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Agradecemos a todos que ajudaram e ajudam, direta ou indiretamente, a INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 4
AGRADECIMENTOS

construir o Na Responsa, da idealização do projeto até a sua implantação,


em 2010. Sem essa valiosa colaboração não seria possível tirar do papel esse 1. AS BEBIDAS ALCOÓLICAS E SEUS EFEITOS .................................................................. 12
programa tão relevante para a sociedade. 1.1 Bebidas alcoólicas e o homem: uma história de descobertas ................................... 14
1.2 A ação das bebidas alcoólicas em nosso corpo ............................................................ 18
Nosso muito obrigado à rede construída em torno do tema: pesquisado- 1.3 Padrões de consumo ................................................................................................................ 22
res, professores, educadores e especialistas que empregam seu tempo e sua 1.4 O consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens ....................................................... 24
vontade de maneira tão generosa à causa da prevenção do consumo de be-
bidas alcoólicas por menores de 18 anos. Cada conhecimento compartilhado 2. ADOLESCÊNCIA E SUAS TRANSFORMAÇÕES .............................................................. 26
é importante para a formação de uma juventude consciente.
3. O TRABALHO DO EDUCADOR ............................................................................................. 32
Também foi fundamental a formação de uma rede de organizações sociais 3.1 O trabalho educativo e o papel do educador ................................................................. 34
que se envolveram com o projeto desde o início, criando e multiplicando uma 3.2 Ensino socioemocional ........................................................................................................... 35
consciência sobre a importância da prevenção, tanto nos jovens, quanto nas
comunidades que os cercam: moradores do bairro, comerciantes e famílias. 4. ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS ............................................................................................. 38
4.1 A importância do planejamento .......................................................................................... 40
As portas que encontramos abertas em muitas escolas nos mostram que o
caminho é mais seguro e certeiro quando trabalhamos de forma colaborati- 5. DINÂMICAS DE GRUPO ........................................................................................................... 44
va. É importante estar junto com os jovens nos lugares que eles frequentam 5.1 Autoestima: escolha a sua atitude ....................................................................................... 48
e também onde criam seus laços e formam suas personalidades. 5.2 Assertividade: limites e respeito ......................................................................................... 50
5.3 Autoconfiança: um banco de três pernas ....................................................................... 53
Por isso, os pais e mães dos jovens Na Responsa também são responsáveis 5.4 Gerenciamento do estresse: lá vem o pato .................................................................... 56
pelo sucesso do programa. São peças indispensáveis nesse jogo e podem 5.5 Lidar com conflitos internos: maestros ............................................................................ 57
transformar as vidas de seus filhos e filhas com apoio, incentivo e exemplo. 5.6 Tomada de decisão: dizendo não ....................................................................................... 58

Por fim, agradecemos especialmente a todos os jovens que passaram pelo 6. BOAS PRÁTICAS: INSPIRE-SE COM QUEM ESTÁ FAZENDO A DIFERENÇA .... 60

ÍNDICE
projeto Na Responsa desde sua criação. Esperamos ter contribuído de forma 6.1 Balada sem Álcool ..................................................................................................................... 63
consistente para que saibam do poder de suas vozes. 6.2 Capacitação de Educadores ................................................................................................. 64
6.3 Cine Na Responsa ..................................................................................................................... 65
Essa juventude é nossa principal motivação para melhorar sempre e procurar 6.4 Mostra Itinerante........................................................................................................................ 66
maneiras inovadoras de fazer a diferença. Nossos jovens são nosso maior 6.5 Rádio Web ................................................................................................................................... 66
orgulho! 6.6 Rap Lab ........................................................................................................................................ 68
6.7 Websérie ...................................................................................................................................... 70
OBRIGADO.
7. JOGOS PEDAGÓGICOS ............................................................................................................ 71

4 5
6 7
Este material foi

A QUEM
SE DESTINA
ESSE LIVRO?
pensado e produzido
para ajudar os
profissionais que
trabalham com
atividades que
envolvem a educação
de adolescentes em
sala de aula, no
contraturno escolar
ou em equipamentos
nas áreas da
assistência social
e saúde.

8 9
Esta publicação busca passar uma

O QUE VOCÊ
VAI ENCONTRAR
AQUI?
visão completa de como atuar junto
aos adolescentes.

Nesta introdução você pode consul-


tar a melhor maneira de usar o mate-
O Na Responsa é um programa que rial e conferir dicas gerais sobre sua
É IMPORTANTE?

O QUE É O
NA RESPONSA?
ESTE MATERIAL
atuação. No capítulo 1 vamos falar

COMO PODEMOS
existe desde 2010 e tem como obje- Nossa intenção ao criar este material
O consumo de bebidas alcoólicas faz tivo a prevenção do consumo de be- é colaborar, estar lado a lado com das bebidas alcoólicas, suas origens,
parte da cultura brasileira. Nossas bidas alcoólicas por menores de 18 o educador, encontrando soluções padrões de consumo, efeitos no or-
tradições incluem a cervejinha no anos. O programa atua em duas ver- para os seus principais desafios ao li- ganismo, entre outras informações.
churrasco, com os colegas depois do tentes , sendo a primeira a formação dar com os adolescentes: como con- No capítulo 2, abordaremos os de-
trabalho ou na beira da praia. Como de uma Rede de Organizações Não versar com o público jovem a partir safios enfrentados ao lidar com os
podemos perceber, a bebida faz par- Governamentais (ONGs), que inse- de uma linguagem que desperte sua adolescentes e suas transformações
te de rituais de socialização comuns rem a temática do uso indevido de atenção? Quais competências so- físicas, emocionais e sociais. Os capí-
tulos 3 e 4 têm o objetivo de ajudar
POR QUE

em todas as regiões e classes sociais, álcool em suas práticas, adequando cioemocionais devemos desenvolver
no entanto, é preciso estar atento o conteúdo às suas realidades e ao no educando para prevenir o consu- a entender o papel do educador na
prevenção do uso de bebidas alcoó-

AJUDAR?
ao uso nocivo dessas substâncias e, público atendido. A segunda frente mo de bebidas alcoólicas antes dos
principalmente, ao não consumo de de atuação é uma plataforma de co- 18 anos? Como explicar por que o licas por menores de 18 anos e tam-
bebidas alcóolicas antes dos 18 anos. municação digital, composta por um adolescente não deve consumir be- bém fornecem valiosas ferramentas
website (www.naresponsa.com.br) e bidas alcoólicas? para você pensar e planejar suas
É fundamental estarmos preparados redes sociais, voltados diretamente intervenções. A partir do Capítulo 5
para lidar com esse tema de forma ao público adolescente, com assun- Tentamos responder a essas e a mui- vamos à prática, com dinâmicas que
planejada a fim de colaborarmos para tos de interesse dessa faixa etária a tas outras perguntas de forma sim- podem ser aplicadas com os jovens,
a prevenção e conscientização dos fim de reforçar a mensagem de que ples, rápida e didática. É um ponto de uma lista de atividades realizadas
jovens com relação às consequências é possível se divertir sem o consumo partida para você, educador, enten- com sucesso por ONGs parceiras,
do uso precoce dessas bebidas. de bebidas alcoólicas. der essa questão e ter ferramentas para inspirar o seu dia, e um kit com
para planejar e, depois, aprofundar o jogos, incluindo o passo-a-passo e
O Na Responsa completa sete anos conteúdo com seus educandos. respectivos materiais de apoio, para
em dezembro de 2016 e, nesse pe- orientar a abordagem desse tema de
ríodo, produzimos muito conteúdo, forma lúdica e efetiva com os jovens.
fortalecemos as parcerias, e con-
quistamos boas práticas que são Esperamos que esse material seja
compartilhadas para que o traba- útil no seu dia a dia e que sirva como
lho de prevenção com os adoles- ponto de partida para guiar e apoiar
centes esteja cada vez mais forte e seus esforços. Pesquise, informe-se
solidificado. e tenha sempre consciência da sua
importância nesse desafio. Você é
quem vai fazer a diferença na vida
desses jovens.

Bom trabalho!

10 11
Dicas para
sua atuação

Trabalhar a prevenção é sempre a melhor


e mais eficiente forma de atuar diante do
uso indevido de bebidas alcoólicas, mas
precisamos ter em mente que conversar
sobre esse tema com adolescentes não é > Nunca é cedo ou tarde para fazer a prevenção, mas é necessário adequar
formato, linguagem e conteúdo para cada faixa etária.
> O que funciona: oferecer alternativas aos jovens, construir o conhecimento
em grupos e com seus pares.

uma tarefa simples. Reunimos algumas di- > Programas ou mensagens com conteúdo amedrontador não funcionam. > Incluir, sempre que possível, os pais e familiares no processo, com informa-
ção, orientação e colaboração mútua.
cas que vão ajudar a despertar o interesse > É fundamental que o conteúdo seja transmitido de forma simples, com-
preensível e o mais importante: as informações devem ser verdadeiras, pau- > Conseguir mostrar ao jovem que é possível se divertir sem consumir bebi-
do jovem e fortalecer o elo entre adoles- tadas no conhecimento científico. das alcoólicas: o jovem que sabe dizer não é um jovem de atitude.

> É possível transmitir conhecimento sobre os efeitos do álcool por meio de > Ao se deparar com um caso problemático, procure o auxílio de outros edu-
cente e educador: abordagens lúdicas e divertidas. cadores, centros especializados e assistência social.
12 13
14 15
1.1
UMA DESCOBERTA AO ACASO A NOVIDADE ESPALHA-SE PELO UM NOVO MÉTODO E NOVAS UM MUNDO CONECTADO E NOVOS VOCÊ SABIA?
BEBIDAS ALCOÓLICAS
E O HOMEM:
UMA HISTÓRIA
DE DESCOBERTAS MUNDO UTILIDADES DESAFIOS
A história das bebidas alcoólicas se
inicia com a civilização do homem.
Antes de descobrir como produzir o
É interessante notar que diferentes
civilizações da Antiguidade começa-
Até a Idade Média o homem só era
capaz de produzir álcool a partir da
Atualmente, muitas pessoas traba-
lham para desenvolver, produzir e
A palavra álcool tem
álcool, foi necessário desenvolver a ram a produzir e consumir bebidas fermentação, o que originava bebi- distribuir diversos tipos de bebidas origem no árabe
agricultura e a cerâmica. Os homens, alcoólicas, mesmo com seu isola- das como vinho e cerveja, com baixo alcoólicas em escala global. Só no
ainda na Pré-História, começaram a mento geográfico. A fermentação teor alcoólico. Foi então que os ára- Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas al-kuhul, que se refere
usar vasilhas para armazenar frutas e
outros alimentos que plantavam. Nes-
permitia produzir bebidas a partir de
raízes, frutas, cactos e cereais. Cada
bes descobriram e levaram à Europa
o processo de destilação. Eram pre-
têm empregos diretamente relacio-
nados a esse setor, da agricultura ao
a um fino pó de
ses recipientes fechados, a fermen- civilização usava a matéria-prima parados alcoólicos muito mais fortes, varejo. Todos os dias, homens e mu- antimônio (elemento
tação passou a acontecer de forma que tinha à sua disposição. Muitas com graduações superiores aos fer- lheres em todo o planeta celebram
espontânea. Foi a partir dessa obser- vezes essas bebidas eram conside- mentados. A princípio, os destilados e se divertem consumindo suas químico), usado como
vação que a humanidade aprendeu a
controlar o processo e a produzir as
radas sagradas e eram utilizadas em
rituais e cerimônias.
eram usados apenas para fins medici-
nais. O álcool destilado era um remé-
bebidas favoritas. Apesar da maio-
ria das pessoas consumir bebidas
maquiagem para os
primeiras bebidas alcoólicas. dio raro utilizado para curar cólicas, alcoólicas de forma consciente, há olhos. Os alquimistas
Com o passar do tempo e a integra- paralisias, dores e diversas doenças um nível de consumo que é nocivo
ção dos povos, as bebidas alcoólicas – só mais tarde começou a ser usado à saúde e isto não pode ser ignora- medievais ampliaram
foram se disseminando e o consumo para fins recreativos. do. Além do consumo nocivo, pode o uso do termo para
delas se expandiu. Além do uso nas também ocorrer consumo indevido,
cerimônias religiosas, as pessoas ou seja, de pessoas para as quais o se referir a todos
passaram a beber para celebrar con- uso é contraindicado em quaisquer
quistas, em eventos sociais e confra- circunstâncias, como no caso dos os produtos da
ternizações. menores de 18 anos. destilação e isto levou
ao atual significado
da palavra.

16 17
CONTEMPORÂNEA
A Revolução Industrial aumenta a
oferta de bebidas alcoólicas.
CURIOSIDADE
Consumo abusivo passa a ser visto

PRÉ- HISTÓRIA
Surgimento das bebidas alcoólicas
com fermentação natural, produzidas como um problema. O Etanol, também conhecido
em cerâmicas. como Álcool Etílico, é o tipo
de álcool que costumamos
encontrar no dia a dia. Está
presente nos remédios,
solventes, perfumes,
combustíveis e nas bebidas

IDADE
alcoólicas.

SÉCULO XX
Alguns países estabelecem uma idade
UM LONGA
HISTÓRIA QUE
AINDA É ESCRITA

IDADE MÉDIA

mínima para a compra e o consumo de


bebidas alcoólicas.
DOIS MÉTODOS, UMA INFINIDADE
DE POSSIBILIDADES
1920
Os Estados Unidos decretam a Lei Existe uma grande variedade de be-
Processo de destilação faz surgir ou-
Seca: proibição total da fabricação, bidas alcoólicas. Elas se diferenciam
tros tipos de preparados alcoólicos.
comércio e consumo até 1933. umas das outras de acordo com os
Cresce o consumo e a comercializa- métodos de fabricação utilizados –
ção do vinho e da cerveja. As bebi-
1952 Álcool é o nome dado a uma série de substâncias fermentação ou destilação – e matéria
-prima utilizada na sua produção – ca-
das começam a ser regulamentadas.
O alcoolismo passa a ser diagnos- orgânicas que têm composições químicas seme- na-de-açúcar, batata, milho, arroz, etc.
ticado e tratado como doença pela
Associação Americana de Psiquia- lhantes. Existem diversos tipos de álcoois, como: Fermentadas: vinho, cerveja, saquê, etc.
tria.
etanol, metanol, isopropanol, entre outros.
Destiladas: uísque, cachaça, licores,
1967 vodca, etc.

C2H6O = Álcool Etílico = Etanol


O conceito de alcoolismo como
doença é incorporado pela OMS (Or-
ganização Mundial da Saúde).

