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EB70-CI-11.

419

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
MOTOCICLISTA E BATEDOR MILITAR

(EXEMPLAR-MESTRE)
Edição Experimental
2018
EB70-CI-11.419

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
MOTOCICLISTA E BATEDOR MILITAR

Edição Experimental
2018
EB70-CI-11.419

PORTARIA Nº 115-COTER, DE 11 DE OUTUBRO DE 2018.


EB: 64322.018265/2018-41

Aprova o Caderno de Instrução Motociclista


e Batedor Militar (EB70-CI-11.419), Edição
Experimental, 2018 e dá outra providência.

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atri-


buição que lhe confere o inciso II e X do art. 11 do Regulamento do Comando de
Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria do Comandante
do Exército nº 242, de 28 de fevereiro de 2018, e de acordo com o que estabe-
lece os art. 5º, 12 e 44 das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas
do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exér-
cito nº 770, de 7 de dezembro de 2011 e alteradas pela Portaria do Comandante
do Exército nº 1.266, de 11de dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Aprovar o Caderno de Instrução Motociclista e Batedor Militar


(EB70-CI-11.419), Edição Experimental, 2018, que com esta baixa.

Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua


publicação.

Gen Ex JOSÉ LUIZ DIAS FREITAS


Comandante de Operações Terrestres

(Publicada no Boletim do Exército nº 45, de 9 de novembro de 2018)


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FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
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ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade .….......................................................................................... 1-1
1.2 Objetivo …............................................................................................... 1-1
1.3 O Motociclista Militar e Batedor…........................................................... 1-1
1.4 A Motocicleta…........................................................................................ 1-1
1.5 O Equipamento Individual….................................................................... 1-2
1.6 A Instrução …........................................................................................... 1-2

CAPÍTULO II - UNIFORME E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO DO MO-


TOCICLISTA MILITAR
2.1 Uniforme do Motociclista Militar .............................................................. 2-1
2.2 Equipamento de Proteção do Motociclista Militar .................................. 2-2

CAPÍTULO III - MECÂNICA DE MOTOCICLETAS


3.1 Considerações Iniciais ........................................................................... 3-1
3.2 Sistemas…............................................................................................. 3-1
3.3 Inspeções…........................................................................................... 3-1
3.4 Sistema Mecânico - Motor ..................................................................... 3-2
3.5 Sistema Mecânico - Lubrificação............................................................ 3-4
3.6 Sistema Mecânico - Arrefecimento......................................................... 3-5
3.7 Sistema Mecânico - Transmissão........................................................... 3-6
3.8 Sistema Mecânico - Freios..................................................................... 3-8
3.9 Sistema Mecânico - Suspensão.............................................................. 3-9
3.10 Sistema Mecânico - Rodas e Pneus..................................................... 3-10
3.11 Sistema Elétrico - Partida...................................................................... 3-11
3.12 Sistema Elétrico - Ignição.................................................................... 3-12
3.13 Sistema Elétrico - Carga...................................................................... 3-13
3.14 Sistema Elétrico - Iluminação............................................................... 3-14
3.15 Sistema Elétrico - Sinalização.............................................................. 3-18
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3.16 Inspeção Antes da Partida................................................................... 3-19


3.17 Inspeção Durante a Missão................................................................. 3-19
3.18 Inspeção no Retorno da Missão.......................................................... 3-20
3.19 Inspeção Preventiva (P-CLOC)........................................................... 3-20

CAPÍTULO IV - TÉCNICA DE PILOTAGEM


4.1 Introdução ............................................................................................ 4-1
4.2 Controles da Motocicleta ...................................................................... 4-1
4.3 Localização dos Componentes da Motocicleta XRE 300...................... 4-8
4.4 Instrumentos e Indicadores do Painel da XRE 300 …........................... 4-9
4.5 Características da Motocicleta …........................................................... 4-10
4.6 Postura ...................….......................................................................... 4-10
4.7 Frenagem …......................................................................................... 4-11
4.8 Curvas................................................................................................... 4-12
4.9 Visibilidade............................................................................................ 4-12
4.10 Posicionamento da Motocicleta........................................................... 4-13
4.11 Segurança na Pilotagem...................................................................... 4-13
4.12 Vias Expressas e Rodovias.................................................................. 4-13
4.13 Pisos.................................................................................................... 4-14
4.14 Frenagem com Mudança de Direção................................................... 4-14
4.15 Embreagem......................................................................................... 4-14
4.16 Contra-Esterço.................................................................................... 4-14
4.17 Frenagem ABS..................................................................................... 4-14
4.18 Curvas: Piloto x Motocicleta................................................................. 4-15
4.19 Pilotagem na Chuva............................................................................. 4-15
4.20 Pilotagem Noturna............................................................................... 4-15
4.21 Adversidades na Estrada..................................................................... 4-16

CAPÍTULO V – TÉCNICA DE ESCOLTA


5.1 Escolta.................................................................................................. 5-1
5.2 Batedores….......................................................................................... 5-1
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5.3 Escolta de Motocicletas …................................................................... 5-1


5.4 Funções dos Batedores …................................................................... 5-2
5.5 Atribuições dos Batedores …............................................................... 5-3
5.6 Etapas da Escolta......…........................................................................ 5-6
5.7 Estudo Sumário da Missão…................................................................ 5-7
5.8 Ordem Preparatória.............................................................................. 5-8
5.9 Reconhecimento ...............................…............................................... 5-8
5.10 Planejamento da Utilização do Tempo…............................................. 5-9
5.11 Estudo de Situação …......................................................................... 5-10
5.12 Controle de Trânsito…........................................................................ 5-12
5.13 Definições Básicas no Controle de Trânsito........................................ 5-13
5.14 Sinais de Trânsito…............................................................................. 5-13
5.15 Esquema de Trânsito…...................................................................... 5-15
5.16 Doutrina de Execução da Escolta….................................................... 5-15
5.17 Parada de Semáforos…...................................................................... 5-18
5.18 Realização da Técnica Escama ......................................................... 5-19
5.19 Realização da Técnica Fatiamento .................................................... 5-19
5.20 Realização da Técnica Infiltração ....................................................... 5-20
5.21 Encontro de Duas Escoltas................................................................ 5-20
5.22 Motociclista que Ficou Atrás do Cerra-Fila .......................................... 5-20
5.23 Saída do Ponto …............................................................................... 5-20
5.24 Utilização da Sinalização e Sinalização Errada ................................. 5-20
5.25 Procedimento com Viatura Policial ou Veículo de Emergência ......... 5-21
5.26 Comunicação do Chefe do Comboio com o Comandante da Es-
colta …........................................................................................................ 5-21
5.27 Organização de Comboios ….............................................................. 5-21
5.28 Procedimento caso Algum Veículo entre na Escolta .......................... 5-22
5.29 Gestos do Motociclista ....................................................................... 5-23
5.30 Formações para Deslocamento…...................................................... 5-25
5.31 Acidentes…......................................................................................... 5-27
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5.32 Considerações Finais........................................................................... 5-28

CAPÍTULO VI - PRIMEIROS SOCORROS


6.1 Introdução............................................................................................. 6-1
6.2 Aspectos Legais do Socorro…............................................................... 6-1
6.3 Fases do Socorro…............................................................................... 6-2
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE
- Este Caderno de Instrução tem por finalidade apresentar o material e as técni-
cas a serem adotadas por motociclistas militares e batedores na execução das
escoltas.

1.2 OBJETIVO
- Padronizar e orientar, no âmbito do Exército Brasileiro, a atividade do motoci-
clista militar e batedor.

1.3 O MOTOCICLISTA MILITAR E BATEDOR


1.3.1 O motociclista militar e batedor deve ser, devido à natureza de sua ativida-
de, um combatente dotado de qualidades específicas que lhe permitirão cumprir
sua missão, tornando-se o elemento central da atividade de escolta. É essencial
que seja dotado, em elevado grau, de muito boa condição física, moral e psíqui-
ca, além de possuir acurada e sólida técnica, capaz de deixá-lo em condições
de responder, de forma eficaz, às diferentes situações apresentadas no trânsito.
1.3.2 São características essenciais ao motociclista militar e
batedor:
- responsabilidade;
- equilíbrio emocional;
- determinação;
- resistência à fadiga;
- coragem;
- iniciativa;
- rapidez de raciocínio; e
- vigor físico.

1.4 A MOTOCICLETA

1.4.1 Motocicleta: é a principal e a mais importante ferramenta utilizada pelo mo-


tociclista e deve ser amplamente conhecida por seu operador. O conhecimento
pleno, do funcionamento e das características desse veículo, leva o motociclista
a obter a confiança necessária à correta utilização das técnicas de pilotagem.
1-1
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1.4.2 Assim como não se pode conceber um soldado, empregado em ações de
combate, que não tenha um conhecimento absoluto sobre o seu armamento,
também não se pode admitir um motociclista que não domine completamente a
sua motocicleta.

1.5 O EQUIPAMENTO INDIVIDUAL


- O equipamento individual é de essencial importância para o motociclista, for-
necendo as condições indispensáveis para a pilotagem com segurança. O far-
damento e os equipamentos a serem utilizados nos diversos tipos de escolta
encontram-se, em sua maioria, previstos no Regulamento de Uniformes do
Exército (RUE) - EB10-R-12.004, 3ª Edição 2015. Novos equipamentos de se-
gurança vêm surgindo a cada dia (protetores cervicais, caneleiras, joelheiras,
cotoveleiras, etc). Estes, quando aprovados pelo Instituto Nacional de Metrolo-
gia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), podem ser utilizados e testados. Se
aprovados, deve-se enviar a proposta de alteração do RUE, à Secretaria Geral
do Exército (SGEx).

1.6 A INSTRUÇÃO
1.6.1 A instrução do motociclista militar e batedor deve ser pautada pelo caráter
eminentemente prático. As instruções teóricas devem ser ministradas, unica-
mente, como apoio à aquisição do conhecimento necessário ao desenvolvimen-
to de capacidades essenciais ao motociclista.
1.6.2 O Estágio de Motociclista Militar e Batedor (EMMB) fornece o embasamen-
to teórico e prático para o desempenho das funções atinentes ao motociclista
militar e batedor. O adestramento do motociclista somente será alcançado no
exercício cotidiano de sua função, pois “o bom motociclista se aperfeiçoa no
trânsito”.

1-2
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CAPÍTULO II
UNIFORME E EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO DO MOTOCICLISTA MILITAR

2.1 UNIFORME DO MOTOCICLISTA MILITAR


- Consultar o RUE.
2.1.1 COMPOSIÇÃO BÁSICA Figura (Fig) 1:
- capacete de motociclista aberto;
- simulacro de blusa com gola olímpica;
- macacão de motociclista;
- braçal;
- coldre ambidestro subaxilar; e
- bota preta de motociclista.

Fig 1 - Uniforme do motociclista

2.1.2 Posse obrigatória para Oficial e Praça.


2.1.3 Uso: em reconhecimento, escolta de comboios e serviço de estafeta no
desempenho da função de motociclista.
Observação: alguns materiais de proteção individual, visto na imagem deste

2-1
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uniforme, estão descritos em regulamentação específica.
2.1.4 Manutenção: lavar as peças do uniforme com água e sabão neutro. A parte
externa do blusão e das botas deverão ser engraxadas constantemente para
evitar o ressecamento do couro.

2.2 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO DO MOTOCICLISTA MILITAR:


- joelheira articulada com três pontos de fixação em velcro com costura reforçada
(Fig 2 e 3);
- protetor de coluna, do tipo mochila, com cinta abdominal (Fig 4 e 5);
- luvas (Fig 6);
- coldre para pistola de perna, compatível com pistola 9 mm, tipo ambidestro (Fig 7);
- cinto tático universal (Fig 8);
- bolsa de perna (Fig 9);
- bota (Fig 10);
- capacete com óculos (Fig 11);
- colete reflexivo (Fig 12);
- jaqueta de couro (Fig 13);
- fiel retrátil (Fig 14);
- apito trinado (Fig 15); e
- óculos de proteção (Fig 16).

Fig 2 - Joelheira articulada com três


Fig 3 - Militar utilizando as joelheiras de proteção.
pontos de fixação

2-2
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Fig 4 - Protetor de coluna, do tipo mochila, com Fig 5 - Militar utilizando protetor de coluna, do
cinta abdominal tipo mochila, com cinta abdominal

Fig 6 - Luvas de proteção Fig 7 - Coldre de perna

2-3
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Fig 8 - Cinto tático universal Fig 9 - Bolsa de perna

Fig 10 - Bota Fig 11 - Capacete com óculos

2-4
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Fig 12 - Colete reflexivo Fig 13 - Jaqueta de couro

Fig 14 - Fiel retrátil Fig 15 - Apito trinado

Fig 16 - Óculos de proteção

2-5
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2-6
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CAPÍTULO III
MECÂNICA DE MOTOCICLETAS

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


- É imprescindível ao motociclista militar possuir conhecimentos básicos sobre
os diversos sistemas existentes em uma motocicleta, seus funcionamentos, pa-
nes mais recorrentes, causas prováveis e as manutenções necessárias para que
todos eles funcionem perfeitamente e em harmonia. Vale ressaltar que, esses
conhecimentos visam apenas familiarizar o batedor com os assuntos que envol-
vem a mecânica de uma motocicleta e não formá-lo um mecânico.

3.2 SISTEMAS
- Para facilitar o entendimento do funcionamento dos diversos sistemas, o as-
sunto Mecânica de Motocicletas será dividido da seguinte forma:
3.2.1 SISTEMAS MECÂNICOS:
- motor;
- lubrificação:
- arrefecimento:
- transmissão;
- freios;
- suspensão; e
- rodas e pneus.
3.2.2 SISTEMAS ELÉTRICOS:
- partida;
- ignição;
- carga;
- iluminação; e
- sinalização.

3.3 INSPEÇÕES
- antes da partida;
- durante a missão;
- no retorno da missão; e
- Preventivas.

3-1
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3.4 SISTEMA MECÂNICO - MOTOR
- Motor é uma máquina que transforma energia térmica em energia mecânica.
Essa energia mecânica nada mais é do que o movimento. Comumente, os mo-
tores das motocicletas são de quatro tempos e, por isso, este Caderno de Instru-
ção abordará apenas esta classe de motores.
3.4.1 FUNCIONAMENTO DO MOTOR
3.4.1.1 Para entender o funcionamento de um motor, é necessário conhecer
suas peças básicas (Fig 17).

