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Autor: MILTON CÉSAR TOLEDO DE SÁ

Manual
de
Hidrologia
Do Rio que tudo arrasta, se diz violento.
Mas não se dizem violentas as margens que o oprimem.
Bertold Brecht

1a edição 2005 – 12aedição 2a semestre/2018


2

Autor: Milton César Toledo de Sá

MANUAL DE HIDROLOGIA

12a Edição – 2a semestre/2018

Dados de Catalogação na Publicação

Toledo, Milton César Toledo.


Manual de Hidrologia: Estudo das Águas
Superficiais e Subterrâneas na Terra. Milton César
Toledo de Sá – Belo Horizonte: Produção
Independente. 2005.
1. Engenharia – Hidrologia 2. Águas Superficiais.

Belo Horizonte, Minas Gerais. Brasil


E-mail: professormiltoncesar@gmail.com
Face: professormiltoncesarengenharia
Instagram: profmiltoncesar_engenharia
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OFERECIMENTO

PLANETA ÁGUA
(Guilherme Arantes)

Água que nasce na fonte serena do mundo


e que abre o profundo grotão.
Água que faz inocente riacho
e deságua na corrente do ribeirão.
Águas escuras dos rios,
que levam a fertilidade ao sertão.
Águas que banham aldeias
e matam a sede da população.
Águas que caem das pedras,
no véu das cascatas, ronco de trovão
e depois dormem tranqüilas
no leito dos lagos, no leito dos lagos...
Água dos igarapés, onde Iara Mãe d’Água
é misteriosa canção.
Água que o sol evapora,
pro céu vai embora,
virar nuvens de algodão.
Gotas de água da chuva,
alegre arco-íris, sobre a plantação.
Gotas de água da chuva, tão tristes,
são lágrimas na inundação.
Águas que movem moinhos
são as mesmas águas que encharcam o chão
e sempre voltam humildes,
pro fundo da terra, pro fundo da terra...
Terra, Planeta Água...
Terra, Planeta Água...
Terra, Planeta Água...
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APRESENTAÇÃO

Prezado Leitor (a)

Bem-vindo ao Curso de Hidrologia. Esperamos que você tenha uma


experiência construtiva durante toda a leitura deste livro. Este material tem
o objetivo de facilitar o seu entendimento com o assunto. Para maiores
esclarecimentos, envie-nos um E-mail.

O texto é constituído por capítulos. E, no final de cada um procurou-se


apresentar a interdisciplinaridade da Hidrologia com o curso.

O capitulo 1 – Introdução a Hidrologia.


O capitulo 2 – Bacia hidrográfica.
O capitulo 3 – intensidade de chuva define os tipos de chuva,
pluviometria. Equação de chuva IDF.
O Capítulo 4 – Estudo Hidrológico para uso da água. Recursos Hídricos.
O Capitulo 5 – Estudo Hidrológico para Drenagem.
O capitulo 6 – Infiltração - trata da taxa de infiltração e do coeficiente
de Run-off. Evaporação apresenta o poder evaporante da atmosfera.
Apêndice – Manual da Legislação dos Recursos Hídricos.
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BIOGRAFIA

Autor:
MILTON CÉSAR TOLÊDO DE SÁ. Graduado em Engenharia Civil. Pós-
Graduado em Metodologia do Ensino Superior e Pós Graduado em
Engenharia dos Materiais.
Fundador da Empresa Bioterra Engenharia - Avaliação de imóveis.
Docente no ensino da Engenharia Civil desde 1981.
Fundador do portal de cursos on-line: www.aulasdeengenharia.com.br
Belo Horizonte, MG. E-mail: professormiltoncesar@gmail.com
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SUMÁRIO
OFERECIMENTO
APRESENTAÇÃO
AUTOR

ÍNDICE
CAPÍTULO 1
Introdução à Hidrologia.....................................................................11
CAPITULO 02
Bacia hidrografia...............................................................................33
CAPÍTULO 03
Intensidade de chuva........................................................................51
CAPÍTULO 04
Estudo Hidrológico para uso da água..................................................71
CAPÍTULO 05
Estudo Hidrológico para Drenagem.....................................................87
CAPÍTULO 06
Infiltração e Evaporação..................................................................134
APÊNDICE
Manual da Legislação dos Recursos hídricos............................160 a 179
7

CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA

Apresentação do curso.

Conceito de hidrologia.

Campo de atuação da hidrologia.


Principais órgãos fiscalizadores.

Voltando ao passado.

Onde a chuva cai?

Distribuição da água no planeta.

Hidrografia no mundo

Hidrografia no Brasil,
Hidrografia em Minas Gerais, Belo Horizonte.

Imagens de topografia.
8

Apresentação do curso;

Objetivos:
Propiciar a apresentação de todos, e esclarecendo-os da importância e do
funcionamento do curso.

Abordagens:
Apresentações dos participantes;
Importância da assiduidade e pontualidade;
Como funciona;
Objetivos do curso;
Educação - Avaliação;
Fontes de pesquisa.

Critério de avaliação;
• Aulas expositivas
• Aulas em campo
• Resolução de exercícios
• Realização de avaliações individuais.

Objetivos do curso;
• Identificação das principais bacias hidrográficas do Brasil/MG
• Órgãos licenciadores pertinentes à hidrologia.
• Equação do balanço hídrico. Divisores de água, traçado da bacia
hidrográfica e seus elementos.
• Equação de I.D.F., mapa para chuva, infiltração e declividade.
• Estudo hidrológico para uso da água e Estudo hidrológico para
Drenagem: principais formulas, mapas e softwere.
• Desenvolvimento de projetos.
• Estudo dos fenômenos: infiltração e evapotranspiração.
9

Fontes de pesquisa;

Principal
• PINTO, Nelson Souza. Hidrologia Básica. 2008. ED. Edgar Blucher
Ltda. S.P., São Paulo
• TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia – Ciência e Aplicação.4o ed. Ed. ABRH
– 2012. UFRGS. ISBN: 8570259247

Complementar
• TOLEDO de SA, Milton César. Manual de Hidrologia, 12 ed. 2a
semestre/ 2018. Belo Horizonte, MG.
• Sites:www.ana.gov.br– www.igam.gov.br – www.semad.gov.br –
www.ufv.br – www.siam.mg.gov.br
• Blog do Tucci – www.blog.rhama.net
• Revista eletrônica de recursos hídricos:
www.abrh.org.br/informaçoes/rerh
• Site recursos hídricos do Brasil: www.abrh.org.br

Conteúdo programático;

• INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA: Generalidades. Aproveitamento e


direcionamento correto da água. A Hidrologia e a Engenharia Civil.
Órgãos licenciadores e regulamentadores no Brasil no estado de
MG. Principais Bacias, Reservatórios e Rios no Brasil e no Mundo.
• BACIA HIDROGRÁFICA: Ciclo Hidrológico. Roteiro para um Estudo
Hidrológico. Balanço hídrico. Principais elementos da bacia: Área,
Classificação, Divisores, Rios, Surgências, Coeficientes da bacia,
Declividade.
• INTENSIDADE DE CHUVA: Generalidades. Métodos para
determinação de chuva: Medidores, Fórmulas empíricas, Softwere,
Mapas, Série históricas. Tempo de retorno. Tempo de
concentração.
• VAZÃO HÍDRICA Generalidades. Métodos para determinar a hídrica:
Fórmulas empíricas, medidores. Legislações pertinentes. Estudo de
Caso: Captação de água superficial e outorga.
• VAZÃO HIDROLÓGICA: Métodos para determinar vazão hidrológica.
Softwere, mapas, série históricas, publicações-deflúvios superficiais
no Estado de MG. Drenagem.
• MEDIDORES DE VAZÃO-Revisão: Orifícios, vertedouros e canais.
10

• INFILTRAÇÃO - Generalidades. Fatores que influenciam na


Infiltração. Variáveis importantes na infiltração. Métodos para
determinar e taxa de Infiltração. Coeficiente de Run-off.
• EVAPOTRANSPIRAÇÃO: Generalidades. Fotossíntese. Credito de
Carbono. MDL. Métodos para determinar o poder evaporante da
atmosfera: Fórmulas empíricas e Medidores.
11

CAPITULO 01

INTRODUÇÃO A HIDROLOGIA

Conceito de hidrologia

É a ciência que estuda as águas superficiais e subterrâneas e o seu


aproveitamento (recursos hídricos) e destinação correta (drenagem).
Trata das águas da terra, sua ocorrência, circulação, distribuição, suas
propriedades físico-químicas e suas relações com os seres vivos. Por este
motivo a hidrologia é uma geociência e se relaciona com as outras áreas de
conhecimento, tais como climatologia, meteorologia, geologia,
geomorfologia, sedimentologia, geografia e oceanografia, entre outras.

Campos de atuação da hidrologia


A hidrologia, além de propiciar a manutenção da vida na terra, a água se
presta a inúmeras atividades humanas, entre as quais destacam-se:
Agricultura, Geração de energia elétrica, Transporte e abastecimento
industrial, entre outras.
Isto faz com que a abundância ou escassez deste recurso seja um
indicador do progresso econômico e da qualidade de vida.
Tipos de intervenções
Recursos hídricos
Captação de água
Irrigação
Produção de energia
Abastecimento de água
Reuso da água, etc.

Saneamento
Drenagem urbana, rural e de estradas
Métodos preventivos e controle de enchentes, etc.
12

Perguntas freqüente na prática da hidrologia


 Qual deve ser a vazão de enchente para o projeto de um vertedor
de uma barragem? Para um Bueiro de uma estrada? Para a
Drenagem Pluvial de uma cidade?
 Qual é o volume necessário para assegurar água para um projeto
de irrigação? Ou para o abastecimento de uma cidade durante
as estiagens?
 Que efeito terá os reservatórios, diques, e outras obras no controle
das cheias de um rio? Estão dimensionados de forma a minimizar os
riscos de catástrofes associadas a enchentes?
Procurar responder a estas perguntas, é o objetivo principal do curso de
hidrologia.
13

Imagens ilustrativas da prática da hidrologia.

Intervenção: Drenagem de estradas

Intervenção: Travessia em bueiro

Intervenção: Usina hidrelétrica


Fonte: UH Sto Antonio - Rio Madeira
14

Intervenção: Vertedouro triangular


medidor de vazão

Intervenção: Bueiro circular


15

Intervenção: Canal

Intervenção: Ponte
16

Intervenção: Proteção de taludes.

Intervenção: Irrigação

Canaleta de crista de talude


17

Intervenção: desertificação com o rebaixo do lençol freático


18

Intervenção: rebaixamento de lençol freático

Calha de telhado
19

Roteiro típico para um estudo hidrológico:

• O início de qualquer projeto requer a anotação do local do


empreendimento em uma carta topográfica planialtimétrica em
escala conveniente. Fonte:www.ibge.gov.br

• Estudo da área de drenagem: traçado da bacia, área, comprimento


do talvegue principal, cotas do talvegue, declividade equivalente,
tempo de concentração, etc.

• Em função da área da bacia, escolha do método adequado, na


determinação da vazão hidrológica.
20

Profissionais executores;
Por técnicos devidamente habilitados.
Engenheiros Civis e outros.

A Hidrologia na expansão urbana e legislações pertinentes;


- Constituição Brasileira de 1.988
. Agenda 21
- Plano Diretor
- Lei de Uso e Ocupação do solo
- Código de posturas.

Principais órgãos fiscalizadores

Profissional: CONFEA/CREAs

ANA/IBAMA – Recursos hídricos e licenciamento ambientalNível


Federal.

SEMAD = Secretária de Estado de Meio Ambiente e


desenvolvimento Sustentável.

IEF – Inst. Estadual de Florestas – Atividades agrícolas,


agropecuárias e florestais.

FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente – Ambiental,


atividades industriais, minerais e infra-estrutura (extração de areia)

IGAM – Instituto de Gestão das Águas – relativo ao uso das águas


– Outorgas para captação. mineradora, travessias, etc.)

Para aprovação de Estudo, Projeto, Licenciamento e Outorgas no


Estado de M.G, até a presente data, o processo deverá passar pelo:

SEMAD: IEF – POLICIA MILITAR – FEAM – IGAM


21

Site do governo do estado de M.G.:


SIAM: Sistema integrado do Meio Ambiente-
www.siam.mg.gov.br

SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE

SEMAD
COPAM Secretaria de Estado de CERH
Conselho Estadual de Meio Ambiente e Conselho Estadual de
Política Ambiental Desenvolvimento Recursos Hídricos
Sustentável

IEF FEAM IGAM


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PANORAMA DAS OUTORGAS NO ESTADO


•Outorgas superficiais - 8607
•Outorgas subterrâneas - 6748
•Certidões de usos insignifcante - 2782

DEMANDA HÍDRICA POR FINALIDADE

Abastecimento
25%
Irrigação
60%

Industrial
Outros Aquicultura 7%
5% 3%

Irrigação Abastecimento Industrial Aquicultura Outros


23

Uma volta ao passado da ciência

a) Até 1400 DC período da especulação: canal romano de 50 km, 20


aC.
b) 1400 – 1600 período de observação: Leonardo da Vinci foi o
primeiro a propor uma concepção pluvial do CICLO HIDROLÓGICO.
c) 1600 – 1700 período de medição: o francês Pierre Perrault usou
instrumentos rudimentares para obter uma série de 3 anos de
observações de chuva e vazão no rio Sena.
d) 1700 – 1800 período de experimentação: desenvolvimento da
hidráulica dos escoamentos permanentes; Teorema de Bernoulli;
Tubo Pitot, Vazão.
e) 1800 – 1900 período da modernização: desenvolvimento da
mecânica dos fluidos, Equação de Darcy – Percolação.
f) 1900 – 1930 período do empirismo . fórmulas empíricas para
explicar a variabilidade das precipitações.
g) 1930 – 1950 período da racionalização: impulso a partir da
construção de grandes barragens.
h) Após 1950, período da teorização: desenvolvimentos de modelos
matemáticos para transformar chuva em vazão. Uso de
computadores.

Onde a chuva cai?


O local de entrada da chuva na superfície da Terra, no solo ou em espelho
d!água, é de fundamental importância para sua utilização e determinam a
variabilidade espacial, temporal e geográfica do aproveitamento e
esgotamento da água no planeta. Convencionou chamar o local ONDE A
CHUVA CAI de BACIA HIDROGRÁFICA.
Portanto, a Bacia hidrográfica ou Bacia de drenagem é uma área
definida topograficamente drenada por um curso de água ou sistema de
rios descarregando através de uma simples saída ou output. Os limites de
uma bacia contribuinte são definidos pelos divisores de água ou espigões
que separam uma das outras bacias adjacentes.
24

Distribuição da água no planeta água.

A água apresenta um importante ciclo na natureza, estando presente na


atmosfera na forma de vapor, na superfície ou interior do subsolo na forma
líquida, sendo que neste último promove a formação de lençóis freáticos.

Volume de água doce por continente:

Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos. Apenas uma
pequena fração (menos de 3%) está em terra e a maior parte desta está
sob a forma de gelo e neve ou abaixo da superfície (água subterrânea). Só
uma fração muito pequena (cerca de 1%) de toda a água terrestre está
diretamente disponível ao homem e aos outros organismos, sob a forma de
lagos e rios, ou como umidade presente no solo, na atmosfera e como
componente dos mais diversos organismos.
25

Distribuição da água no planeta


- 97,2% águas dos oceanos e mares
- 2,15% águas de geleiras e icebergs polares
- 0,63% águas disponíveis para consumo (8,5 milhões km³)

Da distribuição;
- 0,63% águas para consumo
- 1,5% rios, lagos e cursos d'água
- 48% água subterrânea até 800m de profundidade
- 49% água subterrânea abaixo de 800m de profundidade
- 0,8% água contida no solo (umidade)
- 0,7% vapor d'água na atmosfera

E NO BRASIL? E A ÁGUA
- 14% das águas doces do mundo
- 40% da água consumida é desperdiçada
- 10% do esgoto gerado é tratado
- 23,8% não têm água encanada (36 milhões de brasileiros)
- 51,8% de domicílios urbanos não têm esgoto (16,3 milhões)
É o componente principal da matéria viva. Constitui de 50 a 90% da massa
dos organismos vivos.
26

Estamos todos num mesmo barco


O nosso planeta Terra é uma pequena e frágil bacia hidrográfica na visão
macro do nosso sistema solar da via-láctea deste grande Universo. A água
permanece praticamente a mesma no Planeta devido a gravidade da Terra,
evapora e volta.
Com o crescimento populacional e sua organização social, o ser humano foi
criando domínio de regiões em que pudesse sentir-se seguro e ao mesmo
tempo pudesse ser o dono delas. A superfície do planeta foi "dividida" em
espaços para a sobrevivência da sua espécie- os paises e água pelo sua
grande utilidade foi o marco para fixação do homem nas suas
proximidades. O progresso de um povo depende diretamente da
disponibilidade e fartura de água "pura" para o seu uso, vemos no Brasil
um exemplo claro quando comparamos o Sul com o Nordeste. Cada pais,
em termos de hidrológicos, foi dividido em grandes bacias e cada bacia em
sub-bacias e assim por diante. No caso do Brasil - grandes nove bacias,
como podemos ver adiante.

Hidrografia no mundo
Maiores bacias:
Amazônica (7 milhões de km2),
do Congo-Zaire(3,5 milhões de km2),
Mississipi-EUA (3,3 milhões de km2).

Maiores rios:
Amazonas-Brasil (Extensão = 6800 km, foz = atlântico),
Nilo-Egito (6600 km, foz = Mar mediterrâneo),
Xi-Jiang/China (Extensão = 5800 km, foz = Mar da China)

Maiores lagos de barragens:


Itaipu/Brasil,
Três gargantas/China,
Guri/Venezuela
27

Principais rios do mundo

• Londres-Tâmisa,
• Paris-Sena,
• Roma-Pó,
• Lisboa-Tejo,
• Nova Iorque-Hudson,
• Buenos Aires-Prata,
• São Paulo-Tietê,
• Recife-Capibaribe/Beberibe,
• Manaus-Negro,
• Belém-Amazonas,
• Teresina-Parnaíba,
• Natal-Potengi,
• Belo Horizonte-Rio das Velhas, etc.
28

Hidrografia no Brasil
Bacias no Brasil

Áreas das principais bacias hidrográficas do Brasil

Área de
Bacias Hidrográficas
drenagem (Km2)

Amazonas
Total 6.112.000
Em território brasileiro 3.900.000
Tocantins 757.000
Atlântico Norte/Nordeste 1.013.000
São Francisco 634.000
Atlântico Leste 545.000
Paraná (território brasileiro) 877.000
Paraguai (território brasileiro) 368.000
Uruguai (território brasileiro) 178.000
Atlântico sudeste 224.000
29

Hidrografia em Minas Gerais


30

Hidrografia do município de Belo Horizonte.


31

IMAGENS DE TOPOGRAFIA;

Figura: aerofotogrametria

Figura: medidas verticais


32

Figura: curvas de nível

Figura: desenho de perfil vertical a partir das curvas de nível.