18 19
VOCÊ SABIA?
As bebidas alcoólicas são substâncias consideradas psicoativas que alte-
ram os processos mentais, entre eles o pensamento, o raciocínio, a memó-
O álcool começa a

UMA DOSE
ria, a atenção e a percepção. Elas também diminuem a atividade cerebral,
ou seja, têm efeito depressor no Sistema Nervoso Central: essa diminuição
de resposta ao estímulo fica evidente na falta de coordenação motora, so-
fazer efeito assim que
nolência, na dificuldade de fala ou fala pastosa após consumo em excesso. entra em contato com
A AÇÃO DAS BEBIDAS

QUAL O CAMINHO PERCORRIDO PELO ÁLCOOL? o corpo, sendo que


O álcool começa a ser absorvido no organismo logo após sua ingestão,
os níveis máximos
ainda na boca. Atinge rapidamente órgãos e tecidos por meio da circu- de concentração
lação sanguínea. Ele é distribuído, principalmente, para os tecidos com
maior concentração de água, como cérebro, fígado, coração, músculos e alcoólica no sangue
ALCOÓLICAS EM

rins. Além de ser eliminado pela urina, parte do álcool ingerido é expelido
pelos pulmões, daí a origem daquele hálito forte que as pessoas podem ter
geralmente ocorrem
NOSSO CORPO

após a ingestão de bebida alcoólica. meia hora após o


ONDE O ÁLCOOL É METABOLIZADO? consumo.
Metabolização é o processo de transformação das moléculas das substân-
cias ingeridas em moléculas menores.

5% do álcool é metabolizado na boca, mucosas do estômago e intestino.

90 a 95% é metabolizado no fígado, principal órgão do processo.


CERVEJA VINHO CACHAÇA
Os outros 5% são eliminados pela respiração, transpiração ou salivação.

O QUE É UMA DOSE DE BEBIDA? CURIOSIDADE


O consumo das bebidas alcoólicas pode ser medido por doses. Cada dose
contém entre 10g e 12g de álcool puro. Como as bebidas têm teores al- O fígado tem a capacidade
coólicos diferentes, quanto maior o teor alcoólico, menor o volume para de eliminar aproximadamente
completar uma dose e vice-versa. uma dose de álcool por hora.

1.2
20 21
OS EFEITOS DO ÁLCOOL NO
ORGANISMO

DE UMA VEZ?
O QUE PODE
ACONTECER Os efeitos dependem de vários fato-

BEBE MUITO
QUANDO SE
res como: a quantidade e o tipo de
alimentos ingeridos antes de beber,
o consumo de água, as característi-
cas físicas de cada um (peso, altura,
gênero, tolerância individual e/ou
genética) e o comportamento indivi-
dual. Além disso, dependem:

• Do número de doses ingeridas;

• Da rapidez com que se bebe;

• Da frequência do consumo de
bebida alcoólica.

Comportamento Euforia leve, sociabi- Diminuição da capa- Sonolência, desorien- Inércia generalizada, Inconsciência, poucos
normal. lidade, aumento da cidade de julgamento, tação, confusão men- pioramento consi- ou nenhum reflexo,
autoconfiança, desini- percepção, memória e tal, estados emocionais derável das funções baixa temperatura cor-
bição, início de prejuí- compreensão. Prejuízo exagerados, diminui- motoras, vômitos, poral, prejuízo da res-
zo sensório-motor e do equilíbrio. ção da sensação de incontinência urinária, piração e da circulação
E A MISTURA DE DIFERENTES TI-
redução da capacida- dor, diminuição da sonolência e estupor. sanguínea, possibilida-
POS DE BEBIDAS ALCOÓLICAS?
de de dirigir. coordenação motora, de de morte.
fala arrastada, apatia e
O que determina o quanto uma pes-
letargia.
soa está alcoolizada é o teor de ál-
cool no sangue, não importando o
tipo de bebida ingerida. Ocorre que
Quando se bebe em muitas vezes, com o consumo de
diferentes tipos de bebidas alcoóli-
excesso, os efeitos cas, as pessoas acabam por perder o
do álcool podem ser controle das doses consumidas, as-
sim os efeitos do álcool são sentidos
potencializados pelo de maneira mais intensa. Portanto,
corpo, o que pode o problema não está na mistura de
vinho e cachaça, por exemplo, mas
ser muito prejudicial na quantidade de bebida alcoólica
à saúde. ingerida e o consequente nível de ál-
cool no sangue.
22 23
Muita gente começa a beber de maneira recreativa, apenas em celebrações
ou eventos, mas com o tempo pode ocorrer o aumento da frequência e da
quantidade do consumo de álcool, até o ponto em que o uso pode se trans-
formar em problema.

Os padrões de consumo servem como modelo para sabermos quando o uso


é considerado normal, sem grandes perigos à saúde, ou quando a bebida
pode se tornar um risco. Lembrando sempre que antes do 18 anos, qualquer
1.3 quantidade de bebidas alcóolicas é indevida.

O QUE LEVA UMA PESSOA A TER DÁ PARA SABER QUANDO ALGUÉM QUANTO MAIS SE BEBE, QUEM NÃO DEVE BEBER? DÁ PARA SABER QUEM TEM MAIS O QUE É O ALCOOLISMO?
PADRÕES
DE CONSUMO

O QUE DIZ A LEI?


PROBLEMAS COM ÁLCOOL? EXAGERA NA DOSE? MAIOR O RISCO CHANCES DE SER ALCOOLISTA?
Consumir bebidas alcoólicas de ma- É uma doença tipicamente associa- No Brasil, temos leis que regulamen-
DE PROBLEMAS!
O uso problemático das bebidas al- O termo em inglês Heavy Episodic neira responsável não é um proble- Ninguém está predestinado a ser al- da aos seguintes sintomas: tam a venda e o consumo de bebi-
coólicas tem várias causas. Precisa- Drinking (HED), também conhecido ma, mas existem pessoas para as coolista, mas há influência genética, das alcoólicas. É muito importante
mos sempre observar três principais como binge, se refere à medida que quais o uso não é indicado, em ne- ou seja, existem pessoas mais vulne- • Forte desejo de beber; que os adolescentes e seus familia-
fatores: caracteriza o consumo abusivo de DEPENDÊNCIA nhuma quantidade: ráveis. Você pode começar a identifi- res saibam o que é e o que não é
bebidas alcoólicas. Em português, car essa predisposição, ou ajudar um • Dificuldade de controlar o consu- permitido:
1. Modo de consumo: diz respeito o termo foi traduzido como “Beber • Menores de 18 anos; amigo, respondendo as seguintes mo (não conseguir parar de beber
ao padrão de consumo (quantidade, Pesado Episódico”. perguntas: depois de ter começado; • LEI 13.106 - Vender, fornecer, servir,
frequência), à qualidade das bebidas ABUSO DE ÁLCOOL • Mulheres grávidas; ministrar ou entregar bebida alcoóli-
No caso dos homens, a medi- • Algum familiar próximo tem ou já • Uso continuado apesar das conse-
alcoólicas e aos efeitos do álcool no (HED* FREQUENTE) ca para menores de 18 anos é crime,
organismo, entre outros; da representa o consumo de • Indivíduos que planejam realizar teve problemas com bebidas alcoó- quências negativas; seja de forma comercial ou gratuita.
5 ou mais doses em um inter- tarefas que exigem alerta e atenção licas? Além disso, todo estabelecimento
2. Características individuais: são valo de 2 horas; (dirigir, por exemplo); • Maior importância para o consumo deve ter avisos de proibição visíveis.
fatores relacionados à genética de USO PROBLEMÁTICO • Quando bebe, você demora para de bebidas alcoólicas do que para
cada um, à sua personalidade e ca- Para as mulheres são 4 ou OCASIONAL • Pessoas que tomam medicações sentir os efeitos? Seus amigos pare- outras atividades e obrigações; Penalidade:
racterísticas mentais e emotivas; mais doses neste mesmo in- (HED* ESPORÁDICO) que contraindicam uso concomitan- cem ficar bêbados mais rápido que De 2 a 4 anos de prisão.
tervalo de tempo. te de álcool; você? • Aumento da tolerância (necessi- R$ 3.000,00 a 10.000,00 de multa.
3. Contexto social: hábitos e contex- dade de doses maiores de álcool
tos familiares, grupos de convivência O HED tem sido motivo de atenção • Indivíduos com condições clínicas • Você age por impulso, sem pensar para atingir o mesmo efeito);
social, mecanismos de controle do e preocupação por estar fortemente USO MODERADO que podem piorar com a ingestão muito? Você se arrepende frequen- • LEI 12.760 – É proibido dirigir veí-
álcool na sociedade, local onde vive associado a comportamentos de ris- de álcool (como hipertensão e dia- temente das coisas que faz? • Estado de abstinência física – sin- culo automotor após consumo de
e cultura da sociedade em relação co, tais como: dirigir alcoolizado, bri- betes); tomas como: sudorese, tremedeira bebidas alcoólicas.
ao tema. gas, sexo desprotegido, entre outros. Quanto mais respostas afirmativas, e ansiedade, quando a pessoa está
• Alcoolistas. maior o risco de ter problemas com sem ingerir bebidas alcoólicas. Penalidade:
álcool. Conhecer nossas vulnerabi- Suspensão da habilitação por até 12
lidades faz com que possamos nos meses. Multa de R$ 2.934,70.
ABSTINÊNCIA proteger!

*HED: Heavy Episodic Drinking

24 25
O QUE LEVA O JOVEM A BEBER? Aceitação por amigos e pelo grupo: os jovens podem A lei que proíbe a MAS AFINAL, POR QUE O JOVEM NÃO DEVE BEBER? Deixa o jovem mais vulnerável.
começar a consumir bebidas alcoólicas a fim de se senti- O álcool diminui a consciência e, portanto, a possibilidade
O contexto social no qual o jovem está inserido e os gru- rem pertencentes a um grupo de amigos ou mesmo para venda de bebidas O álcool compromete o Sistema Nervoso Central (SNC). do jovem de proteger-se das situações de risco, tais como:
pos dos quais participa podem ter um papel determinan- acompanhar pais e familiares. alcoólicas para Na adolescência, o SNC ainda está em desenvolvimento. acidentes, sexo desprotegido e violência.
te em seu comportamento e, principalmente, na escolha O álcool prejudica seu amadurecimento normal e altera a
de beber. Além disso, existem muitos outros fatores na Busca de autonomia e independência: o adolescente
menores de 18 anos estrutura da personalidade. O Sistema Nervoso Central é QUANDO O JOVEM PRECISA DE AJUDA?
adolescência que colaboram para essa atitude: pode começar a beber para sentir-se capaz de escolher foi criada com o essencial para o ser humano, pois é responsável pelos mo-
tudo que quiser, sentir-se adulto e fazer o que os adultos propósito de evitar vimentos precisos do corpo, manutenção do equilíbrio, fala, Não é fácil saber quando um adolescente precisa de ajuda,
BEBIDAS ALCOÓLICAS

Infringir regras: o que é proibido desperta a vontade de fazem. visão, audição, memória e pensamento. porém algumas atitudes e mudanças de comportamento
experimentar. os problemas do podem nos dar dicas muito importantes:
uso precoce dessa Danifica vias neurais.

24%
Comportamento de assumir riscos e testar limites: ado- As vias neurais são os caminhos traçados pelos neurônios • Faltas frequentes na escola, na ONG, notas baixas e in-
lescentes têm costume de buscar situações novas e arris- substância. Na para realizar funções relacionadas ao pensamento, movi- disciplina;
prática, o jovem
ENTRE OS JOVENS

cadas, geralmente de forma impensada. Isso pode levar a mentos e reflexos. No caso dos jovens, essas vias podem se • Alterações de humor ou irritação;
experiências com álcool. tornar mais suscetíveis aos danos devido ao consumo de
não deve beber bebidas alcóolicas, podendo ocasionar o comprometimen- • Descuido com a aparência;
Expectativas: a ideia que o jovem tem sobre o álcool e pois o consumo to de várias funções cognitivas e motoras.
O CONSUMO DE

seus efeitos pode fazê-lo beber, pois muitos adolescen- dos estudantes pode prejudicar o • Desinteresse por atividades que sempre gostou;
tes acreditam que a bebida pode deixar a pessoa mais entre 13 e 15 anos desenvolvimento do
Prejudica funções como memória e atenção, interferindo
• Baixa energia ou preguiça constante;
comunicativa, ter mais sucesso na paquera e tornar a fes- na aprendizagem.
ta mais divertida. consomem bebidas cérebro, principal O uso indevido de álcool pode prejudicar a memória após
• Fracasso em cumprir obrigações importantes;
alcoólicas*. órgão do corpo algumas doses e à medida que o consumo aumenta, tam-
Traços da personalidade ou transtornos psiquiátricos: bém aumentam os danos ao cérebro. Altas quantidades de • Problemas legais, sociais ou interpessoais;
características individuais podem aumentar as chances humano, que faz álcool, especialmente quando consumidas de maneira rápi-

37,8%
de o jovem começar a beber, entre elas: agressividade,
rebeldia, dificuldade em seguir regras, problemas de con-
parte do Sistema da e com o estômago vazio, podem produzir um “branco”. • Sintomas de abstinência.

duta, hiperatividade, ansiedade e depressão. Nervoso Central. Quanto antes a pessoa começa a beber, maiores as chan-
Também devem ces de ter problemas.
É MUITO IMPORTANTE SABER!
Fatores hereditários: o risco de desenvolver problemas Estudos mostram que os jovens que começam a beber an-
com álcool é influenciado pela genética. Filhos de pais ser consideradas tes dos 15 anos têm 5 vezes mais chance de desenvolver O consumo de álcool antes dos 18 anos é sempre
alcoolistas têm maior risco, assim como pessoas com alta dos estudantes as questões problemas relacionados ao abuso ou dependência de ál- indevido.
tolerância ao álcool. Alterações na produção de enzimas entre 16 e 17 anos comportamentais, cool. Quanto mais tarde experimentam e iniciam o consu-
fazem com que alguns grupos étnicos, como os orientais, mo, menor a chance de problemas quando adultos. Existem pessoas mais vulneráveis para apresentar
tenham mais náuseas, vermelhidão no rosto e se sintam consomem bebidas que dizem respeito problemas com álcool.
mal com poucas doses de bebidas alcoólicas. Assim, pes- alcoólicas*. à maturidade Dificuldades em administrar as doses ingeridas.
Alguns casos necessitam da ajuda de profissionais de
soas desse grupo consomem menos e, por consequência, Geralmente, o adolescente bebe menos vezes que o adulto,
têm menos chances de se tornarem alcoolistas. *Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE 2015 dos adolescentes mas quando bebe tende a se embriagar. Isso porque ainda
saúde. Não espere: encaminhe o jovem para outros
profissionais especializados.
com relação ao não é maduro o suficiente para saber a hora de parar.
estabelecimento Os pais possuem um papel muito importante na
1.4 de limites.
É mais sensível aos efeitos do álcool do que adultos.
O jovem ainda não tem seu corpo inteiramente desenvol-
prevenção: o monitoramento das atividades dos filhos,
com estabelecimento de limites claros e demonstração
vido. Por isso, sua tolerância ao álcool é menor: ele bebe de afeto e apoio emocional.
menos e sente mais os efeitos.

