Professional Documents
Culture Documents
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Introdução
Desuso do véu: Contexto histórico
A Santa Missa
Símbolos Litúrgicos
Por que usar o véu?
É obrigatório o uso do véu?
Quando posso usar o véu? Qual a diferença entre o véu preto e o branco?
Oração ao vestir o véu
Sites recomendados
Bibliografia
Introdução
E
xiste na mulher a capacidade física de dar a vida. Vivida ou
potencial, essa capacidade é uma realidade que estrutura em
profundidade a personalidade feminina. Permite-lhe alcançar
muito cedo a maturidade, sentido da gravidade da vida e das responsabilidades
que a mesma implica. Desenvolve em si o sentido e o respeito do concreto, que
se opõe às abstrações, muitas vezes mortais para a existência dos indivíduos e
da sociedade. É ela, enfim, que, mesmo nas situações mais desesperadas — a
história passada e presente são testemunho disso —, possui uma capacidade
única de resistir nas adversidades; de tornar a vida ainda possível, mesmo em
situações extremas; de conservar um sentido tenaz do futuro e, por último,
recordar com as lágrimas o preço de cada vida humana.
Entre os valores fundamentais relacionados com a vida concreta da mulher,
existe o que se chama a sua “capacidade para o outro”. Não obstante o fato de
um certo discurso feminista reivindicar as exigências “para ela mesma”, a
mulher conserva a intuição profunda de que o melhor da sua vida é feito de
atividades orientadas para o despertar do outro, para o seu crescimento, a sua
proteção.
No que diz respeito à Igreja, o sinal da mulher é eminentemente central e
fecundo. Depende da própria centralidade da Igreja, que o recebe de Deus e
acolhe na fé. É esta identidade “mística”, profunda, essencial, que se deve ter
presente na reflexão sobre os papéis próprios do homem e da mulher na Igreja.
A existência de Maria é um convite à Igreja para basear o seu ser na escuta e
no acolhimento da Palavra de Deus, porque a fé não é tanto a procura de Deus
por parte do ser humano, mas é, sobretudo, a aceitação por parte do homem
de que Deus vem até ele, visita-o e fala-lhe.
Sempre em Maria, a Igreja aprende a conhecer a intimidade de Cristo. De
Maria, a Igreja aprende o sentido do poder do amor, como Deus o exerce e
revela na própria vida do Filho.
Olhar para Maria e imitá-la não significa, todavia, voltar a Igreja a uma
passividade inspirada numa concepção superada da feminilidade, e condená-la
a uma vulnerabilidade perigosa, num mundo em que o que conta é,
sobretudo, o domínio e o poder. Na verdade, o caminho de Cristo não é nem
o do domínio (cf Fil 2,6), nem o do poder como o entende o mundo (cf Jo
18,36). Do Filho de Deus pode aprender-se que esta “passividade” é, na
realidade, o caminho do amor; é um poder régio que derrota toda a violência; é
“paixão” que salva o mundo do pecado e da morte e recria a humanidade.
Confiando ao apóstolo João a sua Mãe, o Crucificado convida a sua Igreja a
aprender de Maria o segredo do amor que triunfa.
As mulheres, portanto, são chamadas a serem modelos e testemunhas
insubstituíveis para todos os cristãos de como a Esposa deve responder com
amor ao amor do Esposo, manifestando o rosto da Igreja como mãe dos fiéis.
Inspirados pela dignidade comum e no recíproco reconhecimento e
colaboração do homem e da mulher na Igreja, como imagem e semelhança de
Deus (Gn 1,26), cada um segundo a graça que recebeu, é que, guiados pelo
Espírito Santo, faremos uma breve reflexão sobre o uso piedoso do véu de
forma a exaltar Jesus Cristo, recordando uma tradição por anos esquecida,
porém atualizada no Senhor que renova todas as coisas (Ap 21,5).