33

CAPITULO 02
Bacia hidrográfica
O ciclo hidrológico
Balanço hídrico
Divisores de água
Área da bacia
Classificação quanto ao tamanho da bacia
Principais elementos da bacia
Classificação dos rios
Coeficientes da bacia
Declividades

Figura: bacia hidrográfica típica - Fonte: www.ana.gov.br


34

Figura: bacia hidrográfica típica


1. Ciclo Hidrológico;
É o nome dado ao fenômeno global de circulação contínua e distribuição da
água sobre a superfície terrestre, subsolo, atmosfera e oceanos. Existem
cinco processos básicos no ciclo hidrológico: condensação, precipitação,
infiltração, escoamento superficial e evapotranspiração. Estes processos
são governados basicamente pela radiação solar e pela gravidade
No ciclo hidrológico a água sempre é a mesma. A Terra possui
aproximadamente 70% de sua superfície coberta pelos oceanos.
35

- O ciclo hidrológico -

2. Equação do Balanço hídrico;

Es = P – I – Evt (+–) Vs
Onde,
Es = Escoamento superficial ou deflúvio
P = Precipitação
I = Infiltração
Evt = Evaporação e transpiração
Vs= Volume superficial utilizado ou desviado da bacia
Ou

Q = (A.H)/T
Equação da vazão, em m3/s

Onde,
A = área da bacia,
H = precipitação, em altura,
T = tempo
36

3. DIVISORES DA BACIA – Individualização das bacias


A Bacia hidrográfica é necessariamente contornada por um divisor de
águas ou espigão, assim designado por ser linha de separação que divide
as precipitações que caem em bacias vizinhas e que encaminham o
escoamento superficial para um outro sistema pluvial.
O divisor une os pontos de máxima cota entre as bacias.
37

Divisores de água de sub bacias

4. ÁREA DA BACIA
A bacia hidrográfica é caracterizada tipograficamente através do relevo e
das depressões existentes. O reconhecimento deste relevo é feito utilizando
as cartas topográficas ou fotografias aéreas (aerofotogramétricas) em
escalas apropriadas para o projeto em elaboração. Para a cidade de Belo
Horizonte, além de outros órgãos, esta vista aérea pode ser capturada
através do site: www.belohorizonte.com.br.
38

Hidrografia típica

Mapa hidrográfico típico


39

A área da bacia pode ser determinada através da planta aerofotogramétrica


utilizando o método das quadrículas, que subdividindo a superfície total em
N quadrículas menores e procede ao cálculo destas áreas de depois
somados ou pelo método de eliminação de áreas de figuras geométricas
conhecidas, para assim achar a área que sobra.

Planilha para determinação da área da bacia

No de Ordem
Quadrículas
(N)

1
2
3
5
6
7
 das áreas:

Determinar a área da sub-bacia hidrográfica experimental do córrego do


Visconde do rio branco. Utilizar a planta aerofotogramétrica do local.
40

Parque das Mangabeiras – Poligonal da bacia. Imagem meramente


ilustrativa

Parque das Mangabeiras – traçado das quadriculas para o cálculo da área


da mesma – imagem meramente ilustrativa.
41

5. CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS


As bacias pequenas, o efeito das precipitações intensas e de pequena
duração será muito mais representativo do que nas bacias grandes. Por
outro lado às bacias grandes só terão efeito das precipitações de grande
duração. Assim se torna necessário fazer uma classificação em função de
sua área.
Bacias pequenas: área ate 4 Km2
Bacias médias: áreas de 4 Km2 a 10 Km2
Bacias grandes: áreas maiores que 10 Km2
Sabe-se que numa bacia grande uma chuva intensa não abrange toda
área, pois normalmente as chuvas intensas são de pequena duração e nas
bacias pequenas uma chuva intensa pode cobrir toda a área podendo
provocar enchentes. Por esta razão o critério de calculo das vazões
máximas é por faixa de áreas.
42

6. PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA BACIA


E = espigão ou divisor de águas
A = área da bacia (há ou Km2)
L = comprimento do talvegue principal (Km)
H = diferença de nível do talvegue principal (m)
d = dec. = Declividade do talvegue principal (m/m).
tc = tempo de concentração (h)
C = coeficiente de RUN OFF ou coeficiente de escoamento superficial,
depende do tipo de vegetação, tipo de solo, topografia (plana ou
montanhosa).

Figura: Talvegue

7. CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS


Cursos de água da bacia hidrográfica.
a. Perenes: Contém água durante todo o tempo.
b. Intermitentes: Escoam durante o período da chuva.
c. Efêmeros: Existem durante ou imediatamente após a chuva.
43
44

8. COEFICIENTES DA BACIA
São coeficientes utilizados para comparação entre uma bacia e outra.
Coeficiente de compacidade (kc)
É uma medida do grau de irregularidade da bacia, quando comparado com
o círculo.
Kc = 0,28 x (P / A)
Onde:
P = perímetro em Km
A = área em Km2
Obs: Bacia circular terá o coeficiente, Kc = 1

Coeficiente de forma (Kf)


É a relação entre a largura média e o comprimento axial da Bacia (ou do
rio).
É dado pela seguinte fórmula:

Kf = A / L2
Onde:
A = área da bacia, em Km2
L = comprimento do rio, em km
Quando Kf for baixo, menos sujeito a enchentes, isto é, deve ao fator de
que quanto mais longa (L) e estreita, menor a possibilidade de ocorrência
de chuvas intensas.
Densidade de drenagem (Dd)
É a maior ou menor densidade de cursos de água existentes na bacia.

Dd = Lt / A
Onde:
Lt = comprimento total dos cursos de água (Km)
A = área (Km2)
Valores próximos de 1,0 = densidade pobre.
45

Sinuosidade do rio

S = L / Ltalv.
Onde:
L = comprimento do rio principal, em Km
Ltalv. = comprimento do talvegue (Km).
Obs: Próxima de 1,0 = pouca sinuosidade do rio.
46

9. DECLIVIDADE DA BACIA: ESTIMADA, MÉDIA E EQUIVALENTE


Controla a velocidade do escoamento superficial que irá influenciar em:
- Menor Declividade, menor picos de enchentes.
- Maior ou menor oportunidade de infiltração.
- Erosão dos solos.
Método estatístico para obtenção da declividade estimada (Ie) é o método
das quadrículas associadas a vetores normais as curvas de nível, num
maior número possível de quadrículas (amostragem).

Ie. = ΔH/L
Ie= Declividade estimada.
Planilha para planta aerofotogrametrica da sub-bacia experimental.

N.º ordem Cotas desnível L (m) Dec.(m/m)

Exemplo 830 – 815 15 180 0,083


1
2
3
4
5
6
7
8
Dec. =

De = (Dec./ N) x 100%
47

Perfil longitudinal do talvegue principal do parque das Mangabeiras.


Imagem meramente ilustrativa.
ESTUDO DA DECLIVIDADE DO TALVEGUE DO RIBEIRÃO DA SERRA - PARQUE DAS MANGABEIRAS
PLANILHA DE DADOS DO TALVEGUE
Ponto do talvegue Altitude(m) Distância do divisor
Desnível
"M"do
L(km)
trecho,
Extensão
(m)do trecho,Ln(km)
Declividade do trecho,jn (m/km)
Divisor "M" 1300 0 0 0
Curva 1 Nascente 1205 0,4 95 0,4 237,5
Curva 2 1200 0,5 5 0,1 50
Curva 3 1180 0,61 20 0,11 181,8181818
Curva 4 1160 0,81 20 0,2 100
Curva 5 1140 1,19 20 0,38 52,63157895
Curva 6 1120 1,39 20 0,2 100
Curva 7 1100 1,67 20 0,28 71,42857143
Curva 8 1080 1,95 20 0,28 71,42857143
Curva 9 1060 2,25 20 0,3 66,66666667
Curva 10 1040 2,55 20 0,3 66,66666667
Curva 11 1020 2,83 20 0,28 71,42857143
Curva 12 - Intervençao 980 3,08 40 0,25 160
Difereça de nível 320 Soma 1229,568808
Declividade estimada 103,8961039 Média 102,4640674
max 237,5
min 50

declividade média = 102,46 m/km ou 10,24%


declividade estimada = 103,89 m/km ou 10,39 %
declividade equivalente = fórmula apropriada
48

Exercícios propostos;

Ex. 1) Converter as seguintes unidades.


a. 1 ano em segundos
b. 1 Km2 em m2
c. 1 Litro em m3

Ex. 2) Considere a bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Dados da bacia;
A = 600.000 km2
Pa = 1000 mm/ano
EVTa= 800 mm/ano

Pede-se:
Qano = ? ( em mm e m3/s)
Resp.: 200 mm e 3.805,2 m3/s.

Ex. 3) Você foi chamado para fazer um anteprojeto de uma barragem que
irá abastecer uma cidade de 100.000 hab. E, uma área a ser irrigada de
5000 hectares.
Verifique através do balanço hídrico se a barragem terá condições para
atender a demanda total com base nos seguintes dados:

Abacia = 300 km2


Aespelho = 18 km2
Pa = 1300 mm
Evt = 1000 mm
Ev = 1500 mm
Demanda do abastecimento = 150 L/hab/dia
Demanda anual da irrigação = 9.000 m3/hectare

Ex. 4 – Num determinado ano, os seguintes dados foram observados em


uma bacia de drenagem:
P = 850 mm (Precipitação)
Evt = 420 mm (Evapotranspiração)
D = 225 mm (Deflúvio ou escoamento superficial)
Pede-se: a altura correspondente em mm da infiltração (I)
49

Ex. 5– Se o deflúvio médio anual de uma bacia de drenagem de 100 km2,


medida através da saída, é de 1,52 m3\s. Determine o valor
correspondente em mm.
(R= 478 mm) (Q = volume\tempo; Q = A.h\T)

Ex. 6 – Qual o volume de água precipitada (em km3) sobre uma bacia de
435 km2 com uma chuva de 18 mm.

Ex. 7 – Se ocorrer uma chuva de 30 mm durante 90 min sobre uma


superfície impermeável de 3 km2 , qual será o respectivo deflúvio médio no
período em m3/s. Resp.: 16,67 m3/s

Ex. 8 – A evaporação anual de um lago de 15 km2 é de 1500 mm.


Determine a variação do nível do lago durante um ano, se a precipitação
foi 950 mm e a contribuição dos tributários foi de 10 m3\s. Sabe-se que
também naquele ano foi retirada do lago uma vazão media de 5 m3\s para
irrigação, alem de uma captação de 165 106 m3 para a industria. ( R = o
nível baixou de - 1,05 m)

Ex. 9 - Neste exercício, serão medidos e calculados os dados referentes à


Bacia do Rio Salitre (bacia fantasia).

Na Planta Topográfica (Planialtimétrica) fornecida, localize o ponto


que define a saída da bacia hidrográfica. Destaque os rios (utilize uma
coloração) e identifique o rio principal. Siga o esquema abaixo:

a - Delimitação topográfica da Bacia do Rio Salitre: com base nas


curvas de nível, traçar uma linha que englobe os pontos mais altos,
separando a bacia estudada.

b - Área de drenagem (A): medir a superfície da bacia, usando


papel milimetrado ou método das quadrículas.

c - Perímetro (P): medir o comprimento da linha de contorno da


bacia com auxílio de fios ou escalímetro.

d - Comprimento do curso principal (L).

e – Comprimento total dos cursos d’água da bacia (Lt): também


recorrendo aos recursos listados no item anterior - medir o curso
50

principal. O comprimento total inclui o comprimento do rio


principal.

f - Cotas do curso principal:  nascente (h1) e foz(h2) da saída do


rio na bacia.

g – Calcular as declividades.
51

CAPÍTULO 03

INTENSIDADE DE CHUVA
Tipos de chuvas
Equação geral de IDF
Tempo de concentração, tc
Tempo de retorno, T
Parâmetros para o Pluvio
Séries históricas
Fórmulas particularizadas
Medidores ou Pluviometria
52

TIPOS DE CHUVAS

A matéria prima do estudo da hidrologia é a chuva, seja para esgotá-la


através de obras de drenagem, seja para o seu aproveitamento.
Aqui veremos alguns métodos já consagrados na obtenção da chuva, ou
seja; por Formulas empíricas, através de Medidores tipo pluviômetro e
Software apropriados.
Tipos de chuvas

CHUVAS CONVECTIVAS OU DE VERÃO

64

CHUVAS OROGRÁFICAS OU DE RELEVO

65
53

CHUVAS FRONTAIS

69

EQUAÇÃO GERAL DE IDF – Intensidade, Duração e Frequência.


im = intensidade máxima da precipitação em mm/h
T = tempo de retorno em anos (frequência da chuva)
tc = tempo de concentração ou duração da chuva (em min)
k,a,b,c = parâmetros relativos a localidade

a
k .T

i m
t c b c

Software de cálculo de chuvas intensas:


Fonte: www.ufv.br/dea/gprh/pluvio
54

Risco, probabilidade e
tempo de retorno

Projetos de estruturas hidráulicas sempre são


elaborados admitindo probabilidades de falha. Por
exemplo, as pontes de uma estrada são projetadas
com uma altura tal que a probabilidade de
ocorrência de uma cheia que atinja a ponte seja
de apenas 1% num ano qualquer. Isto ocorre
porque é muito caro dimensionar as pontes para a
maior vazão possível, por isso admite-se uma
probabilidade, ou risco, de que a estrutura falhe.
Isto significa que podem ocorrer vazões maiores
do que a vazão adotada no dimensionamento.

Tempo de retorno ou recorrência (T)


Como sendo intervalo de tempo durante a qual uma precipitação é
igualada ou excedida uma vez. A fixação deste período de recorrência
envolve em si, o conceito de “coeficiente de segurança”.
55

Risco, probabilidade e
tempo de retorno

• A probabilidade admitida pode ser maior ou menor,


dependendo do tipo de estrutura. A probabilidade
admitida para a falha de uma estrutura hidráulica é
menor se a falha desta estrutura provocar grandes
prejuízos econômicos ou mortes de pessoas.

Estrutura TR (Anos)
Bueiros de estradas pouco movimentadas 5 a 10
Bueiros de estradas muito movimentadas 50 a 100
Pontes 50 a 100
Diques de proteção de cidades 50 a 200
Drenagem pluvial 2 a 10
Grandes Barragens (vertedor) 10.000
Pequenas barragens 100

Os períodos de recorrência mais usuais são:


T = 10 anos (para obra de drenagem superficial)
T = 25 anos (para obra de fundo de grota, bueiros tubulares).
T = 50 anos (para obra de fundo de grota, bueiros retangulares).
T = 100 anos(para obra de pontes)
T = 10.000 anos (para obra de barragens)
Riscos
É prever o risco desta chuva (ou evento) ocorrer. R = 1/T
56

Probabilidade e tempo de retorno


• No caso da análise de vazões máximas, são úteis os conceitos
de probabilidade de excedência e de tempo de retorno de
uma dada vazão. A probabilidade anual de excedência de uma
determinada vazão é a probabilidade que esta vazão venha a
ser igualada ou superada num ano qualquer. O tempo de
retorno desta vazão é o intervalo médio de tempo, em anos,
que decorre entre duas ocorrências subseqüentes de uma
vazão maior ou igual. O tempo de retorno é o inverso da
probabilidade de excedência como expresso na seguinte
equação:
1
TR 
P
57

Tempos de retorno admitidos para


algumas estruturas

Estrutura TR (anos)
Bueiros de estradas pouco movimentadas 5 a 10
Bueiros de estradas muito movimentadas 50 a 100
Pontes 50 a 100
Diques de proteção de cidades 50 a 200
Drenagem pluvial 2 a 10
Grandes barragens (vertedor) 10 mil
Pequenas barragens 100

Tempos de retorno para


microdrenagem DAEE CETESB

Ocupação da área TR (anos)


Residencial 2
Comercial 5
Áreas com edifícios de serviço público 5
Artérias de trafego 5 a 10
58

Ex. 02)

Calcular o risco esperado ao dimensionamento de uma galeria urbana com


T= 25anos.
R = 1 / 25 = 0,04 = 4% de risco.
E, para uma usina hidroelétrica? Com tempo de retorno de T = 10.000
anos.
R = 1 / 10.000 = 0,0001 = 0,01% de risco

EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O TEMPO DE CONCENTRAÇÃO


Tempo de concentração é a duração mínima da chuva necessária para
um pico de vazão (máxima) ocorrer num ponto considerado (Output –
saída).

Tempo de concentração
59

Isócrona

Diversas são as formulas de calculo, algumas delas serão apresentadas no


decorrer do curso.
George Ribeiro
L
 0,267 
1,05  0,2  P   100 I 
t c 0 , 04

P=%Vg = relação entre a área coberta de vegetação e área total em %


tc = tempo de concentração, em horas
L = comprimento do talvegue, em Km
I = declividade em m/m.
Kirpich – (1940)
Usada no estudo de drenagem de estradas e áreas urbanas para rios e
canais.

0 , 385
L 3
 57.
t c
 H 
 
tc = tempo de concentração, em minutos.
L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso d’água)
60

H = desnível do talvegue, em metros.

Método de Dooge
140 < A < 930 km2

tc = 21,88 . A0,41. S-0,17

A = Área da bacia, em km2


S = declividade do talvegue, m/m
tc = tempo de concentração, em min.

Ventura

tc = tempo de concentração, em horas


A = área, em Km2
I = declividade, em m/m

Passini

A.L
1
3

t c
 0,107.
I
tc = tempo de concentração, em horas
A = área da bacia, em Km2
L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso d’água)
I = inclinação, em m/m.

Colins
61

L
t c
 0,65. 1

 A 
5
2
A
 100.I 
 
tc = tempo de concentração, em horas
L = comprimento do talvegue, em Km
A = área da bacia, em Km2
I = inclinação, em m/m.
62

Ex. 03)

Calcular o tempo de concentração (tc) através de todas fórmulas


apresentadas. Considere uma bacia experimental com as seguintes
características:
Percentual de vegetação igual 30 %.
A = 300 000 m2
Declividade média da bacia = 15 %
Comprimento do talvegue = 300 m e desnível = 10 m

Solução:
63

FÓRMULAS PARTICULARIZADAS DE IDF


Cálculo da precipitação para uma determinada região geográfica. A mais
utilizada no estudo de drenagem de estradas é a do Engenheiro Otto
Pfafstetter.

Cálculo da precipitação pela equação do engenheiro Otto


Pfafstetter
 
  

PT , D  T  T 0, 25   a  D  b  log 1  c  D 




Onde,
D = duração da chuva, em horas
a,b,c,α,β = parâmetros relativos a localização
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade máxima em mm/h = P/D
P = precipitação, em mm

Sudecap (Horto): Em, mm/h

795,18  T
0 ,1598

i
D  5
0 , 0106
0 , 7098
T

Onde,
D = duração da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade máxima de chuva, em mm/h
64

Copasa: Em, mm/h

4988,645  T
0,155

i
D32,167 1, 039

Onde,
D = duração da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade de chuva, em mm/h

Equação das chuvas de Curitiba: Em, mm/h

5950  T
0, 217

i
D 26 1,15

Onde,
D = duração da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade de chuva, em mm/h

Márcia Pinheiro (para RMBH): Em, mm/h


0 , 7059 0 , 536
i  0,76542  D  Pa 

Onde,
Para T≤ 200 anos e 10 minutos ≤ D ≤ 24 horas
D = duração da chuva, em horas
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade máxima de chuva, em mm/h
Pa = precipitação média anual pelo mapa de isoetas
 = parâmetro regional
65

Ex. 04)

Determinar a intensidade de chuva (mm/h) para um T = 10 anos com


duração de 30 minutos, na região de Belo Horizonte. Para
dimensionamento de um bueiro de tráfego baixo.

No de Ordem Fórmula/Nome i (em mm/h)

1 IDF(Pluvio)
2 SUDECAP
3 COPASA

SOLUÇÃO:
66

MÉTODOS DE MEDIÇÃO DE CHUVA

PLUVIOMETRIA ;
É o estudo para determinar a chuva através de aparelhos de medição.
Tipos de aparelhos para medição da chuva precipitada;
• Pluviômetro,
• Pluviógrafo.