26 27
28 29
FASE TÃO INTENSA
O COMEÇO DESSA
O início da adolescência está dire-
tamente relacionado ao amadureci-
mento sexual do jovem. O corpo re-
cebe uma carga hormonal maior e os

QUESTÃO
órgãos sexuais começam a se desen- Nessa fase de transição, os adoles-
volver: a mudança é visível. O final da centes ainda não conseguem diferen-

A IDADE É SÓ

DE FASE
adolescência, por sua vez, não é tão ciar, de maneira clara, os riscos e as
simples de delimitar, pois a entrada oportunidades. Por isso, muitas vezes,
na fase adulta não se define apenas

É UMA
tomam decisões atrapalhadas, que
pelo desenvolvimento corporal, mas podem causar problemas para a sua
também pelo amadurecimento social saúde e segurança.
e psicológico. Esta transição ocorre
enquanto o jovem assume uma série Tudo fica ainda mais complicado por-
de tarefas mais complexas, como ati- que os pais também não sabem lidar
vidades intelectuais, novas demandas direito com toda essa mudança. Exi-
sociais, e experiências relacionadas gem comportamentos e responsabili-
à afetividade e à sexualidade. Pode- dades que nem sempre foram ensina-
Durante todo o processo de transição

“QUE ESTRANHO!
TÁ TUDO
MUDANDO!”
mos dizer que o adolescente se tor- dos, mas também têm dificuldade em
na adulto quando tem desenvolvida da fase adolescente para a fase adulta tratar o adolescente como um indiví-
a sua autonomia, com sua identidade as mudanças físicas, sociais, psicológi- duo que cresceu e que merece ser res-
já definida e seus valores próprios, cas e cognitivas são intensas. A ado- peitado em suas opiniões e vontades.
que irão sustentar relações estáveis lescência se caracteriza pelo estranha-
e maduras. mento do próprio corpo. Nessa etapa A integração do adolescente com
O conceito de adolescência é relativa- intermediária entre a infância e a vida
A DIFÍCIL
TAREFA DE SER
ADOLESCENTE

seu grupo de amigos é outra fonte de


mente novo: surgiu no final do século adulta, o corpo da criança começa a conflitos: “tento ser igual a todos para
XIX como forma de definir uma etapa se parecer com o corpo do adulto: ser aceito ou assumo que sou diferen-
do desenvolvimento humano. Todavia, há mudança na voz, aparecimento de te para me destacar?”. Essas escolhas
não é apenas a idade que define a tran- pelos, a barba começa a surgir nos trazem consigo questões em torno
sição da infância para a vida adulta. Se, meninos e os seios a crescer nas me- dos valores e regras que muitas vezes
por um lado, o Estatuto da Criança e do ninas. E tudo isso causa uma mistura podem causar ainda mais problemas
Adolescente (ECA) estabelece o perío- de encantamento e de dúvidas na na relação entre o jovem e os adultos
do entre 12 e 18 anos, por outro, não há cabeça desses jovens. Surge o medo mais próximos a ele.
uma relação direta entre a faixa etária de deixar de ser criança: “Será que as
e os acontecimentos vividos nessa fase: pessoas ainda vão me amar?”. Por um
trata-se, portanto, mais de um processo lado, querem ser independentes e li-
do que uma simples contagem de anos. vres; por outro, ficam inseguros. Essa
confusão muitas vezes leva o adoles-
cente a ter atitudes contraditórias, se
comportando como adulto e, no mo-
mento seguinte, como criança.

30 31
DIFÍCIL LIDAR COM
O ADOLESCENTE?
Busca de nova identidade: o adoles-
cente já não é mais criança e ainda não

POR QUE É TÃO


se comporta como adulto. Essa insta-
bilidade ocasiona muitos conflitos.

Questiona e reformula conceitos: o


FÍSICAS adolescente se projeta para uma vida
adulta, desconhecida. Testa o mundo
Alterações nos órgãos sexuais, ma- que o cerca, ficando mais exposto à
turação do cérebro, aumento de al- situações de risco.
tura, peso e massa muscular.
Faz tudo para ser diferente: o jovem
tende a transgredir regras e normas
como ato de rebeldia, para lutar con-
PSICOLÓGICAS tra as expectativas da sociedade em
relação ao seu comportamento.
Desenvolvimento da autonomia e
busca de identidade, insegurança de Tem frequentes alterações de humor:
saber quem é e necessidade em sen- fica irritado com as cobranças cons-
tir-se aceito nos grupos sociais. tantes e oscila entre os sentimentos
de alegria e tristeza.

SOCIAIS
Com todas as mudanças e ebulições

ADOLESCÊNCIA E
POTENCIALIDADES
Preparação para assumir os papéis enfrentadas neste período, é impor-
PRINCIPAIS
MUDANÇAS NOS
ADOLESCENTES

sociais do adulto, maior engajamen- tante enxergar o adolescente como


to com questões sociais e participa- um indivíduo participante da socie-
ção na vida pública. dade, com muita capacidade para
atuar ativamente e encontrar solu-
ções para os desafios sociais e am-
bientais que se apresentam.

A tecnologia oferece novas possi-


bilidades para o adolescente se ex-
pressar. Internet e games podem
ampliar as relações interpessoais e
o contato com diferentes fontes de
informação. Tudo isso colabora para
a formação da identidade do jovem
e para que ele se sinta protagonista
de sua própria vida. Com o domínio
da tecnologia, associado à criativi-
dade existente nesta fase, os jovens
têm grande potencial para encontrar
soluções exponenciais diante dos de-
safios globais.
32 33
Como envolver os jovens nas ati-
vidades propostas? Este é um dos
grandes desafios do educador! E já
adiantamos aqui: a grande dica é
trazer o conteúdo para a linguagem
dos adolescentes, para a conversa
do seu dia a dia.

O jeito de ensinar é tão importante


quanto a informação que está sen-
do passada. Por isso, o engajamento
do educador no processo é funda-
mental, pois ele é o ponto que une o
conteúdo aos jovens. Neste capítulo
vamos falar um pouco desse traba-
lho, às vezes tão difícil, mas muito re-
compensador quando enxergamos
os resultados do esforço.

34 35
3.2
MUITO MAIS DO QUE CONTEÚDO
Em relação ao UM MÉTODO PARA PREVENIR O CONSUMO PRECOCE DE BEBIDAS AL-

ENSINO
SOCIOEMOCIONAL
COÓLICAS E TAMBÉM PARA FORMAR CIDADÃOS
O educador não é apenas a pessoa que transmite informações. Ele é, acima
de tudo, mediador do processo de aprendizagem. Ao imprimir seu jeito de
ensinar, ele leva consigo suas experiências e uma visão de mundo que é bas-
uso indevido do Para prevenir o uso de bebidas alcoólicas entre adolescentes é preciso ela-
borar um modelo de aprendizagem que vá além do conteúdo teórico. É ne-
VOCÊ SABIA?
tante significativa para os jovens.
álcool, o melhor cessário compreender que cada jovem tem suas características pessoais e
que será necessário desenvolver suas habilidades emocionais e competên-
Você sabia que os
cias sociais para que ele se fortaleça como indivíduo e possa tomar decisões
jeito de abordar
PAPEL DO EDUCADOR
APRENDER E ENSINAR, UM PROCESSO QUE SE FAZ JUNTOS! que favoreçam sua saúde e seu corpo. educandos que
têm competências
Quando um estilo de aprendizado que estimula a participação é proposto, o
conhecimento não é passado de forma burocrática, mas sim construído em o assunto é O QUE SÃO AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS?
emocionais mais
por meio de
uma via de mão dupla entre quem ensina e quem aprende. Esse processo
possibilita o diálogo e a problematização, levando os adolescentes a formu- As competências socioemocionais são uma série de habilidades que cada desenvolvidas
larem seus próprios pensamentos. Isso favorece o espírito crítico, estimula a um possui para lidar com as próprias emoções e se relacionar consigo e
apresentam maior
criatividade e contribui para a construção da cidadania destes indivíduos em
conversas com as outras pessoas. As competências permitem que os adolescentes se-
EDUCATIVO E O

formação. Este trabalho não se restringe ao plano intelectual, pois também jam capazes de gerenciar melhor as próprias emoções, além de ajudá-los a
facilidade de
francas, sem
inclui o plano afetivo. Desta maneira, os estímulos auxiliam o jovem a sentir- tomar decisões com segurança e a enfrentar situações adversas de forma
se incluído e valorizado, refletindo na melhoria da sua autoestima. construtiva. aprendizado? Não só
O TRABALHO

para as disciplinas
Nesse tipo de ensino, construído em conjunto, é preciso considerar dois pon-
tos: o conhecimento que o educando traz consigo e aqueles outros que se- preconceitos A aprendizagem emocional tem como objetivo desenvolver as competên-
cias sociais e emocionais do indivíduo para que ele possa gerenciar seus
escolares, mas
e sem expor
rão desenvolvidos durante o processo. Saber ouvir é uma das tarefas mais di- objetivos de vida, bem como lidar com as situações de forma positiva, tanto
fíceis, pois exige concentração, respeito, ausência de julgamento e aceitação na vida pessoal quanto na profissional. Os educandos que participam conti- também para a vida.
de valores. Muitas vezes os conceitos de vida dos jovens são muitos diferen- nuamente desses programas apresentam muitos benefícios, entre os quais:
É que a aprendizagem
tes daqueles que o educador traz de sua experiência pessoal. É importante
estar atento na hora de acolher o conteúdo que surge. ninguém. • Aumento da capacidade de foco, atenção e concentração;
não se dá apenas por
• Melhora da disciplina;
• Melhora do desempenho escolar; meio do raciocínio e
INTERVIR PARA SENSIBILIZAR • Melhora nas relações e entrosamento com os colegas e professores;
• Redução de problemas emocionais como ansiedade e depressão; da memória. Ela exige,
Para que aconteça um aprendizado significativo, é importante que o edu-
cador tenha como ferramenta uma diversidade de saberes, que vão além


Diminuição de problemas de conduta;
Diminuição da agitação;
inclusive, motivação e
das disciplinas em si. Sua atuação deve estimular a reflexão do adolescente • Melhores atitudes em relação a si mesmo, aos outros, à família e à escola; controle da ansiedade
acerca das questões da atualidade, de seus valores e atitudes, fazendo com • Maior capacidade de resolução de problemas;
que ele se sinta pertencente à sociedade. • Prevenção de envolvimento em situações de risco; e das emoções.
• Melhora dos resultados socioeconômicos na vida adulta.

3.1

36 37
Desenvolver
as habilidades Veja como essas
socioemocionais dos
adolescentes é uma competências colaboram
ótima estratégia
na prevenção do
consumo de bebidas
para enfrentar esse desafio:
alcoólicas por
menores de 18 anos.
Autoestima Tomada de decisão

O jovem que está de bem consigo mesmo sabe lidar com os O desenvolvimento desta habilidade ajuda o jovem a lidar com
altos e baixos da vida de forma mais natural. A autoestima a sua impulsividade e auxilia na análise das consequências
elevada evita que o jovem ceda às pressões externas para o de determinado comportamento. O adolescente que
consumo de bebidas alcoólicas. tem habilidades para comparar opções e tomar decisões
fundamentadas vai escolher não consumir bebidas alcoólicas.

Autoconfiança Gerenciamento do estresse

A confiança dá ao jovem a motivação para ir em busca de A bebida pode ser procurada como uma válvula de escape
seus objetivos, a combater o tédio e a ociosidade, problemas para aliviar a tensão e as pressões do dia a dia. Saber lidar
que podem levar ao consumo de bebidas alcoólicas antes com o estresse de forma saudável é fundamental para evitar
dos 18 anos. esse comportamento.

Assertividade Lidar com conflito interno

Ensinar ao adolescente técnicas de assertividade dá a ele Aprender a lidar de forma positiva com os conflitos internos
ferramentas para criar estratégias e argumentos que podem e externos dá ao jovem mais estabilidade e segurança para
ser usados quando os amigos oferecerem bebidas alcoólicas. sustentar seus valores e atitudes.

38 39
40 41
Neste capítulo, vamos abordar o
lado mais prático do trabalho de
prevenção do consumo de bebidas
alcoólicas por menores de 18 anos.

DO PLANEJAMENTO
Primeiro, você vai encontrar informa-
ções e dicas para planejar suas ati-
vidades, estabelecer objetivos, iden-
tificar o público-alvo, o conteúdo a
ser trabalhado e outros aspectos im-

A IMPORTÂNCIA
portantes para preparar suas ações.
No capítulo seguinte, apresentamos
dinâmicas de grupo que podem ser
aplicadas com os adolescentes. Es-
sas atividades abordam e desenvol- Não existe prática educativa sem
vem, de forma lúdica, as competên- planejamento. É simples: primeiro
cias socioemocionais dos jovens. temos que saber o que falar e para
quem, depois traçamos objetivos,
A seção Boas Práticas contém uma estabelecemos metas e construímos
série de ações bem-sucedidas que atividades de ensino contextualiza-
foram desenvolvidas e executadas das e coerentes com a proposta. O
por ONGs parceiras do Na Respon- planejamento é um processo dinâmi-
sa. É uma ótima fonte de inspiração co e contínuo que acontece antes da
para você aplicar com seus educan- ação, mas é essencial que se prolon-
dos. Por fim, lembre-se que neste gue durante todo o projeto, para que
material encontram-se jogos criados a proposta se adeque aos desafios,
especialmente para trabalhar a ques- ideias e oportunidades que vão sur-
tão da prevenção de um jeito leve e gindo no caminho. É importante ter
divertido. Não vão faltar informações clareza de onde queremos chegar,
e ideias para você conseguir cumprir mas com a liberdade de poder mu-
todos os seus objetivos. dar o trajeto conforme caminhamos.

4.1

42 43
5. DO QUE EU PRECISO?

AVALIAR O PROCESSO?
O acompanhamento do processo pe-
dagógico é bastante valioso, pois ele é DICAS
o nosso termômetro, que mede a tem-
peratura do nosso trabalho. Estamos ATITUDES SIMPLES PODEM FAZER
Para obter os melhores resultados no atingindo as metas estabelecidas ou TODA A DIFERENÇA PARA GANHAR A
ATENÇÃO E O RESPEITO DOS JOVENS
processo de prevenção ao consumo precisamos mudar algo?