Desuso do véu: Contexto histórico
N
estes últimos anos têm-se delineado novas tendências na
abordagem do tema da mulher. Uma primeira tendência
ressalta fortemente a condição de subordinação da mulher,
procurando criar uma atitude de contestação. A mulher, para ser ela mesma,
apresenta-se como antagônica do homem. Aos abusos de poder, responde com
uma estratégia de busca do poder. Tal processo leva a uma rivalidade entre os
sexos, onde a identidade e o papel de um são assumidos em prejuízo do outro,
com a conseqüência de introduzir uma desordem, que tem o seu revés mais
imediato e nefasto na estrutura da família.
Tal resultado tão atual e, muitas vezes, inconscientemente vivido, é
conseqüência histórica de diversas revoluções sociais e morais desencadeadas na
década de 1960 até hoje: o feminismo (1960 até a atualidade, em suas
diversas ‘ondas’), que tem por meta alcançar os direitos a uma vivência
humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero feminino
x masculino; a revolta estudantil (1968) que objetivava manifestar-se contra
um sistema repressor e antiquado de ensino; os movimentos hippies (1960-
70) que contestavam a sociedade e questionavam os valores tradicionais,
adotando um modo de vida comunitário; a revolução sexual (1960) que é
uma perspectiva social que desafia os códigos tradicionais de comportamento
relacionados à sexualidade humana e aos relacionamentos interpessoais.
Estes são alguns exemplos relevantes de fatores que modificaram o modo
de pensar da sociedade, e, conseqüentemente, essas revoluções morais/sociais
repercutiram dentro da Igreja.
Após o Concílio Vaticano II (década de 1960), que tinha como objetivo
dar uma nova orientação pastoral à Igreja e uma nova forma de apresentar e
explicar os dogmas católicos ao mundo moderno, mas sempre fiel à Tradição,
muitas práticas litúrgicas tornaram-se facultativas: o uso de batina dos padres, o
uso do latim nas missas e também o uso do véu, por exemplo.
Sendo assim, tais práticas facultativas, pouco a pouco, tornaram-se
sinônimos de uma quase proibição, uma vez que, o movimento feminista, cada
vez mais, busca a igualdade das mulheres perante os homens. Partindo da
necessidade dos indivíduos verificarem visualmente o alcance deste objetivo é
que o uso do véu, no Ocidente, tornou-se escasso, já que atrelava-se o desuso
do véu à um alcance de igualdade. A ideologia feminista fez o véu ser visto de
uma forma que a Santa Igreja nunca o fez: um símbolo da opressão machista,
denegrindo a dignidade da mulher.
A Santa Missa
O
ser humano é, ao mesmo tempo, corporal e espiritual. É matéria e
espírito. Sua percepção, pois, das realidades espirituais depende de
imagens e de símbolos. Em todas as civilizações e culturas e em
todos os momentos da história, esse fato é averiguado, sem discussões. O
homem percebe as coisas pela linguagem própria, viva e silenciosa das coisas e
se situa - ele próprio - no mundo do mistério. Tendo consciência de sua
realidade transcendente, o homem busca, pois, a comunhão no mistério, que
se dá, sobretudo na linguagem silenciosa dos símbolos.
De fato, os símbolos nos mostram, em sua visibilidade, uma realidade que
os transcende, invisível. Falam sempre a linguagem do mistério, apontando
para além deles próprios. Por aqui se pode perceber o quanto é útil e necessária
na liturgia esta linguagem misteriosa dos símbolos, e eles não têm, como
objetivo, explicar o mistério que se celebra, pois o mistério é para ser vivido,
muito mais do que explicado. A finalidade dos símbolos é enriquecer, na
linguagem simples das coisas criadas, a expressão profunda do mistério, que é
invisível. Todo símbolo litúrgico deve, pois, mergulhar-nos na grandeza do
mistério, sem reduzir este, e sem banalizá-lo, e, como símbolo, deve ser
simples, como simples é toda a criação visível. Sua principal função, sobretudo
na liturgia, é, pois, comunicar-nos aquela verdade inefável, que brota do
mistério de Deus e que, portanto, não se pode comunicar com palavras. E a
liturgia é descrita como ação simbólica, no sentido mais pleno. Desde a
assembléia reunida até a pequenina chama da vela que arde, tudo é expressão
simbólica, que nos remete ao abismo do mistério de Deus e à celebração da
Santa Eucaristia, Corpo de Cristo. Na compreensão desse dado litúrgico está a
beleza de todo ato celebrativo, e de sua consciência brota já a alegria pascal,
como antecipação sacramental das alegrias futuras, definitivas e eternas.
