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TÉCNICA DE ALTA
TENSÃO
Apresentação
Este manual tem como objectivo servir de referência para a disciplina técnica de alta tensão
do curso de licenciatura em engenharia eléctrica do Instituto Superior Universitário de Tete
Retrata de forma clara e simplificada os tópicos do plano temático, dando todas as condições
para que o aluno entenda e pratique os fundamentos básicos necessários para a análise de
sistemas de ALTA TENSÃO
Todavia, deixa-se claro ao leitor, que não é um trabalho inédito, mas uma colectânea de
assuntos fundamentais que, alguns, foram transcritos da bibliografia citada para não perder a
qualidade e não descaracterizar a escrita do autor e que, outros foram acrescentados e
aperfeiçoados para dar uma melhor apresentação didáctica. A bibliografia citada no final,
oferece condições ao leitor para aprofundar outros assuntos de interesse específico sobre a
matéria.
O Autor
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 2
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Índice
Capítulo 1
Aplicação da Alta Tensão
Capítulo 2
Geração de Alta Tensão
Capítulo 3
Medição de Alta Tensão
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Capítulo 4
Campo Eléctrico
Noções Gerais
Lei de Coulomb
Campo Eléctrico
Campo Eléctrico de uma Distribuição Contínua
Linhas de Campo Eléctrico
Lei de Gauss
Fluxo Eléctrico
Aplicações da Lei de Gauss a Isolantes Carregados
Distribuição de Campo Eléctrico e Ruptura de Material Isolante
Campo Eléctrico em Material Isolante Homogéneo
Campos Eléctricos Uniformes
Campos Eléctricos em Eléctrodos Cilíndricos-Coaxiais e Esféricos
Campos Eléctricos em Arranjos Eléctrodos Esfera-Esfera ou Esféra-Plano
Campos Eléctricos em Dois Eléctrodos Cilíndricos Paralelos
Campos Eléctricos em Materiais com Mais de Um Dieléctrico
Capítulo 5
Ruptura em Dieléctricos Gasosos
Introdução
Factor de Dissipação, Factor de Potência e Permissividade Relativa
Ruptura em Dieléctricos Gasosos
Lei Fundamental dos Gases
Processos de Ionização
Primeiro Coeficiente de Ionização de Townsend (Α)
Segundo Coeficiente de Ionização de Townsend (Γ)
Transição Entre as Descargas não Sustentadas ao Rompimento
O Mecanismo de Townsend
Mecanismos de Ignição de Fluxo ou Canal Piloto de Electrões
A Lei de Paschen
Intensidade do Campo Eléctrico de Ruptura (Eb)
Descargas Parciais ou Efeito de Coroa
Descargas com Polaridade Positiva
Descargas com Polaridade Negativa
Gases Isolantes
O Ar Atmosférico
Nitrogénio
O Gás SF6
Capítulo 6
Ruptura em Dieléctricos Sólidos e Líquidos
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Capítulo 7
Ensaios não Destrutivos
Capítulo 8
Sobretensões, e Coordenação de Isolamento
Sobretensões
Sobretensões de Manobra
Tensão de Restabelecimemto Resultante da Eliminação de um Curto-Circuito
Tensão Transitória de Restabelecimento de Frequência Dupla
Sobretensões Atmosféricas
Resumo dos Mecanismos de Formação do Arco Eléctrico (Atmosférico)
Disrupção Atmosférica: Raio
Corrente de Descarga
Metodologias e Normas de Coordenação de Isolamento
Conceitos Fundamentais
Norma CEI 60071-1
Procedimento Geral
Determinação da Tensão Suportável de Coordenação de Isolamento – Ucw:
Determinação da tensão suportável requerida – Urw:
Selecção do nível nominal de isolamento:
Norma IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) Std 1313
Determinação das Solicitações Dieléctricas do Sistema
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Capítulo 9
Concepção e Teste de Isoladores Para Uso Exterior
Tipos de Isoladores
Solicitações Mecânicas
Solicitações Eléctricas
Os Isoladores são Produzidos de
Porcelana Vitrificada
Vidro
Polímeros
Suportabilidade Dieléctrica
Formação de Arcos Em Isoladores Poluídos
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Bibliografia
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Capítulo 1
Aplicação da Alta Tensão
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O rápido crescimento dos níveis de tensão nos sistemas de transmissão nas últimas décadas é
resultado da crescente demanda por energia eléctrica, aliada ao desenvolvimento de grandes
centrais hídricas em locais muito afastadas dos grandes centros de consumo o que leva a
necessidade de transporte de energia eléctrica por longas distâncias.
No entanto, limitações ambientais sobre a expansão das linhas de transporte de energia
resultaram na necessidade de se utilizarem melhor os sistemas de transmissão existentes
levando ao desenvolvimento de sistemas de transmissão flexíveis em AC, FACTS - Flaxible
AC Transmission Systems, que consistiram no desenvolvimento de dispositivos
semicondutores de potência tais como GTO e IGBT melhorando os sistemas de transferência
de potência numa rede eléctrica.
Todavia, a transmissão de energia eléctrica pelo mundo fora continua a ser feita
maioritariamente através de sistemas de alta tensão alternada (HVAC) e alta tensão contínua
(HVDC) por meio de linhas aéreas, cabos submarinos ou sistemas back-to-back
Os sistemas HVDC permitem a transferência de uma maior densidade de potência, em
comparação com os sistemas de transmissão HVAC, permitem também a mitigação das
barreiras ambientais impostas e, revelando-se mais económicos e úteis na interligação de
sistemas assíncronos.
A figura abaixo fornece uma ilustração gráfica de como os sistemas de transmissão HVDC se
desenvolveram e os respectivos níveis de tensão.
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Sobretensões
Regra geral a tensão do regime normal de funcionamento não constitui perigo para os
sistemas de isolamento dos equipamentos de potência mas sim apenas em circunstâncias
especiais, como por exemplo em condições de poluição, estas tensões podem causar
problemas para os sistemas de isolamento. No entanto, o nível de tensão de funcionamento
determina as dimensões do sistema de isolamento que constitui parte dos equipamentos de
geração, transmissão e distribuição de energia eléctrica. As sobretensões nos sistemas de
energia podem ter origem interna ou externa
Sobretensões de origem externa, provenientes das descargas atmosféricas e que não
dependem do nível de tensão de exploração, entretanto as sobretensões de origem
atmosféricas tornam-se menos severas quanto maior for o nível de tensão de exploração do
sistema
Sobretensões de origem interna, provenientes das alterações nas condições de exploração, tais
como manobra de disjuntores, avarias ou variações bruscas de carga ou nas fontes de
geradoras.
A magnitude das sobretensões depende do nível de tensão nominal de exploração (Vn), do
instante em que ocorre a manobra e a complexidade do sistema. Uma vez que a alteração das
condições do sistema é geralmente associada a operações de comutação, essas sobretensões
são geralmente referidas como sobretensões de comutação.
Na concepção dos sistemas de isolamento têm-se em atenção os seguintes aspectos:
As sobretensões que o sistema de isolamento deve suportar
A capacidade de resposta do isolamento quando submetido a estas sobretensões
O balanço entre as sobretensões eléctricas sobre o isolamento e a capacidade do material
dieléctrico deste sistema de isolamento cai no âmbito da coordenação de isolamento e que
será matéria de análise no capítulo 8.
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Caso a elevação de potencial no apoio seja de tal forma que provoque a quebra do isolamento
(ver I na figura seguinte), é criado um caminho alternativo para a corrente de descarga (ver II
na figura seguinte). Nesse momento dá-se o contornamento inverso dos isoladores
provocando a circulação da corrente do cabo condutor para o apoio (ver III na figura
seguinte), que só se extingue quando os disjuntores nos extremos na linha se abrem.
Normalmente estes incidentes estão relacionados com as fracas terras dos apoios e a elevada
potência da descarga atmosférica
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Capítulo 2
Geração de Alta Tensão
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Conversão AC Para DC
A rectificação de correntes alternadas é o meio mais eficaz de obtenção de correntes DC.
A rectificação monofásica pode ser feita através de simples rectificadores semicondutores,
sempre construídos em Silício, que normalmente não suportam tensões reversas maiores que
2500V, porém, sem apresentar problemas em relação a conexão destes dispositivos em série
até atender a condição desejada
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Durante um período T=1/f uma carga Q é transferida para a carga Rl representada por
Onde I é o valor médio da corrente de carga iL(t) e V(t) a tensão DC que inclui o factor de
ondulação.
Se da equação δV = 0,5(Vmáx - Vmin) introduzirmos o factor de ondulação, teremos que a
tensão V(t) terá a seguinte variação
A carga Q também é fornecida pelo transformador num tempo de condução tc=άT durante
cada ciclo, assim também teremos Q.
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Esta relação mostra a interacção entre o factor de ondulação, a corrente de carga, a frequência
e a Capacitância do sistema.
O valor médio da tensão na carga será influenciada por δV mesmo tendo uma fonte constante
AC, V(t), e um rectificador sem perdas
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Duplicador de tensão
Tanto o rectificador de onda completa como o de meia onda produzem a saída uma tensão
DC menor que a máxima tensão AC de entrada (alimentação). Caso seja necessário produzir
tensões mais elevadas recorre-se aos duplicadores de tensão ou associação de rectificadores
em cascata. O diagrama esquemático de duplicadores de tensão é dado nas figuras acima.
No circuito duplicador de tensão mostrado na figura (a), o condensador C1 é carregado
através de rectificador R a uma tensão de polaridade conforme mostrado na figura durante a
fase negativa de meio ciclo.
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De acordo com a figura acima percebe-se que a ideia é utilizar Capacitores como dobradores
de tensão a fim de se obter uma tensão de saída DC maior que a amplitude da fonte sinodal
de entrada. O procedimento é o seguinte: se os terminais do circuito estão inicialmente
abertos, no primeiro semi-ciclo positivo C’n carrega a Vmax, e no semi-ciclo seguinte negativo
atinge 2Vmax, se, inicialmente o ponto n está aterrado, o capacitor Cn é também carregado
com 2Vmax, no próximo semi-ciclo positivo o ponto n’ atinge novamente Vmax e então o
Capacitor C’n-s é carregado com Vmax e assim sucessivamente até o estágio desejado
As formas de onda podem ser observadas de forma lógica, de acordo com a figura seguinte
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Deve-se observar que os potenciais dos nós à esquerda oscilam de forma senoidal,
respondendo a tensão da fonte de alimentação, os potenciais dos capacitores da direita se
mantêm constantes em relação ao terra, e com magnitude de “2Vmax” cada – observe que
somente se soma “2Vmax” por estágio - com excepção de “C’n” que é submetido a no máximo
“Vmax”, os diodos devem ser projectados para suportar no mínimo “2Vmax” - tensão a qual
estão submetidos - e, a tensão obtida na saída, na condição de idealidade, é “2.n.Vmax”.
Quando uma carga é colocada nos terminais do gerador, no entanto, essa tensão sempre
menor que “2nVmax”, pela queda de tensão causada pela corrente que percorre a carga –
“DV0” - e pelo ripple existente – “2.d.V”. Para o cálculo do ripple, supõe-se que uma
quantidade de electrões “q” é transmitida à carga pelos capacitores, igual a “q = I/f = IT”,
assim, o ripple deve ser igual à somatória da energia transferida por todos os Capacitores a
carga, porém, como Capacitores menores seriam submetidos a tensões muito elevadas se a
carga fosse rompida, os Capacitores são projectados para serem todos iguais. A queda de
tensão “DV0” pode ser analisada considerando a queda do primeiro estágio, “n”. Supondo
que os elementos de circuito são idéias, “Cn’ carregará com “Vmax”, mas devido a descarga
desse Capacitor Cn será carregado com
Onde “n.q” é a descarga do capacitor. Da mesma forma, “Cn” carrega “Cn-1”, que está sujeito
ao mesmo efeito de descarregamento. E assim sucessivamente, de forma que, se os
Capacitores tiverem a mesma Capacitância as quedas de tensão através de cada estágio será
aproximadamente sabendo que “q = I/f”, encontramos:
Apesar de os menores Capacitores serem responsáveis por todo o “DV0” como no caso do
ripple, Capacitores no valor de “Cn’” são usados por conveniência, diminuindo “DVn” numa
quantidade de “0.5.nq/c” por estágio resultando finalmente em
De onde para casos onde “n” for maior ou igual a “4”, o termo “n/6” pode ser desprezado.