1. O QUE FAZER?
de álcool por menores de 18 anos, é

7. COMO POSSO
As dicas abaixo buscam auxiliar o educa-
preciso primeiro escolher o objetivo Para realizar a avaliação de um projeto dor no desenvolvimento das atividades
que se quer alcançar, por exemplo, re- Depois de definidas as atividades e educativo, é preciso definir os aspectos de prevenção do uso indevido de álcool
tardar o início do consumo de bebidas o modo de fazer de cada uma delas, que serão observados e, depois, quais por menores de 18 anos, que serão co-

3. POR QUÊ?
alcoólicas em um grupo específico. chega a hora de pensar como elas instrumentos avaliativos serão usados. locadas em prática com os educandos.
acontecerão na prática. O que eu pre- Estes instrumentos podem ser desde Nunca se esqueça da importância de
criar um ambiente propício para traba-
A fim de atingir este objetivo, deve- ciso para que as atividades planejadas um questionário individual até uma
lhar o tema em grupo.
se traçar uma estratégia e delimitar aconteçam? Listar os materiais e as roda de conversa, mas é muito impor-
as metas que serão atingidas ao tér- condições de infraestrutura necessá- tante que o educador saiba quais são 1. Crie regras claras de convivência, tais
mino do processo, servindo de guia rias é o primeiro passo para garantir as perguntas que deve fazer para sa- como: ouvir e respeitar as opiniões dos
para o trabalho. Por exemplo: desen- Agora precisamos justificar nossas es- a realização das atividades. Claro que ber se o resultado foi atingido. Só desta colegas, não atender celulares durante
volver as competências socioemo- colhas e deixar claro os motivos que imprevistos podem surgir, mas não maneira poderemos saber se os obje- a atividade, acolher situações pessoais
cionais de autoestima e assertivida- nos levam a trabalhar a questão. A jus- podemos planejar uma atividade que tivos foram alcançados de forma total, que forem trazidas, entre outras;
de, aumentar o conhecimento dos tificativa nos ajuda a trazer relevância inclua movimentar cadeiras se elas parcial ou mesmo se não conseguimos
2. Promova um ambiente agradável, ofe-
efeitos do álcool no corpo, etc. para a proposta. são fixas no chão, por exemplo. realizar o que foi planejado. reça oportunidades e atividades enri-
quecedoras, deixe que os adolescentes
se expressem;

3. Estabeleça o seu papel e defina o foco

4. COMO FAZER?

6. QUANDO?
Em seguida, precisamos contextuali- Com os passos anteriores definidos, Ao montar um planejamento de tra- principal do seu trabalho. Cada atividade
PLANEJAMENTO
PASSO-A-PASSO

2. PARA QUEM?

zar a questão de acordo com o públi- chega o momento de desenhar de balho, precisamos definir quando o desenvolvida deve ter um objetivo espe-
co (faixa etária, contexto social, situa- que forma iremos atingir nosso ob- projeto vai acontecer e quanto tempo cífico que deve ser claramente transmiti-
ção de vulnerabilidade, etc.). Afinal, jetivo. Quais atividades serão desen- vai durar. É necessário estar atento à do aos educandos;
quem são esses jovens? Qual ambien- volvidas, quanto tempo elas duram e agenda da escola ou da sua organiza- 4. Apresente dados fundamentados;
te frequentam? Há algum problema de qual forma iremos desenvolvê-las. ção. Por isso é fundamental a criação
específico? O que gera curiosidade Vale detalhar também o conteúdo que do cronograma detalhado, especifi- 5. Inclua informações realistas e trans-
neles? Do que gostam? será abordado, como, por exemplo: cando quanto tempo será gasto em parentes. Evite uma visão deformada da
história do álcool, padrões de consu- cada etapa do projeto pedagógico. realidade ou verdades prévias;
mo, efeitos no corpo, como fazer suas
próprias escolhas, entre outros. Confi- 6. Estimule a discussão de alternativas e
a reflexão dos adolescentes;
ra as dicas, dinâmicas e boas práticas
que podem orientar a sua atuação. 7. Não seja impositivo nas suas visões de
mundo, ouça e acolha a opinião dos jovens;

8. Não exagere na quantidade de informa-


ções. Deixe a conversa leve e esteja aberto
para adaptações. Os roteiros e atividades
são apenas uma bússola para o trabalho.
Aproveite para inovar com o uso de sua
criatividade e da criatividade do grupo.

44 45
46 47
ORIENTAÇÕES
DE FORMA LEVE

BÁSICAS
É sempre importante que o educa-
Ao trabalhar na prevenção do
APRENDENDO

dor tenha em mente o motivo pelo


O aprendizado com dinâmicas lúdi-
uso de álcool por adolescentes,
E DIVERTIDA qual utilizará uma determinada dinâ-
cas traz muitos benefícios às aulas e mica com um grupo de educandos.
oficinas, por despertar no educando Isso vai contribuir para o melhor de-
a vontade de aprender, além de esti-
mular a criatividade e o interesse pelo
senvolvimento da atividade e para
que o objetivo proposto possa ser
é importante estar atento às
seguintes observações:
tema proposto. O jovem participa ati- atingido. É importante deixar claro
vamente e se sente protagonista do para o jovem, desde o princípio, qual
seu próprio aprendizado. competência socioemocional será
As dinâmicas de grupo são impor- desenvolvida e porquê.
tantes ferramentas na prevenção do
1. Evite transmitir informações amedrontadoras, que apontem somente as conse-
uso de bebidas alcoólicas entre ado-
As dinâmicas propostas estão basea- quências negativas do consumo de álcool, por exemplo: “bebidas alcoólicas ma-

COLOCANDO O
APRENDIZADO
SOCIOEMOCIONAL
EM PRÁTICA
lescentes. Em vez de concentrar os
das no ensino socioemocional das tam”. Os jovens percebem que a maioria das pessoas não possui problemas mais
esforços nas informações sobre as
seguintes competências: autoestima, graves com o uso e a sua mensagem pode acabar sem credibilidade;
consequências negativas, essas ativi-
assertividade, autoconfiança, tomada
dades destacam as razões positivas
de decisão, gerenciamento do estres- 2. Não faça julgamentos ou exclua os adolescentes que já experimentaram bebidas
para o adolescente evitar o consumo
se e lidar com o conflito interno, to- alcoólicas ou que já bebem frequentemente. Evite que os jovens exponham alguma
desse tipo de bebidas.
das elas já detalhadas no capítulo 3. situação que possa deixar seu colega constrangido;
Algumas dinâmicas incluem o tema
do consumo indevido de bebidas 3. Quando for o caso, estimule a promoção de um estilo de vida saudável, incluindo
alcoólicas e outras focam no desen- uma alimentação equilibrada, a prática de atividades físicas, etc.;
volvimento das competências so-
cioemocionais sem necessariamente 4. Mostre que existem alternativas para que os adolescentes se divirtam sem a ne-
abordar a questão do álcool. Mesmo cessidade de consumir bebidas alcoólicas;
assim, ao final de cada atividade, o
educador pode demonstrar ao grupo 5. Aposte no envolvimento dos próprios jovens para liderar algumas dinâmicas;
a importância da competência tra-
balhada para buscar uma vida mais 6. É importante fornecer informações verdadeiras e comprovadas cientificamente.
saudável. Caso não tenha alguma informação, faça uma pesquisa junto com o grupo, isso
A maioria das dinâmicas apresen- pode aumentar a confiança entre os educadores e os jovens;
tadas aqui foram elaboradas pelo
IASEA (Instituto de Aprendizagem 7. Caso apareça alguma questão individual ou familiar, o educador pode acolher,
Social, Emocional e Ambiental), par- ouvir e conversar, mas deve também encaminhar o adolescente para especialistas
ceiro do Na Responsa desde 2014. da área de saúde.
O Instituto trabalha com o tema das
competências socioemocionais a
partir de materiais por eles desenvol-
vidos, atuando assim na formação de
educadores de organizações sociais
e escolas da rede pública.
48 49
5.1
OBJETIVOS sempre muito atentos ao que pen- 3. Diga aos educandos que todos de- PONTOS PARA O DEBATE

AUTOESTIMA: ESCOLHA
A SUA ATITUDE
Antes de começar as • Auxiliar os jovens na compreensão
samos e como pensamos. O nosso
pensamento é o criador dos nossos
vem ficar muito atentos às reações
dos colegas, porque ao final do exer- Promova um debate com foco nas
das várias formas possíveis de reagir cício eles deverão descobrir qual era possíveis e diversas reações das pes-
dinâmicas, lembre-se de:
estados emocionais: nós somos o
a uma mesma situação. que nós pensamos. a atitude de cada um na roda. soas diante de uma mesma situação.
• Mostrar a cada educando que ape-
nas ele, e mais ninguém, pode deci- 2. Explique aos seus educandos que 4. Defina qual será o primeiro edu- Peça que os educandos, um por um,
• Preparar um espaço adequado
para sua aplicação. Pode ser a sala
Cada dinâmica dir a maneira de reagir aos aconteci- mudar pensamentos e hábitos não cando a praticar a dinâmica. Depois descrevam a si próprios:
mentos da vida. é uma coisa fácil, embora seja total- dele os outros educandos reagirão
de aula ou algum lugar aberto; proposta atua no • Estimular os jovens a entender que o mente possível. Eles devem sempre em ordem, lado a lado na roda. Se- • Como normalmente eles reagem às

• Verificar os materiais necessários, desenvolvimento de pensamento positivo é sempre o mais


produtivo e benéfico para a vida.
se firmar na tentativa de analisar seus
pensamentos e detectar se eles são
rão colocadas 3 situações. Fale a Si-
tuação 1. Depois que todos reagirem,
situações na vida? Qual é a atitude
predominante de cada um deles?
o número de participantes, o tempo
de aplicação e outras informações
uma determinada positivos ou negativos. Quanto mais fale a Situação 2. Depois que todos
DURAÇÃO eles exercitarem essa análise, mais reagirem, a Situação 3. Por último, Peça a eles para responderem, alea-
descritas no passo-a-passo de cada habilidade aptos estarão para substituir pensa- seguindo o mesmo procedimento, toriamente, às seguintes perguntas:
dinâmica;
socioemocional. De 40 a 60 minutos. mentos negativos por pensamentos
positivos. Saber substituir pensamen-
fale a Situação 4.
• Você acha fácil substituir um pen-
• Ter em mente que as atividades PARTICIPANTES tos negativos por positivos é um há- 5. Ao final, peça que todos sentem samento negativo por um positivo?
visam contribuir para o crescimento bito que pode trazer imensos benefí- na roda e tentem descobrir qual era Como isso pode se tornar um hábito?
pessoal dos adolescentes, a fim de Entre 10 e 30 pessoas. cios para o dia a dia dos jovens. a atitude de cada um. Se demorarem
que possam ser os principais agen- para descobrir, o educando pode fi- • Você age conscientemente, ou
tes de transformação em suas vidas MATERIAIS NECESSÁRIOS ETAPA 1 car em pé e realizar breves improvisa- suas atitudes já são muito pré-esta-
e comunidades; ções, dando dicas sobre sua atitude. belecidas e inconscientes?
Cartões de atitude (relacionados REAÇÕES DIFERENTES À MESMA
• Ler todo o material e identificar as na página ao lado). A lista já deverá SITUAÇÃO SITUAÇÃO 1 • Você acha que suas atitudes con-
atividades que se encaixam com o estar impressa e cada atitude recor- Seu namorado / namorada terminou trolam mais você do que você as
que você deseja realizar. Algumas di- tada em um cartão. DICA: Se você 1. Peça aos educandos para ficarem com você. controlam?
nâmicas envolvem debates maiores for utilizar esse material com muitas em pé em uma roda. Dê a cada um
e outras a autorreflexão; turmas, vale a pena plastificar os car- deles um Cartão de Atitude. SITUAÇÃO 2 • Como você acha que pode usar
tões. Você ganhou uma viagem de pre- a sua imaginação para criar pensa-
• Estar preparado para lidar com 2. Explique aos educandos que você sente da sua tia. mentos positivos?
as emoções dos jovens que podem PASSO-A-PASSO falará uma situação. Cada educando
ser despertadas a partir dos deba- na roda, um de cada vez no seu pró- SITUAÇÃO 3 • Você está mais consciente das suas
tes. Algumas dinâmicas estimulam o 1. Promova um breve debate com prio lugar, deve ter uma rápida rea- O show da sua banda preferida, para atitudes após esta atividade?
autoconhecimento dos jovens e po- seus educandos sobre como nossos ção à situação apresentada conforme o qual você já comprou ingresso, foi
dem fazer emergir depoimentos de pensamentos têm um efeito profun- seu cartão. Algumas reações serão cancelado. • Você acha possível recusar bebi-
situações delicadas vivenciadas por do em nossas emoções. Normalmen- coerentes e fáceis, outras exigirão das alcoólicas e permanecer normal-
alguns deles; te pensamos que a emoção afeta o criatividade dos educandos, o que SITUAÇÃO 4 mente no seu grupo de amigos?
pensamento, mas na verdade o pen- pode resultar em falas engraçadas. Você vai em uma festa e um amigo
• Começar com uma dinâmica que samento é que cria as emoções. Ex- Eles não devem falar por muito tem- seu te oferece uma bebida alcoólica
você goste muito para utilizar com plique aos seus educandos que, por po. Cada um deve ter uma breve, mas e, apesar de você negar, ele fica in-
os seus educandos. essa razão, é importante estarmos intensa, reação conforme seu cartão. sistindo e tirando sarro da sua cara.

50 51
OBJETIVOS passar por um pouco de desconfor- apenas diferenças pessoais. Concor- comportamentos que você realmente ok. Diga a seus educandos que, por
to para dominá-lo. dam? O problema é que muitas ve- não pode suportar. O jogo também vai vezes, a exploração é desconfortável
Estabelecer limites claros e pedir aos zes nós tornamos as diferenças uma mostrar maneiras de você comunicar e peça a eles para terem confiança
outros para respeitá-los. SUGESTÃO PARA UMA questão moral, porque sentimos que seus sentimentos a outra pessoa de por apenas mais alguns momentos.
INTRODUÇÃO EXPLICATIVA o nosso jeito é o jeito certo, então forma eficaz. Quantos gostariam de
DURAÇÃO para nós qualquer pessoa com o jeito saber como fazer isso? Então vamos 4. Quando todas as Pessoas B para-
“Alguém aqui já lidou com uma pes- diferente deve estar errada. lá! Levantem-se todos, por favor”. rem de avançar, diga: “Agora tenho
De 25 a 45 minutos. soa do tipo ‘muito perto’? Você co- uma sala cheia de duplas com pelo
nhece esse tipo de pessoa: eles ficam Isso leva a um comportamento pou- PASSO-A-PASSO menos um parceiro em uma situação
PARTICIPANTES
muito perto, te dão tapinhas nas cos- co assertivo da nossa parte. Por desconfortável, certo?”.
Até 20 pessoas. tas, te cutucam o tempo todo, ficam exemplo, em vez de simplesmente ETAPA 1
LIMITES E RESPEITO

te abraçando. Eles conversam sobre dizer, ‘Olha, eu prefiro que você não 5. “Na verdade, agora ambos os
MATERIAL NECESSÁRIO suas vidas pessoais e perguntam so- fique tão perto de mim fisicamen- 1. Coloque os educandos em duplas parceiros estão, provavelmente, um
bre a sua. Quem conhece alguém as- te. Você se importaria de se afastar e peça para eles ficarem de frente pouco desconfortáveis, já que as
Texto “Assertividade: Modelo de Qua- sim, levanta a mão! um pouco’, dizemos algo agressivo, um para o outro, mantendo entre Pessoas B sabem com certeza que
ASSERTIVIDADE:

