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3 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Caderno do Professor
Volume 1
FÍSICA
Ciências da Natureza
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
FÍSICA
ENSINO MÉDIO
3a SÉRIE
VOLUME 1
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume 6
Grade de avaliação 37
Grade de avaliação 67
Grade de avaliação 83
6
Física – 3a série – Volume 1
conhecimento das características elétricas dos A análise mais detalhada do campo magné-
equipamentos, por meio de uma experiência tico tem início com o estudo das propriedades
qualitativa com lâmpadas e pilhas. de um ímã, por meio do mapeamento de sua
influência no espaço com uso de limalhas de
Os conceitos de potência, corrente, ten- ferro. Em seguida, um novo estudo é feito com
são e resistência estão relacionados a im- uma bússola no entorno de um fio percorrido
portantes leis da Física e seu conhecimento por corrente elétrica. As situações de geração
abre espaço para a construção adequada de da eletricidade com magnetismo, e vice-versa,
uma representação científica da eletricida- levam ao conceito de campo eletromagnético.
de. Essa representação é também utilizada
para entender o “choque” elétrico. A unificação da eletricidade e do magnetis-
mo sob uma perspectiva histórica fecha essa
A unidade empregada no cotidiano para segunda parte. O conceito de campo é uma das
medida de consumo de energia elétrica, o ideias mais importantes da Física do século
quilowatt-hora, é analisada e entendida XIX, fundamentando leis físicas importantes.
em termos de conceitos científicos. O do- Seu conhecimento abre espaço para a constru-
mínio desses conceitos permite analisar os ção adequada de uma representação científica
equipamentos que mais consomem energia unificada das interações, neste caso, elétricas e
elétrica, compreender a forma como ela é magnéticas.
tarifada e as maneiras corretas de utilizar e
manter o bom funcionamento da rede elé- O tema seguinte aborda o funcionamento
trica doméstica. dos geradores e dos motores elétricos. Nesse
estudo, os campos eletromagnéticos são empre-
O segundo tema deste Caderno introduz o gados como ferramentas conceituais para que
estudo das propriedades da matéria que estão se entenda a geração de eletricidade pelo movi-
na origem dos fenômenos elétricos presentes mento e vice-versa.
no cotidiano. A eletricidade atmosférica re-
cupera uma questão histórica importante no A abordagem também é feita a partir de ativi-
desenvolvimento da Física, cujo exemplo mais dades experimentais com materiais simples. Ex-
comum a ser abordado é o estudo dos raios. perimentos com um motor simplificado e com
Entender a sua origem e representá-la por um um dínamo permitem manipular e ensaiar usos
modelo de cargas e corrente permite ampliar a práticos da interação eletricidade-magnetismo e
visão de mundo, generalizando o uso dos con- possibilitam compreender essa interação.
ceitos aprendidos.
A ideia principal é propiciar, além do conhe-
O estudo dos campos elétricos e magnéti- cimento de aspectos conceituais para posterior
cos é iniciado com a identificação deles, pos- formalização, a compreensão dos elementos bá-
teriormente, propondo um aprofundamento sicos dos principais aparelhos e equipamentos
na relação entre eles. Esse estudo é realizado elétricos presentes em nosso cotidiano.
experimentalmente, com a utilização de ma-
teriais simples, procurando desenvolver com- O tema final deste Caderno introduz os alu-
petências no domínio da observação crítica, nos ao estudo dos modos de produção e trans-
da tomada de dados, da interpretação concei- missão de energia elétrica em grande escala.
tual, da percepção de aspectos presentes nos Eles são fundamentais para enfrentar os desa-
modelos científicos e da linguagem matemáti- fios do crescimento econômico e sua dependên-
ca e científica. cia das fontes de energia.
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A base de funcionamento de uma usina hi- Também na Situação de Aprendizagem
drelétrica é usada como modelo para o enten- 6, intitulada “Energia elétrica e a conta de
dimento de diversos processos de produção de luz mensal”, os alunos devem decidir sobre
energia em grande escala, como os de usinas formas de reduzir o consumo de energia elé-
eólicas, nucleares, termoelétricas etc. O estudo trica; e na Situação de Aprendizagem 5, “Di-
da matriz energética do país abre a possibilida- mensionando o circuito doméstico”, eles pre-
de para situar o Brasil no cenário econômico cisam desenvolver propostas de intervenção
mundial e avaliar as medidas para a manuten- segura no cotidiano, recorrendo aos conheci-
ção do crescimento sustentável. Avaliar solu- mentos adquiridos.
ções que garantam esse desenvolvimento, com
a preservação das condições de vida na Terra, As estratégias utilizadas para o desenvol-
depende da capacidade de pensar com base em vimento das competências e habilidades espe-
informação especializada e de tomar decisões cíficas, a partir dos conhecimentos da Física,
com a clareza de que não existem respostas ab- foram escolhidas de forma a valorizar a ação
solutas aos problemas sociais da modernidade. e a autonomia dos alunos, seus conhecimentos
prévios e a interação dinâmica entre eles e o
Construir e aplicar conceitos para a com- professor.
preensão de fenômenos naturais e também
tomar decisões e enfrentar situações-problema Para complementar as discussões e os en-
são a tônica das Situações de Aprendizagem caminhamentos dessas Situações, estão pre-
propostas neste Caderno, o que pode ser iden- vistos momentos em que outras ações devem
tificado nas problematizações que solicitam a ser programadas por você, professor. Elas são
participação dos alunos nas suas soluções. fundamentais para a adequação dessa pro-
posta ao trabalho com os grupos de alunos de
O desenvolvimento da competência de cada sala de aula.
relacionar informações para construir argu-
mentação consistente está presente em vários Nessas aulas, você poderá desenvolver sua
momentos do desenvolvimento das ativida- programação específica para complementar
des, particularmente naquele que trata da re- as Situações de Aprendizagem deste Caderno
lação entre produção de energia e qualidade com as definições mais formais dos conceitos,
de vida, no qual os alunos terão a oportuni- análises gráficas não contempladas nas ativi-
dade de debater, argumentar e elaborar pro- dades e a resolução de exercícios numéricos
postas sobre formas de reduzir o consumo de encontrados nos livros didáticos de Física do
energia elétrica. Ensino Médio.
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Física – 3a série – Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
RECONHECENDO A ELETRICIDADE NO DIA A DIA
Esta Situação de Aprendizagem tem como ções sobre situações que envolvam o uso da
objetivos possibilitar aos alunos o reconheci- eletricidade; assim, ordenar os equipamentos
mento da eletricidade e sua classificação nos será tarefa fácil. Mais difícil, porém, será clas-
usos cotidianos. A ideia é recuperar e orga- sificar as situações listadas. Para isso, você de-
nizar situações vivenciadas pelos alunos que, verá ficar atento às características e aos prin-
para ocorrerem, requeiram o uso da eletrici- cípios de funcionamento dos equipamentos e
dade. Solicitar a eles que obtenham informa- situações trazidos pelos alunos.
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Conteúdos e temas: equipamentos elétricos e suas características de funcionamento.
Sugestão de recursos: roteiros 1.1 e 1.2 de atividades em grupo visando à catalogação e à classificação
de equipamentos elétricos.
Sugestão de avaliação: avaliar as respostas dadas pelos alunos ao questionário; os resultados da clas-
sificação dos aparelhos em tabelas; o envolvimento no desenvolvimento da atividade, por meio de
participação e contribuições para o enriquecimento das discussões em grupo.
Tabela 1.
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Física – 3a série – Volume 1
1. Faça uma lista das atividades que você 4. Você consegue apontar uma ativi-
realizou hoje desde o momento em que dade que utilize eletricidade sem ser
saiu da cama. um aparelho elétrico ou tecnológico?
Se sim, quais?
2. Em quais dessas atividades você utilizou
eletricidade? 5. É possível separar todas essas atividades
que envolvem eletricidade em grupos
3. Existem outras atividades que ainda se- com características comuns? Quais são
rão realizadas no decorrer do dia e que esses grupos?
utilizarão eletricidade? Quais? As respostas às questões 1 a 5 dependerão de cada turma.
Para iniciar o desenvolvimento de Ordenan- lista, aceite. Para isso, peça apenas que os adi-
do os aparelhos elétricos (roteiro 1.2), coloque cione ao lado da tabela e classifique-os com os
as seguintes questões: Todos os aparelhos elé- demais.
tricos são iguais? O que diferencia um aparelho
elétrico de outro? O objetivo é levar os alunos a Monte na lousa, com a participação dos
refletir sobre uma maneira de separar os equi- alunos, uma tabela que separe cada apare-
pamentos e, assim, perceber que eles utilizam a lho por grupo. Isso fará que eles exponham
eletricidade de maneiras distintas. os critérios utilizados na classificação. As-
sim, cada coluna da tabela deverá conter um
Divida os alunos em grupos (de, no máxi- desses critérios, por exemplo, uma coluna
mo, cinco componentes) e instrua-os a iniciar o para aparelhos que esquentam, outra para
item Ordenando os aparelhos elétricos (roteiro aparelhos que têm rotação e assim por dian-
1.2). Solicite a eles que respondam às questões, te. A tabela que será construída deve con-
passe pelos em grupos e estimule-os a ampliar ter as categorias fundamentais que se quer
a discussão. Se algum aluno quiser acrescen- discutir com a classe, conforme o exemplo
tar outros aparelhos que não se encontram na a seguir.
Tabela 2.
Use os 10 minutos finais para explorar a pre- fontes e os equipamentos de comunicação e in-
sença de características que fazem que os equipa- formação. Destaque que alguns equipamentos,
mentos possam ser agrupados em determinada como as lâmpadas e a furadeira, podem ser clas-
categoria, no caso os resistores, os motores, as sificados em dois grupos: motores e resistores.
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Roteiro 1.2 – Ordenando os
aparelhos elétricos
Utilizamos vários aparelhos elétricos Para tentar responder a essa pergunta,
diariamente, e todos eles são diferen- relacionamos na tabela a seguir alguns apa-
tes uns dos outros. Você já parou para relhos elétricos. Em seu caderno, agrupe-os
pensar o que diferencia um aparelho do utilizando um critério e, em seguida, res-
outro? ponda às questões.
2. Por que você considera esses critérios Agora, discuta com seus colegas e ob-
adequados para agrupar os apare- serve se todos concordam com a separação
lhos? Você consegue pensar em outros? dos aparelhos nos grupos de acordo com
Quais? os critérios estabelecidos.
Encaminhando a ação
O objetivo da proposta do roteiro 1.1 é que equipamentos e, dessa forma, perceber que eles
os alunos entendam que a eletricidade está utilizam a eletricidade de maneira distinta.
muito presente na vida deles, desde os senti-
dos (visão, audição, paladar, olfato e tato), Continue a trabalhar com os alunos a im-
passando pelos fenômenos naturais até os portância da eletricidade aplicando as seguin-
objetos concretos, como o motor dos auto- tes questões e o próximo texto.
móveis. Essa percepção de que as tarefas não
se restringem a atividades realizadas com apa- Refletindo sobre a eletricidade
relhos elétricos levará os alunos a ampliar a
concepção sobre a presença da eletricidade. Depois de abordar a presença e a impor-
tância da eletricidade, os alunos podem rea-
O roteiro 1.2 pretende levar os alunos a valiar as respostas das questões propostas no
refletir sobre critérios para separar e agrupar início desta Situação de Aprendizagem.
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Física – 3a série – Volume 1
1. Você já imaginou o mundo atual sem a ele- 4. Os equipamentos elétricos podem ser classifi-
tricidade? cados em grupos (segundo a tabela montada
Resposta pessoal. em sala de aula). A qual grupo você acredita
que pertençam os equipamentos a seguir?
2. Como seria seu dia a dia sem eletricidade?
Resposta pessoal. a) cafeteira elétrica: resistores.
A visão é um dos sentidos que dominam a vida da maioria das pessoas. Ela começa quando a
luz refletida pelos objetos que observamos atinge nosso olho. Após atravessar várias substâncias
transparentes, é formada uma imagem invertida do objeto numa região do olho chamada retina.
GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física). Leituras de Física: Eletromagnetismo 1. Onde não está a eletricidade?
São Paulo: GREF-USP/MEC-FNDE, 1998. p. 4. Disponível em: <http://www.if.usp.br/gref/eletro/eletro1.pdf>.
Acesso em: 28 maio 2013.
1. Identifique outros sentidos, além da visão, elétrica tem na vida moderna dos seres humanos. A frase
que produzem impulsos elétricos no corpo pode conter alguns exemplos que mostrem essa depen-
humano. dência, como a dificuldade de armazenamento de alimen-
Tato, audição, paladar, olfato. Todos os sentidos do ser huma- tos perecíveis, a impossibilidade de executar diversos pro-
no utilizam impulsos elétricos para serem percebidos, desde cedimentos cirúrgicos em hospitais, a falta de controle de
o receptor até chegar ao cérebro. tráfego de carros e aviões etc.
1. Escreva uma frase que defi- 2. A partir do que foi estudado, destaque as
na a vida moderna em relação características dos equipamentos classifi-
à eletricidade. cados nos seguintes grupos:
É importante que os alunos construam
uma frase que reconheça a importância vital que a energia a) resistivos: resistência elétrica.
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b) motores: motores elétricos. 1. Identifique em sua casa todos os
aparelhos elétricos e classifique-os
c) comunicadores: elementos de comunicação e segundo os critérios estabelecidos
informação. anteriormente.
Espera-se que os alunos exercitem a classificação estabeleci-
d) fontes: fornecimento de energia elétrica. da na sala de aula sobre os equipamentos elétricos.
3. O simples fato de sentir o cheiro de algo 2. Além dos equipamentos elétricos, dê, pelo
ou o gosto de um alimento está liga- menos, três exemplos do uso da eletricida-
do a processos psicológicos de caráter de no dia a dia.
elétrico. A partir dessa informação, re- Em motores a combustão, nos sentidos do ser humano, em
f lita sobre a eletricidade na realização fogão com acendimento automático e na natureza.
de funções vitais ao ser humano, por
exemplo, na respiração. Escreva em seu Se tiver tempo para enriquecer ainda mais
caderno um texto expondo suas ideias a a aula, utilize um livro didático de sua prefe-
esse respeito. rência ou algumas das sugestões de referência
Verifique se o texto dos alunos relacionam os sentidos huma- que apresentamos na seção Recursos para
nos a impulsos elétricos que levam as informações de recep- ampliar a perspectiva do professor e do aluno,
tores ao cérebro. no fim deste Caderno.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
ENTENDENDO AS ESPECIFICAÇÕES DOS APARELHOS
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Física – 3a série – Volume 1
Sugestão de estratégias: atividade de organização de informações recolhidas pelos alunos em casa; discussão
em grupos, usando os dados pesquisados para iniciar a conceituação das principais grandezas da eletricidade.
Sugestão de avaliação: avaliar os resultados da pesquisa realizada pelos alunos; as respostas das ques-
tões da atividade; o envolvimento dos alunos no desenvolvimento da atividade, por meio de sua par-
ticipação e das contribuições para o enriquecimento das discussões em grupo.
© Conexão Editorial
dos aparelhos
Figura 1.
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Aparelhos Grandeza 1 Grandeza 2 Grandeza 3 Grandeza 4
1.
2.
3.
4.
5.
Tabela 4.
2. O que pode acontecer com o aparelho se 5. Qual grandeza pode ajudar você na ava-
as especificações não forem obedecidas? liação do consumo de energia elétrica?
Explique. Por quê?
Caso alguma especificação não seja obedecida, as con- A potência elétrica, pois mede a quantidade de energia
dições de funcionamento do equipamento ficarão com- consumida por unidade de tempo.
prometidas. Por exemplo, se a fiação especificada em um
chuveiro não for correta, poderá ocorrer um superaque- 6. Existe um elemento comum nos apare-
cimento e um curto-circuito. lhos apontados na tabela da atividade
Ordenando os aparelhos elétricos (Situ-
3. Você sabe o que significam os símbolos ação de Aprendizagem 1) que apresen-
que aparecem nas especificações dos tam potência alta? Qual?
aparelhos? Explique. Sim, normalmente os resistores são os equipamentos
Em geral, os símbolos representam as unidades de medi- com as maiores potências e, dependendo do tempo que
da das grandezas físicas. ficam ligados, consomem grande quantidade de energia.
Parte dessa aula servirá para o desenvolvi- Para que os símbolos pesquisados na ati-
mento conceitual das grandezas (formalização) vidade do roteiro 2 possam ser melhor com-
obtidas na pesquisa, como corrente, resistên- preendidos, é necessário que você defina for-
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Física – 3a série – Volume 1
© Gabor Nemes/Kino
Figura 2. Lâmpada e corrente alternada.
especificadas?
25 W – potência elétrica; 127 V – tensão; 60 Hz – frequência
da corrente alternada; 321 mA – corrente elétrica.
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rádio. Por fim, classifique os aparelhos segun- vra eletricidade. Anote-a para que possa
do o consumo de energia elétrica. Para medir ser revista posteriormente. Não deixe de
o consumo do aparelho, pegue sua potência e mencionar a fonte (referência de onde foi
multiplique-a pelo tempo (em horas) que ele extraída a definição).
permanece em funcionamento. Resposta pessoal. Verifique se os alunos realizaram a pesquisa e
Espera-se que fique evidente que os aparelhos de alta potência trouxeram uma definição possível para o verbete eletricidade.
(chuveiros elétricos, geladeiras e ferro de passar roupa), que fun- Um exemplo é: “São fenômenos elétricos todos aqueles que
cionam por períodos razoavelmente longos, representam boa par- envolvem cargas elétricas em repouso ou em movimento; as
te do consumo de energia elétrica em uma residência. cargas em movimento são usualmente elétrons. A importância
da eletricidade advém essencialmente da possibilidade de se
2. Busque em dicionários da língua por- transformar a energia da corrente elétrica em outra forma de
tuguesa ou de Física, em enciclopédias energia: mecânica, térmica, luminosa etc.” (GREF, Leituras de
e na internet uma definição para a pala- Física, Eletromagnetismo, p. 3).
