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GUIA do Segurado e do Contribuinte

Instituto Nacional de Prevedência Social

Hoje e Sempre
Protegendo
Protegendo Hoje e Sempre
ficha técnica



Propriedade: INPS - Instituto Nacional de Previdência Social
Produção: Gabinete de Estudos Estratégia e Comunicação GUIA do Segurado e do Contribuinte
- Departamento de Comunicação e Imagem
Editora: Dra. Nancy Cardoso Monteiro Instituto Nacional de Previdência Social
Colaboração: Directoras Maria José Vera Cruz e Armandina Soares,
Administrador Marcos Oliveira
Paginação e Impressão: Tipografia Santos, Lda. - Praia
Tiragem: 15.000 exemplares

2 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 3


Índice

Apresentação....................................................................................................................................................................14 6.2. Segurado — Trabalhador por Conta de Outrem...........................................................................................21


6.3. Segurado — Trabalhador por Conta Própria....................................................................................................21
I. Caracterização da Protecção Social Obrigatória..............................................................................16 6.4. Beneficiários ................................................................................................................................................21
1. OS Fundamentos e objectivos da Protecção Social Obrigatória........................................................................16 7. De quem é a responsabilidade pela inscrição?........................................................................................................22
2. Os Regimes que compõem a Protecção Social Obrigatória.................................................................................16 8. Onde e como fazer a inscrição?................................................................................................................................22
2.1 Regime do Trabalhador por Conta de Outrem – TCO............................................................................16 9. Qual é o prazo para a inscrição?..............................................................................................................................22
2.2 Especial - TCO.....................................................................................................................................................16 10. Pode o empregador fazer a inscrição selectiva dos trabalhadores no INPS?.....................................................22
2.3 Regime do Trabalhador por Conta Própria - TCP........................................................................................17 11. Quais as consequências da inscrição selectiva dos trabalhadores por parte da entidade empregador?.......22
3. Os Abrangidos..............................................................................................................................................................17
3.1 Os Trabalhadores por Conta de Outrem (TCO) Compreendem..........................................................17 III. Contribuição.............................................................................................................................................................25
3.2 Os Trabalhadores por Conta Própria (TCP) Compreendem:...................................................................17 1. O que é Contribuição?................................................................................................................................................25
4. A Protecção..................................................................................................................................................................17 2. Qual é o valor da taxa de Contribuição?..................................................................................................................25
3. De quem é a responsabilidade pelo pagamento das Contribuições?...................................................................25
II. Inscrição.............................................................................................................................................19 4. Quando são pagas as Contribuições?......................................................................................................................25
1. Quem deve Inscrever no INPS?...............................................................................................................................19 5. Como e onde são pagas as Contribuições?...........................................................................................................26
1.1. Entidade Empregadora......................................................................................................................................19 6. Sobre que valor incide a Contribuição?....................................................................................................................26
1.2. Trabalhador por Conta Própria.......................................................................................................................19
1.3. Trabalhador por conta de Outrem...................................................................................................................19 i) Base de Incidência Contributiva...................................................................................................................................26
2. A inscrição é obrigatória?...........................................................................................................................................20 7. O que é Base de Incidência Contributiva?...............................................................................................................26
3. O trabalhador por conta de outrem que também exerce actividade por conta própria, fica obrigado a in- 8. Como determinar a base de incidência quando a remuneração é fixada numa base diária?..........................26
screver-se como trabalhador por conta própria?.................................................................................................20 9. Qual é o limite mínimo de dias de trabalho a declarar para se determinar a base de incidência?...............26
4. A entidade empregadora pode inscrever-se através de outras instituições?.................................................20 10. Sobre que elementos integrantes das remunerações são incluídas na base de incidência contributiva ?.......27
5. Pode o INPS inscrever oficiosamente um trabalhador e ou entidade?..........................................................20 11. Quais remunerações excluídas da base de incidência contributiva?..................................................................27
6. Como Inscrever no INPS?..........................................................................................................................................20
6.1. Contribuinte.......................................................................................................................................................20 ii) Folhas de Ordenados e Salários (FOS)..............................................................................................................................28

4 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 5


Índice

12. O que são Folhas de Ordenados e Salários?.......................................................................................................28 31. Quando pode ser efectuado o pedido de reembolso das contribuições devidas?............................................34
13. De quem é a responsabilidade pelo envio da a FOS juntamente com as Contribuições respectivas?...........28 32. Qual é o prazo para reclamar o reembolso das contribuições devidas?.......................................................35
14. Que informação deve constar na FOS?.................................................................................................................28 33. Quem pode reclamar o reembolso das contribuições devidas?.......................................................................35
15. O que acontece se a Folha de Ordenados e Salários não estiver correctamente preenchida?...................28 34. Quais as obrigações dos Contribuintes?.................................................................................................................35
16. Como deve ser enviada a FOS?................................................................................................................................29
17. Até quando pode ser entregue a FOS?...............................................................................................................29 IV. Protecção................................................................................................................................................................37
18. Como é feita verificação e a certificação da data de entrega da FOS?....................................................29 1. Quais as prestações que o sistema atribui ao trabalhador?..............................................................................37
19. O que acontece se a Folha de Ordenados e Salários não for entregue ou for entregue fora do prazo?......29 1.1. Trabalhador por Conta de Outrem:.................................................................................................................37
20. Em que circunstância cessa a obrigação de enviar a FOS de um trabalhador?..............................................29 1.2. Trabalhador por conta própria.........................................................................................................................38
2. Quem tem direito às prestações?..........................................................................................................................38
iii) Trabalhador por Conta Própria...................................................................................................................................30 3. Quais as condições de atribuição das Protecções do INPS?...............................................................................38
21. Como é declarado o salário para efeitos de contribuição do Trabalhador por Conta Própria?....................30 4. O que é prazo de garantia e índice de profissionalidade?.................................................................................39
22. Qual é o Salário mínimo a ser declarado?...............................................................................................................32 5. O prazo de garantia é exigido e igual para qualquer prestação?........................................................................39
23. O Trabalhador pode alterar o salário declarado?...............................................................................................32 6. Qual é prazo exigido para cada uma das seguintes prestações?.......................................................................39
24. Quando pode o Trabalhador por Conta Própria ser isento de pagar as contribuições?.................................32 7. Quais as regras de comparticipação?.......................................................................................................................39

iv) Profissionais do Serviço Doméstico..............................................................................................................................32 i) Doença...................................................................................................................................................................................41


25. Como é declarado o salário para efeitos de contribuição dos Profissionais do Serviço Doméstico?................32 1. Subsídio de Doença.....................................................................................................................................................41
26. Qual é a base para o cálculo das prestações?........................................................................................................32 1.1. Quem tem direito ao Subsídio de Doença?..................................................................................................41
27. Quando ocorre uma situação de grave incumprimento?....................................................................................34 1.2. Quais as condições de atribuição do subsídio de doença?.......................................................................41
1.3. O índice de profissionalidade é o mesmo para todos os trabalhadores por conta de outrem?.............42
v) Reembolso das Contribuições . ..............................................................................................34 1.4. Que documentos são necessários para atribuição do subsídio de doença?..........................................42
28. Como e quando pode ser efectuado o pedido de reembolso das contribuições indevidas?.........................34 1.5. Como é certificada a doença?..........................................................................................................................42
29. Qual é o prazo para reclamar o reembolso das contribuições indevidas?.........................................................34 1.6. Qual é o prazo máximo para a entrega do CIT?............................................................................................42
30. Quem pode reclamar o reembolso das contribuições indevidas?...................................................................34 1.7. Qual é o prazo máximo de concessão do subsídio de doença?..................................................................43

6 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 7


Índice

1.8. Qual é o período de espera para ter acesso ao subsídio de doença?..............................................43 3.2. Quem tem a competência de propor uma evacuação interna?.................................................................48
1.9. Como é calculado o subsídio de doença? ......................................................................................................43 3.3. Quem é o responsável para a marcação das consultas e exames no local de tratamento?....................48
1.10. Se a doença ocorrer durante e quando o segurado estiver fora do país, o que deve fazer para ter dire- 3.4. Quais são as prestações asseguradas aos evacuados internos?.............................................................48
ito ao subsidio de doença?...............................................................................................................................43 3.5. Como é organizado o processo de evacuação interna?..........................................................................48
1.11. Se o impedimento para o trabalho, por motivos doença, for superior a 30 dias, de quem é a compe- 3.6. Quais os documentos necessários para efeitos de evacuação interna?................................................49
tente para certificar a incapacidade para o trabalho?................................................................................44 3.7. Quais as obrigações dos beneficiários evacuados internos?...................................................................49
1.12. Se a incapacidade for resultante de acidente de trabalho, quem paga o salário dos dias de baixa ou in- 3.8. Quais as responsabilidades da estrutura do INPS no local de residência?...........................................49
capacidade para o trabalho?..........................................................................................................................44 3.9. Quais as responsabilidades da estrutura do INPS no concelho/ilha de acolhimento?.......................49
1.13. Quem é responsável se a incapacidade for resultante de acto da responsabilidade de terceiro (ex.: aci- 3.10. O que é uma Evacuação Externa?....................................................................................................................50
dente de viação, atropelamento, agressão, etc.)?...................................................................................44 3.11. Quem tem a competência de propor uma evacuação externa?................................................................50
2. Comissão de Verificação de Incapacidade (CVI)....................................................................................................44 3.12. Quem é o responsável para a marcação das consultas e exames no local de tratamento?................50
2.1. O que é a CVI?.................................................................................................................................................44 3.13. Quais as prestações asseguradas aos beneficiários evacuados externos?..............................................50
2.2. A CVI só intervém nas suas acções junto de beneficiários do sistema nacional de previdência so- 3.14. Quais os documentos necessários para efeitos de evacuação externa?................................................50
cial?........................................................................................................................................................45 3.15. Quais as obrigações dos beneficiários evacuados externos? .....................................................................51
2.3. O Instituto tem alguma influência nas decisões da CVI?............................................................................45 3.16. Quais as responsabilidades da estrutura do INPS no local de residência?.............................................51
2.4. De que forma e quem nomeia a Comissão de Verificação de Incapacidade?..........................................45 4. Assistência Médica e Hospitalar...............................................................................................................................51
2.5. Quem integra a CVI?........................................................................................................................................45 4.1. Quem tem direito Assistência Médica e Hospitalar?..................................................................................52
2.6. Qual o objectivo da CVI?.................................................................................................................................45 4.2. Quais os documentos necessários para o seu reconhecimento?...........................................................52
2.7. O que fazer quando o beneficiário discorda da decisão da CVI?...........................................................45 4.3. Onde são prestados os cuidados de saúde?...............................................................................................52
2.8. Como é composta a Comissão de Recurso?.................................................................................................47 4.4. Os cuidados de saúde podem ser prestados noutros países e em que condições?.............................52
2.9. Existe algum prazo para apresentação de recurso e onde pode ser feita?..........................................47 5. Assistência Medicamentosa.......................................................................................................................................52
2.10. O que acontece se o beneficiário reclamante não indicar um Médico? ......................................................47 5.1. Quais os documentos necessários para o acesso à Assistência Medicamentosa?...............................52
2.11. Há algum encargo para o beneficiário que decorre do funcionamento da Comissão de Recurso?.........47 5.2. Como é garantida a comparticipação nos medicamentos?.......................................................................53
3. Evacuação.................................................................................................................................................47 5.3. Se ao Beneficiário for prescrito medicamento que não consta da Lista Nacional de Medicamentos, não
3.1. O que é uma Evacuação Interna......................................................................................................................47 haverá comparticipação?..........................................................................................................................53