tro Níveis”, copiado no quadro negro como: ‘Ei, cai fora, idiota!’; ou então eles cerca de cinco metros de dis- ultrapassaram a zona de conforto
ou em cópias para distribuição. Agora, quem aqui já trabalhou com passivamente não fazemos nada e tância. Isso pode ser feito em área da Pessoa A. Ninguém realmente
uma pessoa do tipo ‘bastante frio’? vamos dizer a uma outra pessoa o aberta, ou na sala de aula, com as gosta de saber que está incomo-
OBSERVAÇÃO Você sabe: o tipo de pessoa que não quão desagradável a pessoa ‘muito carteiras afastadas. dando o outro, então eu vou aju-
sorri muito, fala sobre as regras e perto’ é. Isso é realmente justo?”. dar a aliviar o peso dessa situação,
Este jogo ensina um modelo de defi- como as coisas devem ser feitas do 2. Peça às duplas para se moverem por enquanto. Pessoas B, por favor,
nição de limite em quatro níveis, que
jeito delas. Quem conhece? Acabamos NOTA: Neste ponto da conversa al- lentamente em direção um ao outro, olhem nos olhos dos seus parceiros
demonstram aos jovens como comu-
de ver que pessoas diferentes têm li- guns adolescentes provavelmente um pequeno passo de cada vez, até e deem a eles um amistoso ‘Descul-
nicar seus limites pessoais a tercei-
ros. Pode ser que haja risos durante mites diferentes: fronteiras pessoais vão querer argumentar que, às vezes, que um dos jovens comece a sentir pe-me’. Depois todos voltem aos
esse exercício. Você vai notar que a de comportamento com os quais elas não dá para intervir com esse tipo de que eles estão perto o suficiente. seus lugares”.
maior parte desse riso é nervoso. próprias se sentem confortáveis. pessoas de maneira educada, pois al- Esta será a Pessoa A para o resto do
Isso não é uma coisa ruim, porque gumas pessoas realmente “não têm jogo. A Pessoa A deve dizer: “Este é 6. Leia agora junto aos educandos
uma pequena emoção, mesmo que Agora, levanta a mão quem aqui acha noção nenhuma”, não reconhecem o máximo de proximidade para mim” o texto “Assertividade: Modelo de
incômoda, pode ajudar na memori- que seus limites são os corretos, e seu comportamento, não escutam e deverá parar de se mover. A Pes- Quatro Níveis” e promova um debate
zação da aprendizagem. O questio- quaisquer outros não são tão bons? argumentos razoáveis, e assim por soa B também deverá parar. de 5 minutos sobre a assertividade
namento sobre a missão começa na Ah! Claro que vocês acham! Se há diante. Reconheça a validade dessas e sua importância na vida de todos.
Etapa 2, quando você estiver ajudan- uma coisa que todos nós humanos colocações, e diga algo como: 3. Quando todas as duplas pararem,
do os seus educandos a lidar com concordamos é que ‘O meu jeito que “Ok, vamos considerar esses pensa- instrua as Pessoas B a continuarem a ETAPA 2
suas emoções enquanto atravessam
é o certo!’. Ok... Então, se concorda- mentos. Esse jogo que estamos pres- avançar muito devagar, um pequeno
o “processo de produção de ansie-
mos que pessoas são diferentes e têm tes a fazer vai mostrar como você passo de cada vez, até que tenham 1. Faça com que as duplas voltem
dade” ao insistir em seus limites.
diferentes necessidades individuais, pode reconhecer a diferença entre alcançado o seu próprio limite de à última formação em que estavam

5.2 Lembre-se: este é um processo que isso quer dizer que as diferenças não comportamentos que você se sente conforto. Nota: Isto irá criar um riso (ou seja, ok para as Pessoas B, mas
frustra muitas pessoas! Vale a pena são exatamente questões morais, são pessoalmente desconfortável e outros desconfortável entre todos, que é muito perto para as Pessoas A).

52 53
5.3
2. Diga para as Pessoas A (aqueles a elas para permanecerem exata- 9. Diga para as duplas: “Por favor, • Após essa atividade, você se sente OBJETIVOS 2. Pergunte aos educandos como • Bom e divertido de estar junto;

AUTOCONFIANÇA:
UM BANCO DE
TRÊS PERNAS
que estabeleceram o primeiro limite) mente onde estão. apertem as mãos, e voltem aos seus capaz de se aproximar de um amigo esta citação se relaciona com a auto- • Não se gaba ou tenta impressionar
para utilizarem o Nível 1 do modelo lugares. Obrigado!”. que está enfrentando problemas em Aprender a importância da autocon- confiança (o que está dentro de nós os outros;
de assertividade. Sejam quais forem 6. Pergunte: “Queridas Pessoas A, relação ao consumo exagerado de fiança e as formas de fortalecê-la. é muito importante). • Faz amigos com facilidade;
as palavras que elas escolherem, elas levante a mão quantas de vocês Sugestão de perguntas para bebidas alcoólicas, sem ultrapassar Serão trabalhados os três fatores • Trata as pessoas com respeito;
devem pedir educadamente a seus estão a fim de dizer algo bastante o debate: os limites impostos por ele?
que constroem a autoconfiança: 3. Depois de um breve debate, peça • É prestativo.
aos educandos a definição de au-
parceiros para recuar um pouco. desagradável para os seus parceiros
1. O desenvolvimento de habilidades toconfiança. Eles podem dizer, por Explore o conceito de autoconfiança
Exemplo: “Desculpe-me, mas você agora?”. Muitas mãos e muita con- • Quão difícil ou fácil foi ser a Pessoa
pessoais; exemplo, que a autoconfiança aju-
se importaria se nós ficarmos um fusão nesse momento. Retome a A e definir limites? 2. O respeito por si próprio e pelos da as pessoas a se sentirem seguras Pergunte aos educandos se eles
pouco mais distantes? Eu me inco- atenção deles imediatamente: “Ok, outros; de si mesmas e de suas habilidades. acham que algumas pessoas se sen-
modo de ter pessoas fisicamente tão este é o momento onde a maioria • Qual foi a sensação de ser a pessoa 3. Agir de forma responsável. Faça um resumo, alertando-os que tem autoconfiantes o tempo todo.
perto de mim, isso me aborrece”. das pessoas desiste de lidar com a B e ignorar os pedidos? a quantidade de autoconfiança que Ajude-os a compreender que nin-
situação e começam os conflitos. DURAÇÃO temos geralmente é a chave para guém se sente confiante o tempo
3. Pergunte: “Pessoas A, vocês pe- Vamos falar sobre a opção de lutar • Quais são algumas das razões que nossa felicidade e sucesso na vida. todo, pois todos nós temos altos e
diram da forma mais educada e as- mais tarde! Por enquanto, vamos fazem alguém ignorar até mesmo De 60 a 90 minutos. baixos. Mesmo assim, a nossa auto-
sertiva possível?”. Espere a confir- supor que você optou por insistir um pedido assertivo? ETAPA 1 confiança afeta a forma como pen-
mação. Então diga: “Ótimo! Pessoas em colocar limites e resolver isso de PARTICIPANTES samos, sentimos e agimos. Ela in-
B, favor sorrir para seus parceiros e vez. Vamos avisar o outro sobre as • Quais pensamentos e emoções te- OS EDUCANDOS IDENTIFICAM AS fluencia, inclusive, a nossa tendência
De 10 a 40 pessoas. CARACTERÍSTICAS DE UMA PES- a tentar coisas novas, e isso afeta
continuar exatamente onde estão”. consequências de não respeitar as mos quando as outras pessoas não
SOA AUTOCONFIANTE nosso poder de realização. Quanto
Esse pedido vai fazê-los rir, e a de- suas necessidades”. respeitam os nossos pedidos dian-
MATERIAL NECESSÁRIO mais autoconfiança temos, mais es-
sobediência das Pessoas B irá gerar te dos nossos limites? Como é que
Convide os educandos para conhe- tamos dispostos a tentar coisas no-
diferentes graus de gozação e des- 7. Trabalhe com as Pessoas A para estes pensamentos e sentimentos Não é necessário material comple- cer uma nova “pessoa”. Desenhe um vas, aprendê-las e fazê-las. Nossas
conforto. que elas diferenciem consequências nos ajudam a encontrar ou nos im- mentar. boneco no quadro, em uma folha realizações nos dão mais confiança
que são assertivas daquelas que são pedem de encontrar uma solução grande ou em cartolina no chão, e para tentar realizar mais.
4. Pergunte: “Pessoas A, quantas de passivas (como continuar movendo- efetiva? PASSO-A-PASSO dê a ele o nome de “Autoconfiante”.
vocês estão se sentindo um pouco se para trás) ou agressivas (ameaçar Peça aos educandos para citarem A autoconfiança é especialmente
irritadas com seus parceiros agora? ou empurrar o parceiro). • Ponto Chave: Quantos de vocês re- 1. Escreva o propósito da aula e a ci- algumas características de uma pes- importante para os adolescentes,
Se estiverem, então vocês precisam gularmente usam todos os 4 níveis tação relacionada no quadro. soa autoconfiante. Escreva as res- pois eles precisam se sentir con-
pular para o Nível 2 e reiterar seus 8. Peça às Pessoas A para escolhe- de assertividade para deixar claro postas em torno da figura. fortáveis o suficiente para explorar
limites. Repita, educadamente, sua rem uma consequência assertiva, quais são os seus limites? Alguém Propósito: novas possibilidades, recusar o que
solicitação para o seu parceiro e per- expondo-a claramente aos seus par- já usou o nível 1 e desistiu? Alguém Aprender mais sobre a autoconfiança Exemplos: consideram nocivo e assumir riscos
e as formas possíveis de fortalecê-la. com segurança.
maneça respeitoso e firme. Por exem- ceiros. Em seguida, permita que as já ignorou os níveis 1, 2 e 3 e explo-
• Confortável em praticamente qual-
plo: ‘Eu realmente preciso de mais de pessoas B decidam se devem ou não diu já no nível 4? Isso foi justo, com
Citação: quer lugar; Durante esta dinâmica, dê atenção
espaço. Por favor, afaste-se agora’”. aceitar o pedido. Se as solicitações você e com a outra pessoa? Quais os “Se você quiser alguém em quem • Defende o que acredita; especial aos educandos que preci-
das Pessoas A não forem atendidas, níveis que você, pessoalmente, acha confiar, confie em si mesmo. Quem • Tem uma atitude positiva; sam de estímulo para desenvolver a
5. Deixe as Pessoas A fazerem isso. elas devem então agir de acordo que precisa para se concentrar em acredita sempre alcança”. • Disposto a aprender novas habili- autoconfiança. Esta pode ser a pri-
Então diga para as Pessoas B reco- com o que ofereceram como conse- ser assertivo e ter suas necessidades Renato Russo, cantor e compositor dades; meira vez na vida que muitos deles
nhecerem o pedido sorrindo, e peça quência. respeitadas? brasileiro. • Não tem medo de cometer erros; conversam sobre este tema e tomam

54 55
real conhecimento da importância 2. Escreva cada uma dessas habilida- uma relação amistosa e de respeito ETAPA 2 Estamos mais acostumados a pen- suas respostas, talvez descrevendo Perguntas para o debate:
prática da autoconfiança. des ao lado de cada perna do desenho: com os pais e familiares, fazer as ta- sar sobre como podemos mostrar um item de cada “perna”. Certifique-
refas de casa sem ninguém ter que OS EDUCANDOS PREENCHEM UM respeito pelos outros. Entender o se de estar pronto e preparado para • O que você aprendeu hoje sobre
INTRODUZA O CONCEITO DO A. Desenvolver habilidades pessoais pedir, estudar para as provas com de- EXERCÍCIO SOBRE SEU BANQUI- respeito por si ajuda os educandos compartilhar suas próprias “pernas” autoconfiança que vai querer se lem-
“BANCO DE TRÊS PERNAS” (Tornar-se capaz de fazer bem algu- terminação e tirar notas boas, ajudar NHO DE TRÊS PERNAS DA AUTO- na tomada de decisões responsáveis como adulto, fornecendo-lhes o má- brar?
ma coisa). os pais nos trabalhos domésticos, etc. CONFIANÇA que apoiam seu próprio crescimen- ximo de exemplos positivos.
1. Desenhe no quadro negro um ban- to. Esteja preparado para discutir al- • Foi fácil ou difícil para você listar as
co de três pernas. Peça aos educandos para citarem al- Explique aos educandos que nesta Guie os estudantes a respeito de gumas das maneiras de mostrarmos O objetivo é que os jovens se sintam suas próprias habilidades?
gumas habilidades que muitas pes- dinâmica eles irão pensar em manei- como preencher o exercício. Você respeito por nós mesmos. incentivados a pensar no que podem
soas da sua idade têm ou estão de- ras de construir “as suas pernas” de pode imprimir o exercício abaixo ou melhorar em si próprios. • Qual é a perna do banquinho que
senvolvendo. Exemplos: jogar algum autoconfiança: a importância de de- pedir aos educandos para escreve- Exemplos de como respeitar os outros: Se houver alguma agitação durante você acha mais forte em você? Por
esporte, tocar algum instrumento senvolver uma habilidade, de respei- rem em seus cadernos. No exercício Eu ouço atentamente os outros, a apresentação das respostas, lem- que você acha que é essa?
musical, consertar uma bicicleta, etc. tar cada vez mais a si próprio e aos os jovens devem mencionar as habi- mesmo quando eu não concordo; bre a classe sobre o acordo de res-
outros, e a agir com responsabilida- lidades que têm, as que estão desen- Eu sei expressar minhas opiniões peitar os outros. Escreva os vários • Qual perna tende a ser um proble-
B. Respeitar a si próprio e aos outros de. Pergunte a eles como acreditam volvendo e aquelas que gostariam com tranquilidade; Eu escuto e pres- exemplos dados pelos educandos ma para os adolescentes? O que al-
(Sentir-se seguro de si próprio e de que essas “pernas” irão contribuir de desenvolver. to atenção na orientação dos meus ao lado das respectivas pernas no guém pode fazer se uma das pernas
suas ideias e saber respeitar os outros). para manter o “banquinho” em pé pais e educadores; Eu sou paciente desenho. parece fraca?
com maior segurança. Exemplos de habilidades: com meus irmãos menores e ajudo
Peça aos educandos que deem exem- Estou melhorando em matemática; a tomar conta deles; Eu considero o Alternativa: os educandos compar- • Após essa atividade, você acredita
plos de maneiras pelas quais as pes- 3. Os educandos devem conversar Eu posso consertar bicicletas; Eu sentimento de outras pessoas quan- tilham suas respostas em pequenos ser possível tomar decisões impor-
soas mostram que respeitam a si mes- sobre a diferença entre ter autocon- sou um bom filho e amigo; Minha do penso em fazer alguma coisa; Eu grupos ou com um parceiro e, em tantes em relação ao consumo de
mos e aos outros. Exemplos: ouvir e fiança e exagerar no autoelogio mãe disse que eu sou bom cozinhei- devolvo tudo que pego emprestado; seguida, apresentam as respostas bebidas alcoólicas de uma maneira
apoiar os outros, defender suas pró- ro; Estou aprendendo a tocar violão; Eu demonstro carinho e gratidão às escolhidas para toda a classe. confiante?
prias opiniões sem insultar ou gozar Pergunte a eles se ser autoconfiante Eu quero aprender a jogar vôlei; Eu pessoas que me ajudam.
da opinião do outro, aceitar as dife- é o mesmo que se gabar. Incentive canto Rap. Eu sou fera no game. Os educandos sugerem uma quarta
renças, não ceder à pressão para fa- opiniões. Certifique-se de mencionar Exemplos de ações responsáveis: perna para o banquinho.
zer coisas que não considere corretas, os seguintes aspectos: Exemplos de como respeitar a si Eu economizo e uso sabiamente o Após a discussão, desafie os edu-
demonstrar apreço e gratidão, não mesmo: meu dinheiro. Eu faço o meu de- candos pedindo-lhes para pensar
Explique aos educandos que a auto- colocar as pessoas para baixo, fazer • Quando as pessoas ficam se gaban- Eu tenho amigos que gostam de ver de casa e trabalhos da escola a em uma quarta perna para o banqui-
confiança é como um banquinho de exercícios, comer alimentos saudá- do, elas ostentam e ficam chamando mim do jeito que eu sou; Eu não tempo; Eu me dedico aos estudos; nho. Será que qualquer outro fator
três pernas. Pergunte o que acontece veis, não consumir bebidas alcoólicas a atenção para si mesmas, a fim de se deixo que outros tomem decisões Eu ajudo a limpar a mesa de almo- precisa ser adicionado como uma
se uma perna de um banco está da- e nem oferecer a outros adolescentes. mostrar ou tentar colocar os outros por mim; Eu não culpo ninguém ço e jantar sem que ninguém preci- parte importante da autoconfiança?
nificada ou em falta. Explique as três para baixo. Pessoas que se gabam pelos meus erros; Eu faço o melhor se pedir; Eu volto para casa na hora Alguns educandos podem suge-
“pernas” que as pessoas precisam C. Agir de forma responsável geralmente têm baixa autoconfiança. que posso dentro e fora da classe; combinada. rir “ajudar os outros” ou “participar
para se sentirem autoconfiantes: (Agir de forma que trará consequên- Eu como alimentos saudáveis e evi- em esportes coletivos ou atividades
cias positivas para você e para os • As pessoas autoconfiantes sabem to comer muita besteira; Eu prati- ETAPA 3 em grupo”. Deixe que os educandos
A. Desenvolver habilidades pessoais; outros). que têm certas habilidades, mas não co algum esporte para me manter compartilhem exemplos e peça para
ficam se exibindo com isso. Elas dão saudável; Eu durmo o necessário OS EDUCANDOS COMPARTILHAM que eles pensem em como cada per-
B. Respeitar a si próprio e aos outros; Peça aos educandos que mostrem de crédito às outras pessoas de sua para uma pessoa da minha idade; SUAS RESPOSTAS COM A CLASSE na pode fortalecer a segurança do
quais formas são responsáveis. Exem- equipe e compartilham as realiza- Eu escolho amigos com estilo de banquinho.
C. Agir de forma responsável. plos: não mentir, admitir erros, manter ções com seu grupo. vida saudável. Peça a voluntários que compartilhem

