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São Tomás de Aquino

segunda-feira, 22 de setembro de 2014 18:12


Indispensável pela
coação da lei.

A lei não seria necessária para os jovens inclinados para a virtude por dom divino, pois lhes bastava a disciplina paterna,
mas seria para aqueles que possuem tendência para os vícios.

Justiça Obs: retributiva aqui é


Para tomas de aquino somente seria lei o preceito substancialmente justo e justo seria sempre o que redis
está de acordo com a razão. Como esta se apoia na natureza, toda lei criada pelos homens teria
natureza de lei se estivesse em consonância com a lei natural. As leis injustas não seriam leis, mas uma
corrupção, não se impunham no plano da consciência e deveriam ser cumpridas apenas em situação distributiva retributiva
excepcional.
A justiça será por ele considerada, o bem do outro e sua manifestação específica é distributiva e
retributiva. É um direito que não é extraído diretamente da teologia, mas São Tomas mantem o resgate
da teoria de Aristóteles, o direito sendo a distribuição do justo entre os iguais.
Portanto, o pensamento tomista abre espaço à razão e aos atos justos, sob a égide de um direito
natural, ainda que mantenha o mando divino coroando o sistema do direito e da justiça. Por isso, em
termos da filosofia do direito o tomismo é uma abertura em relação ao agostinianismo, na medida em
que permite ao homem conhecer a medida do justo. Mas é uma abertura parcial, porque mantem o
sistema jus filosófico sob a égide teológica. Numa posição mais alta que a razão ainda está a fé, ainda
que a fé não negue e nem se oponha à razão.

Reação da igreja católica à reforma protestante

Baseados nas
Reforma Protestante XVI Contrarreforma
teorias
Escreveu as 95 teses Lutero (Alemanha) Concílio de trento São Tomás de Aquino
agostinho
Institutas da religião cristã Calvino (França e Suíça) Tribunal da Santa Inquisição
John Knox (Escócia / presbiterianismo)
Contrarreforma defendia a autoridade papal; a
Bezè (Suíça)
manutenção do celibato eclesiástico; a publicação da
Rompeu laços com Igreja Henrique VIII (Inglaterra) bíblia em outros idiomas; voto de castidade, pobreza,
obediência e estar sempre à disposição papal; os reis
católicos consideraram a reforma eclesiástica como
uma parte essencial da restauração do Estado.
Razões políticas e sociais da reforma protestante:
1. conflitos políticos entre a igreja e os monarcas, pela questão dos impostos;
2. as práticas de usura eram condenadas pela igreja, assim a burguesia capitalista nascente sentir-se-ia
mais confortável se pudesse seguir uma nova ética religiosa, adequada ao espírito capitalista,
necessidade atendida pela ética protestante e o conceito de Lutero de que a fé sem as obras se justifica.
3. nobreza e príncipes se viram livres da tributação papal.

De algum modo, pelas vias transversas o agostinianismo encapado pela reforma protestante termina Obs: Para agostino a lei vinha de deus. Os reformadores
por ser a ponte mais importante entre a visão de mundo medieval e o capitalismo nascente. A pobreza positivaram a lei, assim a lei é terrena e positivada, voltada
ou a riqueza não serão objetos de ataques políticos, mas sim muito mais de aceitação na medida em que ao capitalismo.
representam diretamente uma vontade divina e para algumas teologias, a riqueza terrena representará
um sinal da graça de deus.
O mundo agostiniano-reformado submete-se à autoridade do poder terreno e da lei positiva, não
porque seja intrinsecamente justa, mas sim, porque a vida interior da fé e da graça independe da
eventual corrupção e da injustiça das leis e dos poderes terrenos.

Surge o Renascimento (XIV-XVII)


Enquanto na idade média os pensadores , no renascimento os pensadores resgataram a razão que
sobrepujou o pensamento teológico. Posterior ao renascimento, o iluminismo vem para ajudar a pensar
de forma racional.
No renascimento ocorreram mudanças no âmbito cultural, social, econômicas e políticas. No
renascimento surge uma classe mercantil, surgem as cidades.
Surge na região da Toscana e em Veneto (onde tinha uma classe mercantil muito forte).

