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O desempenho da administração Nyusi

PRÓXIMA, 4ª EXTRACÇÃO DA LOTARIA 24/01/2019


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TEMA DA SEMANA
2 Savana 25-01-2019

Governo Nyusi em 2018

Um ano difícil
C
omo tem sido nossa tra- tro desfecho. O PR tem a opção se para um desfecho, os últimos
dição, nesta época do ano, de mudar a titular do cargo já nos acontecimentos abrem uma nova
procedemos nesta edição próximos meses, mas tal não será página ainda mais complicada, e o
a uma avaliação sintética significativo se não for mudada a Primeiro-Ministro não terá mãos a
do desempenho de cada um dos orientação política. medir. Pode se dizer que é o PM
membros do actual governo, neste Nestas circunstâncias, Nyusi, como mais azarado da história do país.
que foi o quarto e penúltimo ano candidato a um novo mandato
do seu mandato. como chefe de governo, arrisca-se Carlos Mesquita –
A avaliação, mesmo que não a enredar-se nas contradições de Ministro dos Transportes e
seja vinculativa para fins oficiais, natureza política do próprio regi- Comunicações
baseia-se nas nossas observações me. O que é mau para o seu futuro Carlos Mesquita tomou posse com
sobre o comportamento de cada como governante. a espinhosa missão de tornar os
membro do governo no desempe- corredores de transporte nacionais
nho das suas funções. Reconhe- Carlos Agostinho do mais competitivos, modernização
cendo não se tratar de um proces- Rosário: Primeiro-Ministro e expansão dos portos e linhas fér-
so científico e vinculativo, levamos Visto como um gentleman com reas, revitalização da cabotagem
também em conta alguns elemen- um longo percurso na governação, marítima, implementação da mi-
tos de análise da opinião pública, tem tido um papel importante no gração de televisão analógica para
com o único objectivo de apontar recursos fundamentais para o de- trónico. apoio à governação do presidente digital, melhoramento do trans-
questões críticas referentes aos senvolvimento do país, remetendo Nyusi ele que é de facto o chefe do porte público urbano, particular-
O FMI continua a exigir a refor-
vários ministérios, e encorajar os muitas vezes o executivo a gestão governo. Rosário, que foi gover- mente na área Metropolitana de
ma das empresas públicas, mas o
respectivos titulares a encontra- corrente. À excepção do Mitader nador e ministro da Agricultura e Maputo.
governo parece ter muito pouca
rem melhores formas de ultrapas- (Ministério da Terra, Ambiente e Pescas (1994), durante a adminis- Os números do ministério indi-
vontade em fazer o seu desman-
sar possíveis problemas. Desenvolvimento Rural), onde pa- tração de Joaquim Chissano, antes cam para a aquisição de 380 no-
telamento. Não se sabe ainda dos
Moçambique enfrenta enormes rece haver sempre dinheiro. de enveredar pelas lides diplomá- vos autocarros distribuídos em
resultados da aglutinação da Mcel
desafios, muitos dos quais não se A ausência de recursos, força o ticas, representando o país em al- todas capitais províncias, tendo o
com as TDM e se a LAM sobre-
tinha ideia quando este governo chefe de governo a esgrimir os guns dos mais importantes países grosso ficado na área metropoli-
viverá à concorrência das empre-
assumiu funções em 2015, perante sucessos com as políticas finan- do continente asiático. tana de Maputo. Em Fevereiro de
sas privadas que foram admitidas
uma população cada vez mais im- ceiras do Banco de Moçambique, 2018, num esforço do sector pri-
na aviação civil. O IGEPE, que
paciente em ver os seus problemas nomeadamente os seus indicado- vado em parceria com o governo,
poderia desempenhar um papel foi introduzido o MetroBus, que
resolvidos. É nestes termos que se res cambiais, de inflacção, reservas
fundamental nessa transformação, consiste na combinação integrada
espera dos membros do governo monetárias e uma gradual redução
parece continuar desprovido de de comboios e autocarros, para o
que deem resposta a estes proble- das taxas de juro. Porém, mesmo aí,
agilidade e a continuar a ser um transporte de passageiros ligando,
mas, numa perspectiva em que há foi forçado a intervir para emendar
“saco azul” para a colocação da Boane, Cidade da Matola, Matola
um equilíbrio entre os recursos a mão do Governador do Banco,
clientela partidária. Gare, Marracuene com a Cidade
colocados à disposição e os resul- em rota de colisão com a banca
Nyusi tem dado claros sinais que de Maputo, mas o projecto enfren-
tados daí obtidos. comercial, de que resultou um em-
quer mudar a dinâmica da maneira ta dificuldades de implementação,
O Plano Quinquenal do Governo baraçoso “apagão” no sistema de
de funcionar no Aparelho de Es- relacionados com a utilização da
(PQG) no seu conjunto, e ainda as pagamentos electrónicos da banca.