Figura – pluviômetro

Pluviômetro: a quantidade de chuva precipitada é dada em mm (altura


de chuva) coletada pelo aparelho, a graduação do aparelho é feita em
função da área da boca, área de coleta de chuva.
O mais comum é o Ville de Paris, onde o volume de chuva coletado pelo
pluviômetro é despejado no cilindro graduado em mm. As leituras são
feitas de 24 em 24 horas.
67

Pluviógrafo: apresenta resultado de medição de chuva, duração e


freqüência grafadas no papel.
Normas de colocação dos medidores:
a) A superfície do coletor de chuva deve ser absolutamente horizontal e
ficar a uma distancia de 1,50m do solo.
b) Caso o lugar for desabrigado, fazer proteção contra ventos (abrigo).
c) A distancia do obstáculo mais próximo de duas vezes da altura do
mesmo.
Lembrando que 1,0 mm de chuva corresponde a 1,0 L/m2

Área de Drenagem (ha) Número Mínimo de Estações Pluviométricas


1
12-40 2
40-80 3
80-200 1 a cada 40 ha
200-1000 1 a cada 100 ha
1000-2000 1 a cada 250 ha
>2000 1 a cada 750 ha
68

FLUVIOMETRIA

ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS

• Níveis d´água
• réguas limnimétricas
• limnígrafos

87

RADAR METEOROLÓGICO

88
69

ANEXO – IMAGEM PLUVIO 2.1


70

PROBLEMAS PROPOSTOS

Ex 01)

(a) Determinar a intensidade de chuva, em mm/h, para o Tempo de


Retorno (T) máximo da tabela abaixo, para um bueiro de tráfego alto.
Considere, também, a duração constante de 30 min para a chuva.
Utilize dos seguintes parâmetros: a = 0,169, b = 3,994, c = 0,671, k =
682,93, para a equação geral de I.D.F.
(b) Plotar (i x D) para as seguintes durações de chuva: 10, 40, 80, 120 e
160 min.

Ex 02)

1 – Um bueiro de tráfego baixo deve ser projetado para coletar o


escoamento resultante de uma chuva com duração (D) e período de
retorno (T).
Considere:
Área drenante totalmente impermeabilizada.
Coordenadas geográficas : Latitude: 19o55’15” S e Long.: 43o56’16” O.
Duração da chuva de 0,5 h.
Determine a intensidade da chuva através do Pluvio 2.1.
71

CAPITULO 04
ESTUDO HIDROLOGICO DE USO DA AGUA

Matriz Energética Brasileira


Energia
Renovável

Energia Hidráulica

 O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado


em cerca de 260 GW.
72

Aspectos Sócio-ambientais
Energia Hidráulica

 O aproveitamento de potenciais hidráulicos para a


geração de energia elétrica exigiu a formação de grandes
reservatórios e, conseqüentemente, a inundação de
grandes áreas. Na maioria dos casos, tratava-se de áreas
produtivas e (ou) de grande diversidade biológica,
exigindo a realocação de grandes contingentes de pessoas
e animais silvestres.

 A formação de reservatórios de acumulação de água e


regularização de vazões provoca alterações no regime
das águas e a formação de microclimas, favorecendo
certas espécies (não necessariamente as mais
importantes) e prejudicando, ou até mesmo extinguindo,
outras.

Fontes de água para abastecimento


Critérios para escolha do local para captação
Tabela de consumo de água em função do empreendimento

O homem dispõe de dois tipos de fontes para seu abastecimento:


• As águas superficiais (rios, lagos, canais, etc.)
• E as subterrâneas (lençóis subterrâneos).

Critérios para escolha do local para captação;


– quantidade de água
– qualidade da água
– garantia de funcionamento
– economia das instalações
– localização
– consumo atual provável
– previsão de crescimento da comunidade.
73

Tabela de consumo de água em função do empreendimento


IRRIGAÇÃO
– 1.1 superfície 1,5 a 4,0 L/s.ha
– 1.2 aspersão 1,0 a 1,4 L/s.ha
– 1.2 localizada 0,5 a 0,8 L/s.ha
CONSUMO HUMANO
2.1 < 5.000 hab 90 a 140 L/hab.dia
2.2 5.000 a 10.000 hab 100 a 160 L/hab.dia
2.3 10.000 a 50.000 hab 110 a 180 L/hab.dia
2.4 50.000 a 250.000 hab 120 a 200 L/hab.dia
2.5 > 250.000 hab 150 a 300 L/hab.dia

DESSEDENTAÇÃO DOS ANIMAIS


– 3.1 muares 60 a 80 L/cab.dia
– 3.2 suínos 30 a 40 L/cab.dia
– 3.3 aves 0,2 a 0,4 L/cab.dia.
PSICULTURA
10 L/s.ha de área inundada
As perdas por evaporação e infiltração variam em função da região.
Contudo, considera-se de 5% a 10% do valor calculado acima.

LAVAGEM VEÍCULOS
– veículos grandes 200 a 500 L/veic.dia
– veículos pequenos 90 a 250 L/veic.dia
– limpeza de pára-brisas 20 a 25 L/veic.dia.
74

Levantamentos necessários para um bom projeto de Estudo


Hidrológico;
– levantamento de dados hidrológicos da bacia em estudo ou
de bacias próximas;
– levantamento de dados fluviométricos do curso d’água em
estudo e informações sobre as oscilações de nível de água
nos períodos de estiagem e enchente;
– características físicas, químicas e bacteriológicas da água;
– localização, na bacia, de focos poluidores atuais e
potenciais.
– É importante salientar que a escolha do local deve ser
antecedida da avaliação dos seguintes fatores:
• distância da captação à estação de tratamento de
água;
• eventuais custos com desapropriações;
• necessidade de estações elevatórias;
• disponibilidade de energia elétrica para alimentação
de motores;
• facilidade de acesso.
• A captação é composta geralmente pelos seguintes dispositivos
hidráulicos:
– barragens ou vertedores para manutenção do nível ou para
regularização da vazão;
– órgãos de tomada d’água com dispositivos para impedir a
entrada de materiais flutuantes ou em suspensão na água;
– dispositivos para controlar a entrada de água;
– canais ou tubulações de interligação e órgãos acessórios;
– poços de sucção e casa de bombas para alojar os conjuntos
elevatórios, quando necessário.
75

DETERMINAÇÃO DA VAZÃO de CAPTAÇÃO

Mínimas de cada ano

- DN 10/98 – Q7,10
- Mapa de rendimentos
- Equação da vazão outorgável
- Tabela de consumo de água.

Portarias e DN;
- Uso insignificante da água no Estado de M.G., DN – CERH-MG –
09/04
Art.30. superficiais ≤ 1,0 L/s, açudes ≤ 5.000 m3, subterrâneas ≤
10 m3/dia
- Portaria 06/2000 – validade de outorga
• 20 (vinte) anos para as Concessões,
• 05 (cinco) anos para as Autorizações e
• 03 (três) anos para as Permissões,
76

Tornando-os sem efeito se o usuário deixar de executar o seu


direito até um ano após a data do título autorizativo.

- Portaria 198/2016 - IPHAN


- DN 10/98 do IGAM - Q7,10

Estudo da Vazão para uso da água no Estado de Minas Gerais –


Brasil
Obedece a DN – 10/98 – IGAM – Q7,10 – Vazão de referência para captação
de água no Estado. Sete dias da semana e 10 anos de retorno.
Equação outorgável:
Hipóteses:
A)Sem regularização do rio:

∑Qcm + ∑Qcj + Qconsumo ≤ 30% da Q7,10

B)Com regularização do rio:

∑Qcm + ∑Qcj + Qconsumo ≤ 50% da Qmed

Onde,
Qcm = vazões de captações no interior da bacia drenante, a montante da
intervenção.
Qcj = vazões de captações a jusante, até 1 km da intervenção.
Qmed = vazão média a longo termo na região.
77

Mapa de rendimento para uso em captação de água

Mapa de rendimento mínimo em MG – Usado para projetos de captação


78

Q7,10 = Re . Ab

Onde,
Re = Rendimento específico retirado do mapa acima, L/s.Km2
Ab = Área da bacia, em km2
79

Portaria 10 do IGAM
Portaria IGAM nº 010, de 30 de dezembro de 1998.

Altera a redação da Portaria nº 030/93, de 07 de junho de 1993.

(Publicação - Diário do Executivo - "Minas Gerais" -23/01/1999)

O Diretor Geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, no uso das
atribuições conferidas pela Lei Estadual nº 12.584, de 17 de julho de 1997 e pelo seu
regulamento, Decreto nº 40.055 de 17 de novembro de 1998, observando dispositivos do
Decreto nº 24.643 de 10 julho de 1934, que editou o Código de Águas, da Lei Federal nº
9.433 de 08 de janeiro de 1997 e das Constituições da República Federativa do Brasil e do
Estado de MG,

Considerando:

1.A necessidade de ordenação dos procedimentos aplicáveis aos processos de


outorga de uso da água em coleções hídricas sob domínio estadual;

2.A conveniência de homogeneizar as técnicas de apresentação e análise dos


processos que instruem os requerimentos de outorga;

3.A importância crescente de que os processos de outorga de usos múltiplos sejam


precedidos de adequado exame de compatibilidade com as disponibilidades hídricas
correntes e com as políticas de gestão definidas para o setor;

4.A necessidade de regularização legal dos usos já praticados sem o competente


instrumento de outorga e, finalmente,

5.A conveniência de englobar, na mesma regulamentação administrativa, os


procedimentos aplicáveis à utilização das ocorrências hídricas, tanto superficiais quanto
subterrâneas,

RESOLVE:

Art. 1º - A Portaria nº 030/93, de 07 de julho de 1993, que regulamenta o


processo de outorga de direito de uso de águas de domínio do Estado, passa a vigorar com
a seguinte redação:

"Art. 1º - Classificar as outorgas a serem concedidas pelo IGAM, conforme as


modalidades de outorgas, descritas no Anexo I.

Parágrafo Único - Para os casos de usos insignificantes, após o cadastro


obrigatório, será fornecido pelo IGAM a Certidão de Registro de Uso da Água.

Art. 2º - Classificar, conforme Anexo II, as modalidades dos usos ou das obras
sujeitas a outorga de direito de uso relacionadas aos recursos hídricos de domínio do
Estado, que devam ser objeto de outorga pelo IGAM.
.
80

Art. 3º - Classificar, conforme Anexo III, as destinações da obras, serviços e


atividades concedidos, autorizados ou permitidos pelo IGAM.

Art. 4º - Determinar que o Requerimento de outorga, para quaisquer das


atividades caracterizadas no Anexo II, obedeça aos modelos de Formulários Técnicos,
fornecidos pelo IGAM, respectivamente para as águas superficiais e águas subterrâneas, em
conformidade com a forma legal aplicável a cada caso.

Art. 5º - Determinar que o protocolo de cada Requerimento de outorga deve ser


precedido do recolhimento, por parte do interessado, ao IGAM, dos emolumentos
correspondentes aos custos operacionais dos processos de outorga de direito de uso de
águas do domínio do Estado, a ser fixado através de Portaria específica.

Art. 6º - Determinar à Diretoria de Controle das Águas do IGAM, que proponha, em


ato próprio, modelo de Relatório Técnico, a ser anexado pelo interessado em cada
Requerimento e Formulário Técnico, de forma a possibilitar a caracterização do objeto da
outorga e a correta identificação das destinações correspondentes à classificação constante
do Anexo III.

Art. 7º - Determinar à Diretoria de Controle das Águas, que adote critérios


aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos quanto à isenção da
obrigatoriedade de outorga de direito de uso para acumulações, derivações, captações e
lançamentos considerados de pouca expressão ou insignificantes.

§ 1º - Serão considerados de pouca expressão ou insignificantes os usos assim


definidos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica e aprovados pelo Conselho Estadual de
Recursos Hídricos, tendo em vista a especificidade de cada região, quer para mananciais
superficiais, quer para aqüíferos subterrâneos;

§ 2º - Na ausência dos Comitês de Bacia Hidrográfica, a classificação dos usos com


vazões de pouca expressão ou insignificantes serão definidos pelo IGAM;

§ 3º - Será obrigatório, entretanto, o cadastramento destes usos considerados de


pouca expressão ou insignificantes, para assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos
usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.

Art. 8º - Determinar à Diretoria de Controle das Águas, que proponha as vazões de


referência a serem utilizadas, para cálculo das disponibilidades hídricas em cada local de
interesse, de acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos e com os Planos Diretores
de Recursos Hídricos de cada Bacia Hidrográfica.

§ 1º - Até que se estabeleçam as diversas vazões de referência na Bacia


Hidrográfica, será adotada a Q 7,10 (vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de
recorrência), para cada Bacia.

§ 2º - Fixar em 30% (trinta por cento) da Q 7,l0, o limite máximo de derivações


consuntivas a serem outorgadas na porção da bacia hidrográfica limitada por cada seção
considerada, em condições naturais, ficando garantido a jusante de cada derivação, fluxos
residuais mínimos equivalentes a 70% (setenta por cento) da Q 7,l0.
81

§ 3º - Quando o curso de água for regularizado pelo interessado, o limite de


outorga poderá ser superior a 30% (trinta por cento) da Q 7,l0, aproveitando o potencial de
regularização, desde que seja garantido um fluxo residual mínimo à jusante, equivalente a
50% (cinqüenta por cento) da vazão média de longo termo.

I - Em caso de estrutura de regularização passível de licenciamento ambiental,


deverá ser obrigatoriamente, incluído na solicitação de outorga, o seguinte:

a)Valores de fluxo a serem liberados à jusante do barramento, assim como a


definição da estrutura hidráulica de extravasamento capaz de garantir a manutenção do
fluxo residual mínimo;

b)Valores acumulados para destinação de outros usos múltiplos no reservatório,


além daqueles solicitados.

Art. 9º - Autorizar à Diretoria de Controle das Águas, que adote percentuais para
fluxos residuais inferiores a 70% (setenta por cento), nos casos em que couberem as
condições de excepcionalidade para outorgas, em situações de interesse público e que não
produzirem prejuízos a direitos de terceiros.

Art. 10 - Determinar à Diretoria de Controle das Águas que considere também


como derivação consuntiva, as vazões dos cursos de água, que receberem lançamento de
efluentes, estando estas vazões comprometidas com a diluição destas cargas de poluentes,
distinguindo-se, todavia, em classes de poluentes "conservativos" e "não conservativos".

§ 1º - A outorga para lançamento de efluentes ficará condicionada ao estabelecido


na legislação específica;

§ 2º - Para distinção dos poluentes, serão considerados os enquadramentos em


classe de uso preponderante dos corpos de água e os padrões de lançamento determinados
pela legislação ambiental pertinente.

Art. 11 - Determinar à Diretoria de Controle das Águas que adote limitações


restritivas e critérios para as outorgas de usos não-consuntivos e usos locais das águas de
domínio do Estado, consoante disposições contidas na legislação específica.

Art. 12 - Determinar que toda outorga sempre que tecnicamente indicada e a


critério do IGAM, somente seja concedida, em princípio, se o usuário implantar e operar, às
suas expensas, equipamentos de monitoração de acordo com recomendações da Diretoria
Controle das Águas do IGAM.

Parágrafo único - O instrumento de outorga poderá, ainda, exigir do outorgado o


cumprimento de outras condicionantes indicadas pelo IGAM, sob pena de suspensão da
referida outorga, nos termos do art. 20, inciso I, da Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de
1999.1[1]

1[1]
A Portaria IGAM nº 06, de 25 de maio de 2000 incluiu o parágrafo único no
artigo 12 desta Portaria.
82

Art. 13. A outorga de direito de uso de recursos hídricos do Estado terá os


seguintes prazos máximos: 2[2]

I- 35 (trinta e cinco) anos, para as Concessões;

II- 5 (cinco) anos, para as Autorizações;

III- 3 (três) anos, para as Permissões.

§ 1º A outorga tornar-se-á sem efeito na hipótese do outorgado deixar de exercer


o direito dela decorrente no prazo de 1 (um) ano, contado da data de sua publicação no
Órgão Oficial “Minas Gerais” ou do término das obras a que se refere o parágrafo seguinte,
quando for o caso.

§ 2º Ressalvadas as hipóteses em que, mediante parecer técnico da Divisão de


Outorgas, devidamente aprovado pelo Diretor de Controle das Águas do IGAM, restar
comprovada a necessidade de estipulação de prazos superiores aos fixados neste parágrafo,
ficam estabelecidos os seguintes prazos máximos para a execução das obras ordenadas,
contados da data da publicação da outorga no Órgão Oficial “Minas Gerais”, sob pena de
perda da eficácia desta:

I- 30 (trinta) meses, para as Concessões;


II- 12 (doze) meses, para as Autorizações;
III- 6 (seis) meses, para as Permissões.

Art. 14 - Determinar à Diretoria de Controle das Águas do IGAM, que organize e


mantenha atualizado um cadastro técnico, que possibilite acesso aos interessados, contendo
as informações disponíveis sobre estudos hidrológicos, hidrogeológicos, intervenções em
corpos de água superficiais ou em aqüíferos subterrâneos, bem como das captações e
explotações outorgados pelo IGAM."

Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.

Belo Horizonte, 30 de dezembro de 1998.

Sebastião Virgílio de Almeida Figueirêdo

2[2]
A Portaria IGAM nº 06, de 25 de maio de 2000 deu nova redação ao artigo
13 desta Portaria, que tinha a seguinte redação original: “Art. 13 - Fixar os prazos
de validade das outorgas para uso das águas de domínio do Estado, sendo 20
(vinte) anos para as Concessões, 05 (cinco) anos para as Autorizações e 03 (três)
anos para as Permissões, tornando-os sem efeito se o usuário deixar de executar
o seu direito até um ano após a data do título autorizativo e fixar, igualmente, em
24 (vinte e quatro) meses, 12 (doze) meses e 06 (seis) meses, respectivamente,
os prazos para a execução das obras ordenadas, salvo casos especiais assim
classificados pelo IGAM por ocasião do processamento da outorga”
83

MODALIDADE DE OUTORGA

1.CONCESSÃO - Quando obras, serviços ou atividades forem desenvolvidas por


pessoa jurídica de direito público ou quando se destinarem a finalidade de utilidade pública.

2.AUTORIZAÇÃO - Quando obras, serviços ou atividades forem desenvolvidas por


pessoa física ou jurídica de direito privado e quando não se destinarem a finalidade de
utilidade pública.

3.PERMISSÃO - Quando obras, serviços ou atividades forem desenvolvidas por


pessoa física ou jurídica de direito privado, sem destinação de utilidade pública e quando
produzirem efeitos insignificantes nas coleções hídricas.