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
ANALISANDO UM CIRCUITO ELÉTRICO
Esta Situação de Aprendizagem tem o in- e fios, avaliando a luminosidade a partir de vá-
tuito de fazer que os alunos conheçam os com- rias situações propostas na atividade. Não são
ponentes de um circuito elétrico e as grande- exigidas habilidades especiais; a maior dificulda-
zas associadas a ele, sendo possível reconhecer de está em fazer que os alunos tragam o material
a mesma estrutura presente em nossas casas. necessário para a execução do experimento. Ou-
tro objetivo é auxiliar na compreensão das gran-
A ideia é pedir aos estudantes que montem dezas discutidas na atividade anterior, como
um pequeno circuito com minilâmpadas, pilhas corrente, resistência e tensão elétrica.
Conteúdos e temas: corrente, resistência, tensão elétrica e a primeira Lei de Ohm; efeito Joule e a rela-
ção da potência com a resistência, corrente e tensão.
Sugestão de estratégias: uso de lâmpadas de lanternas, pilhas e fios, para avaliar a luminescência e
relacioná-la com a capacidade elétrica das pilhas para poder discutir as quatro grandezas principais –
corrente, tensão, resistência e potência elétrica.
Sugestão de avaliação: avaliar o trabalho nas montagens dos circuitos; as respostas das questões propostas;
a resolução de exercícios; a participação e o envolvimento de cada aluno no desenvolvimento da atividade.
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Física – 3a série – Volume 1
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem Proponha as atividades experimentais (ro-
teiro 3), reunindo os alunos em grupos de, no
Antes de iniciar os experimentos, instigue máximo, cinco componentes, e auxilie-os a
os alunos com as seguintes perguntas: O que montar o circuito para que possam iniciá-las.
acontece se ligarmos, por engano, uma lâmpada
incandescente de 220 V em uma rede de 127 V? Lembre-se de que uma lâmpada não é um
( se ¿]ermos o contririo, ligar uma de 127 V em dispositivo ôhmico, ou seja, sua resistência in-
uma rede de 220 V? terna varia com a tensão.
Deixe claro que não é necessário que eles Instrua os alunos para que realizem todas
realizem essa operação, a intenção é que eles as etapas, tomando nota dos resultados ob-
reflitam sobre as questões, pois elas os levarão tidos visando à posterior discussão dos da-
a pensar sobre a relação existente entre tensão dos, quando as questões do roteiro devem ser
e luminosidade, que está associada à passa- retomadas com a classe, e as respostas dos
gem da corrente pela lâmpada. grupos, comentadas.
Materiais
© Gabor Nemes/Kino
f 3 lâmpadas (pode-se utilizar leds ou
lâmpadas de lanterna de 3,0 V);
f 2 pilhas de 1,5 V;
f fios do tipo cabinho;
f 2 garras jacaré (opcional).
Figura 5. Energia elétrica gerada pela reação quími-
Mãos à obra! ca das pilhas formando um circuito elétrico, gerando
emissão de luz pela lâmpada.
SUPER
ENERGIA
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Observe o brilho da lâmpada quando o Eles devem perceber que as lâmpadas foram ligadas em
circuito, com uma pilha, for ligado a ela. série e que a corrente elétrica a que elas estão submeti-
Depois, compare com o brilho do mesmo das é a mesma.
circuito com duas e, em seguida, três lâm-
padas (conforme a figura a seguir). Ligue novamente o circuito com uma
pilha e uma lâmpada, depois duas e, em
© Lie Kobayashi
1,5 V
© Lie Kobayashi
1,5 V
1,5 V
1,5 V 1,5 V
1,5 V
Figura 8.
Figura 7.
1. O que acontece com o brilho da primeira 5. O que acontece com o brilho da primei-
lâmpada quando são colocadas as outras? ra lâmpada quando é acrescentada a se-
Resposta com base nas observações dos alunos. Espera-se gunda e depois a terceira lâmpada?
que eles concluam que a luminosidade diminuiu. Resposta com base nas observações dos alunos. Con-
tudo, eles devem observar que a luminosidade pratica-
2. O brilho de todas as lâmpadas é o mente não é modificada.
mesmo?
Resposta com base nas observações dos alunos. Espera- 6. O que acontece com o brilho das demais
-se que eles observem que o brilho é o mesmo para se você retirar uma das lâmpadas?
todas as lâmpadas. Resposta com base nas observações dos alunos. Eles vão
perceber que praticamente nada acontece com a lumi-
3. Se você tirar uma das lâmpadas, o que nosidade das outras lâmpadas.
acontece com as demais?
Eles perceberão que as demais lâmpadas se apagam, pois 7. Como poderiam ser explicadas as obser-
não haverá mais passagem de corrente. vações feitas?
Eles devem perceber que as lâmpadas foram ligadas em
4. Como poderiam ser explicadas as ob- paralelo e que a tensão a que as lâmpadas estão subme-
servações feitas? tidas é a mesma.
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Física – 3a série – Volume 1
Ligue agora uma lâmpada em uma pi- A lâmpada de 127 V foi projetada para determinada cor-
lha e depois em duas, conforme a figura. rente. Caso seja colocada em 220 V, sua corrente vai au-
mentar, acarretando sua queima.
© Lie Kobayashi
13. Numa rede residencial (127 V) foram
ligados o chuveiro (5 500 W), o ferro de
passar roupas (1 200 W) e um secador de
– 1,5 V + – 1,5 V + cabelo (900 W), o que provocou a aber-
tura ou o desarme do disjuntor (chave de
Figura 9.
proteção) do circuito. Monte um esque-
ma dessa ligação, calcule o valor da cor-
8. O que acontece com a luminosidade da rente elétrica no circuito e explique por
lâmpada à medida que aumenta o nú- que o disjuntor desarmou.
mero de pilhas?
Chuveiro
Espera-se que, ao aumentar o número de pilhas, a lu-
minosidade da lâmpada aumente. Ao aumentar em de-
masia o número de pilhas, a lâmpada poderá ter o seu Ferro
filamento rompido, causando sua queima.
Secador
9. Como poderiam ser explicadas as ob-
servações feitas?
127V
Observe o tipo de explicação elaborada pelos alunos Disjuntor
e use-as para orientar sua aula. Quanto mais pilhas
Figura 10.
são associadas em série, maior é a diferença potencial
oferecida.
P 5 500
i= ______
A ichuveiro = ______ = 43,3 A;
A partir de suas observações, responda U 127
às seguintes questões: 1 200
iferro = ______ = 9,5 A;
127
10.Quais são as principais grandezas en- 900
isecador = ______ = 7,1 A;
volvidas no circuito? 127
Tensão, corrente, resistência e potência elétricas. itotal = 59,9 A.
11.Há uma maneira de relacionar essas O disjuntor desarmou porque a corrente do circuito da casa
grandezas? Como? (59,9 A) deve ter superado a corrente de corte do disjuntor.
Sim, pela primeira Lei de Ohm: resistência (R) = ten- Rch = 2,93 1; Rferro = 13,36 1; Rsecador = 17,88 1 A i = 59,9 A
são (V) / corrente (i); e potência (P) = tensão (V) u É interessante ressaltar que, quanto menor for a resistência,
corrente (i). maior será a corrente. Por isso, busque mostrar como cal-
cular a resistência de cada equipamento eletrodoméstico.
12. Explique o que ocorreria se uma lâmpada
de 127 V fosse ligada em uma rede de 220 V, 14.Explique como você compreende a fun-
tomando como base os conceitos discu- ção dos disjuntores.
tidos na Situação de Aprendizagem 2. A função do disjuntor é evitar que a corrente total no cir-
(Importante: Não realize essa operação, cuito seja incompatível com a bitola (diâmetro) do fio, o
apenas reflita sobre ela!) que resultaria em superaquecimento e risco de incêndio.
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© Jeff Vanuga/Spirit/Corbis/Latinstock
Encaminhando a ação
No fim da aula, dedique-se à formalização
do conceito de corrente elétrica como o mo-
vimento ordenado dos elétrons no condutor.
Essa definição é fundamental para que os alu-
nos possam entender o que é eletricidade.
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Física – 3a série – Volume 1
A resistência elétrica está associada à dificuldade que as cargas elétricas encontram para se
deslocar no interior dos condutores em razão dos sucessivos choques entre os elétrons de con-
dução (responsável pelo fluxo de cargas) e as demais partículas que compõem o material (elé-
trons fixos, núcleos atômicos etc.). A resistência elétrica é medida em ohm (Ω), em homenagem
ao cientista alemão Georg Simon Ohm. Existe uma relação entre a corrente elétrica e a tensão:
U = R u i. Essa relação também é conhecida como a primeira Lei de Ohm. Podemos dizer
que 1 Ω é a resistência medida num condutor que, quando submetido à diferença de potencial
(ddp) de 1 V, é percorrido por uma corrente de 1 A.
Adaptado de: Programa de Educação Continuada. Construindo sempre. Física, módulo 2. São Paulo: SEE, 2003. p. 14.
23
5. Qual poderia ser uma desvantagem dos cir- Na ligação em paralelo, caso uma das lâmpadas queime, as
cuitos em série? E em paralelo? outras funcionam normalmente com o mesmo brilho; po-
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam rém, a corrente total do circuito diminui. No caso de acres-
que o circuito em série apresenta como principal des- centar uma quarta lâmpada, elas brilharão com a mesma
vantagem o fato de que se um elemento do circuito pa- intensidade, mas a corrente total do circuito aumentará.
rar de funcionar, todos os outros elementos do circui-
to também pararão. Já no circuito paralelo, a principal 3. (Vunesp – 2003) Uma lâmpada incan-
desvantagem é que, se muitos elementos forem anexa- descente (de filamento) apresenta em seu
dos a ele, sua corrente total ficará alta, e, se ele não for rótulo as seguintes especificações: 60 W e
dimensionado para suportar altos valores de correntes 120 V. Determine:
elétricas, poderá ocorrer sobreaquecimento do circuito
e, em casos extremos, até um incêndio. a) a corrente elétrica i que deverá circu-
lar pela lâmpada se ela for conectada a
1. Um circuito contém três lâmpa- uma fonte de 120 V.
das idênticas ligadas em série. Faça P = U u i A 60 = 120 u i A i = 0,5 A
um desenho desse circuito e res-
ponda: Se uma das lâmpadas quei- b) a resistência elétrica R apresentada pela
mar, o que ocorre com as outras? O que lâmpada, supondo que ela esteja funcio-
acontecerá com o brilho das lâmpadas se, nando de acordo com as especificações.
no circuito, for adicionada uma quarta U = R u i A 120 = R u 0,5 A R = 240 1
lâmpada com as mesmas características
das demais? 4. (Fuvest – 1996) No circuito elétrico resi-
dencial es que matizado estão indicadas,
em watts, as potências dissipadas pelos
seus diversos equipamentos. O circuito
Figura 13.
está protegido por um fusível F, que se
funde quando a corrente ultrapassa 30 A,
Se uma das lâmpadas queimar, as outras param de funcionar. interrompendo o circuito. Que outros
Caso seja acrescentada uma quarta lâmpada, com o circuito aparelhos podem estar ligados ao mes-
funcionando novamente, a resistência equivalente aumenta, mo tempo que o chuveiro elétrico sem
diminuindo a corrente no circuito, o que leva a um brilho me- “queimar” o fusível?
nos intenso em todas as lâmpadas.
Figura 15.
Figura 14.
24
Física – 3a série – Volume 1
a) Geladeira, lâmpada e TV. Outro aspecto que pode ser destacado é que os apare-
lhos elétricos podem funcionar de forma independente
b) Geladeira e TV. no circuito em paralelo, enquanto, no circuito em série,
para ligar um aparelho temos que ligar todos os outros
c) Geladeira e lâmpada. do circuito.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
CHOQUES ELÉTRICOS
Esta Situação de Aprendizagem propõe o re- que trabalhe com a eletricidade no dia a dia.
conhecimento do choque elétrico e seus efeitos, Pode ser um eletricista ou um funcionário de
avaliando os perigos e os cuidados necessários uma companhia de energia elétrica. De posse
na utilização da eletricidade, principalmente em dessas respostas, discuta com eles o choque e
casa. O objetivo é que os alunos elaborem um seus efeitos, tentando sempre relacioná-los com
questionário para entrevistar um profissional os cuidados e os perigos no uso da eletricidade.
25
Conteúdos e temas: corrente, resistência, tensão elétrica e a primeira Lei de Ohm; modelo clássico da
corrente elétrica; choque e seus efeitos.
Competências e habilidades: identificar os perigos e os procedimentos adequados para o manuseio da
eletricidade; compreender o choque e seus efeitos.
Sugestão de estratégias: questionário para entrevistar um eletricista.
Sugestão de recursos: roteiro 4 de entrevista.
Sugestão de avaliação: avaliar a elaboração do questionário para a entrevista; a qualidade das res-
postas coletadas; a entrega das questões da atividade; a resolução de exercícios; o envolvimento e a
participação nas discussões em grupos.
26
Física – 3a série – Volume 1
3. Um sapato de borracha pode nos pro- absoluto, que corresponde ao valor que teria se fosse sub-
teger de tomar um choque? Em que cir- metida a 110 V de tensão contínua (ver Lição de casa no
cunstâncias? Por quê? final desta Situação de Aprendizagem).
4. Quando uma pessoa toma um choque, 7. Quando alguém estiver mexendo na rede
ela pode sofrer algum dano permanen- elétrica, qual é a melhor precaução a ser
te? Qual? Por quê? tomada para não receber um choque?
A melhor precaução para não tomar um choque é não
5. O senhor conhece alguém que tenha segurar, ao mesmo tempo, o fio fase numa mão e o fio
tomado um grande choque? Que dano neutro na outra (para não fechar o circuito com o corpo).
essa pessoa sofreu? Outras medidas de segurança indicadas são o uso de fer-
As respostas das questões 1 a 5 dependem do entrevistado. ramentas adequadas, consulta a manuais de equipamen-
tos e solicitação de ajuda a profissional especializado.
6. O que são os fios fase e neutro de uma
rede elétrica residencial? 8. O que causa o choque no corpo huma-
A rede elétrica residencial é formada por dois tipos de fio, no: a corrente elétrica ou a tensão?
um denominado fase e outro neutro. Essa rede é chama- O choque ocorre quando uma corrente elétrica percorre
da de monofásica e nela podem ser ligados os aparelhos o corpo, em razão de uma tensão. Portanto, a causa inicial
de 110 V. O fio fase é energizado, ou seja, seu potencial é é a tensão, mas é a corrente que produz danos.
diferente de zero. É por ele que a tensão elétrica é trans-
mitida. Normalmente, as residências têm um fio fase com 9. Determine a corrente elétrica que percor-
potencial de 127 V, porém pode-se obter a tensão de 220 V re o corpo de uma pessoa com a pele mo-
com dois fios fase. Já o fio neutro apresenta potencial zero, lhada (resistência ≅ 1 000 ohms) e com
ou seja, ele pode ser tocado sem correr o perigo de tomar a pele seca (resistência ≅ 100 000 ohms)
choque quando o circuito estiver aberto. A diferença de quando submetida a uma tensão de
potencial entre o fio fase e o neutro faz que haja um fluxo 127 V. Compare com a tabela e diga a que
de elétrons livres, criando assim a corrente elétrica. Não há efeitos a pessoa estará sujeita.
contradição quando se diz que a tensão nas residências é Pessoa molhada A i = 127/1 000 A i = 0,127 A (pode causar
de 127 V e que nelas se pode utilizar aparelhos de 110 V. a morte).
Como a corrente é alternada, o resultado é uma tensão Pessoa seca A i = 127/100 000 A i = 0,00127 A (pode
média efetiva. Portanto, a corrente tem um valor médio causar dor).
27
Encaminhando a ação gem da corrente elétrica pelo coração, e
o perigo da fibrilação.
Para sistematizar os dados coletados na
entrevista e as conclusões a que os alunos Depois da realização da atividade, seria
chegaram sobre o choque elétrico, destaque interessante sugerir aos alunos que lessem
o caminho que a corrente percorre no nosso textos que discutam o choque elétrico. Para
corpo, mostrando que, para pequenas ten- essa leitura há indicações na seção Recursos
sões, quando a pessoa está calçada com sa- para ampliar a perspectiva do professor e do
pato de borracha, a resistência dela aumen- aluno.
ta, fazendo que a corrente não se estabeleça.
Contudo, se a tensão for muito alta, mesmo Com relação ao choque é importante dar
com sapatos de borracha, a pessoa sentirá destaque à umidade da pele. Se a pele estiver
os efeitos do choque. Isso porque, em virtu- molhada, ela faz que a resistência do corpo
de da grande tensão, para a mesma resistên- humano diminua em aproximadamente 100
cia, a corrente fica maior e a borracha não vezes. Em razão disso, a corrente elétrica fica
consegue impedir a passagem da corrente maior.
elétrica, fazendo a pessoa sentir seu efeito,
que é o choque. Para que possa ser feita uma maior cons-
cientização dos alunos sobre os perigos e os
Note que os alunos chegarão com novas cuidados com a eletricidade, as empresas de
informações, como a conceituação de “fase” energia elétrica disponibilizam funcionários
e “neutro”. Esses termos dizem respeito à e material para divulgação desse tipo de as-
instalação elétrica das casas, que é alterna- sunto. Seria interessante contatá-las e ava-
da. Nesse caso, o circuito elétrico leva em liar a possibilidade de uma visita de um téc-
consideração o “aterramento” (ligação das nico à escola ou uma saída de campo com
redes interna e externa da casa à terra). Caso os alunos.
você não domine esse tipo de rede elétrica,
sugerimos a leitura de algum dos textos apre- Há também sugestões de simulações sobre
sentados na seção Recursos para ampliar a choques na seção Recursos para ampliar a
perspectiva do professor e do aluno, no fim perspectiva do professor e do aluno.
deste Caderno.