Humanismo é um método de aprendizado que faz uso da razão individual e da evidencia empírica para
chegar às suas conclusões, paralelamente há consulta aos textos originais. Ao contrário da escolástica
medieval, que se limitava ao debate das diferenças entre autores e comentaristas. O humanismo afirma
a dignidade do homem e o torna investigador, por excelência, da natureza. Isso envolveu a revalorização
da cultura clássica antiga e sua filosofia, com uma visão fortemente antropocêntrica e racionalista do
mundo.

Maquiavel - Ação política é uma ação humana, que é retratada pela história.

Absolutismo: teoria política que defende que alguém (monarca) deve ter poder absoluto, deve ser
soberano. A noção de que o poder humano é derivado do poder divino volta à tona. Tal teoria, na idade
média, serviu como respaldo do poder do senhor feudal, agora, servirá ao poder dos reis. O absolutismo
parte de uma teoria da legitimação do poder real por meio teológico. Um monarca soberano, por essa
teoria, tem dois corpos, um de natureza humana e outro de natureza divina.

Página 1 de Filosofia do Direito


teoria, tem dois corpos, um de natureza humana e outro de natureza divina.
Inicialmente, o absolutismo foi de interesse burguês, pois a atividade burguesa clamava por unidade
territorial maior. Mas foi útil tanto à nobreza quanto à burguesia. Posteriormente, os privilégios dados
aos monarcas e aos nobres contrapunham-se às necessidades da burguesia.
As liberdades burguesas e a constante luta burguesa contra os privilégios absolutistas farão com que a
modernidade iluminista ressalte, em termos teóricos, os direitos individuais. A noção de direitos
subjetivos - fundamental ao desenvolvimento do capitalismo - conduz a uma reflexão sobre os limites
do Estado e de seus poderes.

• Hobbes - na obra Leviatã, proclamou que em seu estado natural a vida humana era solitária,
miserável, desprezível, bestial e breve; buscando escapar da guerra de todos contra todos, os
homens uniram-se em torno de um contrato para formar uma sociedade civil, delegando a um
soberano todos os poderes para protege-los contra a violência.
• Bodin - tratou da figura do soberano, quem é o soberano. "Os seis livros da República", nessa obra
ele teorizou sobre o conceito de soberano. A soberania é o poder perpétuo e absoluto de um
Estado. Quem tem o poder absoluto pode criar, alterar e anular as leis civis, conforme sua livre
vontade. O soberano é aquele que está acima do ordenamento jurídico, mas ter o poder absoluto
não significa ser arbitrário. O soberano é quem decide sobre a exceção. A única coisa que
condiciona o soberano, para que ele não seja arbitrário, é a instancia divina.

Iluminismo: O iluminismo apresenta como identidade a busca de se fundamentar tudo na razão; essa
não era apenas uma possibilidade de interpretação do mundo, pelo contrário, sendo universal e
imutável ela sobrepunha-se à todas as idiossincrasias das crenças e dos costumes. Prensa inventada, com isso, maior circulação
A base econômico-social na qual se desenvolveram os pensamentos filosóficos e jurídicos é a do de livros.
surgimento e da consolidação do capitalismo. O Estado, que começa a ser exaltado nos primeiros
pensadores e depois limitado por outros, é uma típica instância social nascida de causas íntimas com o
capitalismo. O individualismo que implica uma reflexão específica sobre as relações da sociedade e do
Estado com interesse privado burguês, é também produto de uma época fincada em busca do lucro, da
propriedade individual (privada), enfim, de todo um sistema produtivo até hoje presente na nossa
realidade. Só é possível compreender a filosofia do direito moderna e contemporânea, tendo por pano
de fundo a própria estruturação do modo de produção capitalista, que surge com uma forte base
mercantil e expansionista.
A filosofia iluminista é a exata medida da necessidade das revoluções burguesas. (Rev. Francesa e Ind.
EUA). Os direitos naturais são os direitos necessários à burguesia que rompem com os privilégios e
fazem com que haja uma só régua para antigos nobres burgueses e povo.
• Rosseau
• Kant
• Diderot:
• Locke
• Newton
• Smith
• Montesquieu
• Voltaire
• Hume