tado. Mas, as suas várias compo- linha férrea da empresa pública
suas parcelas anuais, são o pêndu- Eventualmente, no braço de ferro
nentes, fincaram os pés na parede Portos e Caminhos de Ferro de
lo mais objectivo para uma avalia- ao milímetro com parte dos doa-
e, tanto quanto podem, têm feito Moçambique (CFM). Essas difi-
ção justa sobre o desempenho do dores externos, parece pairar no ar
“ouvidos de mercador” ao emagre- culdades estarão a levar a empresa
governo. Nesta edição, avaliamos o síndrome do “cansaço das dívidas
ocultadas”, havendo um discurso cimento preconizado pelo FMI. MetroBus a equacionar investir da
uma parte dos ministros da admi-
de omissão e apaziguamento por As mordomias continuam, as fo- sua própria linha.
nistração Nyusi. O mesmo exercí-
parte dos interlocutores que con- lhas de salário não param de au- Porém, apesar de uma lufada de ar
cio será feito na próxima edição,
tinuam irrascíveis quanto ao Or- mentar, incluindo a dos “fantasmas fresco no sistema de transporte, o
numa empreitada em que chega-
çamento de Estado, mas bem mais vivos” incluídos nos pagamentos mesmo ainda não responde à de-
remos aos governadores e impor- Quando este ciclo de governação
tantes estruturas económicas do generosos na cooperação bilateral. por “ordens superiores”, continuam manda da população que continua
foi iniciado em Janeiro de 2015, o
Estado. A leitura é que a miragem do El os aumentos e o 13º. foi anunciado sendo transportada em moldes não
à boca do fim do ano, claramente seu nome nunca constou da pool
Este é, de qualquer forma, o único Dorado de Cabo Delgado(CD) é aconselhavies nos vulgos “my love”.
uma prenda eleitoral. São mínimos de figuras que se vaticinavam como
meio que temos ao nosso alcance para todos aliciante. Aliás, o edil eleito para o Conselho
os cortes de gorduras preconizados candidatos a ocupar o cargo de
para contribuir para uma melhor Nyusi conseguiu “furar” o blo- Autarquico de Maputo, Eneas Co-
pelo MEF (Ministério de Econo- Primeiro-Ministro. A sua nomea-
governação que produza resulta- queio ocidental com uma visita à miche, prometeu lincenciá-los por
mia e Finanças). ção foi uma grande surpresa, mas entender que não terá capacidade
dos positivos para o bem de todos. Noruega e passagens fugazes pela não há registo de que tenha decep-
Chefe do Governo: Filipe Suíça, Grã-Bretanha e o Vaticano. Os órgãos de soberania são outro de uma solução que coloque defi-
cionado. Uma espécie de chefe de
Jacinto Nyusi Do ponto de vista económico, foi quebra-cabeças. Há claramente re- nitivamente os “my love” fora de
O PR, por inerência constitucio- sistências às mudanças que devem turma, tem-se notabilizado por in- circulação. Isto demonstra clara-
importante referenciar o Ruanda e
nal, é o chefe de governo. ser feitas em função das conver- tervenções sóbrias e respeitadoras mente a necessidade de uma revi-
o Quénia, onde há muitos ses de
E, mais uma vez, 2018 não foi um sações com a Renamo. A resposta da importância que representam são do plano director dos transpor-
natureza política, mas há uma eco-
ano fácil para o presidente mo- musculada à violência em Cabo todos os 250 deputados que cons- tes que visiava a combinação dos