8 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 9


Índice

5.4. Quais são os procedimentos necessários para as Farmácias aviar os medicamentos com a comparticipa- iii) Protecção na Velhice..........................................................................................................................................................58
ção do INPS?....................................................................................................................................................53 1. O que é Pensão de Velhice......................................................................................................................................58
5.5. Como proceder em caso de a Farmácia não encontrar o seu nome na base de dados para confirmar o direito?......54 2. Quais os requisitos e condições para atribuição da pensão de velhice?.........................................................59
5.6. Quais os documentos necessários para o acesso a medicamentos importados?...................................54 3. Quais os documentos necessários para efeitos de requisição da pensão de velhice?....................................59
6. Cuidados de Estomatologia e Prótese Dentária..................................................................................................54 4. Quais são as obrigações dos pensionistas?........................................................................................................59
6.1. Quais os documentos necessários?................................................................................................................54 5. Quais são os direitos dos pensionistas?.................................................................................................................59
6.2. Quais os documentos necessários para o pedido de reembolso?...........................................................54
6.3. Qual o prazo máximo para efeitos de pedido de reembolso?.................................................................55 iv) Protecção na Invalidez.....................................................................................................................................................60
7. Tratamentos de Fisioterapia.......................................................................................................................................55 1. O que é Pensão de Invalidez?...................................................................................................................................60
7.1. Quais os documentos necessários para o pedido de reembolso?............................................................55 2. Quais o requisitos e condições de atribuição da pensão de invalidez?..............................................................60
7.2. Aparelhos de Prótese e Outros Dispositivos................................................................................................55 3. Quais os documentos necessários para efeitos de requisição de Pensão de invalidez?.............................60
7.3. Quais os documentos necessários para o pedido de reembolsos?..........................................................55 4. Qual é a data a partir da qual o beneficiário recebe a pensão de invalidez?............................................60
7.4. Qual o prazo máximo para efeito de pedido de reembolso?.....................................................................56 5. Como proceder se em qualquer das datas, o requerente tenha exercido actividade profissional?..............61
6. O que fazer se a decisão da Comissão de Verificação de Incapacidade não for favorável?..........................61
ii) Maternidade, Paternidade e Adopção.............................................................................................................................56 7. Quem vai fazer a reapreciação do processo? Será a mesma Comissão anterior?.............................................61
1. O que é Subsídio de Maternidade.........................................................................................................................56 8. Existe prazo para o recurso?...................................................................................................................................61
1.1. Quem tem direito ao subsídio de maternidade?..........................................................................................56 9. O segurado que requerer a Comissão de Recurso terá algum encargo?..........................................................61
1.2. Qual é o prazo de garantia exigido?...........................................................................................................56 10. Pode o trabalhador que for declarado apto para o trabalho voltar a requerer pensão de invalidez? Quando?.......61
1.3. Qual é o índice de profissionalidade exigido?................................................................................................56 11. A decisão que considera o segurado incapacitado para trabalho é definitiva ou pode haver outra avalia-
2. O que é Subsídio de Paternidade.........................................................................................................................56 ção?.....................................................................................................................................................................61
3. O que é Subsídio de Adopção.................................................................................................................................58 12. Quais são as obrigações dos pensionistas?.........................................................................................................62
4. Quais as condições necessárias para se ter direito aos subsídios de maternidade, paternidade e adop- 13. Quais são os direitos dos pensionistas?..................................................................................................................62
ção?...................................................................................................................................................................58
4.1. Documentos necessários:.................................................................................................................................58 v) Protecção na morte...........................................................................................................................................................63
4.2. Condições necessárias......................................................................................................................................58 1. O que é Pensão de Sobrevivência?.........................................................................................................................63

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Índice

2. Quem tem direito e quais os requisitos para o acesso às pensões de sobrevivência?...................................63 2.2. Quem tem direito ao subsídio de aleitamento?.........................................................................................68
3. Qual o prazo de atribuição das pensões de sobrevivência?...............................................................................64 2.3. Quais os documentos necessários para receber o subsídio de aleitamento?..........................................68
4. Quais as condições de atribuição?...........................................................................................................................64 3. Subsídio de deficiência...............................................................................................................................................68
5. Qual é o montante da Pensão atribuída?.................................................................................................................64 3.1. Quais as condições e o prazo de atribuição?................................................................................................68
6. Quais os documentos necessários para efeitos de requisição da Pensão de Sobrevivência?...........................64 3.2. O valor do subsídio é igual para todos?...........................................................................................................69
7. Quais são as obrigações dos beneficiários da Pensão de Sobrevivência?...........................................................65 3.3. Qual é o valor do subsídio atribuído?...........................................................................................................69
8. Quais são os Direitos dos Pensionistas de Sobrevivência?..................................................................................65 3.4. Qual é a entidade competente para comprovar a deficiência?.................................................................69
3.5.Existe mais que uma natureza de deficiência?..............................................................................................69
vi) Compensação de Encargos Familiares...........................................................................................................................65 3.6.Existe alguma diferença pelo facto de a deficiência ser temporária ou definitiva? ...............................69
1. Abono de Família.........................................................................................................................................................65 4. Subsídio de Funeral.....................................................................................................................................................69
1.1. O que é Abono de Família?.............................................................................................................................65 4.1. O que é subsídio funeral?................................................................................................................................69
1.2. Quem é o titular?................................................................................................................................................65 4.2. Quem beneficia?.................................................................................................................................................70
1.3. Em caso de morte do titular, cessa o direito ao Abono de Família e Prestações complementares?........66 4.3. O valor do subsídio é igual para todos?.........................................................................................................70
1.4. Quem e como beneficiar do Abono de Família?..........................................................................................66 4.4. Qual é o valor do subsídio atribuído?............................................................................................................70
1.5. Quais as condições de Atribuição do Abono de Família?........................................................................66 4.5. Qual o prazo para pedido do subsídio de funeral?........................................................................................70
1.6. E se tiver idade superior a 15 anos deixa de ter direito?..............................................................................66
1.7. O que acontece se a criança perder o ano escolar por motivo de saúde e ou for deficiente?..............67
1.8. Como requerer as prestações e onde?.........................................................................................................67
1.9. Como fazer para manter o direito às prestações quando o descendente tem idade superior a 15 anos e
não for deficiente?..............................................................................................................................................67
1.10. O que acontece em caso de atraso na entrega do certidão de aproveitamento escolar?.................67
1.11. Quando e como é pago o abono de Família?...............................................................................................67
1.12. Existe limite de descendentes ou equiparados com direito ao abono? ......................................................68
2. Subsídio de Aleitação..................................................................................................................................................68
2.1. O que é Subsídio de Aleitação?.......................................................................................................................68

12 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 13


Novos Desafios,
Novas Atitudes, Novos Hábitos,
apresentação

apresentação
O Guia do Segurado e do Contribuinte é um instrumento que oferece informação sistematizada sobre a forma
Novas Formas de Relacionamento
de organização e o funcionamento da protecção social obrigatória, assim como os procedimentos, os direitos
e obrigações dos contribuintes, segurados e os respectivos familiares a observar para o usufruto da Protecção
Social.
Destina-se a todos os cidadãos de um modo geral e, particularmente, aos sujeitos (empregadores, trabalhadores
e respectivos familiares) que intervêm e beneficiam do Regime da Protecção Social Obrigatória no âmbito da
aplicação da Lei de Bases da Protecção Social.

Atendendo a esse abrangente universo de destinatários, o Guia segue uma metodologia de perguntas e respos-
tas simples e de fácil compreensão, organizados em capítulos:
1. Caracterização da Protecção Social Obrigatória;
2. Inscrição;
3. Contribuição;
4. Protecção;

Espera-se que com este instrumento em mãos, muitas dúvidas e/ou interpretações que se circunscrevem no
domínio da Protecção Social Obrigatória possam ser esclarecidas, proporcionando, deste modo, uma melhor
compreensão do Regime da Previdência Social.

14 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 15


I Caracterização da Protecção Social Obrigatória

2.3 Regime do Trabalhador por Conta Própria - TCP


I Caracterização da Protecção Social Obrigatória
3. Os Abrangidos
1. OS Fundamentos e objectivos da Protecção Social Obrigatória 3.1 Os Trabalhadores por Conta de Outrem (TCO) Compreendem:
A protecção Social Obrigatória se fundamenta nos princípios de Universalidade, Solidariedade, igualdade e • Trabalhadores por Conta de Outrem cuja actividade é exercida no Comércio, Indústria, Serviços ou em
Solidariedade. qualquer outro sector de actividade e ao serviço duma entidade empregadora determinada;
• Aprendizes, tirocinantes, estagiários desde o início da sua actividade numa empresa ou outra enti-
A Protecção Social Obrigatória objectiva a protecção dos trabalhadores por conta de outrem, por dade.
conta própria e respectivos familiares no momento de carências e nas eventualidades de doença, • Trabalhadores Estrangeiros que exerçam actividade profissional em Cabo Verde e não enquadrados
maternidade, paternidade, adopção, velhice, invalidez e morte, bem como a compensação dos encar- em Convenções de Segurança Social estabelecidas entre Cabo Verde e o País de Origem.
gos familiares, mediante atribuição de abono de família, subsídios por deficiência, de aleitamento e
de funeral. 3.2 Os Trabalhadores por Conta Própria (TCP) Compreendem:
Todos os trabalhadores que exerçam qualquer actividade profissional por conta própria:
• Lei nº131/V/2001
• Decreto-Lei nº 5/2004 de 16 de Fevereiro n.º 50/2009,de 30 de Novembro • Agricultor, • Rabidante, • Músico,
• Decreto-Lei nº 21/2006 de 27 de Fevereiro | nº 40/2006 de 17 de Julho; • Carpinteiro, • Vendedeira, • Artesão,
• Decreto-Lei nº 45/2007 de 10 de Dezembro • Taxista, • Artista, • Médico,
• Decreto-Lei n.º48/2009,de 23 de Novembro • Hiacista, • Intelectual, • Arquitecto Engenheiro,
• Decreto-Lei n.º49/2009,de 23 de Novembro • Outros.