Válvula de Comando de válvulas


Admissão
Válvula de escape,
Balancim e
balancim e Mola
Mola

Tampa de Válvulas
Duto de Vela de Ignição
Admissão
Cabeçote Duto de escape
Água Pistão

Bloco do Motor Biela

Cárter Mancal de Biela


Óleo
Virabrequim

ADMISSÃO

COMPRESSÃO
EXPLOSÃO

EXAUSTÃO
Centelha
Ponto Morto Superior

Fig 17 - Peças básicas do motor

3-2
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3.4.1.2 O motor a quatro tempos tem este nome porque o seu funcionamento é
baseado em quatro fases distintas: admissão, compressão, explosão e escapa-
mento (expulsão) (Fig 18).
3.4.1.2.1 1º Tempo - Admissão: nesse tempo de funcionamento, estando a vál-
vula de admissão aberta e a válvula de escapamento fechada, o pistão desce no
interior do cilindro provocando uma depressão e succionando o ar já misturado
com o combustível;
3.4.1.2.2 2º Tempo - Compressão: com as duas válvulas fechadas, o pistão sobe
dentro do cilindro, comprimindo a mistura de ar e combustível admitida;
3.4.1.2.3 3º Tempo - Explosão: ainda com as duas válvulas fechadas, e o pistão
em cima, é liberada uma centelha pela vela de ignição, que ocasiona uma ex-
plosão no interior do cilindro, empurrando o pistão para baixo. A aplicação dessa
força de forma brusca na cabeça do pistão faz com que ele, através da biela,
transmita o movimento para árvore de manivelas, transformando o movimento
vertical (sobe e desce) do conjunto pistão/biela em movimento rotativo da árvore
de manivelas. Este é o único tempo útil do motor, ou seja, aquele que produz
trabalho; e
3.4.1.2.4 4º Tempo - Escapamento (Expulsão): com a válvula de escapamento
aberta, o pistão realiza um movimento ascendente jogando para fora do cilindro
todos os gases resultantes da queima da mistura ar-combustível.

Fig 18 - Quatro tempos de funcionamento do motor

3-3
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Observação: dessa maneira obtém-se a produção de energia cinética necessá-
ria ao funcionamento de outros sistemas existentes na motocicleta.
3.4.2 ALIMENTAÇÃO DO MOTOR
- O conjunto composto pelo tanque de combustível, tubulações, filtro de combus-
tível, filtro de ar, carburador (ou unidade injetora) e acelerador tem por finalidade
levar até o interior do cilindro a mistura ar-combustível que será queimada no
tempo de explosão, para a produção do tempo útil do motor.

3.5 SISTEMA MECÂNICO - LUBRIFICAÇÃO


3.5.1 FUNCIONAMENTO DA LUBRIFICAÇÃO
- O funcionamento desse sistema é bastante simples. Partindo dos princípios
da hidráulica, o sistema precisa fazer circular óleo em um circuito fechado e
distribuir este lubrificante em todas as partes que estão gerando atrito e calor e,
consequentemente, desgaste.
3.5.2 FINALIDADES DA LUBRIFICAÇÃO:
- lubrificar;
- reduzir o atrito;
- diminuir o desgaste;
- auxiliar no arrefecimento; e
- limpar as partes internas do motor.
3.5.3 Qualquer falha no sistema de lubrificação, se não for reparada a tempo,
levará o motor à parada total.
3.5.4 PRINCIPAIS COMPONENTES DA LUBRIFICAÇÃO:
- cárter do motor;
- pescador de óleo;
- bomba de óleo;
- filtro de óleo; e
- radiador de óleo.
3.5.5 Alguns modelos de motocicletas podem vir equipados com um sistema de
segurança que indica a pressão do óleo durante o funcionamento do motor (Fig
19). Em alguns casos, esse sistema alerta a central de comando para que corte
o funcionamento do motor por baixa pressão de óleo, evitando que ele “tranque”
por falta de lubrificação.
3.5.6 Os óleos lubrificantes utilizados nos motores de motocicletas variam de
acordo com os fabricantes e modelos, normalmente são multiviscosos e podem
3-4
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ser de bases minerais, sintéticas ou uma junção delas.
3.5.7 As panes mais comuns nesse sistema são: baixo nível do óleo, filtro obs-
truído ou defeito na bomba de óleo. No início destas panes, o que ocorre inicial-
mente é o desgaste dos componentes internos. Por conseguinte, se o problema
persistir, sem ser notado pelo usuário, o sistema interrompe o funcionamento do
motor ou, na falta desse sistema o motor tranca.

Fig 19 - Indicador de baixa pressão de óleo

Observação: óleos lubrificantes desenvolvidos para veículos possuem compo-


nentes diferentes que podem danificar as peças do câmbio e da embreagem.
Deve-se utilizar sempre óleo específico para motocicletas. A troca do óleo lubri-
ficante nos prazos e condições corretos é o que mantém o motor nas condições
ideais de funcionamento e aumenta o seu tempo de vida útil. Essas trocas e as
condições estão especificadas nos manuais dos fabricantes dos diversos mode-
los de motocicletas.

3.6 SISTEMA MECÂNICO - ARREFECIMENTO


3.6.1 O sistema de arrefecimento retira o calor gerado pelo motor, mantendo-o
nas condições ideais de temperatura. Existem motores de refrigeração líquida,
que utilizam uma solução de etilenoglicol com funções que evitam superaqueci-
mento, congelamento e corrosão, e motores de refrigeração a ar, que usam o ar
ambiente para a troca de calor (Fig 20).
3.6.2 O sistema de lubrificação é um auxiliador do sistema de arrefecimento,
executando essa tarefa através do radiador de óleo ou do próprio cárter do mo-
tor.

3-5
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Fig 20 - Sistema de arrefecimento (aletas de refrigeração a ar do motor)

3.7 SISTEMA MECÂNICO - TRANSMISSÃO


3.7.1 A transmissão é um conjunto de engrenagens que trabalham em pares
para transmitir o movimento do motor para a transmissão final, levando ao mo-
vimento à roda traseira. Cada marcha selecionada permite que a motocicleta
atinja uma velocidade e torque diferenciados.
3.7.2 Na maioria das motocicletas, a lubrificação do câmbio é feita pelo mesmo
óleo do motor. O movimento rotativo que é gerado no motor “entra” no câmbio
pela árvore de manivelas e, depois de passar pelo conjunto de engrenagens,
“sai” do câmbio pelo pinhão sendo transmitido à corrente, que por sua vez, trans-
mite-o à roda traseira.
3.7.3 A finalidade do conjunto de engrenagens do câmbio é multiplicar o movi-
mento contínuo que recebe do motor, fazendo com que, de acordo com o au-
mento do giro, e com a troca nos pares de engrenagens, haja um aumento na
velocidade.
3.7.4 Algumas motocicletas de maior cilindrada podem vir equipadas com correia
dentada ou eixo cardãn no lugar da corrente.
3.7.5 Existe um conjunto de peças que sofre maior desgaste. É o chamado kit
de transmissão, composto pelo pinhão, coroa e corrente. Para que esses itens
tenham uma duração maior e o desempenho da motocicleta seja sempre o mais
produtivo possível, é necessário realizar manutenção (Fig 21).
3.7.6 MANUTENÇÃO DO KIT DE TRANSMISSÃO
3.7.6.1 Lubrificação da corrente: utilizar sempre óleo lubrificante e não graxa ou
desengripante.
3.7.6.2 Ajuste da folga da corrente (Fig 22).

3-6
Fig 21 - Manutenção do Kit de Transmissão

3-7
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Fig 22 - Ajuste da folga da corrente

3.8 SISTEMA MECÂNICO - FREIOS


3.8.1 Os freios, através do atrito entre materiais, permitem a motocicleta reduzir
a velocidade e parar. Esse atrito gera calor e desgaste dos materiais. Nos freios
a disco, a pastilha é consumida em atrito com o disco; nos freios a tambor, a lona
é consumida em atrito com o tambor. A manutenção periódica é recomendada
para assegurar a eficiência contínua do sistema de freio.
3.8.2 Existem dois tipos de freio, a disco e a tambor. Atualmente, a maioria das
motocicletas vem equipadas com sistema de freio misto, ou seja, a disco na
dianteira e a tambor na traseira, mas existem motocicletas com freio a disco nas
duas rodas. Quanto ao acionamento, eles podem ser mecânicos ou hidráulicos.
Os freios a disco têm acionamento mecânico através da manete ou do pedal,
porém são assistidos por um circuito hidráulico, que multiplica a força aplicada,
diminuindo o esforço do piloto e aumentando a eficiência na frenagem. Os freios
a tambor são acionados mecanicamente, podendo ou não serem assistidos por
um circuito hidráulico.
3.8.3 A utilização dos freios produz desgaste nas pastilhas de disco, assim como,
nas lonas e nos tambores. Os freios a disco não permitem regulagens, porém
com o desgaste das pastilhas, o fluído de freio compensa esse desgaste auto-
maticamente, sendo necessária uma verificação do nível do fluído, assim como,
do estado das pastilhas. Já os freios a tambor necessitam de regulagem na has-
3-8
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te de acionamento, devido ao desgaste das lonas e do tambor.
3.8.4 Um outro componente muito importante e que deve ser verificado com fre-
quência é o interruptor da luz do freio. Este interruptor faz com que a luz do freio,
na lanterna traseira, acenda sempre que o freio for acionado.
3.8.5 Já estão disponíveis no mercado, há algum tempo, motocicletas equipadas
com freios Antilock Braking System (ABS), sigla que, traduzido do inglês, signi-
fica Sistema Antibloqueio de Freio. Esse sistema funciona com gerenciamento
eletrônico, reduzindo a pressão no circuito de freio e impedindo que as rodas tra-
vem por completo, evitando uma derrapagem quando o acionamento dos freios
ocorrer de uma só vez. Esse sistema melhora a eficiência da frenagem e propor-
ciona uma parada mais rápida em um espaço mais curto.
3.8.6 COMPONENTES DO FREIO:
- disco de freio e tambor de freio;
- pastilhas e lonas de freio;
- manete e pedal de acionamento;
- reservatório de fluído e cilindro mestre;
- cabos e hastes;
- fluído de freio; e
- sistema eletrônico (ABS).

3.9 SISTEMA MECÂNICO - SUSPENSÃO


3.9.1 O sistema de suspensão tem por finalidade, fazer a ligação do quadro
da motocicleta com as rodas além de absorver as irregularidades do piso, sem
transmiti-las ao piloto, mantendo a estabilidade da motocicleta. A maioria das
motocicletas admite regulagens nos amortecedores de acordo com o emprego
e tipo.
3.9.2 COMPONENTE DA SUSPENSÃO:
- amortecedor;
- mola; e
- braços oscilantes.
3.9.3 Durante o deslocamento da motocicleta, os impactos causados pelas ir-
regularidades do piso são absorvidos pelas molas e o amortecedor serve para
auxiliar nessa absorção, e reduzir a frequência de vibração da mola. As buchas
e batentes, confeccionados em diversos tipos de materiais como borracha, poliu-
retano e outros, tem a finalidade de eliminar as folgas entre as partes metálicas
do sistema.

3-9
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3.9.4 PANES NA SUSPENSÃO:
- desgaste da ação das molas (molas cansadas);
- desgaste da ação dos amortecedores; e
- desgaste das buchas e batentes.

3.10 SISTEMA MECÂNICO - RODAS E PNEUS


3.10.1 Os pneus estão entre os componentes de maior importância de uma mo-
tocicleta. Em razão disso, são lembrados apenas quando sua substituição passa
a ser a única solução. É importante ressaltar que pneumáticos em bom estado
são fundamentais para o bom funcionamento da motocicleta e para a segurança
do piloto.
3.10.2 Existem dois tipos de pneus e de rodas. Pneus com ou sem câmara de
ar e rodas raiadas e de ligas metálicas. Utilizando o pneu sem câmara, a sensi-
bilidade de pilotagem é mais precisa. Ao substituir os pneus da moto, é impor-
tante estar atento às especificações técnicas, e se atendem aos requisitos do
equipamento além do tipo de terreno. Existem os compostos mais duros, que
sofrem menos com o desgaste; e os mais macios, que oferecem maior aderên-
cia. É importante escolher aquele mais adequado às necessidades da missão.
Uma dúvida comum, entre os motociclistas, é não saber interpretar os pequenos
números dispostos na lateral de cada pneu. Lá, estão descritos os códigos com
as principais características estruturais do composto e suas limitações de uso.
3.10.3 Em um pneu com medida 150/70 17 69H, por exemplo, o primeiro número
(150) representa a largura da banda de rodagem em milímetros e, logo após, a
indicação de sua altura lateral (70), expressa em porcentagem. No caso, esse
pneumático tem 150 mm de largura e 105 mm de altura.
3.10.4 Na sequência, vem a medida do aro (17 polegadas), e mais adiante (69)
indica o índice de capacidade de carga (325 kg). Por último, a letra H, correspon-
de ao código de limite de velocidade (“H” = 210 km/h). Vale lembrar que, essas
medidas variam entre marcas e modelos. Em caso de dúvidas, deve-se consul-
tar o manual do proprietário da motocicleta e ver as indicações do fabricante.
Para a segurança do motociclista, deve-se respeitar essas limitações.
3.10.5 MANUTENÇÃO DAS RODAS E PNEUS
3.10.5.1 Ficar atento para o desgaste excessivo ou desalinhado na banda de
rodagem. Sempre manter, indubitavelmente, o alinhamento das rodas.
3.10.5.2 Verificar a calibragem dos pneus, pelo menos uma vez por semana ou
antes de toda missão, e respeitar os valores indicados pelo manual do proprietá-
rio. Para saber até onde se pode rodar com segurança, deve-se procurar a sigla
TWI (Tread Wear Indicator), que é a marca indicadora de desgaste dos sulcos na
lateral do pneu. O TWI, mostra onde estão os filetes de borracha entre os sulcos,

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que servem como referência do limite de uso. Pode-se também levar como base
a profundidade dos sulcos, que, pela legislação brasileira, não pode ser inferior
a 1,0 mm em motos.
3.10.5.3 Na chuva, os sulcos são de vital importância, pois têm o papel de fazer
o escoamento da água, evitando assim o efeito aquaplanagem. Nunca passar
qualquer produto para deixar brilho na borracha. Estes são feitos à base de óleos
e ceras que podem escorrer para a banda de rodagem e provocar uma queda.