nomia que faz muito melhor que
çambicano. Delgado parece não ser o melhor tituem a Assembleia da República, meios rodoviário, ferroviário e
Moçambique e não faz parte do rol
Sobretudo nas duas frentes que antídoto para resolver o problema. sejam eles da oposição ou do parti- marítimo em diferentes pontos
miserabilista do estereótipo africa-
parecem ser a sua preocupação no. A anunciada visita às Maurí- Mas há claramente melhorias no do a que ele pertence. do país. É que a Metrobus tem
fundamental: A pacificação do país cias está no mesmo diapasão. sector policial com novas políticas Infelizmente como Primeiro-Mi-
e a gestão do barco governamental. Na frente económica, Nyusi viu e nova forma de actuação. Bernar- nistro, mais ocupado pelas ques-
Na frente paz tem estado a altura empalidecer duas das estrelas de dino está a anos luz da boçalidade tões económicas, Do Rosário viu
dos desafios. mudança, enredadas nas comple- de Jorge Khalau. O pesadelo dos uma grande parte do seu tempo
É certo que a máquina está mais xidades e contradições do próprio raptos parece quase passado. preenchido pelos esforços para en-
afinada, mas há claramente regime. Magala, o PCA da EDM, A PGR, não sendo uma área go- contrar saídas para o marasmo em
“players” que não estão à altura dos teve que ser reexportado para o vernativa, não deixa de ofuscar a que o país se encontra, com muito
desafios. Quer no governo central, BAD, deixando a meio as refor- direcção de FJN, sobretudo pela pouca margem de manobra peran-
quer nas províncias. mas que tentou lançar na eléctrica inércia em relação aos crimes de te recursos cada vez mais escassos,
Ao contrário de outros presidentes, pública, num modelo que colocou colarinho branco, onde há uma e numa altura em que a generosi-
Nyusi não tem hesitado em mudar de cabelos em pé a elite clientelis- notória influência política. E sa- dade da comunidade internacio-
ministros e governadores. Porque ta do Partido Frelimo, que vive de bemos, quando a separação de nal se tornou condicionada pela
quer os planos de governo cum- pesadelo em pesadelo, confrontada poderes não é o que se apregoa, omnipresente questão das dívidas
pridos. com o pavor de perder as eleições se houvesse outro posicionamen- ocultas.
O drama das “dívidas ocultas” deixa em Outubro de 2019. Zandamela, to político, muitos dos casos que Numa altura em que se pensava
o Orçamento de Estado carente de pelos tiros nos pés no apagão elec- “marcam passo” conheceriam ou- que o assunto caminhava qua-
TEMA DA SEMANA
Savana 25-01-2019 3

reivindicado limitações no uso facto poderá resistir à concorrên- se avizinha. ao desvio de medicamentos, sendo cional das Actividades Económi-
das linhas férreas que pertecem cia com a enorme dívida acumu- Na EDM, Tonela perdeu um alia- cada vez mais mediáticos os casos cas (INAE), supostamente porque
aos CFM, tendo as duas partes lada e uma mão de obra em que do de peso na direcção da empresa, de detenções de pessoal envolvido as acções inspectivas hostilizam as
entrado em rota de colisão. A alo- claramente, não há coragem para disposto a combater o acampa- nessa prática. empresas.