2. Os Regimes que compõem a Protecção Social Obrigatória 4. A Protecção


2.1 Regime do Trabalhador por Conta de Outrem – TCO O INPS garante a protecção nas eventualidades de doença, maternidade, paternidade, adopção, velhice, in-
validez e morte.
2.2 Especial - TCO Compensação dos encargos familiares, mediante atribuição de abono de família, subsídios por deficiência,
- Agentes da Administração Pública, Agentes Municipais, Profissionais do Serviço Doméstico de aleitamento e de funeral.

16 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 17


ii. INSCRIÇÃO

II. Inscrição
1. Quem deve Inscrever no INPS?
1.1. Entidade Empregadora
Pessoa colectiva, pública ou privada, que por força do exercício de uma actividade, independent-
emente da sua natureza, tenha trabalhador com o qual estabeleça uma relação de trabalho depen-
dente.
Com a sua inscrição no INPS fica com o estatuto de contribuinte do sistema, a partir do qual lhe é atribuído
um número que passará a ser o elemento importante nas relações com o INPS e na gestão da sua conta
corrente.

1.2. Trabalhador por Conta Própria


Pessoa singular por conta própria, que exerce actividade profissional geradora de rendimento sem su-
jeição a um contrato de trabalho ou legalmente equiparado.
Com a sua inscrição no INPS fica com o estatuto de Contribuinte e Segurado do sistema

1.3. Trabalhador por conta de Outrem


Pessoa singular vinculada a uma entidade, pública ou privada, através de um contrato de trabalho, formal
ou informal, e que esteja sujeito às regras pré-estabelecidas e ao horário de trabalho.
Com a sua inscrição no INPS fica com o estatuto de Segurado, a partir do qual, é atribuído um número de
inscrição que permite a gestão de informações sobre a sua carreira contributiva no INPS, que por sua vez
determina o reconhecimento de direitos a prestações sociais.
Um trabalhador é inscrito uma única vez e o número atribuído não altera com a mudança ou suspensão
do emprego.

Na mumento ki bu mesti, nu sta li.


18 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 19
ii. INSCRIÇÃO

2. A inscrição é obrigatória? • Declaração do NIF (Número de Identificação Fiscal);


Sim. A Lei obriga a inscrição de todos os trabalhadores por conta de outrem, por conta própria, bem como a • Fotocópia do documento comprovativo da constituição da empresa/entidade publicado no Boletim
entidade empregadora no Sistema de Previdência Social. Oficial, se for caso disso;
• Declaração onde é identificado o representante da empresa/entidade.
3. O trabalhador por conta de outrem que também exerce actividade por conta própria, fica obrigado a in- • Declaração NIF da empresa/entidade e Registo comercial na conservatória;
screver-se como trabalhador por conta própria?
Sim. Deve obrigatoriamente inscrever-se ficando isento de pagamento de contribuição para o regime de 6.2. Segurado — Trabalhador por Conta de Outrem
trabalhador por conta própria. • Boletim de Enquadramento onde constam os elementos de identificação do trabalhador e a sua rela-
ção profissional. Autenticado pela entidade empregadora;
4. A entidade empregadora pode inscrever-se através de outras instituições? • Fotocópia do Bilhete de Identidade válido;
SIM - As empresas constituídas através da Casa do Cidadão no quadro do projecto Empresa no Dia ficam
dispensadas de se inscrever ao balcão do INPS como contribuintes, pelo facto desta inscrição ser feita pelo 6.3. Segurado — Trabalhador por Conta Própria
INPS a partir do processo da Casa do Cidadão. • Boletim de Enquadramento devidamente preenchido;
• Fotocópia do Bilhete de Identidade válido;
5. Pode o INPS inscrever oficiosamente um trabalhador e ou entidade? • Fotocópia da Declaração do NIF (Número de Identificação Fiscal).
O INPS desde que disponha de elementos necessários de identificação, pode, por lei, inscrever oficiosamente
o trabalhador como segurado e a entidade empregadora como contribuinte. 6.4. Beneficiários
• Todos os Familiares: Fotocópia do Bilhete de Identidade, da Cédula Pessoal ou do Certidão de Nascimento.
6. Como Inscrever no INPS? • Cônjuges: Certidão de Casamento ou de Reconhecimento de União de Facto;
Para efeitos de inscrição no INPS são necessários os seguintes documentos: Declaração comprovativa da não abrangência por outro regime de protecção social.
• Ascendentes: Declaração comprovativa da não abrangência por outro regime de protecção social; De-
6.1. Contribuinte claração sobre rendimentos colectáveis emitida pela Câmara Municipal e confirmada pela Repartição
• Boletim de Inscrição do Contribuinte devidamente preenchido; de Finanças, do local de residência.
• Fotocópia do BI válido do representante da empresa/entidade; • Descendentes maiores de 15 anos: Declaração de Frequência Escolar
• Fotocópia do Alvará de Licenciamento da Actividade;

20 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 21


ii. INSCRIÇÃO
Cartão do Beneficiário
7. De quem é a responsabilidade pela inscrição? A Modernização do Sistema de Previdência Social propõe um con- 2. Função de Recebimento das Prestações
A Entidade Empregadora e/ou o próprio Trabalhador por Conta Própria. junto de produtos e serviços enquadrados no Sistema de Previdência Serve para efeitos de recebimento das prestações pecuniárias a favor
Social (SIPS), através de um suporte tecnológico moderno e eficiente do segurado, quais sejam:
Desde que a pessoa esteja vinculada a um contrato de trabalho, a lei obriga a entidade empregadora a pro- - Pensões de velhice, invalidez e sobrevivência;
que vem alterar a forma de trabalhar e introduz um novo paradigma.
ceder à inscrição do trabalhador como segurado e a própria entidade empregadora como contribuinte. - Subsídio de doença, maternidade, paternidade e adopção;
Os trabalhadores por conta própria são responsáveis pela sua própria inscrição no INPS como Segurado. O Cartão do Beneficiário é um dos produtos lançados nesse âmbito e
- Abono de Família e Subsídios de aleitação, deficiência e de funeral;
Os Segurados são responsáveis pela inscrição dos familiares no INPS como seus beneficiários. - Reembolso de despesas com medicamentos, óculos, próteses,
vem melhorar o relacionamento do INPS com os seus benefici consulta, etc, quando efectuadas pelo beneficiário.
arios, com novas valências que lhes são inerentes como se indica.
8. Onde e como fazer a inscrição? 3. Função de Cartão de Débito Bancário
A inscrição é feita nos Balcões de Atendimento do INPS, através do preenchimento de boletim de enquadra- Permite ao portador (beneficiário do INPS) movimentar a sua conta as-
mento, também disponível no site do INPS, onde devem constar os elementos essenciais de identificação sociada nos ATM’s, (caixa automática) POS (terminais de pagamento).
pessoal e profissional do trabalhador. Abertura de conta e emissão de Cartão
Uma conta bancária para o pagamento de prestações será aberta, a
9. Qual é o prazo para a inscrição? pedido do INPS, na Caixa Económica de Cabo Verde e poderá ser mo-
A inscrição deve ser efectuada até 15 dias após o início da actividade. vimentada pelos beneficiários, através dos ATM ou POS em qualquer
ponto do país. Com esta medida, qualquer prestação passa a ser paga
directamente ao beneficiário pondo termo aos pagamentos feitos
10. Pode o empregador fazer a inscrição selectiva dos trabalhadores no INPS? através de entidade empregadora.
NÂO – Todos os trabalhadores devem ser inscritos independentemente de existência ou não de contrato de O Cartão do Beneficiário
trabalho. É um documento de identificação do trabalhador inscrito no Sistema A mesma conta, a pedido do beneficiário pode ser substituída por out-
de Previdência Social e confirma essa relação junto de outras enti- ra conta pessoal, bastando para tal comunicar o INPS o NIB (Número
dades que se relacionam com o INPS. de Identificação Bancária).
11. Quais as consequências da inscrição selectiva dos trabalhadores por parte da entidade empregador?
O empregador fica sujeito a um processo por omissão de trabalhadores com coima de 5 mil escudos por cada Funções do Cartão do Beneficiário A entrega do Cartão será feita através das entidades empregadoras,
trabalhador, ficando ainda obrigado a proceder a inscrição com referência à data de admissão com o conse- directamente nos balcões de atendimento ou través de outroas insti-
1. Função de Identificação tuições parceiras.
quente pagamento das contribuições e cotizações atrasadas. Serve para a identificação do portador (beneficiário do INPS) junto do
INPS e as Estruturas de Saúde (farmácias, hospitais, centros de saúde, O funcionamento do cartão exige um PIN que será entregue exclusi-
clínicas, etc.). vamente ao beneficiário.

22 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 23


III. CONTRIBUIÇÃO

III. Contribuição
1. O que é Contribuição?
É o valor obrigatório pago mensalmente por todos os trabalhadores e entidade empregadora, com a finali-
dade de constituir um fundo para a concessão de benefícios previdenciários aos cabo-verdianos, em caso
de doença, maternidade, paternidade, adopção, invalidez, velhice e morte, bem como a compensação dos
encargos familiares.

2. Qual é o valor da taxa de Contribuição?


• 23% para o Regime dos Trabalhadores por Conta de Outrem — Inclui os Profissionais do Serviço Domés-
tico, assim distribuído:
o 8% Para o Trabalhador
o 15% Para a Entidade Empregadora
• 19,5% para o Regime dos Trabalhadores por Conta de Própria

3. De quem é a responsabilidade pelo pagamento das Contribuições?


A responsabilidade é da Entidade Empregadora e do Trabalhador por Conta Própria.
A Entidade Empregadora tem a obrigação de arrecadar e remeter ao INPS a contribuição a cargo dos seus
empregados, mediante desconto nas remunerações que lhes são pagas.

4. Quando são pagas as Contribuições?


O pagamento das contribuições deve ter lugar até o dia 15 do mês imediato àquele que se reportam.
Se coincidir com um sábado, domingo, ou feriado, o pagamento deverá ser efectuado no primeiro dia útil
seguinte.

