtivos ou às partes do edifício, corno Oprc
esrr_u~!ª, pisos, paredes mtemas, fachadas cobertura e instalações hidráulico· Portante
sarutánas. '
demons
É notório que nos últimos anos li - . ,. . · - de
novos d ' , ª ap caçao de cntenos para avahaçao mercadc
· t·tu· P!º utos par~ ~ construção foi bastante heterogênea variando de definida
ms I içao para mstitu1ção d '
tecnologias adotadas nas "V~as e prog:~ª ,para programa. As diferent~: de dese
recentes experiências do p [ecnologicas , por exemplo, uma das m~ Pressup<
Habitacional), apesar de ~~~e~ (Programa de Tecnologia na ~onstrUçao PI'Oduto.
avaliadas de forma hetero " ª as .pelo mesmo programa, tambem foraJJ1 Illercadc
genea nas diversas regiões onde foram implantadas. nianuter
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 69

A heterogeneidade não somente dos critérios t b , d , ·


., · d 1· - d , mas am em a propna
sistematica e. ava iaçao e .,desempenho
. , tem gerado alg b ·
umas arrerras e entraves
s p ao desenvo1v1mento tecnolog1co das construções mai·s especifi t · ,
d · , 1camen e preJmzos
) fin ao setor pro_ utivo. E ste se depara com dificuldades e, às vezes, avalia o mesmo
lo sid produto,, m.ais de uma vez.,, ~e formas diferentes. Também ocorrem prejuízos ao
T.A s~tor publico, que tem duvida~ ~obre quais metodologias são mais adequadas,
on dificult~~o seu traba~~ de ~nahse e_financiamento de novos produtos. Pior que

~s p as con?1çoes ~etod.olog~cas e a adoçao de produtos sem análises sistematizadas,


, de as quais poden~.1dent 1fic~ eventuais falhas de concepção e, com isso, evitar
tle es problemas ~a~ologicos 9ue tem oc?rrido com algumas construções.
bnbo A pr~p?s1çao e adoçao de um sistema de avaliação técnica de novos produtos
H:abi e matenais de construção, de âmbito nacional justificam-se portanto em razão
das necessidades de: ' ' '
deral
• harmoniza~ão da base técnica para avaliação de produtos e sistematização
dos procedimentos para concessão de documentos de avaliação técnica;
• emoção de barreiras internas (mercado nacional) e externas (integração
Mercosul, em um primeiro momento, e América Latina em geral);
• evitamento de fracassos do passado, com o conseqüente comprometimento
da imagem da construção industrializada e o desperdício de recursos
financeiros, principalmente públicos.

2.10.1 Sistema de avaliação técnica

Um sistema de avaliação técnica de novos produtos, de âmbito nacional, deve ser


'Crité concebido de forma bastante clara e objetiva, com regras bem definidas e de
cial" consenso entre o setor produtivo e o setor público promotor da habitação, contando
, de com as experiências já desenvolvidas e que tiveram êxito no Brasil, a exemplo da
~ Referência Técnica IPT (RT/ IPT).
~º~~ O Documento de Avaliação Técnica é um documento que tem um formato
~ten padronizado pela instituição que o concede e expressa a opinião da instituição
ns sobre o desempenho potencial ou provável de um determinado produto, nas
NT condições de instalação, execução, uso, operação, manutenção e exposição
previstas ou estabelecidas pelo produtor, e consideradas na ocasião da
avaliação técnica.
O processo de avaliação e de concessão do do.cumento de avaliação técnica é,
portanto, voluntário, ou seja, parte da necessida?e que tem o pro~utor de
demonstrar a qualidade ou o desempenho potencial de_ seu produto Junto _ao
mercado. Caracteriza-se pela avaliação do prod~to em fu.nçao dou.sona cons~ç~o,
definidas as condições de exposição a que.s~ra submetido. Ba~eia-se em cntenos
de desempenho definidos para as condiçoes de us? previstas e tei:n como
pressuposto que O produtor exercerá um contr?le c~n~1!1uo., sob~e ,.,ª q.u~da?e do
produto, na fabricação e instalação, bem como disporubilizara ass1stencia tecruc~ ao
mercado e manterá formas de treinamento quanto ao emprego, uso, operaçao e
manutenção do produto.
70
e. Vicente Mitidieri Filho