cação de uma nova embarcação li- reequacionar, depois de anos à dis- mento que o sector predador da Abdula manteve a tradição de o Parece ter-se subordinado à lógica
gando a Ilha de Inhaca e a cidade posição dos apetites predadores da Frelimo montou no “procurement” Ministério da Saúde ser o que mais de que a bandalheira no comércio
de Maputo é importante, mas mais nomenklatura Frelimo. da empresa. Porém, aparentemen- rapidamente coloca ao serviço do é um sacrifício que deve ser con-
importante também em resolver a te, os interesses da Frelimo soaram SNS quadros acabados de qualifi- sentido para o crescimento das
ligação entre Quelimane-Chinde, Max Tonela-Ministro mais alto e Mateus Magala teve de car, dentro de um esforço visando o empresas.
agora que avariou o “Lua-Lua”. dos Recursos Minerais e voltar ao BAD (Banco Africano de apetrechamento da área em recur-
Uma vez disse que o país não tem
De qualquer forma, a entrega mas- Energia Desenvolvimento) com o trabalho sos humanos.
empresários, mas parece não ter
siva de autocarros e a sua gestão Terá sido a pensar na mentalida- deixado a meio. feito muito para que esse cenário
Conseguiu que as tensões com
pelo sector privado, parecem me- de empresarialmente orientada de A HCB, outra empresa tutelada mudasse, pelo menos ao seu nível,
os funcionários do Ministério da
lhores alternativas que o anacro- por Tonela, continua um plano na qualidade de ministro da Indús-
Saúde continuassem num nível
nimso das empresas públicas ou criterioso de renovação tecnológi- tria e Comércio.
latente e que não explodissem
mesmo o modelo municipalizado. ca e também com a sua proposta Tem inegavelmente o mérito de
para um nível de litigância aber-
Não deixa de ser populismo a en- de alienar a privados uma parte do terem surgido novas indústrias no
ta, como aconteceu com os seus
trega de 1 /2 autocarros para as pe- seu capital social, proposta que os seu tempo, apesar de o processo
antecessores. Porém, ainda estão
quenas cidades sem capacidade de críticos do regime não acolheram de nascimento desses empreendi-
por concluir o Hospital Distri-
os rentabilizarem e assegurarem a de bom grado. mentos ter começado bem antes
tal de Marávia (Tete), o Hospital
sua manutenção. Max Tonela, pertencente ao cír- da sua chegada a titular do pelouro
geral de Nampula e provincial de
A migração da radiodifusao digital culo mais próximos dos colabora- da Indústria e Comércio. Podia ter
Inhambane. Estas unidades sani-
já vai atrasada, facto que fez com dores de FJN, é indubitavelmente travado o arranque desses projec-
tárias estavam programadas para
que o executivo estabelecesse o um governante com futuro. tos, como o país já viu acontecer no
serem concluídas em 2018. passado.
segundo prazo para Dezembro de Nazira tem dois problemas políti-
2019, depois de inicilamente ter fi- Nazira Abdula-Ministro da cos “bicudos”. O assédio ao minis-
Saúde João Machatine – Ministro
xado junho de 2015. Os dados não tério de um antigo fornecedor da das Obras Públicas
batem certo, enquato o Ministério O Ministério da Saúde assistiu im-
potente à degradação do Sistema
“época Guebuza” e a desconfiança Habitação e Recursos
aponta para montagem de 59 dos que paira no sector em relação a Hídricos
60 emissores digitais planificados Max Tonela que o Presidente da Nacional de Saúde (SNS), muito
envolvimentos familiares no for- Caso não caia aos pés de sectores
a Empresa de Transporte, Multi- República, Filipe Nyusi, o movi- por força dos desentendimentos
necimento de equipamentos e me- mafiosos do seu próprio partido,
plexação e Transmissão (TMT) mentou de ministro da Indústria entre o Governo e os parceiros
dicamentos. habituados a traficar licenças de
indica 42 emissores. e Comércio para o nevrálgico pe- internacionais, na sequência da
obras públicas, o jovem ministro,
louro dos Recursos Minerais e descoberta das chamadas dívidas
A TMT assegurou que em até Ragendra de Sousa- João Machatine, é um governante
Dezembro 2018, Maputo cidade e Energia. ocultas. Há avultadas dívidas com Ministro da Indústria e que tem um futuro brilhante pela
Província estariam a usufruir dos Algum tempo depois da sua che- os fornecedores de medicamen- Comércio frente. Três anos depois de ter sido
serviços de radiodifusão digital, gada, foram assinados acordos fun- tos e as promessas de pagamentos Qualquer coincidência entre Ra- “emprestado” ao Instituto Nacio-
mas o pacato cidadão nada sabe damentais relativos à exploração feitas em Novembro passado pelo gendra de Sousa, docente e teóri- nal de Gestão das Calamidades
uma vez que não há informações de gás natural na Bacia do Rovuma ministro da Economia e Finan- co crítico do Governo da Frelimo (INGC), Machatine regressou ao
relativamente a comercialização e sobre o início da prospecção de e Ragendra de Sousa, ministro da
do equipamento de recepção (con- pesquisa de mais blocos petrolífe- Indústria e Comércio, parece pura
versor e antena). Os intervenien- ros no âmbito do quinto concurso ficção.