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28
Física – 3a série – Volume 1
1. Por que o choque no banho aquela que se refere ao fluxo dos portadores de
oferece mais perigo do que carga somente em um sentido, por exemplo, a
com a pele seca? corrente produzida por uma pilha ou uma bate-
Porque com a pele molhada a resistência do ria: ela tem sempre o mesmo sentido, porque
corpo diminui e a corrente se eleva, podendo levar à morte seus terminais sempre possuem a mesma polari-
se a duração do choque for prolongada. dade. Os elétrons são repelidos do terminal ne-
gativo, indo em direção ao terminal positivo,
2. Quais são os fatores de maior influência para onde são atraídos.
no choque?
A tensão da rede elétrica, a resistência elétrica da pele (seca Já a corrente alternada (CA ou AC da sigla
ou molhada), além do lugar do corpo onde a corrente circu- em inglês – alternating current) se transporta
la com maior intensidade. Correntes que atravessam o cora- de maneira alternada, como sugere o próprio
ção podem causar alterações no ritmo cardíaco levando a nome. Os elétrons se movimentam no circuito
diversos problemas e até à morte. ora para um sentido, ora para o sentido contra-
rio, oscilando o seu movimento. Isso é realizado
3. Por que muitas ferramentas têm cabos pela alternância de polaridade da tensão do ge-
isolantes? rador, assim como a tensão varia de um valor
As ferramentas frequentemente são utilizadas para fazer máximo a um valor mínimo (em cada sentido
reparos em locais energizados. Se seus cabos não fossem esses valores são iguais em módulo), implicando
revestidos com material isolante, ficaríamos expostos ao uma corrente igualmente alternada. No Brasil,
risco de choque elétrico. essa alternância se realiza 60 vezes a cada segun-
do, dando origem a corrente alternada de 60 Hz.
4. Analise a seguinte situação: um eletricista
Contínua
relata que mesmo calçado com uma bota de tensão
borracha tomou um choque ao fazer a manu-
+V
tenção na rede elétrica residencial. Explique.
O choque acontece quando uma corrente elétrica atravessa o
corpo. Se o eletricista fechou o circuito com o seu corpo, por tempo
exemplo, pegando o fio fase com uma mão e o neutro com
a outra, a bota não seria capaz de isolar esse choque, já que o
circuito não se fechou pelo piso. Também é possível que o cir- Alternada
tensão
cuito tenha se fechado entre o corpo e o piso, mesmo estando
+V
com uma bota de borracha. Isso pode ocorrer para valores de
tensão bastante elevados, nos quais a borracha perde sua ca-
tempo
racterística de isolação.
29
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
DIMENSIONANDO O CIRCUITO DOMÉSTICO
Nesta Situação de Aprendizagem, será dis- resistência elétrica e, consequentemente, à
cutido o dimensionamento da rede elétrica passagem da corrente elétrica pela insta-
das casas e a necessidade de alterar a espes- lação. A ideia é que os alunos compreen-
sura da fiação da rede. Isso é necessário em dam que, alterando o comprimento do fio
razão da distância que se encontra a tomada (distância da tomada à caixa de energia), é
da caixa de energia (relógio) e do tipo de ele- necessário alterar a espessura (bitola) para
trodoméstico a ser usado. que não comprometa a integridade da rede.
Essa introdução dá margem para discutir a
A espessura do fio está relacionada à sua segunda Lei de Ohm.
Conteúdos e temas: resistência e a segunda Lei de Ohm, corrente, tensão, potência dissipada (efeito Joule).
Sugestão de estratégias: utilizar tabelas de manuais de eletrodomésticos para realizar uma discussão
a fim de compreender a relação entre o comprimento, a espessura e a resistência elétrica do fio e as
causas de possíveis curtos-circuitos nas redes domésticas.
Sugestão de avaliação: avaliar a entrega das respostas das questões propostas na atividade; a resolução
de exercícios; os resultados de pesquisas.
30
Física – 3a série – Volume 1
Bitola
2,5 mm 4,0 mm 6,0 mm 10,0 mm movimento das cargas se tornará mais
30 m a 49 m a 71 m a
fácil ou mais difícil?
127 V Até 29 m Ficará mais fácil.
48 m 70 m 116 m
220 V Até 116 m – – –
Tabela 7. 5. A partir da resposta à questão anterior,
você diria que, com o aumento da bito-
Secadora la, a resistência aumenta ou diminui?
A resistência diminui; por isso, é mais fácil o movimento
Tensão 2 2 2
2,5 mm 4,0 mm 6,0 mm2 10,0 mm de elétrons. O aumento da bitola (área da seção reta)
Bitola
do fio permite uma maior “liberdade” de deslocamen-
13 m a 31 m a
127 V Até 12 m 21 m a 30 m to dos portadores de carga, o que diminui a resistência
20 m 50 m
e aumenta a corrente elétrica (considerando a mesma
220 V Até 50 m – – –
diferença de potencial).
Tabela 8.
6. Qual será então a relação da bitola com
1. Que relação existe entre a bitola do fio e a resistência do fio?
o comprimento máximo recomendado? A resistência elétrica é inversamente proporcional à
Quanto maior o comprimento do fio, maior deverá ser bitola.
sua bitola.
31
© Jacek/Kino
Neste momento, retome a questão dos
disjuntores, para que os alunos possam
compreender as consequências da inclu-
são de mais eletrodomésticos para as ins-
talações elétricas e os riscos iminentes se
as especificações não forem obedecidas.
32
2. Na circunstância anterior, o que vai ocorrer estava utilizando para ligar um aparelho elé-
com a corrente elétrica que percorre a fiação? trico (por exemplo, para poder utilizar uma
Dobrando a resistência e mantendo o mesmo valor da ten- torradeira de fio curto junto à mesa). A par-
são, a corrente suportada pela fiação diminuirá pela metade. tir do que foi estudado, tente explicar a situa-
ção relatada.
3. Um eletrodoméstico, que estava ligado Espera-se que os alunos avaliem que a bitola do fio de ex-
na tomada sem a extensão, demandava tensão poderia ser menor do que o tamanho exigido para
uma corrente um pouco abaixo do limite determinados níveis de corrente elétrica, resultando em
da fiação. Depois de ter sido colocada a seu superaquecimento.
extensão e ligado o mesmo eletrodomés-
tico, o que poderá ocorrer com a instala- 1. Nas instalações elétricas residen-
ção? Leve em consideração as respostas ciais, utiliza-se para grande parte
dadas às questões anteriores. das tomadas e lâmpadas fio número
A corrente que circula no fio é definida basicamente pela 10 (segundo as especificações do
potência do eletrodoméstico. Porém, como nesse caso a Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade
resistência do fio tem valor considerável, podemos pensar e Tecnologia, o Inmetro), que suporta sem
que se trata de um circuito no qual o eletrodoméstico está superaquecimento uma corrente elétrica má-
ligado em série com um resistor (no caso, o próprio fio). xima de 30 A. Utilizando um benjamim, uma
Dessa forma, como a resistência equivalente do circuito pessoa ligou um micro-ondas (1 700 W), um
aumentou, a corrente diminuirá, já que a tensão se mante- liquidificador (300 W) e uma torradeira
ve constante. A instalação, portanto, não corre risco, já que (750 W). Sabendo que a tensão elétrica da
a corrente total diminuirá. Mas o eletrodoméstico poderá tomada é de 127 V, o fio vai suportar os três
apresentar um funcionamento irregular em razão da me- aparelhos ligados? Explique sua resposta.
nor potência com que irá operar. PT = 2 750 W; i = 2 750/127 A i = 21,65 A. Logo, a fiação
suportará o funcionamento dos três equipamentos, pois a
4. A partir do que foi estudado, quais gran- corrente total será menor do que a suportada pelo fio. É im-
dezas estão relacionadas com a resistência portante frisar que não se deve ligar aparelhos de potência
elétrica de um fio de cobre? a um benjamim, pois ele pode se aquecer perigosamente.
Comprimento e espessura do fio.
Na próxima Situação de Aprendizagem,
5. Se a resistência do fio se altera, o que ocor- será necessária a utilização de contas de ener-
re com a corrente percorrida nele? gia elétrica. Há reprodução de uma delas nes-
A corrente também se altera. Essa alteração pode ser perce- te volume e no Caderno do Aluno, mas você
bida com a análise da primeira Lei de Ohm, mostrando que pode levar outras para a sala de aula. Caso
corrente e resistência são inversamente proporcionais. não se sinta à vontade para fazer cópias de
contas de sua própria casa, pode obtê-las de
6. Analise a seguinte situação: uma pessoa rela- conhecidos, fazendo cópias sem a identifica-
tou um aquecimento no fio da extensão que ção do consumidor e de seu endereço.
33
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
ENERGIA ELÉTRICA E A CONTA DE LUZ MENSAL
O objetivo desta Situação de Aprendiza- A ideia é pedir aos alunos que analisem
gem é sensibilizar os alunos sobre a impor- uma conta de energia elétrica (conta de luz)
tância da compreen são das grandezas para e, a partir dessa análise, discutam quatro pon-
determinar o consumo de energia elétrica tos principais: o consumo de energia de uma
e, com isso, reconhecer os principais apa- casa; o valor efetivo que se paga pela energia;
relhos consumidores de energia e propor a média diária de consumo e a identificação
estratégias de economia e uso racional da dos principais equipamentos consumidores de
energia elétrica. energia em uma residência.
Sugestão de estratégias: usando uma conta de energia elétrica (conta de luz), estimar o gasto e o custo
da energia nas casas; a partir dessa discussão, identificar os aparelhos que mais consomem energia nas
casas e assim propor alternativas de economia.
Sugestão de avaliação: avaliar respostas das questões propostas na atividade; a resolução dos exercí-
cios; os resultados de pesquisas realizadas; o envolvimento e a participação no desenvolvimento das
atividades.
34
Física – 3a série – Volume 1
Roteiro 6 – Energia elétrica e a conta de 6. Qual é o valor efetivo cobrado por uni-
luz mensal dade de energia consumida? Para isso,
basta dividir o valor cobrado pela ener-
Investigaremos agora a conta de luz de gia consumida.
uma casa. Para isso é necessário que você R$ 45,72/129 kWh = R$ 0,35/kWh.
tenha uma delas em mãos. Observe-a e res-
ponda às questões. 7. Você seria capaz de estimar o valor a ser
pago em um banho? Para isso, basta esti-
© Reprodução
mar o tempo do banho, em horas, e multi-
plicar pela potência em kW, do chuveiro.
Como exemplo, é possível considerar um chuveiro de
potência de 5 500 W e uma pessoa que demora 15 min
no banho. A energia consumida no banho é dada por:
6E = P [kW] u 6t [h] = 5,5 [kW] u 0,25 [h] = 1,375 kWh. Conside-
rando o preço do kWh de R$ 0,268 (valor na conta utilizada
no Caderno), o banho vai custar aproximadamente R$ 0,37.
35
Encaminhando a ação das diárias colocadas em um gráfico permiti-
rão estimar o consumo mensal da residência e
Depois de respondidas as questões, inicie a identificar o dia de maior consumo.
discussão com a classe, fazendo o levantamen-
© Samuel Silva
to das respostas dos grupos. A partir do que
cada um deles respondeu, é importante desta-
car as grandezas das quais depende o consumo
de energia, quais os aparelhos que normalmen-
te consomem mais (chuveiros, secadores de Figura 21.
cabelo, aquecedores e outros aparelhos usados
para gerar calor) e mostrar, por meio de um es- 1. Uma residência teve um
quema (mostrador do relógio), como se pode consumo de energia elétrica de
averiguar o consumo de energia de uma casa 200 kWh em determinado mês
observando o “relógio de luz”. do ano. Seis meses depois, esse
consumo passou para 250 kWh (aumento
Vale destacar que a tarifação de uma conta de 25%). Praticamente não houve mudan-
de energia elétrica varia de acordo com a faixa ças na rotina da casa para gerar esse au-
de consumo. mento na tarifa. Levante hipóteses para
tentar explicar o aumento de consumo.
Seria interessante, para o desenvolvimento Resposta pessoal.
da atividade, que as contas fossem de perío-
dos diferentes do ano, por exemplo, janeiro, 2. Dividindo o valor da conta de luz pelo con-
maio, julho e setembro, representando assim sumo mensal, em kWh, o número encon-
as distintas estações e os diferentes consumos trado não corresponde ao valor do kWh
de energia elétrica. informado pela prestadora de serviço. Por
que isso ocorre?
Destaque a unidade de medida da energia Porque, além do valor do kWh, há impostos cobrados pelos
elétrica, o quilowatt-hora (kWh), e por que a governos federal, estadual e municipal; por exemplo, a taxa
energia elétrica é medida nessa unidade e não de iluminação pública.
em Joule (J). Isso se deve ao fato da praticidade
de apenas multiplicar a potência, em geral, em 3. Uma pessoa demora aproximadamente 10
quilowatt, pelo tempo de funcionamento do min para tomar seu banho diário. Se o chuvei-
aparelho em horas (ou frações dela). Demons- ro tem potência de 5 400 W, qual é o consumo
tre como converter quilowatt-hora em joule. (com banho) de energia elétrica mensal dessa
Ao tratar da unidade de medida da energia elé- pessoa? Considere o mês de 30 dias.
trica, fica um pouco mais claro que a energia 6E = 5,40 (kW) u 30 (dias) u 10/60 (h) = 5,40 u 5 = 27 kWh.
é o produto da potência do equipamento pelo
tempo que ele permanece ligado. Ressalte essa 4. Na questão anterior, qual será o valor
questão, para minimizar as dúvidas. mensal pago somente com o banho, saben-
do que o kWh custa R$ 0,26?
Também é possível discutir as leituras fei- R$ 7,02.
tas nos relógios, portanto complemente a ati-
vidade pedindo aos alunos que efetuem a lei- 5. Cite duas maneiras práticas e eficazes de
tura em um dia e, depois, após uma semana; economizar energia elétrica em sua casa.
ou efetuem a leitura em dois dias consecutivos Resposta pessoal. Alguns pontos podem ser levantados, como:
para estimar o consumo diário da casa. Medi- tomar banho mais rapidamente e com o chuveiro na posição
36
Física – 3a série – Volume 1
“verão” sempre que possível, apagar as luzes de cômodos elétrica, em reais, de sua casa? Considere o
que estão vazios, trocar lâmpadas comuns por fluorescentes valor do kWh igual a R$ 0,27.
compactas (mostre que, apesar de serem mais caras, o re-
torno é garantido em alguns meses), ligar o ferro de passar 3. Estime qual seria o valor da sua conta men-
roupas o mínimo possível, ou seja, não passar poucas peças sal, considerando aquele dia como típico.
de roupas, entre outras dicas.
4. Anote as medidas de consumo de energia
6. Defina a energia elétrica em Joule e relacio- elétrica de sua casa durante sete dias conse-
ne com o kWh. cutivos (procure fazer as medições no mes-
1 J = 1 W u s A 1 kWh = 3 600 000 J. mo horário). Represente essas medidas no
gráfico (dia da semana × consumo), iden-
No verso da conta de energia há tificando o dia de maior consumo. Levante
uma representação do “relógio” hipóteses para explicar o aumento ou a di-
do medidor de energia elétrica. minuição de consumo.
Anote a posição dos ponteiros em
dois dias seguidos (procure fazer as leituras no 5. Compare a estimativa feita na questão 3 com
mesmo horário) e responda: uma conta mensal real e interprete a diferen-
ça com as observações feitas na questão 4.
1. Qual foi o consumo de sua casa naquele dia? As respostas para as questões 1 a 5 são pessoais. Você pode
escolher os cálculos de alguns alunos para oferecer à classe
2. Qual foi naquele dia o gasto de energia como exemplos.
GRADE DE AVALIAÇÃO
Competências e habilidades Indicadores de aprendizagem
f Identificar a presença da eletricidade no f Compreender a presença da eletricidade.
Situação de Aprendizagem 1
37
f Identificar os principais elementos do circuito. f Executar experimentos com procedimentos
Situação de Aprendizagem 3
f Compreender como é feita a medida da energia f Reconhecer e interpretar uma conta de energia
Situação de Aprendizagem 6
elétrica. elétrica.
f Estimar o custo e o gasto de energia elétrica. f Estabelecer critérios para a economia na conta de
energia elétrica.
f Conhecer alternativas seguras de economia da
energia elétrica. f Interpretar resultados não esperados e elaborar
hipóteses em situações que envolvem o consumo
f Perceber a relação entre o consumo de energia,
a potência e o tempo. de energia elétrica.
38
Física – 3a série – Volume 1
taneamente, menos energia e água. Supondo que o mês tenha 30 dias e que o
custo de 1 kWh é de R$ 0,40, o consumo de
Com base nessas informações, conclui-se energia elétrica mensal dessa casa é de
que, no conjunto pesquisado: aproximadamente:
a) R$ 135.
a) quanto mais uma máquina de lavar rou-
pa economiza água, mais ela consome b) R$ 165.
energia elétrica. c) R$ 190.
d) R$ 210.
b) a quantidade de energia elétrica consu-
mida por uma máquina de lavar roupa é e) R$ 230.
inversamente proporcional à quantidade Para determinar o valor a ser pago, calcule a energia con-
de água consumida por ela. sumida pelo aparelho multiplicando a potência pelo tempo.
39
Tempo de Consumo nuição da potência do chuveiro); se a fiação tiver bitola menor,
Potência uso
Aparelho diário
(kW) (kWh) causará um aquecimento maior do que o normal, levando o
(horas)
isolamento do fio a derreter, causando um possível curto-
Ar- -circuito na rede; se a pressão for menor, o chuveiro não ligará,
1,5 8 12
-condicionado pois a água não terá pressão para fazer os conectores se fecha-
Chuveiro rem para ligar o chuveiro.
3,3 1/
3
1,1
elétrico
c) Qual é o consumo do chuveiro em um
Freezer 0,2 10 2
banho de 15 minutos?
Geladeira 0,35 10 3,5 O consumo é determinado por: 6E = 5,4 u 0,25 = 1,35 kWh.
