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Introdução…………………………………………………………………………………………………….. 3
Capítulo 1- Um crescimento desigual…………………………………………………………. 4
Conclusão……………………………………………………………………………………………………… 17
Summary………………………………………………………………………………………………………. 19
Referências Bibliográficas……………………………………………………………………………… 20
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Introdução
Com o novo paradigma mundial em que desde a segunda metade do século XX
as economias a nível mundial, mas principalmente dos países mais desenvolvidos, têm
experienciado crescimentos a níveis macroeconómicos de longo prazo, com esta ideia
em mente suscita-nos a dúvida relativa ao bem-estar social consoante o crescimento, e
para isso iremos analisar como se desenvolveu a evolução das desigualdades com a
evolução das economias e de todos os agregados que dela fazem parte. O relatório
envolverá a análise de indicadores quer relativos a desigualdades sociais, como o índice
de Gini, quer relativos ao nível geral da “saúde” de uma economia, recorrendo por
exemplo ao PIB, relativos em grande parte à economia norte americana e alguns países
mais desenvolvidos da Europa, pois são estes os mais influentes pudendo alterar a
funcionamento do mundo por simples políticas.
O principal objetivo com a realização deste estudo é desmistificar a relação entre
estas 2 variáveis e como estas mesmas foram moldando a nossa vida atual e tendências
para qual poderá ser o nosso futuro se nada for alterado, para puder alcançar conclusões
com algum significado e que possam ser utilizadas no seio académico pretendemos fazer
em primeiro lugar uma contextualização da evolução da relação entre as 2 variáveis em
estudo seguido de uma problematização do problema do panorama atual, de seguida
apresentar algumas das teorias que vigoram na explicação de existir ou não conflito
entre elas, nomeadamente a teoria de Kuznets, com a sua curva de Kuznets, e a visão
de Piketty com a sua ideologia do capital, por fim ilustraremos um caso modelo de um
dos tigres asiáticos, a Singapura, para retirar as “fórmulas” do papel e mostrar como o
mundo funciona fora da teoria.
A linguagem a ser utilizada neste relatório é de caracter científico, com termos
que não são inteiramente do conhecimento da população não especializada, destinado
ao mundo académico, mas também com interesse para o mundo político, na medida
que grande parte das decisões a nível de rendimento estão ao seu dispor.
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Capítulo 1- Um crescimento desigual
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a metade da população mais pobre desceu dos cerca de 20% para os 13%. Esta grande
diferença, claramente evidente nos Estados Unidos da América, traduziu-se na abertura
de um fosso cada vez maior entre os ricos (1%) que ficam cada vez mais ricos, e os pobres
(50%) que ficam cada vez mais pobres.
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Por outro lado, a análise das desigualdades também poderá ser feita a partir do
estudo do crescimento dos rendimentos por percentil ao longo dos anos (figura 4) nas
regiões Estados Unidos-Canadá e Europa Ocidental, que é onde se encontra a população
dos países com maiores rendimentos (Alvaredo et al., 2017). Uma vez mais, é evidente
a forma como o “top 1%” aumentou bastante ao capturar cerca de 28% deste
crescimento ao passo que os 50% mais pobres apenas retiveram 9%. Perante esta
diferença significativa, denota-se que os rendimentos mais baixos, de certa forma,
estagnaram face aos rendimentos mais elevados, o que por sua vez contribui para
agravar a crescente discrepância entre rendimentos.
Face à conjetura atual, a Oxfam (Oxford Committee for Famine Relief) tem por
hábito publicar anualmente, nas vésperas do Fórum Económico Mundial em Davos, um
documento que sumariza e denuncia as disparidades na distribuição da riqueza e dos
rendimentos a nível mundial. Para tal são utilizadas analogias, como foi o caso de 2016,
em que se afirmou que bastava apenas um autocarro com os 62 multimilionários mais
ricos para igualarem a riqueza dos 3,6 mil milhões de pessoas mais pobres do planeta
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(Clarken, 2016). Mais recentemente, em janeiro de 2018, a Oxfam voltou novamente a
publicar o seu relatório afirmando que 82% da riqueza produzida em 2017 foi para o 1%
da população mais rica (Hope, 2018).
Figura 5: Pessoas ricas que têm tanto dinheiro como metade do mundo
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Capítulo 2- A curva de Kuznets
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O trabalho realizado por Kuznets foi muito respeitado e reconhecido como um dos
melhores estudos sobre a correlação entre crescimento económico e desigualdades,
mas nas últimas duas décadas segundo Lyubimov (2017) tem vindo a ser criticado por
diversos motivos, entre os quais;
Kuznets também é criticado por concluir que é o crescimento que afeta as desigualdades
e não o oposto, mas ao assumir isto ele não refere nada que possa comprovar esta
relação.
A teoria proposta por Kuznets tem sido testada à várias décadas. Existem observações
que verificam a existência de uma U-curve invertida que relaciona o crescimento
económico com as desigualdades, demonstrando a hipótese proposta por Kuznets. Para
este economista, numa fase inicial de crescimento económico, o rendimento per capita
de um país aumenta levando a que a desigualdade na distribuição de rendimentos
aumente, atingindo assim o ponto máximo da curva invertida. A partir desse ponto, as
desigualdades diminuem devido aos aumentos continuados do rendimento per capita
devido ao crescimento económico, completando assim a curva ao fazer um U invertido.