tes desta área queixam-se da falta internacional. Seguindo interesses obscuros, as-
de diálogo com o provedor, bem É com Max Tonela na área dos sumiu como “cavalo de tróia” o
como como o governo. Recursos Minerais e Energia que, desmantelamento da direcção do
As Organizações da Sociedade pela primeira vez, uma multina- Instituto de Cereais de Moçambi-
Civil clamam para a criação de leis cional promoveu um “roadshow” que (ICM), para colocar uma nova.
que acompanhem este processo destinado à apresentação das opor- A acção de Ragendra no ICM
para evitar problemas futuros, uma tunidades de negócios para as em- visou controlar mais de perto o
vez que a legislação existente sobre presas moçambicanas, em mais um negócio do lucrativo feijão boer,
o assunto é antiga e não se aplica à impulso enquadrado no âmbito do através da colocação de uma equi-
esta nova fase. chamado “conteúdo local”. pa que lhe devesse o favor da as-
Mesquita, um engenheiro ferro- Em defesa do empresariado na- censão. O sistema de quotas de
-portuário, mas chegado ao PR, cional, protagonizou um braço- exportação foi e é um desastre, mas
mobilizou o lançamento da pri- -de-ferro com a petroquímica sul- tem o aplauso do sector parasita e
meira pedra para o cumprimento -africana Sasol, ao mandar anular ças, Adriano Maleiane, não fo- rendeiro do partido Frelimo que ministério das Obras Públicas,
da agenda eleitoral de Nyusi no um concurso lançado exclusiva- ram integralmente cumpridas. Os lucra com as exportações para a Habitação e Recursos Hídricos,
que diz respeito à construção do mente para firmas sul-africanas, fornecedores dos medicamentos Índia, nomeadamente por via das em Maio de 2018, com a espinho-
Aeroporto Xai Xai, visto em im- em detrimento das companhias estão desiludidos e prometem não sa missão de tirar a instituição da
portantes sectores como mais um moçambicanas. avançar em mais importações sem inércia em que se encontrava, em
elefante branco a caminho, que irá Também no tempo que leva na se saldarem as dívidas, situação parte por culpa da crise financei-
juntar-se ao Aeroporto de Nacala. pasta dos Recursos Minerais e que pode comprometer o sistema ra bem como a falta de uma visão
A primeira pedra foi lançada a 4 Energia, foi desencadeada a cam- de saúde. estratégica do anterior titular da
de Outubro, mas no terreno ainda panha de marcação de combustí- pasta.