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Como nenhum dos enrolamentos secundários de alta tensão tem o potencial referenciado á
terra, é necessário que se estabeleça um isolamento da tensão DC dentro de cada
transformador (T1, T2, etc.). Cada enrolamento de alta tensão alimenta dois rectificadores de
meia onda.
Para tensões de teste inferiores a 300kV, um único transformador é suficiente para este
propósito. Entretanto para tensões superiores a 300kV este modelo mostra-se inadequado pois
apresenta custos elevados de instalação e de isolamento. A solução passa por ligar vários
transformadores idênticos em série ou em cascata
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O enrolamento primário é regra geral de baixa tensão (1kV) com possibilidade de ser
subdividido em dois ou mais posteriormente ligados em série ou em paralelo de forma a
melhorar a regulação do sistema. O núcleo e um dos enrolamentos do transformador são
aterrados
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Circuitos Ressonantes
Estes circuitos surgiram para colmatar o efeito negativo da ressonância susceptível de
aparecer nos circuitos de teste. Se considerarmos um circuito de teste a um estágio e com um
capacitor como objecto de teste, o respectivo circuito equivalente será:
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Admitindo que poderá ocorrer uma ressonância no circuito de tal modo que
, L1 L2 1/ C. Nestas condições a corrente no objecto de teste será elevada e somente
limitada pela resistência do circuito. A magnitude da tensão no objecto de teste será dada por
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Outro critério para a selecção da indutância nominal Ln é com base na corrente nominal I = In
que sobreaquece a bobine ou satura o núcleo do transformador. Uma vez que as perdas
óhmicas são pequenas tal que R << ωLn estas poderão ser desprezadas assim a corrente In
será resultado da queda de tensão na indutância Ln que será aproximadamente o valor nominal
Vn, ou do facto de que em todos os ciclos a energia magnética armazenada na indutância ser
igual a energia eléctrica na Capacitância de teste Ct assim
Para situações em que Ct ≤ Cn, a indutância Ln poderá ser submetida à tensão máxima do
sistema Vn, a relação das correntes será
Para situações em que Ct > Cn, o circuito merecerá alguma atenção na sua aplicação, onde se
a tensão V = Vn deverá se reduzida de tal forma que a corrente permaneça no seu valor
nominal In. Sendo a corrente I proporcional a tensão de teste vem que
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Para o circuito da figura acima (a) a tensão no objecto de teste será dada por
Onde
Onde
Para o circuito da figura (b) teremos, a partir da equação geral V(s) com as seguintes
constantes
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Ou
Fica evidente a possibilidade de geração de ambos tipos de alta tensão de impulso com base
nestes circuitos. Todavia pode-se assumir que estes circuitos são similares, podendo diferir no
rendimento, ou seja
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Onde Vp valor de pico da tensão de saída, como indicado na figura acima. O mesmo pode ser
calculado começando por definir o tempo máximo para que V(t) atinja o seu valor de pico
tmáx a partir de dV(t)/dt=0. V0 tensão na fonte.
Para ambos circuitos as diferenças dos respectivos rendimentos provem do valor de k=R1C2
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Note que em todas as equações está presente a constante de tempo 1/α1 e 1/α2, dependem da
forma de onda. Para determinadas formas de onda é válida a tabela
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Devido a dificuldades construtivas os circuitos são simplificados de tal forma que têm-se em
consideração uma combinação de uma indutância total com as Capacitâncias C1-C2 (figura
abaixo) ignorando a posição da resistência de cauda, pois esta tem pouca influência. Assim
Onde
Circuitos em Cascata
A obtenção de alta tensão de impulso com recurso a um único estágio mostra-se
economicamente inviável, daí o recurso aos circuitos multiestágios sugeridos por MARX que
consiste num arranjo de condensadores em paralelo submetidos a uma carga através de
resistências óhmicas e posteriormente descarregados em série através de fendas de
centelhamento
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Capítulo 3
Medição de Altas Tensões
A medição de altas tensões alternadas, contínuas e de impulso, envolve problemas ou
aspectos não usuais na indústria eléctrica, que vão crescendo à medida que o nível de tensão
aumenta. A escolha do método para medição de altas tensões dependerá de entre outros
aspectos do nível de tensão, das condições construtivas, do meio envolvente, do valor a medir
(valor de pico, valor médio, valor médio quadrático), etc.
Eléctrodos Esféricos
Dois metais esféricos adjacentes de igual diâmetro cuja separação é limitada formam fendas
de centelhamento para medir altas tensões DC ou AC. O processo baseia-se na teoria de
ruptura de gases dieléctricos (a abordar no capítulo 5)
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Onde
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Eléctrodos em Haste
De um modo geral investigações concluiram que a tensão desruptiva pode ser obtida pela
equação
Voltímetros Electrostáticos
A lei de Coulomb define o campo eléctrico como um campo de forças e como campos
eléctricos são produzidos por tensões então a medição destas tensões pode ser relacionada a
medição das respectivas forças. Assim teremos
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Medição de alta tensão DC e AC por meio de um amperímetro em série com uma resistência,
R1, R2 divisores de tensão
Voltímetros Geradores
Consiste de um eléctrodo de alta tensão que excita um campo electrostático num meio
isolante (gás). Um conjunto de eléctrodos aterrados A, G e M estão dispostos de modo que as
linhas de campo que neles terminam transportem cargas cuja densidade dependem do
gradiente do campo eléctrico (E). Para efeitos de medição é de interesse a densidade de carga
em (A) sendo os outros eléctrodos usados para efeitos de regulação.
De tal forma que; σ(a) = εE(a)
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Condutor cilíndrico
Após a carga do capacitor Cs1 este transfere a sua carga para um segundo capacitor Cs2.
Sendo Cs2≥Cs1 a tensão de saída Vm torna-se relativamente baixa de tal forma que um
voltímetro normal possa ser aplicado para a sua medição
Capítulo 4
Campo Eléctrico
Como consequência da grande demanda em energia eléctrica, o recurso a sistemas de alta
tensão para o transporte e distribuição da mesma tornou-se inevitável, todavia os altos custos
envolvidos levaram os fabricantes de equipamentos eléctricos a pesquisarem produtos
económicos e tecnicamente viáveis.
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Estas pesquisas só se tornaram possíveis com um vasto domínio das propriedades dos
materiais isolantes, da geração de campos eléctricos e do comportamento dos mesmos
quando sujeitos a campos electrostáticos. Este capítulo dedica-se a análise do comportamento
de campos eléctricos como pré-requisito para perceber o comportamento dos materiais
isolantes.
Noções Gerais
Lei de Coulomb
A lei de Coulomb foi uma lei estabelecida com base nos seguintes dados experimentais:
A força eléctrica entre duas cargas tem a direcção da linha que as une,
É inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas,
É proporcional ao produto das cargas,
É atractiva quando as cargas têm sinais contrários e repulsivos, quando têm sinais iguais.
Campo Eléctrico
O campo eléctrico é definido pela razão entre a força eléctrica que actua sobre uma carga de
prova positiva colocada num determinado ponto do espaço e o valor dessa carga.
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Como exemplo ilustrativo, pode considerar-se o campo eléctrico criado por uma barra
carregada:
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Lei de Gauss
A lei de Gauss é uma forma alternativa de calcular o campo eléctrico criado por uma
distribuição de cargas
Fluxo Eléctrico
O fluxo eléctrico numa determinada superfície é definido como o nº de linhas de campo que a
atravessam. Então, o fluxo eléctrico através de uma superfície fechada vai ser proporcional à
carga no seu interior e não irá depender da forma dessa superfície.
Comece-se por calcular o fluxo eléctrico numa situação simples – considere-se um campo
eléctrico uniforme E, e uma superfície A que lhe é perpendicular. O fluxo vem dado por
No caso mais geral em que o campo eléctrico varia em redor da superfície tem-se:
A Lei de Gauss fornece uma relação entre o fluxo calculado através de uma superfície
fechada e a carga existente no seu interior.
O cálculo do fluxo através de uma esfera que envolve uma carga Q positiva vem dado por:
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Na verdade, mesmo que a superfície considerada não seja esférica, o fluxo será igual, uma
vez que é proporcional ao número de linhas de campo.
Quanto ao fluxo de um campo criado por cargas no exterior da superfície considerada,
facilmente se verifica que é nulo.
Combinando os dois resultados e admitindo, uma vez mais, a sobreposição dos campos:
“O fluxo através de qualquer superfície fechada é igual à carga no seu interior dividida pela
Constante ε”
Nos problemas em que a Lei de Gauss é utilizada, deve ter-se em atenção o seguinte:
A superfície considerada não tem, necessariamente, realidade física.
Esta é uma abordagem muito útil para casos em que seja evidente um elevado nível de
simetria.
A escolha da superfície é crucial.
Calcule-se o campo criado por um fio infinito com densidade de carga linear, λ, constante:
Calcule-se o campo criado por um plano infinito com densidade de carga superficial, s,
constante:
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Se a ruptura do dieléctrico é causada apenas por (Emáx) então a tensão será dada por:
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Estudos mostraram que para duas placas paralelas infinitas dispostas ao longo do plano W as
respectivas linhas de campo estarão distribuídas ao longo do plano Z de tal forma que
Ou
Onde
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EW = U/(υ2-υ1) ou EW = U/(ν2-υ1)
Ez = |Ez|.Ew [kV/cm]
Cilindro coaxial
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Esfera coaxial
Como a intensidade de campo eléctrico é máxima para x=r1 e x=R1 respectivamente para o
cilindro e esfera teremos
Para um arranjo laboratorial como mostra a figura abaixo onde tem-se um cilindro com
terminação esférica teremos a relação (na prática temos como exemplo um bushing e sua
terminação)
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Na figura acima duas esferas de diâmetros iguais (2R) separadas por uma distância (b) são
submetidas a uma diferença de potencial (+V) e (–V) respectivamente, de forma que a
distribuição da intensidade do campo eléctrico será simétrica relativamente a um plano
imaginário (P) colocado entre os dois eléctrodos e com uma diferença de potencial igual a
(0V).
Do arranjo acima onde para uma carga Q0 aplicada ao centro das esferas
Sendo
Sendo
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Dada a figura
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Onde (A) é uma constante dada pelas condições de fronteira e (S) a distância entre os
condutores.
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A distribuição do campo entre dois condutores pode ser vista relacionando E(y) e a
intensidade máxima do campo eléctrico para Y=0
Sendo que o valor mínimo da intensidade do campo eléctrico é alcançado no ponto Y=S/2 a
relação Emin/Emáx será
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Dado que a intensidade do campo eléctrico permanece uniforme nas duas camadas, a tensão
V ou diferença de potencial entre as duas placas será dada por
Para E1
Para E2
Para um cabo coaxial ou um capacitor coaxial com vários materiais dieléctricos impregnados
como ilustra a figura abaixo
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((
Na distribuição da tensão total pelas Capacitâncias singulares temos de considerar que cada
capacitância tem a mesma carga Q
(
∑
Capítulo 5
Ruptura Em Dieléctricos
Introdução
Dieléctrico: É o meio no qual é possível produzir e manter um campo eléctrico com pequeno
ou nenhum fornecimento de energia de fontes externas. A energia requerida para produzir o
campo eléctrico pode ser recuperada, no total ou em parte, quando o campo eléctrico é
removido.
Capacitor: É um dispositivo constituído por dois condutores, cada um tendo uma determinada
superfície exposta ao outro, separados por um meio isolante. Uma diferença de potencial
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Dieléctrico imperfeito: É aquele no qual uma parte da energia requerida para estabelecer um
campo eléctrico no dieléctrico não retorna ao sistema eléctrico quando o campo é removido.
A energia é dissipada no dieléctrico, em forma de calor.
Absorção dieléctrica: É o fenómeno que ocorre em dieléctricos imperfeitos pelo qual cargas
positivas e negativas são separadas e acumuladas em certas regiões dentro do volume do
dieléctrico. Este fenómeno se manifesta, por si próprio, como uma corrente que decresce
gradualmente com o tempo, após a aplicação de uma corrente contínua e constante.