Anexo - Modalidade do Uso ou das Obras Sujeitos a Outorga

1.Captação ou derivação de água em um corpo de água


2.Explotação de água subterrânea
3.Perfuração de poços tubulares
4.Construção de barramentos ou açudes
5.Construção de diques ou desvios em corpos de água
6.Construção de estruturas de lançamento de efluentes em corpos de água
7.Construção de estruturas de recreação às margens
8.Construção de estruturas de transposição de níveis
9.Construção de travessias rodo-ferroviárias
10.Dragagem, desassoreamento e limpeza de corpos de água
11.Garantia de tirantes mínimos para navegação hidroviária
12.Lançamento de efluentes em corpos de água
13.Retificação, canalização ou obras de drenagem
14.Transposição de bacias
15.Levantamentos, pesquisas e monitoramento
16.Outras modificações do curso, leito ou margens dos corpos de água

Anexo - Destinações das obras, serviços e atividades concedidos,


autorizados;
1.Energia
1.1- Hidrogeração
1.2- Refrigeração
1.3- Outras
2.Saneamento
2.1- Captação para consumo humano, industrial, agroindustrial ou agropastoril
2.2- Intercepção, depuração e lançamento de esgotos domésticos
2.3- Drenagem pluvial
2.4- Veiculação e depuração de efluentes industriais
2.5- Veiculação e depuração de rejeitos agroindustriais
2.6- Veiculação e depuração de rejeitos agropastoris
2.7- Outras
3.Agropecuária e Silvicultura
3.1- Irrigação de culturas e pastagens
84

3.2- Dessedentação de animais


3.3- Produção de pescado e biótipos aquáticos
3.4- Drenagem e recuperação de áreas agricultáveis
3.5- Outras
4.Transporte
4.1- Garantia de tirantes mínimos para navegação hidroviária
4.2- Extensão e interconexão hidroviária
4.3- Transposição de níveis
4.4- Melhoria de calhas navegáveis
4.5- Travessia rodo-ferroviárias
4.6- Outras
5.Proteção de Bens e Populações
5.1- Controle de cheias e atenuação de inundações
5.2- Controle de sedimentos
5.3- Controle de rejeitos de minerações
5.4- Controle de salinização
5.5- Outras
6.Controle Ambiental e Qualidade de Vida
6.1- Recreação e paisagismo
6.2- Controle de pragas e insetos
6.3- Preservação da vida selvagem e da biota natural
6.4- Recuperação, proteção e controle de aquíferos
6.5- Compensação de impactos ambientais negativos
6.6- Outras
7.Racionalização e Manejo de Recursos Hídricos
7.1- Transposição de bacia
7.1- Recarga de aqüíferos
7.2- Perenização de cursos dágua
7.3- Drenagem e rebaixamento do nìvel dágua em obras civis e minerações
7.4- Outros
8.Utilização Militar ou de Segurança
8.1- Proteção de objetivos estratégicos
8.2- Instalações militares ou de segurança
8.3- Instalações para uso em trânsito
9.Destinações Especiais
9.1- Controle alfandegário e de fronteiras
9.2- Disposição final de substâncias especiais
9.3- Experimento científico ou tecnológico
85

DELIBERAÇAO NORMATIVA CERH 09.

Deliberação Normativa CERH - MG nº 09, de 16 de junho de 2004.

Define os usos insignificantes para as


circunscrições hidrográficas no Estado de
Minas Gerais.
(Publicação - Diário do Executivo - "Minas Gerais" - 03/07/2004)

O Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH-MG, no uso de suas


atribuições legais, e tendo em vista o disposto no inciso VI, art. 41 da Lei nº 13.199, de 29
de janeiro de 1999, bem como no § 1º, do art. 19, da Lei nº 13.771, de 11 de dezembro de
2000, e 3[1]

Considerando a necessidade de se definir, para as Unidades de Planejamento e


Gestão de Recursos Hídricos – UPGRH ou circunscrições hidrográficas do Estado de Minas
Gerais, as acumulações, derivações e as captações consideradas insignificantes como parte
essencial para aplicação dos critérios gerais de outorga, até que os comitês de bacia
hidrográfica assim o façam,

DELIBERA:

Art. 1º As captações e derivações de águas superficiais menores ou iguais a 1


litro/segundo serão consideradas como usos insignificantes para as Unidades de
Planejamento e Gestão ou Circunscrições Hidrográficas do Estado de Minas Gerais.

§ 1º Para as UPGRH – SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3, PA1, MU1, Rio
Jucuruçu e Rio Itanhém, serão consideradas como usos insignificantes a vazão máxima de
0,5 litro/segundo para as captações e derivações de águas superficiais.

Art 2º As acumulações superficiais com volume máximo de 5.000 m3 serão


consideradas como usos insignificantes para as Unidades de Planejamento e Gestão ou
Circunscrições Hidrográficas do Estado de Minas Gerais.

§ 1º Para as UPGRH – SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3, PA1, MU1, Rio
Jucuruçu e Rio Itanhém, o volume máximo a ser considerado como uso insignificante para
as acumulações superficiais será de 3.000 m3.

Art. 3º As captações subterrâneas, tais como, poços manuais, surgências e


cisternas, com volume menor ou igual a 10 m3/dia, serão consideradas como usos
insignificantes para todas as Unidades de Planejamento e Gestão ou Circunscrições
Hidrográficas do Estado de Minas Gerais.

3[1]
A Lei Estadual n.º 13.199, de 29 de janeiro de 1999 (Publicação - Diário do Executivo -
"Minas Gerais" - 30/01/1999) que Dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos,
;MG - Art. 41 - Ao CERH-MG, na condição de órgão deliberativo e normativo central do
SEGRH-MG, compete: VI - estabelecer os critérios e as normas gerais para a outorga dos
direitos de uso de recursos hídricos;
86

§ 1º Estão excluídos do critério do caput a captação através de poços tubulares,


dos quais serão exigidos o instrumento da outorga.

Art. 4º As vazões insignificantes definidas nesta Deliberação não são aplicáveis


nos casos definidos na Deliberação Normativa CERH nº 07, de 04 de novembro de 2002.4[2]

Art. 5º As definições de usos insignificantes quando determinadas pelos comitês


de bacia hidrográfica, de acordo com os artigos 36 e 37 do Decreto n.º 41.578, de 08 de
março de 2001, suspendem a definição dada nos artigos anteriores, valendo os valores
definidos pelos comitês, em suas respectivas áreas de atuação.5[3]

Art. 6º O Instituto Mineiro de Gestão das Águas –IGAM deverá efetuar novos
estudos para eventuais revisões que se fizerem necessárias aos valores fixados nesta
Deliberação, bem como para o cumprimento do disposto nos artigos 36 e 37 do Decreto n.º
41.758/2001.

§1º A proposta do IGAM deverá ser apresentada ao comitê de bacia hidrográfica


da respectiva Unidade de Planejamento e Gestão ou Circunscrição Hidrográfica para análise,
aprovação e encaminhamento ao CERH.

Art. 7º Esta Deliberação Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 16 de junho de 2004

José Carlos Carvalho


Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Presidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH

Diretores.Parágrafo único - Os usos e lançamentos a que se refere este artigo deverão ser
informados ao IGAM para fins de cadastro e atualização do Sistema Estadual de Recursos
Hídricos. Art.37-O estabelecimento dos critérios e parâmetros normativos pelos comitês de
bacia hidrográfica será precedido de estudos e proposta técnica a serem realizados pelas
respectivas agências e, na sua falta, pelo IGAM, observado o disposto no artigo 71 deste
Decreto.

4[2]
A Deliberação Normativa CERH nº 07, de 04 de novembro de 2002 (Publicação -
Diário do Executivo "Minas Gerais" - 05/11/2002) Estabelece a classificação dos
empreendimentos quanto ao porte e potencial poluidor, tendo em vista a legislação
de recursos hídricos do Estado de Minas Gerais, e dá outras providências.
5[3]
O Decreto Estadual nº 41.578, de 08 de Março de 2001 (Publicação - Diário do Executivo -
"Minas Gerais" - 09/03/2001) que regulamenta a Lei nº13.199, de 29 de janeiro de 1999 ,e dispõe
sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos;dispõe nos respectivos. Dispõe ;Art. 36 - A dispensa
de outorga de uso para as acumulações, derivações ou captações e os lançamentos considerados
insignificantes e para satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais, respeitará os
critérios e demais parâmetros normativos fixados pelos comitês de bacia hidrográfica,
compatibilizados com as definições com as definições de vazão remanescente e vazão de referência
definidas nos respectivos Planos
87

CAPÍTULO 05
ESTUDO HIDROLOGICO PARA DRENAGEM

Introdução
Fatores que influenciam no escoamento superficial
Determinação da vazão
- Método Racional
- Estatística Hidrológica
- Mapas regionais
- Séries históricas, software – SisCAH
- S.C.S. – Soil conservation service
88

INTRODUÇÃO

A vazão hidrológica tem origem, fundamentalmente, nas precipitações. Ao


chegar ao solo, parte da água se infiltra, parte é retirada pelas depressões
do terreno e parte se escoa pela superfície.
Inicialmente a água se infiltra; tão logo a intensidade da chuva exceda a
capacidade de infiltração do terreno, a água é coletada pelas pequenas
depressões. Quanto o nível a montante se eleva e superpõe o obstáculo
(ou o destrói), o fluxo se inicia, seguindo as linhas de maior declive,
formando sucessivamente as enxurradas, córregos, ribeirões, rios e
reservatórios de acumulação.
É, possivelmente, das fases básicas do ciclo hidrológico, a de maior
importância para o engenheiro, a maioria dos estudos hidrológicos estão
relacionados ao APROVEITAMENTO da água superficial e à PROTEÇÃO ou
drenagem contra os efeitos causados pelo seu deslocamento.
À água precipitada pode seguir três caminhos básicos para atingir o curso
d’água:
1. o escoamento superficial,
2. o escoamento sub-superficial,
3. o escoamento subterrâneo (ou esc. de base).
Hidrógrafa: Denomina-se hidrógrafa ou hidrograma a representação gráfica
da vazão que passa por uma seção, ou ponto de controle, em função do
tempo.
89

FATORES QUE INFLUENCIAM NO ESCOAMENTO;


a. Fatores climáticos
 IDF
 Precipitação antecedente, chuva anterior/solo saturado, favorece o
escoamento.

b. Fatores fisiográficos
 Área
 Forma da bacia
 Permeabilidade
 Infiltração
 Topografia da bacia (a água segue a linha de maior declive)
c. Obras hidráulicas construídas na bacia
 Irrigação
 Drenagem artificial
 Barragem, o represamento reduz a vazão.
 Retificação do rio aumenta a velocidade de escoamento.

Grandezas que caracterizam o escoamento superficial;


a. Vazão em volume
b. Coeficiente de deflúvio ou coeficiente de runoff – relacionado à taxa
de permeabilidade do solo.
c. Tempo de concentração – e o tempo em que toda a bacia passa a
contribuir para o out put.
d. Tempo de retorno ou recorrência – período de tempo médio em que
um evento e igualado ou superado pelo menos uma vez. NBR – 10
844/89
90

Método Racional –Thomas Mulvaney (A≤ 80 há)


Hipóteses para uso:
a) Toda bacia contribui com o escoamento superficial (D = tc)
b) A chuva é distribuída uniformemente sobre toda a área da bacia
c) A intensidade de chuva é determinada pela IDF.

Análise da Incerteza do Método Racional


Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica de SP (FCTH – 1.998)
Na prática temos o parâmetro (Ω) de incerteza;
Ωc = incerteza no coeficiente de escoamento, 30% (0,30)
Ωi = incerteza da intensidade de chuva, 17% (0,17)
ΩAb = incerteza na área da bacia, 5% (0,05)

O parâmetro Ω será;
Ω2 = Ω2 c + Ω2 i + Ω2 Ab

Ω = 0,348 ou 34,8 %

O desvio padrão será:

σ = Ω . Qméd
Qméd = vazão média calculada, em m3/s

As vazões mínima e máxima:

Qmin = Qméd + σ
Qmáx = Qméd + σ
91

Qual é a intensidade da chuva?

C i  A
Qp 
3,6

Para bacias hidrográficas com áreas menores ou iguais que 3 Km2

A vazão de projeto é estimada pela seguinte expressão matemática;

Qp = 0,278.c.i.A
ou
Qp = c.i.A / 3,6
Sendo:
Qp = Vazão de projeto, em m3/s.
c = coeficiente de escoamento ou de Run off: Tabelado, pela Equação
de Schueler ou pela média ponderada.
i = intensidade de chuva, em mm/h.
A = área da bacia, em Km2.
92

Coeficiente de escoamento
do método racional

Superfície intervalo valor esperado


asfalto 0,70 a 0,95 0,83
concreto 0,80 a 0,95 0,88
calçadas 0,75 a 0,85 0,80
telhado 0,75 a 0,95 0,85
grama solo arenoso plano 0,05 a 0,10 0,08
grama solo arenoso inclinado 0,15 a 0,20 0,18
grama solo argiloso plano 0,13 a 0,17 0,15
grama solo argiloso inclinado 0,25 a 0,35 0,30
áreas rurais 0,0 a 0,30

Coeficiente de escoamento pela Equação de Schueler (1987)


c = 0,05 + 0,009.Ai
Onde,
c = coeficiente de escoamento
Ai = Área impermeável futura ou pós-desenvolvimento.
No pré-desenvolvimento (antes do empreendimento) deve-se adotar um
valor para Ai compreendido entre 5% a 10%.

Coeficiente de escoamento pela media ponderada;


cmédio = (c1.A1+ c2.A2 + c3A3 + cn.An) / (A1 + A2 +A3 + An )
Onde,
c = coeficiente de escoamento
A = área da sub-bacia
c1 da A1 +......cn da An
93

Alterações na equação do Método Racional em função da área:

Para bacias com área entre: ( 3Km2 < área < 10Km2)
A vazão de projeto é determinada pela seguinte expressão;

Qp = (C.i.A / 3,6).ø
Onde,
Ø = coeficiente de retorno ou coeficiente de retardo do escoamento, é
função da declividade da bacia e de sua área.
Dado por;
Ø = 1 / (100.A)1/n

Onde:
n=4 - para declividade (dec) abaixo de 0,5%.
n=5 - entre 0,5% ≤ dec ≤ 1,0%.
n=6 - dec > 1,0%.

Ou,
Ø = 1 – 0,009.(L/2)
Onde,
L = comprimento axial da bacia, km
Para 80 ha ≤ A ≤ 200 ha

Qp = (C.i.A / 360).ø
Onde,
Qp = vazão de pico, em m3/s
A = área da bacia, em ha.
94

Tempo de Retorno (T) retirado diretamente de mapas, específicos


para vazões de pico:

Tempo de retorno de 10 anos;


95

Tempo de retorno de 20 anos;


96

Tempo de retorno de 50 anos;


97

Tempo de retorno de 100 anos;


98

Tempo de retorno de 500 anos;


99

Determinação da vazão através do software:

SisCAH – Sistema Computacional de Análises Hidrológicas


Programa disponibilizado na Web, através do site da Universidade Federal
de Viçosa – Minas Gerais - Brasil.
Ou, através do Google.

Determinação da vazão de pico através do S.C.S:

S.C.S. – SOIL CONSERVATION SERVICE


Bacias com áreas maiores que 10 Km2 (A > 10 Km2):
Método de S.C.S ( Soil conservation Service – US):

Qp = (0,278 . A . Pe) / tc
Onde,
Pe = precipitação efetiva, parcela da chuva que transforma realmente
em escoamento superficial; pois, é subtraído o escoamento de
base ou infiltrado, em mm.

S = 25,4[(1000/CN) – 10]
A = área em Km2
tc = tempo de concentração, em horas.

Pe = (P – 0,2 . S)2 / (P + 0,8 . S)

Sendo:
P = precipitação total
S = retenção potencial máxima por infiltração, em mm
CN = varia de 0 a 100. Tabelado de acordo com a geologia, relevo e
revestimento do solo drenante.
100
101
102
103
104
105
106
107

Hidrologia Estatística

• Estatística descritiva

• A curva de permanência

• Vazões máximas

• Vazões mínimas

Estimativas de vazões máximas

• Usos:
– Dimensionamento de estruturas de drenagem
– Dimensionamento de vertedores
– Dimensionamento de proteções contra cheias
– Análises de risco de inundação
– Dimensionamento de ensecadeiras
– Dimensionamento de pontes
108

Estimativas de vazões mínimas

• Usos:
– Disponibilidade hídrica em períodos críticos
– Legislação de qualidade de água

Junho
2010
109

A curva da permanência

• O que é isto?
• Histograma de freqüência de vazões

Exemplo:
Análise Estatística de Dados

Número Nome Altura (cm)


1 Pedro Cabral 185
2 Charles Darwin 174
3 Leonardo da Vinci 173
4 Getúlio Vargas 161
5 Oscar Schmidt 205
6 Chico Mendes 169
7 Seu Creysson 168
..
...
N Elvis Presley 180
110

Exemplo: Análise
estatística de dados
Intervalo Contagem
<150 0 Histograma
150 a 155 3
155 a 160 10
160 a 165 43

Contagem
165 a 170 120
170 a 175 134
175 a 180 76
180 a 185 23
185 a 190 16 altura
190 a 195 13
195 a 200 6
200 a 205 1

Exemplo:
Análise Estatística de Dados
Intervalo (cm) Contagem Contagem Acumulada
<150 0 0
150 a 155 3 3
155 a 160 10 13
160 a 165 43 56
165 a 170 120 176
170 a 175 134 310
175 a 180 76 386
180 a 185 23 409
185 a 190 16 425
190 a 195 13 438
195 a 200 6 444
200 a 205 1 445
Total = 445
111

Exemplo:
Análise Estatística de Dados
Intervalo (cm) Contagem Contagem Acumulada Acumulada relativa
<150 0 0 0/445 = 0,00
150 a 155 3 3 3/445 = 0,01
155 a 160 10 13 13/445 = 0,03
160 a 165 43 56 56 /445 = 0,13
165 a 170 120 176 176 /445 = 0,40
170 a 175 134 310 310 /445 = 0,70
175 a 180 76 386 386 /445 = 0,87
180 a 185 23 409 409 /445 = 0,92
185 a 190 16 425 425 /445 = 0,96
190 a 195 13 438 438 /445 = 0,98
195 a 200 6 444 444 /445 = 1,0
200 a 205 1 445 445 /445 = 1,0
112

Exemplo:
Análise Estatística de Dados
Intervalo (cm) Acumulada relativa Probabilidade de uma pessoa ser menor
<150 0,00 0%
150 a 155 0,01 1%
155 a 160 0,03 3%
160 a 165 0,13 13 %
165 a 170 0,40 40 %
170 a 175 0,70 70 %
175 a 180 0,87 87 %
180 a 185 0,92 92 %
185 a 190 0,96 96 %
190 a 195 0,98 98 %
195 a 200 1,00 100 %
200 a 205 1,00 100 %

Exemplo:
Análise Estatística de Dados
Intervalo Acumulada Probabilidade de uma
(cm) relativa pessoa ser menor
<150 0,00 0% 100 %
Probabilidade

150 a 155 0,01 1%


155 a 160 0,03 3%
160 a 165 0,13 13 %
165 a 170 0,40 40 %
170 a 175 0,70 70 %
175 a 180 0,87 87 % Altura
180 a 185 0,92 92 %
185 a 190 0,96 96 %
190 a 195 0,98 98 %
195 a 200 1,00 100 %
200 a 205 1,00 100 %

Se uma pessoa for escolhida aleatoriamente da população, a


chance de que esta pessoa seja menor do que 195 cm é de
98 %.
113

Transformar hidrograma
em histograma

Vazão
Contagem

Cada dia é um ponto amostral


O período completo é a amostra
114

Transformar hidrograma
em histograma

100 %
Probabilidade

Vazão
Cada dia é um ponto amostral
O período completo é a amostra
115

Curva permanência de vazões


116

Curva permanência de vazões


117

Curva permanência de vazões

Q90 = 40 m 3/s

A vazão deste rio é superior a 40 m3/s em 90 % do tempo.

Importância da curva
de permanência

• Algumas vazões da curva de permanência


(por exemplo a Q90) são utilizadas como
referências na legislação ambiental e de
recursos hídricos.
118

• As ações e legislações existentes, nos Sistemas


Estaduais de Gestão de Recursos Hídricos,
apresentam critérios de estabelecimento de uma
“vazão ecológica”, que visa evitar que o rio seque
pelo excesso de uso.

