1) A textura refere-se à proporção de argila, silte e areia do solo.

Dessas
frações, a argila é a que possui maior superfície específica, deste modo, os
microrganismos tendem a se desenvolver e colonizar as superfícies das
partículas, sendo as reações microbiológicas nos solos altamente afetadas pela
área superficial específica; é de natureza coloidal com alta retenção de cátions;
é constituída por argilominerais que apresentam cargas negativas,
responsáveis pela capacidade de troca catiônica (CTC). Solos argilosos
possuem grande quantidade de microporos, logo, maior disponibilidade de
água ao longo do perfil devido à alta capacidade de retenção de água;
possuem alto teor de matéria orgânica e baixa permeabilidade, e a penetração
é dificultada devido a maior força de coesão entre as partículas. Também são
solos altamente susceptíveis à compactação.
Já solos com textura mais arenosa são mais permeáveis, leves, com baixa
capacidade de retenção de água e de baixo teor de matéria orgânica e
altamente susceptíveis à erosão, além de possuírem baixa capacidade de
armazenamento de nutrientes.

2) O quociente metabólico (qCO2), definido pela razão entre a respiração basal

por unidade de biomassa microbiana do solo e por unidade de tempo, é um
atributo que permite a identificação de solos contendo biomassa mais eficiente
na utilização de carbono (C) e energia, os quais refletem ambientes com menor
grau de distúrbio ou estresse. Valores mais elevados de qCO2, são associados
com ecossistemas submetidos a alguma condição de estresse, enquanto
menores valores, são associados com ecossistemas estáveis.
A biomassa microbiana, assim como sua atividade, é responsável pela
decomposição dos compostos orgânicos, pela ciclagem de nutrientes e pelo
fluxo de energia do solo, e tem sido apontada como a característica mais
sensível às alterações na qualidade do solo, causadas por mudanças de uso e
práticas de manejo. Tais mudanças podem ser detectáveis muito mais
rapidamente pela biomassa microbiana e seus metabólitos do que nos teores
de C do solo. Estimativas da biomassa microbiana são usadas em estudos do
fluxo de C e N, ciclagem de nutrientes e produtividade das plantas em
diferentes ecossistemas terrestres, associando a quantidade de nutrientes
imobilizados e a atividade da biomassa microbiana com a fertilidade e o
potencial de produtividade do solo.
O quociente metabólico, então, indica a eficiência dos microrganismos em
utilizar substrato para a sua atividade e em incorporar o C a sua biomassa. À
medida que determinada população microbiana se torna mais eficiente, menos
C é perdido como CO2 pela respiração e maior proporção de C é incorporada
ao tecido microbiano.

3) Assim como os seres macroscópicos, como as plantas superiores e

animais, os microrganismos necessitam de água, energia, nutrientes e fontes
de carbono para sua sobrevivência, crescimento e atividade. A matéria
orgânica, além de aumentar a CTC do solo, é responsável pela disponibilização
de uma série de nutrientes nela contidos, tais como nitrogênio, enxofre,
micronutrientes e outros. Os microrganismos são bastante dependentes da
matéria orgânica do solo e atuam na transformação e decomposição da
mesma, na ciclagem de nutrientes e no fluxo de energia no solo. Exemplos
desses organismos: bactérias, leveduras, fungos, actinomicetos, protozoários e
algas.

4) Sim. As regiões tropicais estão localizadas na área de maior incidência solar,

próximas da linha do equador. Elas têm como características elevadas
temperaturas, elevada umidade com altos índices de evaporação, o que
acarreta na formação de chuvas em grandes quantidades. Tais características
permitem a sobrevivência de muitas espécies por conta da grande quantidade
de organismos produtores primários ocorrentes nos trópicos. Devido à alta taxa
de radiação solar recebida, as espécies vegetais são favorecidas e atingem
sempre as suas taxas máximas de fotossíntese, sendo consideradas muito
produtivas, por serem organismos fundamentais na sustentação dos outros
níveis tróficos nos ecossistemas das regiões tropicais, pela alta taxa de fixação
de carbono. Todos os outros biomas do planeta sofrem de uma pobreza de
recursos ou condições fortemente restritivas.

5) a) Sistemas agroflorestais apresentam melhor aproveitamento dos recursos

permitindo maior sustentabilidade ao sistema, que é conferida pela
multiestratificação de copas e do sistema radicular e pela maior diversidade
biológica de espécies com usos e funções múltiplas. Além da eficiência dos
sistemas agroflorestais na proteção contra erosão e na recuperação de solos
marginais e/ou degradados, na ciclagem de nutrientes e na maior sanidade
conferida pela manutenção da diversidade biológica. Além da produção de
outros serviços ambientais, como sequestro de gás carbônico, e conservação
da biodiversidade.

b) Na época menos chuvosa, pode haver um aumento significativo da

população de organismos nitrificadores no solo, em função da redução da
umidade e maior aeração do solo, aumentando a concentração de nitrato no
meio. A alta diversidade de espécies vegetais também contribui para maior
conversão em nitrato.

c) Há redução na população e atividade microbianas no solo na época menos

chuvosa, resultando em menores concentrações de N microbiano no solo.

6) O sombreamento provocado pelas copas das árvores influencia diretamente

as temperaturas superficiais, que por sua vez também vão afetar a temperatura
radiante média. Além disso, a perda da cobertura vegetal por pavimentos
impermeáveis diminui a infiltração da água no solo e aumenta a sua quantidade
e a sua velocidade de escoamento. A falta de vegetação também propicia a
formação de voçorocas, grandes buracos de erosão causadas pela chuva,
além da erosão em si.