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mesma tensão aplicada V, o que acontece então com a capacitância? Alguma polarização
pode ocorrer no material permitindo um adicional de cargas armazenadas no mesmo. A
variação na capacitância C é o reflexo directo da constante dieléctrica do material.
Onde Q é a carga armazenada (em Coulomb) e V é a tensão através dos condutores (ou
placas). Assim com o material dieléctrico uma carga maior Q, é acumulada entre as placas,
neste caso
εd é a permissividade do meio dieléctrico e será maior em magnitude que ε0. A relação entre
as Capacitâncias do sistema com o vácuo e com o dieléctrico será
Na presença de um campo eléctrico alternado surge uma corrente capacitiva e uma corrente
resistiva desfasadas a 90º, uma em relação a outra. A soma vectorial destas duas correntes
representa a corrente total do sistema e o ângulo entre o vector da corrente capacitiva e a
resultante é definido como o ângulo de perdas. Sendo a relação entre a parte imaginária e a
parte real da permissividade considerada de tangente de δ (tgδ = ε´´/ ε´), definido como factor
de dissipação e representa a perda dieléctrica no meio isolante. O factor de potência será
obtido pela determinação do seno do ângulo de perdas (sen δ)
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tg δ = εr´´(ω)/ εr´(ω)
Na equação abaixo;
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χ’(ω) = εr(ω) – 1
Se a pressão for constante então os volumes (V) e (V0) estarão relacionadas as respectivas
temperaturas absolutas em KELVIN (T) e (T0) pela lei de GAY-LUSSAC
De acordo com a equação (V/V0) a constante C na equação (pV) estará relacionada a uma
temperatura T0 para um dado volume V0
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Esta equação descreve o estado de um gás ideal, assumido que R é uma constante e
independente do tipo de gás. A equação acima pode ser escrita em termos da densidade de
gás (N), num volume (V) contendo (N1) moléculas. Fazendo N1=NA onde
NA=6,02x1023moléculas/mole (número de AVOGADRO), então teremos
Se dois gases com volumes iniciais (V1) e (V2) são misturados á mesma temperatura e
pressão, então o novo volume será dado por V=V1+V2 ou no geral
Ou
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Para o cubo acima de lado (ℓ) o número de colisões por segundo e por molécula será dada por
(Ux/2ℓ), assim
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Δm/sec/molecule=2mUx2/ℓ
W=1/2mU2, F=4W/ℓ
Para N1 partículas a energia resultante de diferentes velocidades (u) será a energia média do
sistema de tal forma que
Sabendo-se que a força (F) resultará numa pressão (P) e tendo em consideração a área total
do cubo (A=6l2)
Comparando as equações (5.12 e 5.1) nota-se que as mesmas são idênticas para temperatura
constante e de (5.8) vem
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Processos de Ionização
Durante colisões inelásticas uma grande fracção de energia cinética é transformada em
energia potencial, causando, por exemplo, a ionização das respectivas moléculas. A ionização
por colisão de electrões em campos eléctricos de maior intensidade representa o maior e o
mais importante processo que conduz à ruptura dos gases dieléctricos. A eficácia do processo
de ionização por colisão de electrões depende da quantidade de energia que um electrão pode
adquirir ao longo do caminho médio livre que este percorre na direcção das linhas do campo.
Se λ é o valor médio do caminho médio livre que este percorre na direcção das linhas do
campo de intensidade (E) então a energia ganha ao longo deste percurso será ΔW = eEλ. Para
que ocorra a ionização durante a colisão a energia ΔW deverá ser no mínimo igual a energia
de ionização da molécula (eVi)
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dn = αndx
Onde (n0) é o número inicial de electrões gerados no cátodo. Se (I0) for a corrente inicial do
cátodo então teremos
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Eliminando n+
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Onde (β) representa a quantidade de pares de iões produzidos por um ião positivo ao
percorrer (1 centímetro, na direcção das linhas do campo eléctrico), (α, d, I e I0, primeiro
coeficiente de TOWNSEND, distância entre os eléctrodos, corrente instantânea de ionização
e corrente inicial de ionização, respectivamente).
O Mecanismo de Townsend
Á medida que a tensão aplicada entre dois eléctrodos aumenta, a respectiva corrente no ânodo
crescerá de acordo com a equação
Até que num determinado ponto ocorra uma transição repentina da corrente de ionização para
uma descarga auto-sustentável, ponto no qual a corrente (I) torna-se indeterminada e o
denominador torna-se igual a zero, isto é;
Quando esta igualdade se verifica, a quantidade de pares de iões produzidos no intervalo (d)
pela passagem de uma avalanche de electrões é suficientemente enorme de modo que os iões
resultantes, por bombardeamento do cátodo, criem condições para que se liberte um electrão
secundário capaz de causar a repetição do processo de avalancha. Assim a descarga torna-se
autosustentada e pode prosseguir na ausência da corrente inicial de ionização (I0), de tal
forma que a igualdade acima citada pode ser considerada de ponto de ignição do processo de
avalanche.
Para a condição
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Para a condição
Significa que a corrente (I) não é autosustentada, ou seja, na ausência da fonte primária da
corrente inicial de ionização (I0) esta cessa de fluir.
Onde (Er) é a intensidade de campo eléctrico da avalanche de electrões (no interior dos
eléctrodos), (E) é a intensidade de campo eléctrico externo aplicado ao sistema figura abaixo
A resultante da intensidade do campo eléctrico na frente da avalanche será obtida por (E + Er)
ao passo que na região de iões positivos a resultante será (E – Er).
Assume-se que é condição para que ocorra a transição da avalanche para o mecanismo de
ignição do fluxo de electrões que as intensidades de campo eléctrico tenham valores
aproximados (E≈Er), assim a equação acima (αxc) torna-se;
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Por conseguinte a ruptura pelo mecanismo de ignição do fluxo de electrões ocorre apenas
quando o percurso crítico é maior ou igual a (d), (Xc ≥ d). Da condição, Xc = d, obtêm-se o
menor valor de (α) que desencadeia o mecanismo de ignição do fluxo de electrões
A Lei de Paschen
A dedução de uma equação analítica para o cálculo da tensão de ruptura para campos
uniformes em função da distância entre os eléctrodos e a pressão pode ser obtida,
expressando o coeficiente de ionização como função da intensidade do campo eléctrico e da
pressão do gás, ou seja;
Obtêm-se
Ou
5.23
Ou
Donde depreende-se que a tensão de ruptura para um campo uniforme é unicamente função
do produto da pressão pela distância de separação dos eléctrodos. As equações acima
representam a Lei de Paschen. A relação entre a tensão de ruptura (Vb) e o produto (pd) está
representada na figura abaixo
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Das relações (α(med)/p) e (α(med)d) e sabendo que (V=Ed) resulta no gráfico abaixo
Na figura acima (Vb/pd) não existe intersecção entre a curva (1) e a recta 4 significando que
para valores baixos de tensão não ocorre a ruptura no dieléctrico
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Da qual depreende-se que para uma pressão constante (p) a intensidade de ruptura (Eb)
decresce de forma uniforme com a distância (d). E que a intensidade de campo (Eb) para uma
distância (d) constante cresce com a pressão (p).
Relação entre a intensidade de campo de ruptura (Eb) e o produto entre a pressão e a distância
entre os eléctrodos (pd).
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O aspecto visual das descargas por efeito de coroa é distinto em função da polaridade da
tensão aplicada. Na polaridade positiva aparece na forma de uma bainha branco-azulada ao
longo de toda superfície do condutor. Na polaridade negativa aparece na forma de manchas
avermelhadas e brilhantes distribuídas ao longo do condutor, que aumentam com a corrente.
À medida que a tensão cresce o canal de ignição de fluxo de electrões também cresce quer no
número de ramificações como no seu cumprimento figura (b) e (c). Entretanto a respectiva
velocidade decrescerá á medida que for penetrando regiões de baixo valor de intensidade do
campo eléctrico.
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A figura acima mostra a velocidade do fluxo de ignição de electrões para diferentes níveis de
tensão
A figura acima representa os vários modos de descarga á medida que a distância entre os
eléctrodos aumenta.
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A figura abaixo mostra a tensão de início de descarga de corona como função da distância de
separação dos eléctrodos, para um caso particular de um eléctrodo de ponta de 0,75mm de
raio. A curva inferior mostra a tensão de início de descarga com pouca influência da distância
entre os eléctrodos. Eventualmente para níveis de tensão mais altos descargas constantes e
com brilho poderão ser observadas, mas a zona de transição de pulsos de Trichel para
descargas com brilho não está claramente definida, caracterizando-se apenas como uma vasta
região de transição.
Para níveis de tensão ainda maior as descargas com características brilhantes persistirão até
que a ruptura ocorra. Refira-se que a ruptura do dieléctrico sob polaridade negativa ocorre
para níveis de tensão mais elevados quando comparado com dieléctricos submetidos a
tensões de polaridade positiva, excepto para regiões com baixos níveis de pressão, portanto
quando o dieléctrico é submetido a uma tensão alternada a ruptura dieléctrica para campos
não uniformes ocorre invariavelmente no meio ciclo positivo da onda de tensão.
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Gases Isolantes
O Ar Atmosférico
As características isolantes do ar atmosférico variam com a humidade relativa. Quando seco
suas, propriedades se aproximam muito com as do vácuo. Nas proximidades de um condutor
sujeito a uma diferença de potencial o ar se ioniza, resultando em gás condutor. Se a
renovação do ar não se efectuar ou se a diferença de potencial crescer, rapidamente o poder
dieléctrico do ar poderá ser rompido, causando assim uma perfuração do isolamento. É o ar o
isolante natural, entre os condutores de uma linha aérea, fora dos apoios.
Nitrogénio
É um gás de elevada estabilidade química, bom poder dieléctrico. É utilizado para manter a
pressão interna dos tanques de transformadores, reactores e outros equipamentos, acima da
pressão atmosférica e dessa forma evitar a penetração de humidade. Dada sua elevada
estabilidade química é pouco reagente, não afectando, pois, os demais meios isolantes.
O Gás SF6
Sintetizado pela primeira vez no ano de 1900, em Paris, teve suas pesquisas para aplicação
industrial iniciadas em 1937. Em 1939, o uso em cabos e capacitores foi patenteado.
Pesquisas para sua utilização como meio interruptor são de 1950 e equipamentos blindados e
isolados à SF6 surgiram a partir de 1970. O SF6 gás é um dos gases de maior densidade (6,16
kg/m³), quase 5 vezes maior que a do ar. É um gás incolor, inodoro, não tóxico,
quimicamente inerte e estável e não inflamável.
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Capítulo 6
Ruptura em Dieléctricos Sólidos e Líquidos
O rompimento dos dieléctricos é uma grande preocupação no caso de equipamentos de alta
tensão. Eles são responsáveis pelo desgaste dos sistemas de isolamento, e indicadores de
possíveis defeitos futuros, não deixando de se levar em conta um defeito mais grave.
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As descargas por avalanche seguem um processo similar às descargas por avalanche nos
gases, isto é, um electrão ou ião livre ganha energia através da acção do campo eléctrico e
perde energia na colisão com electrões dos demais átomos, se a energia absorvida for maior
que a perdida nas colisões, e a energia das colisões for suficiente para retirar electrões das
bandas adjacentes de seus átomos, este processo pode desencadear uma avalanche. O
rompimento mecânico é característico daqueles sólidos que podem se deformar
significantemente, de forma a alterar a sua configuração mecânica, sem que haja uma
fractura. Isso acontece devido a que a pressão mecânica exercida sobre o isolante pode ser
muito alta, devido a atracção dos eléctrodos.
Segundo “Stark e Garton”, a espessura inicial, chamada módulo de Young “Y”, decresce para
um valor igual a “d” [m] quando uma tensão de módulo igual a “V” é aplicada de acordo com
a equação;
Quando um dieléctrico sólido tem uma falha, como, por exemplo, uma bolha de ar na sua
construção, há uma tendência de que sobre essa bolha a intensidade de campo seja ainda
maior que no dieléctrico em si, sendo uma fonte bastante grande de descargas, conhecidas por
descargas por erosão.