Por que usar o véu?
Sacralizar e valorizar
Deus fala ao homem através da criação visível. O cosmos material apresenta-se à
inteligência do homem para que leia nele os traços do seu Criador. A luz e a noite, o
vento e o fogo, a água e a terra, a árvore e os frutos, tudo fala de Deus e simboliza, ao
mesmo tempo, a sua grandeza e a sua proximidade. Enquanto criaturas, estas
realidades sensíveis podem tornar-se o lugar de expressão da ação de Deus que
santifica os homens e da ação dos homens que prestam a Deus o seu culto. O mesmo
acontece com os sinais e símbolos da vida social dos homens: lavar e ungir, partir o
pão e beber do mesmo copo podem exprimir a presença santificante de Deus e a
gratidão do homem para com o seu Criador. (CIC, 1147-1148).
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, comentou sobre como jovens
sentem a distorção litúrgica dos dias de hoje e sobre a revalorização desta: “É
preciso que volte a ser claro que a ciência da liturgia não existe para produzir
constantemente novos modelos, como é próprio da indústria automobilística (...). A
Liturgia é algo diferente da manipulação de textos e ritos, porque vive, precisamente,
do que não é manipulável. A juventude sente isso intensamente. Os centros onde a
Liturgia é celebrada sem fantasias e com reverência atraem.” (livro “O sal da
terra”, 1996)
Na Sagrada Liturgia, cobre-se delicadamente a dignidade dos diversos
elementos litúrgicos: o cálice com o Sangue de Nosso Senhor é coberto durante
a missa até o momento da consagração, o sacrário, onde fica permanentemente
o Corpo de Nosso Senhor, é coberto por um véu frontal; o véu que cobre o
cálice e o cibório, a toalha branca que cobre o altar, a casula que cobre o
sacerdote que oferece o Santo Sacrifício da Missa.
Portanto, o uso do véu, entre tantos significados, é uma via de sacralização e
valorização da mulher. Em uma sociedade onde a mulher é, muitas vezes,
desvalorizada ou mal vista aos olhos dos homens, o véu é um meio de revesti-la
e dignificá-la perante os olhos do Senhor, porque o corpo do homem participa da
dignidade da “imagem de Deus”: ele é o corpo humano precisamente porque é
animado pela alma espiritual, e é a pessoa humana inteira que está destinada a
tornar-se, no Corpo de Cristo, o Templo do Espírito: Unidade de corpo e de alma, o
homem, por sua própria condição corporal, sintetiza em si os elementos do mundo
material, que nele assim atinge sua plenitude e apresenta livremente ao Criador uma
voz de louvor. Não é, portanto, lícito ao homem desprezar a vida corporal; ao
contrário, deve estimar e honrar seu corpo, porque criado por Deus é destinado à
ressurreição no último dia. (CIC, 364).
Sacrifício
É justo oferecer a Deus sacrifícios em sinal de adoração e de reconhecimento, de
súplica e de comunhão: “É verdadeiro sacrifício toda ação feita para se unir a Deus
em santa comunhão e poder ser feliz”. Para ser verídico, o sacrifício exterior deve ser
a expressão do sacrifício espiritual: “Meu sacrifício é um espírito compungido...” (Sl
51,19). Os profetas da Antiga Aliança denunciaram com freqüência os sacrifícios
feitos sem participação interior ou sem ligação com o amor do próximo. Jesus recorda
a palavra do profeta Oséias: “É misericórdia que eu quero, e não sacrifício” (Mt
9,13; 12,7). O único sacrifício perfeito é o que Cristo ofereceu na cruz, em total
oblação ao amor do Pai e para nossa salvação. Unindo-nos a seu sacrifício, podemos
fazer de nossa vida um sacrifício a Deus. (CIC 2099-2100).