56 57
5.5
OBJETIVO criativo: você tem que passar por • O N.2 então insere o N.3 (o jovem PONTOS A VERIFICAR OBJETIVOS rosa no meio da festa junina da esco-

LIDAR COM CONFLITOS


INTERNOS: MAESTROS
um monte de ideias ruins antes de na sequência da direita) na conversa: la!”. A intenção nessa primeira parte
Mostrar aos jovens que as pessoas chegar à uma boa. Elas não têm Nesse jogo fica clara a necessida- • Mostrar aos jovens que existem é que as frases sejam malucas, criati-
cometem erros e que isso pode ser medo de errar nesse processo, de total de atenção, concentração várias formas de reagir à mesma si- vas e divertidas.
N.1 para N.2 - “Lá vem o Pato”
encarado com humor, sem estresse. e nós também não devemos ter e trabalho em equipe por parte dos tuação.
N.2 para N.3 - “Lá vem o Pato” • Incentivá-los a ter autocontrole e 3. Explique que você será o maestro
medo de errar. educandos, tarefas que parecem ser
N.3 para N.2- “Lá vem o quê?” muito mais simples do que são. Além a tomar decisões construtivas para e que cada jovem, ao seu comando,
DURAÇÃO
N.2 para N.1 - “O quê?” disso, é possível verificar, com a prá- sua vida. deve dizer a frase que inventou em 3
PASSO-A-PASSO
tica do jogo, que o erro pode desen- • Mostrar aos jovens que cada um entonações diferentes:
De 10 a 15 minutos. N.1 para N.2 - “O Pato”
deles tem o poder de escolha, e que
1. Monte 3 grupos com uma média N.2 para N.3 - “O Pato” volver no jovem o desejo de alcançar
ter essa consciência é importante a. Quando você apontar para o alto,
PARTICIPANTES de 8 a 10 participantes em cada um estágios maiores de concentração,
para optar por atitudes positivas. o educando deverá dizer sua frase
deles. sem precisar se estressar com isso.
• Nesse momento, o jovem N.3, que bem alto e com raiva.
Entre 5 e 30 pessoas. recebeu a confirmação, passa a afir- DURAÇÃO
PERGUNTAS PARA O DEBATE
2. O jogo parece simples: trata-se de mação para o próximo jovem a sua di- b. Quando você apontar para o lado,
GERENCIAMENTO

MATERIAL uma afirmação, uma dúvida e uma reita, o N.4, que volta à pergunta, que De 40 a 60 minutos. o educando deverá dizer sua frase
• Qual foi a sensação de minimizar o de uma forma bem doce e carinhosa.
confirmação: só pode ser respondida pelo Líder N.1:
erro? Como você se sentiu ao ver os PARTICIPANTES
LÁ VEM O PATO

Não é necessário material comple-


outros fazendo isso? c. Quando você apontar para bai-
mentar. - Lá vem o pato. N.3 para N.4 - “Lá vem o Pato”
DO ESTRESSE:

Até 30 pessoas. xo, o educando deverá dizer sua


- Lá vem o quê?
N.4 para N.3 - “Lá vem o quê?” • Por que estamos geralmente in- frase bem devagar, sonolento e
Comece com uma introdução diver- - O pato.
N.3 para N.2- “O quê?” clinados a ranger os dentes e sofrer MATERIAL entediado.
tida:
quando falhamos, até mesmo (fala
3. Mesmo parecendo simples, o jogo N.2 para N.1 - “O quê?”
sério!) durante um jogo bobo que Não é necessário material comple- 4. Comece com um educando e co-
“Levanta a mão quem aqui já... co- desafia a atenção e concentração N.1 para N.2 - “O Pato” não atrapalha a vida real? mentar. mande o jogo seguindo a ordem da
meteu um erro! (Levante sua própria dos participantes e sempre provoca N.2 para N.3 - “O Pato” roda, “conduzindo” o próximo parti-
mão.) Alguém mais? Ou será que só muitas gargalhadas. N.3 para N.4 - “O Pato” • Já se sentiu pressionado a expe- PASSO-A-PASSO cipante que estiver do lado daquele
eu? (Seus educandos provavelmente rimentar bebidas alcoólicas e ficou que acabou de falar. Nessa fase siga
N.4 para N.5 - “Lá vem o Pato”
levantarão as mãos, rindo). Então, COMO JOGAR nervoso com a situação? ETAPA 1 a ordem do comando das entona-
todos nós já cometemos erros. E tem N.5 para N.4 - “Lá vem o quê?” ções: aponte sempre primeiro para
alguém aqui que já cometeu mais de • Coloque todos os jovens do grupo N.4 para N.3 - “O quê?” FRASES MALUCAS cima, depois para o lado e, por últi-
• PONTO-CHAVE: Existem outras
um erro? (Mãos para cima, risos). E lado a lado. N.3 para N.2- “O quê?” mo, para baixo.
pequenas falhas que você já repe-
quem acha que ainda vai errar antes • O primeiro jovem é escolhido para 1. Peça aos jovens para ficarem em
N.2 para N.1 - “O quê?” tiu demais em sua vida? Falar “SIM!”
de morrer?”.
pé, formando um círculo. Explique ETAPA 2
ser o líder (N.1). serve como um dispositivo que, es-
N.1 para N.2 - “O Pato” que vocês agora irão explorar algu-
• Na roda, ele deve ter o diálogo com sencialmente, coloca o erro em pers- mas emoções. PONTOS FORTES E FRACOS
Explique aos seus educandos que seu amigo da direita (N.2) pectiva. Quando você sinceramente
• O jogo segue nessa lógica, até que
as pessoas consideradas criativas admite: “Isso que eu fiz não foi cer- 2. Diga que cada educando deverá 1. Agora diga aos educandos que
a roda vire uma imensa repetição de
não levam o erro muito a sério! Isso N.1 para N.2 - “Lá vem o Pato” to...”, você sinceramente diz para si inventar uma frase bem maluca na eles devem inventar uma nova frase,
“O quê, o quê, o quê?” e “O pato, o

5.4
porque elas entendem uma verda- N.2 para N.1- “Lá vem o quê?” próprio: “Ops, não vou fazer isso de sua cabeça. mas dessa vez sobre si próprios. A
pato, o pato”.
de fundamental sobre o processo N.1 para N.2 - “O Pato” novo!”. E aí... bola pra frente! Por exemplo: “Peguei um papagaio frase deve conter, nesta ordem:

58 59
a. O que eles mais gostam de fazer inúmeras formas de se reagir emocio- OBJETIVO PONTOS DE DEBATE PARA LÍDERES > PERGUNTA SUGERIDA B Possível resposta PEQUENAS DICAS PARA UM “NÃO”
na vida; nalmente a uma mesma situação, seja ASSERTIVO
ela externa ou dentro de nós mesmos. Exercitar a tomada de decisão > PERGUNTA SUGERIDA A O que dizer para alguém que fica insis- Por pressão de alguns amigos e co-
b. O que consideram um ponto forte Incentive os educandos a conversar a dos adolescentes para não ceder tindo e pressionando você para beber? legas, que querem que você beba. Diga “NÃO” e mostre aos seus ami-
neles mesmos / uma qualidade pes- respeito do temperamento de cada um à pressão dos amigos que ofere- Por que você acha que alguns jovens gos que você realmente sabe o que
soal; deles, e o que eles acham que podem cem bebidas alcoólicas. Os jovens que não querem beber se sentem Possíveis respostas Ponto do Líder está dizendo:
fazer para melhorar.
precisam de informações consis- pressionados a beber?
c. O que eles mais detestam fazer na
tentes para saber o que fazer a fim Os educandos podem sugerir uma Muitos estudos têm mostrado que a • Fique em pé com uma postura de
vida; ALGUMAS PERGUNTAS PARA O

TOMADA DE DECISÃO:
DEBATE de combater a pressão dos cole- Possíveis respostas ou mais das alternativas que estão grande maioria das pessoas de sua segurança;
d. O que consideram um defeito / gas, ter argumentos efetivos para em “Pontos do Líder”. Faça com que idade NÃO bebe ou fica bêbada.
um ponto fraco em si próprios. • Na hora de reagir a um aconteci- a recusa, além de orientações de • Eles querem que uma determinada eles tenham a oportunidade de dis- O normal é não beber antes dos 18 • Olhe no olho da pessoa quando di-
mento, você tem autocontrole? Ou como encontrar alternativas sau- pessoa goste deles. cutir todas elas. anos. zer “NÃO”;
2. Peça que todos fechem os olhos seja, você é explosivo e fala a primei- dáveis para não beber antes da
por 2 minutos e preparem suas frases. ra coisa que vem à sua cabeça ou maioridade. • Eles não querem ser diferentes. Pontos do Líder > PERGUNTA SUGERIDA D • Apenas diga “NÃO”. Não se preocu-
consegue parar e respirar fundo an- pe em dar nenhum tipo de desculpa;
3. Explique que você escolherá um edu- tes de exteriorizar alguma emoção? DURAÇÃO • Eles não querem criar uma grande • Não, obrigado – essa é a mais sim- Por que você acha que algum jovem
cando para iniciar o exercício, que se- cena para dizer não. ples e eficaz. Repita-a quantas vezes beberia? • Faça que sua atitude, objetiva e
guirá as mesmas instruções da primei- • Você tem muita força de vonta-
Entre 30 e 45 minutos. for necessário. E quanto mais rela- tranquila, imponha respeito.

DIZENDO NÃO
ra fase. Quando o educando que você de? Você usa a sua força de vontade
para controlar suas emoções? • Eles não querem ser vistos como xado você estiver ao dizer isso, mais Possíveis respostas
escolher terminar de falar sua frase nas
PARTICIPANTES crianças. eficaz será. Se a pessoa continuar in-
3 entonações, ele deverá apontar para
• Você toma decisões baseado em sistindo, repita rindo. • Porque veem os pais ou outros
qualquer adolescente da roda dizendo
seu nome. Aí o próprio educando “con- planejamento ou você age totalmen- Até 40 pessoas. Pontos do Líder adultos bebendo.
duzirá” a entonação do amigo. te por impulso? • Eu não bebo. Tem refrigerante aí?
MATERIAL • Existem muitas coisas divertidas • Querem parecer adultos.
• Você costuma pensar nas conse- para se fazer em grupos que não en- • O álcool não é a minha praia.
4. O exercício segue nessa lógica: o
quências dos seus atos e como eles
educando que acabou de falar torna- Não há material complementar. volvem bebidas alcoólicas. • Veem adolescentes mais velhos be-
podem influenciar a sua vida e a vida
se o próximo “Maestro”, escolhendo • Você está falando comigo? bendo.
de outras pessoas?
o próximo amigo que conduzirá. Res- PASSO-A-PASSO • Você pode simplesmente optar por Esqueça. Amigo de verdade respeita
salte para os educandos que dessa • Você já tomou uma decisão impul- não beber – a maioria dos jovens não as escolhas dos outros. • Querem experimentar o gosto da
vez eles não precisam apontar pri- siva como beber para entrar no gru- Guie uma breve discussão na qual bebe! bebida.
meiro para cima, depois para o lado e po? Isso fez com que você se sen- os educandos devem desenvolver • Por que você continua me pressio-
depois para baixo: eles podem “con- tisse melhor no momento? E depois? ideias sobre o que dizer e como nando, quando eu já disse que não? Oriente seus educandos a simples-
• O mais fácil é usar assertivida-
duzir” na ordem que desejarem.
agir quando alguém estiver os de em apenas uma linha, tal como: Não quero mesmo, obrigado. mente dizer: “Não, obrigado”, re-
• Você se considera uma pessoa ne- pressionando para tomar uma be- “Não, obrigado. Eu não bebo”. Não petidamente se necessário, quando
PONTOS PARA O DEBATE gativa, positiva ou indiferente? Você
bida. Os “Pontos de Debate para há necessidade nenhuma de fazer > PERGUNTA SUGERIDA C amigos lhes oferecerem bebidas
gostaria de mudar?
O objetivo desse debate de encerra- Líderes”, apresentados a seguir, uma grande cena. alcoólicas. Essa simples resposta é

5.6
mento do exercício é chamar a atenção • Você considera a maioria das suas auxiliarão você na condução do Por que você acha que os jovens co- a forma mais efetiva de se livrar da
dos jovens para o fato de que existem reações construtivas ou destrutivas? debate. • Eu sei o que quero. meçam a beber cedo? pressão dos colegas.