Página 2 de Filosofia do Direito


Direitos Humanos Obs: para concurso, diferença entre direitos humanos,
segunda-feira, 29 de setembro de 2014 18:42 direitos fundamentais e direitos do homem.
1. Direitos do homem: são aqueles inerentes a nós, são
inatos, não estão documentados. Pex: direito à vida, à
Para ser mais didático , Vasak, dividiu os direitos humanos em 3 dimensões: liberdade e à segurança pessoal.
1. (Azul) principal virtude é a liberdade. Tratados: Magna Carta Libertatum (1215) Os direitos assegurados: Habeas 2. Direitos Fundamentais: são aqueles que estão
Corpus, Propriedade Privada, separação institucional igreja-Estado, inicio do processo legal (julgamento pelos pares), escritos numa constituição.
livre locomoção, aponta para o que será no futuro, o direito de guerra; série de determinações que apontam para 3. Direitos Humanos: são os direitos do homem e/ou
princípios democráticos. fundamentais assegurados em tratados internacionais
Em 1776 declaração de independência dos EUA e da Virgínia, que estabelecia: a soberania popular; fundamentos do de direitos.
regime democrático; igualdade de todos perante a lei; rejeição de privilégios individuais e hereditários em cargos Características: universalidade, indivisibilidade e
públicos; igualdade de condição política de todo cidadão; proteção da liberdade; e liberdade de religião. imprescritibilidade.
Na França, declaração universal dos direitos do homem e do cidadão: reivindicações mais abstratas que a EUA; a
finalidade da associação política é a conservação de direitos naturais e imprescritíveis; a liberdade consiste em poder
fazer tudo que não prejudique o próximo; a lei é a expressão da vontade geral; liberdade d e opinião e religião; e
separação dos Poderes.
A primeira dimensão garantia direitos civis e políticos, em resumo, para Vasak.

2. (branco) igualdade: compreende o período das guerras Tratado de Versalhes, que o congresso EUA não ratificou. Após
a 2º guerra, em 1945 carta das nações unidas. E em 1984 Declaração Universal dos Direitos Humanos. Direitos que essa
Constituição garante:
Todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Ninguém será escravo e nem torturado.
Ninguém será arbitrariamente preso.
Liberdade de locomoção e residência em seu Estado.
Todo perseguido tem direito de gozar de asilo.
Direito à propriedade, à liberdade de pensamento e crença, ao trabalho, ao repouso e ao lazer, à instrução, à assegurar
a si e a sua família saúde, bem estar, alimentação, vestuário, habitação e cuidados médicos.
Essa dimensão garantia direitos economicos, sociais e culturais.

3. (vermelha) fraternidade, não há tratado específico. Para Vasak, a sociedade por preocupações na ordem mundial
como a globalização, a crise econômica, o consumo de massa, o crescente desenvolvimento científico e tecnológico e a
sustentabilidade.
Essa dimensão contempla direitos ao desenvolvimento, do meio ambiente e o direito à paz.

Bobbio teoriza sobre uma 4ª dimensão que versa sobre direitos criados em função da manipulação do
patrimônio genético.

Sistema da Organização dos Estados Americanos (regional)

Brasil pertence a dois sistemas:

Direito Internacional dos Direitos Humanos: protege o homem a todo momento


Sistema Global
Direito Internacional Humanitário: protege a pessoa em tempos de conflitos armados.
(Convenções de Genebra de Haia e as Convenções de NY).

Página 3 de Filosofia do Direito


Rousseau
quarta-feira, 1 de outubro de 2014 21:05

Rousseau: Segundo discurso, sobre a desigualdade entre os homens. Essa obra faz uma teoria da história e uma doutrina
da sociedade. Faz essa doutrina, explicando teórica da sociedade, sua origem.

