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1. Introdução
A embalagem se tornou item fundamental da vida de qualquer pessoa e
principalmente das atividades de qualquer empresa.
O desenvolvimento da embalagem, acompanhou o desenvolvimento humano, da
necessidade inicial do homem de armazenar água e alimentos em algum recipiente,
visando à sobrevivência própria, até o inicio das atividades comerciais, e disseminação
do uso das embalagens.
Atualmente estão presentes em todos os produtos, com formas variadas, e
funções variadas, sempre com a evolução das tecnologias utilizadas, que as tornam cada
vez mais eficientes e estratégicas.
Para a logística, a embalagem é item de fundamental importância, possui
relacionamento em todas as áreas, e é essencial para atingir o objetivo logístico de
disponibilizar as mercadorias no tempo certo, nas condições adequadas ao menor custo
possível, principalmente na distribuição internacional.
Para se ter uma idéia da representatividade da embalagem na economia, segundo
Moura e Banzato (2000), os gastos com embalagem representam aproximadamente 2%
do PNB. E o Brasil perde entre 10% e 15% da sua receita de exportação por causa de
embalagens deficientes.
2. Conceito e Classificação
Dependendo do foco em que está sendo analisado, o conceito de embalagem
pode varia. Para um profissional da área de distribuição, por exemplo, a embalagem
pode ser classificada como uma forma de proteger o produto durante sua
movimentação. Enquanto que para um profissional de marketing a embalagem é muito
mais uma forma de apresentar o produto, visando atrair os clientes e aumentar as
vendas, do que uma forma de protegê-lo.
Um conceito mais abrangente proposto por Moura e Banzato (2000) faz
referência à embalagem como:
“Conjunto de artes, ciências e técnicas utilizadas na
preparação das mercadorias, com o objetivo de criar
as melhores condições para seu transporte,
armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou
alternativamente, um meio de assegurar a entrega de
um produto numa condição razoável ao menor custo
global” MOURA & BANZATO (2000, p.11).
3. Funções da Embalagem
As principais funções da embalagem são: conteção, proteção e comunicação.
A conteção refere-se à função de conter o produto, de servir como receptáculo,
por exemplo, quando ocorre do produto vazar da embalagem, esta função não foi
cumprida. O grau de eficiência da embalagem nesta função depende das características
do produto. Uma mercadoria perigosa, inflamável, deve sempre ter 100% de eficiência,
realizando o investimento necessário para tal. Enquanto que um fabricante de um
material de menor valor, como sal, por exemplo, pode permiti-se utilizar uma
embalagem com menor grau de eficiência nesta função, o mesmo ocorre com relação à
função de proteção.
A função de proteção, possibilita o manuseio do produto até o cunsumo final,
sem que ocorra danos na embalagem, e/ou produto. Também com relação a esta função
deve-se estabelecer o grau desejado de proteção ao produto.
Alguns dos principais riscos aos quais a embalagem está submetida são:
choques, aceleração, temperatura, vibração, compressão, oxidação, perfuração,
esmagamento, entre outros.
4. Planejamento da Embalagem
A interação da embalagem com as operações logísticas, deve iniciar-se no
planejamento da embalagem, pois nesta etapa são definidos aspectos fundamentais, que
irão influenciar todo o processo, como: dimensões, tipo de material, design, custo e
padronização das embalagens.
Estes aspectos são fundamentais para o planejamento e eficiência no
armazenamento e transporte dos produtos, caso a embalagem não seja planejada de
acordo com os recursos existentes (máquinas movimentação, espaço físico, modal
transporte), será necessário adequar todos os recursos à embalagem.
Há um conflito no planejamento da embalagem, por interferir em diversas áreas
da empresa, e ter grande representatividade nos custos. Neste sentido, Moura e Banzato
(2000) estabelecem cinco critérios básicos para desenvolver uma embalagem: função,
proteção, aparência, custo e disponibilidade.
Tem-se prioridades diferentes de acordo com o tipo de produto que será
acondicionado, e do tipo de embalagem, se para consumo ou industrial (transporte).
Entretanto para ambas é essencial que se verifique, nesta etapa do planejamento, quais
serão as condições de manuseio, armazenagem e de transporte a que serão submetidas.
A falta de planejamento, ou um planejamento deficiente podem levar a
ocorrência de graves problemas, desde o aumento do custo por um
superdimensionamento da embalagem, que torna o transporte e armazenagem mais cara,
até à deterioração da embalagem e/ou produto.