3.11 SISTEMA ELÉTRICO - PARTIDA


3.11.1 FUNCIONAMENTO DA PARTIDA
3.11.1.1 Quando se liga a chave de ignição, todos os sistemas elétricos são ali-
mentados. Ao acionar o botão de partida, fecha-se o circuito que aciona o motor
de partida que, por ação de um pinhão, aciona uma outra engrenagem solidária
à árvore de manivelas denominada cremalheira, movimentando o pistão no in-
terior do cilindro até que ocorra o tempo de queima (explosão). Esse pinhão, do
motor de partida, possui um sistema de roda livre e quando o motor começa a
funcionar por conta própria, não causa danos a ele, e logo após soltar o botão
de partida, e o circuito se abrir novamente, o pinhão desconecta da cremalheira.
3.11.1.2 Para a Parada do Motor, Existem dois Procedimentos que Podem Ser
Adotados:
- atuando na chave de ignição; e
- atuando no botão de parada de emergência. Este procedimento deve ser re-
vestido de um cuidado especial, tendo em vista que não é uma prática usual
para o motociclista militar, que poderá bloquear a partida da moto, simplesmente
porque esqueceu de voltar o botão para a posição inicial.
3.11.2 COMPONENTES DA PARTIDA:
- circuito de partida;
- motor de partida; e
- cremalheira.
Observação: algumas motocicletas possuem sistema auxiliar de partida que
consiste em uma alavanca em forma de pedal, para suprir a falta de corrente da
bateria ou alguma pane no sistema.
3.11.3 PANES MAIS COMUNS NA PARTIDA:
- mal contato no botão de partida;
- falta de carga na bateria;
- desgaste nas escovas do motor de partida; e

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- curto circuito nas bobinas do motor de partida.

3.12 SISTEMA ELÉTRICO - IGNIÇÃO


- Os sistemas de alimentação dos motores modernos já incorporam a ignição e a
alimentação de combustível em um único sistema, conhecido por gerenciamento
do motor. Geralmente é utilizada uma só unidade de comando para controlar
todo o sistema de alimentação (faísca e combustível).
3.12.1 FUNCIONAMENTO DA IGNIÇÃO
- Quando se liga a chave de ignição, o circuito de ignição é alimentado pela car-
ga da bateria. No momento da partida, todo o sistema é comandado pelo sistema
de ignição por descarga capacitiva (CDI) que determina o momento exato da
liberação da corrente para a bobina de ignição e que, por sua vez, transforma
a baixa tensão em alta tensão, liberando-a para a vela de ignição que produz a
centelha no interior do cilindro, provocando a queima da mistura ar-combustível.
3.12.2 COMPONENTES DA IGNIÇÃO:
- bateria;
- chave de ignição;
- bobina;
- CDI ;
- cabos de ignição; e
- velas de ignição.
3.12.3 PANES MAIS COMUNS NA IGNIÇÃO:
- desgaste das velas (abertura dos eletrodos);
- resistência dos cabos de ignição;
- distância entre a saída de alta tensão do rotor e os terminais da tampa do dis-
tribuidor;
- resistência do rotor;
- ponto de ignição;
- compressão dos cilindros; e
- mistura ar-combustível.
3.12.4 MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA IGNIÇÃO:
- Limpeza da vela de ignição e regulagem da folga entre os eletrodos.

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3.13 SISTEMA ELÉTRICO - CARGA
3.13.1 FUNCIONAMENTO DA CARGA ELÉTRICA:
- Toda energia elétrica da motocicleta é gerada no alternador. Esse, na grande
maioria das motocicletas, está localizado na tampa esquerda do motor, e o seu
conjunto é formado por rotor e bobinas que transformam a energia mecânica,
através da rotação do motor, em energia elétrica de tensão alternada. Uma vez
produzida, a energia deve ser armazenada em algum lugar, até que seja utili-
zada. A bateria é um acumulador que armazena e disponibiliza a carga elétrica
para os diversos sistemas elétricos da motocicleta. O regulador ou retificador
é o componente do sistema encarregado de completar a carga da bateria, e
interromper seu carregamento, quando estiver com carga plena. Ele regula a
tensão alternada, proveniente do alternador, de maneira que ela permaneça na
faixa adequada de trabalho da motocicleta e transforme a tensão alternada em
tensão contínua.
3.13.2 COMPONENTES DA CARGA ELÉTRICA:
- alternador;
- retificador;
- chicote elétrico e suas conexões; e
- bateria.
3.13.3 PANES MAIS COMUNS NA CARGA ELÉTRICA:
- conexões do estator e regulador/retificador defeituosas, oxidadas ou contami-
nadas por água;
- cabos danificados, ressecados ou prensados na carcaça do motor;
- superaquecimento nas bobinas, causado por baixo nível de óleo do motor;
- sobrecarga no sistema, pelo acréscimo de acessórios;
- folga nos rolamentos da árvore de manivelas;
- lado esquerdo da árvore de manivelas desalinhado, fazendo o volante tocar as
bobinas;
- volante (rotor) solto ou estator solto; e
- chaveta do rotor quebrada.
3.13.4 MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA CARGA ELÉTRICA:
- verificar o nível do eletrólito da bateria; e
- limpar os bornes e terminais de baterias.

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3.14 SISTEMA ELÉTRICO - ILUMINAÇÃO
3.14.1 FUNCIONAMENTO DA ILUMINAÇÃO
- Ao ligar a chave de ignição, todos os sistemas elétricos são alimentados. Quan-
do se aciona os interruptores de um dos itens de iluminação e/ou sinalização, o
circuito é fechado e a lâmpada acende, seja do farol, luz traseira, luz de patrulha,
ou estrobo light, ou ainda, a sirene.
3.14.2 COMPONENTES DA ILUMINAÇÃO
3.14.2.1 Luz no Painel Indicadora de Direção
- acendem, intermitentemente, quando as setas são ligadas e servem para indi-
car mudanças de faixa, direção ou alerta (Fig 23).

Fig 23 - Luz de direção

3.14.2.2 Luz no Painel Indicadora de Pressão do Óleo:


- acende quando a pressão do óleo do motor estiver abaixo do normal. A lâmpa-
da deverá acender quando o interruptor de ignição for colocado na posição “ON”
e o motor estiver desligado;
- deverá apagar assim que o motor entrar em funcionamento; e
- se a lâmpada não apagar, deve-se desligar o motor e levar a motocicleta ao
mecânico (Fig 24).

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Fig 24 - Luz de óleo

3.14.2.3 Luz no Painel Indicadora do Farol Alto:


- acende quando o farol tem facho luz alta; e
- serve para iluminar o caminho a ser percorrido durante a noite e deverá perma-
necer acesa durante o dia, como regra de trânsito (Fig 25).

Fig 25 - Luz de farol alto

3.14.2.4 Luz Indicadora do Neutro:


- acende quando a transmissão está em neutro (Fig 26).

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Fig 26 - Luz de neutro

3.14.2.5 Luz de Estacionamento:


- o farolete e a lanterna traseira permanecem ligados;
- deve-se colocar a chave na posição “P” quando houver necessidade de esta-
cionar próximo ao tráfego; e
- no modelo FLHP 1690: o farol apaga, e o farolete e a lanterna traseira perma-
necerão ligados. O sinalizador de advertência, estrobo light e luz de patrulha po-
derão ficar ligados. Deve-se colocar a chave na posição “ACESSORY”, quando
houver necessidade de se estacionar próximo ao tráfego (Fig 27).

Fig 27 - Luz de estacionamento

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3.14.2.6 Lanternas de Patrulha:
- serão usadas em atividade de escolta ou, comumente, à noite, como dispositivo
de alerta (Fig 28).

Fig 28 - Lanterna de patrulha

3.14.2.7 Estrobo/Rotor Light:


- utilizado em escoltas à noite como dispositivo de alerta (Fig 29).

Fig 29 - Luz do Estrobo

3.14.2.8 Farol:
- em algumas motos ele ascende automaticamente quando a chave de ignição é
ligada, e deve permanecer ligada como regra de trânsito (Fig 30).

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Fig 30 - Farol

3.14.2.9 Luz de Freio:

- acende quando acionar qualquer um dos freios (dianteiro/traseiro) (Fig 31).

Fig 31 - Luz de freio

3.15 SISTEMA ELÉTRICO - SINALIZAÇÃO


3.15.1 SINALIZAÇÃO ILUMINATIVA
- De acordo com os itens números 3.14.1 e 3.14.2.

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3.15.2 SINALIZAÇÃO SONORA
3.15.2.1 Funcionamento
- As sinalizações sonoras têm por finalidade alertar aos motoristas ou pedestres
da aproximação de uma motocicleta.
3.15.2.2 Componentes:
- buzina; e
- sirenes.

3.16 INSPEÇÃO ANTES DA PARTIDA


3.16.1 Verificar o nível de combustível.
3.16.2 Verificar o nível de óleo lubrificante do motor.
3.16.3 Verificar o nível de água do radiador, se for o caso (SFC).
3.16.4 Verificar o nível de fluído dos sistemas de freio.
3.16.5 Verificar a folga da corrente ou correia de transmissão.
3.16.6 Verificar a folga da embreagem.
3.16.7 Verificar a calibragem dos pneus, assentos e suspensão, SFC.
3.16.8 Ajustar os espelhos retrovisores; e
3.16.9 VERIFICAR O FUNCIONAMENTO DOS SEGUINTES COMPONENTES:
- farol;
- luzes de freio;
- luzes direcionais:
- luzes de patrulha;
- rotor light;
- buzina; e
- sirene.

3.17 INSPEÇÃO DURANTE A MISSÃO


3.17.1 Verificar nível de combustível.
3.17.2 Verificar a calibragem dos pneus.
3.17.3 Ajustar os espelhos retrovisores.
3.17.4 VERIFICAR O FUNCIONAMENTO DOS SEGUINTES COMPONENTES:

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- farol;
- luzes de freio;
- luzes direcionais:
- luzes de patrulha;
- rotor light;
- buzina; e
- sirene

3.18 INSPEÇÃO NO RETORNO DA MISSÃO


3.18.1 Verificar o estado geral da motocicleta.
3.18.2 Lavar a motocicleta.
3.18.3 Abastecer a motocicleta.
3.19 INSPEÇÃO PREVENTIVA (P-CLOC)
- A sigla P-CLOC, significa P - pneus, C - comandos e cabos, L - luzes e partida
elétrica, O - óleo e combustivel e C - corrente de transmissão.
3.19.1 PNEUS
3.19.1.1 A Sigla TWI (Tread Wear Indicator) significa índice de desgaste do pneu.
Substituir o pneu quando o indicador de desgaste estiver paralelo à banda de
rodagem. Usar pneus de mesma medida e do mesmo tipo quando trocá-los.
3.19.1.2 Pressão: conferir a pressão com os pneus frios e antes de pilotar. Cali-
bragem diferente do especificado pode interferir na ciclística da motocicleta.
3.19.1.3 Troca de pneus: recomenda-se cautela ao pilotar logo após trocar os
pneus, principalmente em acelerações e curvas acentuadas, até o perfeito ajuste
do conjunto pneu/aro. Alguns pneus possuem o sentido de rotação. Seguir as
instruções.
3.19.2 COMANDOS E CABOS
3.19.2.1 Comandos de freio e embreagem: verificar a folga mínima exigida, regu-
lar de acordo com a sua utilização e lubrificar se necessário.
3.19.2.2 Freios: à medida que as pastilhas de freio se desgastam, o nível do
fluído no reservatório diminui, devendo ser verificado constantemente (freio a
disco).
3.19.2.3 Acelerador: verificar se a manopla do acelerador funciona suavemente,
da posição totalmente aberta até a fechada, em todas as posições do guidão.
3.19.3 LUZES E PARTE ELÉTRICA

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3.19.3.1 Luzes: verificar o funcionamento da lanterna, luz de freio e piscas (dian-
teiro e traseiro), farol baixo/alto.
3.19.3.2 Parte elétrica: deve-se ter atenção para a instalação de equipamento/
acessórios não recomendados pelo fabricante, para não danificar o sistema elé-
trico.
3.19.3.3 Bateria: ao deixar a motocicleta parada por longo período, recomenda-
-se retirar a bateria e guardá-la em local seco e arejado (conforme manual do
proprietário).
3.19.4 ÓLEO E COMBUSTÍVEL
3.19.4.1 Óleo: verificar o nível de óleo, periodicamente, antes de pilotar a moto-
cicleta, e adicionar, se necessário. Substituir o óleo de acordo com as instruções
no manual do proprietário.
3.19.4.2 Filtro de ar: se trafegar em ruas de terra com muita poeira e condições
severas, verificar com maior frequência o filtro de ar.
3.19.4.3 Combustível: verificar o nível de combustível principalmente se a moto-
cicleta não é utilizada diariamente. Para motocicletas carburadas, voltar o regis-
tro para a posição ON após o abastecimento.
3.19.5 CORRENTE DE TRANSMISSÃO
3.19.5.1 Ajuste da corrente: manter a corrente ajustada e lubrificada.
3.19.5.2 Limpeza e lubrificação: evitar produtos derivados do petróleo, lubrificar
com óleo de transmissão SAE 80 ou 90 e aplicar pelo lado interno da corrente.
3.19.5.3 Efetuar as manutenções com maior frequência quando utilizar a mo-
tocicleta para uso comercial ou em condições severas. Consultar o Manual do
Proprietário.

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CAPÍTULO IV
TÉCNICA DE PILOTAGEM

4.1 INTRODUÇÃO
- Este capítulo fornecerá os subsídios básicos para que o motociclista tenha
condições de dominar a máquina e, por conseguinte, poder desempenhar com
desenvoltura as funções de batedor, dirimindo, em muito, o risco inerente às
atividades dos motociclistas em escolta. Uma boa noção de pilotagem possibilita
distinção correta de como agir em determinadas situações, de quando se deve,
ou se pode aumentar, ou diminuir a velocidade, ou quando se deve ser arrojado
ou cuidadoso. Pilotagem é a principal atividade do motociclista.