• Desigualdade natural, começa no estado de natureza e acompanha a evolução do homem até o estado
civil, pois é a diferença de vigor e idade.

• Desigualdade moral e política que é a diferença de riqueza e poder. E só aparece no estado civil

O homem do estado de natureza é forte, o do estado civil é acomodado, perde a robustez.


Surge desigualdade
No estado de natureza, a liberdade e a perfectibilidade (permite aos homens desenvolveram outras
capacidades, como a razão e a saírem do estado de natureza) diferenciam o homem do animal.
Estado de Estado Civil
Natureza Família (Presente)
Aldeias Reunião das Agricultura e Estado de
famílias metalurgia Propriedade guerra
Inicio Cabanas Leis e governos

O homem caça Fogo Aqui acaba o Divisão do Só a lei civil


• Homem segundo estado trabalho O primeiro que • Homem
E pesca E invenção da cerca o terreno fundamenta o
natural é língua pela de natureza A partir daqui o direito de mais
robusto, homem imita a e diz "isso é dependente,
necessidade do meu" é o propriedade.
solitário e filho se ação dos Direito esse
calado outros. primeiro
comunicar com impostor, que perverte e
• Alma a mãe juntamente corrompe o ser • Amor de sí,
humana com quem humano. transforma-se
tem 2 propõe leis; e Além disso, em amor
princípios só aceita essa sociedade próprio e a
: Amor de submeter-se a recém criada piedade natural
si leis, quem tem deve ser transforma-se
(conserva interesse nelas. governada por em conservação
ção) e a meio da da espécie
piedade associação,
natural pela escolha da
(repugnâ forma de
ncia ao governo e pelo
ver o pacto de
sofriment submissão.
o alheio)

Contrato Social: busca uma outra ordem política, jurídica e social; trata-se de um movimento de transformação de uma sociedade já existente; enquanto o
segundo discurso é a obra que explica as mazelas humanas na sociedade, que acompanha o trajeto histórico da desesperança; o Contrato é o livro de apontamento da
esperança, o dever ser de um mundo que tenta alcançar as últimas frestas da possibilidade de justiça que ainda resta.

"O homem nasce livre e por toda parte encontra-se aprisionado"


Dessa frase depreende-se dois princípios que permeiam toda a obra:
1. liberdade: do Estado e do indivíduo.
2. Cidadania ativa:

Rousseau pega esses princípios da república e une à Soberania popular


Um homem não pode renunciar a sua liberdade, por isso, é impossível fundamentar a escravidão no Direito; livre é aquele que segue a lei por ele mesmo determinada.
Assim, sendo o Estado o resultado de uma associação de membros que conserva sua participação ativa, a lei estabelecida pelo Estado é a lei dos próprios membros.

Para Rousseau, o contrato é a regra pela qual uma sociedade torna-se pensável, PACTO. Os homens participam dessa vida ativa por meio da vontade geral, do todo. É a
vontade do corpo político, isto é, a vontade de cada indivíduo, quando é dirigida à do todo. Assim, é a própria vontade da pessoa pública, que busca o interesse comum.

Rousseau adaptará duas teorias diversas: A republicana em que temos um Estado dividido, e a teoria sobre a soberania, mas deslocando-a; para ele a soberania está no
povo, assim ela é o exercício da vontade geral. Dessa forma, Rousseau teoriza sobre a soberania popular; o povo terá agora o poder de fazer as leis; será no momento
da legislação que se ouvirá a vontade geral.

Rousseau critica a ideia de uma regra imposta pela força. A lei estabelece quais ações são proibidas ou permitidas, ela deve ser equitativa, produzir uma utilidade
comum e só será legítima quando realizar a vontade geral. O legislador não fará as leis, mas orientará na Assembleia a composição dessas, assim, guiará o povo para
que ele expresse sua vontade geral; se o povo é quem é o soberano, então ele legislará

Para os outros jusnaturalistas, o Estado tem como finalidade proteger o indivíduo, para Rousseau, o corpo político que nasce do contrato social, tem a finalidade de
transformá-lo.