Lembre-se de que a potência deverá ser expressa em kW e o
Lâmpadas 0,10 6 0,6
tempo em h.
Tabela 10.
Esse valor fornece o consumo diário (19,2 kWh). Como o d) O que pode acontecer com a fiação da
problema pede o consumo do mês (30 dias), multiplique o residência se os fios tiverem bitola me-
valor total por 30, encontrando o valor de 576 kWh. Assim, nor do que o indicado?
terá o consumo mensal. Em seguida, multiplique 576 kWh Se a fiação tiver bitola menor, causará um aquecimento
por R$ 0,40, chegando ao valor de R$ 230,40. A alternativa que maior do que o normal, levando o isolamento do fio a der-
mais se aproxima é a última. reter, e um provável curto-circuito na rede ocorrerá, além de
um possível início de incêndio.
3. Ao comprar um chuveiro, uma pessoa viu
a placa que trazia as especificações (Figu- 4. Muitos manuais de equipamentos elétricos
ra 24). Tendo como base a figura, respon- indicam o dimensionamento da rede elétrica
da às questões a seguir: e, além disso, destacam a seguinte frase: “Não
utilize extensões ou conectores tipo T (‘benja-
220 V ~ / 5 400 W mim’)”. Discuta as consequências para a rede
elétrica quando se usa esse tipo de dispositivo.
Fiação mínima: 4 mm 2 No caso do uso das extensões, é importante que se tenha em
Disjuntor ou Fusível: 30A mente a relação entre o comprimento do fio e a resistên-
Pressão mínima: 15 kPa = 1,5 MCA cia. Aumentando o comprimento, aumenta a resistência da
(metro de coluna d´água) instalação onde o aparelho está ligado. O aumento da resis-
INDÚSTRIA BRASILEIRA tência causa uma diminuição na corrente, já que a extensão
funciona como se fosse um resistor ligado em série ao apa-
Figura 24.
relho. Se os fios da extensão forem finos e o equipamento
a) O que representa cada símbolo na espe- ligado a ela tiver alta potência, essa combinação pode levar
cificação? a um aquecimento maior do que o esperado, carbonizando
220 V representa a tensão elétrica; 5 400 W, a potência do ou derretendo os isolantes e, consequentemente, fundindo
chuveiro; 4 mm², a área do transversal do fio (bitola); 30 A, a os fios e levando a um curto-circuito. Além disso, como a
corrente elétrica máxima que o disjuntor suporta, e 15 kPa, a extensão está funcionando como se fosse um resistor em sé-
pressão mínima da água para o funcionamento do chuveiro. rie com o equipamento, haverá queda de tensão nela, e, em
decorrência, a tensão oferecida para o equipamento deverá
b) O que poderá ocorrer se essas especifi- ser menor do que a esperada, comprometendo o desempe-
cações não forem obedecidas? nho do equipamento. No caso do uso do benjamim, vários
Pode ocorrer uma série de problemas de mau funcionamento. aparelhos são ligados em paralelo, aumentando a corrente
Se a tensão for de 127 V, o chuveiro não esquentará como de- na fiação da tomada. Isso leva a um aquecimento da fiação
veria (é interessante que seja feito o cálculo mostrando a dimi- e do próprio benjamim, podendo causar um curto-circuito.
40
Física – 3a série – Volume 1
5. Para secar o cabelo, uma jovem dispõe de dois A terceira questão permite aos alunos re-
secadores com as seguintes especificações: conhecer as grandezas indicadas nas especi-
1 200 W/127 V e 800 W/127 V. Discuta as van- ficações dos aparelhos elétricos, bem como
tagens de se utilizar um e outro secador. avaliar a importância de obedecê-las, para que
O secador de 1 200 W consome mais energia. o equipamento possa ter o seu correto funcio-
namento, sem que haja algum risco para a
rede elétrica ou para quem o utiliza.
Grade de correção das questões
A quarta questão possibilita que os alunos
A primeira questão habilita os alunos a re- avaliem a necessidade de um correto dimen-
conhecer o consumo de equipamentos elétri- sionamento da rede elétrica, bem como com-
cos, avaliando que aspectos são relevantes no preender os riscos causados pela utilização de
momento de adquiri-los. Assim, eles poderão dispositivos como extensões e “benjamins”
compreender melhor o que deve ser avaliado nas instalações elétricas domiciliares.
no momento da aquisição.
A última questão habilita os alunos a ava-
A segunda questão permite a eles avaliar e liar as vantagens de escolher entre dois equi-
conhecer os principais aparelhos consumido- pamentos que têm a mesma função. Ambos
res de energia em uma casa, compreendendo têm a mesma voltagem, mas a potência é di-
que a energia consumida é o produto entre a ferente. Permite, dessa forma, compreender
potência e o tempo que o equipamento per- quando poderá utilizar um e outro ou por que
manece ligado. utilizar um e não outro.
41
TEMA 2 – CAMPOS E FORÇAS ELETROMAGNÉTICAS
As interações elétricas e magnéticas muitas mente, envolvem essas propriedades. Quem
vezes passam despercebidas por nós. Contudo, já não teve os pelos do braço atraídos por uma
elas são necessárias para se entender muitos tela de televisão recém-desligada ou levou
dos fenômenos presentes em nosso cotidiano. choque ao encostar em alguém ao descer de
uma escada rolante?
Como seria o nosso mundo se não hou-
vesse a interação elétrica? Como os átomos Para o desenvolvimento deste tema, serão
de carbono poderiam formar moléculas or- propostas cinco Situações de Aprendizagem
gânicas e como estas poderiam se unir para que envolvem as relações entre magnetismo e
formar substâncias do corpo humano se não eletricidade a partir de investigações com ex-
houvesse a interação elétrica? Por que uma perimentos simples.
bússola aponta sempre para o norte? Por que é
necessário utilizar para-raios nas edificações? A Situação de Aprendizagem 7 discutirá
Como uma usina hidrelétrica produz energia a as propriedades elétricas e magnéticas a partir
partir do movimento de queda-d’água? Como de investigações com equipamentos simples.
informações poderiam ser gravadas nos to- O uso de pêndulos eletrostáticos, ímãs e metal
cadores de MP3 sem a interação magnética? permitirá trabalhar conceitos ligados à Lei de
Essas são apenas algumas questões ligadas à Coulomb, às cargas elétricas em repouso, aos
natureza das interações eletromagnéticas que ímãs, aos polos magnéticos e ao comportamen-
serão discutidas neste tema. to de condutores e isolantes quando sujeitos à
ação de corpos eletrizados e magnetizados.
As próximas Situações de Aprendizagem
apresentarão os conceitos iniciais sobre os Na Situação de Aprendizagem 8, será pro-
campos elétricos e magnéticos, mostrando, posta uma atividade que discutirá e estimará
por exemplo, como ímãs (e corpos eletrizados) a ordem de grandeza dos principais conceitos
atraem-se e repelem-se entre si sem contato. estudados até esse ponto.
Isso permitirá discutir a interação a distância
em contraste com a interação instantânea. A Situação de Aprendizagem 9 buscará ob-
Em seguida, para dar significado e dimensão servar e estudar as linhas de campo magnético
real aos conceitos estudados até aqui, faremos por meio de uma bússola e de limalhas de ferro.
estimativas de ordens de grandeza.
A Situação de Aprendizagem 10 fará uso
As propriedades elétricas e magnéticas da de um pequeno circuito elétrico e de uma bús-
matéria desempenharam um papel impor- sola para realizar uma versão simplificada da
tante no desenvolvimento da Física. Foi com experiência de Oersted, em que é possível ob-
o estudo da eletricidade e do magnetismo servar os efeitos magnéticos da eletricidade.
manifestados por vários materiais como os
âmbares, as pedras “amantes” (os ímãs na- Finalmente, na Situação de Aprendizagem
turais), que a Física iniciou a prospecção do 11, com o uso de uma pequena bobina, um
mundo microscópico. ímã e uma bússola, observaremos o fenômeno
inverso, ou seja, os efeitos elétricos do magne-
O cotidiano está repleto de situações tismo, o que abre espaço para a introdução da
que, apesar de não serem percebidas direta- lei de indução de Faraday.
42
Física – 3a série – Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
PERCEPÇÃO DOS CAMPOS E SUA NATUREZA
Nesta Situação de Aprendizagem, os alu- Cada esfera do pêndulo conterá um ma-
nos reconhecerão as propriedades elétricas e terial diferente – metal e ímã – de modo que
magnéticas da matéria, bem como seus cam- os alunos possam observar diferentes reações
pos de interação. A ideia é pedir aos alunos dos pêndulos na presença de materiais distin-
que investiguem os pêndulos feitos de mate- tos, como um canudinho eletrizado, um ímã e
riais de baixo custo. um objeto neutro.
Conteúdos e temas: carga elétrica; polos magnéticos; eletrização; campo elétrico; campo magnético e
força elétrica.
Sugestão de estratégias: por meio do uso de pêndulos, construídos com material de baixo custo, serão
exploradas as propriedades elétricas e magnéticas, relacionando-as com seus respectivos campos de força.
43
Importante: antes de começar a ativida- 3. Qual pêndulo é inteiramente de isopor?
de, embaralhe os pêndulos para que você Explique.
não saiba qual é a composição de cada um Nas questões 1, 2 e 3, espera-se que os alunos observem
e os numere de 1 a 3. as reações de atração e repulsão entre os corpos, atri-
buindo os movimentos às características dos corpos.
Aproxime o canudo de refresco dos três
pêndulos e observe o que acontece. Em se- 4. Haveria diferença se fosse utilizado um ímã
guida, atrite o canudo de refresco uma única “mais forte”? Como chega a informação
vez, mas de forma vigorosa, com um peda- sobre a intensidade do ímã ao pêndulo?
ço de papel higiênico; aproxime-o dos pên- Ao utilizar um ímã “mais forte”, espera-se que ele exerça
dulos e observe o que acontece. Aproxime uma força maior sobre os pêndulos com o clipe ou com
também o ímã dos três pêndulos e observe. o ímã escondidos. Os resultados visíveis seriam: no caso do
pêndulo com clipe, ele estaria sujeito a uma maior acelera-
Veja que em algumas situações os obje- ção com a aproximação do ímã e se moveria mais rapida-
tos vão se atrair – chamaremos isso de atra- mente do que com o ímã “mais fraco”; no caso do pêndulo
ção. Em outras situações, os objetos vão se com ímã, ele poderia ser repelido com maior intensidade,
repelir – a isso chamaremos de repulsão. ficando mais distante do “ímã forte”, ou seria atraído com
maior força, movendo-se mais rapidamente. É importante
Complete a tabela a seguir anotando suas que os alunos notem que não é necessário que haja con-
observações. Veja se ocorre atração, repulsão tato entre os corpos para que eles sofram a ação de forças.
ou se nada acontece ao aproximar de cada
uma das esferas dos pêndulos os seguintes 5. Como o pêndulo “percebe” a aproxima-
corpos: um canudinho; um canudinho eletri- ção e a orientação dos corpos?
zado (eletriza-se um canudinho atritando-o Como na questão anterior, é importante que os alunos
com uma toalha de papel) e um ímã. percebam que não é necessário que haja contato entre
os corpos para que eles sofram a ação de forças. Uma vez
Corpos Pêndulo 1 Pêndulo 2 Pêndulo 3 notado isso, a questão pode ser recolocada: Algo emana
dos corpos? O que é transmitido e como é transmitido
Canudinho de um corpo para o outro? Verifique se nas respostas dos
Canudinho alunos há elementos para que essa problematização pos-
eletrizado sa ser feita.
Ímã
6. Como o pêndulo identifica quando é
Tabela 11. aproximado um ímã ou um canudi-
nho eletrizado, ou seja, o que detecta
Com base nas suas observações, responda: a aproximação do ímã e do canudinho
eletrizado?
1. Em qual pêndulo o pedaço de clipe está Verifique se os alunos conseguiram perceber que a apro-
escondido? Explique. ximação de ímãs e corpos eletrizados gera fenômenos
diferentes nos diversos pêndulos. Procure problematizar
2. Em qual pêndulo o ímã está escondido? que diferentes fenômenos podem ser explicados por in-
Explique. terações de naturezas distintas.
Roteiro adaptado de: BROCKINGTON et al. Curso de dualidade onda-partícula. Nupic-FEUSP. Disponível em: <http://
www.nupic.fe.usp.br/Projetos%20e%20Materiais/material-curso-de-linhas-espectrais>. Acesso em: 3 set. 2013.
44
Física – 3a série – Volume 1
Encaminhando a ação ou seja, que não existe campo sem carga, nem
carga sem campo; a existência de dois polos
Depois de respondidas as questões, inicie a magnéticos e que eles são inseparáveis.
discussão com a classe fazendo o levantamen-
to das respostas de cada grupo. A conversa Para que possa ficar mais bem fixado, apli-
deve ser encaminhada visando à introdução que exercícios numéricos que reforcem esses
da ideia de que as ações elétrica e magnética aspectos. Contudo, procure não estender por
são “mediadas” e não instantâneas. Ou seja, mais de uma aula o trabalho com exercícios.
que a percepção da presença de um objeto
pelo outro se dá por meio de um intermediá- Se for possível, proponha uma investigação
rio: o campo (elétrico e magnético). para os alunos. Para isso, forneça aos grupos,
além dos três pêndulos, os materiais descritos,
Uma questão que pode auxiliar nessa tare- como ímãs, bússolas, clipes, pedaços de papel,
fa é perguntar aos alunos: O que aconteceria giz, canudos de refresco, papel higiênico ou
ao pêndulo com clipe se o tmã desaparecesse? papel-toalha e outros.
Os alunos provavelmente responderão que o
© Gabor Nemes/Kino
pêndulo deixaria de ser atraído. Repita a per-
gunta, mas diga agora que o ímã foi levado
para mais longe. Repita mais algumas vezes a
pergunta alterando a localização do ímã, que
ficará cada vez mais longe, por exemplo, na
órbita da Lua, depois na posição do Sol e, fi-
nalmente, no infinito. A ideia é levar os alunos
a perceberem que, na perspectiva moderna, a
interação elétrica e magnética se encontra en-
tre fonte (ímã) e alvo (pêndulo). Chamamos Figura 25. Visualização de campo magnético de dois ímãs
isso de campo. com polos diferentes utilizando limalha de ferro.
45
3. Enuncie a Lei de Coulomb e escreva a sua Não, o campo elétrico está sempre presente. O que houve
expressão matemática. foi um desequilíbrio entre as cargas elétricas. Isso permitiu
A força entre duas cargas elétricas é diretamente proporcio- que o campo de um dos tipos de carga tenha intensidade
nal ao produto das cargas e inversamente proporcional ao maior que o do outro tipo.
quadrado da distância entre elas, conforme demonstrado na
fórmula: 3. Quando podemos dizer que um corpo está
k u|Q1 | u|Q2 | (dada em N)
F = ________________ carregado positivamente? E negativamente?
d2 O corpo é considerado positivo quando tem falta de elétrons
4. Pode-se dizer que um corpo neutro não e é considerado negativo quando tem excesso de elétrons.
tem campo elétrico? Por quê?
A igualdade numérica de cargas positivas e negativas faz que Aproveite para discutir com os alunos o
a ação externa do campo seja nula. Isso se dá em razão da tema da blindagem eletroestática.
superposição dos campos elétricos das cargas negativas e das
cargas positivas, que resulta em um campo elétrico nulo, ain- Blindagem eletrostática
da que haja campos não nulos no interior do corpo.
Será que podemos blindar a ação do
1. Pegue um papel e picote em pe- campo elétrico sobre os corpos? A res-
quenos pedaços. Em seguida, esfre- posta para essa questão foi elaborada por
gue uma caneta ou um pente de plás- Michael Faraday ao construir uma gaiola
tico no cabelo e depois aproxime dos metálica que recebeu seu nome: gaiola de
pedacinhos de papel. Eles serão atraídos pela Faraday. Com ela, foi possível demonstrar
caneta ou pelo pente de plástico. Por que isso que condutores só possuem carga em ex-
acontece? Faça um esboço dos objetos e a dis- cesso em sua superfície externa, tendo o
tribuição de suas cargas elétricas. campo elétrico nulo em seu interior. Atual-
Observe se as respostas dos alunos relacionam a atração
mente, a ideia de Faraday é utilizada para
dos pedaços de papel a um fenômeno de origem elétrica. A
proteger equipamentos eletrônicos que são
sensíveis a interferências elétricas externas
atração pode ser explicada da seguinte forma: a caneta fica
ou a aparelhos que promoveriam interfe-
carregada eletricamente em razão do atrito com o cabelo.
rências, como liquidificadores, por exem-
Uma vez carregada, ao se aproximar dos pedaços de papel
plo. O princípio desta ideia ficou conhecido
picado, a caneta faz que as cargas do papel se reorganizem.
como blindagem eletrostática e explica por
Essa reorganização faz que as cargas de sinal contrário ao
que as pessoas ficam protegidas dentro de
da caneta sejam atraídas e as de mesmo sinal, repelidas. O
um veículo quando este é atingido por uma
resultado é o surgimento de uma força de atração.
descarga elétrica. Nesse caso, as cargas elé-
tricas escoam sobre a superfície externa do
2. Pode-se dizer que o ato de esfregar a caneta veículo até a terra.
ou o pente “gerou” um campo elétrico?
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
ESTIMANDO GRANDEZAS
Esta Situação de Aprendizagem tem como A ideia é discutir, a partir de um relâmpago,
objetivo discutir a maneira de se estimar a in- como se pode estimar a corrente, o campo e a
tensidade das grandezas envolvidas em deter- quantidade de carga que se apresenta nesse fe-
minados fenômenos vinculados à eletricidade. nômeno e, em seguida, comparar com observa-
Para isso, será realizada uma discussão teórica ções mais próximas, como a corrente e a quan-
focando as grandezas estudadas. tidade de cargas que passam em um chuveiro.