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A tensão no dieléctrico que envolve a cavidade e que iniciará a ruptura na cavidade será dada
por;
Na prática assume-se que a cavidade tem uma forma esférica, cuja intensidade dos campo
eléctrico será, para εr >> εrc;
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Camada de Condensadores
Em vários arranjos de sistemas de isolamento existem conexões série de Capacitâncias que
originam distribuições não lineares de tensões. Um exemplo típico é a cadeia de isoladores
numa linha aérea de transporte de energia eléctrica.
X
U C1
A distribuição não linear da tensão tem origem nas Capacitâncias parasitas entre a linha e a
terra
Capacitâncias de terra C1E e de linha C2L do isolador numa linha de alta tensão
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Com as abreviações
E o princípio de solução
Teremos
Dois ramos de teorias diferentes, no entanto, podem ser citados: um explica a ruptura dos
dieléctricos líquidos como uma extensão da teoria dos gases, baseado na avalanche de
electrões ocasionada através da ionização dos átomos causada pela colisão de electrões com
muita energia nestes.
Esta teoria se mostra razoável para líquidos de extrema pureza, onde a polarização electrónica
e iónica. Quando há, no entanto, uma quantidade muito grande de impurezas, o líquido tende
a ter uma corrente crescente com o campo, que depois é estabilizada, e por final, quando o
campo aplicado é muito elevado, tende a uma instabilidade, ocorrendo daí a “avalanche”.
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Impurezas sólidas, suspensas nos líquidos também causam rupturas dieléctricas. Isso porque
estas podem ter cargas líquidas, e originar avalanches. Uma explicação plausível e aceite, é a
de que essa partícula carregada é levada ao lugar onde o campo eléctrico é maior e “grad E”
igual a zero. Outras partículas sólidas carregadas são levadas a essa região, que por possuir o
campo mais elevado, têm um campo praticamente uniforme. Nesse campo, as partículas vão
se alinhando, formando certas “pontes” no dieléctrico, podendo seguir daí a ruptura do
dieléctrico.
Um outro tipo de ruptura conhecido como ruptura de cavidade é causado por inclusões de
gases dentro dos dieléctricos líquidos, na forma de bolhas. Essas bolhas causam mudanças na
temperatura e na pressão do dieléctrico, dissociação de líquidos em sólidos devido à colisão
dos electrões e vaporização do líquido devido as descargas do tipo coroa, nos pontos de
irregularidade dos eléctrodos. A equação abaixo representa como esse processo se torna uma
descarga
Capítulo 7
Ensaios Não Destrutivos
Muitos testes, são actualmente utilizados pelas empresas detentoras de sistemas de geração,
transporte e distribuição de energia eléctrica para a determinação das condições dos sistemas
de isolamento dos respectivos equipamentos. Maioritariamente estes testes são em off-line,
isto é; com os equipamentos fora de serviço.
Refira-se que a resistência de isolamento é uma função do tipo dos materiais empregues, bem
como da técnica de aplicação dos mesmos. Em geral, a resistência de isolamento é
directamente proporcional a espessura do material isolante e inversamente proporcional a
área da superfície do condutor.
Segundo Rocha e Ayupe (2010), o isolamento eléctrico pode ser modelado como um circuito
com quatro ramos paralelos, por onde podem circular quatro correntes diferentes quando uma
tensão é aplicada, conforme figura abaixo. Estas correntes são as correntes de fuga pela
superfície (leakage – IL), de capacitância geométrica (Ic), de condutância (Ig) e de absorção ou
polarização (Ia). Estas correntes somadas representam a corrente total que atravessa o
isolamento (It), conforme gráfico abaixo. A relação entre a tensão aplicada e a corrente total
medida fornece a resistência do isolamento.
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Para efectuar a medição recorre-se ao uso de um Megger, aplicando-se uma tensão contínua
de 2,5kV ou de acordo com a capacidade do aparelho e após 1 minuto R1 anota-se o valor da
resistência. Repete-se a medição e anota-se o valor da resistência após 10 minutos R10.
IP = R10/R1
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Transformadores de Potência
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Exemplo para δ = 10º → φ = 90-10 = 80º (tang10º = 0,1763, cos80º = 0,1763) para ângulos
pequenos entre Ic e I, o factor de potência é aproximadamente igual ao factor de dissipação.
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Para garantir a qualidade do óleo isolante, é comum a adição de inibidores que retardam a
velocidade do processo de oxidação, além da realização de tratamentos periódicos
Furfural (2FAL)
O 2Fal é o mais representativo de uma família de furfuraldeídos que resultam
especificamente da degradação do papel. Representa o comportamento global, a partir da
amostra de uma pequena quantidade de óleo do transformador. Há estudos que correlacionam
o GP com o 2Fal. A análise inicialmente era feita em função da sua concentração no óleo,
com a relação miligramas de (2Fal) / litros de óleo [ppm]. Mais recentemente, a relação
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1. Aplicação de uma tensão de carga (U0) sobre a amostra durante um determinado período
(tc - tempo de carga).
2. Curto-circuito da amostra durante um determinado período (td tempo de descarga).
3. Medição da tensão de retorno.
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As informações directamente obtidas de uma curva de tensão de retorno são: o valor máximo
da tensão de retorno (Um) e o tempo para se atingir este máximo (tm). Os valores destes
parâmetros possuem uma dependência directa com as características do material analisado,
bem como dos valores adoptados para a tensão de carga, tempo de carga e tempo de descarga.
A primeira aplicação de medidas de tensão de retorno, RVM “Return Voltage Measurement”,
como método de diagnóstico foi na avaliação da presença de humidade no isolamento de
papel impregnado com óleo utilizado nos transformadores. Na década de 90 esta técnica
começou a ser utilizada como método de diagnóstico preditivo para avaliar a presença de
arborescências em água no interior do isolamento de cabos de potência extrudados
O isolamento de cabos com arborescências em água apresenta uma resposta dieléctrica não
linear, explicada pelas seguintes teorias:
As arborescências são formadas por micro-lacunas, contendo água, interligadas por canais
delgados de natureza isolante. Quando sob o efeito de campos eléctricos intensos, os
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diâmetros destes canais são alargados devido à presença de água e tornam-se condutores,
resultando em maiores perdas.
Tem sido explicado, também, que a tensão de retorno nos cabos isolados em polietileno
com arborescência é influenciada pelo aumento da injecção de cargas devido à presença
de humidade ou pelo número de transportadores iónicos pré-existentes e deslocamento de
carga espacial.
O método de medida de tensão de retorno distingue-se dos outros métodos de diagnóstico que
são focados no fenómeno de descargas parciais e na existência de arborescências eléctricas.
Como qualquer método novo a medida de tensão de retorno tem evoluído muito em termos
de conhecimento e experiência. Comparada com outras técnicas de diagnóstico no domínio
do tempo como, por exemplo, medidas de corrente de relaxação, a medida de tensão de
retorno apresenta a vantagem de ser menos sensível a ruídos, o que é um importante factor
para medidas em campo
Exemplo
Para se comprovar a eficiência do processo, foi utilizado um transformador de 345kV,
133MVA de fabrico IEBB, com valores de humidade de papel inicialmente de 2,09%,
medidos através do RVM. A intenção era efectuar um processo de secagem suficientemente
lento de forma a permitir que a humidade contida no isolamento sólido fosse transferida para
o óleo isolante, auxiliada pela temperatura de operação do transformador, que permaneceria
em operação. A entrada de óleo para o sistema de filtragem foi feita a partir da válvula
inferior e o retorno pela válvula superior. O vácuo foi aplicado em todo o sistema (filtros,
mangueiras e bomba de óleo).
.
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O resultado final de RVM mostra que o valor de humidade da parte activa decresceu de 2,09
para 1,6% e apresenta-se uniformemente distribuído pelo isolamento, comprovando a
eficiência do processo de secagem
Repetindo este procedimento para vários tempos de carga e mantendo-se uma relação tc/td=2,
obtêm-se uma família de curvas de tensão de retorno. A envoltória dos picos é chamada de
espectro de polarização. O pico desta envoltória representa uma resposta global dominante
para o isolamento e também um determinado teor de humidade.
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Gerador
Degradação Térmica
A degradação térmica no sistema de isolamento de um gerador ocorre regra geral devido a
Perda da rigidez mecânica por aquecimento prolongado
Afrouxamento do isolamento entre camadas, vibração de condutores, falhas por descargas
parciais que conduzem facilmente a defeitos á massa do isolamento
Sobreaquecimento de devido a sobrecarga, falha na refrigeração, correntes de inrush,
desbalanceamento de tensões.
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Cálculos:
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Ensaios em Capacitores
C = (I.106) / (E.ω)
Onde:
C = Capacitância [μF]
I = Corrente [A]
ω = Frequência, 2πf
E = Tensão aplicada [V]
Potência reactiva, Q
Q = V2.ω.C.10-3
Onde:
Q = Potência reactiva [kVar]
V = Tensão nominal do capacitor [kV]
C = Capacitância [μF]
Critérios:
A diferença entre as capacitâncias de duas unidades de mesma especificação pode ser até 15
%
A potência obtida através da capacitância medida não deve diferir da potência nominal em:
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B) Isolamento
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Na figura é ilustrado o circuito simplificado de um TC, onde i1/n é a corrente secundária total
(corrente primária dividida pela relação de transformação), ie é a corrente de excitação do
núcleo e i2 é a corrente disponível no terminal secundário, que alimenta a carga R. O valor de
i2 é dado pela equação i2 = (i1/n) – ie. Xm, Rm e Zm representam, respectivamente, a
indutância, a resistência e a impedância do ramo de magnetização
A corrente de excitação está sempre presente, porém seu valor é muito pequeno em condições
normais, pois a impedância do ramo de magnetização é grande. Sendo assim, o erro causado
devido à ie é muito pequeno. Contudo, quando ocorre a saturação, o valor de Zm cai
drasticamente, e a maior parte da corrente passa pelo ramo de magnetização, causando
distorção na forma de onda do sinal recebido pela carga do TC.
Durante a saturação do TC, a impedância vista por relés de distância (Z=V/I) pode ser maior
do que o valor esperado, promovendo assim um problema de desbalanceamento neste tipo de
protecção
As principais causas da saturação dos TCs são as componentes unidireccionais das correntes
de curto-circuito, o fluxo magnético remanescente no núcleo e a carga do TC. Além disso,
um TC mal dimensionado pode saturar por não acomodar o fluxo magnético gerado durante
eventos como curto-circuitos. Uma solução para esse caso seria o dimensionamento do TC
com um núcleo maior, entretanto, isso aumentaria o custo do transformador de corrente.
Por esses motivos, vêm sendo estudados métodos que visem detectar os intervalos de
saturação dos TCs, para então providenciar a correcção dos sinais de corrente distorcidos em
virtude desse fenómeno. Assim, garante-se o funcionamento adequado dos esquemas de
protecção
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Onde:
Vs = Tensão de saturação (Ver tabela de cargas nominais)
F = Factor de sobrecorrente (ASA, ANSI, NBR 6856 = 20 IN)
IN = Corrente secundária nominal (5A, com raras excepções)
RI = Resistência do enrolamento secundário a 75°C
RC = Resistência da carga nominal
XI = Reactância do enrolamento secundário
XC = Reactância da carga nominal
Capítulo 8
Sobretensões, e Coordenação de Isolamento
Sobretensões
Um dos factores preponderantes que condiciona o funcionamento de todos os equipamentos e
sistemas eléctricos é o isolamento das suas partes condutoras com o meio exterior. Para além
dos riscos que as falhas de isolamento podem constituir para a integridade física de pessoas e
animais, o isolamento de um equipamento eléctrico é fundamental para o seu correcto
funcionamento. Este é feito através de materiais isolantes ou dieléctricos, cuja baixa
condutividade permite conter a corrente eléctrica dos meios exteriores.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 101
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podem sofrer alterações quando sujeitos a campos eléctricos extremos, ou tensões elevadas
derivado da sua geometria.