Página 4 de Filosofia do Direito


Rousseau é iluminista e teórico democrático, presente
Rousseau - Hobbes - Locke teoria republicana + soberania popular.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014 18:19
Hobbes não é mais só visto como teórico absolutista, mas
tbm capitalista, defensor da monarquia.
Rousseau: Hobbes (1588 - 1679): Locke:
Contrato social baseado na razão. Leviatã e Do Cidadão Trata muito sobre a Locke, visto como teórico do capitalismo/liberalismo, pois
propriedade privada. para ele a sociedade permite uma ordem racional de
Aponta erros de Hobbes, como a Estado de natureza é o estado de convívio, e o objetivo desta é a liberdade e a garantia da
não indicação do princípio natural guerra de todos contra todos; sendo propriedade privada.
da piedade natural, permitindo o o contrato social a forma de
estado de guerra remediá-lo. A forma de governo
para mais rápido, tirar o homem do
estado de natureza para o estado
civil é a monarquia, pois as decisões
são tomadas de modo mais rápido,
decisão de um só

Os três negam a sociabilidade natural de Cícero e Aristóteles; a associação é um artifício e quem a


possibilita é o contrato social, um pacto.

Página 5 de Filosofia do Direito


Hobbes Teórico do absolutismo e pensa num capitalismo nascente, pelo
quarta-feira, 8 de outubro de 2014 18:15
lugar que ele dá para o indivíduo.

Teoria Hobbes de modo geral:


Vivendo para a satisfação de suas vontades e para o resguardo de seus medos, os homens estariam em conflito
permanente; o estado de natureza assim é um estado guerra.
Porque o estado de natureza é uma guerra de todos contra todos, a associação entre os homens se apresenta como
um meio de resguardar a vida e os direitos de cada um. A discórdia da condição natural se dá em razão da competição, Estado de natureza = estado de guerra
da desconfiança e da glória. A paz, resultante do contrato social, não se origina, portanto, de uma tendência para vida
social, mas sim por conta do medo.
Há a discórdia e por isso é necessário mais que um pacto: é preciso transferir todo o poder a um homem ou à uma
assembleia, de tal modo que seja feita então uma só vontade, que essa seja única, levando ou à paz ou à guerra.
Os indivíduos que vivem, em natureza, uma situação de medo e conflito, submetem-se voluntariamente ao poder do Contrato social
Estado.

Renato Janini Ribeiro: "O soberano é o indivíduo cujo direito pleno às coisas e coisas e corpos se ampara de fato na
força que lhe é emprestada pelos súditos. Hobbes revela-se mais que absolutista, teórico da soberania e antes disso,
radical-individualista."
Para hobbes o melhor governo é a monarquia
"Hobbes se configura de tal modo como um filósofo de transição dentro da modernidade: não é antiabsolutista, como
serão posteriormente os iluministas, mas não é mais um teórico político de fundamentos teológicos, como o são
tradicionalmente os absolutistas. O contrato social é um instrumento teórico típico dos iluministas, que buscam fundar
uma ordem burguesa contra o poder ilimitado dos reis. Portanto, Hobbes é absolutista, mas com ferramentas
inovadoras e similares às depois utilizadas pelos iluministas."

Direito natural hobbesiano


Para Hobbes, a mais alta expressão da justiça está no cumprimento das determinações do soberano, na • Liviatã - leis da natureza são imutáveis e eternas. (cícero)
medida em que os homens alienaram seus interesses pessoais àquele que lhes dá em troca a segurança • Do Cidadão - a razão é uma lei certa (cícero; retarazão)
e a paz. Mas ao mesmo tempo essa submissão ao poder estatal não nega o fato de que haja uma lei de
natureza, que se expressa pela razão e que, justamente, pelas insuficiências dos homens em concretizá-
la em estado de natureza, é suplantada pela lei civil do soberano. Se Hobbes, peculiarmente é um
absolutista e contratualista, é também, uma espécie de jusnaturalista que tem por justo o direito "assim defino a lei da natureza: é ditame da retarazão no tocante àquelas
estatal. coisas que na medida de nossas capacidades, devemos fazer ou omitir, a
fim de assegurara conservação da vida e das partes de nosso corpo."