4.2 CONTROLES DA MOTOCICLETA


4.2.1 Apresentação
- Os controles da motocicleta são os dispositivos de que o motociclista dispõe para
colocar a máquina em funcionamento, obedecer às regras de circulação, alertar
outros motoristas da sua presença, e exercer sua função policial, caracterizando
a moto como policial. Enfim, são, em sua maioria, itens fundamentais para a
motocicleta: HARLEY DAVIDSON ROAD KING POLICE.
4.2.2 Operação
4.2.2.1 Controles Manuais do Lado Esquerdo do Guidão (Fig 32).
1 Alavanca manual da embreagem: está localizada no lado esquerdo do guidão
e é operada com os dedos da mão esquerda.
2 Interruptor da sirene tipo Wail: pressionar o topo ou a base do interruptor para
alternar entre ligado e desligado.
3 Interruptor do regulador de luz alta/baixa do farol dianteiro: possui duas posi-
ções para ativar a luz alta ou baixa do farol dianteiro. Pressionar a parte superior
para ativar a luz alta. Pressionar a parte inferior para retornar à luz baixa.
4 Interruptor do pisca esquerdo: opera as lâmpadas dianteira e traseira do lado
esquerdo.
5 Interruptor da buzina ou sirene tipo Yelp: pressionar temporariamente o lado
esquerdo do interruptor para escutar o som da buzina. Pressionar o lado direito
para ativar o som da sirene tipo Yelp.

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Fig 32 - Comandos do lado esquerdo do guidão

4.2.2.2 Controles Manuais do Lado Direito do Guidão (Fig 33)


6 Interruptor do motor de partida elétrico: pressionar o interruptor para acionar
o motor de partida.
7 Interruptor de parada/funcionamento do motor: liga e desliga a ignição. Em-
purrar a parte superior do interruptor para desligar a ignição e desligar o motor.
Empurrar a parte inferior para ligar a ignição.
8 Alavanca manual do freio dianteiro: pressionar com os dedos da mão direita
para acionar o freio dianteiro.
9 Manopla de controle da aceleração: girar lentamente a manopla no sentido
anti-horário para acelerar e no sentido horário para desacelerar.
10 Parafuso de ajuste do atrito da aceleração: serve para diminuir a fadiga em
viagens longas. Atarraxar o parafuso para aumentar o atrito na manopla, o que
proporciona um amortecimento na aceleração. Afrouxar o parafuso para o acele-
rador retornar à posição de marcha lenta ao retirar a mão da manopla.
11 Interruptor da haste sinalizadora e da lâmpada de alcance: da posição de
desligado (OFF), mover o interruptor uma posição para esquerda, indicada como
auxiliar (AUX), para operar a haste sinalizadora. Da posição OFF, mover o inter-
ruptor duas posições para a esquerda, indicada com alcance (PUR), para operar
a haste sinalizadora e as lâmpadas de alcance com piscadas alternadas. Uma
lâmpada indicadora se ilumina no painel para mostrar que a lâmpada de alcance
está ativada.

4-2
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12 Interruptor do pisca direito: opera as lâmpadas dianteiras e traseira do lado


direito.

Fig 33 - Comandos da direita

Observação: para ativar o pisca-alerta, deve-se apertar simultaneamente os


interruptores dos piscas esquerdo e direito (após duas horas desliga automatica-
mente). Para desativar, é preciso pressionar os interruptores ao mesmo tempo.
4.2.2.3 Lâmpadas Indicadoras (Fig 34)
1 e 5 Lâmpadas indicadoras dos piscas: lampejam quando um sinal de direção
é ativado. Quando o pisca-alerta estiver funcionando, ambos os indicadores pis-
carão simultaneamente.
2 Lâmpada indicadora de farol alto: acende quando o interruptor é acionado.
3 Lâmpada do indicador de ponto morto: acende quando a transmissão está em
ponto morto.
4 Lâmpada indicadora de pressão do óleo: acenderá quando o óleo não estiver
circulando no motor. A lâmpada acende quando a ignição é ligada antes de dar
a partida no motor. Com o motor ligado, a lâmpada se apagará quando a veloci-
dade do motor estiver acima da marcha lenta.

Fig 34 - Luzes do painel

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4.2.2.3.1 Circunstâncias que Podem Fazer com que a Lâmpada Indicadora do
Nível de Óleo Fique Acesa:
- nível de óleo baixo: desligar o motor imediatamente e adicionar óleo;
- óleo diluído: trocar o óleo o mais rápido possível; e
- óleo incorreto para a temperatura operacional: trocar o óleo o mais rápido pos-
sível.
4.2.2.4 Instrumentos do Painel (Fig 35)
1 Interruptor da chave de ignição/farol dianteiro: na posição central OFF, a igni-
ção, as lâmpadas e os acessórios ficam desligados. Partindo da posição central
OFF, girar no sentido anti-horário, para a posição ACESSORY (ACC), os acessó-
rios serão ligados. O pisca-alerta pode ser deixado ligado. As lâmpadas do freio
e a buzina podem ser ativadas. Partindo da posição central OFF, girar no sentido
horário, para a posição IGNITION (IGN), a ignição, as lâmpadas e os acessórios
ficam ligados.
2 Interruptor de função: deve-se pressionar o interruptor para visualizar no mos-
trador as seguintes opções: odômetro, odômetro parcial A, odômetro parcial B e
autonomia (consultar o item 10 ).
3 Indicador de combustível: indica a quantidade aproximada de combustível
(consultar o item 7 ).
4 Lâmpada que indica em que marcha está a transmissão.
5 Velocímetro: indica a velocidade instantânea medida em Km/h.
6 Lâmpada de verificação do motor: indica se o sistema de gerenciamento do
motor ou o motor está funcionando normalmente. A cor da lâmpada do motor
é laranja. A lâmpada do motor geralmente acende quando a ignição é ligada e
permanece ligada por aproximadamente quatro segundos, enquanto o sistema
de gerenciamento do motor executa uma série de autodiagnósticos.
Observação: se a lâmpada do motor acender em qualquer outra ocasião, deve-
-se consultar o mecânico da Organização Militar (OM).
7 Lâmpada indicadora de nível baixo de combustível. Quando acender indicará
que resta 3,8 litros de combustível no tanque (consultar o item 3 ).
8 Lâmpada indicadora de descarga da bateria: a lâmpada vermelha de carga
da bateria indica sobrecarga ou carga insuficiente da bateria.
9 Tampa do reservatório de combustível: girar no sentido horário para abrir, e
anti-horário para fechar.
10 A função autonomia do combustível exibe a quilometragem aproximada dis-
ponível com o volume de combustível restante no tanque de combustível. Com
o interruptor da ignição na posição ACC ou ignição IGN, pressionar o interruptor

4-4
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de função até que a função de autonomia do combustível seja exibida, indicado
pela letra “r” no lado esquerdo do visor do odômetro. O visor só será atualizado,
quando o veículo estiver em movimento. Quando o cálculo de autonomia chegar
em 16 km restando, o indicador de autonomia mostrará “r Lo” para indicar que
em breve a motocicleta ficará sem combustível.

Fig 35 - Painel

11 Lâmpada de cruzeiro: normalmente, não utilizada.


12 Lâmpada do sistema de segurança: a lâmpada vermelha indica quando o
sistema de segurança está ativado.
4.2.2.5 Instrumento do Painel - Velocímetro (Fig 36)
13 Tacômetro: indica quantos giros o motor está fazendo instantaneamente,
medidos em rotações por minuto (RPM).
14 Lâmpada de alcance: indica quando a haste sinalizadora e as luzes de al-
cance estão ativadas.
15 Lâmpada de ABS: a lâmpada amarela do ABS começa a piscar quando a

4-5
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chave se encontra na posição LIGADO para indicar que o sistema está opera-
cional. Ela continuará a piscar até que a velocidade da motocicleta ultrapasse 9
km/h. Em velocidades acima de 9 km/h, a lâmpada somente acenderá quando o
ABS detectar que o sistema apresenta funcionamento incorreto.

Fig 36 - Velocímetro

Obsevação: se a lâmpada do ABS permanecer acesa continuamente, o ABS


não estará funcionando. O sistema de freio convencional estará funcionando,
mas poderá ocorrer travamento da roda.
4.2.2.6 Alavanca do Câmbio de Marchas
4.2.2.6.1 Está localizada no lado esquerdo da motocicleta, sendo operada com
o pé esquerdo. A alavanca de câmbio troca as engrenagens de maneira sequen-
cial na transmissão de seis velocidades. A embreagem deve estar totalmente
desengatada antes de fazer uma mudança de marcha, caso contrário pode da-
nificar o equipamento (Fig 37).
4.2.2.6.2 Levantar a alavanca do câmbio de marchas para aumentar e pressio-
ná-la para reduzir a marcha. Depois de cada mudança de marcha, deve-se soltar
a alavanca do câmbio para que retorne à sua posição de repouso.

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Fig 37 - Alavanca do Câmbio de Marchas

4.2.2.6.3 Ponto morto: fica entre a primeira e segunda marchas. A transmissão


pode ser mudada para ponto morto a partir da primeira ou segunda marcha. Le-
vantar ou pressionar a alavanca de câmbio de marchas ½ do curso do êmbolo.
Em ponto morto, a lâmpada indicadora acenderá.
4.2.2.6.4 Alavanca do pedal de câmbio duplo: possui uma alavanca do câmbio
de marchas do tipo “calcanhar - ponta do pé”. Com este tipo de alavanca de
câmbio, as marchas para cima podem ser mudadas com o calcanhar do pé es-
querdo. As marchas para baixo podem ser mudadas com a ponta do pé.
4.2.2.7 Conector de Entrada do Microfone: é o local onde se conecta o fio do
autofalante. Fica localizado no painel da motocicleta (Fig 38).

Fig 38 - Conector de entrada do microfone

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4.3 LOCALIZAÇÃO DOS COMPONENTES DA MOTOCICLETA XRE 300 (Fig 39 a 41)

Fig 39 - Localização dos componentes da motocicleta XRE 300

Fig 40 - Localização dos componentes da motocicleta XRE 300 (continuação)

4-8
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Fig 41 - Localização dos componentes da motocicleta XRE 300 (continuação)

4.4 INSTRUMENTOS E INDICADORES DO PAINEL DA XRE 300 (Fig 42)

Fig 42 - Instrumentos e indicadores do painel da XRE 300

1 Tacômetro: indica as rotações do motor em RPM. O motor pode ser danificado


se o tacômetro entrar na faixa vermelha 2 , mesmo após o amaciamento.
2 Faixa vermelha do tacômetro: indica perigo de dano ao motor.
3 Relógio.
4 Medidor de combustível.
5 Odômetro.
6 Velocímetro.
7 Indicador de ponto morto.

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8 Indicador do sistema PGM-FI (laranja): acende por dois segundos após o
ruptor de ignição ser ligado, apagando-se em seguida.
9 Indicador de sinaleira: pisca quando a sinaleira é ligada.
10 Indicador de farol alto (azul).
11 Indicador de ABS (apenas na XRE 300 Abs).
12 Botão Reset: zera o odômetro parcial e ajusta o relógio.
13 Alterna entre o odômetro e o odômetro parcial, e ajusta o relógio.

4.5 CARACTERÍSTICAS DA MOTOCICLETA


4.5.1 Equilíbrio dinâmico: a motocicleta se mantém equilibrada quando em mo-
vimento.
4.5.2 Força centrífuga: nas curvas sobre ação da força centrífuga a motocicleta
deve ser inclinada para o lado interno da curva.
4.5.3 Não possui carroceria, por isso a necessidade de equipamentos de segu-
rança para o motociclista usuário.
4.5.4 Comandos: independente para freios dianteiros e traseiro.
4.5.5 Câmbio sequencial: exatidão no momento de redução e retomada de mar-
chas.
4.5.6 Maneabilidade: depende diretamente do seu tamanho, tipo e peso.

4.6 POSTURA
- A boa postura é nescessária para minimizar o cansaço e melhorar o desempe-
nho (Fig 43).
4.6.1 Cabeça: levantada, com a visão mais adiante possível.
4.6.2 Coluna: ereta para evitar fadiga.
4.6.3 Ombros e braços: relaxados para facilitar o movimento do pescoço.
4.6.4 Cotovelos: ligeiramente flexionados.
4.6.5 Punhos: paralelos em relação às mãos.
4.6.6 Mãos: firmes no centro das manoplas (polegar empunhando a manopla
por baixo).
4.6.7 Quadril: próximo ao tanque.
4.6.8 Joelhos: pressionando levemente o tanque.
4.6.9 Pés: apoiados nas pedaleiras e apontados para a frente.

4-10
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deve-se inclinar

Fig 43 - Postura adequada

4.7 FRENAGEM
- A frenagem compreende os freios dianteiro, transeiro e motor (Fig 44).

Fig 44 - Frenagem

4.7.1 Freio dianteiro: acionar o freio dianteiro com os quatro dedos aumentando
a capacidade de frenagem.
4-11
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4.7.2 Freio traseiro: utilizar o freio traseiro evitando o travamento da roda.
4.7.3 Freio motor: evitar o acionamento da embreagem para utilizar o freio motor.
4.7.4 Utilizar os freios simultaneamente e evitar usá-los durante curvas.
4.7.5 Manter os joelhos pressionando o tanque, braços semiflexionados e traje-
tória retilínea.

4.8 CURVAS
- Pode-se dividir a curva em três etapas.
4.8.1 1ª ETAPA:
- Ajustar a velocidade para preparação da curva.
- Utilizar uma marcha menor para manter a motocicleta tracionada.
- Fazer uma varredura com os olhos por onde vai passar.

4.8.2 2ª ETAPA:
- Direcionar o olhar mais adiante possível, para um melhor aproveitamento da
visão periférica.
- Durante a curva, manter a aceleração constante e não acionar a embreagem.

4.8.3 3ª ETAPA:
- Retomar gradualmente a aceleração para retornar à posição vertical.

4.9 VISIBILIDADE (Fig 45)

4.9.1 Certificar-se que está visível.


4.9.2 Os espelhos retrovisores antecipam o movimento de veículos que se apro-
ximam.
4.9.3 Olhar além do veículo à frente.
4.9.4 Atenção à pavimentação, buracos, sombras, animais, pedestres e outros
veículos.
4.9.5 Retrovisores são balizadores, ou seja, consiste no limite da largura da mo-
tocicleta.

4-12
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Fig 45 - Campo de visão

4.10 POSICIONAMENTO DA MOTOCICLETA


- Evitar os pontos cegos e ângulos mortos.
- Ajustar constantemente sua posição.
- Evitar o deslocamento de ar criado pela passagem de outros veículos.
- Não mudar de faixa repentinamente, sempre sinalizar com antecedência.