24 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 25


III. CONTRIBUIÇÃO

5. Como e onde são pagas as Contribuições? 10. Sobre que elementos integrantes das remunerações são incluídas na base de incidência contributiva ?
As contribuições deverão ser pagas nas Unidades de Previdência Social — Balcão de Atendimento do INPS; • A remuneração paga e recebida;
nas ATM ou através do depósito ou transferência bancária a favor do INPS. • As diuturnidades e outros valores estabelecidos em função da antiguidade dos trabalhadores;
• As comissões, o bónus e outras prestações de natureza análoga;
6. Sobre que valor incide a Contribuição? • Os prémios, de produtividade, de assiduidade, de cobrança, e outros de natureza análoga que tenham
Sobre remunerações declaradas onde incidem percentagens fixadas na Lei (apresentadas na pergunta ante- carácter de regularidade;
rior), para apuramento do montante das contribuições — Base de Incidência Contributiva. • A remuneração pela prestação de trabalho suplementar;
• A remuneração por trabalho nocturno;
• A remuneração correspondente ao período de férias a que o trabalhador tenha direito
i) Base de Incidência Contributiva • Os subsídios de Natal, de férias, e outros de natureza análoga;
• Os subsídios por penosidade, perigo ou outras condições especiais de prestação de trabalho;
7. O que é Base de Incidência Contributiva? • Os subsídios de compensação por isenção de horário de trabalho ou situações equiparadas;
É a remuneração declarada onde incidem percentagens fixadas na Lei (apresentadas na pergunta anterior), • Os valores dos subsídios de refeição, quer sejam atribuídos em dinheiro, quer em títulos de refeição
para apuramento do montante das contribuições • Os subsídios de residência, de renda de casa e outros de natureza análoga, que tenham carácter de regularidade;
A Base de Incidência Contributiva não pode ser nunca inferior a 80% da remuneração mínima aplicada aos • As gratificações, pelo valor total atribuído, devidas por força do contrato ou das normas que o regem,
agentes da administração pública, que corresponde à referência 1, do Escalão A do Plano de Cargos Carreiras ainda que a sua atribuição estejam condicionadas aos bons serviços dos trabalhadores, bem como as que
e Salários da Administração Pública. revistam carácter de regularidade;
• Todas as prestações que sejam atribuídas ao trabalhador, com carácter de regularidade, em dinheiro e
8. Como determinar a base de incidência quando a remuneração é fixada numa base diária? em espécie, directa ou indirectamente como contrapartida da prestação do trabalho.
Se a remuneração for calculada numa base diária, o limite mínimo corresponde a trigésima parte da remune-
ração acima referida. 11. Quais remunerações excluídas da base de incidência contributiva?
• As ajudas de custo
9. Qual é o limite mínimo de dias de trabalho a declarar para se determinar a base de incidência? • O subsídio de transporte
Sempre que os dias de trabalho efectivo no mês for inferior aos trinta dias, o número mínimo de dias a decla- • Os abonos para falhas
rar ao INPS não pode ser inferior a 10 • A indemnização por cessação do contrato de trabalho

26 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 27


III. CONTRIBUIÇÃO

(Nota: O trabalhador indemnizado pode, se quiser, efectuar os descontos sobre a indemnização, permitindo- mente nas situações em que não indique o número de identificação do contribuinte/segurados e a declara-
lhe manter o direito às seguintes prestações – assistência médica e medicamentosa, prestações na materni- ção dos salários não esteja em conformidade com a Lei (base incidência contributiva).
dade, e o abono de família e prestações complementares).
16. Como deve ser enviada a FOS?
O envio ou a entrega da FOS é deve ser, em suporte informático suporte papel conforme for o caso.
ii) Folhas de Ordenados e Salários (FOS) O formulário FOS adquirido no INPS.

12. O que são Folhas de Ordenados e Salários? 17. Até quando pode ser entregue a FOS?
É um documento ou ficheiro electrónico, onde o Contribuinte é obrigado a prestar informações dos seus Até ao dia 15 do mês seguinte àquele a que diz respeito, juntamente com as contribuições
trabalhadores, e enviar mensalmente ao INPS. Caso o prazo (dia 15 do mês seguinte àquele a que a Declaração de Remunerações se refere) termine num
sábado, domingo ou dia feriado, a entrega poderá ser feita no primeiro dia útil seguinte, sem encargos adi-
13. De quem é a responsabilidade pelo envio da a FOS juntamente com as Contribuições respectivas? cionais.
A pessoa colectiva e singular inscrita no sistema de previdência social como contribuinte.
18. Como é feita verificação e a certificação da data de entrega da FOS?
14. Que informação deve constar na FOS? Quando a entrega seja em suporte papel, considera-se a data em que é apresentada no INPS ou, se enviada
• Nome e Número de Identificação do Contribuinte; pelo correio, a do carimbo dos correios.
• Mês e Ano de referência;
• Nome completo e Número de Identificação dos Segurados, respectivo cargo, função ou serviço prestado; 19. O que acontece se a Folha de Ordenados e Salários não for entregue ou for entregue fora do prazo?
• Dias efectivos de trabalho do segurado no mês em referência; A não entrega da Folha de ordenados e salários ou a sua entrega fora do prazo, bem como a não inclusão de
• Valores das Remunerações auferidas pelos segurados (tipo de remuneração: base incidência contributiva); trabalhadores na mesma, constitui contra-ordenação, podendo levar ao pagamento de coimas (multas) e
• Declaração do Valor das Contribuições a pagar. pode também ter como consequência a suspensão dos direitos dos segurados.
• Identificação, no espaço das observações da folha, dos segurados em situação de baixa médica/maternidade.
20. Em que circunstância cessa a obrigação de enviar a FOS de um trabalhador?
15. O que acontece se a Folha de Ordenados e Salários não estiver correctamente preenchida? A entidade empregadora deixa de estar obrigada a entregar as Declaração de Remunerações a partir do
Se a Folha de ordenados e Salários não estiver correctamente preenchida poderá ser rejeitada, designada- momento em que:

28 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 29


III. CONTRIBUIÇÃO

• Deixa de ter trabalhadores a cargo


• Tenha cessado ou suspenso a actividade, devendo do facto comunicar ao INPS;

NOTA: A falta de comunicação obriga a entidade empregadora de pagar as contribuições do trabalhador, até
à data em que faça a comunicação, ainda que o trabalhador já não se encontre ao seu serviço

iii) Trabalhador por Conta Própria

21. Como é declarado o salário para efeitos de contribuição do Trabalhador por Conta Própria?
O Trabalhador por Conta Própria pode escolher e declarar para efeitos de contribuição no INPS um dos sa-
lários que resulta do quadro abaixo indicado.
O Escalão A corresponde sempre ao salário mínimo (referência 1, Escalão A) aplicado na Administração Pública.

Remunerações convencionais
Escalões Base (Remuneração correspondente
à Referência 1, Escalão A do PCCS)
1º Ref 1 / Escalão A
2º 2 x Ref 1 /Escalão A
3º 3 x Ref 1 /Escalão A
4º 4 x Ref 1 /Escalão A
5º 5 x Ref 1 /Escalão A
Outros Escalões Nº x Ref 1 /Escalão A

30 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 31


Profissionais do

Serviço Doméstico
III. CONTRIBUIÇÃO

22. Qual é o Salário mínimo a ser declarado?


O salário mínimo a ser declara corresponde a remuneração de referência 1, Escalão A, do PCCS da Administra-
ção Pública, que é actualmente de 14.000$00.
na Previdência Social
23. O Trabalhador pode alterar o salário declarado?
Sim. Sempre que o trabalhador deseja alterar o escalão da remuneração convencional escolhida deve de- �������������
clará-lo, com a devida fundamentação, entre os meses de Setembro e Outubro de cada ano. ����������
A decisão compete ao INPS e o novo valor produz efeitos a partir de 1 de Janeiro do ano seguinte. ��������
24. Quando pode o Trabalhador por Conta Própria ser isento de pagar as contribuições?
Entre outras situações previstas na Lei, quando acumula actividade por conta própria com exercício de activi-
dade por conta de outrem.

iv) Profissionais do Serviço Doméstico

25. Como é declarado o salário para efeitos de contribuição dos Profissionais do Serviço Doméstico?
O Profissional do Serviço Doméstico deve declarar o salário efectivamente pago e recebido.
Quando o valor recebido foi inferior ao mínimo estabelecido como base de incidência contributiva, 80% da
Remuneração mínima aplicado aos Agentes da Administração Pública, o salário é ajustado ao montante mín-
imo estabelecido para efeitos do pagamento das contribuições.

26. Qual é a base para o cálculo das prestações?


As prestações (doença, maternidade, paternidade, adopção e pensões) são sempre calculadas com base no
salário declarado ao INPS.
República de Cabo Verde, Praia (Sede) – Avenida Amílcar
Cabral n.º 65, C.P 372 – Tel. 260 91 00 / Fax 261 32 66
S. Vicente – C.P 393 – Tel. 230 36 00 / Fax: 232 12 77

32 33
Sal – C.P 101 – Tel. 241 12 86 / Fax: 241 17 72
Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social
III. CONTRIBUIÇÃO

Para isso, e no caso de haver pagamento de contribuições com base no salário mínimo para efeitos de con- para abertura do direito à pensão de velhice.
tribuições, é este que se utiliza também para o cálculo das prestações acima referidas. • Em caso de morte do segurado antes de ter preenchido o prazo de garantia para o reconhecimento da
pensão de sobrevivência.
27. Quando ocorre uma situação de grave incumprimento?
A entidade empregadora e o trabalhador por Conta Própria que passar 4 (quatro) meses consecutivos a 32. Qual é o prazo para reclamar o reembolso das contribuições devidas?
enviar Folhas de Ordenados e Salários (FOS) sem as correspondentes contribuições incorre em situação de Até 12 meses a contar da data da cessação da actividade profissional do segurado ou da sua morte
grave incumprimento.
• O atraso acarreta aumento de encargos para a empresa devido os juros de mora, e coimas previstas. 33. Quem pode reclamar o reembolso das contribuições devidas?
• Uma outra consequência importante é o efeito na gestão do direito às prestações com impacto negativo • Segurado (em caso de cessação da actividade profissional);
para o trabalhador e seu familiar. • Familiares com Direito à Pensão de Sobrevivência (em caso de morte do segurado).

v) Reembolso das Contribuições 34. Quais as obrigações dos Contribuintes?


a) Assegurar a Inscrição dos trabalhadores.
28. Como e quando pode ser efectuado o pedido de reembolso das contribuições indevidas? b) Remeter mensalmente ao INPS as contribuições e as Folhas de Ordenados de Salários (FOS).
Mediante o pedido do interessado e respeitante às contribuições que não tenham resultado da aplicação c) Zelar pelo correcto preenchimento das FOS
directa da lei ou que tenham resultado dum despacho anulado judicialmente.

29. Qual é o prazo para reclamar o reembolso das contribuições indevidas?


Até 12 meses a contar da data do pagamento indevido ou da notificação do despacho judicial.

30. Quem pode reclamar o reembolso das contribuições indevidas?


O Contribuinte/Entidade Empregadora e/ou o Segurado.

31. Quando pode ser efectuado o pedido de reembolso das contribuições devidas?
• Em caso da cessação da actividade profissional e quando o segurado não preencha o prazo de garantia

34 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 35


IV. PROTECÇÃO

IV. Protecção
Proteger os trabalhadores e seus familiares nas situações de perda ou redução de capacidade para o trabalho,
em caso de doença, maternidade, paternidade, adopção, invalidez, velhice e morte, bem como a compensação
dos encargos familiares.