60 61
62 63
QUEM ESTÁ FAZENDO
6.1
O QUE É • Equipamentos de luz; tema, segurança, alimentação, bebi-

BALADA
SEM ÁLCOOL
INSPIRE-SE COM
das, materiais de divulgação, meios
• Descartáveis: copos, guardanapos,
A Balada sem Álcool é uma festa de comunicação, seleção de reper-
canudos, pratos;
A DIFERENÇA para os adolescentes curtirem uma tório musical e artístico, e registro do
noite saudável, com muita música e • Formas de divulgação: cartazes, evento (fotos e vídeos);
dança. O objetivo da festa é mostrar folhetos, e-mails e redes sociais;
Neste capítulo você encontrará o 3. Construir um cronograma de tra-
aos jovens que é possível se diver-
que chamamos de Boas Práticas. • Comes e Bebes: bebidas sem ál- balho e orçamento que devem ser
tir sem consumir bebidas alcoólicas.
São atividades que foram traba- cool (sucos variados, água, refrige- acompanhados semanalmente;
Durante a balada, o DJ intercala mú-
lhadas com sucesso por ONGs do sicas com vinhetas de prevenção e rante) e aperitivos;
4. Elaborar as mensagens-chave
Programa Na Responsa, em diferen-
mensagens de conscientização. • Bar: geladeira ou isopor; para serem divulgadas durante a
tes estados do Brasil. Você pode se
inspirar nesses trabalhos para criar balada, bem como o conteúdo das
A festa já teve cerca de 40 edições, • Material de decoração;
dinâmicas adaptadas ao seu públi- vinhetas que será falado pelo DJ
co, pode inclusive utilizá-las como com a participação de mais de 50 • Equipe: os jovens são os respon- durante a programação (as vinhetas
ponto de partida para novas ações mil jovens. Esta atividade tem sido sáveis pela preparação da balada e devem ser gravadas antes do even-
ou mostrá-las aos educandos como replicada por organizações do Bra- devem ser divididos nas seguintes to);
forma de incentivo para que eles sil inteiro. Em São Paulo, o bairro funções:
de Heliópolis virou referência por 5. Fazer uma reunião geral com toda
proponham projetos próprios. Confi-
sua balada sem álcool, chamando a a equipe para garantir que todos es-
ra os exemplos de organizações que a. Desenvolvimento do material de
atenção de jovens de cidades vizi- tejam cientes de suas responsabili-
trabalham a prevenção com muita comunicação;
criatividade e empenho: nhas que se deslocam até a capital dades durante a balada;
b. Divulgação;
para curtirem o som com os amigos, c. Decoração; 6. Chegar antes do evento para pre-
divertindo-se sem a necessidade de d. Portaria/segurança; parar o espaço e receber as merca-
1. BALADA SEM ÁLCOOL beber álcool.
UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região). e. Bar e cozinha; dorias (alimentos, bebidas, descar-
f. Produção geral; táveis, produtos de limpeza, etc.).
2. CAPACITAÇÃO DE EDUCADORES PASSO-A-PASSO PARA REPLICAR g. Limpeza; Testar todos os equipamentos e che-
ASSI (Assistência Social Santa Isabel). A BALADA SEM ÁLCOOL h. DJ e atrações artísticas; car energia elétrica;
i. Registro de foto e vídeo.
3. CINE NA RESPONSA Materiais necessários: 7. Após o evento, limpar todo o local
Cipó Comunicação Interativa. e assegurar que todos os materiais
COMO REALIZAR
• Espaço físico que possa atender a estão guardados corretamente;
4. MOSTRA ITINERANTE
Cipó Comunicação Interativa. demanda de uma festa, como: qua- 1. Montar uma equipe para organizar 8. Divulgar fotos da balada e agrade-
dras poliesportivas, pátios em esco- a festa: delegar responsabilidades cer a todos que participaram e cola-
5. RÁDIO WEB las públicas ou ONGs e espaços cul- em duas fases – pré-produção (an- boraram de alguma forma.
UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região). turais da região; tes do evento) e produção (no dia do
9. Realizar reunião de avaliação
• Equipamentos de som: computador, evento);
6. RAP LAB com a equipe sobre os aprendiza-
Instituto Enraizados. caixa amplificadora, caixa de som 2. Definir todos os itens da festa: pú- dos obtidos na produção e realiza-
(PA), microfone, cabos de ligação; blico-alvo, local, data, horário, nome, ção da balada.
7. WEBSÉRIE
UNAS (União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região).
64 65
6.3
DICAS PARA REPLICAÇÃO O QUE É COMO REALIZAR O QUE É participação de educadores para su- bebidas alcoólicas por menores de

CINE
NA RESPONSA
porte às atividades; 18 anos;
• É sempre bom criar uma lista de A capacitação é um projeto de for- 1. Mapear e convidar os educadores O Cine Na Responsa, realizado pela
imprevistos para tentar evitá-los. En- mação de educadores sobre pre- da região; Cipó, é uma sessão de cinema segui- 2. Pesquisar vídeos de curta ou lon- 8. Exibir o filme e provocar o debate
tre os imprevistos mais frequentes venção do consumo indevido de 2. Elaborar o material da capacitação: da por debate. Foi criado para ofe- após a sessão.
ga metragem que abordem, direta
estão o excesso ou a falta de público bebidas alcoólicas por menores de apresentação, livros, pesquisas, etc;
recer um momento de descontração ou indiretamente, o consumo inde-
18 anos, com o objetivo de torná-los 3. Divulgar a capacitação por e-mail
e falhas técnicas nos equipamentos; e, ao mesmo tempo, um papo sério vido de bebidas alcoólicas ou temas DICAS PARA REPLICAÇÃO
conhecedores do assunto e capazes por redes sociais para o mailing pre-
de trabalhar o tema com os jovens viamente estruturado; sobre o consumo indevido de bebi- relacionados à qualidade de vida
• Cuidado com o conteúdo das mú- 4. Convidar profissionais de ONGs e das alcoólicas e seus efeitos. como: esporte, lazer, saúde, relação • Escolher um nome e marca para
em suas atividades cotidianas. A ca-
sicas: é indicado que as músicas não pacitação visa formar uma rede de das áreas de saúde, assistência so- entre amigos e família, etc.; divulgar o Cine Na Responsa, ade-
façam apologia às drogas ou violên- proteção a partir da criação de espa- cial e educação, com o objetivo de Desde 2012, o Cine Na Responsa quados ao que se pretende passar, o
cia, e não promovam qualquer tipo ços para debates com a inclusão de proporcionar momentos de estudo, já teve mais de 20 mil pessoas em 3. Escolher o filme a ser exibido de que facilitará o contato com o públi-
de preconceito; outros profissionais que atuam com de troca de conhecimento, reflexão, suas sessões abertas à comunidade, acordo com o público-alvo. Levar em co local;
adolescentes. A construção da rede diálogo e interação; no bairro de Lobato, em Salvador. O consideração questões como: idade,

CAPACITAÇÃO DE
• Anotar contato (redes sociais, participativa faz com que o trabalho 5. Os encontros podem ser organi- projeto é uma oportunidade para re- sexo, gênero, escolaridade, etc.; • Caso a organização não tenha um
e-mails e telefones) do público pre- seja cada vez mais fortalecido. zados em quatro etapas de forma-
unir jovens, família, educadores e a telão, a projeção pode ser feita em
sente para facilitar a divulgação da ção, com carga horária total de 24h.
A capacitação pode ser replicada comunidade em geral, em uma ati- 4. Mapear e selecionar espaços uma parede branca;
balada seguinte; Em 5 anos, a ASSI (Assistência Social vidade que une lazer e aprendizado. com cadeiras, onde o Cine Na Res-
seguindo os temas apresentados a

EDUCADORES
Santa Isabel) já capacitou, nas cidades
seguir, ou a partir do desenvolvimen- ponsa possa ocorrer: escolas, cre- • Fazer uma lista de presença do
• É possível fazer parcerias com es- de Viamão e Porto Alegre, localizadas
to de outros temas de interesse do PASSO-A-PASSO PARA REPLICAR ches, associações comunitárias, público convidado, com nome, ida-
colas e comércio local para a divul- no Rio Grande do Sul, mais de 250
educadores de escolas públicas e pri- público convidado, identificado por O CINE NA RESPONSA centros de saúde, praças, quadras, de, telefone e endereço eletrônico
gação com cartazes e flyers; meio de pesquisa prévia.
vadas, ONGs e agentes da assistência entre outros; para controlar o acesso à sessão,
social e saúde, tornando-os multiplica- Materiais necessários: além de facilitar a divulgação do
• Definir uma periodicidade para que a a. Encontro I – Realidade juvenil e
dores sobre o tema em seus diferentes 5. Agendar dia e horário para a rea- próximo evento;
balada faça parte do calendário local. conhecimentos sobre álcool;
cenários de atuação. • Equipamentos técnicos: computa- lização do Cine Na Responsa nos lo-
b. Encontro II – Efeitos do álcool no
dor, aparelho de DVD, filme em DVD, cais escolhidos; • Use a criatividade e diferentes
Para saber mais sobre a BALADA organismo;
PASSO-A-PASSO PARA REPLICAR projetor, telão, caixa de som; formatos para a mediação do de-
BLACK, a balada sem álcool da c. Encontro III – Consumo de bebidas
A CAPACITAÇÃO DE EDUCADORES 6. Fazer a divulgação da atividade: bate, como: palestras, jogos, brin-
UNAS, em Heliópolis, acesse: alcoólicas e efeitos psicológicos;
d. Encontro IV – Modelos de prevenção. • Materiais de comunicação: materiais além dos materiais impressos de co- cadeiras, etc.
www.facebook.com/jovens.alconscientes. Materiais necessários: educativos sobre o consumo indevi- municação, compartilhar nas redes
DICA PARA REPLICAÇÃO do de bebidas alcoólicas e materiais sociais e programar visitas às esco-
• Espaço físico com mobiliário (sala
de divulgação da atividade (panfle- las da região, à rádio comunitária,
ou auditório); No dia das capacitações, é impor- tos, folders, cartilhas, cartazes, etc.). entre outros;
• Computador com projetor; tante cuidar de detalhes, como uma
• Equipamentos de som, microfone mesa de café, para tornar o encontro
e caixas; COMO REALIZAR 7. Planejar, a partir do conteúdo do
mais agradável. Se houver possibili-
• Lista de presença; filme, o roteiro com questões nortea-
dade, elaborar um kit de boas-vin-

6.2 • Bloco de anotações e canetas para das, com sacola, material impresso 1. Formar uma equipe de jovens res- doras para o debate sobre o tema,
os participantes. sobre o conteúdo, etc. ponsáveis pela organização, com a incluindo o consumo indevido de

66 67
6.5
O QUE É 2. Construir um cronograma de tra- O QUE É • 1 mesa de som (de 4 a 8 canais); DICAS PARA UMA BOA LOCUÇÃO rádio comunitária com a comunidade. Musical: os programas musicais de-

RÁDIO WEB
balho e orçamento. Realizar acom- • 2 cabos P2 - P10; Jornal: os noticiários podem ser cur- vem promover a arte e a cultura na
A Mostra Itinerante é uma exposição panhamento semanal das atividades Oficinas de rádio locução que visam • 1 amplificador com 2 caixas (mo- • Simplicidade: sempre que usar si- tos ou de maior duração. comunidade, além de valorizar os ar-
de trabalhos desenvolvidos pelos programadas; preparar os jovens para o planeja- nitores); glas, explique-as. Exemplo: “ECA, tistas locais.
mento e a realização de um pro- Debates: é o momento em que os
jovens que tem como tema central • Conta de Rádio Web para a trans- que significa Estatuto da Criança e Revista: é um programa misto que
grama de rádio que, além de muita temas que interessam à comunidade
o consumo indevido de bebidas al- 3. Caso haja documentários e/ou missão ao vivo; do Adolescente”; aborda diferentes tipos de progra-
música boa, deve ter mensagens de podem ser aprofundados. Aqui é uma
coólicas por menores de 18 anos. Os exposição de spots de rádio, organi- • 2 microfones (1 para o locutor e ou- • Naturalidade: não use voz empos- mação como música, debates, entre-
prevenção do consumo de bebidas grande oportunidade para falar sobre
trabalhos podem ser apresentados zar o espaço de exibição de forma tro para os repórteres, entrevistados, tada, seja você mesmo; vistas, reportagens, entre outros.
alcoólicas antes dos 18 anos. Outros o consumo indevido de bebidas al-
de diferentes maneiras: fotografias, a atender às necessidades que este convidados, etc.);
assuntos como dicas de espaços cul- • Cumplicidade/Intimidade: fale como coólicas por menores de 18 anos. Radionovela: são enredos de novela,
exibição de documentários, spots, tipo de trabalho exige; • 2 cabos de microfones;
turais, educacionais e esportivos que se estivesse conversando diretamente narrados e interpretados na rádio. É
MOSTRA ITINERANTE

jogos, entre outras. • Músicas ou gravações em formato Entrevistas: os programas de entrevis-