4.11 SEGURANÇA NA PILOTAGEM


- Procurar/Pesquisar: manter atenção a tudo ao seu redor. Animais, pedestres,
outros veículos, condições do piso, bem como os próprios motociclistas.
- Identificar: acostumar a identificar situações que podem gerar riscos.
- Prever/Prevenir: atenção constante.
- Decidir: escolher a menor situação de risco.
- Executar: realizar a manobra com decisão e rapidez.

4.12 VIAS EXPRESSAS E RODOVIAS


- Pista de junção: além do retrovisor, olhar brevemente para trás antes de entrar
em uma pista de junção.
- Distância de seguimento: adotar um ponto de referência e contar até três se-
gundos, até o veículo à frente para uma distância segura.

4-13
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- Proteger sua pista: imaginar o tamanho de um veículo ao seu redor. Andar


centralizado na faixa.
- Pistas múltiplas: atentar, ao avistar as luzes de freio dos veículos na faixa da
esquerda, para mudança de pista.
- Pista da esquerda: se estiver com motocicleta de menor cilindrada ou em velo-
cidade abaixo da permitida, manter-se na faixa da direita.

4.13 PISOS
4.13.1 POSTURA
- Ao transpor lombadas ou buracos, utilizar a técnica de ficar, ligeiramente, em
pé sobre as pedaleiras.
4.13.2 ADERÊNCIA
4.13.2.1 Quando diminuir a tração em trechos de pouca aderência, reduzir a
velocidade e evitar movimentos bruscos.
4.13.2.2 A chuva diminui consideravelmente a aderência provocando a derrapa-
gem.
4.13.2.3 Caso haja um desequilíbrio, usar os pés para correção e retornar ime-
diatamente os pés para as pedaleiras como último recurso.

4.14 FRENAGEM COM MUDANÇA DE DIREÇÃO


- Fazer a frenagem antes de inclinar a motocicleta utilizando o freio motor, freio
traseiro e, com suavidade, o freio dianteiro.

4.15 EMBREAGEM
- Durante a mudança de direção não é recomendado a utilização da embreagem,
pois se acionada, em conjunto com o freio traseiro, pode ocasionar o travamento
da roda traseira.

4.16 CONTRA-ESTERÇO
- Executar duas curvas consecutivas repentinamente, empurrando o guidão no
sentido da curva. Olhar para o percurso, o mais adiante possível.

4.17 FRENAGEM ABS


4.17.1 O ABS evita o travamento das rodas em frenagens mais severas.
4.17.2 Evitar manter a ponta do pé direito repousada sobre o pedal de freio para
que não o acione sem necessidade, ocasionando um superaquecimento. Após a
frenagem, retornar a ponta do pé para a pedaleira.

4-14
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4.17.3 Em uma frenagem severa, o sistema ABS poderá entrar em funcionamen-
to, podendo causar uma leve trepidação no pedal de freio e no manete, o que é
normal para categoria.

4.18 CURVAS: PILOTO X MOTOCICLETA


4.18.1 QUANDO A INCLINAÇÃO DO PILOTO É MAIOR DO QUE A DA MOTOCI-
CLETA
4.18.1.1 Cabeça: ao pilotar em curvas com muitas inclinações, manter a cabeça
na posição vertical.
4.18.1.2 Joelhos: pressionar o tanque da moto com o joelho da perna externa à
curva.
4.18.1.3 Pé: a ação de realizar a curva com a motocicleta começa com a ponta
do pé, pressionando a pedaleira para o lado interno da curva.
4.18.2 QUANDO A INCLINAÇÃO DA MOTOCICLETA É MAIOR DO QUE A DO PI-
LOTO
4.18.2.1 Costuma-se utilizar esta postura em motos TRAIL ou OFF-ROAD, mas
pode-se utilizar em qualquer tipo de moto.
4.18.2.2 Manter o tronco praticamente na vertical e, com isso, criar uma força de
pressão sobre os pneus.
4.18.2.3 É indicado em pisos com menor aderência e em curvas de menor raio.

4.19 PILOTAGEM NA CHUVA


4.19.1 Freios: utilizar primeiro o freio traseiro, em seguida o freio dianteiro com
suavidade para evitar derrapagens.
4.19.2 Derrapagens: se a roda travar e soltar o freio imediatamente e voltar a
frear retomando a aderência. Desacelerar a motocicleta para fazer trabalhar o
freio motor.
4.19.3 Pneus: com pneus novos, ter cautela nos primeiros 150 km devido à ca-
mada de proteção existente no composto da borracha que diminui a aderência
dos pneus ao solo.
4.19.4 Tráfego: cuidado ao passar ao lado de veículos em zona encharcadas,
pois, além de receber um jato d´água, o pneu do veículo jogará mais água na
pista, aumentando a chance de uma queda.

4.20 PILOTAGEM NOTURNA


- O ofuscamento é o perigo potencial na pilotagem noturna. Não olhar direta-
mente para os faróis dos veículos que trafegam em sentido oposto. A visão é
reduzida em 1/6 em relação à luz do dia. Semicerrar os olhos adaptando-se

4-15
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ao ofuscamento por outro veículo. Aumentar a capacidade de ser visto, usando
roupas claras ou material refletivos sobre a roupa e a motocicleta. Trafegar em
velocidades reduzidas.

4.21 ADVERSIDADES NA ESTRADA


4.21.1 LUZ DO FREIO/SINALEIRAS
4.21.1.1 Piscar a luz de freio, acionando levemente os comandos, é uma boa
técnica quando quiser demonstrar claramente que vai parar ou diminuir a velo-
cidade.
4.21.1.2 Realizar este procedimento principalmente ao anoitecer/amanhecer.
4.21.1.3 Desligar as sinaleiras após o uso para que não confunda outros moto-
ciclistas ou motoristas.
4.21.2 VENTOS
- Apenas inclinar a moto na direção dele e reduzir a aceleração enquanto rema-
nejar o peso do corpo a frente.
4.21.3 PISOS
- Faixas brancas, estradas de terra, areia, pedras, buracos, seja qual for a adver-
sidade, reduzir a velocidade diminuindo a aceleração, utilizar uma marcha mais
baixa e muita suavidade na utilização dos freios.
4.21.4 ÓLEO
- Ter cuidado com manchas na pista, pois podem ser: piche, óleo, graxa ou sujei-
ra em geral. Estes elementos somados à água tornam a pista muito escorrega-
dia. Evitar transpor sobre elas.

4-16
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CAPITULO V
TÉCNICA DE ESCOLTA

5.1 ESCOLTA
- É o acompanhamento proporcionado por militares às autoridades civis e mili-
tares, nacionais e estrangeiras, ou aos comboios conduzindo cargas especiais
(homens, munições, armamentos, suprimentos, etc) com a finalidade de propor-
cionar segurança, trânsito livre ou honras militares. As escoltas podem ser: a pé,
a cavalo ou motorizada (automóveis, motocicletas, viaturas blindadas, etc).

5.2 BATEDORES
5.2.1 Batedores são os motociclistas que realizam escolta utilizando motocicle-
tas.
5.2.2 A missão dos batedores é escoltar, com segurança, proporcionando fluidez
do trânsito, estabelecida pela prévia interrupção de todas as vias que incidam no
itinerário de deslocamento dos comboios.
5.2.3 Os veículos precedidos de batedores têm prioridade de passagem, confor-
me prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Portanto, os batedores devem
impedir a interferência de veículos e de pedestres nos deslocamentos, evitando
acidentes de trânsito e garantindo a segurança.
5.2.4 O efetivo de batedores a ser empregado durante uma escolta pode variar
de 8 a 15 militares, dependendo do número de viaturas e das vias previstas para
o deslocamento.

5.3 ESCOLTA DE MOTOCICLETAS


5.3.1 TIPOS DE ESCOLTA E ACOMPANHAMENTO DE MOTOCICLETA
5.3.1.1 Escolta de Autoridades (ou de Honra)
5.3.1.1.1 Caracteriza-se pela máxima velocidade permitida pela via.
5.3.1.1.2 O Comandante (Cmt) da escolta tem seu lugar preferencial como ala
direita, com a finalidade de atuar em possíveis mudanças do planejamento.
5.3.1.2 Escolta de Comboios
5.3.1.2.1 Caracteriza-se pela velocidade de segurança necessária ao comboio e
à via, obedecendo a menor.
5.3.1.2.2 O Cmt da Escolta tem seu lugar preferencial como regulador de veloci-
dade, ou onde melhor possa controlar e coordenar a missão.

5-1
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5.3.1.3 Escolta Fúnebres
5.3.1.3.1 Proporcionadas aos cortejos fúnebres de autoridades ou de persona-
lidades civis ou militares, com objetivo duplo de proporcionar livre trânsito ao
cortejo e compor o quadro de honras e cerimonial que faz jus à autoridade ou
personalidade falecida.
5.3.1.3.2 Caracterizam-se pela menor velocidade permitida pela via.
5.3.1.4 Acompanhamento
5.3.1.4.1 Condução de veículos objetivando a sinalização e a segurança durante
o trajeto, respeitando-se as normas de circulação e parada.
5.3.1.4.2 Será realizado com um efetivo de, no mínimo, 2 batedores.

5.4 FUNÇÕES DOS BATEDORES


5.4.1 CMT DA ESCOLTA
5.4.1.1 É o batedor mais antigo da equipe.
5.4.1.2 Planeja e emite a ordem preparatória e a ordem à escolta.
5.4.1.3 Orienta e/ou assessora os integrantes (motoristas e chefes de viaturas)
do comboio quanto aos procedimentos a serem adotados no itinerário, realizan-
do sempre um briefing antes de cada deslocamento, orientando quanto aos si-
nais, distâncias entre as viaturas e velocidade. O regulador de velocidade deverá
participar dos briefing, caso o Cmt não desempenhe essa atribuição.
5.4.1.4 Mantém permanente contato com o chefe da segurança e/ou chefe do
comboio para manter-se atualizado das informações (locais e horários de che-
gadas e partidas).
5.4.1.5 É, preferencialmente, o ala direita durante uma escolta de autoridade e o
regulador de velocidade durante as escoltas de comboio.
5.4.2 S CMT DA ESCOLTA
5.4.2.1 É o segundo batedor mais antigo da equipe.
5.4.2.2 Fiscaliza as diretrizes emitidas pelo Cmt na ordem preparatória e ordem
à escolta.
5.4.2.3 Fiscaliza a padronização de uniforme e equipamentos dos batedores.
5.4.2.4 Responsável por padronizar e coordenar o estacionamento das motoci-
cletas.
5.4.2.5 Responsável por coordenar o estacionamento das viaturas do comboio,
conforme determinação do Cmt da Escolta;
5.4.2.6 Informa ao Cmt sobre troca de motorista ou chefe de viatura durante a

5-2
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missão, para, oportunamente, realizar um novo briefing.
5.4.2.7 É, preferencialmente, o fecha comboio durante a execução da escolta.
5.4.3 FURRIEL DA ESCOLTA
5.4.3.1 Integrante da equipe responsável por confeccionar o pedido e a distribui-
ção da munição.
5.4.3.2 Responsável por confeccionar o pedido da ambulância e a solicitação da
equipe médica que acompanhará a escolta.
5.4.3.3 Responsável por realizar o arranchamento da equipe, marcar os horários
das refeições, em coordenação com o serviço de aprovisionamento da OM, con-
forme ordens do Cmt da Escolta.
5.4.3.4 Providencia as bandeiras e insígnias para as motocicletas, quando for o
caso.
5.4.3.5 Responsável por confeccionar o pedido de combustível e coordenar os
abastecimentos nos horários determinados.
5.4.4 SARGENTEANTE DA ESCOLTA
5.4.4.1 Controla o efetivo dos batedores e integrantes do comboio que partici-
pam da missão. Informa, imediatamente, ao Subcomandante (S Cmt) e ao Cmt
qualquer mudança de efetivo ou integrante.
5.4.4.2 Confecciona as documentações, assinadas pelo Cmt da Escolta, para a
publicação em Boletim Interno da OM, solicitando a retirada das demais escalas
no dia que antecede a missão.
5.4.4.3 Confecciona o relatório, assinado e orientado pelo Cmt da Escolta, infor-
mando o que foi planejado, condutas tomadas, pontos fortes e oportunidades de
melhorias.

5.5 ATRIBUIÇÕES DOS BATEDORES


5.5.1 REGULADOR DE VELOCIDADE
5.5.1.1 Regular a velocidade do comboio, de acordo com a ordem recebida do
Cmt da Escolta, mantendo o comboio sempre em movimento do ponto de partida
até o destino;
5.5.1.2 Guiar o comboio pelos itinerários previstos na ordem à escolta e/ou brie-
fing.
5.5.1.3 Deve estar em condições de realizar mudança do itinerário a qualquer
momento, orientado pelo Cmt da Escolta e em coordenação com os pontas de
lança.
5.5.1.4 Controlar o efetivo de pontas de lança à sua frente, mantendo a veloci-