1. Quais as prestações que o sistema atribui ao trabalhador?

1.1. Trabalhador por Conta de Outrem:


• Abono de Família
• Subsídio de aleitação
• Subsídio de deficiência
• Subsídio de funeral
• Subsídio de maternidade
• Subsídio de Doença
• Subsídio de paternidade
• Cuidados de saúde
• Subsídio diário único em caso de evacuação
• Pagamento despesa de transporte (evacuação)
• Comparticipação nos medicamentos
• Pensão de velhice
• Pensão de invalidez
• Pensão de sobrevivência

36 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 37


IV. PROTECÇÃO

1.2. Trabalhador por conta própria 4. O que é prazo de garantia e índice de profissionalidade?
• Subsídio de doença • Prazo de garantia: é um período de tempo mínimo de trabalho com registo de remuneração na carreira
• Subsídio de maternidade contributiva, que é de 4 meses, seguidos ou interpolados com registo de remunerações;
• Subsídio de paternidade • Índice de profissionalidade: é uma combinação do registo de remunerações decorrente do exercício de
• Cuidados de saúde actividade profissional com o número de dias efectivo de trabalho durante um certo período de tempo
• Subsídio de estadia em caso de evacuação definido, que é a soma de 30 dias efectivos de trabalho nos últimos 3 meses.
• Pagamento despesa de transporte (evacuação)
• Comparticipação custos medicamentos 5. O prazo de garantia é exigido e igual para qualquer prestação?
• Pensão de velhice NÃO – varia conforme a natureza da prestação sendo exigido um período menor para nas prestações imedia-
• Pensão de invalidez tas (doença, maternidade, etc.) e por um período maior nas prestações deferidas (pensões).
• Pensão de sobrevivência
6. Qual é prazo exigido para cada uma das seguintes prestações?
2. Quem tem direito às prestações? • Protecção na doença maternidade e adopção: 4 meses seguidos ou interpolados, com registo de remu-
• Trabalhador por Conta de Outrem e seus respectivos familiares; nerações ou rendimentos e o mínimo de 30 dias de trabalho efectivo nos últimos três meses;
• Trabalhador por Conta Própria e seus respectivos familiares; • Pensão de velhice – 15 anos seguidos ou interpolados com registo de remunerações
• Pensionistas e seus respectivos familiares. • Pensão de invalidez – 5 anos seguidos ou interpolados com registo de remunerações
• Pensão de sobrevivência – Mínimo de 36 meses seguidos ou interpolados com registo de remune-
3. Quais as condições de atribuição das Protecções do INPS? rações.
1º Estar Inscrito no INPS;
7. Quais as regras de comparticipação?
2º Cumprir o Prazo de Garantia • Quando um titular duma prestação acumular o estatuto de segurado activo com o pensionista nacional
ou estrangeiro, o regime de comparticipação a ser-lhe aplicado é o de segurado activo.
3º Cumprir o Índice de Profissionalidade • A comparticipação a aplicar aos pensionistas de regimes diferentes, nacionais ou estrangeiros é efec-
tuada tendo em conta o valor acumulado das Pensões que aufere nos diferentes regimes
Os dois últimos quando a lei assim o exigir

38 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 39


IV. PROTECÇÃO

i) Doença

1. Subsídio de Doença
É um montante, substituto de salário, atribuído aos segurados e pensionistas que exercem actividade profis-
sional remunerada, pago por cada dia de incapacidade do trabalho destinado a compensar a perda de rendi-
mentos pelo facto do trabalhador estar doente.
Considera-se “Doença” a situação mórbida e evolutiva que resulte incapacidade temporária para o trabalho,
não decorrente de causa profissional, acidente de viação e de actos de terceiros.

1.1. Quem tem direito ao Subsídio de Doença?


• Segurados dos Regimes de Trabalhador por Conta de Outrem e do Trabalhador por Conta Própria
temporariamente incapazes, inscritos no INPS e que preencham os requisitos na Lei;
• Pensionistas que exercem actividade profissional remunerada;
• Segurados que acompanham o filho, com idade até 6 meses doentes em regime de internamento;
• Segurados autorizados a acompanhar familiares doentes evacuados.

1.2. Quais as condições de atribuição do subsídio de doença?


• Estar Inscrito no INPS;
• Situação de incapacidade temporária para o trabalho certificada pelos serviços públicos de saúde ou
convencionados pelo INPS;
• Preencher o Prazo de Garantia, que é de 4 meses seguidos ou interpolados com registo de remunera-
ções, à data do início da incapacidade para o trabalho
• Preencher o Índice de Profissionalidade, que é de 30 dias de trabalhos efectivos nos últimos 3 meses
antes do início da incapacidade. Para actividades descontínuas, sazonais e irregulares – 15 dias de
trabalho efectivo.

40 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 41


IV. PROTECÇÃO

• Ter as contribuições pagas até o 2º mês imediatamente anterior ao início da incapacidade – Trabalha- • Nos casos de internamento o prazo para enviar o CIT é de 10 dias corridos, a contar da data da alta;
dores por Conta Própria • O prazo para entrega da CIT do segurado no exterior é de 10 dias corridos, a contar do seu regresso ao País.
• Ter as condições de atribuição exigida.
1.3. O índice de profissionalidade é o mesmo para todos os trabalhadores por conta de outrem?
NÃO – Quando a actividade é exercida de forma descontínua ou sazonal, o índice de profissionalidade 1.7. Qual é o prazo máximo de concessão do subsídio de doença?
é de 15 dias de trabalho efectivo nos últimos três meses que antecedem o mês em que ocorra a doença • Para os Segurado activos – 1095 dias
com a certificação de incapacidade para o trabalho. • Para os Pensionistas que exercem actividade profissional remuneradas - 90 dias
• Para os Segurados autorizados a acompanhar beneficiários evacuados – 90 dias
1.4. Que documentos são necessários para atribuição do subsídio de doença?
O trabalhador deve apresentar no INPS, o Certificado de Incapacidade Temporária - CIT, no qual o médico 1.8. Qual é o período de espera para ter acesso ao subsídio de doença?
confirma a incapacidade para o trabalho. • Para os segurados do Regime de TCO, o Subsidio de Doença é pago depois do 3º dia de cada impedi-
mento para o trabalho;
1.5. Como é certificada a doença? • Para os segurados do Regime de TCP, o pagamento do Subsidio de Doença começa a contar a partir do 30º dia.
A doença é certificada em modelo próprio, através do formulário CIT, emitido pelos serviços públicos de
saúde ou convencionados pelo INPS. 1.9. Como é calculado o subsídio de doença?
O CIT é preenchido em triplicado: 70% da remuneração de referência do trabalhador (R)
1. O original, depois de autenticado pelos serviços de saúde, é enviado, pelo beneficiário, aos Balcões de Remuneração de referência (R): valor que se obtém através da soma das remunerações declaradas do tra-
Atendimento do INPS; balhador nos quatro meses que antecedem ao mês em que ocorra o evento, (doença ) a dividir por 120 dias.
2. O duplicado fica na posse do beneficiário, como prova da situação de incapacidade e para ser apre- A fórmula é R/120
sentado nos serviços de saúde, nos casos de prorrogação de baixa;
3. O triplicado é entregue, pelo beneficiário, à entidade patronal, para justificação de baixa. 1.10.Se a doença ocorrer durante e quando o segurado estiver fora do país, o que deve fazer para ter direito
ao subsidio de doença?
1.6. Qual é o prazo máximo para a entrega do CIT? Ao regressar ao país, o trabalhador que tenha declarado doente no estrangeiro, apresenta no INPS no
• Entregar o CIT aos serviços do INPS, no prazo de 10 dias corridos, a contar da data do início do período prazo de 10 dias após o regresso, o relatório médico acompanhado dos exames de diagnóstico, para
da incapacidade para o trabalho; efeitos de certificação pela Comissão de Verificação de Incapacidades (CVI).

42 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 43


IV. PROTECÇÃO

1.11. Se o impedimento para o trabalho, por motivos doença, for superior a 30 dias, de quem é a competência 2.2. A CVI só intervém nas suas acções junto de beneficiários do sistema nacional de previdência social?
para certificar a incapacidade para o trabalho? NÂO – Verifica e avalia as situações de incapacidade ou deficiência que ocorrem com pessoas que benefi-
É da Comissão de Verificação de Incapacidade por proposta do médico assistente ciam da protecção social em Cabo Verde ao abrigo de Convenções de segurança social estabelecidos com
outros países
1.12. Se a incapacidade for resultante de acidente de trabalho, quem paga o salário dos dias de baixa ou inca-
pacidade para o trabalho? 2.3. O Instituto tem alguma influência nas decisões da CVI?
Não sendo a baixa motivada por uma doença natural, o INPS não é a entidade responsável mesmo que Não – Trata-se de um órgão independente cujas decisões são tomadas de acordo com as suas funções
o trabalhador seja um segurado. No caso, uma das Seguradoras, com a qual a empregadora tenha con- técnicas e com a legislação.
trato de apólice de seguro é que deve responsabilizar-se perante o trabalhador vítima de acidente de
trabalho. 2.4. De que forma e quem nomeia a Comissão de Verificação de Incapacidade?
Por despacho conjunto dos Ministros da Tutela do INPS e da Saúde.
1.13. Quem é responsável se a incapacidade for resultante de acto da responsabilidade de terceiro (ex.: aci-
dente de viação, atropelamento, agressão, etc.)? 2.5. Quem integra a CVI?
A responsabilidade pelo pagamento da indemnização ao beneficiário é da pessoa causadora do aci- A Comissão de Verificação de Incapacidades é composta por três médicos titulares e dois suplentes, com
dente ou da companhia de seguros para a qual tenha havido transferência de responsabilidade. O um mandato de 2 anos, renováveis.
INPS tem o direito de ser reembolsado pelo terceiro responsável, até o limite do que tenha eventual-
mente pago. 2.6. Qual o objectivo da CVI?
A verificação de incapacidade terá como objectivo fundamental uma maior clareza na avaliação das inca-
2. Comissão de Verificação de Incapacidade (CVI) pacidades temporárias ou permanentes, além de outras situações que exigem a verificação do direito às
prestações.
2.1. O que é a CVI?
É um órgão técnico em matéria de saúde que fiscaliza e decide sobre as situações de doença que dão 2.7. O que fazer quando o beneficiário discorda da decisão da CVI?
lugar a incapacidade temporária e definitiva para o trabalho. Existe um outro órgão de recurso, denominado “Comissão de Recurso”, para apreciar e decidir sobre as
Tem ainda a competência de verificar as situações de deficiências declaradas para efeitos de reconheci- reclamações apresentadas.
mento e manutenção do direito às prestações na doença.

44 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 45


IV. PROTECÇÃO

2.8. Como é composta a Comissão de Recurso?


A Comissão é composta por três médicos, sendo um pertencente a Comissão de Verificação de Incapaci-
dade que terá emitido o parecer, outro indicado pelos serviços de saúde e o terceiro pode ser indicado
pelo beneficiário reclamante.