Sobretensões de Manobra
Quando ocorre uma manobra numa rede os seus componentes ficam sujeitos a tensões e
correntes com uma grande amplitude de frequências, podendo variar entre 5 kHz e mais de
100 kHz. Ao longo de uma tão grande gama de frequências os componentes da rede não têm
características constantes, o que obriga a sua modelização em função da frequência. Por outro
lado, os modelos utilizados deverão ser capazes de representar tanto componentes de
características concentradas (geradores, transformadores) como de características distribuídas
(cabos, linhas aéreas). Igualmente deverão ser capazes de modelizar as não linearidades
resultantes dos pára-raios, saturação dos circuitos magnéticos, arcos eléctricos, etc. Os
componentes não são de fácil modelização pelo que há sempre necessidade de recorrer a
formas aproximadas de representação. Terá assim sempre que haver um compromisso entre a
precisão do método, a velocidade de cálculo e os meios disponíveis.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 102
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Como há duas incógnitas, I e Vc, necessitamos de duas equações. A segunda equação será
então
Uma vez que, depois de a corrente ter sido eliminada através do disjuntor, o único circuito
possível para a corrente é através do condensador
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 103
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Sobretensões Atmosféricas
Resumindo a teoria mais aceite, tem-se que o processo é composto de duas partes: primeiro a
electrificação das partículas e em seguida a separação espacial destas. A geração de iões
baseia-se nos movimentos cíclicos ascendentes e descendentes que ocorrem dentro das
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 104
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Aproximadamente 95% das nuvens ficam carregadas como descreve o processo acima.
Porém, os mecanismos de electrificação das nuvens são mais complexos que este simples
resumo, envolvendo vários fenómenos não descritos aqui.
O processo da descarga ao solo começa com a elevação do campo eléctrico acima do valor de
rigidez da atmosfera presente, quando então ocorre o surgimento e expansão de caminhos
ionizados de pontos da nuvem. Estes líderes descendentes caminham em passos de
aproximadamente 10 metros em poucos micro segundos (μs), carregando o canal com cargas
negativas retiradas da nuvem, quando estes começam a se aproximar do solo provocam o
aparecimento de caminhos ionizados que partem deste carregando um canal com carga
eléctrica positiva. Quando estes dois líderes encontram-se ocorre a primeira descarga
atmosférica, denominada descarga de retorno, como pode ser visto no diagrama
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 105
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Uma descarga atmosférica pode terminar após a descarga de retorno, a qual descarrega o
canal e a nuvem. Porém pode ser sucedida por outras descargas subsequentes, de uma até
mais de 15 descargas, dependendo da quantidade de cargas de que a nuvem ainda dispõe,
com intervalos de poucos ms entre cada uma. O processo da descarga subsequente é muito
similar ao da primeira descarga, porém inicia-se com o chamado “dart leader”, o qual tem a
mesma função da descarga líder, contudo não caminha em passos, sendo um processo
contínuo. Esta aproveita-se do canal quente e ionizado formado pela primeira descarga para
descarregar eventuais cargas que venham a se deslocar na nuvem, após a nova junção dos
líderes ocorre novamente uma descarga de retorno.
No processo de ionização a descarga líder caminha em passos com velocidade de 2.105 m/s,
de 100 a 1000 Amperes (A) e carga negativa de 10 Coulomb (C) ou mais. A descarga de
retorno é um dos mais importantes componentes da descarga atmosférica, pois possui alta
energia e tempo de trânsito baixo. Possui tempo de frente de poucos μs e tempo até meio
valor de pico (cauda) em torno de 50μs. A descarga líder subsequente, “dart leader”, possui
velocidade média de 3.106 m/s, 1 C de carga e aproximadamente 1 kA de corrente.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 106
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O primeiro tipo responde por 90% das descargas ao solo, o tipo 2 responde por quase 10%, e
os tipos 3 e 4 são específicos de descargas que somente ocorrem com a presença de estruturas
elevadas aterradas, acima de 100 m, ou de objectos localizados no alto de montanhas.
Corrente de Descarga
Normalmente, uma descarga atmosférica é modelizada por uma fonte de corrente com forma
de onda, polaridade e amplitude adequadas considerando, eventualmente, a colocação de uma
resistência de algumas centenas de Ohms em paralelo com a fonte de corrente para simular a
influência da impedância do canal de descarga. De entre inúmeras expressões matemáticas
representando funções com características de concavidade adequadas, a CIGRE propõe que a
corrente de descarga seja obtida pela adição de duas funções: uma relacionada com a frente
da onda, atingindo o máximo gradiente para 90% da amplitude, e outra relativa à cauda da
onda, com gradiente máximo no início, permitindo uma transição estável de uma curva para a
outra e uma representação correcta da cauda da onda. Na frente de onda a curva é descrita
pela função I(t), sendo as constantes A e B calculadas a partir da amplitude da corrente (IP),
do tempo equivalente de frente (Tf) e do gradiente máximo da onda (Gm), recorrendo à
sequência de cálculo apresentada nas expressões:
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Onde I1 e I2
Conceitos Fundamentais
São vários os factores que contribuem para o dimensionamento do isolamento de um sistema
eléctrico. Como ponto de partida, é necessário conhecer as solicitações dieléctricas do
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 108
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Desta forma, a tensão de disrupção de um intervalo não pode ser fornecida sem o
conhecimento da probabilidade de disrupção que o caracteriza, sendo que a forma mais
comum de o caracterizar é através da tensão que quando aplicada ao dieléctrico, apresenta
uma probabilidade de 50% de o disromper, denominando-se U50. Porém, para efeitos de
coordenação de isolamento, é comum utilizar-se a tensão U10, correspondente à tensão para a
qual existe uma probabilidade de 10% de ocorrer disrupção do intervalo, associando-se à
designação de tensão suportável. É ainda utilizada a tensão U0 para definir o nível de tensão
para o qual deixa de existir disrupção do intervalo, sendo este valor convencionado em
relação à tensão U50 devido à maior facilidade de cálculo deste valor.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 109
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corresponde a uma falha de isolamento devido a uma sobretensão de manobra, por cada 1000
sobretensões de manobra.
Procedimento Geral
O procedimento para coordenação de isolamento consiste na determinação da tensão máxima
do equipamento (Um), bem como um conjunto de valores normalizados de tensão suportável
nominal (Uw), que caracterizam o isolamento necessário para uma aplicação.
Um conjunto de valores normalizados de tensão suportável nominal (Uw) constitui um nível
nominal de isolamento. Se um nível nominal de isolamento estiver associado a uma tensão
máxima de equipamento (Um), este conjunto constitui um nível de isolamento padrão.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 110
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- Precisão da análise;
- Outros factores desconhecidos
Classe II:
- Alta e muito alta: Vm > 242 kV
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denominada de sobretensões de frente muito rápida, que gerou uma reorganização das
designações aceites pela CEI.
Regime Permanente
Solicitação que constitui o limite mínimo a garantir durante toda a vida útil do equipamento,
quando sujeito à tensão nominal do sistema. Apresenta análises idênticas nos dois
documentos.
Sobretensões Temporárias
Para esta classe de sobretensões, ambos os documentos salientam a dificuldade existente na
limitação de sobretensões e consequente protecção do sistema. A utilização de
descarregadores de sobretensões é limitada a casos especiais (apenas efeitos ressonantes, após
estudo térmico prévio) e a prevenção destas é feita unicamente através de critérios de
planeamento e exploração da rede.
Ambos destacam as seguintes fontes de sobretensões temporárias:
- Defeito à terra;
- Rejeição de carga;
- Ferro-ressonância
Contudo, as ligações e religações de linhas são as fontes desta classe de sobretensões com
maior expressão na operação de uma rede de muito alta tensão, sendo desta forma as que
apresentam a análise mais detalhada nos dois guias. Desta forma, ambas apresentam
intervalos de valores das sobretensões de 2% (valor da tensão de determinada classe de
sobretensões cuja probabilidade de ser excedido é de 2%) para as sobretensões de manobra
desta fonte. Estes intervalos são dados para várias configurações de rede, para ligações e
religações de linhas, sem utilização de descarregadores de sobretensões a limitar as
amplitudes das sobretensões.
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Ambos os guias referem a reduzida expressão das sobretensões induzidas para as tensões
normalmente utilizadas na transmissão, já que estas provocam sobretensões cuja amplitude
não ultrapassa os 400kV, sendo os seus efeitos desprezados para linhas com tensão de
funcionamento superior a 72,5kV.
Suportabilidade Dieléctrica do Ar
A suportabilidade dieléctrica refere-se à capacidade que um determinado meio dieléctrico
apresenta para resistir à disrupção do mesmo. Sendo este capítulo dedicado à coordenação de
isolamento de linhas aéreas, esta alínea irá centrar-se no dieléctrico que maior expressão tem
neste meio, o ar.
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Onde x = (U-U50)/Z
Por outro lado, o guia de coordenação de isolamento propõe a utilização de uma distribuição
Gaussiana
Onde x = (U-U50)/Z
Onde
σ Representa o desvio padrão (percentagem);
δ Representa a densidade relativa do ar;
h Representa a humidade absoluta (g/m3).
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Método Determinístico
Para linhas sem descarregadores de sobretensões, os dois guias apresentam factores de
coordenação de isolamento determinísticos divergentes, para aplicar à sobretensão máxima
convencionada. Porém, o método utilizado é idêntico, definido por:
Onde a “tensão suportável convencional” corresponde à tensão para o qual o intervalo tem
uma probabilidade de disrupção convencionada de 0% (U0 ≈ U50 (1-2,5σ) e a “sobretensão
máxima convencional” corresponde à tensão de corte superior da função de densidade de
probabilidade das sobretensões (Uet). No guia da REN, Kcd é ainda referido como γc.
Método Probabilístico
O método probabilístico é definido de forma idêntica para os dois casos, variando apenas a
função de distribuição acumulada das sobretensões utilizada
Onde
R é o risco de falha de isolamento;
f0 é a função de densidade de probabilidade das sobretensões;
P(U) é a probabilidade acumulada de disrupção do intervalo de ar.
Como foi já referido anteriormente, a CEI utiliza uma função de Weibull modificada,
enquanto a REN apresenta uma distribuição Gaussiana.
Porém, o método mais aplicado actualmente é uma variação deste método, denominada
Método Probabilístico Simplificado. Para ambos os guias, este método é definido da seguinte
forma:
Sobretensão estatística, correspondente a 2% de probabilidade de ser excedida (Ue2 ou
Us);
Sobretensão suportável estatística, correspondente a 10% de probabilidade de existir
disrupção do dieléctrico (U10 (CEI) ou Uw (REN)).
O risco de falha de isolamento pode ser correlacionado com um factor estatístico de
coordenação de isolamento
Onde
Kcs corresponde ao factor estatístico de coordenação de isolamento;
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 117
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U10 corresponde à tensão que tem 10% de probabilidade de disromper o intervalo de ar (Uw
no guia da REN);
Ue2 corresponde à tensão que tem uma probabilidade de 2% de ser excedida numa
sobretensão (Us no guia da REN).
A comparação das diferenças suscitadas pelos casos referidos anteriormente será estudada
através de três diferentes gráficos. O primeiro representará a relação existente entre o risco de
falha de isolamento e o valor médio (U50) da função de probabilidade acumulada da tensão de
disrupção do intervalo. O segundo representará a relação entre o factor estatístico de
coordenação de isolamento, novamente com o U50. O terceiro resultará da fusão dos dois
primeiros gráficos, obtendo a relação entre o risco e o factor estatístico.
Nas figuras abaixo apresenta-se uma representação gráfica do cálculo do primeiro gráfico,
onde os pontos assinalados equivalem à tensão correspondente. Recorda-se que γ corresponde
ao factor estatístico de coordenação de isolamento, Uw e Us correspondem a U10 e Ue2
respectivamente, sendo o valor médio e o desvio padrão da função de densidade de
probabilidade das sobretensões dada por mu e σu, e o valor médio e o desvio da função de
probabilidade acumulada que caracteriza a disrupção do intervalo é dada por U50 e σ
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 118
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Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 119
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Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 120
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Através da figura (risco de falha de isolamento em função da tensão U50) podemos verificar
que os valores do risco são idênticos para valores reduzidos de U50. Porém, para valores cada
vez maiores de U50, começa a verificar-se uma diferença significativa entre os valores do
risco utilizando a distribuição Gaussiana e os que utilizam a distribuição de Weibull ou a
Gaussiana truncada. Daqui se conclui que a truncagem de valores efectuada nestes dois
últimos casos é responsável por esta diferença, sendo apenas expressiva para valores elevados
de U50, nos quais a área retirada pela truncagem é mais significativa.