estimulam a prática de lazer saudá- com as pessoas: “Você que está me ta podem ser feitos com autoridades um programa que exige uma conti-
4. No dia da Mostra, testar todos os mp3 ou ogg e/ou aparelho de som
vel entre os jovens, podem ser abor- ouvindo”, “Você que está trabalhando locais ou pessoas da região. A escolha nuidade, com capítulos e evolução
A Cipó realizou 8 edições da Mostra equipamentos; conectado ao PC para tocar CD,
dados. Nas oficinas com os jovens, agora”; deve ser sempre baseada no interes- das tramas entre os personagens.
Itinerante, entre 2012 e 2014, e rece- MP3, vinil, etc.;
devem ser trabalhadas questões • Ritmo: evite espaços em branco. Se se da comunidade. Nas entrevistas
beu mais de 4 mil visitantes. 5. Dividir a equipe entre as diversas como empoderamento, autonomia, • ZaraRadio: programa gratuito para
as palavras acabarem, coloque música, também é possível abordar o tema de COMO ESTRUTURAR UMA PRO-
funções: monitores da exposição, fo- responsabilidade e planejamento. criação e gerenciamento de rádios; GRAMAÇÃO
PASSO-A-PASSO PARA REPLICAR tógrafos que façam a cobertura, pro- • 1 sala para o estúdio de transmissão. vinheta, campanha. O silêncio só cabe consumo de bebidas alcoólicas.
A MOSTRA ITINERANTE dução, etc. se for proposital, como recurso para Esportes: programa que estimule a
A Rádio Web é um meio de comu- Os jovens devem escolher qual o tipo
COMO REALIZAR um tema que está sendo abordado; prática esportiva na comunidade. A de programação que será elaborada.
nicação com características das
Materiais necessários: DICAS PARA REPLICAÇÃO rádios convencionais e, ao mesmo • Respeite as diversas variações lin- prática de esportes faz bem ao cor- A partir desta definição, os temas e
tempo, da internet, pois deixa o áu- guísticas: não precisa imitar nenhum po e à mente. Procure dar visibilida- conteúdos devem ser escolhidos e
• Trabalhos realizados e seleciona- 1. Escolher um local com boa inter-
A Mostra pode ser planejada como dio do programa disponível para que sotaque; de a todos os esportes. estruturados.
dos pelos jovens, como peças de net para realizar as transmissões;
uma atividade de encerramento de as pessoas acessem o conteúdo em • Leitura de texto: quando for ler um
comunicação, jornais, fotografias, um projeto. Neste caso, desde o iní- tempo real, via internet, aumentando 2. Montar os equipamentos (amplifi- texto, faça com que ele ganhe vida,
documentários, jogos, spots, entre cio, deve-se estar atento para siste- o alcance da informação. cador, caixas de som, mesa de som, dê energia às palavras escritas. Um EXEMPLO DE ESTRUTURA DE UMA PROGRAMAÇÃO:
outros, que provoque a reflexão so- matizar a produção de cada ativi- computador, microfones); texto lido sem entonação fica chato,
bre o tema; dade e estabelecer estruturas que Desde 2011, a UNAS produz a Rá-
3. Baixar o programa de automação sem graça e artificial;
permitam a apresentação de cada dio Web “Fala, Jovem!” em parceria
• TV, computador, fones de ouvido, uma delas, a fim de atender os dife- com a Rádio Comunitária Heliópo- ZaraRadio; • Música: identifique na região artistas,
caixa de som, a depender do que rentes públicos que a visitarão. lis F.M., alcançando grande parte músicos e compositores. Lembre-se
4. Contratar um servidor para fazer de que as regras de direitos autorais
será exposto na mostra; da comunidade de Heliópolis, com
as transmissões de áudio. sempre devem ser respeitadas;
o programa semanal do Projeto Jo-
• Sofás, cadeiras e/ou pufes para as vens Alconscientes. 5. Apresentar ao grupo/equipe os • Identifique os diversos tipos de
pessoas assistirem os trabalhos com equipamentos e qual a função de programação conforme exemplos
maior duração. PASSO-A-PASSO PARA REPLICAR cada equipamento; falar das carac- abaixo:
VIA RADIO WEB terísticas da rádio para a promoção Serviço: ofertas de emprego, festas
COMO REALIZAR de uma boa programação. de aniversário, reuniões de morado-
Materiais necessários:
res, etc. As notas de serviço podem
1. Definir quais trabalhos serão apre- Agora, com toda parte técnica estru- ser encaixadas durante a programa-
• Computador com memória de no
6.4 sentados e preparar a infraestrutura turada, os jovens podem se dedicar ção da rádio a qualquer hora do dia.
mínimo 2GB e processador de 1GHZ
necessária para apresentá-los; à criação de sua própria Rádio Web! São elas que fazem a integração da
e acesso à internet;

68 69
O QUE É • Caixa de som de retorno, pode ser • Ter um beat – a música instrumen- objetivo é fazer com que o máximo Acesse o link e ouça alguns raps gra-
uma caixa amplificada básica; tal do rap – à sua escolha ou criado de jovens participe, então não há vados durante oficinas do Rap Lab,
O Rap Lab é um laboratório de rap • Microfone condensador; pelos jovens por meio de sons da certo ou errado. realizadas pelo Instituto Enraizados:
com oficinas de composição musi- • Fone de ouvido para estúdio; boca e do corpo; https://soundcloud.com/hulle-brasil/
cal. A proposta é compor músicas • Tripé para o microfone; Gravação da música: para esta fase sets/raplab.
relacionadas aos temas escolhidos • O educador deve explicar o que é são necessários conhecimentos e
• Cabos para conexões.
pelos jovens, com ensaios e grava- rima – por mais óbvio que pareça, al- equipamentos específicos, mas cer- DICA PARA REPLICAÇÃO
gumas pessoas não sabem;
ções. A prevenção do consumo in- COMO REALIZAR tamente gravar um rap é muito mais
devido de bebidas alcoólicas é uma • O educador deve incentivar a par- simples do que se imagina, pois ape- O celular pode ser utilizado como
ótima temática para ser trabalhada, 1. Escolher o tema ticipação de todos, fazendo com que nas as vozes precisam ser captadas. ferramenta para download do beat,
pois os conceitos relacionados ao ál- Os temas podem ser os mais diver- um jovem comece dizendo uma fra- A importância da gravação é, além gravação das letras e, em alguns ca-
cool podem ser passados de forma sos, como: meio ambiente, educa- se “qualquer” que tenha a ver com o do registro da obra, o incentivo da sos, até para a edição final do rap.
lúdica e divertida. ção, saúde, qualidade de vida, etc. tema escolhido; interação do jovem com a tecnologia.
O tema pode ser escolhido com an-
Esta prática utiliza o rap como ferra- tecedência ou sorteado pelos jovens • Outro jovem deverá criar uma nova Abaixo o Rap “Fique Atento” com-
menta educacional, com o intuito de na hora da atividade. frase, rimando com a primeira, sem posto por jovens da Escola CIEP 172,
discutir questões do cotidiano dos jo- perder o sentido, e assim sucessiva- localizada no Morro Agudo, em Nova
vens, desenvolver a escrita criativa, e Observação: Mesmo que a escolha mente; Iguaçu:
estimular aspectos sociais como o tra- seja feita pelos educandos, é impor- • A mesma pessoa não pode fazer a
balho coletivo e o respeito à diferença. tante que o educador tenha seu ob- rima sozinha, pois a ideia da ativida- FIQUE ATENTO
jetivo claro com os temas sugeridos. de é o trabalho em equipe;
O Rap Lab foi criado pelo Instituto Muitas vezes não temos consciên-
Enraizados e já alcançou mais de 10 2. Aplicar o tema • Todas as frases devem ser aceitas, cia do prejuízo que faz mal beber na
mil educandos da rede pública de O ideal é iniciar com uma dinâmica pois o objetivo é que os participan- adolescência
ensino de Nova Iguaçu, no Rio de Ja- de aquecimento do grupo. Para dar tes colaborem ao máximo – num mo- No mundo temos muitas influências
neiro. O laboratório de rap é fácil de subsídios para os educandos antes mento futuro faremos o que chama- e acabamos esquecendo as conse-
RAP LAB
ser replicado e pode acontecer em da oficina de rap propriamente dita, mos de “lapidar a letra”; quências
escolas ou organizações, a depender é possível apresentar o tema por Prejudica o bulbo cerebral e no futu-
• Um dos jovens deve ser o respon-
da demanda apresentada. meio de palestras, filmes, matérias ro isso pode ser fatal
sável por escrever as frases enquan-
DICA PARA REPLICAÇÃO de jornal ou utilização de jogos no to o beat é tocado, para que o ritmo
PASSO-A-PASSO PARA REPLICAR formato de quizz. Outra forma bas- Várias doses, perdendo a lucidez,
já surja ao mesmo tempo em que a
Caso não seja viável montar uma Rá- O RAP LAB tante simples que costuma funcionar tudo isso por causa da embriaguez
letra é composta. Acredite: é incrível
dio Web, é possível utilizar a mesma é uma roda de conversa entre os par- A história nos consome, dos sumé-
e orgânico;
estrutura para gravar um programa Materiais necessários / equipamen- ticipantes, mediada pelo educador. rios até o Al Capone
ao vivo em escolas, equipamentos tos e softwares básicos para a gra- • Em geral são feitas 8 rimas que, Moleque bebe achando que é ho-
públicos ou locais de grande con- vação: 3. Criar e gravar a música normalmente, é a metade de um rap. mem, fica doidão e esquece o pró-
centração de jovens. Outra alternati- Composição: criar um rap é mais prio nome
va é a gravação de programas com a • Laptop com software de gravação fácil do que a maioria das pessoas Ensaio: antes da gravação é preciso É só questão de tempo atrapalhar o
utilização de celulares e/ou compu- multipista (indicamos o Reaper, pois imagina, mas algumas regras devem que a letra composta coletivamente nosso desenvolvimento

6.6
tadores, com divulgação do conteú- é gratuito); ser seguidas para que a atividade esteja na “ponta da língua”. Normal- Bater com carro e causar um sofri-
do nas redes sociais. • Placa de som externa; aconteça: mente alguns aprendem mais rápido mento, esse é #RapLAB te deixando
que outros, mas lembre-se: nosso atento!!!

70 71
6.7
O QUE É • Computador com programas de 9. Editar os vídeos conforme o roteiro;
WEBSÉRIE
edição de vídeo e fotos (Final Cut
Produção de vídeo-reportagens na Pro ou Adobe Premiere Pro); 10. Exportar os vídeos finais para um
comunidade que abordam temas • Cadernos e canetas. canal no YouTube (criar um canal se
sociais de relevância, escolhidos e ainda não tiver), Vimeo ou outra pla-
taforma de sua escolha; Jogos são formas divertidas de ensinar e estimular os jovens a PARTICIPANTES
pesquisados pelos jovens. Os ado- COMO REALIZAR
se engajarem. De forma lúdica é possível abordar temas difíceis
lescentes fazem pesquisas sobre o
11. Divulgar os episódios utilizando de um jeito mais leve e atraente. Para auxiliar na prevenção do Sugere a quantidade ideal de participantes, mas não se iniba caso
tema antes de ir a campo e se infor- 1. Instruir os participantes, fornecen-
os meios de comunicação da orga- consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos, o Na tenha mais pessoas do que o indicado. Todos os jogos podem e
mam sobre os assuntos que serão do-lhes as regras básicas de filma-
nização e dos jovens. Com seus ce- Responsa criou uma série de jogos que vão ajudar o educador a devem ser adaptados para sua realidade. O importante é jogar e
abordados no programa, além de gem, edição e pesquisa jornalística;
lulares, os jovens podem mostrar a trabalhar o conteúdo, além de proporcionar o desenvolvimento cumprir o objetivo.
elaborarem um roteiro de perguntas
2. Assistir vários exemplos de web- websérie para as pessoas da região, das competências socioemocionais nos adolescentes. Os jogos
que será utilizado na comunicação
séries; com o objetivo de conversar sobre que fazem parte deste kit são de fácil aplicação e adaptáveis a PASSO-A-PASSO
e em entrevistas com moradores e
os temas tratados e de receber su- diferentes situações e ambientes. Escolha aqueles que melhor
pessoas que trabalham na região.
3. Eleger os temas da websérie, con- gestões para futuros episódios; atendam às suas necessidades e crie momentos divertidos e sig- Indica detalhadamente como o jogo deve acontecer. Releia o pas-
siderando diferentes assuntos en- nificativos com seus educandos. so-a-passo antes de aplicar o jogo para que tudo ocorra conforme
Esta proposta tem como premissa o
frentados e vividos pela comunida- 12. Realizar reunião de avaliação com o previsto.
empoderamento e o protagonismo
de, sendo que cada tema escolhido a equipe sobre os aprendizados do
dos jovens, de maneira que eles se-
deverá ser abordado em um episó- processo de produção da websérie. INSTRUÇÕES GERAIS PARA REFLETIR
jam os responsáveis pela produção,
desde a seleção dos temas até toda dio distinto;
DICAS PARA REPLICAÇÃO Cada jogo apresentado possui objetivos e modos de aplicação es- São orientações de como fazer o fechamento dos jogos com os
estruturação de filmagem da web-
4. Estabelecer objetivo, nome, iden- pecíficos. Veja como é simples entendê-los e utilizá-los. adolescentes, levando em consideração os aprendizados e mensa-
série. Jovens empoderados estão
tidade visual e agenda (quantos epi- • Utilizar todos os meios de comuni- gens-chave trabalhados.
mais fortalecidos para dizer não às
sódios e quando serão publicados); cação disponíveis para divulgar tre- OBJETIVOS
situações de risco e para se posicio-
chos da websérie, tais como: rádio e SE LIGA!
narem frente à pressão de amigos 5. Montar equipes de produção, de jornal locais, página no Facebook e Indica qual a meta a ser atingida ao final da atividade. Cada jogo
que possam oferecer-lhes bebidas maneira que todos os jovens tenham outras redes sociais; pode ter um ou mais objetivos. Ao final do jogo é importante veri- Indica sugestões e aspectos importantes do jogo, além de desta-
alcoólicas. um papel definido; ficar se todos os objetivos foram atingidos. car o que o educador precisa ter em mente para explorar a ativi-
• Fazer um rodízio de tarefas entre dade da melhor forma possível.
Esta prática foi desenvolvida pela 6. Pesquisar o tema: analisar os fa- os jovens para que todos passem PRINCIPAIS HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS ENVOLVIDAS
UNAS, no bairro de Heliópolis, em tos, estatísticas ou reportagens que por todas as etapas do processo, Está pronto? Escolha o jogo e boa diversão!
São Paulo. sejam relevantes; desde a criação até a divulgação da Indica as principais habilidades que são trabalhadas no jogo. Ou-
websérie; tras competências também podem estar inseridas, apenas apon- JOGO 1: MIMICANDO
PASSO-A-PASSO PARA REPLICAR 7. Roteirizar o episódio: quem vai ser
tamos as principais, pois assim você pode atuar com foco nestas.
A WEBSÉRIE entrevistado, quais serão as pergun- JOGO 2: BINGO PAPO SÉRIO
• É possível realizar o processo de fil-
tas, músicas, cenas, gráficos; JOGO 3: BATALHA DE RIMAS
magem e edição com o celular. MATERIAIS NECESSÁRIOS
Materiais necessários:
8. Gravar o episódio no local escolhi- JOGO 4: COM ATITUDE NA BALADA!
do. Durante a gravação cada jovem A websérie “Quebrada Consciente”, Indica todo o material necessário para que o jogo ocorra conforme JOGO 5: VERDADEIRO OU FALSO?
• Equipamento audiovisual (câmera
deve ter uma responsabilidade defi- realizada pela UNAS, está no canal sua descrição. Verifique se tudo está em mãos antes do começo
de filmagem, tripé, microfone de la- JOGO 6: EU SEMPRE! EU NUNCA!
nida, entre as quais: filmagem, gra- do projeto Jovens Alconscientes: do jogo.
pela, microfone de mão e gravador
vação de som, entrevistador, etc.; www.youtube.com/user/alconscientes.
de som);

72 73
INICIATIVA

FICHA TÉCNICA
Ambev | Consumo Responsável
ABED, A.L.Z. O desenvolvimento das habilidades socioemocionais IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar: 2015. Convênio:
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74 75
INICIATIVA COORDENAÇÃO E REALIZAÇÃO

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