Sabe-se que o Brasil é um país tropical e que faz muito calor, mas é verdade
que sempre se consegue agüentar o calor quando quer. É visível que algumas
mulheres durante o tempo quente vão escassamente vestidas à Santa Missa e a
outras reuniões da igreja e, no entanto, elas mesmas vestem-se com modéstia
quando trabalham num escritório que requer formalidade. Ora, a sua
consciência e a sua alma valem algum sacrifício. Podemos oferecer o calor
como penitência a Deus. Sem levar em conta, ainda, a capacidade que qualquer
mulher possui em sacrificar-se quando lhe convém ir belíssimas a cerimônias
de casamento, formaturas ou outras festas seculares. Suportam qualquer coisa
quando se trata de ostentar beleza. O véu trata-se, também, de um sacrifício
por aqueles que ainda não tem a consciência da importância de Jesus na Hóstia
Santa. Não seriam as mulheres verdadeiramente cristãs capazes de fazer isso e
muito mais por Jesus, o Amado de nossas almas? Por amar Jesus Eucarístico, o
véu pode ser um pequeno sacrifício oferecido pela própria alma e por muitas
almas que não têm ninguém que por elas se sacrifique.
Submissão à Deus
“Mas quero que saibais que senhor de todo homem é Cristo, senhor da mulher é
o homem, senhor de Cristo é Deus. Todo homem que ora ou profetiza com a
cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor. E toda mulher que ora ou
profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é
como se estivesse rapada. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte
o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça
rapada, então que se cubra com um véu. Quanto ao homem, não deve cobrir
sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do
homem. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do
homem; nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o
homem. Por isso a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça,
por causa dos anjos.” (ICor 11, 3-10)
Para melhor entendermos tal citação, vejamos também:
“Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, pois assim convém a mulheres
cristãs. Maridos, amai as vossas mulheres e não sejais grosseiros com elas.” (Col
3, 18-19).
Em um primeiro momento, pode parecer machismo a afirmação de São
Paulo aos Coríntios, quando afirma que o véu é para mulher um sinal de
sujeição (ICor 11,10). Mas se parece, só parece: ora, cabe lembrar que o
mesmo São Paulo, falando aos Efésios (Ef 5,21-33) utiliza a mesma afirmação
quando faz a analogia que liga o homem à Nosso Senhor (que amou e se
entregou pela Igreja) e a mulher à Igreja (que é submissa à Nosso Senhor). E
aqui há um rico simbolismo! Esta submissão, evidentemente, à luz da doutrina
católica, de forma alguma pode significar para a mulher a sujeição a um
autoritarismo machista, mas sim a seu zelo em ser mãe e esposa como a
essência da sua vocação matrimonial; e se há aqui algo que Nosso Senhor
espera da mulher, também há algo muito mais desafiador que Ele espera do
homem: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se
entregou por ela” (Ef 5,25). E isto por si só já descarta qualquer autoritarismo.
Portanto, não é por causa de homens que se cobre a cabeça, é um
reconhecimento: Deus fez o homem, que é a sua (de Deus) glória. E dele (de
Adão, do homem) fez a mulher, sendo esta a sua (do homem) glória (ICor
11,7). Além disso, diz S. Paulo, que devemos cobrir a cabeça por causa dos
anjos (ICor 11,10). Até os anjos cobrem seu rosto em face de estarem diante
de Deus (Is 6,2). Os anjos são puros, sem pecado, mas reconhecem o que é
estar diante da majestade de Deus, diante do Criador de todas as coisas e
cobrem seu rosto. Não iremos nós também nos cobrir diante de Cristo
presente no Santíssimo Sacramento?
A grosso modo, um homem tirar um chapéu ou um boné ao entrar em
local sagrado em sinal de respeito (isto é, descobrir a cabeça) corresponde à
uma atitude semelhante da mulher que coloca um véu quando entra no local
sagrado (isto é, cobrir a cabeça, e não com uma peça qualquer, mas com uma
peça digna e especialmente preparada para este fim).