Para a gama de valores mais elevados de U50 pode ainda verificar-se uma diferença entre a
Weibull e a Gaussiana com truncagem. Dado que a truncagem destas duas é feita de forma
análoga, esta diferença entre valores espelha a diferença que existe entre as duas distribuições
de probabilidade, devido ao facto da distribuição de Weibull modificada ter valor nulo no seu
valor de corte, contrariamente à Gaussiana.
Dado que a distribuição de probabilidade das sobretensões e o desvio da distribuição de
probabilidade acumulada da tensão de disrupção é mantido constante, o valor do factor
estatístico é idêntico para os três casos, como se pode ver na Figura (relação entre o factor
estatístico e o valor U50).
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 121
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Após observação das figuras acima, verificamos que embora os valores do risco e do factor
estatístico variem em função dos valores médios das sobretensões, estes desvios não se
traduzem na relação final entre risco e factor estatístico
Este facto é explicado através da própria definição do método probabilístico simplificado,
cuja expressão se representa de seguida
Como podemos retirar da acima, para um valor constante do factor estatístico, a relação entre
U50 e mu é constante. Como consequência, para um dado factor estatístico temos imposta a
posição relativa entre as duas distribuições, bem como o respectivo valor do risco. Desta
forma, a uma variação de mu vai corresponder uma variação solidária das duas distribuições,
mantendo sempre constante o valor do risco correspondente ao factor estatístico considerado.
Na figura abaixo é apresentado um exemplo gráfico desta situação, para três valores distintos
de mu (mu =1, 2, 3) e mantendo o factor estatístico constante (γ=0,8).
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 122
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De forma similar aos casos anteriores, a figura mostra novamente a relação entre o factor
estatístico e a tensão U50, para os três conjuntos de valores médios e desvios considerados.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 123
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Verifica-se também que quanto menor for o par (mu;σu), o decrescimento do valor do risco
com a tensão U50 é maior, devido à menor esparsidade da distribuição das sobretensões. Da
mesma forma, quanto menor este par, maiores serão os valores do factor estatístico e maior
será a sua inclinação e gama de valores, para os mesmos valores de U50. Conjugando estes
dois factores, quanto menor for o conjunto (mu;σu), mais decrescente será a curva
correspondente ao risco de falha de isolamento
Distâncias no Ar Normalizadas
Neste capítulo serão analisadas as distâncias no ar propostas pelas duas normas como forma
de isolamento dos condutores de linhas aéreas.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 124
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Procedimento Geral
Como foi visto anteriormente, o procedimento geral de coordenação de isolamento sugerido
pelos dois documentos é similar. Ambos sugerem como ponto de partida as sobretensões
representativas de um sistema, que após a aplicação de vários factores, referentes aos
métodos de coordenação de isolamento e a diferentes condições de teste, resultam em valores
de tensões suportáveis do isolamento. Porém, destes valores até à obtenção das distâncias no
ar, os dois guias seguem metodologias divergentes.
No guia da CEI, após a obtenção das tensões suportáveis do isolamento, estas são
normalizadas juntamente com a tensão máxima do sistema. Através destes valores de
isolamento normalizados, são obtidos directamente todos os tipos de distâncias no ar (a partir
das tabelas pertencentes ao Anexo A do documento CEI 60071-2).
No guia da REN, cada tipologia de distâncias no ar tem uma metodologia de cálculo
específica que será pormenorizada nos capítulos seguintes, na comparação dos vários tipos de
distâncias.
Hastes de Descarga
Nesta alínea, pretende-se analisar a distância no ar que é efectivamente dimensionada através
das sobretensões originárias no sistema, ou seja, distâncias entre hastes de descarga ou
protecção. Esta distância não é equivalente ao comprimento das cadeias de isoladores, já que
estas são dimensionadas a partir da linha de fuga de cada isolador e da poluição a que a linha
está sujeita, sendo estas distâncias superiores às das hastes de descarga.
No guia da REN, na altura da sua execução, não tinham ainda sido publicados valores
normalizados de tensões para linhas aéreas, por parte de CEI. Desta forma, o guia da REN
utiliza os valores de tensão suportável normalizados pela CEI para o choque atmosférico do
painel de linha, respeitantes a toda a aparelhagem de corte e manobra das subestações,
transformadores de medição, travessias, distâncias no ar, colunas de isoladores, etc. Da gama
de valores normalizados, a REN utiliza valores fixos definidos pela EdF para os 72,5kV e
170kV. Para os 245kV, utiliza um valor menor que os 1050kV utilizados da EdF, e para os
420kV utiliza os valores mínimos recomendados pela CEGB17 e os valores máximos
sugeridos também pela EdF.
Através destes valores, utilizando as expressões que relacionam a tensão U50 com a distância
de disrupção (Equação 11 e 12), bem como os valores da Tabela 6 que apresentam os valores
de tensão correspondentes a 0,6% e 99,6% de probabilidade de disrupção de um intervalo de
ar (valores de 0% e 100% normalizados), é apresentado na tabela
Distâncias de contornamento
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 125
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Como se pode verificar, este quadro apresenta, para cada nível de tensão e tipo de cadeia de
isoladores, uma gama de distâncias entre dispositivos de guarda em que os extremos
correspondem a um contornamento com 99,6% de probabilidade de ocorrência e a outro com
0,6%. Destes dois extremos, consoante o desempenho necessário para a linha, é escolhido
assim o valor ou gama de valores aceitável para a distância mínima entre peças em tensão e
apoios, ou dispositivos de guarda, apresentados na tabela.
Na figura abaixo são comparadas as distâncias mínimas entre peças em tensão e apoios
(hastes de descarga), tendo sido os valores da CEI retirados das tabelas do Anexo A, e as
distâncias da REN retiradas do anexo IV, dos valores efectivamente utilizados nas hastes de
protecção das cadeias para cada nível de tensão.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 126
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Como se pode verificar, os valores máximos das distâncias sugeridas são semelhantes para os
dois guias. Porém, para os valores mínimos, verifica-se que a partir dos 170kV, a CEI sugere
distâncias consideravelmente mais reduzidas para os valores mínimos
No guia da CEI é referido que as distâncias sugeridas nesse guia dizem respeito unicamente à
coordenação de isolamento, não incluindo qualquer especificação relativa a segurança.
Porém, tendo em conta alterações de geometria devido ao vento e esforços electrodinâmicos,
no quadro 19 do guia da REN são especificadas as distâncias mínimas de segurança entre
condutor e apoio, sugeridas pelo projecto de revisão do Regulamento de Segurança de Linhas
Eléctricas de Alta Tensão. Embora estas distâncias sejam menores que as apresentadas na
tabela (Gama de distâncias entre hastes de descarga), este facto pode explicar a diferença
existente nas distâncias mínimas apresentadas. Verifica-se também que os valores
normalizados do painel de linha correspondem aos valores mais elevados das tensões
normalizadas utilizadas pela CEI, o que resulta num sobredimensionamento destas distâncias
ao não considerar valores de tensões suportáveis mais reduzidas.
Cadeias de Isoladores
Tanto na REN como na CEI, o comprimento da cadeia de isoladores é definido através da
capacidade de isolamento em condições nominais de funcionamento. Nestas condições, a
poluição a que as cadeias estão sujeitas é preponderante para a definição da cadeia, definindo
assim a linha de fuga específica, cujos valores são apresentados na tabela abaixo, sendo
definidos de igual forma nos dois guias.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 127
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Definindo a linha de fuga total associada a cada nível de tensão e poluição, e a linha de fuga
de cada isolador, dividindo a linha de fuga total por esta última obtém-se o número de
isoladores constituintes da cadeia, e com esta o comprimento da cadeia de isoladores. Existe
porém o caso especial das cadeias com menos de 10 elementos, em que tem de se garantir
que a perda de um elemento não afecta o funcionamento total da cadeia.
Porém, como se pode ver através do anexo IV presente no guia da REN, apenas são utilizados
pela REN os valores de poluição média, forte e muito forte, não existindo cadeias
implementadas com níveis de poluição ligeira. Salienta-se ainda que os valores de linha de
fuga específica para as cadeias de 400 kV são menores do que os 3,1 cm/kV normalizados
Onde
K=0,6;
f - representa a flecha média (m);
l - representa o comprimento da cadeia (m);
U - a tensão nominal (kV).
Da tabela a seguir verificamos que para qualquer tipo de cadeia, a probabilidade de disrupção
do intervalo quando aplicada a sua tensão suportável ao choque atmosférico do painel de
linha são praticamente constantes para os níveis de tensão entre 420kV e 245kV. Por
conseguinte, verifica-se que estes dois níveis de tensão são projectados para ter o mesmo
nível de desempenho. O mesmo já não acontece nos restantes níveis de tensão, onde se
verifica uma subida acentuada destas probabilidades com a diminuição do nível de tensão,
sinal que a partir dos 245kV se reduz a exigência relativa ao desempenho.
Em relação às cadeias laterais, verifica-se que as duas distâncias geram uma probabilidade de
disrupção abaixo dos 10% entre os 420kV e 245kV, mas que esta gama de probabilidades
aumenta consideravelmente (8% a 87%, nos 170kV) para os níveis de tensão mais baixos.
Esta característica, também presente nas cadeias centrais, permite utilizar a distâncias entre
hastes de descarga como equipamento de protecção a instalar na vizinhança de subestações.
Conclui-se ainda que a sensibilidade da probabilidade de disrupção dos dois tipos de hastes
de descarga em relação à gama de distâncias não é constante. Para os dois valores mais
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 128
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Nos casos em que se verifica que as hastes de descarga das cadeias centrais estão mais
fragilizadas do que as cadeias laterais, é necessário projectar as cadeias centrais com uma
distância entre hastes superior à relativa às cadeias laterais de forma a manter constante o
desempenho da linha.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 129
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Como se pode verificar, existem factores topológicos que condicionam estas amplitudes.
Genericamente, podemos concluir que a religação de linhas, numa rede com carácter indutivo
e com reduzida compensação paralela, vai gerar sobretensões representativas com amplitudes
superiores, gerando consequentemente valores superiores de tensões suportáveis necessárias.
Em relação às sobretensões devidas a defeitos e eliminação de defeitos, a sua amplitude é
determinada pelo factor de defeito à terra. Se este for superior a 1,5, as sobretensões devido
ao início do defeito serão superiores às devidas à sua eliminação (estas últimas fixas e iguais
a 2 pu).
Já nas sobretensões de frente rápida, a sua amplitude depende das características da linha.
Quanto maior for a impedância de onda da linha e a resistência do eléctrodo de terra, maior
será a amplitude das sobretensões. Por outro lado dependerá também da corrente injectada
pela descarga atmosférica, cujo valor dependerá da quantidade de cabos de guarda instalados.
Após as sobretensões estarem caracterizadas, são aplicados três factores até serem obtidas as
tensões suportáveis necessárias: o factor de coordenação de isolamento, o factor de altitude e
o factor de segurança.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 130
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Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 131
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Onde H é a altura acima do nível do mar (m); m uma constante que varia consoante a classe
de sobretensões.
Considerando sobretensões atmosféricas e um valor de m = 1, obtemos o gráfico abaixo.
Verifica-se que quanto maior for a altitude a que a linha for instalada, maior será o factor a
aplicar, e maior será a tensão suportável necessária a aplicar
Variação do factor m
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 132
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a) Isolamento fase-terra
b) Isolamento longitudinal
c) Isolamento fase-fase
d) Isolamento haste-plano
Como se pode verificar pela figura acima, tal como no caso anterior o factor de correcção de
altitude aumenta com o aumento da altitude. Porém, como se pode ver na figura este aumento
é tanto maior quanto maior for o factor m, e consequentemente quanto menor for a tensão
suportável de coordenação de isolamento obtida com Kc.