5-3
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dade compatível com a via e a possibilidade de trabalho dos demais batedores


da equipe.
5.5.1.5 Sinalizar todas as ações que o comboio deva realizar.
5.5.1.6 Manter o comboio na faixa da direita ou mais à direita possível, evitando
realizar a mudança de faixa desnecessariamente. Esse procedimento proporcio-
na presteza e segurança para os demais batedores.
5.5.2 ALAS
5.5.2.1 Não permitir a infiltração de veículos estranhos à comitiva ou comboio.
5.5.2.2 Manter a distância entre os veículos do comboio.
5.5.2.3 São os responsáveis pela a segurança da comitiva.
5.5.2.4 Manter a atenção às curvas e aos pontas de lança que vão ultrapassá-lo,
devendo sinalizar o momento exato da ultrapassagem, principalmente em vias
estreitas.
5.5.2.5 Ficar em condições de assumir qualquer função dentro da escolta, em
caso de necessidade.
5.5.2.6 Esta atribuição é, preferencialmente, do Cmt da Escolta (ala direita),
quando a missão necessitar de ala.
5.5.3 FECHA-COMBOIO OU CERRA-FILA
5.5.3.1 Não permitir ultrapassagens, flutuações e infiltrações conforme ordens
do Cmt da Escolta.
5.5.3.2 Auxiliar o Regulador de velocidade nas trocas de faixas.
5.5.3.3 Manter a distância necessária da última viatura do comboio, permitindo a
manobra dos pontas de lança desde a saída do ponto abordado até o início da
recuperação de velocidade.
5.5.3.4 Ficar em condições de assumir qualquer função dentro da escolta, em
caso de necessidade.
5.5.3.5 Em caso de acidente, com qualquer ponta de lança ou regulador de ve-
locidade, permanecer no local para acompanhar e/ou providenciar os primeiros
socorros, realizar a segurança e recolhimento do equipamento, armamento e
motocicleta do acidentado.
5.5.4 PONTAS DE LANÇA
5.5.4.1 Fechar as vias transversais, proporcionando o livre trânsito.
5.5.4.2 Conhecer e reconhecer todo o itinerário e seus pontos críticos.
5.5.4.3 Reconhecer cada ponto do itinerário e analisar o melhor local de parada
levando em consideração: o fluxo do tráfego, o controle do trânsito, o controle
5-4
EB70-CI-11.419
dos pedestres, a passagem do comboio, a recuperação dos demais pontas e o
abandono do ponto.
5.5.4.4 Manter contato com o comboio e com os demais pontas para a coorde-
nação.
5.5.4.5 Administrar corretamente o uso da sirene, a fim de evitar transtornos.
5.5.4.6 Administrar corretamente o uso da velocidade, a fim de evitar acidentes.
5.5.4.7 Sinalizar antes de fechar uma via e/ou parar veículos, principalmente os
pesados e/ou em alta velocidade.
5.5.4.8 Parar e estacionar a motocicleta em condições de retomada com facili-
dade e rapidez.
5.5.4.9 Controlar todas as vias e faixas de pedestres, antes e durante a passa-
gem dos demais pontas, e do comboio, procurando parar sua motocicleta para
auxiliar e impedir o fluxo de veículos que aborde as transversais ao desloca-
mento do comboio, além de posicionar sua motocicleta em local que facilite sua
saída do ponto, de forma rápida e em momento oportuno; ademais, parar antes
do ponto, quando for necessário, e em seguida, abordar o ponto (faixa a faixa)
com atenção, buscando sua própria segurança e o controle do local. Desta for-
ma, deve-se redobrar a atenção quando abordar vias de trânsito rápida, além de
observar a “limpeza” do ponto, avaliando o que poderá influenciar na frenagem e
arrancada. E, por fim, deve-se abordar, cada ponto, com velocidade compatível.
Controlá-lo (dominá-lo) com a máxima agilidade e rapidez.
5.5.4.10 Controlar Cada Ponto Priorizando:
- abordagem com segurança;
- desembarque da motocicleta;
- a liberação da via por onde trafega o comboio;
- a passagem dos pontas em recuperação; e
- a passagem do comboio.
5.5.4.11 Abandonar o Ponto da Seguinte Maneira:
- sinalizar aos motoristas dos veículos e/ou pedestres que sigam a sinalização
após a sua saída;
- embarcar na motocicleta;
- observar se existe pontas em processo de recuperação;
- observar se o fecha comboio tem condições de manter o controle do ponto, por
ocasião do seu abandono; e
- abandonar o ponto, passando a responsabilidade sobre este para o fecha com-

5-5
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boio.
5.5.4.12 Recuperar a Velocidade para Abordar o Próximo Ponto Devendo:
- desenvolver a velocidade suficiente para ultrapassar o comboio, somente pela
esquerda, sem ultrapassar outros pontas em recuperação; e
- ultrapassar o comboio com segurança e sem uso da sirene, podendo ligá-la
após ultrapassar o Regulador de Velocidade e quando necessário.

5.6 ETAPAS DA ESCOLTA


- Uma missão de escolta é composta de quatro etapas distintas.
1ª Etapa: recebimento da missão;
2ª Etapa: planejamento;
3ª Etapa: execução; e
4ª Etapa: realização de Análise Pós-Ação (APA).
5.6.1 1ª ETAPA: RECEBIMENTO DA MISSÃO
5.6.1.1 Ao receber a missão, o Cmt da Escolta deve sanar todas as suas dúvi-
das, solicitando dados e informações complementares com a organização res-
ponsável pela missão (Comando Militar de Área, Coordenador de Segurança de
Área (CSA), Itamarati, Estado-Maior Combinado das Forças Armadas (EMCFA),
Estado-Maior do Exército (EME), etc.), bem como solicitar acesso à agenda (pro-
gramação) o mais breve possível, com a finalidade de verificar itinerários, veloci-
dades e verificar os pontos críticos;
5.6.1.2 O Cmt da Escolta pode receber a missão acompanhado de outros milita-
res da equipe de escolta por ele escolhidos ou sozinho.
5.6.2 2ª ETAPA: PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO DA MISSÃO
- Recebida a missão, o Cmt da Escolta inicia as atividades de planejamento
e preparação, desenvolvidas até a partida. Estas atividades são denominadas
Normas de Comando.
5.6.2.1 As Normas de Comando permitem ao Cmt da Escolta metodizar o seu
trabalho, evitando perda de tempo e esquecimentos. A sequência lógica das
atividades de planejamento e preparação é a seguir descrita:
- estudar sumariamente a missão;
- planejar a utilização adequada do tempo;
- realizar o estudo de situação;
- transmitir a missão aos demais batedores;
- realizar reconhecimentos, quando possíveis e viáveis;
5-6
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- complementar detalhadamente o planejamento;
- transmitir as ordens inerentes a cada um dos batedores que compõem a equipe
de escolta; e
- efetuar a inspeção final.
5.6.2.2 As atividades de planejamento e preparação descritas poderão ser simul-
tâneas, ou suprimidas, em função de cada situação particular.
5.6.3 3ª ETAPA: EXECUÇÃO DA MISSÃO
5.6.3.1 O Cmt da Escolta deverá realizar a missão conforme o planejado e tomar
as condutas conforme diretriz do Escalão Superior.
5.6.3.2 O planejamento é realizado com informações iniciais que, por vezes,
evoluem durante a missão, portanto, o Cmt deve manter contato cerrado com o
responsável pelo comboio, de modo a ratificar ou retificar, a qualquer momento,
seu planejamento.
5.6.3.3 Prever a retirada da equipe de batedores, do ponto final da escolta, após
a confirmação das informações do próximo deslocamento ou término da missão.
5.6.3.4 Reajustar o planejamento, se for o caso.
5.6.3.5 Reajustar, se for o caso, as funções e atribuições de cada integrante da
escolta.
5.6.3.6 Atuar conforme prescreve este caderno de instrução.
5.6.4 4ª ETAPA: REALIZAÇÃO DE ANÁLISE PÓS-AÇÃO
5.6.4.1 O Cmt da Escolta deverá explorar os aspectos positivos e oportunidades
de melhorias com os integrantes da escolta, imediatamente após a missão.
5.6.4.2 Enviar o relatório da missão ao SCmt do Batalhão informando a docu-
mentação que deu origem à missão, pessoal empregado, planejamento, aspec-
tos positivos e oportunidades de melhorias.

5.7 ESTUDO SUMÁRIO DA MISSÃO


5.7.1 FINALIDADES
5.7.1.1 Orientar o Cmt da Escolta na direção certa para o cumprimento da mis-
são.
5.7.1.2 Facilitar a emissão da ordem aos demais componentes da equipe de
escolta.
5.7.2 PROCEDIMENTOS
5.7.2.1 Recebida a missão, o Cmt da Escolta deve responder aos quesitos que
se seguem.

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- Como fazer? Identificar as ações impostas e visualizar outras ações, necessá-
rias para o cumprimento da missão.
- Quando fazer? Verificar os prazos e horários impostos ou necessários para o
cumprimento da missão.
- Por onde fazer? Levantar a localização e a situação do objetivo, verificando os
itinerários principal, alternativo e eventual.
5.7.2.2 Ao identificar as ações impostas e deduzidas, inicia-se a composição
mental de um quadro de operação. Com o desenvolver do planejamento, o Cmt
da Escolta visualiza a maneira de como irá cumprir a missão, prevendo prová-
veis itinerários (principal, alternativos e evacuação) a fim de prever o necessário
para a missão (efetivo, combustível, munição e outros).

5.8 ORDEM PREPARATÓRIA


- Realizada logo após o estudo sumário da missão.
- Apresenta o quadro horário até a Ordem à Escolta.
- Determina as função e atribuição de cada integrante da escolta, definindo as
providências a serem adotadas até a Ordem à Escolta, incluindo o reconheci-
mento.
- Determina o uniforme e equipamento.
- Orienta a limpeza, manutenção, preparação e inspeção das motocicletas.
- Estabelece a munição e sua distribuição.
- Determina o local do kit de primeiros socorros (o coletivo fica na motocicleta do
fecha comboio ou na ambulância da escolta).
- Define a viatura de apoio e ambulância.
- Orienta a equipe médica, motoristas e chefes de viatura (estes devem assistir
a Ordem à Escolta).

5.9 RECONHECIMENTO
5.9.1 DURANTE O RECONHECIMENTO NO TERRENO DEVE-SE VERIFICAR
5.9.1.1 Características, cuidados, organização e estacionamentos dos pontos de
partida e de chegada de cada deslocamento.
5.9.1.2 Locais de consumo, descanso e espera. Tudo com finalidade de não
expor o batedor, a equipe e a Instituição.
5.9.1.3 Pontos críticos em todos os possíveis itinerários, procurando definir o
itinerário principal, alternativos, evacuação e, se for o caso, prováveis rocadas
(desvios).

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5.9.1.4 Limpeza e estado de conservação das vias que possam influenciar na
segurança dos batedores e do comboio.
5.9.1.5 Pontos, nas vias transversais ao do itinerário, que deverá ser abordado
pelos pontas de lança, analisando e debatendo sobre a melhor forma de abordar,
controlar e abandonar cada um deles.
5.9.2 O reconhecimento deve ser realizado por todos da equipe ou, no impedi-
mento, pelo o máximo de batedores possível.
5.9.3 O reconhecimento na carta deve ser realizado somente em caso de falta de
tempo, porém nunca substitui o reconhecimento no terreno.

5.10 PLANEJAMENTO DA UTILIZAÇÃO DO TEMPO


5.10.1 A finalidade do planejamento da utilização do tempo é otimizar a distribui-
ção do tempo disponível para o cumprimento da missão.
5.10.2 Uma conduta do Cmt da Escolta para planejar a utilização do tempo.
5.10.3 A preocupação inicial é a confecção de um quadro horário que lhe permita
a colocação de suas atividades de planejamento e preparação no tempo dispo-
nível, de modo que todas as ações tenham hora específica para sua realização.
5.10.4 Atividades de planejamento e preparação, são todas aquelas realizadas
antes da partida da equipe de escolta para o cumprimento da missão.
5.10.5 Quando o horário de partida não for imposto pelo escalão superior, o Cmt
da Escolta deverá defini-lo, estimando o tempo necessário para execução das
atividades subsequentes à partida da equipe de escolta. Para esta estimativa,
além das imposições de horários e prazos especificados na missão, deve-se
considerar, de um modo geral, o tempo necessário para:
- deslocamentos para área do objetivo;
- desenvolvimento da escolta;
- regresso; e
- confecção e entrega de relatório.
5.10.6 Definida a hora de partida, são relacionadas as atividades em ordem re-
gressiva, isto é, da partida ao recebimento da missão.
5.10.7 Deve haver sempre, por parte do Cmt de escolta, a preocupação em
distribuir o tempo durante o cumprimento da missão, caso haja mudança de
itinerário ou alguma situação que comprometa a escolta.

5-9
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5.11 ESTUDO DE SITUAÇÃO
5.11.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
5.11.1.1 O estudo de situação é um processo mental em que o Cmt da Escolta
considera todos os fatores que podem influir nas ações.
5.11.1.2 O estudo de situação tem por finalidade conduzir o Cmt da Escolta a
tomar a decisão.
5.11.1.3 O Cmt da Escolta pode fazer o estudo de situação sozinho ou acompa-
nhado dos demais batedores da equipe de escolta.
5.11.1.4 Durante o seu estudo de situação, o Cmt da Escolta faz anotações vi-
sando à elaboração de sua ordem aos elementos subordinados.
5.11.2 CONDUÇÃO DO ESTUDO DE SITUAÇÃO
5.11.2.1 O estudo de situação inicia-se desde o recebimento da missão.
5.11.2.2 Entrar em contato com responsável que solicitou a escolta, chefe da se-
gurança e do comboio para confirmar agenda (programação), sugerir itinerários,
velocidade e informar os pontos críticos que comprometam a segurança.
5.11.2.3 Prever o horário pronto no ponto inicial de cada escolta (uma hora antes
do horário previsto para o início do deslocamento).
5.11.2.4 O Cmt da Escolta conduz o seu estudo de situação abordando os itens
a seguir relacionados:
- missão;
- situação e linhas de ação;
- análise das linhas de ação;
- comparação das linhas de ação; e
- decisão.
5.11.2.5 Missão: o Cmt da Escolta completa, se for o caso, o seu estudo sumário
da missão de modo a responder indagações a seguir descritas.
- Qual a missão?
- Quando?
- Por onde?
5.11.2.5.1 Ordenar essas ações na sequência em que ocorrerem.
5.11.2.5.2 Para fins de planejamento, o Cmt da Escolta deve considerar as ações
impostas e deduzidas.
5.11.2.6 Situação e linhas de ação: este estudo permitirá ao Cmt da Escolta

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apreciar as informações existentes e levantar linhas de ação para o cumprimento
da missão, analisando vários aspectos tais como:
- condições das vias por onde a escolta irá passar;
- horários de congestionamento;
- conhecimento dos horários da programação da escolta;
- itinerários de fácil fluxo;
- prever o local das refeições da equipe de escolta;
- evitar locais que causem má impressão; e
- evitar deslocamentos por zonas suspeitas.
5.11.2.7 Análise das linhas de ação: o Cmt da Escolta levanta as vantagens e
desvantagens para as linhas de ação montadas. Finalmente, conclui sobre a
necessidade de reajustamentos da equipe de escolta, tais como composição e
efetivo, aperfeiçoando as linhas de ação levantadas.
5.11.2.8 Comparação das linhas de ação: o estudo de comparação das linhas
de ação permite a escolha da mais favorável para o cumprimento da missão,
desde que o Cmt da Escolta tenha levantado mais de uma. Deve-se resumir as
vantagens e desvantagens das possíveis linhas de ação levantadas, quanto aos
aspectos propostos anteriormente, destacando-se as vantagens e desvantagens
que mais influenciam, e concluir com a linha de ação mais favorável ao cumpri-
mento da missão.
5.11.2.9 Decisão
5.11.2.9.1 O Cmt da Escolta deve adotar a melhor linha de ação, expressando
com clareza tudo que fora previsto no estudo sumário da missão.
5.11.2.9.2 Depois de tomada a decisão, o Cmt da Escolta deve rememorar as
atividades a serem realizadas, da partida ao regresso da equipe de escolta, con-
cluindo sobre sua organização detalhada em pessoal e material.
5.11.2.9.3 Na seleção dos homens, considerando a missão e cada tarefa em par-
ticular, o Cmt da Escolta deve atentar para a aptidão, especialidade, experiência,
estado físico e psicológico e condições de saúde de cada motociclista militar.
5.11.3 ORDEM À ESCOLTA
- A ordem à escolta é o momento em que o Cmt apresenta à escolta o planeja-
mento detalhado, informando:
5.11.3.1 O quadro horário da Escolta (até a entrega do relatório).
5.11.3.2 Como será cumprida a missão, detalhando quem faz o quê (funções e
atribuições), como, quando e por onde.