persiste a questão do reassenta- veis, visando estancar o contraban- A entrada de Nazira Abdula, na Machatine não tinha outra al-
mento e indeminização das popu- do deste recurso. pasta da Saúde, coincidiu com um ternativa se não buscar “parcerias
lações. Mitigou os mal-entendidos ao ní- período de maior carência ao nível inteligentes” e fazer do devido
Para os meses que restam para fe- vel do mecanismo de formação de de medicamentos e de outros com- trabalho de casa, de modo a correr
char o quinquénio, Mesquita tem preços com que são vendidos os ponentes essenciais para o funcio- contra o tempo, na resolução dos
pela frente o desafio de revitalizar combustíveis no país, permitindo namento do SNS. problemas mais candentes do mi-
a cabotagem marítima, reabilitar uma maior comunicação através de As farmácias do Estado ficaram nistério. Logo após a sua tomada
as Linhas férreas de Machipanda e conferências de imprensa no lugar reduzidas a uma peça “tragicómi- de posse, sem muito alarido, visi-
de Ressano Garcia, para responder do comunicado. ca”, sendo palcos para os funcioná- tou as obras da construção da pon-
a crescente demanda de carga e da Apesar dos avultados investimen- rios carpirem as suas mágoas. te Maputo-Katembe e as respecti-
logística em geral, no contexto do tos em curso no sector energético, Por força do enfraquecimento vas estradas de ligação a Ponta de
desenvolvimento dos corredores as ineficiências nessa área conti- do sistema, a sangria de quadros comissões que exige aos verdadei- ouro, cuja previsão de inauguração
da Beira e de Maputo. Muita ex- nuam, com sérias consequências agudizou-se e os que lá continuam ros agentes de comercialização. era 25 de Junho de 2018.
pectativa é aguardada quanto aos para as famílias e empresas, como fazem “figura de corpo presente”. Também não disfarçou o desprezo Sendo ele um engenheiro de cons-
resultados da fusão entre a mCel aconteceu recentemente no centro Com ela à frente do Ministério da pelo trabalho da Bolsa de Merca- trução civil, propôs o adiamento
e TDM, formando Moçambique do país. Saúde, o pessoal médico e serven- dorias de Moçambique (BMM), do evento até que fossem concluí-
Telcom (Tmcel), duas empresas No sector da electricidade, o mi- tuário recuperou “o mau atendi- tendo lá colocado uma nova direc- das algumas secções básicas, como
empurradas para uma espécie de nistério preferiu alimentar a con- mento” que tinha perdido com o ção, cuja acção é “manifestamente a rampa “A” que liga a 24 de Ju-
“falência técnica” pela elite preda- fusão em relação à proposta da seu antecessor Ivo Garrido. invisível”. lho, a rampa “K” que liga a EN1
dora do partido governamental. nova lei, para se furtar ao reco- Com o seu pelouro acossado com Quando chegou ao Ministério na zona do acesso ao porto de
A LAM, outra empresa da sua tu- nhecimento de que vai impor uma graves insuficiências, Nazira Ab- da Indústria e Comércio não es- Maputo, as portagens, os acessos a
tela, parece melhor com a direcção nova taxa aos consumidores, pen- dula teve o mérito de dar maior condeu publicamente a aversão à fronteira com a África do Sul
de Pó Jorge, mas resta saber se de sando no calendário eleitoral que acção e visibilidade no combate enérgica acção da Inspecção Na- RSA, entre outros componen-
TEMA DA SEMANA
4 Savana 25-01-2019

tes. A ponte e as estradas de li- blema básico. lecioná-la e os que são avessos aos ser testemunhada, o ano passado, te ponto, para além do desempe-
gação foram inauguradas a 10 Preocupado com os problemas das números possam ensiná-los. Mas, com a circulação, nas redes sociais, nho estar aquém das expectativas,
de Novembro, dia da cidade de obras públicas no país foi criada a os mais críticos prevêem mais uma dos exames de matemática e física os combatentes criticam a con-
Maputo. Inspecção Geral das Obras Públi- quebra do sistema de educação, tal das duas classes. Trata-se de uma centração do financiamento dos
Paralelamente, olhou para as atri- cas (IGOPE), que visa, assegurar como aconteceu, em 2004, quando realidade que se repete, anualmen- projectos propostos na província