O factor de segurança é fixo para isolamentos externos e igual a Ks = 1,05.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 133
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Caracterização de Intervalos de Ar
Como ponto de partida para a definição de um isolamento constituído por um intervalo de ar,
é necessário definir as solicitações que limitam a sua função. Sendo a disrupção de um
intervalo de ar um processo que apenas pode ser descrito de forma probabilística, estas
limitações são definidas a partir da tensão que aplicada aos extremos do intervalo, provoca a
disrupção deste com uma probabilidade de 50% - U50.
Esta tensão depende tanto das características do intervalo (forma dos eléctrodos e distâncias
entre eléctrodos) como das características da tensão (forma, tempos característicos e
polaridade). Dado que as características do intervalo são o principal elemento a dimensionar,
esta análise terá de ser feita para cada classe de sobretensões emergente no sistema.
Tendo já definido os tempos característicos como sendo o tempo crítico para cada intervalo,
resta-nos definir a polaridade e a configuração dos eléctrodos para definir completamente a
tensão e o intervalo, fazendo variar apenas o comprimento deste. Verifica-se que definindo a
tensão de disrupção de um intervalo para a configuração ponta-plano, as tensões para as
restantes configurações podem ser dadas através de um factor de intervalo k, quantificado
empiricamente. Verifica-se também através destes trabalhos, que na maioria dos casos os
impulsos de polaridade positiva são os que resultam em menores tensões de disrupção, sendo
por isso a polaridade escolhida para realizar o dimensionamento destes intervalos.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 134
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No artigo publicado por V. S. Syssoev em 2003, encontra-se uma lista muito completa da
evolução das expressões que relacionam a tensão de disrupção crítica com a distância entre
eléctrodos. Essas expressões foram acrescentadas à lista apresentada de seguida, organizada
por ordem cronológica.
Uma das primeiras expressões conhecidas a relacionar a tensão de disrupção crítica com a
distância entre eléctrodos foi proposta por G. N. Alexsandrov em 1969.
Sendo hf o valor médio do comprimento do traçador na zona de salto final. Uma das
primeiras e mais relevantes expressões conhecidas a relacionar a tensão de disrupção crítica
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 135
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com a distância entre eléctrodos foi proposta por G. Gallet, G. Leroy, R. Lacey e I. Kromer
em 1975.
Com σ igual ao desvio padrão das sobretensões de frente lenta (o autor admite 5%).
Publicado também por I. Kishizima, K. Matsumoto e Y. Watanabe em 1984 foi a equação
abaixo, cuja dispersão resultou na inclusão na norma CEI 60071-2.
Presente também no guia da REN está a equação, publicada em 1985 por R. Cortina, E.
Garbagnati, A. Pigini, G. Sartorio e L. Thione.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 136
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Sendo (σ) o desvio padrão admitido para sobretensões de frente lenta, a equação de b(d)
(sendo e a base do logaritmo natural), será:
Porém, dado que muitas destas expressões foram estabelecidas através de dados
experimentais, cada uma delas tem uma gama de valores de comprimento no intervalo para o
qual tem validade.
A primeira expressão foi desenvolvida por Paris e Cortina e é traduzida pela equação
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 137
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Dado que todas estas expressões foram determinadas de forma empírica, cada uma delas é
válida para uma determinada gama de valores.
Distâncias Fase-Terra
As distâncias nos apoios são caracterizadas pelas distâncias entre hastes de descarga e pelas
distâncias entre peças em tensão e apoio. As distâncias entre hastes de descarga são definidas
através de métodos de coordenação de isolamento face a sobretensões fase-terra e baseiam-se
nas distâncias mínimas dadas pelas normas da CEI. Por sua vez, as distâncias entre peças em
tensão e apoio são distâncias de segurança cujo cálculo não está directamente relacionado
com as sobretensões fase-terra originárias no sistema, mas com a possibilidade de falha de
isolamento à frequência nominal devido à movimentação dos condutores por acção térmica e
de forças mecânicas.
Eng. Luís Simone (Material sujeito a alterações sem aviso prévio) Técnica de Alta Tensão 138
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Distâncias Fase-Fase
Ao longo do vão, é necessário garantir que não existem falhas de isolamento entre fases. Para
tal, dois tipos de distâncias têm de ser garantidos para assegurar o normal funcionamento da
linha. O primeiro refere-se à coordenação de isolamento fase-fase e visa garantir que
sobretensões de frente rápida e lenta não causem disrupções dieléctricas entre duas fases.
Porém, como foi já anteriormente enunciado, esta distância é calculada com os condutores
estáticos, sem consideração de vento ou alterações na geometria, seja dos próprios cabos, ou
das estruturas envolventes como por exemplo cabos de guarda. Adicionalmente, é necessário
garantir uma distância suficiente entre fases que permita que as oscilações dos condutores
devido ao vento não causem disrupções à frequência nominal.
Aplicando métodos de coordenação de isolamento à distância entre condutores, chegamos aos
resultados propostos pela CEI para distâncias mínimas fase-fase, para cada nível de tensão.
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coincidentes. Verifica-se também alguma disparidade com a CEI, que não é uniforme ao
longo dos vários níveis de tensão. Para os 245kV, ambas as distâncias mínimas e máximas da
CEI se apresentam inferiores às das restantes. Porém, para os 420kV, as distâncias mínimas
estão praticamente coincidentes, enquanto as distâncias máximas propostas pela CEI se
apresentam 20% superiores.
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Condutor -
mísula/mastro
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Trabalhos em Tensão
Como consequência da continuidade de serviço necessária e esperada para uma linha com
este nível de tensão e capacidade de transporte, pode ser necessário efectuar trabalhos de
manutenção com a linha em funcionamento. Esta prática, denominada de “trabalhos em
tensão”, implica geralmente a deslocação de pessoas e ferramentas para a proximidade dos
condutores, sendo imperativo criar distâncias de segurança que comportem a existência de
todo este género de irregularidades sem comprometer a segurança dos serviços de
manutenção.
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Onde
U50 é a tensão que tem 50% de probabilidade de romper o intervalo de ar (kV);
Cd é o factor que compensa a existência de elementos isoladores danificados nas cadeias;
Cw é o factor que compensa o enfraquecimento da suportabilidade dieléctrica do ar quando
inseridas ferramentas ou outros objectos metálicos flutuantes no intervalo de ar;
Ca é o factor que compensa as variações atmosféricas, especialmente da altitude;
U50rp representa a tensão que tem 50% de probabilidade de disrupção, com uma configuração
de eléctrodos do tipo ponta positiva – plano.
Desta forma, a tensão U50 que caracteriza o intervalo será escolhida através da maior tensão
normalizada (Uw) presente na tabela 3 da norma 60071-1 da CEI, para sobretensões de frente
lenta e para este nível de tensão, ao invés de aplicar o algoritmo de coordenação de
isolamento para a calcular. Esta tensão, correspondente a U10= 1050kV, pode ser facilmente
traduzida para a tensão U50 através da equação.
Onde
σ é o desvio padrão da distribuição acumulada de disrupção do intervalo, considerada neste
artigo como 5%.
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Onde
B Corresponde ao material constituinte do isolador do tipo “cap&pin”, sendo B=0,75 para
isoladores de porcelana e B=1 para isoladores de vidro temperado. Sendo o pior caso, foram
considerados sempre isoladores de vidro temperado;
nb é o número de isoladores danificados, tendo sido considerado para os cálculos o valor de
10% do total dos isoladores;
n0 é o número total de isoladores da cadeia danificada.
O factor Cw é retirado do pior caso, correspondendo a 0,875 para configurações Condutor –
Janela (k=1,2) e a 0,77 para configurações Condutor – Apoio (k=1,45).
O factor de altitude é calculado através da relação que a densidade do ar tem com esta
Onde
A representa a altitude em m;
t a temperatura em ºC;
t0 = 20 ºC;
α=121x10-6.
Onde
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Porém, dado que não faz sentido dimensionar uma linha para o pior caso em termos de
altitude, serão propostas duas configurações, válidas para gamas de altitude diferentes. Uma
válida para instalações até 400m, e outra válida até 1500m.
Tendo estes valores em conta, para uma linha instalada numa altitude até 400 m, a distância
mínima de aproximação dos condutores numa configuração Condutor – Apoio será de 3,83
m, sendo que na configuração Condutor – Janela será de 4,2 m.
Desta forma, a estrutura proposta para isoladores normais e em ambientes poluídos, a instalar
até 400m de altitude apresentam-se nas figuras abaixo.
Configuração proposta para 400kV, com cadeia de isoladores normais e trabalhos em tensão
até 400 metros
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Para uma linha a instalar até 1500m de altitude, a distância mínima de aproximação resulta
em 4,04m para a configuração Condutor – Apoio e em 4,43m para a configuração Condutor –
Janela, cujas configurações são apresentadas nas figuras abaixo.
Configuração proposta para 400kV, com cadeia de isoladores normais e trabalhos em tensão
até 1500 metros
Mesmo utilizando uma estrutura válida para altitudes extremas, é possível sugerir uma
configuração mais compacta que as actuais e que cumpra todos os requisitos de segurança.
Desta forma, é possível reduzir a largura de 24m para 19,52m, constituindo uma redução de
18,6% na largura da torre. A distância entre condutores é também reduzida de 12,3m para
9,79m, resultando numa redução de 20,4%.
Selecção de Pára-Raios
Os pára-raios constituem equipamentos indispensáveis nos estudos de coordenação de
isolamento, conforme pode ser visto na figura abaixo. O eixo das abcissas mostra a
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A característica tensão-corrente nos varistores é tal que, para regime normal, a corrente que o
atravessa é de amplitude tão pequena, que quase pode ser considerado um isolante. Durante
sobretensões elevadas, onde correntes da ordem de kA são injectadas, a tensão resultante
sobre o equipamento protegido ficará em níveis aceitáveis.
A figura acima mostra o comportamento de um varistor ligado entre a fase e a terra num
sistema de 420kV. A análise da figura anterior mostra que, para a tensão contínua de
operação, uma corrente residual circula através do varistor. Esta deve-se a uma grande
componente capacitiva e pequena componente resistiva para a terra. Para a relação tensão-
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Outro ponto a ser ressaltado é o valor de pico de tensão de operação contínua, conforme
definido pela IEC 60099-4 e também chamado de máxima tensão de operação contínua
(MCOV, do inglês Maximum Contínuos Operating Voltage) pela norma IEEE Std C62.11-
1999. Esta é a tensão na qual o varistor pode ser operado sem restrições.
Ainda na figura, o valor de tensão nominal (Ur) não se refere ao valor de que poderia ser
aplicado por um período ilimitado, como definido para o MCOV. Na verdade, ele caracteriza
a capacidade do varistor em lidar com sobretensões temporárias no sistema. Essas podem
durar por um período de aproximadamente 10 s, mas alguns fabricantes permitem que este
tempo chegue a 100 s. A curva característica mostra que, nestas condições, há uma corrente
da ordem de 1 mA. Esta corrente acarreta um aumento significativo da temperatura do
varistor, se exceder o tempo definido pelo fabricante. Uma extensiva exposição do varistor a
esta corrente pode torná-lo incapaz de se resfriar, perante solicitações sucessivas, podendo
apresentar instabilidade térmica. Este facto pode conduzir à sua auto destruição.
a) Ondas trafegantes: as sobretensões sobre os sistemas de potência fluem através das linhas
de transmissão na forma de ondas trafegantes. Nos pontos nos quais a impedância
característica da linha muda, ocorrem os fenómenos de refracção e reflexão. O nível de
tensão em cada instante e ponto da linha depende de diferentes valores instantâneos para cada
forma de onda individual. Variando-se da distância do pára-raios ao varistor, e sua taxa de
crescimento da tensão, a tensão limite do equipamento pode ser excedida. Também se
observa que existe uma zona de protecção do varistor da ordem de metros, onde se define a
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Este valor não necessariamente coincide com o pico de tensão no varistor, mas demonstra a
ordem de magnitude de possíveis quedas de tensão indutivas, que podem sobrepor-se à tensão
residual do pára-raios; e
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Outro factor a ser considerado na escolha do nível de protecção é a absorção de energia pelo
pára-raios.