2.9. Existe algum prazo para apresentação de recurso e onde pode ser feita?
O prazo de 15 dias a contar da data em que o beneficiário tenha conhecimento do parecer da CVI e o pedido é
apresentado no INPS, podendo ser indicado o nome do Médico para fazer parte da Comissão de Recurso.

2.10. O que acontece se o beneficiário reclamante não indicar um Médico?


Para se garantir o funcionamento da Comissão de Recurso correctamente, um segundo Médico é indicado
pelos serviços de saúde.

2.11. Há algum encargo para o beneficiário que decorre do funcionamento da Comissão de Recurso?
Pode haver sim, mas só se o requerente faltar a comparência na Comissão de Recurso sem justificação ou
se a decisão lhe for desfavorável.

3. Evacuação

Deslocação do beneficiário do seu local de residência habitual para outro, a fim de beneficiar dos cuidados de
saúde ou realizar exames de diagnóstico de que necessita.

A Evacuação pode ser: Interna e Externa


3.1. O que é uma Evacuação Interna
É a deslocação dos segurados, pensionistas e familiares com direito activo, de um concelho e/ou ilha para

46 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 47


IV. PROTECÇÃO

os hospitais centrais do país, sob proposta do médico, para efeitos de consultas, tratamento e/ou exames 3.6. Quais os documentos necessários para efeitos de evacuação interna?
de diagnósticos. • Documento do médico com recomendação da evacuação devidamente homologado pelo Delegado
de Saúde da Ilha de residência.
3.2. Quem tem a competência de propor uma evacuação interna? • Comunicação da data da marcação da consulta/ exame de diagnóstico efectuada pela estrutura de
A decisão de evacuação interna dos concelhos/ilhas para os hospitais centrais é da competência do del- saúde na Ilha de acolhimento do evacuado.
egado ou responsável de saúde na ilha, sob proposta do médico assistente.
A evacuação interna entre os hospitais centrais é da competência da Junta de Saúde. 3.7. Quais as obrigações dos beneficiários evacuados internos?
• Apresentar-se nos serviços do INPS acompanhados dos Bilhetes de Passagem, no prazo máximo de
3.3. Quem é o responsável para a marcação das consultas e exames no local de tratamento? 24 horas, após a chegada no local de tratamento;
A marcação de consultas e exames complementares de diagnóstico no local de tratamento ou de exame • Apresentar-se na estrutura do INPS, após a realização de cada consulta/exame médico, e sempre que
de diagnóstico é da responsabilidade dos Serviços de Saúde. solicitado;
• Regressar ao seu local de residência de imediato, logo que cesse o tratamento médico e for consid-
3.4. Quais são as prestações asseguradas aos evacuados internos? erado apto.
• Bilhete de transporte de ida e volta;
• Assistência médica, hospitalar e medicamentosa; 3.8. Quais as responsabilidades da estrutura do INPS no local de residência?
• Subsídio diário único, nos termos da legislação vigente; • Aquisição dos bilhetes de passagem na data mais próxima da realização da consulta/exame médico;
• Subsídios de doença se forem segurados ou acompanhantes segurados. • Emissão da Guia de Evacuação.

3.5. Como é organizado o processo de evacuação interna? 3.9. Quais as responsabilidades da estrutura do INPS no concelho/ilha de acolhimento?
• Confirmação pela estrutura de saúde, se a pessoa a evacuar é beneficiária do INPS; • Recepção do Evacuado
• Emitir uma guia de tratamento do modelo já estabelecido que será actualizado com informações so- • Emissão da Guia de Tratamento;
bre o tratamento e os compromissos do doente; • Emissão da Ficha de Identificação do Evacuado;
• Ter a consulta ou a data de exames marcada; • Encaminhamento do evacuado à consulta/exame médico.
• Ter relatório do médico proponente que será apresentado ao novo médico do local para onde se • Atribuição de subsídios diários únicos, mediante a apresentação da Guia comprovando a realização
efectuou a evacuação; das consultas e /ou exames de diagnóstico.

48 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 49


IV. PROTECÇÃO

• Organização do regresso: • Exames Complementares de Diagnóstico, se for caso disso.


o Atribuição do Bilhete de passagem de regresso, caso seja necessário, com marcação na data mais • Parecer favorável da Junta de Saúde, homologado pelo Ministro da Saúde.
próxima da data da alta médica;
o Emissão da Guia de Regresso; 3.15. Quais as obrigações dos beneficiários evacuados externos?
o Processamento de subsídio de doença, caso o evacuado ou acompanhante seja segurado Os beneficiários evacuados devem apresentar-se, no prazo máximo de 24 horas, nos serviços compe-
tentes da representação diplomática ou consular de Cabo Verde no País de tratamento, acompanhados
3.10. O que é uma Evacuação Externa? de bilhetes de passagem.
Deslocação dos segurados e pensionistas para Portugal, país com o qual Cabo Verde tem estabelecido Após o regresso o beneficiário deve, no prazo de 24 horas, apresentar-se nos serviços do Instituto Nacio-
acordo de cooperação no domínio de Saúde. nal de Previdência Social da sua Ilha ou concelho de residência, acompanhado da Guia e do documento
comprovativo do seu estado de saúde emitido pelo estabelecimento hospitalar onde foi tratado
3.11. Quem tem a competência de propor uma evacuação externa?
A decisão de evacuação externa é da competência da Junta de Saúde 3.16. Quais as responsabilidades da estrutura do INPS no local de residência?
• Comunicação da data da Consulta pelos Serviços de Saúde do País de Acolhimento;
3.12. Quem é o responsável para a marcação das consultas e exames no local de tratamento? • Organização e solicitação do pedido de visto (Passaporte, Registo Criminal, duas fotos tipo passe, ...);
Embaixada de Cabo Verde em Portugal e os serviços de Saúde do País de Acolhimento. • Aquisição dos Bilhetes de Passagem
• Emissão da Guia de Marcha;
3.13. Quais as prestações asseguradas aos beneficiários evacuados externos? • Comunicação da data da deslocação do evacuado
• Bilhete de transporte de ida e volta; • aos Serviços Sociais da Embaixada de Cabo Verde em Portugal;
• Assistência médica, hospitalar e medicamentosa • a Entidade Empregadora do Evacuado, caso seja segurado;
• Subsídio diário único, nos termos da legislação vigente (adiantamento de 7 dias, a contar da data do • Processamento de subsídios diários únicos (adiantamento de 7 dias, a contar da data do embarque).
embarque).
• Subsídios de doença se forem segurados ou acompanhantes segurados. 4. Assistência Médica e Hospitalar
É um conjunto de prestações sociais traduzidas em actos médicos, Assistência médica, internamento hospita-
3.14. Quais os documentos necessários para efeitos de evacuação externa? lar e meios auxiliares de diagnóstico, exames de diagnóstico, participação nos custos dos medicamentos e out-
• Relatório e Atestado Médico ros meios indispensáveis a cura clínica, reconhecido aos beneficiários, através dos Serviços Públicos da Saúde.

50 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 51


IV. PROTECÇÃO

4.1. Quem tem direito Assistência Médica e Hospitalar? • Cartão de Identificação;


• Os trabalhadores inscritos e com a situação contributiva regular • Bilhete de Identidade ou outro Documento de Identificação Pessoal;
• Os descendentes e equiparados • Recibo de Despesas , em caso de Reembolsos (prazo 60 dias)
• Os ascendentes do trabalhador que dele depende
• O Cônjuge que não exerça actividade profissional 5.2. Como é garantida a comparticipação nos medicamentos?
• Os ascendentes a cargo do trabalhador A comparticipação é feita segundo a prescrição e a Lista de Medicamentos Comparticipados.
A percentagem da comparticipação está escalonada em 4 grupos e varia segundo a importância terapêu-
4.2. Quais os documentos necessários para o seu reconhecimento? tica do fármaco.
Cartão de Identificação, Bilhete de Identidade ou Credencial emitida pelos Serviços do INPS.
5.3. Se ao Beneficiário for prescrito medicamento que não consta da Lista Nacional de Medicamentos, não
4.3. Onde são prestados os cuidados de saúde? haverá comparticipação?
• Nos serviços públicos de saúde Pode haver a comparticipação. Mas o processo de importação do medicamento deve ser previamente
• Nos serviços privados quando autorizados pelo INPS autorizado pela Direcção Geral de Farmácia, depois de avaliada a fundamentação da prescrição.

4.4.Os cuidados de saúde podem ser prestados noutros países e em que condições? 5.4. Quais são os procedimentos necessários para as Farmácias aviar os medicamentos com a comparticipa-
SIM – Nos casos devidamente autorizados pela Junta de Saúde por processo de evacuação e quando a ção do INPS?
doença se manifesta num país com o qual Cabo Verde seja subscritor de Convenção de Segurança Social • O beneficiário deve ser portador de receita médica válida
e que esses cuidados estejam previstos. • A Farmácia procede a verificação da identificação do beneficiário mediante a documentação pessoal
(BI e Cartão de Beneficiário) e consulta a Base de Dado para saber se o utente tem direito activo no
5. Assistência Medicamentosa INPS sendo igualmente importante a certificação do regime em que se integra (Função Pública, Re-
É reconhecido aos segurados, pensionistas e respectivos familiares medicamentos em regime de compartici- gime Geral ou outra)
pação (Portaria n.º 13/2011, de 13 de Janeiro), através de estabelecimentos farmacêuticos públicos e privados. • Confirmado o direito e aviado o medicamento, a Farmácia faz a cobrança imediata da parte da com-
participação do beneficiário e debita ao INPS a outra parte da responsabilidade deste, valor que é
5.1. Quais os documentos necessários para o acesso à Assistência Medicamentosa? sempre determinado segundo a percentagem de comparticipação estabelecida na portaria para cada
• Receita Médica (prazo de 15 quinze dias após a data da prescrição) fármaco, e a tabela de preços.