• Nesta forma de proceder, escolhe-se uma vazão de


referência (baseada na curva de permanência de
vazões ou num ajuste de probabilidade de
ocorrência de vazões mínimas, Q90 ou Q7,10, por
exemplo) e arbitra-se um percentual máximo desta
vazão que pode ser outorgado. O restante da vazão
de referência é considerado como sendo a “vazão
ecológica”.
119

Estado / Ato Critério da vazão de referência Vazão


Residual
O valor de referência será a descarga regularizada anual com garantia
de 90%. O somatório dos volumes a serem outorgados corresponde a
Bahia 80% da vazão de referência do manancial; 95% das vazões
Decreto no 6296 regularizadas com 90% de garantia, dos lagos naturais ou barragens
de 21 de março de 1997 implantados em mananciais intermitentes e, nos casos de
abastecimento humano, pode - se atingir 95%. 20% das
vazões
regularizad
Ceará O valor de referência será a descarga regularizada anual com garantia
as deverão
Decreto no 23.067 de 90%. O somatório dos volumes a serem outorgados corresponde a
escoar
de 11 fevereiro de 1994 80% da vazão de referência do manancial e nos casos de
para
abastecimento humano, pode-se atingir 95%.
jusante.
Rio Grande do Norte O valor de referência será a descarga regularizada anual com garantia
Decreto no 13.283 de 90%. O somatório dos volumes a serem outorgados não poderá
de 22 de março de1997 exceder 9/10 da vazão regularizada anual com 90% de garantia.
120

Vazões de referência, máximas


outorgáveis e remanescentes
Vazões de referência, máximas outorgáveis e remanescentes definidas
por órgãos ambientais de Estados Brasileiros:

ESTADO Vazão de referência Vazão Máxima Outorgável Vazão Remanescente

PR 50% Q7,10 50% Q7,10


Q7,10
MG 30% Q7,10 70% Q7,10
PE
80% Q90 20% Q90
BA
PB Q90
RN 90% Q90 10% Q90
CE
121

Importância para
geração de energia

P   Q He
P = Potência (W)
 = peso específico da água (N/m3)
Q = vazão (m3/s)
H = queda líquida (m)
e = eficiência da conversão de energia hidráulica em
elétrica

e depende da turbina; do gerador e do sistema de adução


0,76 < e < 0,87
122

Importância para
geração de energia

P    Q H e

excesso

déficit
123

Energia Assegurada

• Energia Assegurada é a energia que pode ser


suprida por uma usina com um risco de 5%
de não ser atendida, isto é, com uma
garantia de 95% de atendimento;

• Numa usina com reservatório pequeno, a


energia assegurada é definida pela Q95 ;

• A empresa de energia será remunerada pela


Energia Assegurada.
124

Curva permanência de vazões

40 m3/s
125

Exemplo
Uma usina hidrelétrica será construída em um rio com a curva de
permanência apresentada abaixo. O projeto da barragem prevê uma
queda líquida de 27 metros. A eficiência da conversão de energia será de
83%. Qual é a energia assegurada desta usina?
126

P    Q H e
Q95 = 50 m3/s
H = 27 m
e = 0,83
 = 1000 kg/m3 . 9,81 N/kg P = 9,81.50.27.0,83.1000 P = 11 MW
127

Determinação da vazão do rio através de medidores:

Através da Velocidade superficial (Vs) da corrente liquida do rio.


Precisão de 20% a 25% (Vm = Vs x 0,75).
Através de Vertedouro e Canal. Ver matéria de Mecânica dos fluidos.

Valores (n) da fórmula de Manning para canais

No Natureza das paredes N

1 Vidro liso 0,010


Reboco de cimento liso e águas não completamente
1 0,013
limpas
2 De terra sem vegetação 0,016
Cimento rugoso, musgo nas paredes e traçado
3 0,018
tortuoso
De terra, com vegetação rasteira no fundo e nos
4 0,025
taludes.
5 Rios naturais, cobertos de cascalhos e vegetação. 0,035

Tabela – Valores de (n) na formula de Manning


Fonte: Manual de Hidráulica - Azevedo Neto Vol. II. 6a ed.
128

Referencia Bibliográfica
1. Hidrologia – LUCAS NOGUEIRA GARCEZ e GUILLERMO ACOSTA
ALVAREZ.
2. Hidrologia – Ciência e Aplicação – TUCCI
3. Problemas de Mecânica dos Fluidos - GILLS. Col. Schaum
4. Manual de Hidráulica - AZEVEDO NETO
5. NBR – 7196 – Projeto e execução de telhado com telhas de
fibrocimento.
6. NBR – 10 844/89 – Instalações prediais de águas pluviais
7. Site: www.ana.gov.br
129

ANEXOS
ANEXO – Tabela para o coeficiente de run off
Comumente ele é chamado de coeficiente de Run-off. E, representara o
percentual de água que ira infiltrar através do solo, portanto, é função do
tipo de cobertura do solo,
C = Vol.E / Vol.T
Onde,
Vol.E = Volume efetivo (ou precipitação efetiva), o que restara,
Vol.T = Volume total (ou precipitação total), o que precipitou.
C = coeficiente de run-off. C< 1 - sempre menor do que a unidade, por
não existir solo com cobertura sem perda de água
Tabelas para coeficiente run-off ou coeficiente de deflúvio
As tabelas atendem as seguintes obras de Engenharia:
a) Engenharia Rodoviária
b) Obras Urbanas
c) E, obras com bacias maiores de 10 Km2
130

a) Engenharia Rodoviária – com bacias ate 10 Km2 – valores


para “C”

5% ≤ 10% ≤
Tipo de solo e cobertura Dec ≤ Dec. ≤
Dec. ≤ Dec. ≤
vegetal 5% 20%
10% 20%

Rocha de baixa permeabili-


Veg. rala 0,70 0,75 0,80 0,85
dade
Veg.
Idem 0,65 0,70 0,75 0,85
densa
Rocha de média
Veg. rala 0,60 0,65 0,70 0,75
permeabili-dade
Veg.
Idem 0,55 0,60 0,65 0,70
Densa
Solo de baixa
Veg. Rala 0,50 0,55 0,60 0,65
permeabilida-de – argiloso
Veg.
Idem 0,45 0,50 0,55 0,60
Densa
Idem Florestas 0,40 0,45 0,50 0,55
Solo de média
permeabilida-de – argila- Veg. Rala 0,35 0,40 0,45 0,50
arenoso
Veg.
Idem 0,30 0,35 0,40 0,45
Densa
Idem Florestas 0,25 0,30 0,35 0,40
Alta permeabilidade – solo
Veg. Rala 0,20 0,25 0,30 0,35
arenoso
Veg.
Idem 0,15 0,20 0,25 0,30
Densa
Idem Florestas 0,10 0,15 0,20 0,25
131

b) Engenharia de obras urbana – valores para “C”

Características da área Mínimo Máximo


Pátios e estacionamentos 0,90 0,95
Áreas cobertas 0,75 0,95
Vias concretadas 0,80 0,95
Vias asfaltadas 0,70 0,95
Passeios 0,75 0,85
Vias em calcadas poliédricas 0,70 0,85
Centros industriais e pesados 0,60 0,90
Centros industriais leves 0,50 0,80
Áreas urbanas centrais 0,70 0,95
Áreas urbanas periféricas 0,50 0,70
Conjuntos habitacionais densos 0,60 0,75
Conjuntos prediais 0,50 0,70
Conjuntos residenciais 0,40 0,60
Residenciais uni-familiares 0,35 0,50
Lotes urbanos grandes 0,30 0,45
Play grounds 0,20 0,35
Áreas periféricas não urbanizadas 0,10 0,30
Parques e cemitérios 0,10 0,25
Terreno rochoso montanhoso 0,50 0,85
Terreno rochoso plano ou ondulado 0,35 0,65
Relvado argiloso ondulado e
0,25 0,35
montanhoso
Relvado argiloso suavemente ondulado 0,18 0,22
Relvado argiloso plano 0,13 0,17
Relvado arenoso ondulado e
0,15 0,20
montanhoso
Relvado arenoso suavemente ondulado 0,10 0,15
Relvado arenoso plano 0,05 0,10
132

Florestas e matas caducifólias 0,30 0,60


Florestas e matas coníferas 0,25 0,50
Campos, prados e cerrados 0,35 0,65
Pomares e chácaras 0,15 0,40
Encostas com culturas permanentes 0,15 0,40
Vales com culturas permanentes 0,10 0,30

c) Bacias com áreas maiores de 10 Km2 – Valores para “CN”


SCC – Soil Conservece Service Norte Americana

Utilização da Condições da Solo Solo Solo Solo


terra superfície A B C D

Plantações Em curva de níveis 67 77 83 87


regulares
Horticultura Em curva de níveis 60 72 81 84
Pastagens Rala em curva de níveis 47 67 81 88
Normais em curva de 25 59 75 83
Idem
níveis
Campos Normais 36 60 73 79
permanentes
Idem Denso 25 55 70 77
Florestas Normais 36 60 70 76
Idem Densa 26 52 62 69
133

PROBLEMAS PROPOSTOS

1) Calcule o comprimento crítico (Lc) entre uma descida d’água e outra


para uma canaleta de crista de talude de estrada.
Resp.: Lc = 98,6 m
Considere:
- Área drenante, A≤ 3,0 km2
- Seção da canaleta: Largura = 1,0 m, altura = 25 cm
- Intensidade chuvosa, i = 100mm/h
- Fator de Manning, n = 0,015 (para concreto áspero)
- Coeficiente de Run off, cr = 0,65 (floresta rala)
- declividade máxima da canaleta, s= 3%
- profundidade da área drenante, p = 500 m

2) Calcule o comprimento crítico (Lc) entre uma descida d’água e outra


para uma calha de telhado. Adotar 50% de lâmina d’água.
Resp.: 13,1 m
Considere:
- Área do telhado, A ≤ 3,0 km2
- seção transversal da calha, largura = 15 cm, altura = 25 cm
- Intensidade chuvosa, i = 180 mm/h
- Fator de Manning, n = 0,018
- Coeficiente de Run off, cr= 1,0
- Declividade da calha, s = 1,0 %
- comprimento do telhado = 100m e largura do telhado = 20 m

3) Verificar se o vão retangular, sob uma ponte irá comportar a vazão


de um evento chuvoso, com tempo de retorno, T = 100 anos.
Como segurança, adotar 1,0 m de vão livre, para cheias.
Resp.:
Considere:
- Área da bacia de contribuição, A = 525 km2i
- Seção transversal do rio, no local da ponte. Largura = 18 m,
profundidade da calha, 7,0 m (rio + vão livre)
- Fator de Manning, n= 0,025
- Declividade média do rio próximo à ponte, s = 0,15 %
134

CAPITULOS 06
INFILTRAÇÃO e EVAPORAÇÃO

INFILTRAÇÃO
1. Introdução,
2. Fatores que influenciam na capacidade de infiltração,
3. Capacidade de infiltração,
4. Fórmula de Horton,
5. Tabela para o coeficiente de run off,
6. Infiltrômetros.

LEITURA COMPLEMENTAR
1. Os ciclos de alguns gases
2. Fenômenos: Inversão térmica, chuva ácida, efeito estufa e camada
de ozônio.
135

INFILTRAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
O escoamento superficial não representa toda a chuva que cai numa bacia.
Medindo o escoamento em um rio conclui-se que somente parte da chuva
transformava-se em vazão, o restante se perdia por transpiração,
evaporação e infiltração.
A taxa pela qual a infiltração ocorre depende, outras coisas, da
permeabilidade do solo ou rocha.. A quantidade total de infiltração também
depende do tempo disponível que a água tem para penetrar no chão.
Chuva forte e um rápido escoamento superficial irão reduzir esse tempo, e,
portanto, decrescer a quantidade total de infiltração.
Na equação do balanço hídrico aparece o termo que representa a
Infiltração;
Es = P – Evt – Inf +-Vol
136

2. FATORES QUE INFLUENCIAM NA CAPACIDADE DE


INFILTRAÇÃO
- Tipo de solo. A permeabilidade depende da granulometria.
- Cobertura do solo. Vegetação.
- Grau de umidade do solo.
- Temperatura do solo. Interfere na viscosidade da água de percolação.
- Porosidade, fissuras.
- Ações mecânicas de animais que escavam o terreno.
Tabela 1 Capacidade de infiltração

Capacidade de
Solo
infiltração em mm/h

argilas 0,25 a 2,5


Siltes 2.5 a 8
Areais formas 8 a 13
Areias grosas 13 a 20

Fonte: Control de Erosion en Zonas Tropicales – Jaime Suarez Diaz.


Universidade Industrial de Santander, Bucaramanga – Colômbia.
137

3. CAPACIDADE OU TAXA DE INFILTRAÇÃO:


É a razão máxima, sob dadas condições, que o solo e capaz de absorver
água. É a razão entre a precipitação, em vazão volumétrica, pela área
drenante, ou seja:
fp = V = Q/A (mm/h)
Sendo,
- fp = taxa de infiltração, em mm/h
- Q = Vazão volumétrica = A x V. Em m3/s
- A = Área drenante, em m2
- V = velocidade, em m/s

Exemplo: Determine a taxa de infiltração (em mm/h) do solo, quando no


mesmo, o volume de água consumida por unidade de tempo (ou vazão em
volume) vale 0,2 litros/minuto (e, por m2).

4. Fórmula empírica de Horton (1933)


a) capacidade instantânea:
fp = fc + (fo –fc) . ℮(-K . t)
b) total acumulado no tempo t, forma integral:
fa = fc.t – [(fo – fc)/k] . [e(-k.t) - 1]
Capacidade instantânea de infiltração, como sendo a quantidade máxima
de água que um solo pode absorver na unidade de tempo e por unidade de
área horizontal, em mm/h ou mm/dia.
Onde:
Fp = capacidade de infiltração instantânea do solo, no tempo t,
mm/h
fo = valor inicial, depende da umidade inicial do solo, mm/h
fc = valor mínimo, depende da permeabilidade do solo, mm/h
138

K = constante característica do solo, do tipo de solo


t = intervalo de tempo, em h
Obs.: Estes parâmetros podem ser determinados através de medições
locais por infiltrômetros ou simuladores de chuva.

fp (em mm/h)
fo

----------------------------- fc (constante)

t, tempo em horas

Obs: No inicio da chuva, a capacidade de infiltração é fo diminuindo ate um


valor constante fc, a medida que o solo vai se tornando saturado.
Este valor limite e definido pela permeabilidade do subsolo.
139
140

Ex. 01)

Consultar nas tabelas no capítulo 5, o valor para o coeficiente de


escoamento ou de deflúvio para as seguintes características de obras de
Engenharia:

a) Obra rodoviária. Alta permeabilidade, solo arenoso, vegetação rala e


declividade média da bacia hidrográfica compreendida em: 5 % a 10
%.
b) Via asfaltada urbana.
c) Horticulturas em curva de níveis, solo argiloso. Para bacia com áreas
superiores a 10 Km2
141

6. INFILTRÔMETROS
Os infiltrômetros são tubos cilíndricos curtos, de chapa metálicos, com
diâmetros variando entre 200 e 900 mm, cravados verticalmente no solo de
modo a restar uma pequena altura livre sobre este.
Podem ser utilizados um ou dois tubos concêntricos. No primeiro caso, o
tubo é colocado no terreno, até uma profundidade maior ou igual à da
penetração da água durante a duração do ensaio para evitar o erro
causado pela dispersão lateral da água. Durante todo o tempo da
experiência, mantém-se sobre o solo uma camada de água de 5 a 10 mm
de espessura. Uma vez conhecida, a taxa de aplicação da água adicionada
é dividida pela área da seção transversal do tubo e tem-se a capacidade de
infiltração.
As indicações fornecidas com o emprego desses aparelhos têm valor
relativo, devido a diversas causas de erro:
a) ausência do efeito da compactação produzida pela água da chuva;
b) fuga do ar retido para a área externa aos tubos;
c) deformação da estrutura do solo com a cravação dos tubos.
Os materiais utilizados são:
 Tubo metálico ou PVC;
 Martelo para cravação do tubo no solo;
 Água e solo (terreno).

Exemplo. Pede-se a taxa de infiltração do solo utilizando o aparelho


infiltrômetro através de ensaio de campo.
A água infiltrada no solo deverá ser reabastecida pelo laboratorista; ou
seja, a VAZÃO que sai deverá ser igual à VAZÃO que entra.
Este quadro representa o volume de água absorvida pelo solo, utilizando-se
de um infiltrômetro através de um ensaio de campo, onde pode-se obter o
os dados abaixo, coletados na bacia experimental do curso.
142

Hora Tempo (min) Volume (litros)

10:00 0 -
10:01 1 0.22
10:02 1 0.22
10:03 1 0,19
10:04 1 0,19
10:05 1 0,18
TOTAL 5 1,00

Quadro do volume de água consumida no solo através do infiltrômetro


143

EVAPORAÇÃO

Introdução,
A rapidez com q a água evapora depende de vários fatores,
Transpiração nos vegetais,
Avaliação da evaporação.
Evaporímetro e coeficiente de cultivo para Irrigação.
144

1. INTRODUÇÃO
Medindo o escoamento em um rio conclui-se que somente parte da chuva
se transformava em vazão, o estante se perdia por transpiração,
evaporação e infiltração, de acordo com o ciclo hidrológico.
A evapotranspiração ocorre basicamente em: superfície liquida: Lagos e
Barragens, da umidade do solo = Bacias Hidrográficas e transpiração dos
vegetais = florestas

2. A RAPIDEZ COM QUE A ÁGUA EVAPORA DEPENDE DE VÁRIOS


FATORES
ÁREA - Um prato cheio de água evaporará mais depressa do que um copo
de água com a mesma quantidade, porque a água no prato tem maior
superfície pela qual as moléculas podem escapar.
TEMPERATURA - Um aumento de temperatura faz as moléculas se
moverem mais depressa. Portanto elas têm maior energia cinética e
podem, assim, passar mais facilmente pela camada superficial e escapar.
PRESSÃO DO AR - As moléculas de água que atravessam a camada
superficial podem chocar-se com moléculas do ar e recuar para o líquido. O
ar atua como uma cobertura que se opõe à evaporação. A rapidez de
evaporação diminui quando a pressão atmosférica aumenta.
UMIDADE - Quando a água num recipiente fechado não o enche
completamente, o vapor se acumula no espaço sobre o líquido até que as
moléculas de vapor evaporem e se condensam com a mesma rapidez. A
rapidez de evaporação diminui quando a umidade aumenta.
VENTO - Num dia de ar parado a água evaporada de uma roupa molhada
fica perto da roupa, aumentando a umidade relativa e impedindo a
evaporação. O vento leva para longe esse vapor de modo que a roupa seca
mais depressa.