Acaso o uso do véu não seria uma dessas delicadezas, próprias de mulheres
apaixonadas pelo Deus-Amor Sacramentado?
Deus criou o homem à sua imagem e o constituiu em sua amizade.
Criatura espiritual, o homem só pode viver esta amizade como livre submissão
a Deus (CIC, 396). O reclinar-se, impulsionado pelo uso do véu, também é
um gesto de submissão a Deus: subordinação às suas vontades e
conscientização da nossa pequenez face ao esplendor e à grandeza de Deus.
C
omo já mencionado em diversas reflexões, o uso do véu é facultativo.
É importante que se entendam todas as razões para usá-lo de forma
consciente e, sempre, visando glorificar a Deus em sua Majestade
Real. Há muitas mulheres, jovens, idosas e crianças que sentem esse chamado,
movidos pelo Espírito Santo:
O Espírito Santo é “o Princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar
em cada uma das diversas partes do Corpo”. Ele opera de múltiplas maneiras a
edificação do Corpo inteiro na caridade: pela Palavra de Deus, “que tem o
poder de edificar” (At 20,32); pelo Batismo, por meio do qual forma o Corpo
de Cristo; pelos sacramentos, que proporcionam crescimento e cura aos membros
de Cristo; pela “graça concedida aos apóstolos, que ocupa o primeiro lugar entre
seus dons”; pelas virtudes, que fazem agir segundo o bem; e, enfim, pelas
múltiplas graças especiais (chamadas de “carismas”), por meio das quais “torna
os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que
contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja”. (CIC, 798).
Portanto, o véu está à disposição àquelas que sentem ardentemente no
coração este chamado. Isto pode, talvez, significar não ser a maioria. Não é
porque sois mais numerosos que todos os outros povos que o Senhor se uniu a vós e vos
escolheu; ao contrário, sois o menor de todos (Dt 7,7). Há muitos que, por
ventura, digam, que tal comportamento é um tanto tradicionalista ou
nostálgico. Refletimos diversos fatores que expressam significados profundos
ao nosso servir a Deus. Vários sacerdotes e leigos nos anos 70 e 80 sepultaram
o véu. Foi considerado ultrapassado, antiquado, retrógrado e símbolo de um
contexto litúrgico que queriam apagar da história. Algumas senhoras
continuavam usando o véu e muitos respiravam aliviados, pensando que essa
“mera nostalgia” se extinguiria junto com elas.
Agora, sob a sombra do Papa Bento XVI, parte do mundo católico olha
perplexo ao ver jovens, por livre e espontânea vontade, restaurando o uso do
véu. São meninos e meninas que amam, e são apaixonados por Jesus
Eucarístico e pela Santa Igreja. São meninas que usam véu, e meninos que
apóiam o uso e são para elas suporte para enfrentar os “olhares tortos” –
olhares estes que são compensados por muitos olhares comovidos de gente de
mais idade, que se surpreende e vê nelas a presença de uma sacralidade que
ainda existe em nossas igrejas. São jovens adoradores, que não vivem isso por
mera “nostalgia”, pois não chegaram a conhecer o tempo em que isso era
comum. Vivem porque sabem que fazem parte de uma Igreja que tem uma
tradição de 2000 anos, tradição que mantém o seu sentido em meio à falta de
sentido do século XXI.
Uma geração suprime; a outra restaura. Uma geração acaba por deixar a
lacuna; a outra a sente. Não se trata, também, de trazer a tona uma revolução
na Igreja. Seria contraditório aos objetivos de piedade e humildade que já
refletimos. A submissão a Deus também significa respeito às autoridades
eclesiais. Um bom teste a se fazer é se perguntar: “Se o Papa banisse o uso do
véu amanhã, eu estaria disposta a obedecer?” Se a resposta for sim, então essa é
a atitude correta. No final das contas, o uso do véu tem a ver com obediência a
Deus e a seus representantes. Obediência, como dizia São Bento, é a prova de
fogo para a santidade. Uma pessoa verdadeiramente humilde e santa obedece
aqueles que foram designados para dirigi-la.