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5.11.3.3 Todos os batedores e demais integrantes do comboio (motoristas, che-
fes de viaturas e equipe médica) devem assistir à ordem a escolta.
5.11.3.4 Esta ordem é realizada com informações que podem evoluir no decor-
rer da missão. Portanto, o Cmt deve ter flexibilidade e apresentar as possíveis
condutas.
5.11.3.5 O Cmt da Escolta deve realizar um briefing com os motoristas e chefes
de viaturas antes de cada deslocamento, independente de terem ou não partici-
pado da ordem à escolta.
5.11.4 INSPEÇÕES
5.11.4.1 Após a Ordem à escolta, o Cmt e SCmt verificam e inspecionam equipa-
mentos, motocicletas, armamentos e apresentação individual dos batedores da
escolta (inspeção inicial);
5.11.4.2 Diariamente, antes da primeira escolta, esta inspeção é realizada (ins-
peção diária).
5.11.4.3 Após a última missão da escolta, a inspeção é, novamente, realizada
com a finalidade de verificar a manutenção para devolução de equipamentos,
motocicletas e armamentos.

5.12 CONTROLE DE TRÂNSITO


5.12.1 Conceito: controlar o trânsito é coordenar o deslocamento do tráfego de
maneira que não haja acidente ou incidente, obedecendo aos limites de segu-
rança.
5.12.2 A maneira do Batedor Motociclista agir no controle do trânsito deve carac-
terizar-se por ações executadas com firmeza, educação e moderação em virtude
da importância do seu desempenho no cumprimento de sua missão e pelo real
valor de suas ações perante a população.
5.12.3 As características de emprego dos Batedores Motociclistas no cumpri-
mento das missões de: proteção e segurança de autoridades; escolta; proteção
e fiscalização de comboios; policiamento de ruas e estradas; além de missões
de caráter cívico social, são: segurança; rapidez; e operação presença.
5.12.4 O Motociclista Militar e Batedor, que é um agente de autoridade de trânsi-
to, utiliza-se de sua motocicleta com sirene, faróis, gestos e apitos; para bloque-
ar, limitar ou desviar veículos e transeuntes que venham a interferir no movimen-
to, proporcionando maior rapidez e segurança no deslocamento da autoridade
ou do comboio em virtude da liberação da via pública.
5.12.5 Devido ao contato direto do Batedor Motociclista com a população, cor-
reção de atitudes e a uniformidade na apresentação são aspectos que assu-
mem fundamental importância no que se refere à operação presença, por ser

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um representante da organização a que pertence, diretamente em contato com
o público externo.
5.12.6 Realiza-se o controle de trânsito sempre que o fluxo de veículos que trafe-
ga na via transversal justifica a interdição momentânea. O objetivo do controle de
trânsito é definir as prioridades de deslocamento em função de uma determinada
situação. Disto decorre a necessidade de concentração total do batedor em sua
tarefa. O controle eficaz do trânsito no local adequado é, também, denominado
“dominar o trânsito” ou “dominar o ponto”.
5.12.7 A comunicação entre o batedor e o motorista é realizada por gestos e
silvos de apito. Portanto, a marcialidade, a postura, a energia na execução dos
gestos e apitos são fatores que devem influenciar positivamente os motoristas e
os pedestres.

5.13 DEFINIÇÕES BÁSICAS NO CONTROLE DE TRÂNSITO


5.13.1 Corrente de trânsito: diz respeito ao sentido de trânsito. Uma corrente de
trânsito é formada por um determinado número de viaturas que se deslocam no
mesmo sentido. As que se deslocam em sentido contrário formam outra corrente
de trânsito.
5.13.2 Fluxo de trânsito: diz respeito ao volume de trânsito. É a quantidade de
viaturas que passam em determinado local. Está relacionado com o escoamento
que é a sua extensão matemática: Escoamento = nº de Vtr
Tempo
5.14 SINAIS DE TRÂNSITO

5.14.1 SINAIS DE TRÂNSITO POR APITO (Fig 46)

SINAIS DE APITO SIGNIFICAÇÃO EMPREGO


Mudar a direção do trânsito e/ou fazer
Um silvio breve ATENÇÃO. SIGA. seguir os veículos da via, indepen-
dente do semáforo.
Fazer parar os veículos da via, inde-
Dois silvio breves PARE
pendente do semáforo.
Quando for necessário fazer diminuir
Um silvio longo DIMINUA A MARCHA
a marcha dos veículos.
TRÂNSITO IMPEDI- Aproximação de bombeiros, ambulân-
Um silvio longo e
DO EM TODAS AS cias, veículos de polícia, tropas a pé
um breve
DIREÇÕES. ou de representação oficial.
Fig 46 - Sinais de trânsito por apito

5-13
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5.14.2 SINAIS DE TRÂNSITO MANUAIS
5.14.2.1 Generalidades: a regulamentação eficiente do trânsito necessita que
um sistema apropriado de sinalização manual seja empregado, para ensinar a
direção e transmitir ordens aos motoristas. O cumprimento rápido e eficiente dos
sinais depende de sua natureza. Devem ser eles uniformes, claramente visíveis
e rapidamente compreensíveis, e, obedecer à sistematização detalhada no Re-
gulamento do Código Nacional das Leis de Trânsito (RCNLT). Os sinais inapro-
priados causam confusão, hesitação e transgressão que tornam o trabalho do
batedor ser menos eficiente.
5.14.2.2 Gestos: as ordens emanadas por gestos de autoridade de trânsito pre-
valecem sobre as regras de circulação e as normas definidas por outros sinais
de trânsito.
5.14.2.3 Ordem de Parada Obrigatória para todos os Veículos
5.14.2.3.1 Braço direito distendido acima da linha dos ombros, mão direita espal-
mada (palma da mão voltada para a frente).
5.14.2.3.2 Braço esquerdo caído naturalmente junto ao corpo.
5.14.2.3.3 Pés afastados ou juntos.
5.14.2.3.4 Um silvo longo de apito executado durante o movimento ascendente
do braço e um silvo curto ao término do movimento.
5.14.2.3.5 Quando executado em interseções, os veículos que já se encontram
nela não são obrigados a parar.
5.14.2.4 Significado da Palma da Mão
- A mão do guarda espalmada corretamente com os dedos unidos na vertical
significa interdição na corrente de trânsito no sentido perpendicular à palma da
mão. É utilizado normalmente para indicar as paradas das correntes de trânsito
vindas de sua esquerda ou de sua direita, com a finalidade de dar prioridade de
tráfego a uma outra via.
5.14.2.5 Significado da Linha dos Braços
5.14.2.5.1 A semirreta que tem origem no ombro e passa pelo braço e mão (se
esta não estiver indicando parada oblíqua) significa sentido de trânsito. Também
significa que a corrente perpendicular a esta linha está impedida.
5.14.2.5.2 O peito e as costas significam interdição do trânsito.
5.14.2.5.3 A linha dos braços significa o sentido do trânsito autorizado.
5.14.2.5.4 A flexão do braço simultaneamente com o silvo breve de apito, deter-
mina o início ou a continuidade do deslocamento.

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5.15 ESQUEMA DE TRÂNSITO
5.15.1 É o planejamento feito pelo Cmt da Escolta, no qual ele determinará todos
os itinerários e condutas ao longo do cumprimento da missão.
5.15.2 O ESQUEMA DE TRÂNSITO CONSISTE EM:
5.15.2.1 Verificar os itinerários de fácil fluxo (principal e secundário).
5.15.2.2 Evitar zonas suspeitas (focos de agitação).
5.15.2.3 Identificar os locais de refeições.
5.15.2.4 Padronizar as ações quando em escoltas mistas com outras forças ou
órgãos.
5.15.3 Em caso de parada da comitiva, os motociclistas envolverão o carro da
autoridade de forma a proteger o carro VERY IMPORTANT PERSON (VIP) até
que a autoridade seja deslocada para outro veículo e prossiga o deslocamento.

5.16 DOUTRINA DE EXECUÇÃO DA ESCOLTA


- Para que sejam padronizados os procedimentos de execução da escolta, se-
guem alguns tópicos com suas respectivas análises.
5.16.1 Quantidade mínima de batedores para a realização de uma escolta: seis
pontas, um regulador e um cerra-fila, totalizando uma equipe de oito componen-
tes.
5.16.2 Quantidade máxima de batedores para se realizar uma escolta: ocorre
uma dificuldade no comando e controle da escolta a partir de 15 motociclistas
(utilizando os alas), porém devem ser observadas as peculiaridades de cada
comboio.
5.16.3 Utilização de mais de um cerra-fila: em vias largas e com grande fluxo
de veículos, é necessário a utilização de dois ou mais cerra-filas, tendo em vis-
ta manter a segurança do comboio e dos motociclistas que estão realizando a
escolta.
5.16.4 Procedimento para saída dos pontas no início da escolta: ao receber a
informação de que a autoridade está se deslocando para o comboio, o Cmt da
Escolta deve ordenar que todos os motociclistas se equipem e fiquem em con-
dições de partir. O Cmt da Escolta e o regulador de velocidade irão acompanhar
o momento do embarque da autoridade e ao receber o pronto do chefe do com-
boio o Cmt da Escolta dará o sinal para que os pontas iniciem a escolta. Deve-
-se evitar sempre lançar os pontas com muita antecedência, pois tal ação pode
ocasionar congestionamento desnecessário do trânsito e perda momentânea de
contato visual dos pontas com o comboio. Com equipamento rádio a saídas dos
pontas, com antecedência, pode ser realizada visando liberar o fluxo de veículos
com mais agilidade, porém o horário preestabelecido pode não ser cumprido

5-15
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pela autoridade fazendo com que os pontas tenham que retornar para a posição
de espera.
5.16.5 Priorização de pontos: os motociclistas deverão sempre trabalhar com
o sistema de parada ponto a ponto (parada nos pontos na sequência do próxi-
mo para o afastado) e somente deverão priorizar um ponto, fora da sequência,
quando for observada a necessidade, devendo informar o Cmt e/ou a equipe de
tal ação.
5.16.6 Procedimento em caso de erro de itinerário por motociclistas da escol-
ta: caso motociclistas da escolta errem o itinerário, o regulador deve reduzir a
velocidade do comboio de forma a permitir que os pontas restantes trabalhem
com mais segurança e os pontas que erraram o itinerário tenham tempo para
retorno. Caso um dos motociclistas a errar o itinerário seja o Cmt da Escolta
o motociclista mais antigo assume o comando da escolta. Poderá também ser
adotado o procedimento de revezamento do cerra-fila, se possível, permitindo
assim que haja pontas a frente trabalhando com mais segurança até o retorno
dos motociclistas.
5.16.7 Parada do ponto à esquerda e de faixa de pedestres em via de mão dupla:
deve-se levar em consideração quais fatores poderão afetar a saída do ponto e
a passagem do comboio. Ao parar, deve-se priorizar o centro da via, parando a
moto aproximadamente um metro para dentro da faixa do sentido contrário (Fig
47). Desta maneira o motociclista controla o trânsito, permite que os pontas em
recuperação o vejam, e facilita a saída do ponta, evitando que tenha de atraves-
sar o fluxo contrário do trânsito e também passar entre o comboio e o cerra-fila
(fecha). Em rodovias, NÃO se realiza a parada no centro da via, devendo o mo-
tociclista parar à direita e controlar o ponto através de gestos e sinais sonoros.

Fig 47 - Parada do ponto à esquerda

5.16.8 Parada de faixa de pedestres em via de mão única: o motociclista deverá


parar à esquerda próximo ao meio fio, permitindo assim que os outros pontas o
vejam e evitando que o comboio tenha de desviar de sua posição, o que pode
ocorrer caso o motociclista pare à direita na via (Fig 48). Em vias largas, com três
faixas ou mais, o motociclista irá parar no local onde houver maior concentração
de pedestres.

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Fig 48 - Parada de faixa de pedestres

5.16.9 Parada em via com faixa de aceleração: normalmente vias provenientes


de rodovias, o motociclista deve posicionar a moto no início da faixa de acelera-
ção, evitando parar sobre a via e em local que permita uma melhor visibilidade
da moto e do motociclista por parte dos motoristas, e permita também que o
motociclista visualize melhor a via (Fig 49).

Fig 49 - Parada de via com faixa de aceleração

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5.16.10 Parada de rotatória: os motociclistas deverão seguir a sequência normal
dos pontos para realizar a parada. Haverá uma exceção, caso seja necessário
realizar o contorno total da rotatória, que deverá ser realizado seguindo o es-
quema da Fig 50, para se evitar que o trânsito fique travado dentro da rotatória
e bloqueie o comboio.

Fig 50 - Parada de rotatória

5.17 PARADA DE SEMÁFOROS


5.17.1 Semáforo com radar: se for necessário liberar o trânsito nele existente,
o motociclista deverá se posicionar de maneira que apareça na foto, caso seja
disparado o radar, evitando assim que a notificação de infração seja processada
e enviada ao proprietário do veículo.
5.17.2 Semáforo com acúmulo de veículos parados: caso a via permita, o moto-
ciclista deverá segurar os veículos que estão nas faixas mais próximas a ele e
liberar os veículos das faixas mais afastadas, permitindo assim que exista uma
passagem para o comboio e evitando mais carros à frente do comboio.