52 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 53


IV. PROTECÇÃO

• O original da receita fica na posse da Farmácia para posterior envio ao INPS juntamente com a factura. • Prescrição dos actos médicos:
• Plano dos tratamentos concluídos;
5.5. Como proceder em caso de a Farmácia não encontrar o seu nome na base de dados para confirmar o • Comprovativos ou recibos de depósitos bancários que certificam o pagamento das despesas pelo
direito? beneficiário.
• Alternativa 1 : O beneficiário pode adquirir os medicamentos e mediante recibo de compra, solicitar o
reembolso no INPS; 6.3. Qual o prazo máximo para efeitos de pedido de reembolso?
• Alternativa 2 : Informar o INPS para efeitos de correcção da omissão e ou obter esclarecimentos sobre 60 dias, a contar da data do recibo.
os motivos porque não consta na base de dados. Pode ainda solicitar uma (Credencial) de reconheci-
mento do direito. 7. Tratamentos de Fisioterapia
São assegurados através dos Centros de Fisioterapia Convencionados (Portaria n.º29/2006), mediante a apre-
5.6. Quais os documentos necessários para o acesso a medicamentos importados? sentação da prescrição médica no INPS, para efeitos de emissão de credencial.
• Declaração Médica fundamentada da necessidade do uso do medicamento para cura clínica do ben-
eficiário; 7.1. Quais os documentos necessários para o pedido de reembolso?
• Receita Médica; • Prescrição Médica
• Autorização da importação do medicamento emitida pela Direcção Geral da Farmácia; • Plano de tratamentos concluídos
• Recibo comprovativo da despesa com o Medicamento. • Comprovativo ou recibo de depósito bancário que certifica o pagamento das despesas pelo bene-
ficiário.
6. Cuidados de Estomatologia e Prótese Dentária
É Garantido através de Clínicas Convencionadas (Portaria n.º34/2006). 7.2. Aparelhos de Prótese e Outros Dispositivos
É assegurada através das ópticas e outros fornecedores de aparelhos de próteses e outros dispositivos (Portar-
6.1. Quais os documentos necessários? ia n.º24/2004), mediante a apresentação da prescrição médica no INPS, para efeitos de emissão de requisição.
• Prescrição médica e orçamento dos actos;
• Fotocópia do Bilhete de Identidade ou outro documento de identificação pessoal 7.3. Quais os documentos necessários para o pedido de reembolsos?
• Prescrição médica
6.2. Quais os documentos necessários para o pedido de reembolso? • Recibo comprovativo de pagamento das despesas.

54 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 55


IV. PROTECÇÃO

7.4. Qual o prazo máximo para efeito de pedido de reembolso?


60 dias, a contar da data do recibo

ii) Maternidade, Paternidade e Adopção

1. O que é Subsídio de Maternidade


É um subsídio pecuniário, substituto de salário, reconhecido às seguradas pelo período de 60 dias por ocasião do
parto nado vivo, e por ocasião de parto nado morto ou interrupção da gravidez pelo número de dias prescritos
pelo médico.

1.1. Quem tem direito ao subsídio de maternidade?


Trabalhadores por conta de outrem, e por conta própria, inscritos no INPS e que preencham os requisitos
previstos na lei.

1.2. Qual é o prazo de garantia exigido?


Quatro meses seguidos ou interpolados com registo de remunerações

1.3. Qual é o índice de profissionalidade exigido?


Ter 30 dias de trabalho efectivo nos últimos três meses que antecedem o mês em que ocorra a doença ou
a maternidade, com a certificação de incapacidade para o trabalho.

2. O que é Subsídio de Paternidade


Reconhecido ao pai que é segurado para acompanhar o filho recém-nascido, quando a mãe não o pode efec-
tuar por morte ou incapacidade

56 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 57


IV. PROTECÇÃO

3. O que é Subsídio de Adopção? laboral por ter atingido a idade legal da reforma e tenha os requisitos previstos para o efeito.
Reconhecido ao segurado em caso de adopção de menor de 10 anos, a partir da data da confiança judicial.
2. Quais os requisitos e condições para atribuição da pensão de velhice?
4. Quais as condições necessárias para se ter direito aos subsídios de maternidade, paternidade e adopção? • Ter 65 anos de idade ou mais se for homem, ou 60 anos de idade ou mais se for mulher.
4.1. Documentos necessários: Ter completado o prazo de garantia, que é de 15 (quinze) anos civis, seguidos ou interpolados, com reg-
• Subsídio de Maternidade isto de remunerações no INPS.
Baixa Médica. • Não ter actividade profissional activa.
Para o caso de maternidade, Declaração comprovativa do parto
• Subsídio de Paternidade 3. Quais os documentos necessários para efeitos de requisição da pensão de velhice?
Certidão de Nascimento do filho; • Requerimento de Pensão devidamente preenchido
Certidão de Óbito da mãe, no caso do seu falecimento; • Documento de identificação pessoal do beneficiário e do rogado, se for caso disso (Fotocópia do Bilhete
Documento comprovativo da incapacidade física ou psíquica da mãe, no caso da sua incapacidade. de Identidade, Cédula Pessoal ou Certidão de Nascimento)
• Subsídio de Adopção • Declaração da Entidade Empregadora do término laboral
Certidão de Nascimento do Adoptado;
Documento Comprovativo da adopção. 4. Quais são as obrigações dos pensionistas?
Para efeitos de manutenção da pensão, os pensionistas devem realizar anualmente a Prova de Vida, que
4.2. Condições necessárias: pode ser feita das seguintes formas:
• Ter cumprido o prazo de garantia • Presencial: mediante a sua comparência no INPS
• Ter o Índice de profissionalidade aplica também aos TCP (esta condição não se aplica aos trabalhadores • Atestado de prova de vida,
por conta própria) • Apresentação de certidão narrativa de completa.
• Inscrição de seus familiares como beneficiários, desde que reúnam as condições exigidas.
iii) Protecção na Velhice
5. Quais são os direitos dos pensionistas?
1. O que é Pensão de Velhice Protecção garantida, nas seguintes eventualidades: Doença, Maternidade, Paternidade e Adopção, Invalidez,
É uma prestação pecuniária mensal, com carácter vitalício, atribuído ao segurado que se retirou da actividade Velhice, Morte e encargos familiares

58 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 59


IV. PROTECÇÃO

iv) Protecção na Invalidez 5. Como proceder se em qualquer das datas, o requerente tenha exercido actividade profissional?
A pensão só será paga a partir da data que o beneficiário suspender o exercício de actividade, na medida em
1. O que é Pensão de Invalidez? que não há acumulação da pensão com a remuneração do segurado activo.
É uma prestação pecuniária, atribuída ao segurado que não tenha a idade para a reforma e que se encontra
definitivamente incapacitado para o exercício da sua profissão, por motivo de doença ou acidente sem re- 6. O que fazer se a decisão da Comissão de Verificação de Incapacidade não for favorável?
sponsabilidade de terceiros. O trabalhador pode requerer uma nova apreciação do processo.

2. Quais o requisitos e condições de atribuição da pensão de invalidez? 7. Quem vai fazer a reapreciação do processo? Será a mesma Comissão anterior?
• Ter completado o prazo de garantia, que é de 5 (cinco) anos civis, seguidos ou interpolados, com registo NÂO – haverá uma nova Comissão de Recurso, em que o segurado querendo, pode ser representado por um
de remunerações no sistema. médico por ele indicado.
• Ter incapacidade definitiva para o exercício de actividade profissional igual ou superior a de 66% e que não Na falta de indicação do médico pelo trabalhador, os serviços de saúde o designarão.
seja resultante de acidente de trabalho ou doença profissional.
• Ter a incapacidade para o trabalho reconhecida pela Comissão de Verificação de Incapacidade. 8. Existe prazo para o recurso?
• Ter idade inferior à idade de exigida para a reforma. Sim - quinze dias, a contar da data em que o trabalhador tenha conhecimento da primeira decisão.

3. Quais os documentos necessários para efeitos de requisição de Pensão de invalidez? 9. O segurado que requerer a Comissão de Recurso terá algum encargo?
• Requerimento de Pensão devidamente preenchido Pode, se:
• Relatório Médico; • Não comparecer sem justificação na Comissão de Recurso na data e hora marcada;
• Atestado Médico • O resultado lhe for desfavorável
• Exames complementares de diagnóstico;
• Documento de identificação pessoal do beneficiário 10. Pode o trabalhador que for declarado apto para o trabalho voltar a requerer pensão de invalidez? Quando?
Sim - Só pode fazer novo pedido 1 (um) ano depois da decisão que o considera apto para trabalho.
4. Qual é a data a partir da qual o beneficiário recebe a pensão de invalidez?
A partir da data de decisão tomada pela Comissão de Verificação de Incapacidade se outra data não for ex- 11. A decisão que considera o segurado incapacitado para trabalho é definitiva ou pode haver outra
pressamente indicada. avaliação?

60 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 61


IV. PROTECÇÃO

O INPS a qualquer momento pode fazer uma avaliação ou obrigatoriamente passados 2 anos sobre o recon- v) Protecção na morte
hecimento da invalidez.
1. O que é Pensão de Sobrevivência?
12. Quais são as obrigações dos pensionistas? Prestação pecuniária atribuída aos familiares a cargo do segurado ou pensionista com a sua morte.
• Para efeitos de manutenção da pensão, os pensionistas devem realizar anualmente a Prova de Vida, que É uma prestação pecuniária mensal, com carácter vitalício ou temporário, atribuído aos familiares de um
pode ser feita das seguintes formas: segurado pensionista por razão da morte, e tem por objectivo compensar os familiares pela perda dos rendi-
• Presencial: mediante a sua comparência no INPS mentos do segurado falecido, da pensão velhice e de invalidez que auferia o titular da pensão.
• Apresentação da certidão narrativa de completa.
• Inscrição de seus familiares como beneficiários, desde que reúnam as condições exigidas. 2. Quem tem direito e quais os requisitos para o acesso às pensões de sobrevivência?
Pensão de Sobrevivência Temporária: É atribuída por um período máximo de 5 anos, aos beneficiários que
13. Quais são os direitos dos pensionistas? reúnem os seguintes requisitos:
Protecção garantida, nas seguintes eventualidades: Doença, Maternidade, Paternidade e Adopção , Invali- - Cônjuge ou unido de facto sobrevivo que, à data da morte do segurado ou pensionista de velhice, tiver idade
dez, Velhice, Morte e encargos familiares. inferior a cinquenta ou cinquenta e cinco anos, conforme se trate de mulher ou homem, respectivamente;
- Descendente ou equiparado até 18 anos;
- Descendente maior de 18 anos, desde que frequente, com aproveitamento, cursos de nível secundário
= 2% x x N (via geral ou técnica), médio ou superior e tenha idade não superior a 19, 22 e 25 anos, respectivamente.
Remuneração N.º de Anos - Órfão de pai e mãe, que exerça profissão cuja remuneração seja inferior à pensão, recebendo a diferença
Referência Com descontos
Pensão entre o valor da pensão e remuneração auferida.

Pensão Máxima 80%RR Pensão de Sobrevivência Vitalícia: É atribuída aos beneficiários que reúnem os seguintes requisitos:
R - Cônjuge ou unido de facto sobrevivo que, à data da morte do segurado ou pensionista de velhice, tiver
RR = ------------- idade igual ou superior a 50 e 55 anos, conforme se trate de mulher ou homem.
120 - Cônjuge ou unido de facto sobrevivo, com idade inferior à referida no ponto anterior, que estiver em
R Total das remunerações dos 10 anos civis a que correspondam situação de incapacidade total e permanente para qualquer profissão;
Remunerações mais elevadas, registados nos últimos 15 anos
- Descendente que sofrer de deficiência física ou mental que o impossibilite de exercer actividade remunerada.