Por fim, pode-se concluir que o uso do véu é, antes de tudo, um chamado,
um carisma. Cada um tem suas necessidades, seu processo de crescimento
espiritual. A Igreja, mãe generosa, oferece vários meios de prover a essas
necessidades, através de suas muitas formas de devoção e dos sacramentais,
que, se praticados corretamente, levam o fiel à maturidade espiritual. Ademais,
o hábito de usar o véu ajuda a mulher a compreender sua vocação e identidade,
seu lugar na criação e na Nova Aliança, o Santo Sacrifício, bem como a real
importância destes.
Quando posso usar o véu? Qual a
diferença entre o véu preto e o branco?
C
omo mencionado no início desta apostila, o véu é um sacramental.
Portanto é recomendado que se use na Santa Missa, em celebrações
de Batismo, ao confessar-se, em casamentos e ao orar diante do
Santíssimo Sacramento. Há mulheres que usam, também, quando fazem suas
orações particulares.
Sobre a utilização da cor preta ou branca, há o costume ibérico das
mulheres solteiras usarem o véu branco e as casadas, o véu preto. Mas é apenas
um costume, não uma obrigatoriedade, e véus de outras cores podem ser
utilizados.
Oração ao vestir o véu
P
ara que usemos os nossos véus com a disposição correta, segue
abaixo uma oração linda que conheci através da Lisandra, cujo
autor preferiu o anonimato.
Divino Espírito Santo, hóspede da minha alma,
convencida de que a minha verdadeira vida
está escondida com Cristo em Deus Pai,
visto este véu na minha cabeça na esperança
não de aparecer, mas de desaparecer,
não para atrair a atenção sobre a minha pessoa
mas, para esconder-me na imitação de Maria Santíssima.
Que todos olhem para Vós Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
Amém.
Sites recomendados
E
xistem, com a graça de Deus, diversos sites disponíveis sobre
assuntos que interessam as mulheres católicas. Mencionamos
aqui cinco sites que merecem ser visitados. Ao acessar, notem
que há sempre indicações de outros sites, igualmente interessantes e que valem
à pena serem explorados:
http://teusvestidos.wordpress.com/teus-vestidos/
Blog criado para disponibilizar e compartilhar alguns modelos de roupas
femininas para as mulheres que se identifiquem com a proposta de modéstia.
Contém fotos, modelos e diversas dicas de como vestir-se com elegância. Site
católico.
http://velatam.blogspot.com/
Este blog - Velatam ad Dei Gloriam: velada para a glória de Deus - tem a
finalidade de exaltar o significado e o valor do véu, símbolo litúrgico tão
expressivo e tradicional da Santa Igreja Católica. Contém fotos e depoimentos
de outras mulheres que utilizam o véu.
http://www.4shared.com/audio/KwPGKbWs/Cor_Mariae_12_-
_O_Piedoso_Uso_.html
Formação, a respeito do uso do véu nas igrejas; ministrada pelo Pe. Paulo
Ricardo de Azevedo Júnior, da Arquidiocese de Cuiabá-MT, em áudio.
http://cormariaeonline.blogspot.com/p/formacoes.html
O Apostolado “Cor Mariae” (“Coração de Maria”), pretende resgatar o
papel digno e nobre da mulher nos planos de Deus, mostrando a beleza da
diferença entre os sexos e como isto é querido por Deus. Contempla desta
forma o aspecto físico e espiritual neste resgate à nobreza feminina por meio de
formações divulgadas no site.
http://inmulieribus.blogspot.com
Este blog é composto de mulheres que se dispõem a falar de quase todos os
assuntos: moda, filosofia, política, maternidade, trabalho, culinária, santidade
na vida cotidiana, enfim, uma gama de assuntos relacionados à vida das autoras
como mulheres e católicas que são.
Bibliografia