3. TRANSPIRAÇÃO NOS VEGETAIS


Perda de água, incorporação no ar atmosférico na forma de vapor,
decorrentes das ações físicas e fisiológicas dos vegetais. Em grande parte
feita pelos estômatos foliares, para manter uma temperatura interna ideal,
semelhante aos seres humanos.
145

a) As células da folha perdem água pelo processo de transpiração


devido a fatores externos e internos.
b) As células da folha ficam hipertônicas puxando água do xilema da
folha através de osmose (concentração).
c) O xilema da folha ao perder água fica com menor pressão em
relação ao xilema do caule, fazendo fluir a coluna de água em sua
direção.
d) O xilema do caule com pressão menor faz fluir água do xilema da
raiz.
e) O xilema da raiz, mais concentrado, puxa água das células da raiz
através de osmose (gradiente de concentração).
Fotossíntese: é o mecanismo pelo qual as plantas clorofiladas produzem
compostos orgânicos a partir de gás carbônico, água e energia luminosa. A
fotossíntese executa uma continua ação “purificadora” do ar atmosférico,
retirando o gás carbônico e liberando o oxigênio, fundamental para a vida
aeróbia.
Equação da fotossíntese:

6 (CO2) + 12 (H2O) + luz e clorofila = C6H12O6 + 6 (O2) + 6 (H2O)


(Pelo ar) + (Pelo solo) (Para o ar atmosférico)

A folha absorve o gás carbônico por difusão (concentração diferenciada),


esse gás penetra nas folhas pelos poros ou estômatos.
146

4. AVALIAÇÃO DA EVAPORAÇÃO
O método do balanço hídrico,
A medição por tanques evaporimetros,
As formulas empíricas do poder evaporante da atmosfera.

a. Método do balanço hídrico:


Considerando-se que os estados de armazenamento de lagos ou
reservatórios sejam conhecidos e que todas as afluências e defluências
possam ser medidas em um dado intervalo de tempo, a evaporação pode
ser calculada por:

E = P + A – D - I - S
147

b. Método de medição
Tanque medidor evaporímetro
Mede o poder evaporante da atmosfera local, através da evaporação da
água em mm de altura; isto, numa área conhecida.
O tanque mais usado é o classe A do U.S. Weather Bureau.
O abaixamento do nível da água no evaporímetro mede o quociente
Vol./Área, sendo vol. O volume de água que se evaporou durante o
intervalo de tempo considerado e A área da seção reta do recipiente.
Vol. = A.h ou h = vol./A (em mm). Da equação da continuidade: Q = V.A
= (Vol/t) = V.A
Nota: Para a cidade de Belo Horizonte, considerando superfícies cinza
(albedos), a media diária mensal = 3,85 mm/mês. 1998)
148

c. Método das fórmulas


Para avaliar o poder evaporante da atmosfera terrestre.

Formula geral – Lei de Dalton


E = k(e/z)
Onde,
E = Evaporação
k = coeficiente de difusão
e/z = gradiente de concentração de vapor.

Fórmulas específicas para evaporação

1. ROHWER
Ev = 0,771(1,465 - 0,0186 x B) (0,44 + 0,118 x W) (po – pa)
Sendo:
E = intensidade de evaporação (in/dia).
B = pressão barométrica (inHg).
W= velocidade do vento (milha/hora).

2. MEYER
Ev = C(1+W/10) (po – pa)
Sendo:
E = intensidade de evaporação em in/tempo, no caso por dia.
C = para períodos de 24horas (C= 0,36).
W= velocidade do vento em milhas/hora.
po= pressão de saturação do vapor em inHg.
pa=pressão efetiva do vapor d’água em inHg.
149

3. URSS
Ev = 0,15.n (1 + 0,072W) (po – pa)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporação, em mm/mês.
n = número de dias considerado.
W = velocidade média do vento em m/s, medida a cerca de 2,0 m acima
da superfície da água.
po = pressão de saturação do vapor em milibares ( 1bar = 1atm).
pa = pressão efetiva do vapor de água no ar, em mb.
Nota: Fator de conversão: 1 atm = 1Kgf/cm2 = 760 mmHg = 10 kPa

4. FITZERALD
Ev = 0,12(1+0,31.W) (po – pa)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporação, em mm/mês.
W = velocidade média do vento, em Km/h.
po = pressão de saturação do vapor em, mm de Hg.
pa = pressão efetiva do vapor de água no ar, em mm/Hg.

5. VERMUELE
Ev = (1 + 0,75T) (3,94 + 0,0016.h)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporação, em mm/mês.
T = temperatura média anual, em 0C.
h = altura pluviométrica anual, em mm.
150

Exemplo. Calcular o poder evaporante da atmosfera, utilizando-se das


principais formulas
Dados:
W = 0,5 m/s (velocidade do vento)
po = 0,032 atm
pa = 0,031 atm
T = 22 0C
h = precipitação media anual
patm = 760 mm de Hg

4. Evaporimetros e Coeficientes de Cultivo para Irrigação.


151

Para se ter a evaporação potencial de superfícies líquidas naturais a partir


dos dados medidos pelo tanque classe A , deve-se corrigir os dados pelo
coeficiente de correção do tanque:

Ep = E x kt

Onde: Ep = evaporação potencial, E = evaporação do tanque “classe A”

Kt = coeficiente do tanque (para a região nordeste Kt varia entre 0.6 e 1,0;


e no semi-árido é comum adotar-se Kt = 0,75)

As interações entre os parâmetros meteorológicos e as


características das plantas ou da água disponível no solo. São apresentadas
tabelas quanto ao limite para o desenvolvimento vegetal, definição dos
limites para o manejo do solo e condições para colheita, trânsito de
máquinas e aplicação de agroquímicos.
152

Coeficiente de cultivo (kc);


153

Problemas propostos;

1) Calcular o volume evaporado em uma irrigação de 1 hectare de


feijão em zona árida sabendo que a lâmina evaporada no tanque
Classe A é de 6 mm/dia.

Ve = kc.Ep.Airrigação

Ve = kc . (E . kt) . Airrigação

2) Verificar através da tabela para engenharia de obras urbanas , o


coeficiente de Run off (cr), para as seguintes cobertura do solo;
a) Vias asfaltadas
b) Conjuntos residenciais
c) Parques e cemitérios
d) Relvado arenoso plano

3) Verificar através da tabela apropriada, o tempo de retorno (T) para


as seguintes estruturas hidráulicas;
a) Bueiros rodoviários de tráfego alto
b) Bueiros rodoviários de tráfego baixo
c) Pontes – estradas secundárias
d) Drenagem urbana – galerias de pequenas cidades
e) Muro de contenção – áreas urbanas.

4) Verificar os coeficientes sazonais a, b, c, k, através do Pluvio 2.1


(UFV) no Parque das Mangabeiras, Capital-MG
a) Coordenadas geográficas - Latitude: 19056’44” S. Longitude:
43054’21” O
5) Calcular a transferência média diária, em m3, por evaporação na
liberação de água de um rio na sua extensão de 77 km. Considere
Eca = 4,6 mm/dia (evaporação média no tanque classe A), kt = 0,7
(coeficiente do tanque) e largura media do rio de 33,5 m.
Usar: Ee = kt . Eca
154

LEITURA COMPLEMENTAR

6. CICLOS DO CARBONO, NITROGÊNIO, ENXOFRE E OXIGÊNIO.

6.1 CICLO DO CARBONO

Os decompositores atuam sobre os detritos orgânicos liberando


CO2, que retorna à atmosfera, reintegrando-se a seu reservatório natural.
Detritos orgânicos ainda podem originar os combustíveis fósseis
que, através da combustão, eliminarão CO2 de volta para a atmosfera.

Fórmulas químicas:

Fotossíntese: CO2 + H2O = > C6H12O6 + H20 + O2

Respiração: C6H12O6 + O2 = > CO2 + H2O + energia

Combustão: combustível + energia + O2 = > CO2 + ...(detritos)


155

6.2 CICLO DO NITROGÊNIO

O ciclo do nitrogênio, assim como o do carbono, é um ciclo gasoso.


Apesar dessa similaridade, existem algumas diferenças notáveis entre os
dois ciclos:
 a atmosfera é rica em nitrogênio (78%) e pobre em Carbono
(0,032%);
 apesar da abundância de nitrogênio na atmosfera, somente um
grupo seleto de organismos consegue utilizar o nitrogênio gasoso;
 o envolvimento biológico no ciclo do nitrogênio é muito mais
extenso do que no ciclo do carbono.

6.3 CICLO DO ENXOFRE

INTERVENÇÕES ANTRÓPICAS

1. O dióxido de enxofre (SO2) é liberado na atmosfera pela queima de


combustíveis fósseis.
2. O SO2 interage com o vapor d’água produzindo gotículas de ácido
sulfúrico (H2SO4) diluído, o que acarretará a precipitação de chuva
ácida.
3. O excremento animal representa um fonte de sulfato reciclado.
4. A produção primária é responsável pela incorporação do sulfato à
matéria orgânica.
156

6.4 CICLO DO OXIGÊNIO

O oxigênio molecular (O2), indispensável à respiração aeróbica, é o


segundo componente mais abundante da atmosfera, onde existe na
proporção de cerca de 21%.
O oxigênio teria desaparecido da atmosfera, não fosse o contínuo
reabastecimento promovido pela fotossíntese, principalmente do
fitoplâncton marinho, considerado o verdadeiro "pulmão" do mundo.
O oxigênio pode ser consumido da atmosfera através das seguintes
vias:

 atividade respiratória de plantas e animais;


 combustão;
 degradação, principalmente pela ação de raios
ultravioleta, com formação de ozônio (O3);
 combinação com metais do solo (principalmente o
ferro), formando óxidos metálicos
157

7. Inversão térmica, chuva ácida, efeito estufa e a camada de


ozônio.

7.1 Inversão térmica

É um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do


planeta, no entanto, sua ocorrência é maior nos centros urbanoindustriais.
Costuma acontecer no inverno, nos dias frios. Em situações normais o ar,
aquecido pela irradiação da superfície, por ficar menos denso (mais leve),
eleva-se dando lugar ao ar frio, dessa maneira formam-se correntes de
convecção do ar, que estabelecem uma dinâmica favorável à dispersão de
poluentes.
Quando a temperatura próxima ao solo cai abaixo de 4ºC, o ar frio,
não consegue elevar-se, ficando retido em baixas altitudes. Camadas mais
elevadas da atmosfera são ocupadas com ar relativamente mais quente. Os
gases liberados pelas chaminés e veículos, concentram-se nas camadas
mais baixas, sendo impedidos de dispersar-se em virtude da concentração
de ar frio.
Na cidade de São Paulo é muito comum acontecer o chamado
“efeito tampão”. Quando duas massas de ar de temperaturas diferentes se
encontram, a massa de ar mais aquecida é obrigada a passar por cima da
mais fria, formando-se assim um verdadeiro tampão sobre a cidade,
impedindo os poluentes de circularem, criando uma névoa sobre a cidade.

7.2 Chuva ácida

As chuvas são sempre ácidas, pois a combinação de gás carbônico


(CO ) e água (HO) presentes na atmosfera produz ácido 2 2carbônico (H
CO ). A elevação exagerada dos níveis de acidez é resultado da ação
antrópica.
A chuva ácida é causada pela emissão de poluentes das industrias,
dos transportes e demais atividades que queimam combustíveis fósseis. Os
principais responsáveis por esse fenômeno são o dióxido de enxofre (SO) e
o dióxido de nitrogênio (No ). Esses gases, ao serem lançados na
atmosfera, se combinam com a água em suspensão, transformando-se em
ácido com elevada capacidade de corrosão.
158

Esse fenômeno tem como impacto a corrosão de monumentos, a


acidificação das águas e a destruição da cobertura vegetal.
Os países do hemisfério norte mais industrializados são os que mais
contribuem para emissão desses gases, consequentemente, as chuvas
ácidas ocorrem com maior intensidade nestes países; destaques para o
nordeste dos EUA e Europa Ocidental.

7.3. Efeito estufa

O efeito estufa é assim chamado devido a sua semelhança com os


efeitos de aquecimentos próprios das estufas, cuja cobertura de vidro é
transparente à luz solar, mas bloqueia a dissipação do calor ali formado.
Da mesma forma, o efeito estufa é caracterizado pela manutenção
do calor irradiado pela Terra, que não consegue se dissipar em direção ao
espaço. acontece porque alguns gases presentes na atmosfera terrestre (os
“gases-estufa”), como o gás carbônico (CO ), o metano (CH ) e o óxido
nitroso (NO ), reduzem a taxa de perda do calor terrestre para o espaço.
Na verdade, o fenômeno nasce quando as radiações de energia
solar, em ondas longas (radiação infravermelha), ficam presas abaixo do
limite atmosférico, mantendo o calor terrestre na atmosfera. Ou seja, a
radiação solar (ondas curtas - ultravioleta), atravessa a atmosfera e chega
ao planeta, aquecendo-o. A radiação terrestre resultante (ondas longas
infravermelho), ou ondas de calor, não consegue se devolvida plenamente
ao espaço, pois os gases-estufa (principalmente CO ), absorvem e emitem
esta radiação de volta para o planeta, o que permite a manutenção da
temperatura média do globo em certos níveis.
159

7.4. Buraco na camada de ozônio

O ozônio (O) na baixa atmosfera é extremamente prejudicial,


principalmente para o desenvolvimento das plantas. Mas em estado puro e
livre na estratosfera (entre 15 e 30 Km de altitude), ele protege os seres
vivos da radiação proveniente do
Sol, filtrando os raios ultravioletas.
A emissão de clorofluorcarbono (CFC) na atmosfera, resultante da
utilização de condicionadores de ar, refrigeração, e no processo de
fabricação de aerossóis, isopor e solventes, provocando a diminuição das
moléculas de ozônio, uma vez que o cloro presente no CFC, reage com
estas, destruindo-as. Como conseqüências da maior incidência da radiação
solar (ultravioleta) na superfície terrestre. Cita-se o aumento do número de
casos de câncer de pele, perturbações na visão e diminuição na velocidade
da fotossíntese dos vegetais.
160

APÊNDICE
MANUAL DA LEGISLAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Estrutura legal e regulatoria e o sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos

Constituição Federal de 1988


Titulo VIII – Da Ordem Social - Capitulo VI – Do Meio Ambiente – Art. 255 e Art. 20 e Art. 21.

AGENDA 21
É um amplo programa de ação, com a finalidade de dar efeito prático aos princípios aprovados na
Declaração do Rio-92 (Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento).
Não tem valor jurídico, contudo contém um roteiro detalhado de ações concretas a serem adotadas ate
o séc. XXI pelos governos.

Lei 6.938/81
Art. 2 – a Política Nacional do Meio Ambiente. E, criou o CONAMA – Conselho Nacional do Meio
Ambiente.
Alterações –
Lei 7.804/89 – Redação da Lei 6.938/81
Lei 8.028/90 - Redação da Lei 7.804/89

SISNAMA - O Sistema Nacional do Meio Ambiente


Criado por exigência da CONSTITUICAO FEDERAL DE 1988 9 (CF/88) através do DECRETO LEI
99.355/90.
Sua estrutura governamental -
- Conselho do Governo – Órgão Superior
- CONAMA – Órgão Consultivo
- SMAM/PR – Ministério do Meio Ambiente
- IBAMA – Órgão Executor

SNGRH – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos


Criado por exigência da CF/88 através da Lei 9.433/97 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos
Objetivos
- Conselho Nacional dos Recursos Hídricos - CNRH
- Conselho de Recursos Hídricos dos Estados
161

- ANA – Agencia Nacional de Águas


- Comitê de Bacia Hidrográfica
- Órgãos dos Poderes Público Federal, Estadual e Municipal cujas competências se
relacionam com a gestão de recursos hídricos.
- Agencias de Águas.

PLANO DIRETOR
Criado por exigência da CF/88 – Art. 182, Inciso 1 o obriga a sua elaboração e adoção em áreas
urbanas com população igual ou superior a 20 000 habitantes.
ASSUNTO DISCIPLINADO POR LEIS ESPECIFICA SOBRE O MEIO AMBIENTE, MEIO
AQUÁTICO E MEIO TERRESTRE

Meio Ambiente
- Portaria MINTER número 235/76 – Estabelece os padrões de Qualidade do Ar
- Resolução do CONAMA número 18/86 – Estabelece o PNCPVA - Programa Nacional de
Controle da Poluição por Veículos Automotivos.
- Resolução do CONAMA numero 05/89 – Estabelece o PRONAR – Programa Nacional de
Controle da Qualidade do Ar.

Meio Aquático – Assuntos disciplinados pelas seguintes Leis


- CF/88 nos seus Art. 255, Art. 20 e Art. 21
- Lei Federal 7.990/89
- Lei Federal 8.001/90 – Ambas sobre a compensação financeira devida aos Estados,
Distrito Federal e Municípios pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural e
recursos hídrico.
- Lei Federal 4.771/65 – Estabelece os códigos Florestais e de Pesca.
- Lei Federal 6.938/81
- Resolução do CONAMA número 20/86 – Estabelece nove classes de Rios.
- Lei Federal 7.861/88 – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro
- Lei Federal 5.357/67 – Penalidades para embargues e terminais marítimos ou fluviais
que lançarem detritos ou óleo em águas brasileiras.
- A grande evolução veio com a Lei Federal 9.433/97 – institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos.
162

Meio terrestre
Proteção do solo
- Decreto Lei 94.076/87 – Institui o Programa Nacional de Microbacias hidrográficas, sob
a supervisão do Ministério da Agricultura, visando promover um adequado
aproveitamento agropecuário.
Fertilizantes
- Lei Federal 6.894/80 – Dispõe sobre a produção e comercio de fertilizantes, corretivos,
inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes destinados à agricultura.
- Decreto 86.955/82 – Regulamenta a lei anterior.
Agrotóxicos
- Lei 7.802/89, Lei básica de controle dos agrotóxicos no Brasil (Receituário agronômico).
- Portaria MA/SNDA 329/85 do Ministério da Agricultura – Proíbe o uso de produtos
agrotóxicos organoclorados destinados à agropecuária.
- Resolução do CONAMA número 05/85 – Pó da china (penta clorofenato de sódio)
- Resolução do CONAMA número 06/88 – Sobre o inventario de resíduos industriais nos
Pais.

Resíduos Sólidos
- Portaria Federal MINTER número 53/79 – Ministério do Interior – Estabelece normas
para os projetos específicos de tratamento e disposição de resíduos sólidos.
- Resolução do CONAMA 01/86 – Estabelece sobre o licenciamento para estudo de
impacto ambiental (aterros sanitários, etc.) e RIMA.
- Resolução do CONAMA número 05/88 – Licenciamento ambiental das obras de sistemas
de limpeza urbana. (domestica, publica, industrial e hospitalar.).
- Resolução do CONAMA número 009/87 – Critério para Audiência Publica para RIMA.
- Resolução do CONAMA número 76/88 – Atender a NBR 10.004 – Resíduos Sólidos
Industriais.
- Portaria normativa – IBAMA numero 1.197/90 – Transportes de lixos para o Brasil
- Resolução CONAMA número 8/91 – Veda a entrada no Brasil de lixos...

Lei número 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor.


Lei número 7.347/85 – Disciplina a ação civil publica de responsabilidade por danos causados ao
meio ambiente.(Os profissionais com atuação em Perícias Ambientais tenham pleno conhecimento desta
Lei)
163

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL


- Resolução CONAMA 001/86 – Critério do RIMA
- Resolução CONAMA 009/87 - Audiências Publicas para o RIMA
- Licença Previa (LP) – Fase preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos
básicos, observados planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo.
- Licença de Instalação (LI) – Autoriza o inicio da implantação.
- Licença de Operação (LO) – Autoriza o inicio da operação.