46
Física – 3a série – Volume 1
Conteúdos e temas: ordem de grandeza e estimativa de grandezas elétricas, como resistência, tensão
elétrica e corrente.
Sugestão de estratégias: utilizando objetos do cotidiano dos alunos, estimar a ordem das grandezas
envolvidas em alguns fenômenos.
Para iniciar a conversa sobre as estimati- Em seguida, explique o fenômeno que ser-
vas, é importante que fique bem claro o que virá para estimar as grandezas: o relâmpago
é realizar estimativa das grandezas, ou seja, (uma descarga elétrica atmosférica).
47
+ a) o campo elétrico;
+++++ ++ ++++++
+
++ ++ + ++
++ + + –– b) a tensão da descarga elétrica (relâm-
– –– – –
– –– pago);
– – – – –– –
© Aeroestudio
–
– – – –– – –
–
c) a quantidade de cargas escoadas a
cada segundo;
d) a corrente elétrica.
Figura 26.
2. Em seguida, compare esses dados com
uma estimativa dessas grandezas rela-
© Aeroestudio
48
Física – 3a série – Volume 1
No caso do ar, ele começa a conduzir a eletri- Na seção Recursos para ampliar a perspec-
cidade quando o campo elétrico se torna muito tiva do professor e do aluno, há sugestão de
intenso, isto é, quando ultrapassa o valor de um artigo que poderá auxiliar na discussão
3 u 106 V/m. Nesse momento, há uma ruptura sobre raios e as grandezas envolvidas.
da rigidez dielétrica do ar e ele começa a con-
duzir. Dessa forma, quando ocorre um relâm- Encontrada a carga, fica faltando apenas a
pago, o campo elétrico tem uma intensidade corrente elétrica. Para isso, é necessário esti-
um pouco maior do que 3 u 106 V/m. mar o tempo que demora o raio e lembrar que
corrente é a razão entre a quantidade de carga
Estimado o campo elétrico, agora é o mo- pelo tempo.
mento de estimar a tensão elétrica. Para isso,
considere o campo elétrico constante. Assim, Todas essas estimativas podem ser
estará simplificando o problema, mas aumen- comparadas com os valores típicos que en-
tando o erro da estimativa. Para chegar ao valor contramos nas instalações comuns, como
da tensão no raio, é necessário estimar a altura em casa, por exemplo. É importante que
entre as nuvens ou a altura entre a nuvem e o os alunos percebam a diferença existente
solo. Em seguida, é só multiplicar o campo elé- entre as ordens de grandeza do fenômeno
trico pela distância e se obtém o valor da tensão. analisado e as intensidades relacionadas
A base das nuvens se encontra entre 2 e 3 km. ao seu cotidiano.
© Stock Image/Latinstock
49
Depois dessa discussão sobre as grandezas, 4. A partir do que foi estudado, como você
inicie outra, sobre o campo magnético. pode definir capacitância?
Espera-se que os alunos percebam que capacitância é a gran-
Informe aos alunos que as barras de ímãs deza elétrica de um capacitor (dispositivo utilizado para ar-
têm, em média, um campo em torno de 10-2 T mazenar cargas elétricas no qual a descarga ocorre bem mais
(tesla) e que o campo magnético da Terra é de rapidamente que em uma bateria).
aproximadamente 10-4 T, ou seja, 100 vezes me-
nor do que o da barra imantada. Para que eles 5. Defina o que é o raio (relâmpago).
possam perceber essa diferença, leve uma bús- As respostas dos alunos devem estar relacionadas à descarga
sola e mostre que qualquer ímã consegue mover elétrica das nuvens em razão do acúmulo de cargas.
sua agulha, indicando que o campo do ímã é
maior do que o da Terra. 6. Analise a seguinte frase: “Uma nuvem
carregada pode ser considerada um capa-
Em seguida, compare com o campo magnético citor carregado”. Relacione-a com os con-
criado por um aparelho como o tomógrafo, per- ceitos discutidos na atividade.
guntando quantas moedas esse aparelho consegui- A resposta dessa questão relaciona as duas respostas ante-
ria prender da mesma maneira como foi feito com riores. Por esse motivo, é importante que as duas questões
o ímã. O campo desse equipamento pode chegar anteriores sejam rediscutidas, caso necessário.
até 6 T. Assim, seria uma pilha de aproximada-
mente 600 vezes mais do que a do pequeno ímã. 1. O que é estimativa?
É um cálculo aproximado daquilo que se procura
Para que a atividade não perca seu sentido, investigar. Muitas vezes, utiliza-se somente a or-
é necessário que você indique uma pequena dem de grandeza para se realizar a estimativa.
tarefa aos alunos. Uma questão interessante
é pedir para eles estimarem a quantidade de 2. Qual é a origem da energia elétrica armaze-
carga que passa, por segundo, por um eletro- nada entre as placas do capacitor?
doméstico qualquer. A energia armazenada em um capacitor vem do campo elétrico
que as cargas elétricas das placas geram no interior do capacitor.
1. Um ferro de passar roupas, de
1400 W – 127 V, permanece liga- 3. Algumas vezes, principalmente em dias
do durante 40 min. Estime a muito secos, costuma-se tomar choque
quantidade de carga que percor- quando se toca em maçanetas de portas
re o fio do ferro por segundo. ou em carros. Reflita sobre esse fenômeno,
i = 1 400/127 = 11,02 A. Isso equivale dizer que a cada 1 se- relacionando-o com o que foi discutido na
gundo são percorridos 11,02 C pelo fio. Recorde aos alunos atividade.
que 1 A = 1 C/1 s. Espera-se que os alunos possam relacionar a descarga a um
efeito da capacitância entre o corpo e a maçaneta ou entre
2. Qual é o processo de eletrização das nuvens? o corpo e a porta do carro.
Basicamente é o atrito.
4. Pesquise em enciclopédias, livros de Física
3. Qual e a capacitância de uma nuvem de ou na internet como funciona um para-
5 km de extensão e 1 km de altura? -raios e o que é rigidez dielétrica. Anote o
Considerando uma nuvem de formato circular, podemos resultado de sua pesquisa e não deixe de
calcular da seguinte forma: colocar a referência da fonte da qual você
C = 8, 85 u 10-12 u 3,14 u (2 500)2/1 000 retirou as informações.
C = 0,17 μF. Resposta pessoal.
50
Física – 3a série – Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 9
CONHECENDO AS LINHAS DE CAMPO MAGNÉTICO DE UM ÍMÃ
Esta Situação de Aprendizagem tem como da configuração de limalhas de ferro sobre um
objetivo reconhecer as linhas de campo de um papel em que se encontra um ímã, a formação
ímã e, a partir delas, estabelecer uma relação das linhas de campo, a orientação do campo
entre a distância da fonte e a intensidade de magnético por meio da bússola em diversas po-
seu campo. A proposta é investigar, a partir sições e a determinação dos polos magnéticos.
Sugestão de recursos: roteiro 9 de atividade para discussão em grupo; material experimental: ímãs,
bússola, limalha de ferro e papel em branco.
Sugestão de avaliação: avaliar o relatório de síntese da atividade e as respostas dadas pelos alunos ao
questionário; o envolvimento no desenvolvimento da atividade, por meio de sua participação; e suas
contribuições para o enriquecimento das discussões em grupo.
51
© Lie Kobayashi
Mãos à obra!
Figura 30.
52
Física – 3a série – Volume 1
2. Com base nas observações feitas, você 3. É possível determinar o polo norte e o
consegue prever a direção da agulha polo sul do ímã? Como?
em outros pontos sem fazer novas me- Sim, por meio da orientação da bússola. Ela aponta sem-
didas? Coloque a bússola sobre um pre para o polo sul magnético (norte geográfico).
desses pontos e veja se sua previsão
está correta. 4. Marque na figura a direção da agulha
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam da bússola em cada um dos pontos iden-
que sim, a partir de suas observações e que sua previsão tificados pelas letras de A a F.
esteja bem próxima daquilo que será verificado. Espera-se que os alunos façam representações como as
indicadas nos pontos A a F da figura.
2a parte – O que fazer?
F
A
Mãos à obra!
s
E
1. Agora coloque sobre a mesa um ímã em
B
forma de barra.
© Lie Kobayashi
uniformemente sobre o papel.
53
Encaminhando a ação Problematize o fato de que não se pode en-
costar cartões de banco, disquetes, pen drives,
Encaminhe a discussão da primeira parte fitas cassetes e outros objetos que armazenam
proposta no roteiro de forma que os alunos informações em ímãs, pois há risco de perder
possam perceber que, em cada ponto do es- as informações. Pode-se concluir que, em ra-
paço, a agulha da bússola aponta em determi- zão da baixa intensidade do campo magnéti-
nada direção (para cada ponto existe somente co terrestre, é possível armazenar informações
uma direção) e ainda que a determinação des- sem correr o risco de perdê-las (no Caderno
sa direção é importante para compreender a do Aluno, uma seção Desafio! estimula os alu-
interação magnética. nos a refletirem sobre essa questão).
54
Física – 3a série – Volume 1
2. Pode-se falar que a Terra é um grande ímã? 3. Pegue uma garrafa PET, encha-a com
Explique sua resposta. água e acrescente um pouco de li-
Sim. A Terra tem o comportamento análogo ao do ímã, o malha de ferro. Agite-a e, em segui-
que faz a bússola apontar para o norte geográfico. Apro- da, aproxime um ímã. Observe o que
veite para mostrar as linhas de campo magnético da Terra. ocorre e responda: as linhas de campo
são iguais àquelas que apareceram no
3. Explique o que representa a orientação da experimento realizado em sala de aula?
agulha da bússola, a partir das evidências O que acontece?
discutidas no experimento. Espera-se que a resposta seja não, pois nesse caso as linhas de
Indica o sentido do campo magnético no ponto em questão campo são espaciais (tridimensionais) e, no caso do experi-
ou o sentido das linhas de campo magnético, mostrando os mento realizado na sala, as linhas foram visualizadas no plano
polos sul e norte magnéticos. da folha, ou seja, são bidimensionais.
Figura 32.
55
Construa sua própria bússola
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 10
CAMPO MAGNÉTICO DE UMA CORRENTE ELÉTRICA
Esta Situação de Aprendizagem tem como bússola quando um fio metálico é percorrido
objetivo o reconhecimento dos efeitos mag- por corrente elétrica (a experiência de Oersted).
néticos da corrente elétrica, com a posterior Depois que os alunos tiverem reconhecido
introdução do modelo microscópico da maté- essa influência, introduziremos a ideia da uni-
ria para explicar a origem do magnetismo. A ficação dos fenômenos elétricos e magnéticos
ideia é mostrar a deflexão da agulha de uma em uma teoria única, a do eletromagnetismo.
56
Física – 3a série – Volume 1
Eletricidade Magnetismo
Tabela 12.
1
Não existe o análogo magnético da "eletrização por atrito", mas, como vimos na construção da bússola, essa
agulha de aço pode ser magnetizada pela fricção orientada de um pedaço de ímã permanente.
A tabela pode ser copiada na lousa e, en- acompanhe os alunos ao longo da execu-
tão, preenchida com o auxílio dos alunos. ção da atividade.
A partir dela, discuta com eles as seme-
lhanças entre a eletricidade e o magnetis- Em seguida, organize grupos de, no máxi-
mo em termos de propriedades da matéria. mo, cinco alunos. Auxilie-os na montagem do
Pode ser que apareçam poucas sugestões. experimento, observando se os grupos estão
Por isso, incentive os alunos com questões realizando o que se pede no roteiro. Uma dife-
como: Seria o calor o responsável por origi- rença importante é a inexistência de monopo-
nar a eletrização ou o magnetismo dos ma- los magnéticos, ou seja, diferente das cargas +
teriais? (O que não é correto, embora possa e −, os polos N e S não podem existir separa-
ser plausível, visto que muitos corpos po- damente. A atividade sobre o campo produzi-
dem ser eletrizados pelo atrito, que tam- do por corrente elétrica mostrará como o N e
bém aquece.) A ideia é que essa pergunta o S “surgem juntos” e nunca separadamente.
57
Materiais 5. Copie a orientação da agulha em cada
ponto, indicando os polos norte e sul.
f uma bússola; Espera-se que os alunos percebam que, com a pilha des-
f duas pilhas pequenas de 1,5 V; conectada, a agulha da bússola sempre indicará a direção
f um pouco de limalha de ferro; norte-sul (geográfico), pois estará alinhada com o campo
f uma cartolina ou um pedaço de papelão magnético da Terra.
rígido para apoio;
f uma folha de papel; 2a parte – O que fazer?
f um compasso;
f um pedaço de fio metálico rígido; Mãos à obra!
f fios para conexão (opcional).
1. Conecte os terminais do fio a uma das
a
1 parte – O que fazer? pilhas1.
Mãos à obra!
© Fernando Favoretto
1. Prenda ou apoie uma cartolina (ou pa-
pelão) em um suporte de tal maneira que
ela fique na horizontal e apoie nela uma
folha de papel.
1
No lugar da pilha, pode-se utilizar um carregador de bateria de celular que não esteja mais sendo utilizado. Mas
é preciso retirar o plug de saída para que dois fios possam ser ligados ao terminal do fio da experiência.
58
Física – 3a série – Volume 1
Interpretação e análise dos resultados efeito sobre a bússola. Procure fazer uma representação
por meio de figuras mostrando as linhas de campo mag-
Depois de conectar os terminais do fio à nético para os casos discutidos.
pilha, a orientação da agulha em cada pon-
to permaneceu a mesma? 3. Se a bússola for colocada a distâncias
Não, pois a passagem da corrente elétrica no fio cria um cada vez maiores em relação ao fio, o que
campo magnético que influencia a bússola. ocorrerá com a orientação da agulha?
Quanto mais distante do fio, menor será a interação en-
a
3 parte – O que fazer? tre a agulha da bússola e o campo magnético gerado pela
corrente; a bússola tenderá a indicar a orientação do cam-
Mãos à obra! po magnético da Terra.
59
© Werner H. Müller/Encyclopedia/Corbis/Latinstock
Encaminhando a ação
Oriente os alunos na execução de todo o
roteiro e solicite que façam as observações
necessárias e respondam às questões. A partir
das respostas e observações, dê continuidade
à discussão, buscando formalizar o conteúdo.
Enfatize que a bússola em posições opostas Figura 35. Linhas de campo magnético de um ímã em
ao fio apresenta orientações contrárias, o que barra, evidenciadas pela existência de limalha de ferro.
reforça que as linhas de campo são circulares
ao fio. É importante que eles tenham percebi- A partir da expressão geral da Lei de Ampère,
do que, quanto mais próximo do fio, mais as apresente e discuta a expressão para o cálculo
orientações da agulha da bússola aproximam- do campo magnético em três situações: o campo
-se de tangentes às circunferências. de um fio condutor retilíneo, no centro de uma
espira circular e no interior de um solenoide.
Depois do desenvolvimento da atividade,
© Jairo Souza Design
60
Física – 3a série – Volume 1
espiras percorridas por corrente elétrica. Mostre 2. Qual é a relação que existe entre a corrente
que o campo da bobina é similar àquele de um percorrida em um fio e o campo magnéti-
ímã em forma de barra. Com isso, os alunos po- co? Escreva a expressão matemática dessa
derão perceber que tanto o ímã como a corrente relação.
têm efeitos magnéticos. A ideia seguinte é tentar A intensidade do campo magnético é diretamente propor-
unificar essas duas fontes de campo magnético, cional à intensidade da corrente elétrica e pode ser calcula-
com a introdução do modelo microscópico da da, nesse caso, por:
μ0 ui
matéria e a noção de dipolo magnético. B=
2 u/ u d
Feita a discussão e a formalização da Lei Explore os termos da equação destacando a dependência de
de Ampère, proponha alguns problemas e B com o meio (μ), a corrente (i) e a distância (d).
questões (que podem ser encontrados em li-
vros didáticos de Física) para os alunos resol- 1. Na figura, temos representadas
verem e discutirem seus resultados, inclusive as linhas de campo magnético de
as unidades de medidas. dois fios que são percorridos por
correntes elétricas em sentidos
Utilizando seu livro didático, contrários. Represente o vetor campo mag-
procure responder às questões: nético nos pontos de 1 a 5.
1
© Lie Kobayashi
4
2
© Lie Kobayashi
Figura 38.
Espera-se que os alunos representem os vetores vermelhos
apresentados na figura. O vetor campo magnético tem dire-
ção tangente às linhas de campo representadas. Seu sentido
aponta na mesma direção indicada nas linhas de campo.
61
B
Como a intensidade do campo B é diretamente proporcional
à intensidade da corrente, o campo B terá o dobro da intensi- 2B i
dade quando dobrar a corrente elétrica.
62
Física – 3a série – Volume 1
uma partícula em movimento em um campo magnético, as- tensidade do campo magnético e da força podem ser en-
sim como a relação entre o sentido da corrente percorrida contradas em livros didáticos da 3ª série do Ensino Médio. Ao
em um condutor e o sentido do campo magnético “criado” discuti-las, dê especial atenção a seu caráter vetorial.
por essa corrente. As expressões que permitem calcular a in- (ƫ0 ui)
F =q u (v u B) ou B =
(2u ur)
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 11
GERANDO ELETRICIDADE COM UM ÍMÃ
Esta Situação de Aprendizagem tem como oportunidade para iniciar a discussão so-
objetivo completar as relações entre eletri- bre a produção de energia elétrica, que será
cidade e magnetismo, mostrando que, de aprofundada no próximo tema. A proposta é
maneira complementar à observada nas Si- pedir aos alunos que construam um circuito,
tuações de Aprendizagem anteriores, é pos- de tal maneira que seja possível acender um
sível gerar corrente elétrica a partir de um led a partir da movimentação de um ímã nas
campo magnético. Essa é também uma boa vizinhanças de seu circuito.
Conteúdos e temas: fluxo do campo magnético; corrente elétrica estabelecida pela variação do fluxo do
campo magnético; corrente elétrica estabelecendo campo magnético.