Absorção de Energia
A energia que é instantaneamente injectada durante uma simples descarga não pode exceder
um valor no qual os pára-raios estariam sujeitos aos esforços termomecânico. Nesse contexto
pode-se falar de dois aspectos. Primeiramente, a capacidade de absorção de energia a um
impulso único. A energia injectada em alguns poucos micro segundos resulta num aumento
de temperatura, associada com esforços de tensão sobre a estrutura cerâmica do material. Isto
pode levar a pequenas fissuras ou quebra do pára-raios. Como não se pode dissipar
rapidamente o calor, através do material que o reveste, um esforço adicional pode ocorrer.
Outro aspecto é a capacidade de absorção de energia térmica. Esta é definida como o nível
máximo de energia injectada no varistor, durante um pequeno intervalo de tempo, no qual o
varistor é submetido a várias descargas e ainda pode ser resfriado para sua temperatura de
operação normal
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Onde:
Vs - Tensão da descarga piloto em MV para I0 em kA;
Rs - Distância de atracção média em metros para I0 em kA;
I0 - Corrente do raio;
b - Raio da descarga piloto; e
a - Raio da corrente de retorno
Para a maioria das aplicações é inteiramente satisfatória uma relação mais simples dada por
A máxima distância de incidência relativa à máxima corrente que atinge os condutores pode
ser calculada pela seguinte expressão
Onde
Rmax - Máxima distância em metros para I0 em kA;
Imax - Corrente máxima que incide no condutor fase;
h - Altura do cabo pára-raios;
y - Altura do cabo fase; e
θs - Ângulo de protecção.
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Modelo electrogeométrico
As descargas indirectas nos cabos pára-raios ou torres causam um aumento do potencial das
estruturas metálicas. O topo da torre atinge um potencial que depende da sua indutância L e a
resistência de aterramento R ao impulso. A tensão desenvolvida é relacionada por
Critério de Selecção
A selecção dos descarregadores de sobretensões para a protecção de sistemas eléctricos é
feita com base, essencialmente, da tensão eficaz que o dispositivo mencionado consegue
suportar continuamente (MCOV – Maximum Continuos Operation Voltage)
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Capítulo 9
Concepção e Teste de Isoladores Para Uso Exterior
Para o isolamento de linhas de transmissão são necessários dispositivos especialmente
desenhados (isoladores). O isolador deve apresentar, além de apreciáveis características
dieléctricas, óptimas características mecânicas, tendo em vista a natureza severa do trabalho
que irá realizar. O isolador deve suportar altas tensões de compressão, deve ser duro e
apresentar a superfície altamente polida.
O seu desenho deverá ser tal que minimize a acumulação de linhas de fluxo electrostáticas, o
que não permitirá o rompimento de arcos eléctricos na sua superfície. O seu desempenho
electromecânico deve-se manter estável em quaisquer condições de humidade, temperatura,
chuva, neve, poeira, gases, etc.
Tipos de Isoladores
Com relação aos condutores, os isoladores têm a função de
Suspensão
Ancoragem
Separação
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Solicitações Mecânicas
Forças verticais pelo peso dos condutores
Forças horizontais axiais para suspensão
Forças horizontais transversais pela acção dos ventos
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Solicitações Eléctricas
Tensão nominal e sobretensão em frequência industrial
Oscilações de tensão de manobra
Transitórios de origem atmosférica
Os isoladores devem oferecer uma alta resistência para correntes de fuga de superfície e ser
suficientemente espesso para prevenir ruptura sob as condições de tensão que devem
suportar. Para aumentar o caminho de fuga e, portanto a resistência de fuga, os isoladores são
construídos com curvas e saias.
Porcelana Vitrificada
Os materiais cerâmicos caracterizam-se, em geral, pelo baixo preço, por um processo de
fabrico relativamente simples, e por características eléctricas ou dieléctricas, térmicas e
mecânicas vantajosas que podem apresentar quando o processo de fabrico é bem cuidado
Composição da cerâmica
Argila
Quartzo – componente que influi termicamente; quanto maior sua percentagem, maior é a
temperatura suportada pela porcelana.
Feldspato – componente que define o comportamento isolante como rigidez dieléctrica,
factor de perdas, etc.
Vidro
O vidro é basicamente composto de óxido de silício e óxido de boro, nas formas SiO2 e B2O3;
acrescenta-se a esses dois uma grande série de aditivos, tais como os óxidos alcalinos K2O e
Na2O, que influem, sobretudo no valor da temperatura de fusão do material. Os diversos
componentes do vidro variam as características do vidro em função da composição. Também
tratamentos térmicos posteriores (têmpera) influem acentuadamente em particular no que se
refere a suas características mecânicas. A têmpera do vidro adquire importância particular na
área dos isoladores, tipo disco e pedestal, devido à presença de esforços mecânicos
acentuados. Pela têmpera, a camada externa do vidro sofre uma contracção acentuada, o que
faz predominarem na “casca” externa, os esforços de compressão
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Polímeros
Características dos Polímeros:
Excelente hidrofobicidade.
Excelente resistência ao trilhamento eléctrico (tracking).
Excelente desempenho sob poluição – o perfil e a maior distância de escoamento do
isolador permitem reduzir a corrente de fuga e, portanto as perdas de energia Resistente
ao efeito de erosão mesmo quando o isolador estiver submetido a uma forte poluição.
Impenetrabilidade - podem ser lavados sob alta pressão.
Resistência ao envelhecimento devido aos raios ultravioleta, temperatura, poluição,
ozono, com alta durabilidade.
Resistente ao arco eléctrico.
A maleabilidade das aletas de borracha, associada à elevada resistência do núcleo central
e a silhueta delgada garante incomparável desempenho destes isoladores em regiões de
vandalismo.
Instalação rápida, simples e de menor custo.
Pesa até 13 vezes menos que uma cadeia de isoladores convencionais.
Suportabilidade Dieléctrica
A suportabilidade dieléctrica de uma superfície isolante reduz substancialmente quando
submetida a determinadas condições climáticas como chuva ou alta humidade. Tal redução
pode se tornar mais acentuada quando a superfície isolante é exposta a uma “ atmosfera
poluída “. Entende-se como “ atmosfera poluída”, do ponto de vista eléctrico, uma atmosfera
que, num certo período de tempo, propicia a formação, sobre a superfície isolante, de uma
camada constituída por substâncias que dissolvidas em água, produzem soluções condutoras.
Não ocorre variação no comportamento dieléctrico da superfície se a camada se mantém seca,
quando comparada com a superfície limpa. Entretanto, se ocorre um processo de
humidificação que dissolva mas não remova os sais contidos na camada, parcial ou
totalmente, ocorre a formação de arcos sobre a superfície iniciando um processo que poderá
culminar com uma descarga disruptiva. Além disso, os arcos formados geram ozono (agente
oxidante) e um dos responsáveis pela corrosão eléctrica nos isoladores
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Se a resistência da parte seca da camada de poluição for muito baixa, os arcos que
ultrapassam as bandas secas não se extinguem e, pelo contrário, aumentam sua extensão ao
longo da superfície do isolador. Este facto, por sua vez, diminui a resistência eléctrica em
série com os arcos, aumentando a corrente e permitindo aumentar, ainda mais sua extensão
até que toda a superfície do isolador esteja coberta ocasionando, assim, uma descarga
disruptiva.
Corrosão Atmosférica/Galvânica
A corrosão atmosférica corresponde a oxidação directa entre o metal e suas vizinhanças, e a
galvânica ocorre quando se coloca dois metais de electronegatividades diferentes em contacto
(por exemplo: Fe + Zn), ocorrendo então a doação de electrões do mais electronegativo para o
menos electronegativo. O ozono oxida o Zn acelerando a corrosão branca, que gradualmente
se desprende da superfície, expondo o ferro. O ozono combina-se com o nitrogénio,
formando dióxido de nitrogénio, que hidratado, produz ácido nítrico. O ácido nítrico ataca o
ferro, gerando hematita e magnetita, ou seja, a corrosão vermelha (ferrugem).
Corrosão Eléctrica
Esse é o principal factor de corrosão que corresponde à corrosão electrolítica devido não só à
corrente de fuga sobre a superfície húmida dos isoladores poluídos, como também à
subsequente actividade eléctrica de arcos (corrosão por arcos) que aparece através da
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superfície mais resistiva do isolador poluído e/ou nas interfaces dos materiais componentes
do isolador. Esse tipo de corrosão é o mais severo em áreas poluídas de clima tropical.
Corrosão electrolítica: quando o isolador está poluído e húmido, uma corrente de fuga
aparece sobre a superfície isolante, entre as partes metálicas de cada isolador. Os efeitos da
corrente de fuga aumentam com o grau de poluição (quantidade de sais), e com a tensão
eléctrica aplicada sobre os isoladores;
Corrosão por arcos: estes arcos e descargas sobre as partes mais resistivas da superfície
húmida aparecem durante a condensação. Os arcos são mais frequentes nas regiões da cadeia
de isoladores onde a densidade de corrente e o campo eléctrico são mais intensos. Desta
forma, muitos arcos têm mais frequentemente suas raízes sobre a campânula e sobre o pino
dos isoladores do lado fase da cadeia. Estes arcos também induzem a formação de ozono, que
como já observado podem acelerar a corrosão. A prática tem mostrado efectivamente a
ocorrência de corrosão precoce em isoladores instalados em sistemas com tensão maior ou
igual a 345kV.
Período Húmido
As unidades isolantes da cadeia apresentam o fenómeno de actividade eléctrica de arcos. Este
período corresponde à corrente de fuga mais alta e à mais alta humidade relativa. Os
fenómenos são praticamente definidos pelo depósito de poluentes sobre a superfície do
isolador e não pelo projecto da cadeia de isoladores.
Durante o período húmido, a corrosão electrolítica, devido a passagem permanente de uma
corrente de fuga mais alta, é mais importante e mais uniforme.
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Período Seco
Durante o período seco, os arcos e as descargas estão concentrados somente nos isoladores
electricamente mais solicitados e o fenómeno mais importante corresponde à corrosão por
arcos.
Durante este período, a duração de actividade eléctrica é reduzido quando a cadeia de
isolador é equipada com um anel de protecção. Em comparação, as descargas e arcos
continuam actuando depois de 3 horas sobre cadeias sem anéis de protecção e param depois
de 30 minutos sobre cadeias com anéis de protecção
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Onde Vc em kV, L em mm e σs em µS
Melhorar a Configuração
A distância de fuga de um isolador pode ser ajustada de forma a mitigar os fenómenos
ambientais. Geralmente as configurações são optimizadas aerodinamicamente para facilitar a
auto-limpeza através da acção do vento e da chuva.
Limpeza Periódica
Em muitas instalações são utilizados sistemas de jacto de água a alta pressão para a limpeza
da superfície de isoladores, sendo de longe o mais barato.
Aplicação de Gel/Graxa
O processo de revestimento das superfícies do isolador com gel ou graxas é utilizado em
áreas de contaminação severa. Na maior parte dos casos, a remoção e aplicação da graxa é
uma operação manual. Sendo um processo lento e que requer paralisações de circuito.
Aplicação de RTV
Revestimentos de silicone (RTV) são cada vez mais aplicados com maior frequência em
subestações e cadeias de isoladores. Estudos mostraram que este tipo de revestimento é de
grande eficácia no combate aos fenómenos de poluição.
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Esmalte Resistivo
Isoladores de esmalte resistivo são frequentemente utilizados para aliviar os fenómenos de
poluição em regiões com altos índices de poluição. A sua utilização resulta num campo
eléctrico de distribuição uniforme que leva ao aquecimento da respectiva superfície, inibindo
a formação de humidade.
Bibliografia
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[02] E. Kuffel & W. S. Zaengl, High Voltage Engineering: Fundamentals, Pergamon Press,
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Metodologias e Aplicação à Compactação de Linhas REN, Maio 2011.
[04] Jonas Roberto Pesente, Fundamentos de Técnicas de Alta Tensão, Foz do Iguaçu, 2004
[05] Dr. Eng. D. Gorgius, Técnica de Alta Tensão, U. E. Mondlane 1984
[06] Dr. Ing. Klaus Nowaski, Técnica de Alta Tensão, U. E. Mondlane 1984
[07] Eng. João Mamede Filho, Manual de Equipamentos Eléctricos, Rio de Janeiro, LTC
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