Quer dizer: o interesse do homem é preservar sua vida


Hobbes opera no sentido de fundar o direito natural apenas no interesse
imediato do homem à sua preservação; assim, o direito natural se funda
pelo impulso necessário no homem de defesa de si próprio. Os preceitos
da lei natural, tem em vista a preservação do indivíduo e a busca da paz,
no entanto, o homem em natureza não age segundo à razão, e sim de
acordo com seus interesses e tendências pessoais.
Surge então a necessidade de que as leis naturais sejam concretizadas
por meio do soberano em um estado que mantenha a segurança. Sua
autoridade é a justiça, e justo ao súdito é se submeter às leis civis. Súdito
nesse caso porque não é mais um indivíduo em guerra com todos os
demais indivíduos em estado de natureza. Portanto, para o absolutismo
concretizava-se uma teoria racional, para o capitalismo nascente
fundava-se uma doutrina da ordem estatal.
O súdito pode desobedecer o soberano quando buscar sua autodefesa,
mas isso não quer dizer que o soberano não tenha o poder de determinar
a execução do cidadão.

Página 6 de Filosofia do Direito


Locke (1623 - 1704)
quarta-feira, 8 de outubro de 2014 21:05

Primeiro tratado sobre o governo civil


Segundo tratado sobre o governo civil

1. O direito natural Propriedade privada, esta está no direito natural do indivíduo. Ela
Estado ne natureza individual; para ele há uma lei natural que busca a preservação de si mesmo e da vem antes do Estado e ele deve respeitá-la; A propriedade privada
humanidade. No estado de natureza, a lei natural é executada por todos. é a razão de ser do contrato social, pois cada indivíduo possui por
natureza a si próprio e ao seu trabalho, o objeto trabalhado torna-
se propriedade daquele que o trabalhou. A terra se torna
individual apenas pelo resultado do trabalho e o uso da terra dá a
Contrato sua medida.

A desigualdade da propriedade da terra e dos bens se justifica,


pois com o surgimento do dinheiro a proporção da terra para o
uso do trabalhador se altera; passa-se a acumular algo imperecível
Estado Civil Social: aqui a lei natural será executada pelo Estado. (dinheiro); não fosse o dinheiro, a medida da propriedade ainda
seria a medida do uso da terra.
Portanto, o direito natural moderno é o direito à propriedade
privada, como interesse maior da classe burguesa e do
pensamento liberal.

2. O Contrato Social em Locke Relembra Aristóteles, que dividia o poder em


Obs: O primeiro tratado refuta o Filmer, que tinha teses absolutistas. E o fez concentrando-se na figura paternal, marital, político.
do contrato, da liberdade e da propriedade.
Para Locke o poder político não pode ser mensurado como se fosse passado de pai para filho. Não são
iguais o poder do pai sobre o filho, do marido sobre a mulher, do amo sobre seu servo e o poder político
de um magistrado sobre seus súditos. Assim, do ponto de vista da divisão dos poderes na tradição
político-jurídica, Locke assemelha-se a Aristóteles. Para Locke, o poder político tem uma característica
Ponto que diverge de aristóteles. O homem é
específica que o difere dos demais poderes; é o contrato social que dá base ao poder político.
animal político e para locke tem contrato social.
A sociedade civil se levanta a partir de um pacto entre os indivíduos que, antes de tal acordo, viviam sob
a situação de natureza; o fundamento da vida em sociedade civil é, portanto, o consentimento dos
próprios cidadãos.

Semelhanças e diferenças

Hobbes Locke
Passagem do estado de natureza para o estado civil Igual Para cícero e Aristóteles há uma sociabilidade natural
tem o contrato social
Estado de natureza é o estado de guerra de todos Estado de natureza é pacífico, pois o homem
contra todos mesmo nessa condição tem meios de
compreender a lei natural; o homem não tem
uma inclinação da natureza para ser lobo do
homem; os homens em estado natural são iguais
e desfrutam de sua liberdade.