. la - do Sistema Nacional de Avaliações


2 .102 Proposta para zmp ntaçao o mo
Técnicas (SINAT) .uma
regr
. diretrizes conceituais para o desenvolvimento e implantação insti
Como prermssas e . . al destacam-se·
de um sistema de avaliação técruca nac1on ' . •uma
. ,, . d ali - te"cnica do produto deve ter como base Téc
• a s1stemat1ca e av açao a
abordagem de desempenho; . - ífi
• a avaliação de desempenho deve considerar s1tuaçoes espec icas de uso do
produto; ·- d ali - ,,
• os produtos devem ser bem caracterizados por ocasiao ª av açao tecnica
de forma a possibilitar o controle da 9~~dade quando ~mp:egado .~m_ escala'.
baseado em ensaios e análises penod1cas e em auditonas penodicas do
sistema da garantia da qualidade a~ot~do rel? pr?duto~ ou construtor; cre
• a concessão do documento de avaliaçao tecmca e praticada de forma
descentralizada, porém a partir de uma sistemática homog~nea e pré-
definida, reconhecida por todos os agentes integrantes da cadeia produtiva,
públicos e privados;
• o produtor e/ou o construtor, detentores ou aplicadores do produto são sempre
responsáveis pela demonstração e garantia da qualidade do seu produto, pela Secr
orientação quanto ao uso e à manutenção e pela assistência técnica junto ao
mercado consumidor;
• o documento padronizado de avaliação técnica conterá informações a
respeito:
• do produto e do escopo da avaliação; Téc
• dos requisitos e critérios de desempenho adotados na avaliação; Avalia
• de características técnicas do produto, forma de aplicação ou execução;
• da avali~çã<:_ técnica conduzida, com resumo dos principais aspectos de
cara~tenzaçao e desempenho do produto;
• do s1s~e~a ~e g,,ara?tia da qu_alidade pelo produtor; A sist,
• da ass1stencia te~ruca ofe:ec1da, formas de treinamento e, eventualmente, (Figura
• outras fon_te~ de inform~ça_o sobre o produto, incluindo aplicaçõespráticas; Napd
das ~ondiçoes_ d~ ~rrussao do documento e seu prazo de validade, 1), cons
definidas pela mst1tu1ção emitente. Comitê·
O SIN~ (Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) está sendo concebido produto1
como tum msfitrurne~to de validade nacional, a ser adotado pelos agentes controla
promo ores e nancerros da construçã0 · il 1 · õeS Na se.
técnicas Conterá as d" t . civ , pe o setor produtivo e instituiç Potencia
Avaliação Técnica) or i~~ti~~e: p~a concessão de DATec (Documentos de adequaç
Comitê Técnico de~ · içoes m~e~endentes ou neutras, definindo ainda um
elaborad
O SINAT terá car~~~ ~e~~a Co~ssao Nacional deliberativa. ., . A últi
realizadas por institui õe . ântralizado, e as avaliações de desempenho se~º •nspeçõ<::
nd
básicos de qualificaçãJ Os m epe entes ou neutras, que atendam a critén° 5
· controle da qualid d d b. . ,, cido qualidad
pe1o produtor de forma cont" a e o o ~eto avaliado sera exer Validade
º
nd
ª garantia da qualidade lnua, ~e. _de responsabilid ade do pr~d.utor
· participaçao no processo será voluntaria,
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 71
afiações
o modelo do sist ema pro pos to prev ê (Fig ura 4):
• uma Com issã o Nac ion al, resp ons áve l pelo cum prim ento das
regr as de con cess ão de DATec e dos crit ério s de qua lific açã o das
ins titu içõe s ava liad oras ;
• uma secr etar ia de apo io à Com issã o Nac iona l e ao Com itê
Téc nico ;
• um Com itê Téc nico , con stitu ído por técn icos das inst itui çõe s
hab ilita das e outr os técn icos con vida dos do mei o, com a fun ção de
liação téc harm oniz ar as bas es e as dire triz es técn icas de ava liaç ão de nov os
ado em es prod utos ;
perióclic • as pró prias inst itui çõe s hab ilita das a con ced er o DA Tec , reun idas
ou cons de form a a man ter- se a hom oge neid ade , tran spa rên cia e
..ada de :6 cred ibil idad e que o sist ema requ er, para que tenh a êxit o .

Grnpo
Especializado A
,uto são se
·u produto,
écnica jun t ____ ...._______....
Secretaria Geral 1 - - - + - - t Comitê Técnico
.,.. ...,
1
.,__,,.-1 Grupo
Especializado B

ITA 1 ITA2 ITAn Grupo


Instituição Instituição Instituição Especializado X
Técnica Técn ica Técnica
·ação; Avaliadora l Avaliadora 2 Avaliadora n
ou execuç
ais aspecto Figura 4 - Estrutura do SINAT.