COMITÊS E AGENCIAS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS


A Lei Federal nº 9.433, conhecida como Lei das Águas, instituiu a Política Nacional dos Recursos
Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos.
Os Comitês de Bacia constituem-se na base do Sistema de Gerenciamento. Nestes fóruns são
promovidos os debates sobre as questões relacionadas à gestão dos recursos hídricos sendo, por esta
razão, chamado por muitos de Parlamento das Águas, dadas as suas atribuições normativas, consultivas
e deliberativas.
Estes Comitês são constituídos por representantes dos poderes públicos, dos usuários das águas e das
organizações civis com ações desenvolvidas para a recuperação e conservação do meio ambiente e dos
recursos hídricos em uma determinada Bacia hidrográfica. Sua criação formal depende de autorização
do Conselho Nacional de Recursos Hídricos que editou a Resolução nº 5/2000 que estabelece as
diretrizes gerais para a sua formação e o seu funcionamento, e de decreto da Presidência da República.
Os Comitês de Bacia Hidrográfica têm como objetivo a gestão participativa e descentralizada dos
recursos hídricos naquele território, utilizando-se da implementação dos instrumentos técnicos de
gestão, harmonizando os conflitos e promovendo a multiplicidade dos usos da água, respeitando a
dominialidade das águas, integrando as ações de todos os governos, no âmbito dos Municípios, dos
Estados e da União, propiciando o respeito aos diversos ecossistemas naturais, promovendo a
conservação e recuperação dos corpos d'água, garantindo a utilização racional e sustentável dos
recursos para a manutenção da boa qualidade de vida da sociedade local.
Dentre suas principais competências destacam-se:
 Arbitrar os conflitos relacionados aos recursos hídricos naquela bacia hidrográfica
 Aprovar o Plano de Recursos Hídricos
 Acompanhar a execução do Plano e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de
suas metas
 Estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a
serem cobrados
Definir os investimentos a serem implementados com a aplicação dos recursos da cobrança.

Comitês em minas gerais


A partir de 1995, o órgão gestor do recurso hídricos de Minas Gerais, recentemente reformulado e
denominado IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas, passou a empreender ações no sentido de
prover o Estado de colegiados multisetoriais, os Comitês de Bacias Hidrográficas, referidos como
instâncias de caráter deliberativo e normativo, conforme a legislação especifica existente, objetivando a
implementação da gestão descentralizada e participativa do recurso hídrico.
Como resultado, foram criados e aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos – CERH/MG,
diversos comitês de Bacias e outros se encontram em fase final de criação.
164

Respaldo pela Lei Estadual 11.504 de 20/06/94 e da Lei Federal 9.433 de 08/01/97, ambas
instrumentos de instituição das Políticas de Recursos Hídricos.
Fonte: IGAM
CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
RESOLUÇÃO N.o 15 DE 11 DE JANEIRO DE 2001

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos-CNRH, no uso de suas atribuições e competências que lhe
são conferidas pela Lei n° 9433, de 08 de janeiro de 1997, pelo Decreto n° 2612, de 03 de junho de
1998 e conforme disposto no regimento interno, e:
Considerando que compete ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos-SINGREH
coordenar a gestão integrada das águas;
Considerando que diversos órgãos da Administração Pública Federal e dos Estados possuem
competências no gerenciamento das águas;
Considerando que o Município tem competências específicas para o disciplinamento do uso e ocupação
do solo;
Considerando que as águas meteóricas, superficiais e subterrâneas são partes integrantes e
indissociáveis do ciclo hidrológico;
Considerando que os aqüíferos podem apresentar zonas de descarga e de recarga pertencentes a uma
ou mais bacias hidrográficas sobrejacentes;
Considerando que a explotação inadequada das águas subterrâneas pode resultar na alteração
indesejável de sua quantidade e qualidade;
Considerando ainda que a explotação das águas subterrâneas pode implicar redução da capacidade de
armazenamento dos aqüíferos, redução dos volumes disponíveis nos corpos de água superficiais e
modificação dos fluxos naturais nos aqüíferos, resolve:
Art. 1° - Para efeito desta resolução consideram-se:
I - Águas Subterrâneas - as águas que ocorrem naturalmente ou artificialmente no subsolo.
II - Águas Meteóricas - as águas encontradas na atmosfera em quaisquer de seus estados físicos.
III - Aqüífero - corpo hidrogeológico com capacidade de acumular e transmitir água através dos seus
poros, fissuras ou espaços resultantes da dissolução e carreamento de materiais rochosos;
IV - Corpo Hídrico Subterrâneo - volume de água armazenado no subsolo.
Art. 2° - Na formulação de diretrizes para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos
deverá ser considerada a interdependência das águas superficiais, subterrâneas e meteóricas.
Art. 3° - Na implementação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos deverão ser
incorporadas medidas que assegurem a promoção da gestão integrada das águas meteóricas,
superficiais e subterrâneas, observadas as seguintes diretrizes:
I - Nos Planos de Recursos Hídricos deverão constar, no mínimo, os dados e informações necessários
ao gerenciamento integrado das águas, em atendimento ao art. 7° da Lei n° 9.433/97.
II - O enquadramento dos corpos de água subterrânea em classes dar-se-á segundo as características
hidrogeológicas dos aqüíferos e os seus respectivos usos preponderantes, a serem especificamente
definidos.
III - Nas outorgas de direito de uso de águas subterrâneas deverão ser considerados critérios que
assegurem a gestão integrada das águas, visando evitar o comprometimento qualitativo e quantitativo
dos aqüíferos e dos corpos hídricos superficiais a eles interligados.
165

IV - A cobrança pelo uso dos recursos hídricos subterrâneos deverá obedecer a critérios estabelecidos
em legislação específica.
V - Os Sistemas de Informações de Recursos Hídricos no âmbito federal, estadual e do Distrito Federal
deverão conter, organizar e disponibilizar os dados e informações necessários ao gerenciamento
integrado das águas.
Parágrafo único - Os Planos de Recursos Hídricos deverão incentivar a adoção de práticas que
resultem no aumento das disponibilidades hídricas das respectivas Bacias Hidrográficas, onde essas
práticas forem viáveis.
Art. 4° - No caso de aqüíferos subjacentes a duas ou mais bacias hidrográficas, o SINGREH e os
Sistemas de Gerenciamento de Recursos Hídricos dos Estados ou do Distrito Federal deverão promover
a uniformização de diretrizes e critérios para coleta dos dados e elaboração dos estudos hidrogeológicos
necessários à identificação e caracterização da bacia hidrogeológica.
Parágrafo único - Os Comitês de Bacias Hidrográficas envolvidos deverão buscar o intercâmbio e a
sistematização dos dados gerados para a perfeita caracterização da bacia hidrogeológica.
Art. 5° - No caso dos aqüíferos transfronteiriços ou subjacentes a duas ou mais Unidades da
Federação, o SINGREH promoverá a integração dos diversos órgãos dos governos federal, estaduais e
do Distrito Federal, que têm competências no gerenciamento de águas subterrâneas.
§ 1° - Os conflitos existentes serão resolvidos em primeira instância entre os Conselhos de Recursos
Hídricos dos Estados e do Distrito Federal e, em última instância, pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos.
§ 2° - Nos aqüíferos transfronteiriços a aplicação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos
Hídricos dar-se-á em conformidade com as disposições constantes nos acordos celebrados entre a
União e os países vizinhos.
Art. 6° - O SINGREH, os Sistemas Estaduais e do Distrito Federal de Gerenciamento de Recursos
Hídricos deverão orientar os Municípios no que diz respeito às diretrizes para promoção da gestão
integrada das águas subterrâneas em seus territórios, em consonância com os planos de recursos
hídricos.
Parágrafo único - Nessas diretrizes deverão ser propostos mecanismos de estímulo aos Municípios
para a proteção das áreas de recarga dos aqüíferos e a adoção de práticas de reuso e de recarga
artificial com vistas ao aumento das disponibilidades hídricas e da qualidade da água.
Art. 7° - O SINGREH e os Sistemas Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos dos Estados e do
Distrito Federal deverão fomentar estudos para o desenvolvimento dos usos racionais e práticas de
conservação dos recursos hídricos subterrâneos, assim como a proposição de normas para a
fiscalização e controle das mesmas.
Art. 8° - As interferências nas águas subterrâneas identificadas na implementação de projetos deverão
estar embasadas em estudos hidrogeológicos necessários para a avaliação de possíveis impactos
ambientais.
Art. 9° - Toda empresa que execute perfuração de poço tubular profundo deverá ser cadastrada junto
aos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e órgãos estaduais de gestão de
recursos hídricos e apresentar as informações técnicas necessárias, semestralmente e sempre que
solicitado.
Art. 10 - Os poços jorrantes deverão ser dotados de dispositivos adequados para evitar desperdício,
ficando passíveis das sanções previstas na legislação pertinente os responsáveis que não tomarem as
devidas providências.
Art. 11 - Os poços abandonados, temporária ou definitivamente, e as perfurações realizadas para
outros fins deverão ser adequadamente tamponados por seus responsáveis para evitar a poluição dos
aqüíferos.
166

Art. 12 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.


JOSÉ SARNEY FILHO
RAYMUNDO JOSÉ SANTOS GARRIDO
Presidente do Conselho Secretário-Executivo

OUTORGA
Usos Múltiplos da Água
Dentre os recursos naturais, um dos que apresenta os mais variados, legítimos e correntes usos, é a
água. Atualmente, vários são os usos dados a água:
- Abastecimento público;
- Consumo industrial;
- Matéria prima para a industria;
- Irrigação;
- Recreação;
- Dessedentação de animais;
- Geração de energia elétrica;
- Transporte;
- Diluição de despejos, e
- Preservação da flora e fauna (fonte protéica)

Abastecimento público;
É o uso mais nobre da água e se manifesta praticamente em todas as atividades do homem:
manutenção da vida (água para beber), higiene pessoal e das habitações, combate a incêndios, entre
outras. Desta forma todos os usos gerados em cidades, vilas e pequenos núcleos urbanos, para fins de
abastecimento doméstico, comercial, público e industrial, são considerados usos urbanos.

Abastecimento industrial;
a) participando do processo, mas não entrando em contato com o produto, ex: (água para
caldeira e refrigeração);
b) integrando-se ao produto fabricado ( produtos alimentícios e industrias de bebidas). Entrando
em contato com a matéria prima ou produto final, as águas necessitam de elevado grau de
pureza;
c) como elemento participativo nos serviços complementares de fábricas e indústrias (higiene de
operários, limpeza de equipamentos, entre outros).
O item abaixo apresenta alguns consumos específicos de água para fins industriais, considerando o tipo
de indústria e o seu produto. Trata-se de valores médios, sendo extremamente variáveis em função da
tecnologia empregada.

Tipo de indústria Consumo


167

- Laminação de aço 85 m3 por tonelada de aço


- Refinação do petróleo 290 m3 por barril refinado
- Indústria têxtil 1000 m3 por tonelada de tecido
- Couros-Curtumes 55 m3 por tonelada de couro
- Papel 250 m3 por tonelada de papel
- Saboarias 2 m3 por tonelada de sabão
- Usinas de açúcar 75 m3 por tonelada de açúcar
- Fábrica de conservas 20 m3 por tonelada de conserva
- Laticínios 2 m3 por tonelada de produto
- Cervejaria 20 m3 por m3 de cerveja
- Lavanderia 10 m3 por tonelada de roupa
- Matadouros 3 m3 por animal abatido

Irrigação
A irrigação de culturas agrícolas é uma prática utilizada de forma a complementar a necessidade de
água, naturalmente promovida pela precipitação, proporcionando teor de umidade ao solo suficiente
para o crescimento das plantas. É o uso da água de maior consumo, demandando cuidados e técnicas
especiais para o aproveitamento racional com o mínimo de desperdício. Quando utilizada de maneira
incorreta, além de problemas quantitativos, a irrigação pode afetar drasticamente tanto a qualidade dos
solos quanto a dos recursos hídricos superficiais subterrâneos (fertilizantes, corretivos e agrotóxicos).
Devem ainda, ser observados os aspectos biológicos e tóxicos da água.

Dessedentação de animais
Deve ser avaliada a qualidade da água antes da mesma ser utilizada para dessedentação de animais.

Recreação e lazer contemplativo;


Poder ser classificado de duas maneiras distintas:
a) contato primário ou direto (natação ou surf),
b) contato indireto ou secundário (esportes náuticos, pesca esportiva, lazer contemplativo).

Geração de energia elétrica;


A energia hidráulica transformada em energia elétrica tem sido um dos usos mais freqüentes dos
recursos hídricos. As hidrelétricas utilizam barragens para regularizar a vazão e criar o desnível
necessário à produção de energia.
Deve-se observar que a construção de barragens para regularização de vazões causa alterações no
regime dos cursos d’água, perdas por evaporação da água dos reservatórios, principalmente em regiões
semi-áridas, e diversas alterações no meio físico.

Transporte;
168

A comunicação via aquática, no transporte de cargas e pessoas. No Brasil, a ampliação deste uso seria
adequada devido a grande coleção de águas existentes.

Diluição de despejos
Lançamento de dejetos provenientes de atividades urbanas (residenciais) e industriais. Embora este uso
não seja classificado com consuntivo, esse uso pode resultar em limitações do uso dos corpos de águas
para outras atividades devido as restrições quanto aos padrões de qualidade requeridos.

Preservação da flora e fauna (fonte protéica)


Qualquer um dos usos anteriores, deve pressupor que a utilização dos mananciais não altere seus
aspectos físicos, químicos e bacteriológicos, de forma a não impactar a biota aquática.

ANA
Ao assumir suas atribuições legais, a ANA - Agencia Nacional de Águas passou a responsabilizar-se
pela continuidade da análise técnica de 223 pedidos de outorga, então em tramitação na Secretaria de
Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, aos quais viriam a se somar mais 201 novos
pedidos, protocolizados, entre janeiro e dezembro de 2001, na própria Agência, totalizando 424 pedidos
de outorga.
A necessidade de priorizar o atendimento, ante tal volume de pedidos de outorga, praticamente
canalizou os esforços do setor, em processo de estruturação, prejudicando o desenvolvimento de
atividades de caráter estratégico para a elaboração dos procedimentos gerais e específicos da outorga.
Não obstante, foi possível avançar na definição de procedimentos de análise para as diversas tipologias
de empreendimentos e na sistematização dos aspectos formais envolvidos, desde a solicitação até a
emissão da Resolução específica.
Os pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de domínio da União, bem como os atos
administrativos que deles resultarem, são publicados na imprensa oficial e em pelo menos um jornal de
grande circulação na região a que se referir.
Após a tramitação de rotina, é iniciada a análise do pedido, segundo a tipologia que, em geral, se
baseia nos dados fornecidos pelo requerente, que devem contemplar a descrição geral do
empreendimento e os estudos para a determinação da disponibilidade hídrica.
São, então, conduzidas análises quanto à demanda e quanto à disponibilidade de água do corpo hídrico
manancial, a partir do qual será feita a captação, tendo em vista as especificidades envolvidas. Já se
dispõe de rotinas sistematizadas para análise de pedidos de outorga para irrigação, abastecimento
público, lançamentos de efluentes de esgotamento sanitário, uso industrial e obras hidráulicas.
Entre os desafios ainda a serem enfrentados, inclui-se a sistematização de procedimentos do ponto de
vista espacial, em vista de as atribuições da ANA referirem-se aos cursos de água de domínio da União,
o que pressupõe a adoção de procedimentos análogos e similares para os cursos de água das bacias
estaduais.

Atribuições:
a) A Superintendência de Outorga e Cobrança tem como atribuições específicas:
analisar e emitir parecer circunstanciado e conclusivo sobre outorga de direito de uso de
recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, inclusive adução de água bruta, para
decisão da Diretoria Colegiada;
169

b) coordenar a articulação entre os órgãos gestores de recursos hídricos sobre critérios e


procedimentos de outorga nas bacias hidrográficas integradas por rios de domínio da União;
c) propor o estabelecimento de prazos para a regularização dos usos de recursos hídricos de
domínio da União, que não sejam amparados por correspondente outorga de direito de uso;
d) propor os termos da resolução conjunta de que trata o art. 23 do Decreto no 3.962, de 2000,
submetendo à deliberação da Diretoria Colegiada após negociação com a Agência Nacional de
Energia Elétrica - ANEEL;
e) coordenar a elaboração e propor à Diretoria Colegiados estudos técnicos para subsidiar a
definição, pelo Conselho. Nacional de Recursos Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso
de recursos hídricos de domínio da União, com base nos mecanismos e quantitativos sugeridos
pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma do inciso VI do art. 38 da Lei nº 9.433, de 1997;
f) implementar, em articulação com os Comitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pelo uso de
recursos hídricos de domínio da União.
Cobrança pelo uso de água

Pergunta mais freqüente.Fonte: www.ana.gov.br

a. O que é a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos?


É o ato administrativo mediante o qual o Poder Público outorgante (União, Estados ou Distrito Federal)
faculta ao outorgado o uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas condições
expressas no respectivo ato. O referido ato é publicado no Diário Oficial da União (caso da ANA), ou
nos Diários Oficiais dos Estados ou Distrito Federal, onde o outorgado é identificado e estão
estabelecidas as características técnicas e as condicionantes legais do uso das águas que o mesmo está
sendo autorizado a fazer.

b. Por que a outorga é necessária?


A água pode ser aproveitada para diversas finalidades, como: abastecimento humano, dessedentação
animal, irrigação, indústria, geração de energia elétrica, preservação ambiental, paisagismo, lazer,
navegação, etc. Porém, muitas vezes esses usos podem ser concorrentes, gerando conflitos entre
setores usuários, ou mesmo impactos ambientais.
Nesse sentido, gerir recursos hídricos é uma necessidade premente e que tem o objetivo de buscar
acomodar as demandas econômicas, sociais e ambientais por água em níveis sustentáveis, de modo a
permitir a convivência dos usos atuais e futuros da água sem conflitos.
É nesse instante que o instrumento da Outorga se mostra necessário, pois ordenando e regularizando
o uso da água é possível assegurar ao usuário o efetivo exercício do direito de acesso à água, bem
como realizar o controle quantitativo e qualitativo desse recurso.

c. A quem deve ser solicitada a outorga?


A Agência Nacional de Águas - ANA é a responsável pela análise dos pedidos e emissão de outorgas de
direito de uso de recursos hídricos em corpos hídricos de domínio da União.
Em corpos hídricos de domínio dos Estados e do Distrito Federal, a solicitação de outorga deve ser feita
às respectivas autoridades outorgantes estaduais. Atualmente, 22 Unidades da Federação possuem
Legislações sobre Recursos Hídricos.

d. Que usos dependem de outorga?


· A derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo d'água para consumo final,
170

inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;


· A extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
· Lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não,
com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
· Uso de recursos hídricos com fins de aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
· Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de
água.

e. Que usos independem de outorga de direito de uso de recursos hídricos?


· O uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais,
distribuídos no meio rural;
· As derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes, tanto do ponto de vista de
vazão como de carga poluente;
· As acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.

f. Como solicitar uma outorga de direito de uso da água de domínio da União?


O interessado deverá preencher os formulários correspondentes ao(s) uso(s) pretendido(s), anexando
a documentação relacionada nesses formulários e encaminhar à ANA.

g. Quais os formulários disponíveis para solicitação de outorga?


A tabela abaixo apresenta a relação de formulários disponíveis para solicitação de outorga de uso da
água de domínio da União junto à ANA.

h. Como posso tirar dúvidas sobre o assunto?


As dúvidas podem ser tiradas junto à Superintendência de Outorga e Cobrança da ANA, onde um
corpo técnico habilitado prestará o auxílio necessário aos interessados.

i. Como se processa a análise da outorga no âmbito da Agência Nacional de Águas?


O diagrama a seguir apresenta as principais etapas de tramitação de processos de outorga no âmbito
da Superintendência de Outorga e Cobrança da ANA.

j. Por que o Poder Público instituiu a outorga?