Locke e Rousseau: para ambos o estado de natureza é pacífico, porém Locke usa a propriedade é
legitimada pelo contrato, enquanto para Rousseau coloca a origem da desigualdade na propriedade.

A liberdade é possível em natureza por conta da lei natural que nela existe. A guerra que é o resultado
do desrespeito à essa lei natural é apenas uma possibilidade do estado de natureza, não sua constante Vida, liberdade e bens = propriedade
apresentação. É possível a paz no estado de natureza e o estado de guerra é possível tanto na vida em

Página 7 de Filosofia do Direito


Vida, liberdade e bens = propriedade
apresentação. É possível a paz no estado de natureza e o estado de guerra é possível tanto na vida em
natureza como também na política.
Há inconvenientes na vida natural por conta da falta de proteção da propriedade. Locke situa a
propriedade de modo amplo como a vida, a liberdade e os bens. Buscando tal proteção, então os
indivíduos estabelecem o contrato social.
A finalidade do contrato social é a garantia da propriedade privada.
No segundo tratado ele diz "o fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas e
submeterem-se a um governo é portanto, a conservação de sua propriedade".
Em Locke, o contrato social dá origem a um corpo político que legisla, julga e sustenta por meio da força
a comunidade. O Estado não surge como um negador dos direitos naturais, antes é um continuador
desses direitos, garantindo-os. Apenas o direito à justiça, por conta própria, é retirado dos indivíduos
situando-os agora nas mãos do Estado; o contrato social mantém a liberdade natural sustentando-a em
outro grau, agora político e não mais individual; com o contrato social busca-se consolidar os direitos já
existentes no estado de natureza, agora pela via social e institucional.

Monarquia, aristocracia e democracia


Para Locke, existem 3 formas de governo. Ele não tem uma preferência, mas defende que o governo
deve buscar a conservação da propriedade privada. Portanto, Locke considera que um governo com
poderes distribuídos tem a possibilidade de melhor garantir os direitos naturais dos indivíduos,
conformando, assim, uma teoria política liberal-burguesa.

Página 8 de Filosofia do Direito


Kant (1724-1804) Para Kant, nós temos princípios práticos e esses dividem-se em
máximas e imperativos (hipotéticos ou categóricos).
segunda-feira, 27 de outubro de 2014 18:14 Princípios práticos são regras gerais, sob as quais encontram-se
numerosas regras particulares.
• As máximas valem apenas para os sujeitos que as propõe,
Algumas questões que ele traz na "Crítica da Razão Pura": enquanto os imperativos são válidos para todos; são mandamentos
A razão humana é razão teórica (capaz de conhecer) e também, razão prática (capaz de determinar a ou deveres.
vontade e a ação moral). • Hipotético: quando determina a vontade apenas sob a condição de
Kant parte do princípio de que todo homem, como ser racional e livre, traz dentro de si a ideia do que ele queira alcançar um determinado objetivo.
dever, ou seja, o homem é capaz de impor a si mesmo normas de conduta designadas por normas • Categórico: consiste no fato de cada indivíduo descobrir em si
éticas, que são válidas para todos os seres racionais. mesmo um comando incondicional, uma ordem universalmente
válida, pela qual deve conduzir suas ações. Só os imperativos
categóricos são leis práticas que valem incondicionalmente para o
O homem que age moralmente, deverá fazê-lo não porque visa a realização de qualquer outra coisa, ser racional, e só os imperativos categóricos são leis morais.
mas pelo simples fato de colocar-se de acordo com a máxima do imperativo categórico.

Daqui observa-se duas características: universalidade e obrigatoriedade.


A essência do imperativo categórico consiste em ser uma virtude em forma de lei.
"Age de modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princípio da legislação universal."
Nós conhecemos primeiro a lei moral (o dever), como fato da razão, e depois dela inferimos a liberdade como seu fundamento e sua condição.
Para Kant, liberdade é autonomia = determinar-se a si mesmo à própria lei. Ou seja, cada um tem a liberdade para fazer a própria lei, que vem de uma
razão teórica e prática.