No entanto, estas observações têm limitações, o que não permite provar o modelo de
Kuznets.
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as guerras foram impostos muito elevados de forma a financiar as despesas de guerra,
sendo mais afetados os grandes detentores de capital, levando assim a uma diminuição
significativa da sua fortuna. Depois das 2ª Guerra Mundial, quando se voltou a uma era
de normalidade social, as desigualdades começaram a aumentar rapidamente e
atingiram os valores existentes antes da 1ª Guerra Mundial. Deste modo, a hipótese
proposta por Kuznets é negada.
Outro problema com a teoria de Kuznets é o facto de este ter estudado apenas a relação
entre crescimento económico e desigualdades em países desenvolvidos; desta forma,
na década de 1970 começaram a ser feitos estudos para verificar o que se verificava nos
países em desenvolvimento. Vários estudos apontados por Lyubimov (2017) (Ahluwalia,
1976; Bourguignon and Morrison, 1990; Paukert, 2007) chegaram ao mesmo resultado;
países pobres e países ricos eram caracterizados por existir menor desigualdade do que
os países de rendimento médio. Contudo, nenhum destes estudos comprava o que
Kuznets propôs, pois os estudos não avaliaram a evolução da desigualdade num país
mas sim num momento pontual.
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Capítulo 3 - Visão de Piketty
Thomas Piketty, economista francês nascido em 1971, tem uma visão diferente
de Simon Kuznets, pois segundo Lyubimov (2017:7) Piketty “demonstra que não existe
diminuição automática na desigualdade num estado mais avançado de
desenvolvimento económico, em particular desenvolve uma Curva de Kuznets para um
período de 100 anos, de 1910 a 2010, e segundo este, a percentagem do decil (1/10)
com maior rendimento diminuiu entre 1920 até ao final da 2ª Guerra Mundial e
estabilizou até 1980, no entanto, a partir de 1980, quando políticas de privatização e
desregulação foram postas em prática este decil aumentou substancialmente. Se
incluirmos a informação do Século XIX a curva de Kuznets em vez de ter forma de U
invertido, apresenta uma forma de S, pois no início desigualdade era baixa, depois
aumentou até 1920 mantendo se relativamente baixa até 1980 quando voltou a
aumentar.” , ou seja contrariamente à visão de Piketty, após um período de elevada
desigualdade beneficiando os 10% mais ricos, não vem necessariamente uma época de
igualdade eternamente, Piketty demonstra que como acontece normalmente no
funcionamento da economia as desigualdades podem ser cíclicas, tendo existido uma
maior expressão a partir de 1980, isto aconteceu como está referido na citação acima
devido a desregulação no mercado nomeadamente por redução dos impostos sobre o
rendimento e reduzindo apoios sociais, o que pode estimular a procura e incentivar o
aumento do emprego, mas tem o efeito perverso de aumentar a riqueza nas mãos de
poucos, pois os impostos são baixos e como os salários podem diminuir, aumenta o hiato
entre as várias classes.
Fonte: Science
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Segundo Lyubimov (2017) expondo as conclusões de Piketty, nem em outros países
europeus se verificou a tendência de Kuznets, e a razão para que não estivesse a
funcionar, é que Kuznets apenas tomou em consideração os rendimentos provenientes
do trabalho, e estes são distribuídos de forma mais equitativa comparativamente ao
capital, o capital, variável fundamental para Piketty, que inclui ativos como terrenos,
imobiliário, capital financeiro, etc. O autor afirma que Piketty via as desigualdades como
parte inerente ao capitalismo e é uma preocupação a ter em conta pois transponha o
poder para as mãos de uma pequena minoria, que deste modo, controlavam a esfera
política e económica.
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Globalização, a nível da opinião pública é retratado como a principal causa de
desigualdades, mas segundo a análise feita no relatório da OCDE de 2014 é
afirmado que apesar do receio que os trabalhadores com menos rendimento
fossem afetados pela interação internacional e chegou se a conclusão que o
aumento de importações de países mais pobres aumentou o intervalo de
rendimentos mas apenas em países com IPLT mais baixo.
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Figura 9: PIB real com valores logaritimizados nos E.U.A.
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Figura 11: Índice de GINI para alguns países da OCDE
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A suportar este caso de Singapura, é possível verificar-se um claro
desenvolvimento económico (figura) acompanho pela diminuição das desigualdades,
associadas a um reduzido índice de Gini (figura).
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Conclusão
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Contudo, apesar das tendências mais recentes a identificar o crescimento do
fosso que separa os rendimentos mais pobres da maioria da população com os
rendimentos mais ricos do top 1%, existem exemplos de sucesso, como o caso de
Singapura descrito por Stiglitz (2013) em que foi possível conciliar crescimento
económico com diminuição das desigualdades.
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Summary
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Referências Bibliográficas
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