Sugestão de avaliação: avaliar as respostas entregues pelos alunos, a resolução de exercícios, o texto de
relato final e a participação e o envolvimento no desenvolvimento da atividade.
Vamos montar um pequeno cir- para verificar se é possível acender uma pe-
cuito como o da figura a seguir quena lâmpada utilizando um ímã.
63
© Lie Kobayashi
l = 1,5m
bússola
ímã
A B
Figura 41.
1
Bobina é um conjunto de espiras. Espira é uma volta completa do fio.
64
Física – 3a série – Volume 1
O movimento relativo entre o ímã e a bobina “gera” uma 7. Um campo magnético pode gerar uma
corrente induzida que, na outra bobina, gera um campo corrente elétrica?
B, que desvia a agulha da bússola. Sim. A variação do fluxo do campo magnético que passa
por uma bobina fechada cria uma corrente induzida na
6. Se você aumentasse a frequência do mo- bobina. Dependendo da intensidade da corrente, ela po-
vimento, o que ocorreria com a deflexão derá acender uma pequena lâmpada. Explore aqui a Lei
da agulha da bússola? de Faraday e a Lei de Lenz para que fique clara a relação
A deflexão da agulha seria maior, pois a corrente induzida entre o campo magnético e a corrente elétrica.
depende da velocidade do movimento.
8. Podemos utilizar essa corrente para
Agora, você já pode retomar as ques- acender uma pequena lâmpada?
tões propostas no início desta Situação de Sim, pois é possível gerar uma corrente suficiente para
Aprendizagem e respondê-las. acender uma pequena lâmpada.
Encaminhando a ação
© Lie Kobayashi
Oriente os alunos para se reunirem em gru-
pos de no máximo cinco componentes e reali-
zarem o experimento (roteiro 11). Você deve
auxiliá-los, encaminhando-os, em seguida, para
a resposta das questões.
65
© Lie Kobayashi
particular da Lei de Faraday, segundo a qual
uma corrente elétrica é induzida num circuito
fechado sempre que houver variação de um
campo magnético na região. Já a Lei de Lenz v
permite conhecer o sentido dessa corrente
induzida, que é tal que o campo magnético
criado por ela se opõe à causa que lhe deu
origem. Procure apresentar e discutir exem-
plos diversificados para que os alunos façam
previsões e obtenham o sentido da corrente
em diferentes situações. Figura 43.
a
Neste caso, deve-se utilizar o led de luz branca, encontrado em lojas de componentes eletrônicos. A voltagem do
led varia de acordo com a voltagem da bateria utilizada. Se ela for de 9V, por exemplo, o led deve ter 9V.
b
Ímã permanente é usualmente um pedaço de ferro imantado que não perde seu campo facilmente. Oposto a isso,
temos os ímãs temporários, que funcionam como ímã quando há a passagem de uma corrente elétrica em seu
dispositivo (é o caso dos eletroímãs).
66
Física – 3a série – Volume 1
rente induzida e do campo magnético na Quando o ímã está descendo (e a mola alongando-se),
espira apenas nos dois momentos ilustra- haverá oposição à aproximação, ou seja, uma repulsão, o
dos na figura. que leva à polaridade induzida no centro da espira com
o norte para cima (linhas de campo magnético induzido
linha de
© Gus Morais
campo “saem” da espira quando se olha de cima), indicado pelo
magnético polegar da mão direita. Com isso, o sentido da corrente in-
mola
duzida é o anti-horário para quem olha de cima. Quando
Mola distendendo
Mola contraindo
o ímã está subindo (mola comprimindo), haverá oposição
v à aproximação, ou seja, uma repulsão, o que leva a uma
polaridade induzida no centro da espira com o sul para
baixo (linhas de campo magnético induzido “chegam” na
suporte espira espira quando olhado de baixo), indicado pelo polegar da
v
mão direita. Com isso, o sentido da corrente induzida é o
anti-horário para quem olha de cima.
Figura 44.
GRADE DE AVALIAÇÃO
67
f Reconhecer e utilizar adequadamente f Formular hipóteses sobre a direção do campo
símbolos, códigos e representações magnético em um ponto ou uma região do
geométricas da linguagem científica no estudo espaço, utilizando informações de outros pontos
de campos magnéticos e suas fontes. ou regiões.
Situação de Aprendizagem 9
envolvem corrente elétrica e campo magnético. f Reconhecer que cargas em movimento geram
f Elaborar escritas para relatar experimentos e campo magnético.
questões que evidenciam a relação entre carga f Identificar a relação entre a corrente elétrica e o
em movimento e campo magnético. campo magnético correspondente em termos de
f Identificar fenômenos eletromagnéticos, intensidade, direção e sentido.
estabelecer relações e identificar regularidades. f Reconhecer e representar o campo magnético
f Utilizar procedimentos e instrumentos por meio de pontos, traços ou linhas.
de observação, representar resultados
experimentais, elaborar hipóteses e interpretar
resultados em situações que envolvem corrente
elétrica e campo magnético.
f Reconhecer e utilizar adequadamente f Executar experimentos com procedimentos
símbolos, códigos e representações geométricas adequados na verificação da relação entre
da linguagem científica em situações que corrente elétrica e campo magnético.
Situação de Aprendizagem 11
68
Física – 3a série – Volume 1
© Samuel Silva
N B
B A S
S
S Figura 46.
I II III
Figura 45. I II III IV
a) repulsão atração repulsão atração
a) se atrairão, pois A é polo norte e B é
polo sul. b) repulsão repulsão repulsão repulsão
c) repulsão repulsão atração atração
b) se atrairão, pois A é polo sul e B é polo
norte. d) repulsão nada nada atração
e) atração nada nada repulsão
c) não serão atraídos nem repelidos.
Tabela 13.
d) se repelirão, pois A é polo norte e B é Ao aproximar o ímã de extremidades A e T do ímã fixo,
polo sul. nota-se uma repulsão que permite concluir que o polo
A tem o mesmo polo do ímã fixo, logo, é o polo sul, e T
e) se repelirão, pois A é polo sul e B é polo é o polo norte. Conhecendo os polos do ímã AT, é pos-
norte. sível saber quando haverá repulsão ou atração nas ex-
Ao quebrar o ímã, conforme a Figura II, as partes extremas per- periências. Na experiência I, haverá repulsão, pois o
manecerão com os dois polos, norte e sul. Como uma barra tem polo A, que é polo sul, não se modifica quando o ímã é par-
o polo norte, a outra extremidade A só poderá ser polo sul. Já a tido ao meio, continuando a ser repelido pelo ímã fixo. Na
outra barra que tem o polo sul em uma das extremidades, só po- experiência II, a outra extremidade do ímã que tem o polo
derá ter na outra, B, o polo norte. Assim, quando se aproximarem A (sul), ao ser repartido o ímã, se torna polo norte, logo será
as barras, só poderá ocorrer uma repulsão, pois são polos iguais. atraído. Na experiência III, a outra extremidade do ímã que
tem o lado T, que é originado da quebra, tem o polo sul, logo
2. (Fuvest – 1999) Um ímã, em forma de bar- será repelido pelo ímã fixo. Já na experiência IV, o lado T do
ra, de polaridade N (norte) e S (sul), é fixa- ímã é o polo norte, então será atraído. Assim, ocorrerão re-
do em uma mesa horizontal. Um outro ímã pulsão/atração/repulsão/atração.
69
3. Três esferas de isopor M, N e P estão portante relacionar esse resultado com a Lei de Coulomb,
suspensas por fios isolantes. Quando se mostrando que quanto maior a distância, menor a inten-
aproxima N de P, nota-se uma repulsão sidade do campo. Por isso, para que o campo seja nulo, o
entre essas esferas; quando se aproxima ponto x terá de estar mais próximo de q2.
N de M, nota-se uma atração.
b) a força elétrica que atua em uma car-
a) Quais são as possíveis cargas (sinais) ga q3 = –2 u 10-6 C colocada no ponto
de cada uma das esferas de isopor? médio entre q1 e q2.
Como há uma repulsão entre N e P, elas só poderão estar Para encontrar a força resultante sobre q3, determinar pri-
carregadas com sinais iguais (N positivo e P positivo ou N meiro a força entre q1 e q3 (F13 = 72 u 10-3 N) e depois a força
negativo e P negativo). Ao se aproximar N de M elas se entre q2 e q3 (F23 = 18 u 10-3 N). A força resultante é uma
atraem, logo, só poderão estar carregadas com sinais con- menos a outra (a maior menos a menor) e tem direção
trários (N positivo e M negativo ou vice-versa). sobre a reta que liga q1 e q3 no sentido (apontado) de q1.
ou seja, o produto das duas cargas será quatro vezes menor. As-
sim, a intensidade da força permanecerá a mesma, mostrando
que a força é diretamente proporcional ao produto das cargas
e inversamente proporcional ao quadrado da distância.
70
Física – 3a série – Volume 1
© Lie Kobayashi
cima, juntamente com algumas linhas de
seu campo magnético. Uma pequena bús- X
Figura 50.
Nessas
condições,
desconsidere a) AA’.
o campo
magnético b) BB’.
da Terra.
Figura 49.
P c) CC’.
a) ¼ de volta. d) DD’.
71
O campo relacionado ao ponto próximo a B’ tem direção BB’ pontos 2, 3 e 4, isso não ocorre, por estarem a uma pequena
e sentido para B. O campo relacionado ao ponto próximo a altura em relação ao fio.
D’ tem direção DD’ e sentido para D’. A resultante desses dois
campos será na direção AA’ e com sentido para A. O campo 10. Um ímã, preso a um carrinho, desloca-se
relacionado ao ponto próximo a C tem direção AA’ e sentido com velocidade constante ao longo de um
para A. Portanto, a resultante total, que representa o campo trilho horizontal. Envolvendo o trilho, há
magnético no ponto onde a bússola foi colocada, terá dire- uma espira metálica, como mostra a figura:
ção AA’ e sentido para A.
© Lie Kobayashi
9. (Fuvest – 2000) Apoiado sobre uma mesa
v
observa-se o trecho de um fio longo, ligado
a uma bateria. Cinco bússolas são colocadas
próximas ao fio, na horizontal, nas seguintes
posições: 1 e 5 sobre a mesa; 2, 3 e 4 a alguns Figura 52.
centímetros acima da mesa. As agulhas das
bússolas só podem mover-se no plano hori-
zontal. Quando não há corrente no fio, todas Pode-se afirmar que, na espira, a corrente
as agulhas das bússolas permanecem parale- elétrica:
las ao fio. Se passar corrente no fio, será ob-
servada deflexão, no plano horizontal, das a) é sempre nula.
agulhas das bússolas colocadas somente:
b) existe somente quando o ímã se aproxi-
© Lie Kobayashi
ma da espira.
72
Física – 3a série – Volume 1
73
PROPOSTA DE SITUAÇÃO DE RECUPERAÇÃO
O principal objetivo das Situações de discutir com os alunos de que maneira essa
Aprendizagem de 1 a 11 é tratar a eletricida- conta de luz poderia ser diminuída, em
de no cotidiano e entendê-la como resultan- particular com a substituição de equipa-
te da maneira pela qual as cargas elétricas mento e redução de uso. Discuta com eles
se estruturam e interagem na matéria. Em- o que significa economia de energia. Apre-
bora haja várias habilidades e competências sente os equipamentos econômicos como
listadas ao longo das atividades propostas, os que consomem menos energia para
pelo menos cinco devem ser garantidas para realizar a mesma função. Busque nas pro-
a continuidade dos estudos. Nesta etapa, os vas do Enem ou em outras provas de avalia-
alunos devem ser capazes de: ção (Fuvest, Unicamp etc.) novas questões
sobre o tema.
f entender o consumo de energia elétrica como f Forneça os materiais e permita aos alunos
o resultado da corrente elétrica que percorre com dificuldade que executem novamen-
os equipamentos em uma dada tensão; te a atividade do roteiro 7. Encoraje-os a
f calcular a energia consumida em função da realizar outras investigações com o canu-
potência dos equipamentos; do eletrizado e o ímã. Solicite a eles que
f reconhecer a corrente elétrica como o resul- tragam outros materiais para serem testa-
tado da ação de campo elétrico em um corpo dos com o ímã e o canudo eletrizado. Faça
gerando um movimento ordenado de cargas; que a investigação se transforme em um
f relacionar a variação do fluxo do campo mag- “jogo” entre eles, testando a capacidade
nético com a geração de corrente elétrica; de descobrir o material escondido dentro
f compreender a evolução histórica do concei- do isopor. Em seguida, aplique as ques-
to de campo e sua importância na unificação tões para avaliação.
do eletromagnetismo. f Reelabore a Situação de Aprendizagem
11 ou use um roteiro modificado para
Caso essas habilidades não tenham sido ser demonstrado em sala de aula. O ro-
desenvolvidas pelos alunos, sugerimos três es- teiro encontra-se em: Nupic. Curso dua-
tratégias para recuperação: lidade onda-partícula, bloco V, recurso de
ensino 3. (Disponível em: <http://www.
f Aplique, novamente, o roteiro 6, mas com nupic.fe.usp.br>. Acesso em: 23 maio
outra conta de energia elétrica. Procure 2013.)
74
Física – 3a série – Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 12
CONSTRUINDO UM MOTOR ELÉTRICO
Nesta Situação de Aprendizagem, abor- elementos e aplicações. Para isso, os alunos
daremos o funcionamento do motor elétrico montarão um pequeno motor elétrico, dis-
como aplicação dos conceitos de campo e cutirão seus elementos e os princípios de seu
força magnética, evidenciando seus principais funcionamento.
75
Desenvolvimento da Situação de ao eletromagnetismo. Se achar conveniente,
Aprendizagem faça uma lista com as respostas dos alunos,
classifique-as e agrupe-as segundo critérios
Para iniciar o estudo sobre motores e discutidos conjuntamente.
geradores, é interessante estabelecer uma
relação com os conceitos discutidos até Em seguida, oriente-os para a montagem
aqui sobre o eletromagnetismo. Portanto, do motor elétrico. É importante que todos
inicie a discussão propondo as seguintes eles possam participar da montagem. Para
questões: Como a eletricidade e o magnetis- isso, separe-os em grupos de, no máximo,
mo são utilizados com finalidades práticas? cinco componentes. Dê-lhes um tempo para
Você conhece algum equipamento baseado a execução do experimento, certificando-se
no uso da eletricidade e do magnetismo si- de que todos os motores estejam funcionan-
multaneamente? Você identifica algumas do. Em seguida, acompanhe as respostas às
grandezas físicas estudadas até este momen- questões propostas. Aborde os conceitos
to com alguma tecnologia presente no coti- envolvidos no funcionamento do motor elé-
diano? Essas questões poderão incentivar trico: passagem de corrente elétrica, campo
os estudantes a falar sobre alguns conhe- magnético associado ao ímã e movimento
cimentos práticos que possuem associados relativo entre a espira e o campo magnético.
Materiais
O que fazer?
2. Para apoiar a bobina, faça duas hastes
Mãos à obra! com presilhas de pasta de arquivo, dando
o formato indicado na próxima figura.
1. Faça uma bobina com o fio esmaltado.
Ela pode ser quadrada ou redonda, como 3. Encaixe as hastes no pedaço de madeira.
76
Física – 3a série – Volume 1
© Lie Kobayashi
par só um lado, deixando o restante in-
tacto ao longo do comprimento (observe
na figura a maneira correta de raspá-lo).
Detalhe do fio de
cobre, parte raspada
© Lie Kobayashi
Figura 55.
+
3. Inverta a pilha e refaça as ligações. O que
– acontece com o sentido de giro do motor?
A espira terá seu movimento invertido.
77
5. Quais são os principais componentes do mo- Bobina, fonte e ímã (campo magnético). Lei de Faraday e Lei
tor? Quais leis explicam seu funcionamento? de Lenz.
Roteiro adaptado de: GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física). Leituras de Física: Eletromagnetismo
3. Motores elétricos. São Paulo: GREF-USP/MEC-FNDE, 1998. p. 56. Disponível em: <http://www.if.usp.br/
gref/eletro/eletro3.pdf> e <http://cenp.edunet.sp.gov.br/fisica/gref/ELETROMAGNETISMO/eletro14.pdf>.
Acessos em: 24 maio 2013.
78
Física – 3a série – Volume 1
79
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 13
ENTENDENDO OS GERADORES ELÉTRICOS
Os principais objetivos desta Situação de fazer que os alunos percebam que o movimen-
Aprendizagem são abordar o princípio de to de rotação de uma fonte de campo magné-
funcionamento dos geradores de eletricidade tico leva à geração de energia elétrica e, assim,
e ampliar os conceitos do eletromagnetismo a levá-los a explicar o funcionamento básico de
partir do estudo de um dínamo. A intenção é usinas geradoras de eletricidade.
80
Física – 3a série – Volume 1
2. Observe o que ocorre com a agulha. não o notem, aproxime a bússola de um ímã qualquer e
depois repita o procedimento com o dínamo, mostrando
© Gus Morais
que o comportamento é semelhante.
Mãos à obra!
© Gus Morais
Figura 60.
Figura 62.
81
2. Ao aproximar o eixo do dínamo da Resposta pessoal. No entanto, espera-se que os alunos
bússola, o que ocorre com a agulha? indiquem as partes similares, como bobina e ímã, e que
Poderíamos dizer que o eixo tem o com- esses aparatos, apesar de parecidos, comportam-se de
portamento idêntico a quê? forma diferente.
Levará à deflexão da agulha. O eixo tem o mesmo com-
portamento de um ímã.
5. Qual é a diferença entre o dínamo e o
motor?
3. Analisando a parte interna do dínamo, Os dois equipamentos são bem similares. O que di-
do que ela é constituída? ferencia um do outro é que o dínamo transforma
Bobinas, ímãs e eixo. Não deixe de considerar as obser-
energia cinética (movimento) em energia elétrica,
vações dos alunos.
e o motor transforma energia elétrica em cinética
(movimento).