Com a Constituição Federal de 1988 as águas tornaram-se de domínio público, tendo sido necessário
que o Poder Público estabelecesse um instrumento através do qual pudesse autorizar o uso dos
recursos hídricos. Foi instituída, portanto, a Política Nacional de Recursos Hídricos - Lei nº 9.433/97 - na
qual cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e regulamenta o inciso XIX do art.
21 da Constituição Federal.
São de domínio estadual as águas subterrâneas e as águas superficiais dos cursos de água que escoam
desde sua nascente até a foz passando apenas por um Estado. São de domínio da União as águas dos
rios e lagos que banham mais de uns estados, fazem limite entre estados ou entre o território do Brasil
e o de um país vizinho.

k. Quais são as Modalidades de outorga?

AUTORIZAÇÃO - Obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou jurídica de direito
privado e quando não se destinarem à finalidade de utilidade pública (prazo máximo de 5 anos).
CONCESSÃO - Obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou jurídica de direito
público e quando se destinarem à finalidade de utilidade pública (prazo máximo de 20 anos).
171

PERMISSÃO - Obras, serviços ou atividades desenvolvidas por pessoa física ou jurídica de direito
privado, sem destinação de utilidade pública e quando produzirem efeitos insignificantes nos curso de
água (prazo máximo de 3 anos).

l. Como solicitar a outorga?


A outorga de direito de uso da água deve ser solicitada por meio de formulários próprios do IGAM, que
contêm todas as informações necessárias à avaliação técnica do empreendimento e da disponibilidade
hídrica.

m. A quem solicitar a outorga?


As outorgas em águas de domínio do Estado são obtidas junto ao IGAM (Lei 13.199/99)
As outorgas em águas de domínio da União são emitidas pela ANA (Lei 9.984/2000)

n. Quando se deve pedir a outorga?

Antes da implantação de qualquer empreendimento cujo uso da água venha alterar o regime, a
quantidade ou a qualidade do corpo de água, incluindo, além das captações, acumulações e derivações,
os lançamentos de efluentes.

Os usos e/ou intervenções sujeitos a outorga:

Captação ou derivação de água em um corpo de água;

Explotação de água subterrânea;

Construção de barramento ou açude;

Construção de dique ou desvio em corpo de água;

Construção de estruturas de lançamento de efluentes em corpo de água;

Construção de estrutura de recreação nas margens;

Construção de estrutura de transposição de nível;

Construção de travessia rodo-ferroviária;

Dragagem, desasoreamento e limpeza de corpo de água;

Lançamento de efluentes em corpo de água;

Retificação, canalização ou obras de drenagem;

Transposição de bacias;
172

Outras modificações do curso, leito ou margens dos corpos de água.

Documentação necessária para a obtenção da outorga:

Requerimento assinado pelo requerente ou procurador, juntamente com a procuração;

Formulários fornecidos pelo IGAM;

Relatório técnico modelo fornecido pelo IGAM;

Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de análise e publicações;

Cópias do CPF/CNPJ e da carteira de identidade do requerente ou procurador;

Cópia do registro do imóvel ou de posse do local onde será efetuada a captação, com atualização
máxima de 60 dias;

ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) expedida pelo CREA;

Documento de concessão ou autorização fornecido pela ANEEL, em caso de hidrelétrica ou de


termelétrica;

Documento emitido pelo Comitê de Bacias contendo as prioridades de uso, caso existente

Legislação própria

A Lei Federal no 9.433/97, prevê cinco instrumentos de Gestão do uso das águas:

1. Plano Nacional de Recursos Hídricos – documento programático para o setor. Trata-se de um


trabalho extenuante não só de atualização, mas de consolidação dos chamados Planos Diretores de
Recursos Hídricos, que são elaborados por bacia (ou conjunto de bacias ) hidrográfica;

O planejamento dos recursos hídricos engloba os Planos de Recursos Hídricos para a bacia,
para o estado e para o país, bem como os enquadramentos dos corpos d`água, que vão refletir os
requisitos da água para atender aos seus diversos usos planejados. Os planos de bacia vão alimentar e
serem alimentados pelos planos estaduais, num processo interativo visando uma compatibilização entre
a esfera estadual e a abordagem por bacia.

2- Outorga de direito de uso dos recursos hídricos – é um instrumento pelo qual o usuário recebe
autorização, concessão ou permissão para fazer uso da água.
Constitui o elemento central do controle para o uso racional dos recursos hídricos;

A utilização da outorga é fundamental para controlar os usos, independentemente de haver outros


instrumentos de gestão da demanda. O primeiro passo é a elaboração de legislações estaduais
adequadas a cada situação, com critérios racionais que permitam a otimização do uso da água.

O prazo de validade da outorga deve ser pequeno para dar oportunidade de uma revisão
periódica dos critérios de outorga (estimativas de disponibilidade hídrica e demandas). Por outro lado
tem que ser suficientemente longo para dar certa segurança ao usuário de que suas atividades serão
duradouras e consequentemente, possibilitar mais investimentos e melhores técnicas de utilização.
Alguns autores sugerem 4 anos como sendo um valor razoável.
173

Segundo a Lei Federal no 9.433/97 este prazo não poderá ultrapassar 35 anos.
Em Minas Gerais a Portaria Administrativa IGAM No 010/98, de 30 de Dezembro de 1998, que
altera a portaria No 030/93, de 07 de junho de 1993, determina que“até que se estabeleçam as
diversas vazões de referência na Bacia Hidrográfica, será adotada a Q7,10 (vazão mínima de sete dias
de duração e dez anos de recorrência), para cada bacia” .

Ainda no artigo fixa “em 30% (trinta por cento) da Q7,10, o limite máximo de derivações
consultivas a serem outorgadas..........., em condições naturais ”, ficando garantido a jusante de cada
derivação, fluxos residuais mínimos equivalentes a 70% (setenta por cento) da Q7,10.

A lei estadual estabelece ainda que os prazos máximos de validade das outorgas serão:

i)- trinta anos, para as concessões;


ii)- cinco anos, para as autorizações;
iii)- três anos, para as permissões.

Modalidades de Outorga

a)- Concessão – Quando as obras, serviços ou atividades forem desenvolvidas por pessoa jurídica de
direito público ou quando se destinarem a finalidade de utilidade pública;

b)- Autorização – Quando obras, serviços ou atividades forem desenvolvidas por pessoa física ou
jurídica de direito privado ou quando não se destinarem a finalidade de utilidade pública;

c)- Permissão - Quando obras, serviços ou atividades forem desenvolvidas por pessoa física ou jurídica
de direito privado, sem destinação de utilidade pública e quando produzirem efeitos insignificantes nas
coleções hídricas.

3- Cobrança pelo uso da água – essencial para criar as condições de equilíbrio entre as forças da oferta
(disponibilidade de água) e da demanda, promovendo, em conseqüência, a harmonia entre os usuários
competidores;

Conforme a legislação todos os usos sujeitos a outorga sofrerão cobrança. Em Minas Gerais a primeira
bacia a iniciar a cobrança é a bacia do rio Paraíba do Sul.

4- Enquadramento dos corpos de água em classes de uso, que permite fazer a ligação entre a gestão
da quantidade e a gestão da qualidade da água. É extremamente importante para se estabelecer um
sistema de vigilância sobre os níveis de qualidade da água dos mananciais.

O enquadramento de corpos de água deve visar sempre a melhoria de suas condições (ou
manutenção, no caso de já ter-se atingido boas condições ), possibilitando seu uso numa gama cada
vez maior de aplicações. Deve-se evitar enquadrar rios na classe 4 (inviável para consumo), sob pena
de se estar avalizando, na prática, usos deletérios. Mesmo para os rios que se encontram nessa
situação (classe 4), a meta deve ser sua recuperação e melhoria. O enquadramento deve sofrer
revisões periódicas para refletir mudanças da situação e novas metas de melhoria, de acordo com a
evolução dos usos efetivos e planejados.
174

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL – AIA

Caracterização Ambiental
A ausência de um conhecimento prévio das características do meio ambiente no qual pretende-se
desenvolver alguma atividade, é uma das principais causas de desequilíbrio ambiental, uma vez que
acarreta uma apropriação desordenada dos recursos naturais.

Estudo de Impacto Ambiental


Conforme instituído pela resolução CONAMA no 001/86, considera-se impacto ambiental qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
. a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
. as atividades sociais e econômicas;
. a biota;
. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
. a qualidade dos recursos ambientais.
Os impactos podem ser diretos ou indiretos, pode manifestar-se a curto ou em longo prazo, ser de
curta ou longa duração, reversível ou irreversível, de natureza cumulativa ou sinérgica. Estas
características podem dificultar a simples identificação dos impactos sobre o meio ambiente, ainda mais
quando se pretende qualificar e quantificar estes impactos.

A Função do EIA/RIMA
No Brasil a AIA foi instituída em 1981 como um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente
pela Lei Federal no 6.938/81 e sua regulamentação através do decreto 88.351/83. No entanto, somente
em 23 de janeiro de 1986, a partir da resolução CONAMA no 001, é que foram baixados as primeiras
orientações e detalhes para a realização e aplicação dos Estudos de Impactos Ambientais – EIA.
Desta forma, o EIA/RIMA tem como objetivo o estudo da viabilidade ambiental de um determinado
empreendimento, ou seja, é um instrumento que pretende garantir a qualidade ambiental requerida
pela sociedade onde se insere a referida ação.
A elaboração de um EIA passa geralmente pelas seguintes etapas e sub-etapas:

Etapa I – Diagnóstico Ambiental;


I.1 Meio Físico;
I.2 Meio Biótico;
I.3 Meio Socioeconômico e Cultura (Meio Antrópico).

Etapa II – Prognóstico Ambiental (Evolução do Meio Ambiente)


II.1 Impactos Ambientais sem o empreendimento;
II.2 Impactos Ambientais com o empreendimento;
175

Etapa III – Plano de Controle Ambiental;


III.1 Programas referidos ao Meio Físico;
III.2 Programas referidos ao Meio Biótico;
III.3 Programas referidos ao Meio Antrópico.

Etapa I – Diagnóstico Ambiental;


I.1 Meio Físico;
• Aspectos Climáticos;
• Recursos hídricos;
• Geologia, geomorfologia e hidrogeologia;
• Recursos do solo ( pedologia, aptidão agrícola, etc.).

I.2 Meio Biótico;


• Flora – Vegetação;
• Fauna.
I.3 Meio Socioeconômico e Cultura (Meio Antrópico).
• Infra-estrutura regional;
• Atividades econômicas;
• Saúde pública;
• Educação, etc.

Etapa II – Prognóstico Ambiental (Evolução do Meio Ambiente)


Compreenderá a análise da evolução dos meios físico, biótico, socioeconômico e cultural, com a
caracterização dos impactos positivos e negativos, sem e com o empreendimento. Dar-se-á ênfase aos
aspectos decorrentes do empreendimento.

Etapa III – Plano de Controle Ambiental;


São apresentados planos ou programas de controle ambiental a serem aplicados para mitigar os
impactos identificados na fase anterior, considerando os três meios físicos, biótico e antrópico.
176

Licenciamento Ambiental
Dentre as atividades sujeitas a licenciamento ambiental, por serem atividades classificadas como
modificadoras do meio ambiente, podemos citar entre outras as seguintes:
 Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
 Ferrovias;
 Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária acima de 10
MW;
 Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos.
Licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
licencia a localização, instalação, ampliação, modificação e operação de atividades e empreendimentos
utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou daqueles que,
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, desde que verificado, em cada caso
concreto, que foram preenchidos, pelo empreendedor, os requisitos legais exigidos.
O CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, através da Resolução nº 237, de 19 de dezembro
de 1997, definiu os empreendimentos e atividades que estão sujeitos ao licenciamento ambiental. Esse
licenciamento será efetuado em um único nível de competência, repartindo-se harmonicamente as
atribuições entre o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis,
em nível federal, os órgãos ambientais estaduais e os órgãos ambientais municipais.
Em linhas gerais, ao IBAMA compete o licenciamento de empreendimentos e atividades com impacto
ambiental de âmbito nacional ou que afete diretamente o território de dois ou mais Estados federados,
considerados os exames técnicos procedidos pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que
se localizar o empreendimento. Aos órgãos ambientais municipais compete o licenciamento de
empreendimentos e atividades de impacto local e dos que lhes forem delegados pelos Estados através
de instrumento legal ou convênio.
Compete aos órgãos ambientais estaduais ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos
empreendimentos e atividades cujos impactos diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais
Municípios ou que estejam localizados em mais de um Município, em unidades de conservação de
domínio estadual ou em florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente.
Além disso, pode haver delegação do IBAMA para os Estados, por instrumento legal ou convênio.
Em Minas Gerais, o licenciamento ambiental é exercido pelo COPAM - Conselho Estadual de Política
Ambiental, por intermédio das Câmaras Especializadas, da FEAM –Fundação Estadual do Meio
Ambiente, no tocante às atividades industriais, minerarias e de infra-estrutura e do IEF – Instituto
Estadual de Florestas, no tocante às atividades agrícolas, pecuárias e florestais.
As bases legais para o licenciamento e o controle das atividades efetiva ou potencialmente poluidoras
em Minas Gerais estão estabelecidas na Lei nº 7.772, de 8 de setembro de 1980 e no Decreto nº
39.424, de 05 de fevereiro de 1998, que a regulamenta, compatibilizados com a legislação federal.
Complementar ao Decreto, as deliberações normativas e resoluções do COPAM normatizam as
condições para o sistema de licenciamento ambiental, classificam os empreendimentos e atividades
segundo o porte e potencial poluidor, estabelecem limites para o lançamento de substâncias poluidoras
no ar, na água e no solo, de forma a garantir a qualidade do meio ambiente e definem os
procedimentos a serem adotados pelo empreendedor para a obtenção das licenças ambientais.
Há três tipos de licença: Licença Prévia (LP); Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação
(LO), as quais poderão ser expedidas isoladas ou sucessivamente, de acordo com a natureza,
características e fase do empreendimento ou atividade.
Para os empreendimentos já existentes em Minas Gerais antes de março de 1981, quando foi
regulamentada a Lei Ambiental do Estado, é adotado o chamado licenciamento corretivo, através de
convocação e registro. Nesse caso, a regularização é obtida mediante a obtenção da Licença de
177

Operação, condicionada ao cumprimento de Plano de Controle Ambiental – PCA, aprovado pela


competente Câmara Especializada do COPAM.
O licenciamento corretivo é aplicado também aos empreendimentos instalados depois de março de
1981, à revelia da Legislação Ambiental, com o objetivo de permitir a regularização de suas atividades.
Os órgãos e entidades da administração estadual, direta e indireta somente aprovam projeto de
implantação ou ampliação de atividades efetiva ou potencialmente degradadoras do meio ambiente
após o licenciamento ambiental, sob pena de responsabilização administrativa e nulidade de seus atos.
Dessa forma, para a liberação de recursos referentes a concessão de incentivos fiscais ou financeiros, a
empresa beneficiária deve apresentar a licença do COPAM.

Licença Prévia - LP
A Licença Prévia é requerida na fase preliminar de planejamento do empreendimento ou atividade.
Nessa primeira fase do licenciamento, a FEAM avalia a localização e a concepção do empreendimento,
atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos a serem atendidos nas
próximas fases.
Para a formalização do processo de Licença Prévia são necessários os seguintes documentos:
 requerimento da licença pelo empreendedor;
 declaração da Prefeitura Municipal declarando que o tipo de empreendimento e o local de sua
instalação estão de acordo com as leis e regulamentos administrativos aplicáveis ao uso
ocupação do solo;
 Formulário de Caracterização do Empreendimento – FCE, preenchido pelo representante legal;
 Relatório de Controle Ambiental – RCA, elaborado de acordo com as instruções da FEAM, por
profissional legalmente habilitado, e acompanhado da anotação de responsabilidade técnica;
 Estudos de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, no
caso de empreendimentos de elevado impacto ambiental, listados no artigo 2º da Resolução
CONAMA nº001/86 ou outros, definidos pela FEAM;
 certidão negativa de débito financeiro de natureza ambiental, expedida pela FEAM, a pedido do
interessado;
 para o setor elétrico, documentação especificada na Resolução CONAMA nº 006/87;
 comprovante de recolhimento do custo de análise do pedido de licença, de acordo com as
Deliberações Normativas nº 01/90 e 15/96;
 autorização do IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas para derivação de águas
públicas, quando for o caso;
 autorização do IEF – Instituto Estadual de Florestas para supressão de vegetação, quando for
caso;
 cópia da publicação do pedido de Licença Prévia em periódico, regional ou local, de grande
circulação na área do empreendimento, de acordo com a Deliberação Normativa nº.13/95.
Durante a análise da Licença Prévia pode ocorrer a audiência pública, nos termos da Deliberação
Normativa nº 12/94, cuja finalidade é expor o projeto e seus estudos ambientais às comunidades
interessadas, dirimindo dúvidas e recolhendo do público, críticas e sugestões.
A Licença Prévia não concede qualquer direito de intervenção no meio ambiente, correspondendo à
etapa de estudo e planejamento do futuro empreendimento.
178

O seu prazo de validade é definido pelo cronograma apresentado pelo empreendedor para a elaboração
dos planos, programas e projetos, não podendo ser superior a 4 anos, conforme dispõe a Deliberação
Normativa nº 17/96, modificada pela Deliberação Normativa nº 23/97.

Licença de Instalação (LI)


A Licença de Instalação é a segunda fase do licenciamento ambiental, quando são analisados e
aprovados os projetos executivos de controle de poluição e as medidas compensatórias, que compõem
o documento denominado Plano de Controle Ambiental.
A LI gera o direito à instalação do empreendimento ou sua ampliação, ou seja, a implantação do
canteiro de obras, movimentos de terra, abertura de vias, construção de galpões, edificações e
montagens de equipamentos. A Licença de Instalação concedida especifica as obrigações do
empreendedor no que se refere às medidas mitigadoras dos impactos ambientais, sendo exigido o
emprego da melhor tecnologia disponível para prevenir a poluição.
Para a formalização do processo de Licença de Instalação são necessários os seguintes documentos:
 requerimento da licença pelo empreendedor;
 Plano de Controle Ambiental – PCA, elaborado de acordo com as instruções da FEAM, por
profissional legalmente habilitado, e acompanhado da anotação de responsabilidade técnica;
 certidão negativa de débito financeiro de natureza ambiental, expedida pela FEAM, a pedido do
interessado;
 comprovante de recolhimento do custo de análise do pedido de licença, de acordo com as
Deliberações Normativas nº 01/90 e 15/96;
 cópia da publicação da concessão da Licença Prévia e do pedido de Licença de Instalação em
periódico, regional ou local, de grande circulação na área do empreendimento, de acordo com a
Deliberação Normativa nº 13/95.
Quando o empreendimento já iniciou as obras de implantação sem haver se submetido à avaliação
ambiental prévia, é cabível a Licença de Instalação, de caráter corretivo, estando o interessado
obrigado a apresentar os documentos referentes à etapa de obtenção da Licença Prévia, juntamente
com os relativos à fase de LI.
O prazo de validade da Licença de Instalação corresponde, no mínimo, ao estabelecido pelo
cronograma de implantação do empreendimento, não podendo ser superior a 6 anos. A LI pode ter seu
prazo de validade prorrogado por 2 anos, desde que não seja ultrapassado o limite máximo de 6 anos.

Licença de Operação (LO)


Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do
que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionante
determinadas para a operação. O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os
planos de controle ambiental e será de, no mínimo 4 (quatro) anos e, no máximo 10 (dez) anos.
179

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA

 Recursos Hídricos – Bloco 4 – The Open University. Ed. Da UNICAMP, S.P. 2000.
 ABAS – Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
 IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas
 ANA – Agencia Nacional das Águas
 CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento do Vale o São Francisco
 ABRH – Associação Brasileira de Recursos Hídricos

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