A sist emá tica pro pos ta para con cess ão de DATec prev ê cinc o etap as
(Fig ura 5). As qua tro prim eira s inte gram dua s fase s.
Na prim eira fase , é con duz ida a ava liaç ão técn ica do pro dut o (eta pa
1), con side rand o-se os crit ério s de des emp enh o hom oge neiz ado s no
Com itê Téc nico e a aud itor ia no con trol e da qua lida de exe rcid o pelo
prod utor (eta pa 2), veri fica ndo -se a cap acid ade do pro dut or em
con trol ar e man ter a qua lida de do pro duto fabr icad o em esc ala.
Na seg und a fase , caso seja con side rado sati sfat ório o des emp enh o
pote ncia l do pro duto , pro cess o ou sist ema , e caso seja ver ific ada a
ade qua ção do con trol e da qua lida de exe rcid o pelo pro dut or, é
elab orad o (eta pa 3) e con ced ido (eta pa 4) o DA Tec .
. A últi ma etap a, de núm ero 5, con sist e ~~ real izaç ão de aud itor ias,
Insp eçõ es e ens aios peri ódic os para ven f1ca ção da man uten ção da
qua lida de do pro duto ou do pro cess o pro duti vo , dur ante o per íod o de
validade do DATec concedido.
e. Vice/1 e
t M itidieri Filho
72
base no conceito
1. Avaliação do produto com jullto ao me
de desempenho J, ara o setor
ualidade exercido homogên~o
2. Auditoria no controle da q
pelo produtor J, descen~
condições
nto de Avaliação
3. Elaboração do Docum1 apaio tecno
Técnica sentido no ~
to de Avaliação Técnica centralizadas
4. Concessão do Docum!n
sistema. As
5. Controle periódico garantir a ho
- do Documento de Avaliação Técnica.
Figura 5 - Sistemática de concessao
Referênci
AKlITSU, M.;
AMERICANO
SOCIAL, 3; F
Anais. 3 v. São ~
AKlITSU, M.; VI
In: ENCONTE
CONSTRUÍDO
ASSOCIAÇÃO B~
vocabulário. RI '
_ _. NBRISO
_ _.NBR1082
_ _.NBRISO
Figura 6 - Vista do Laboratório de Figura 7 - Laboratório de Química dos
Materiais do IPT, no qual são realizados _ _.NBR1557
Componentes e Sistemas do IPT, no qual
são realizados ensaios de desempenho em ensaios de caracterização e avaliação de BRITISH STAND~
componentes e elementos construtivos, como materiais como cal, cimento, agregados, London, BSI, 191
paredes divisórias, janelas, portas, coberturas, etc. COMUNIDADE B
concretos, argamassas e tintas.
aproximación de
construcción. Di~
Quanto ao controle periódico, depara-se com a questão da carência no ~am~ da
CONSEIL INTER1'
construção civil de normalização voltada ao controle da qualidade na fabncaçao ~ buildings. 1975.
materiais de construção e mesmo referentes aos serviços executados em obra, ou ~Ja, - · Setting per
normalização voltada a processos de certificação de conformidade. Essa situação débil: - · Performan
campo normativo, quanto à falta de mecanismos de controle, também deve ser en~ , - · The relativ
- · Performan
d_e fo~ a possibili~ o ~ntrole continuado de produtos, na fábrica, e implementaçao ~: --Working wi
sIStemattcas de certificaçao de produtos que, ao longo do tempo, vão sendo alvo CONSELHO NACI
normalização prescritiva, em razão do uso consagrado no mercado da construção. dos resíduos da e,
COSTANT1N1, M.
O obj:tivo_~ impl~tação do SINAT é dar maior abertura à adoção de inov~ções~:
OFTHE PERFOJ
construçao civil, considerando uma avaliação técnica adequada e homogenea
p~odu~t~s, visando a ~ desempenho satisfatório de produtos inovadores ª? longo~:
DAVIS , G.; SZIGE
Functional Requi
VIda u:il d~ consll?y~· Para o sucesso de um sistema dessa natureza, é unpartail 1N BIJILDING 3
q_ue n~~ so os cnténos de análise, a metodologia de avaliação de produtos e e8
F '
ARJ.o, E. Applicati
SIStemattca de concessão de documenos de avali - t ~ . · transparentes ln: lNTERNATIC
00 d O . açao ecruca seJam toS 1996. Proceedin~
de::ua_ os com ~o lécnb) e.ª <;acteia produtiva, como também os docWJl~ liA1T1s, D. Keyno1
açao seJam effiltidos por mstitu:ições neutras, independentes, com credibili in building. ln: fl\
Qualidade e Desempenho na Construção Civil 73

junto ao mei~ e. qualificadas no Sis~ma. Também é extremamente importante, seja


para o s:tor publico ou p~ o seto~ pnvado, que os critérios e métodos de análise sejam
homogen~os, p~ que se~am aplicados ~e forma descentralizada em todo o país. A
descentralizaç.ao e essencial para o func10namento do sistema dadas as diferentes
. '
condições regionais e a necessidade de ampliação das instituições e laboratórios para
apoio tecnológic.o adeq~ado às empresas do setor e ao setor público. Não há mais
sentido no Brasil, considerando-se seu gigantismo e grandeza, ações operacionais
centralizadas, que em muito oneram e dificultam as análises e a viabilidade do próprio
sistema. As ações centralizadoras devem ser apenas de caráter gerencial, visando
garantir a homogeneidade da aplicação das regras pré-determinadas.

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