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A doutrina Católica sobre a graça e a heresia protestante

PERGUNTA
Nome: Silvio Augusto Moreira
Enviada em: 29/03/2006
Local: Diamantina - MG, Brasil
Religião: Católica
Idade: 25 anos
Escolaridade: Superior em andamento
Profissão: Seminarista Católico

gostaria de receber maiores inforações sobre a doutrina da graça, e sobretudo informações acerca
da disputa sobre a questão da graça entre os luteranos e os catolicos.

obrigado e que a nossa Virgem Mãe Maria lhe proteja e interceda sempre por vossos apostolados
em defesa de nossa fé católica.

Fraternalmente Seminarista Católico Silvio augusto Moreira - V Período da Faculdade de Teologia


Catolica.

RESPOSTA

Prezado Silvio,
salve Maria,

O Concílio de Trento é a fonte doutrinária mais apropriada sobre a questão da graça, pois
esse Concílio foi feito especialmente para combater os erros dos protestantismos.
Em relação à graça, é particularmente importante a Sessão VI do Concílio Tridentino, que trata
da justificação do homem.
Apresentamos apenas um resumo da questão.

Segundo a doutrina Católica, a graça santificante é um dom gratuito de Deus, que é recebido
primeiramente através do Batismo, eliminando completamente o pecado e substituindo-o pela participação
na vida divina. O pecado é extinto e o homem passa a ser de fato justo, com a graça operando uma real
transformação interior no homem.
E não poderia ser diferente, pois como poderiam coexistir na mesma alma a vida de Deus e a
ação do diabo?
Importa notar também que, embora seja gratuita, essa graça supõe a cooperação humana,
pois o homem pode tanto aceitá-la quanto rejeitá-la.

Ao contrário, para Lutero o homem está absoluta e irremediavelmente decaído após o pecado
original, e nem Deus pode perdoar os pecados do homem, restando então apenas cobrir os pecados,
escondê-los, e excusá-los por antecedência!
Para Lutero, o homem é mau. Nada pode fazer para sua salvação, nem mesmo cooperar com
a graça divina. Assim, a graça é somente uma imputação externa dos méritos de Cristo, que cobre o
pecador com seu manto de santidade. O pecador continua pecador, e continua pecando, embora justo! É o
famoso e absurdo simul iustus et peccator.
Nem é preciso dizer que essa concepção dialética do homem é completamente gnóstica e
maniquéia e, portanto, anticristã.

Os luteranos acabaram atenuando muito a posição de seu mestre na Confissão de


Augsburg, para que fosse aceita pelo Imperador Carlos V. Assim, descartaram o servo arbítrio de Lutero e
deram alguma importância às obras.
Mas de forma alguma se pode dizer que tenham a mesma fé que nós Católicos, ainda que
tenham produzido a obra-prima em ambigüidade que é a declaração conjunta sobre a justificação de
1998-99.
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Esperando ter esclarecido suas dúvidas, recomendando a leitura de Trento, nos despedimos
atenciosamente,

In Jesu et Mariae
Marcos Libório

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