4. Compare as duas partes do dínamo (eixo
e parte interna) com as do motor elétrico.
O que há de similar entre eles? Os dois se 6. Você sabe como a energia elétrica é gera-
comportam da mesma maneira? da? Ou melhor, você sabe como funcio-
na um gerador?
© Lie Kobayashi
Polia ligada
Para entender como a energia elétrica é gerada, anali-
à roda
saremos o dínamo. Nele encontramos um ímã perma-
nente, uma bobina e um dispositivo (eixo) que transfere
energia cinética (movimento) ao ímã. O ímã, ao se movi-
Bobina
mentar, faz variar o fluxo do campo magnético que passa
pela bobina (pode haver mais de uma bobina). Essa varia-
Ímã ção induz uma corrente elétrica na bobina. Dessa forma,
permanente
cilíndrico temos a energia elétrica. No caso dos geradores maiores,
o princípio é o mesmo. Mas, em vez de ímãs permanen-
tes, há eletroímãs.
Figura 63. Dínamo de bicicleta.
82
Física – 3a série – Volume 1
namento dos geradores e as semelhanças e di- Os alunos poderão citar dínamo, pilhas, baterias etc.
ferenças em relação ao motor.
2. Pode-se dizer que todos os geradores pos-
É importante que os alunos não fiquem suem ímã permanente em seu interior?
apenas nas discussões qualitativas. Portanto, Explique.
proponha problemas e questões quantitativas Não, alguns geradores possuem eletroímã, que são cria-
relacionadas aos princípios, conceitos e leis en- dos a partir da passagem da corrente elétrica por um con-
volvidos no uso de dínamos, geradores e trans- dutor. Essa corrente é produzida a partir de uma fonte de
formadores. Utilize os livros didáticos adota- energia externa.
dos em sua escola para localizar questões que
possam ser trabalhadas com a turma. Contu- 3. É correto dizer que um gerador produz
do, procure trabalhar questões que privilegiem energia elétrica? Explique.
o raciocínio e sejam contextualizadas, para Não, o gerador transforma energia cinética em elétrica, ele
que, dessa forma, se tornem mais instigantes e não "produz", não gera energia elétrica do nada.
com maior significado para os estudantes.
4. Descreva os elementos constituintes de um
1. Identifique em sua casa os equi- gerador.
pamentos que podem ser conside- Bobina, eixo e ímã.
rados geradores.
GRADE DE AVALIAÇÃO
83
f Ler e interpretar procedimentos experimentais f Executar experimentos com procedimentos
apresentados em guia de estudo de um adequados na análise do funcionamento de um
dínamo. dínamo.
Situação de Aprendizagem 13
a) a lâmpada.
b) o chuveiro.
c) a campainha.
d) a torradeira.
e) o ferro de passar.
A campainha funciona a partir da Lei de Ampère: quando Figura 64.
uma corrente alternada percorre um solenoide faz oscilar
um objeto ferromagnético que se choca com o "sino", cau- a) Qual é a polaridade da pilha?
sando o barulho da campainha. O sentido da força é dado pelo seno do ângulo entre a corrente
elétrica i e o campo magnético B. Como o sentido do campo
2. Um fio metálico é colocado entre os polos B é do polo norte para o polo sul do ímã, o sentido da cor-
de um ímã em forma de ferradura, como rente deve ser de A para B, para que a força seja para baixo.
mostra a Figura 64. Ao fechar o circuito, Polaridade da pilha: A = polo positivo e B = polo negativo.
uma força F dirigida para o centro do ímã
estabelece-se sobre o fio. b) Se for mantida a mesma ligação e a
posição do ímã sofrer um giro de 180o,
a
Fonte: GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física). Leituras de Física: Eletromagnetismo 3. Força e campo magnéticos. São
Paulo: GREF-USP/MEC-FNDE, 1998. p. 72. Disponível em: <http://www.if.usp.br/gref/eletro/eletro3.pdf>. Acesso em: 24 maio 2013.
84
Física – 3a série – Volume 1
qual é o sentido da força sobre o fio? Com o projeto de mochila ilustrado, preten-
Explique. de-se aproveitar, na geração de energia elétri-
Se a polaridade do ímã for invertida, o sentido da força tam- ca para acionar dispositivos eletrônicos por-
bém inverte. Na nova situação a força é para fora do ímã. táteis, parte da energia desperdiçada no ato
de caminhar. As transformações de energia
3. Ao penetrar em uma região, em razão da envolvidas na produção de eletricidade en-
presença de um campo magnético B, uma quanto uma pessoa caminha com essa mo-
partícula de massa m e carga elétrica q des- chila podem ser assim esquematizadas:
creve uma trajetória circular de raio R com
© Lie Kobayashi
velocidade constante v, em razão da ação
de uma força magnética sobre ela. Nes-
se caso, a intensidade da força magnética
que age sobre a partícula depende de quais
grandezas?
F = q uv u B; logo as grandezas relevantes para a intensidade da
força magnética são o módulo da carga elétrica (q), o mó-
dulo da velocidade da partícula (v) e a intensidade do campo
magnético (B).
Figura 66.
4. (Enem – 2007)
As energias I e II, representadas no es-
MOCHILA GERADORA DE ENERGIA quema acima, podem ser identificadas,
© Agência ISTO É/Enem 2007
respectivamente, como
O sobe e desce dos
quadris faz a mochila
gerar eletricidade a) cinética e elétrica.
e) radiante e elétrica.
O sobe e desce faz a energia potencial ser transformada em
movimento, ou seja, em energia cinética. Esse movimento
A mochila
faz girar o gerador (lembre os alunos da atividade do dína-
tem estrutura rígida semelhante
à usada por alpinistas. mo), que transforma o movimento em energia elétrica. As-
O compartimento de carga é suspenso por sim a primeira energia é cinética e a segunda é elétrica.
molas colocadas na vertical.
Durante a caminhada, os quadris sobem 5. Destaque as principais semelhanças e diferen-
e descem em média cinco centímetros. ças entre os motores e os geradores de eletrici-
A energia produzida pelo vai e vem do dade, destacando seus elementos e suas funções.
compartimento de peso faz girar um motor O motor transforma energia elétrica em movimento (ener-
conectado ao gerador de eletricidade. gia mecânica). O gerador transforma movimento (energia
Figura 65. Mochila geradora de energia.
mecânica) em energia elétrica. Ambos funcionam com base
Fonte: IstoÉ. n. 1 864, set/2005, p. 69 (com adaptações). em interações eletromagnéticas.
85
Grade de correção das questões
A questão 1 habilita os alunos a reconhece- quando uma carga elétrica está em movimen-
rem as aplicações dos conceitos referentes ao ele- to dentro de um campo magnético, fazendo
tromagnetismo estudados até aqui. Apenas na aparecer uma força de natureza magnética.
campainha existe a transformação de eletricida-
de em movimento. Todos os outros eletrodomés- A questão 4 possibilita aos alunos reco-
ticos transformam a energia elétrica em térmica. nhecerem os processos de transformação
de energia, bem como os tipos de energia
A questão 2 retoma um princípio funda- envolvidos na geração da energia elétrica
mental dos motores, a força magnética sobre pela mochila.
um fio com corrente elétrica.
A questão 5 permite aos alunos reconhe-
A questão 3 permite aos alunos avalia- cerem as principais semelhanças e diferenças
rem e conhecerem as grandezas importantes entre os motores e geradores elétricos.
86
Física – 3a série – Volume 1
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 14
COMPREENDENDO O FUNCIONAMENTO
DAS USINAS ELÉTRICAS
Esta Situação de Aprendizagem tem como são tratados. A ideia é abordar, inicialmente,
objetivo apresentar os processos de trans- os processos de transformação de energia en-
formação da energia potencial gravitacional volvidos nas usinas, para, em seguida, propor
em energia elétrica em uma usina hidrelétri- uma discussão a fim de avaliar as vantagens e
ca. Baseados na mesma abordagem, outros as desvantagens associadas a cada forma de
tipos de usinas geradoras de energia elétrica produção de energia em grande escala.
87
Conteúdos e temas: transformação de energia; indução magnética.
Sugestão de recursos: roteiro 14 de atividade; pesquisa sobre usinas; simulações virtuais; problemas.
a
Caso sua cidade seja abastecida por uma usina termoelétrica, adapte a atividade de forma a focalizar a transfor-
mação da energia contida no combustível fóssil (óleo diesel, gás natural, biomassa etc.). A maioria das referên-
cias citadas também aborda esse tipo de usina.
88
Física – 3a série – Volume 1
89
contrário, não geram impactos que afetam o 6E = P u 6t
clima, mas produzem enorme quantidade de 150 (kWh) = P u 240 (h)
resíduos radioativos (o chamado “lixo atô- P = 150/240
mico”), para o qual a humanidade ainda não P = 0,625 kW = 625 W
tem soluções satisfatórias. Se puder, aborde Para calcular a área, lembremos que: intensidade (I) é potên-
esse assunto na forma de pesquisas acompa- cia (P) dividida pela área (A).
nhadas de seminários ou como um projeto in- I = P/A
terdisciplinar b. 1 000 (W/m2) = 625 (W)/A
A = 625/1 000
1. Destaque vantagens e desvan- A = 0,625 m2
tagens da utilização de usinas Destaque as unidades de medida para que não ocorram erros
nucleares. nos cálculos.
Resposta pessoal. Os alunos poderão indicar como
desvantagens: 3. (PEC – Programa Construindo Sempre –
tprodução de rejeitos radioativos; Aperfeiçoamento de Professores. Física.
trisco de vazamento de radiação; Módulo 1. São Paulo: SEE/Pró-Reitoria
trisco do transporte do material radioativo; de Graduação da Universidade de São
talto custo de construção da planta industrial; Paulo, 2003. p. 46.) A expressão para a po-
tpossibilidade de ocorrência de acidente com sérios danos tência dos ventos de um gerador eólico é:
ambientais. P = 0,6 u A u v3 [W] (v é a velocidade e A
Como vantagens: é uma constante que está relacionada com
tgeração de energia por longo tempo; densidade linear de ar que passa pelo gera-
tnão dependem das condições climáticas, como sol, chuva, dor – kg/m). Qual deve ser a velocidade do
ventos; vento para gerar uma potência de 8,1 kW?
tnão ocupam grandes áreas; Considere A = 4 kg/m; P = 0,6 u A u v3[W].
ta poluição direta (emissão de gases na atmosfera) é quase nula; P = 0,6 u A u v3
tapesar de a energia gerada ser mais cara do que a das hi- 8 100 = 0,6 u 4 u v3
drelétricas, ela é mais barata que as outras fontes, como a v3 = 8 100/2,4 = 3 375
eólica e a de termoelétricas. v3 = 15 m/s
b
Uma metodologia bem adaptada para o desenvolvimento desse tipo de projeto é aquela conhecida como “Ilhas
interdisciplinares de racionalidade”. Para mais informações, consulte: PIETROCOLA, M.; SILVA, C. C.;
NEHRING, C. M.; TRINDADE, J. A. de O.; PINHEIRO, T. de F.; LEITE, R. C. M. As ilhas de racionalidade
e o saber significativo: o ensino de ciências através de projetos. Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2,
n. 1, p. 1-19, mar. 2002. Recomendamos também o capítulo sobre projetos em Água hoje e sempre – consumo
sustentável, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (2003).
90
Física – 3a série – Volume 1
a) eólica: c) termoelétrica:
Esse tipo de usina utiliza a energia dos ventos para girar uma Esse tipo de usina utiliza a energia química acumulada
hélice; esta, por sua vez, é acoplada a um gerador que produz em combustíveis (gás natural, derivados de petróleo,
energia elétrica. Como desvantagem há a dependência do carvão, lenha etc.) para, durante a queima, produ-
regime de ventos. zir vapor de água em alta pressão. Esse vapor move as
turbinas, que, por sua vez, estão acopladas a geradores
b) hidrelétrica: de energia elétrica. Como desvantagem há o custo do
Esse tipo de usina utiliza a energia de movimento das quedas combustível e a poluição.
de água para girar as pás de uma turbina, que por sua vez está
ligada a geradores de energia elétrica. Como desvantagem,
há a inundação de áreas.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 15
COMPREENDENDO UMA REDE DE TRANSMISSÃO
O objetivo desta Situação de Aprendiza- energia elétrica em alta-tensão e discutir a fun-
gem é analisar o processo de transmissão de ção dos transformadores e as perdas de energia.
Sugestão de avaliação: avaliar as respostas dadas às questões propostas durante a aula, os esquemas
produzidos, a resolução de exercícios, os resultados de pesquisas e a participação e envolvimento no
desenvolvimento da atividade, contribuindo para o enriquecimento das discussões em grupo.
91
Desenvolvimento da Situação de cado no roteiro 15. As atividades devem ser
Aprendizagem solicitadas aos alunos no final da aula ante-
rior, de modo que você possa explorar os re-
Proponha inicialmente aos alunos que fa- sultados nesta aula. Organize-os em grupos,
çam desenhos ou esquemas com legendas de mas deixe claro que o objetivo da atividade
modo a representar o “trajeto” da energia elé- é “descobrir como a energia elétrica sai da
trica e os principais componentes presentes usina e chega à escola”. Essa questão con-
nesse trajeto, desde uma usina geradora até duzirá a discussão sobre as redes elétricas
chegar à escola (roteiro 15). Peça a eles que e as linhas de transmissão. O objetivo final
apresentem suas propostas, discuta-as de for- da atividade é produzir um esquema sobre a
ma geral, ainda sem apontar “erros” e “acer- rede elétrica da região, incluindo as linhas
tos”, mas de maneira que possam ser comen- de alta-tensão que transportam energia por
tadas por todos. Se considerar conveniente, a longas distâncias. Insista no fato de que a
partir dos seus esquemas, produza com eles um tensão varia muito desde sua produção na
esquema coletivo comum. usina (~10 000 V), passando pelas linhas de
alta-tensão (~7 000 000 V), pela fiação das
Em seguida, organize uma pesquisa sobre ruas (~600 V), até chegar à tomada da esco-
esse “caminho” até a escola, conforme indi- la (110 V ou 220 V).
Roteiro 15 – Compreendendo uma rede de Resposta pessoal. Eles poderão mencionar que os cabos
transmissão servem para a transmissão da energia; os transformado-
res, para elevar (ou baixar) a tensão da rede; e as usinas,
Faça um desenho do percurso para produzir (transformar) energia.
da energia elétrica desde a
saída da usina até sua casa. Se 3. A tensão que chega à sua casa é a mes-
possível, destaque os princi- ma que é gerada na usina ou a mesma
pais componentes presentes nesse caminho. que é transmitida pela rede? Explique a
Se preferir, represente um esquema com le- eventual diferença.
gendas mostrando todo o trajeto. Não, a tensão é alterada para minimizar perdas por con-
ta do efeito Joule (aquecimento dos cabos) ao longo do
Reúna-se com seu grupo e discuta as transporte.
diversas propostas, tentando apontar as se-
melhanças e as diferenças entre cada uma 4. Você já deve ter notado que existem al-
delas. guns transformadores presos aos postes
de energia. Qual é a função deles?
Em seguida, responda às questões. Aumentar ou diminuir a tensão e a corrente transmitida na rede.
92
Física – 3a série – Volume 1
93
de Aprendizagem 13, sobre geradores). A na transmissão e a perda de energia, sabendo
resposta para essa questão é interessante que a rede tem resistência de 1 000 ohms.
porque mostra que a corrente gerada nos P=Uui
pontos de consumo é alternada, e não con- 100 u 106 = 2 u 106 u i
tínua. Essa frequên cia está relacionada à i = 50 A
rotação das turbinas das usinas geradoras P = R u i2
de eletricidade. Todas devem girar a 60 Hz. P = 103 u 502
No Paraguai, na Europa e em vários outros P = 2,5 u 106 W
países, a frequência da rede é de 50 Hz. P = 2,5 MW
Assim, encontramos a corrente elétrica na transmissão, que é
© Marcos Peron/Kino
94
Física – 3a série – Volume 1
N1/U1 = N2/U2, ou seja, a tensão é diretamente proporcional elétrica”. Essa afirmativa está correta?
ao número de espiras. Justifique.
Não, o transformador eleva ou diminui a tensão. A energia
3. Quais as vantagens de fazer a transmissão elétrica não muda. Destaque esse aspecto do transformador,
da energia elétrica com corrente alternada? discutindo a conservação de energia.
A tensão e a corrente podem ser facilmente modificadas.
6. A partir do que foi estudado, destaque a
4. Defina em poucas palavras o que é um importância do transformador nas redes de
transformador. transmissão de energia elétrica.
Em resumo, é um equipamento que modifica a corrente e a Resposta pessoal. Espera-se que os alunos tenham per-
tensão elétrica sem perda apreciável de energia. cebido a importância dos transformadores para au-
mentar a tensão de transmissão, diminuindo a perda
5. Analise a seguinte afirmativa: “Um de energia.
transformador pode ampliar a energia
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 16
ENERGIA ELÉTRICA E USO SOCIAL
Nesta Situação de Aprendizagem, pro- de energia, quase que totalmente esquecida
pomos identificar as fontes de produção de nas análises do consumo de energia indivi-
energia em nosso país, em particular da ener- dual, por restringirem-se apenas à demanda
gia elétrica, e identificar as tendências atuais residencial. Embora o consumo individual
de suas opções, principalmente após os resul- de energia não seja democrático, pois ainda
tados que apontam não serem desprezíveis existem regiões no Brasil e no mundo em que
os impactos ambientais e sociais das hidre- a população não dispõe de energia elétrica, se
létricas. O reconhecimento do uso de ener- tomado como uma média de consumo (consu-
gia elétrica nos vários setores da sociedade, mo per capita: energia média por pessoa), pode
principalmente da produção, pode levar os fornecer indicadores que nos mostram relações
alunos à compreensão do consumo indireto entre uso de energia e qualidade de vida.
95
Desenvolvimento da Situação de 3. Quando foram construídas as grandes cen-
Aprendizagem trais hidrelétricas, como Itaipu, Tucuruí e
Ilha Solteira?