62 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 63


IV. PROTECÇÃO

3. Qual o prazo de atribuição das pensões de sobrevivência? 7. Quais são as obrigações dos beneficiários da Pensão de Sobrevivência?
Pensão de Sobrevivência Temporária: É atribuída por um período máximo de 5 anos, aos beneficiários que Para efeitos de manutenção da pensão, os pensionistas devem realizar anualmente:
reúnem os seguintes • Prova de Manutenção do Estado Civil – Comprovando a viuvez, mediante apresentação de Certidão Nar-
Pensão de Sobrevivência Vitalícia é vitalício conforme o próprio nome diz. rativa Completa
• Prova de Frequência e Aproveitamento Escolar ou Médica. Para descendentes maiores de 18 anos, me-
4. Quais as condições de atribuição? diante apresentação de Declaração Escolar comprovativo de aproveitamento ou Atestado médico com-
O Segurado terá que completar o prazo de garantia, que é de 36 meses de contribuições, seguidos ou inter- provativo da doença
polados, com registo de remunerações.
8. Quais são os Direitos dos Pensionistas de Sobrevivência?
5. Qual é o montante da Pensão atribuída? Protecção garantida, nas eventualidades de doença e encargos familiares.
• Cônjuge ou Unido de Facto: 50% do montante da pensão a que o falecido teria direito;
• Descendente: 25% do valor da pensão a que o falecido teria direito.
Obs. Caso não houver Cônjuge com direito será atribuída a cada descendente 50% da pensão. O total das vi) Compensação de Encargos Familiares
percentagens não pode ultrapassar 100%
1. Abono de Família
6. Quais os documentos necessários para efeitos de requisição da Pensão de Sobrevivência?
• Requerimento de Pensão devidamente preenchido; 1.1. O que é Abono de Família?
• Documento de identificação pessoal do beneficiário e/ou do rogado válido, (Fotocópia do Bilhete de É um valor mensal em dinheiro, atribuído a segurados e pensionistas que tenham a seu cargo descen-
Identidade, Cédula Pessoal ou Certidão de Nascimento; dentes ou equiparados e/ou ascendentes, para ajudar no sustento e na educação das crianças e jovens
• Certidão Narrativa de Nascimento do Falecido com averbamento do óbito ou Certidão de óbito. com direito reconhecido.
Cônjuge: Certidão de Casamento ou de Reconhecimento de União de Facto; Actualmente, o valor do Abono de Família é de 500$ mensal.
Declaração de Incapacidade emitida pela CVI/Junta Médica (para Inválidos).
Descendentes Menores órfãos: Certidão Judicial Comprovativa da Tutela 1.2. Quem é o titular?
Descendentes com idade entre os 18 e 25 anos: Certificado de Matrícula em ensino secundário, médio ou superior. • O trabalhador por conta de outrem inscrito do INPS e com a carreira regularizada.
Descendentes portadores de deficiência: Declaração de Incapacidade emitida pela CVI/Junta de Saúde/Médica • Os pensionistas

64 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 65


IV. PROTECÇÃO

1.3. Em caso de morte do titular, cessa o direito ao Abono de Família e Prestações complementares? 1.7. O que acontece se a criança perder o ano escolar por motivo de saúde e ou for deficiente?
NÃO – o direito a favor dos beneficiários é mantido após a morte do titular • No primeiro caso, o direito é prolongado até 2 anos para além da idade limite para cada nível de for-
mação, bastando a comprovação com documento médico (atestado).
1.4. Quem e como beneficiar do Abono de Família?
- Descendentes ou equiparados, com idade igual ou inferior a 15 anos; • No caso a deficiência da criança ser definitiva, o limite de idade para manter o direito não se aplica.
- Descendentes ou equiparados, com idade superior a 15 anos: Documento comprovativo de frequên-
cia e aproveitamento escolar, ou atestado médico comprovativo da deficiência; 1.8. Como requerer as prestações e onde?
- Tutelados e descendentes além do 1º grau, com pais inibidos do exercício do poder paternal: Certidão As prestações devem ser solicitadas no INPS com os documentos do beneficiário (cópia da cédula ou
judicial comprovativa da tutela; certidão de registo de nascimento ou fotocópia de Bilhete de Identidade)
- Descendentes além do 1º grau, abandonados pelos pais: Relatório do Instituto Cabo-verdiano da Cri-
ança e do Adolescente; 1.9. Como fazer para manter o direito às prestações quando o descendente tem idade superior a 15 anos e
- Descendentes além do 1º grau, órfãos: Certidão de óbito dos pais; não for deficiente?
- Descendentes além do 1º grau, com pais inválidos: Certificado comprovativo de incapacidade dos A partir dos 15 anos se deve entregar em Outubro de cada ano, documento comprovativo da matrícula
pais. escolar passado pelo estabelecimento de ensino e, o comprovativo do aproveitamento escolar do ben-
eficiário. A entrega de provas escolares é efectuada no período de Outubro a Dezembro de cada ano.
1.5. Quais as condições de Atribuição do Abono de Família?
É atribuído ao limite máximo de 4 beneficiários com direito activo e pago trimestralmente a partir da data 1.10. O que acontece em caso de atraso na entrega do certidão de aproveitamento escolar?
em que for requerido. O abono é suspenso e retoma-se a partir do mês seguinte ao da entrega da certidão

1.6. E se tiver idade superior a 15 anos deixa de ter direito? 1.11. Quando e como é pago o abono de Família?
Mantém o Abono se estiver a estudar e com aproveitamento, como se indica: É pago trimestralmente através de uma conta movimentada com o cartão do beneficiário, ao balcão de
atendimento do INPS e por depósito na conta bancária pessoal.
• Com idade não superior a 19 anos - (curso secundário ou via técnica geral)
• Com idade não superior a 22 anos – curso médio 1.12. Existe limite de descendentes ou equiparados com direito ao abono?
• Com idade não superior a 25 anos – curso superior SIM - O número máximo é de 4 descendentes.

66 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 67


IV. PROTECÇÃO

2. Subsídio de Aleitação 3.2. O valor do subsídio é igual para todos?


Não, varia em função da idade do beneficiário falecido.
2.1. O que é Subsídio de Aleitação?
É um valor monetário (subsídio pecuniário de 1500$) atribuído numa única prestação ao segurado, por 3.3. Qual é o valor do subsídio atribuído?
um período de 6 meses de vida do recém-nascido. • Descendente com idade até 14 anos: 2.000$00 mensal;
O prazo para requerer o subsídio de aleitação é de 6 meses a contar da data do nascimento do descen- • Descendente com idade igual ou superior até 14 anos: 3.000$00 mensal.
dente, sob pena da sua caducidade.
3.4. Qual é a entidade competente para comprovar a deficiência?
2.2. Quem tem direito ao subsídio de aleitamento? A Comissão de Verificação de Incapacidade
O descendente do trabalhador segurado durante os primeiros 6 meses de vida.
3.5. Existe mais que uma natureza de deficiência?
2.3. Quais os documentos necessários para receber o subsídio de aleitamento? Duas – Deficiência temporária e definitiva
Apresentar o pedido ao INPS acompanhado de cédula do nascimento do descendente.
3.6. Existe alguma diferença pelo facto de a deficiência ser temporária ou definitiva?
3. Subsídio de deficiência SIM – No caso temporário o pagamento é até aos 18 anos.
É um montante atribuído ao segurado se o descendente sofre de deficiência física ou mental devidamente E se for definitiva, o pagamento não é condicionado a idade do beneficiário.
comprovada.
4. Subsídio de Funeral
3.1. Quais as condições e o prazo de atribuição?
É concedido até aos 18 anos a descendentes com deficiência física ou mental (incapacidade igual ou superior a 66%); 4.1. O que é subsídio funeral?
É atribuído sem limite de idade caso a deficiência seja de carácter permanente e não permita o desem- É um valor em dinheiro destinado a apoiar nas despesas funerárias atribuído pela morte de segurado, de
penho de qualquer actividade profissional. Deficiência devidamente comprovada por parecer da Comis- pensionista e de familiar com direito reconhecido;
são de Verificação de Incapacidade.
4.2. Quem beneficia?
- Cônjuge sobrevivo ou unido de facto nos termos legais

68 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 69


IV. PROTECÇÃO

- Descendentes com Direito à AMH (Assistência Médica e Hospitalar)


- Ascendentes com Direito à AMH (Assistência Médica e Hospitalar)
- Pessoas que apresentarem os documentos comprovativos do falecimento e de ter suportado as
despesas

4.3. O valor do subsídio é igual para todos?


Não, varia em função da idade do beneficiário falecido.

4.4. Qual é o valor do subsídio atribuído?


- Falecido com idade até 5 anos: 12.000$00
- Falecido com idade entre 5 e 14 anos: 20.000$00
- Falecido com idade superior a 14 anos: 30.000$00

4.5. Qual o prazo para pedido do subsídio de funeral?


SIM - Seis meses a contar da data da morte

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70 Guia do Segurado e do Contribuinte Instituto Nacional de Previdência Social 71


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Tel. : Fax: 265 14 84
• Santa Maria Ilha de Santo Antão
Endereço: Av. Liberdade, cidade de Assomada, C.P. n.º 168
Tel. Fax:: 241 12 86 • Ribeira Grande
Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
Endereço: Rua 1º de Maio, C.P 101 Tel. / Fax: 221 12 45
• Santa Cruz Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00 Endereço: Cerrado, C.P. n.º 44
Tel. : 269 41 71 Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
• Ilha de Boa Vista
Endereço: Rua Leibnitz, largo da Câmara Municipal
Tel. / Fax: 251 80 73 • Porto Novo
Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
Endereço: Vila Cabral, C.P. n.º 08, Sal Rei Tel. / Fax: 222 15 34
• Calheta S. Miguel Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00 Endereço: Alto de Peixinho, C.P. n.º2
Tel. : 273 12 41 Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
Endereço: Rua Veneza, atrás da Câmara Municipal
Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00 Ilha de São Nicolau
• Ribeira Brava Ilha do Maio
• Tarrafal de Santiago
Tel. e Fax: 235 13 89 Tel. / Fax: 255 14 90
Tel. : 266 10 84 / 2661185
Endereço: Vila da Ribeira Brava, C. P. N.º 8 Endereço: R. Argélia, Calhetinha, C.P. n.º 59 - Maio
Endereço: Rua do Liceu, Tarrafal , C.P. nº 8
Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00 Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
• Tarrafal de São Nicolau
Tel. / Fax: 236 10 35
Ilha da Brava
Ilha de São Vicente Endereço: Rua largo São Francisco, C.P. n.º44
Tel. / Fax: 285 18 70
• Mindelo - Morada Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
Endereço: Vila Nova Sintra, Av. Amílcar Cabral, C.P. n.º 35
Tel.: 230 36 00 • Fax: 2321277
Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00
Endereço: Rua Patrice Lumumba, Perto da Praça Nova, C.P. 393
Horário de Atendimento: 08H00 a 16H00

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