1
RFID - Radiofrequency Identification Data ou Identificação via radiofreqüência.
Conhecimento
dos materiais
de embalagens
Conhecimento
Projeto de do produto
uma nova Levantamento
embalagem de dados
Conhecimento
das condições
logísticas
Conhecimento
das condições
formais
5. Padronização
A padronização das embalagens geralmente ocorre nas secundárias e terciárias,
que protegem e acondicionam as embalagens primárias. Segundo Moura & Banzato
(2001) ao se falar em padronização de embalagens, na maioria das vezes refere-se à
padronização das dimensões, e não do material. Isto porque são estas as características
que influenciam mais a capacidade do equipamento de movimentação, e não o tipo de
material utilizado na fabricação.
A redução da variabilidade de embalagens facilita o armazenamento, manuseio
e movimentação dos materiais, reduzindo o tempo de realização destas tarefas, por
proporcionar uma padronização destes métodos, dos equipamentos de movimentação, e
de armazenamento. Além da redução do tempo, outra vantagem da padronização é a
redução de custos.
Um exemplo da redução de custos pela padronização dos materiais é o caso
apresentado na Revista Tecnologística, do Grupo Behr Brasil, pertencente do segmento
de autopeças, produzem radiadores e ar condicionado, enviam seus produtos para vários
paises e tem como principal cliente suas próprias fábricas. O grupo sentiu à
necessidade de padronizar seus processos logísticos, especificamente a embalagem,
devido a alta necessidade de movimentação e transporte.
Antes utilizavam embalagens descartáveis, entretanto estas ocasionavam grande
volume de descarte, custos com mão-de-obra, avarias durante o transporte e a
armazenagem, má utilização do espaço físico no estoque e centros de distribuição.
A solução foi à contratação de um agente especializado, este agente é
proprietário das embalagens e responsável por toda a gestão destas, aluguel,
recolhimento dos equipamentos nos pontos finais de entrega, limpeza, reparos, e
manutenção.
Após a adoção deste sistema, com um modelo único de embalagem, o contêiner
plástico desmontável, a empresa obteve os seguintes resultados: redução de 15% mão-
de-obra, custo embalagem caiu 20% no fluxo Alemanha e Brasil e 5% no fluxo inverso,
aumentou sua capacidade de armazenamento em 15%, permitiu um empilhamento
maior e redução do abastecimento (kanban).
6. A Embalagem e a Logística
A embalagem tem interação com todas as funções da logística, armazenamento,
manuseio, movimentação de materiais, e transporte. Desta interação com as funções
logísticas, pode-se conseguir redução de custos, de tempo na entrega final do produto,
redução de perdas, e aumento do nível de serviço ao cliente.
Na movimentação de materiais, dentro dos armazéns, e na troca de modal de
transporte, é onde a embalagem sofre os maiores impactos, que podem causar danos a
embalagem primária, e produto, e onde os impactos da falta de planejamento podem ser
percebidos, seja pelo alto número de perdas, e/ou adaptação dos equipamentos de
transporte, seja pelo aumento do custo decorrente destas perdas, e impossibilidade de
padronização dos métodos e equipamentos de movimentação, que acabam por aumentar
a necessidade de mão-de-obra e reduzir a eficiência.
Neste sentido Moura & Banzato (2000) citam alguns pontos a serem analisados:
até que ponto a embalagem para Matéria-Prima e para produtos acabados facilita as
operações de recebimento, descarga, inspeção, movimentação; até que ponto as
unidades de movimentação como caixa, paletes e contenedores facilitam a estocagem, e
até que ponto a embalagem facilita o descarte e a reciclagem?
A embalagem proporciona a proteção necessária ao produto durante o processo
de armazenagem, assegurando sua integridade, pode proporcionar melhor utilização do
espaço nos armazéns, e facilitar a identificação e separação dos produtos, evitando
retrabalho com correções.
Na definição do tipo de transporte deve-se verificar o ambiente ao qual os produtos
serão submetidos, cada modal tem características próprias, que exigem cuidados
específicos. Os maiores riscos durante o processo de transporte são: alterações clima,
impactos com aceleração, vibrações, choque, humidade. Além das condições é
necessário conhecer as limitações de cada modal quanto a peso e dimensões.
7. Conclusões
8. Bibliografia
MOURA, Reinaldo A.; BANZATO José Maurício. Embalagem Unitização & Conteinerização. IMAM,
São Paulo, 2000.
www.imam.com.br
www.guiadelogística.com.br
www.guiadaembalagem.com.br