Para iniciar, antes de propor as análises Ilha Solteira, 1978; Itaipu, maio de 1984 (sua construção
relacionadas ao consumo de energia (roteiro se deu durante a década de 1970); Tucuruí, novembro
16), utilize como atividade de sensibilização de 1984.
um diálogo com os alunos sobre a construção
das primeiras usinas no Brasil. Proponha a 4. Quais são as principais usinas brasileiras?
eles as questões apresentadas a seguir, na se- Onde estão localizadas? Quais são suas
ção Pesquisa individual. “capacidades” (potência)?
tUsina Hidrelétrica de Itaipu – Rio Paraná (divisa do Paraná,
Desenhe na lousa uma linha do tempo e loca- Brasil, com o Paraguai) – 14 000 MW;
lize as respostas dos alunos por décadas. Faça um tUsina Hidrelétrica de Tucuruí – Rio Tocantins (PA) – 8 370 MW;
mapa do Brasil ou uma tabela por regiões e indi- tUsina Hidrelétrica de Ilha Solteira – Rio Paraná (SP/MS)
que os locais citados. Para cada resposta tempo- – 3 444 MW;
ral, tente associar outros fatos conhecidos, como tUsina Hidrelétrica de Jirau – Rio Madeira (RO) – 3 300 MW;
a Independência do Brasil, a Proclamação da tUsina Hidrelétrica de Xingó – Rio São Francisco (AL/SE) –
República, a Primeira Guerra Mundial etc. Isso 3 162 MW;
permitirá que se localize historicamente o início tUsina Hidrelétrica de Santo Antônio – Rio Madeira (RO) –
da produção em escala e o uso da eletricidade no 3 150 MW;
Brasil e associar hábitos dessas épocas com a dis- tUsina Hidrelétrica de Paulo Afonso IV – Rio São Francisco
ponibilidade da eletricidade. Se possível, contate (BA) – 2 462 MW;
professores de História ou Geografia para traba- tUsina Hidrelétrica de Itumbiara – Rio Paranaíba (GO/MG)
lhar conjuntamente nessa pesquisa e discussão. – 2 082 MW;
tUsina Hidrelétrica de São Simão – Rio Paranaíba (GO/MG)
Faça um levantamento de dados – 1 710 MW;
importantes para a discussão do tUsina Hidrelétrica de Foz do Areia – Rio Iguaçu (PR) – 1 676 MW.
tema, por exemplo:
5. Quais usinas estão localizadas no Estado
1. Em que cidade e em que ano foi instalado o pri- de São Paulo?
meiro sistema de iluminação pública no Brasil? Há diversas usinas no Estado de São Paulo. Alguns exemplos são:
Rio de Janeiro, em 1879. no Rio Paraná: Ilha Solteira, Posto Primavera, Japirá; no Rio
Tietê: Três Irmãos; no Rio Paraíba do Sul: Paraibuna e Jaguari.
2. Onde e quando foi construída a primeira É importante destacar a localização, mostrando que as prin-
usina hidrelétrica no Brasil? cipais usinas estão localizadas nas maiores bacias hidrográfi-
Diamantina, em 1883. cas e rios.
96
Física – 3a série – Volume 1
97
Vamos agora analisar o consumo 1. Os gráficos mostram que o setor indus-
de energia no Brasil por setor. Com trial é o que mais consome energia no
base nos gráficos apresentados, res- Brasil, aproximadamente 40%. Você faz
ponda às perguntas a seguir: parte desse consumo? Explique.
Sim, pois nos gráficos todo o consumo de bens provenientes
Distribuição do consumo total de da indústria, como alimentação, está incluído nesse setor.
energia no Brasil (por setor)
Agropecuário Comercial 2. A partir dos dados apresentados nesses
Energético 4,5% 2,9% Público 1,7% dois gráficos, é possível afirmar que toda
Industrial 40,7%
10,4%
Residencial energia residencial é elétrica?
11,1%
Não, pois o primeiro gráfico, sobre a distribuição do con-
sumo total de energia no Brasil, não mostra as origens da
energia residencial. Esse gráfico não é conclusivo para
esse setor.
60 120 60
40 80 40
Mortalidade infantil
20 40 20
0 0 0
0 2 4 6 0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Uso da energia TEP per capita por ano Uso da energia TEP per capita por ano Uso da energia TEP per capita por ano
Figura 70.
GOLDEMBERG, José. LUCON, Oswaldo. Energia, meio ambiente e desenvolvimento. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2008.
98
Física – 3a série – Volume 1
1. Descreva a relação que cada um dos gráfi- 2. Pesquise os valores dos três indicadores e
cos permite estabelecer entre o indicador da o consumo de energia per capita no Bra-
qualidade de vida e o consumo de energia per sil e represente esses valores em gráficos.
capita. A partir desses indicadores, o que é pos-
Os gráficos mostram que o consumo de energia (TEP) sível dizer sobre o Brasil?
é maior quando são menores a mortalidade infantil e o A resposta depende da pesquisa dos alunos.
analfabetismo e quando é maior a expectativa de vida.
99
Em relação aos setores de consumo de 1. É correto dizer que as usinas
energia, é importante fazer que os alunos to- hidrelétricas são “limpas” por-
mem consciência de que em qualquer produto que usam fonte renovável e não
consumido ou de prestação de serviços está têm impactos sobre o ambiente
incluído o uso indireto de energia. Consumir ou o clima?
energia não significa apenas a energia residen- As hidrelétricas exercem grande impacto no meio ambiente, prin-
cial. Um papel que embrulha uma pizza ou cipalmente relacionado à área alagada pela barragem. É impor-
uma sacola de supermercado, um refrigerante, tante que você discuta também a questão da emissão de metano
um caderno e quase tudo que usamos ou con- (CH4) pela decomposição das plantas imersas nas barragens.
sumimos no dia a dia têm energia agregada
que não deve ser desprezada. 2. (Enem – 2000) As sociedades modernas
necessitam cada vez mais de energia. Para
Para discutir a relação entre a qualidade de entender melhor a relação entre desenvolvi-
vida de um país e o consumo de energia per ca- mento e consumo de energia, procurou-se
pita, analise os gráficos com os alunos. Mostre relacionar o Índice de Desenvolvimento Hu-
que, nos países mais pobres, o consumo de ener- mano (IDH) de vários países com o consu-
gia per capita é menor que 1 TEP, o que é indica- mo de energia nesses países. O IDH é um in-
do por baixa expectativa de vida, alto índice de dicador social que considera a longevidade, o
mortalidade e de analfabetismo. Nos países in- grau de escolaridade, o PIB (Produto Interno
dustrializados, é perto de 2 TEP (valor necessá- Bruto) per capita e o poder de compra da po-
rio para manter o equilíbrio populacional). Ul- pulação. Sua variação é de 0 a 1. Valores do
trapassar a barreira 1 TEP/per capita parece ser IDH próximos de 1 indicam melhores con-
fundamental para o desenvolvimento. À medida dições de vida. Tentando-se estabelecer uma
que o consumo de energia per capita aumenta relação entre o IDH e o consumo de ener-
para valores maiores que 2 TEP, como é o caso gia per capita nos diversos países, no biênio
dos países desenvolvidos, as condições sociais 1991-1992 obteve-se o gráfico a seguir, em
melhoram consideravelmente. O consumo per que cada ponto isolado representa um país,
capita no Brasil é da ordem de 1,7 TEP. e a linha cheia, uma curva de aproximação.
0,5
seguintes questões:
0,4
100
Física – 3a série – Volume 1
GRADE DE AVALIAÇÃO
Competências e habilidades Indicadores de aprendizagem
101
f Ler, interpretar, comparar e utilizar f Identificar, por meio de dados apresentados
informações apresentadas em tabelas e em tabelas, a evolução da produção da energia
Situação de Aprendizagem 16
gráficos. elétrica.
f Analisar criticamente, de forma qualitativa f Identificar quantitativamente as diferentes
e quantitativa, as implicações sociais e fontes de energia elétrica no Brasil.
econômicas dos processos de utilização dos f Relacionar a evolução da produção de energia
recursos energéticos. com o desenvolvimento econômico e a
f Analisar fatores socioeconômicos associados qualidade de vida.
às condições de vida e saúde de populações
humanas, por meio da interpretação de
indicadores como IDH.
102
Física – 3a série – Volume 1
Ilha
30
% da energia mundial
10 nuclear
hidrelétrica A razão entre a área da região alagada
outros
0
por uma represa e a potência produzida
Fontes de energia
pela usina nela instalada é uma das for-
Figura 72. mas de estimar a relação entre o dano e o
benefício trazidos por um projeto hidre-
Segundo as informações apresentadas, létrico. A partir dos dados apresentados
para substituir a energia nuclear utilizada é na tabela, o projeto que mais onerou o
necessário, por exemplo, aumentar a ener- ambiente em termos de área alagada por
gia proveniente do gás natural em cerca de potência foi:
a) 10%.
a) Tucuruí.
b) 18%.
b) Furnas.
c) 25%.
c) Itaipu.
d) 33%.
d) Ilha Solteira.
e) 50%.
A energia nuclear corresponde a aproximadamente 10% de e) Sobradinho.
toda a energia produzida no mundo, segundo o gráfico. Já Nota-se que a usina de Sobradinho tem uma área represada
a energia produzida pelo gás natural corresponde a apro- muito grande para a potência produzida. Para isso, faz-se a
ximadamente 20%. Assim, para substituir os 10% da energia divisão entre a área e a potência.
nuclear, o gás natural deverá passar a produzir 30% da ener- Tucuruí 2 430/4 240 = 0,57
gia mundial, tendo um aumento de 50% de sua produção. Sobradinho 4 214/1 050 = 4,01
Itaipu 1 350/12 600 = 0,10
4. (Enem – 1999) Muitas usinas hidrelétricas Ilha Solteira 1 077/3 230 = 0,33
estão situadas em barragens. As caracte- Furnas 1 450/1 312 = 1,10
103
Grade de correção das questões A questão 3 permite aos alunos compre-
ender as modificações que podem ocorrer na
A questão 1 leva os alunos a identificar a utilização de determinada fonte de energia
relação da tensão elétrica, a corrente e a po- para a substituição de outra, mostrando que,
tência dissipada nas redes de transmissões de às vezes, isso não é fácil de ser feito. Observa-
energia elétrica, compreendendo o porquê ção: as respostas e e d seriam aceitáveis, dada
de elas serem feitas em altas-tensões. a imprecisão na leitura do gráfico.
104
Física – 3a série – Volume 1
105
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO
PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO
TEMA
Os temas tratados neste Caderno podem mo são abordados de uma forma diferenciada da
ser aprofundados e estendidos por meio do uso maioria dos livros didáticos. Os temas são apre-
das referências a seguir. A lista é formada por sentados predominantemente de forma qualitati-
referências citadas no decorrer deste volume. va, mas introduzindo os formalismos e modelos
teóricos necessários. Os conteúdos são contex-
Nestes livros e sites, existe material de apoio tualizados, procurando dar significado e fazer re-
para complementar o planejamento das aulas e lações com o universo vivencial dos alunos. Ao
espaços particulares para consulta de materiais final de cada capítulo, são apresentados questões
de ensino que ampliam as discussões propostas e problemas que tratam dos conteúdos centrais
em todos os Cadernos. do eletromagnetismo trabalhados. Há sugestões
de experimentos e de outras atividades.
Livros
REIS, Lineu Belico dos; SILVEIRA, Semida
BERMANN, Célio. Energia no Brasil: para (Orgs.). Energia elétrica para o desenvolvimen-
quê? Para quem? – Crise e alternativas para to sustentável. São Paulo: Edusp, 2000. (Cole-
um país sustentável. São Paulo: Livraria da ção Acadêmica.) O gerenciamento de recursos
Física/Fase, 2001. Apresenta muitos dados so- energéticos é o assunto desse livro, que enfoca
bre energia elétrica no Brasil, focando a ques- a problemática da energia elétrica dentro do
tão do desenvolvimento sustentável. paradigma do desenvolvimento sustentável.
Os autores apresentam um panorama geral
GOLDEMBERG, José; LUCON, Oswaldo. sobre geração, distribuição e consumo das
Energia, meio ambiente e desenvolvimento. 3. diversas fontes de energia, em uma aborda-
ed. São Paulo: Edusp, 2008. O livro aborda gem essencialmente voltada para a realidade
a questão da energia de forma aprofundada, brasileira, tratando tanto de aspectos técnicos
correlacionando-a a questões econômicas e à como socioambientais.
degradação ambiental, discutindo suas causas
e possíveis soluções. Traz dados úteis para o RIVAL, Michael. Os grandes experimentos
professor que quiser trabalhar com seus alu- científicos. Tradução de Lucy Magalhães. Rio
nos a problemática da energia, não apenas de Janeiro: Zahar, 1997. (Coleção Ciência e
no aspecto da sua produção. Um artigo com Cultura.) Aproximadamente 40 experimentos
parte do conteúdo do livro pode ser acessa- fundadores de campos diversos da ciência são
do pelo site: <http://www.scielo.br/scielo. descritos no livro, situando-os entre os conhe-
php?script=sci_arttext&pid=S0103-4014200 cimentos e as indagações relativos ao tema na
7000100003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: época, descrevendo os procedimentos utiliza-
27 maio 2013. dos e as principais conclusões. Pode ser útil na
discussão de aspectos da evolução histórica e
GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO da investigação na ciência.
DE FÍSICA – GREF. Leituras de Física 3 – Ele-
tromagnetismo. 3. ed. São Paulo: Edusp, 1998. RODINI, Itzhak. Dicionário Houaiss de Físi-
No livro do GREF, a eletricidade e o magnetis- ca. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005. Dicionário
106
Física – 3a série – Volume 1
107
f Situação de Aprendizagem 2: GREF – Lei- Acesso em: 23 maio 2013. Programa de apoio
turas de Física – Eletromagnetismo, p. 7-9. aos alunos do Ensino Médio, ministrado por
f Situação de Aprendizagem 3: GREF – Lei- estudantes de licenciatura da USP. Contém
turas de Física – Eletromagnetismo, p. 31- material produzido para uso com alunos
32 e as unidades 11 e 12. dessa faixa etária, propondo textos e ques-
f Situação de Aprendizagem 12: GREF – Lei- tões. Para o desenvolvimento da Situação de
turas de Física – Eletromagnetismo, p. 53-56. Aprendizagem 3, sugerimos a leitura do mó-
f Situação de Aprendizagem 13: GREF – Lei- dulo 4, unidade 1, p. 16, e, para a Situação
turas de Física – Eletromagnetismo, p. 82-84. de Aprendizagem 5, consulte o módulo 4,
f Situação de Aprendizagem 14: GREF – Lei- unidade 1, p. 17-19. Sugestão de leitura para
turas de Física – Eletromagnetismo, p. 78. a Situação de Aprendizagem 13: módulo 4,
f Situação de Aprendizagem 15: GREF – unidade 2, p. 37-38.
Leituras de Física – Eletromagnetismo, p.
77-80. Rived. Disponível em: <http://rived.mec.
gov.br>. Acesso em: 23 maio 2013. Site que
Pró-Universitário Física. Disponível em: <http:// apresenta diversos objetos de aprendizagem
www.cienciamao.if.usp.br/tudo/index.php?midia que podem auxiliar na discussão de concei-
=pru&fiter=disciplina&by=f%EDsica>. tos físicos.
108
Física – 3a série – Volume 1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os temas tratados neste Caderno aborda- dução de um dos conceitos mais importan-
ram a eletricidade partindo do uso cotidiano tes da Física moderna: o campo.
de equipamentos elétricos. Os alunos foram
sensibilizados para a existência da eletricidade O terceiro tema teve como objetivo de-
no cotidiano, em particular no reconhecimen- monstrar a relação entre eletricidade e magne-
to das características da rede elétrica e das es- tismo (o conceito de campo eletromagnético),
pecificações dos equipamentos. possibilitando a compreensão de como a ener-
gia elétrica é gerada por meio de motores e
O uso racional da energia elétrica e a ma- geradores. Por fim, buscou-se explicar o fun-
neira de estimar gastos e formas de econo- cionamento das usinas elétricas, bem como a
mia fecharam o primeiro tema trabalhado. transmissão e o uso social da energia.
O passo seguinte foi avançar no estudo das
propriedades da matéria e preparar a intro- Bom trabalho!
109
QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO
1a série 2a série 3a série
MOVIMENTOS: CALOR, AMBIENTE E EQUIPAMENTOS
GRANDEZAS, VARIAÇÕES USOS DE ENERGIA ELÉTRICOS
E CONSERVAÇÕES
– Fenomenologia: calor, – Circuitos elétricos
– Grandezas do movimento: temperatura e fontes
– Campos e forças
identificação, caracterização
– Trocas de calor e propriedades eletromagnéticas
e estimativa
Volume 1
térmicas da matéria
– Motores e geradores
– Quantidade de movimento
– Aquecimento e clima
linear, variação e conservação – Produção e consumo de
– Calor como energia energia elétrica
– Leis de Newton
– Máquinas térmicas
– Trabalho e energia mecânica
– Equilíbrio estático e dinâmico – Entropia e degradação de
energia
110
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências Humanas Área de Ciências da Natureza
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora
Teônia de Abreu Ferreira.
Maria Elizabete da Costa Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Santana da Silva Alves.
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Fernandez. de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Luís Prati.
Valéria Tarantello de Georgel Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
Coordenadora Geral do Programa São Paulo PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
faz escola PEDAGÓGICO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
Valéria Tarantello de Georgel Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Área de Linguagens
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
EQUIPES CURRICULARES Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Ventrela. Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Nogueira. Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
e Sonia Maria M. Romano.
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Aparecido Cornatione. Sílvia Regina Peres. Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Área de Ciências da Natureza Área de Matemática
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Rodrigo Ponce. Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Maria da Graça de Jesus Mendes. Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Log Print GráÅca e Logística S. A.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Martins e Renê José Trentin Silveira.