Razão ordenadora divina

Obra: Metafísica dos Costumes

Nossa obra opera-se em dois polos:


A legalidade pode estar ou não em conformidade com a
lei, porém estará sempre em conformidade com a moral.
Doutrina do direito (legalidade) - a legalidade é a simples conformidade ou não conformidade de uma
ação com a lei, sem tomar em consideração seus motivos. Porém tal conformidade na qual a ideia do
dever é derivada da lei é ao mesmo tempo o móbil da ação, é a moralidade.

Doutrina da virtude (moralidade) -

Página 9 de Filosofia do Direito


Obs: A política de ações afirmativas surge dentro do pensamento liberal.
Rawls
segunda-feira, 3 de novembro de 2014 18:14

Genealogia do Pensamento Liberal

Benjamin Constant que privilegia

Liberalismo
Milton Conservador
Friedman
Liberalismo
Adam Smith Igualitário
Neo
Liberalismo Liberalismo
Liberalismo
Economico Político

Surgem duas
vertentes

Locke

A teoria da justiça de Rawls é classificada como justiça da equidade, está sendo o igualitarismo da
posição original, isto é, existe um Estado Inicial (hipotético, onde começa a história) onde há igual No momento do Pacto Originário há um momento de
distribuição de direitos e deveres. igualdade, equidade e liberdade para deliberar sobre
No presente, para dividir bens, volta-se no momento hipotético, onde há o véu da ignorância direitos e deveres e selecionar os melhores para comporem
Para ele a justiça é uma prática da virtude. um quadro vasto de recursos institucionais a serviço de
todos. O pacto é estruturado tomando por base dois
Se a justiça existe, ela é definida em função da capacidade que as instituições possuem de realizá-la. O princípios basilares de seu sistema acerca da justiça, quais
que motiva a formação da teoria da justiça como equidade é uma preocupação com o coletivo, com o sejam o da igualdade e o da diferença.
público e com o institucional. Isso é um método filosófico, não significando que na
prática funcionará exatamente assim.
Dois princípios para saber o que é um bom governo:
1. Princípio da garantia da liberdade
2. Princípio da distribuição igual para todos.

Tendo liberdade e distribuição igual, resulta em estabilidade do governo.

Página 10 de Filosofia do Direito


Kant
segunda-feira, 10 de novembro de 2014 18:23

Liberdade = agir com autonomia, mais que isso, é determinar-se a si mesmo a própria lei.

A liberdade é encontrada na razão prática, está é explicitada a partir do conceito de vontade. Assim, a
liberdade é fundamental na concepção do universo moral.

A vontade remete à formula do imperativo categórico ("age de modo que a máxima da tua vontade
possa valer sempre, ao mesmo tempo, como princípio de legislação universal"). Então, cada indivíduo
deve descobrir em si um comando incondicional, pelo qual deve conduzir suas ações. Se agir de acordo
com a vontade, que esteja de acordo com a lei universal, de alguma forma a sua liberdade também está
de acordo com a lei universal.

Rawls
Teoria da justiça baseada na equidade. Ele diz que para ter-se um bom governo, são necessários dois
princípios: garantia da liberdade e distribuição igual para todos.
Há dois princípios da justiça: igualdade e diferença
No momento do pacto original (momento hipotético), o ser humano está sob o véu da ignorância, e por
isso, ele é capaz de distribuir direitos e deveres.
No momento atual, para dividir algo é necessário voltar. A distribuição é feita por meio das ações
afirmativas. Estas são relacionadas com a justiça corretiva do Aristóteles.

Dworkin
Sua teoria assemelha-se muito com a das ações afirmativas de Rawls. A liberdade, em Dworkin é
importante, pois ele nega à liberdade a condição de direito fundamental. Isso, pois o Estado pode limitar
a liberdade do indivíduo em favor de políticas de bem estar social, e isso justifica as ações afirmativas.

Página 11 de Filosofia do Direito

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