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5.18 REALIZAÇÃO DA TÉCNICA ESCAMA
5.18.1 Com o trânsito congestionado, poderá ser iniciado o processo de escama:
técnica que permite que o comboio continue em movimento. Tal técnica pode
ser utilizada em vias de sentido único que possuam ao menos duas faixas. O
motociclista irá contar aproximadamente oito veículos e então irá bloquear a
frente da(s) faixa(s) destes veículos. Imediatamente o motociclista desembarca
da moto e passa a controlar a(s) faixa(s) por sua lateral para evitar que os veí-
culos à retaguarda saiam para a(s) faixa(s) livre(s), na sequência, após passar
o primeiro motociclista, o seguinte realiza o mesmo processo na faixa contrária
(Fig 51). Para haver tal sincronismo é necessário o briefing prévio e que os moto-
ciclistas sempre sigam o mesmo trajeto no corredor para observarem onde estão
posicionados os outros motociclistas.

Moto Batedor

Fig 51 - Técnica Escama

5.19 REALIZAÇÃO DA TÉCNICA FATIAMENTO


5.19.1 Com o trânsito congestionado, poderá ser iniciado o processo de fatia-
mento: técnica que permite que o comboio continue em movimento. Tal técnica
pode ser utilizada em vias de sentido único que possuam ao menos duas faixas.
O motociclista irá contar aproximadamente oito veículos e então irá bloquear a
frente da(s) faixa(s) destes veículos. Imediatamente o motociclista desembarca
da moto e passa a controlar o local e a chamar os veículos da faixa onde o com-
boio se encontra para ocuparem o espaço aberto a sua frente (Fig 52). Um se-
gundo motociclista irá parar na lateral da faixa parada pelo primeiro motociclista
e irá evitar que os carros saiam da posição bloqueada pela lateral.

Batedor
Fig 52 - Técnica Fatiamento

5-19
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5.20 REALIZAÇÃO DA TÉCNICA INFILTRAÇÃO


- Com o trânsito congestionado, poderá ser iniciado o processo de infiltração:
técnica que permite que o comboio continue em movimento. Esta pode ser utili-
zada em vias de sentido único que possuam mais de duas faixas. Os motociclis-
tas irão se posicionar na formação em cunha e irão forçar os veículos a irem para
as laterais, liberando assim o centro da via para o comboio (Fig 53).

Fig 53 - Técnica Infiltração

5.21 ENCONTRO DE DUAS ESCOLTAS


- Na situação de duas escoltas se encontrarem em algum ponto do itinerário, a
prioridade será para a escolta que está à frente ou para a escolta que ocupou
o ponto primeiro, sendo assim o primeiro ponta a avistar a outra escolta deverá
utilizar-se dos meios existentes de comunicação para informar aos seus
motociclistas e iniciar os procedimentos para evitar que o comboio pare, tais
como mudar o itinerário ou reduzir a velocidade até a liberação do ponto.

5.22 MOTOCICLISTA QUE FICOU ATRÁS DO CERRA-FILA


- O motociclista que não sair do ponto a tempo e ficar atrás do cerra-fila deverá
aguardar ordem deste para ultrapassá-lo, pois o cerra-fila primeiramente
irá verificar se não há algum ponta se preparando para sair do ponto. Ao ser
autorizado o motociclista retardatário realizará a ultrapassagem sempre pela
esquerda do cerra-fila.

5.23 SAÍDA DO PONTO


- Ao sair do ponto, o motociclista irá passar entre o último carro do comboio e
o cerra-fila e realizará a recuperação pelo lado esquerdo do comboio, visando
padronizar o lado de recuperação, permitindo assim que todos os pontas
consigam visualizar os motociclistas que estão recuperando.

5.24 UTILIZAÇÃO DA SINALIZAÇÃO E SINALIZAÇÃO ERRADA


- É de extrema importância a utilização da sinalização, pois ao sinalizar

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corretamente o motociclista pode evitar acidentes e também informar aos outros
motociclistas a suas intenções durante a condução da motocicleta. Se em algum
momento durante a escolta realizar a sinalização errada, este deverá executar
a ação sinalizada para não gerar uma confusão entre os outros motociclistas.
Exemplo: sinalizar que vai parar um ponto à direita, porém o ponto já está
ocupado. O motociclista para no ponto juntamente com o motociclista que lá
já se encontra, pois, ao sinalizar a parada em ponto, o ponta seguinte já irá dar
início a sua aceleração e, caso o motociclista que sinalizou errado não pare,
poderá vir a causar uma colisão.

5.25 PROCEDIMENTO COM VIATURA POLICIAL OU VEÍCULO DE EMER-


GÊNCIA
- Na existência de uma viatura policial ou veículo de emergência à retaguarda do
comboio, o cerra-fila deverá solicitar que aguarde e quando render um ponta na
posição, este deverá guiar o veículo até transpor o comboio. Este procedimento
deve ocorrer somente no momento em que se verificar que é possível realizá-lo
com segurança.

5.26 COMUNICAÇÃO DO CHEFE DO COMBOIO COM O CMT DA ESCOLTA


- Se o chefe do comboio necessitar falar com o Cmt da Escolta e não existir
sistema de rádio ou não for possível contatar o Cmt da Escolta, deverá
informar ao motorista do primeiro veículo que pisque os faróis de sua Vtr para
o regulador, que então irá avisar ao Cmt da Escolta. O Cmt da Escolta realizará
a sua recuperação e após ultrapassar o regulador tomará a posição à direita do
comboio próximo à janela do chefe do comboio para receber as informações.
Deverá sempre ser solicitado que o chefe do comboio ocupe o primeiro veículo
no banco do passageiro da frente.

5.27 ORGANIZAÇÃO DE COMBOIOS


- Os comboios devem ser organizados de acordo com as características dos
veículos nele existente. Em escoltas de autoridades os veículos mais pesados
tais como caminhões, ônibus e vans devem ser os últimos veículos do comboio,
em razão de seu peso e capacidade de retomada de velocidade. Em escolta
de comboios militares os veículos mais pesados estarão à frente para assim
ditar a velocidade do comboio. Caso exista uma ambulância no comboio esta
deverá ser o último veículo, se a ambulância for destinada para apoio aos
motociclistas deverá permanecer à retaguarda do cerra-fila, pois assim o veículo
consegue observar todos os motociclistas da escolta e prestar socorro em caso
de emergência sem comprometer a integridade da cápsula.

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5.28 PROCEDIMENTO CASO ALGUM VEÍCULO ENTRAR NA ESCOLTA


- No momento em que um veículo entrar na escolta (furar o comboio) o cerra-fila
deverá permanecer em sua posição, contendo o trânsito a sua retaguarda, e o
primeiro ponta a visualizar o veículo deverá balizá-lo, quando em segurança.

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5.29 GESTOS DO MOTOCICLISTA (Fig 54 a 56)

Fig 54 - Gestos do Motociclista

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Fig 55 - Gestos do Motociclista (continuação)

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Fig 56 - Gestos do motociclista (continuação)

5.30 FORMAÇÕES PARA DESLOCAMENTO


5.30.1 Coluna por um: formação usada para deslocamento rápido e/ou no
trânsito congestionado (Fig 57).

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Fig 57 - Formação em Coluna por um

5.30.2 Coluna por dois: formação usada em rodovias e vias de trânsito rápido
(duas faixas de rolamento) (Fig 58).

Fig 58 - Formação em Coluna por dois

5.30.3 Coluna por um alternada (coluna por dois alternada): formação usada
para deslocamentos diversos. Melhor formação para se utilizar durante
os deslocamentos em razão de permitir uma melhor visibilidade à frente
e disponibilizar as laterais como ponto de fuga para se evitar acidentes.
Prioritariamente utilizada em deslocamentos administrativos pela capacidade de
proporcionar boa visibilidade ao motociclista e permitir uma manobra evasiva, se
necessário (Fig 59).

Fig 59 - Formação em Coluna por um alternada

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5.30.4 Em linha: formação utilizada em desfiles e solenidades (Fig 60).

Fig 60 - Formação em Linha

5.30.5 De escolta (autoridade ou comboio): formação utilizada durante a


realização de uma escolta (Fig 61).

Fig 61 - Formação de Escolta

5.30.6 De escolta fúnebre: formação utilizada durante a realização de uma


escolta fúnebre (Fig 62).

Fig 62 - Formação de Escolta Fúnebre

5.31 ACIDENTES
5.31.1 Acidente com Ala, Ponta de Lança, ou Regulador de Velocidade: o Fecha
Comboio permanece no local para acompanhar ou providenciar os primeiros so-
corros, realizar segurança e recolher o equipamento, armamento e motocicleta.
Na falta desses componentes, dois Pontas de Lança assumirão estas atribui-
ções.

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5.31.2 Acidente com o Fecha Comboio: o Ponta de Lança mais próximo perma-
nece no local para acompanhar ou providenciar os primeiros socorros, realizar
a segurança e recolher o equipamento, armamento e motocicleta. O primeiro
Ponta de Lança que observar a falta do Fecha Comboio, em virtude do acidente,
assume a atribuição.
5.31.3 Equipe de Saúde (apoio): em virtude do risco da missão, uma equipe
de saúde deve ser solicitada para fazer parte do comboio, com ambulância. Na
ausência desta, o socorro deve ser realizado por dois Batedores: um com a mis-
são principal de realizar os primeiros socorros e o segundo para apoiar, realizar
segurança e recolher o equipamento, armamento e motocicleta.

5.32 CONSIDERAÇÕES FINAIS


5.32.1 Os componentes da escolta devem, sempre, manter contato visual entre si.
5.32.2 O S Cmt da escolta deverá preocupar-se, constantemente, em conferir o
efetivo e informar ao Cmt.
5.32.3 A conduta a ser adotada sempre levará em conta a gravidade do acidente
e o cumprimento da missão.
5.32.4 Equipamentos auxiliares, como o Rádio, são fundamentais para o bom
andamento da missão.
5.32.5 Independente do percurso, é preciso, sempre, levar em conta o fato de
que cada escolta é uma escolta específica, com suas particularidades e eventu-
alidades, que se modificam a cada dia, hora, clima e missão.

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CAPÍTULO VI
PRIMEIROS SOCORROS

6.1 INTRODUÇÃO
6.1.1 Primeiros Socorros - são os cuidados imediatos adotados a uma pessoa,
fora do ambiente hospitalar, cujo estado físico, psíquico e ou emocional coloca
em perigo sua vida ou sua saúde.
6.1.2 O objetivo dos primeiros socorros é manter as funções vitais da pessoa em
risco e evitar o agravamento de suas condições (estabilização), antes da che-
gada do profissional qualificado da área da saúde, ou da ambulância, ou, ainda,
até chegar ao hospital.
6.1.3 Toda pessoa que for realizar o atendimento pré-hospitalar (APH), mais
conhecido como primeiros socorros, deve, antes de tudo, atentar para a sua
própria segurança. O impulso de ajudar outras pessoas não justifica a tomada
de atitudes inconsequentes, que acabem transformando-o em mais uma vítima.
6.1.4 A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom APH. Para
tanto, deve-se evitar que a vítima seja exposta desnecessariamente, e manter o
devido sigilo das informações pessoais, prestadas pela vítima, durante o aten-
dimento.
6.1.5 Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não deve ser
desprezado. A demora na prestação do atendimento pode acarretar em sequelas
ao indivíduo, até mesmo levar à morte.
6.1.6 O socorro à vitima abrange o reconhecimento e segurança do local envolvi-
do; chamar o serviço médico; definir o grau de urgência; prestar ajuda conforme
seu conhecimento; além de assistir à vitima até que chegue o socorro.
6.1.7 É importante lembrar que um ser humano pode passar até três semanas
sem comida e uma semana sem água, porém, não sobreviverá mais que cinco
minutos sem oxigênio.

6.2 ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO


6.2.1 Artigo 6º dos Direitos Sociais e 196 Da Saúde, da Constituição da Repúbli-
ca Federativa do Brasil de 1988.
6.2.2 Artigo 135, do Código Penal Brasileiro - Omissão de socorro.
6.2.3 Resolução Nr 218/97, do Conselho Nacional de Saúde - Regulamentação
das profissões de Saúde.
6.2.4 Código de Ética dos Profissionais de Saúde.
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6.2.5 Portaria Nº 149-EME, de 31 de junho de 2013 - Diretriz para o APH.

6.3 FASES DO SOCORRO


6.3.1 AVALIAÇÃO DO AMBIENTE:
6.3.1.1 A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos
que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se
houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro es-
pecializado. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o nú-
mero de vítimas e a gravidade delas e todas as outras informações que possam
ser úteis para a notificação do acidente. Deve-se proceder da seguinte forma:
6.3.1.2 Manter a vítima deitada, em posição confortável, até certificar que a lesão
não tem gravidade.
6.3.1.3 Investigar particularmente a existência de hemorragia, envenenamento,
parada respiratória, ferimentos, queimaduras e fraturas.
6.3.1.4 Dar prioridade ao atendimento dos casos de hemorragia abundante, in-
consciência, parada cardiorrespiratória, estado de choque e envenenamento,
pois EXIGEM SOCORRO IMEDIATO.
6.3.1.5 Verificar se há lesão na cabeça, quando o acidentado estiver inconscien-
te ou semiconsciente. Se houver hemorragia por um ou ambos os ouvidos, ou
pelo nariz, PENSAR em fratura de crânio.
6.3.1.6 Não dar líquidos às pessoas inconscientes.
6.3.1.7 Recolher, em caso de amputação, a parte seccionada, envolvê-la em um
pano limpo para entrega IMEDIATA ao médico.
6.3.1.8 Certificar-se de que qualquer providência a ser tomada não venha a
agravar o estado da vítima.
6.3.1.9 Chamar o médico ou transportar a vítima, se necessário. Fornecer as
seguintes informações: local, horário, condições em que a vítima foi encontrada
e quais os Primeiros Socorros a ela prestados.
6.3.1.10 Inspirar confiança - EVITAR O PÂNICO - Comunicar a ocorrência à
autoridade policial local.
6.3.2 SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO
- Solicitar, se possível, a outra pessoa que peça auxílio, chamando o socorro
especializado, comunicando a provável causa do acidente, o número de vítimas,
a gravidade delas e todas as outras informações necessárias. Estas informações
serão obtidas anteriormente, durante a fase de avaliação do ambiente.

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6.3.3 SINALIZAÇÃO
- Efetuar, sempre que necessário, a sinalização do local para evitar a ocorrência
de novos acidentes. A sinalização pode ser feita com cones, fita zebrada, ou
qualquer objeto que chame a atenção de outras pessoas para o cuidado com o
local. Na falta destes recursos, pode-se pedir para que uma pessoa fique sinali-
zando a uma certa distância.

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COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, 22 de outubro de 2018
www.intranet.coter.eb.mil.br

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