buições do MOPHRH e centrou uma maior fiscalização das obras e se introduziu o novo curriculum. te, e que ainda não se conhece a e cidade de Maputo, por um lado,
as suas atenções na reabilitação prevenir os erros na construção in- Uma batalha ganha por Sorta- sua dimensão, tanto em termos de assim como nos combatentes fi-
da principal estrada do país EN1, dependentemente dos sectores de ne, no ano findo, foi o pagamen- número de disciplinas, assim como liados na Associação dos Comba-
a espinha dorsal do país, que está actividades. Trata-se de uma insti- to, na totalidade, dos retroactivos, das figuras envolvidas, mas com a tentes de Luta de Libertação Na-
num estado crítico, o fornecimen- tuição fundamental no país onde de 2017, referentes as famosas certeza de que o epicentro de tudo cional (ACLLN), em detrimento
to de água, esta última, uma das reina uma autêntica anarquia neste “horas-extras” e “segundas turmas” é no próprio Ministério. dos da Renamo, apesar da criação
poucas componentes que o ante- sector o que faz com que até obras aos professores, faltando apenas o Outro desafio que também se do Fundo da Paz e Reconciliação
rior titular conseguiu fazer andar. públicas não tenham a qualidade pagamento dos retroactivos refe- impõe ao sector é o reforço do Nacional, que se destina ao finan-
Apesar de ser difícil vê-lo a sor- que se deseja, prazos de conclusão rentes à 2016, que está sendo pago programa de alimentação escolar, ciamento de projectos dos dois
rir, Machatine aposta no diálogo largamente extrapolados. a conta-gotas. Trata-se de uma introduzido, em 2013, que, nesse partidos.
como seu principal instrumento Na frente do abastecimento de guerra travada pelos professores, momento, está sendo implemen- Outra situação que preocupa os
de trabalho com diversos interve- água, não se sabe como vai acabar a em 2017, que levou alguns a mani- tado em 718 escolas primárias combatentes e que já mereceu
nientes, incluindo o seu vice que novela dos vários concursos envol- festarem-se, na província de Gaza, (4,3%), uma cifra bastante abai- críticas do Chefe de Estado é do
tem o dado espaço para poder tra- vendo a barragem da Corumana, a exigindo a resolução do problema. xo das necessidades. O programa, registo dos combatentes, que ain-
balhar. construção de uma nova adutora e Um problema pelo qual tinha sido cujos resultados da sua imple- da não conheceu o seu fim. Trata-
Foi nesse prisma que sentou com as estações de tratamento e bom- criticado o seu antecessor. mentação ainda são questionáveis, -se de um processo cujo término é
alguns empreiteiros nacionais e es- bagem, um empreendimento que A luta que também parece es- mostra-se necessário em todo o desconhecido, apesar do grupo a
trangeiros e negociou, mediante as visa melhorar o abastecimento tar sendo ganha é da retirada dos país, tendo em conta as necessi- registar não constituir mais de um
condições financeiras do país, um de água ao grande Maputo. Não alunos do chão … com apoio de dades (fome) por que passam as quarto (¼) da população nacional.
pacote “solidário” para a realização se sabe ainda quando arrancará outros actores governamentais No crianças, sobretudo nas zonas, ci- Pelo rumo dos acontecimentos,
das obras de reparação de emer- o projecto da nova barragem de ano passado, o MINEDH adqui- clicamente, afectadas por calami- tudo indica que o processo não
gência, enquanto o governo pro- Moamba Major, um projecto que riu 81.099 carteiras duplas (mas dades naturais. será concluído neste mandato
cura um financiamento para uma acabou afectado pelo escândalo em que se sentam três alunos), fru- Referir ainda que, em 2018, foram para o agrado de quem processa as
possível reabilitação definitiva. “lava jacto” no Brasil, uma vez que, to da madeira apreendida durante contratados 4.862 professores para pensões. Há desconfiança que os
As máquinas já roncam desde inicialmente, o projecto deveria ser a “Operação Tronco”, levada a cabo o ensino primário e 165 do ensino números de combatentes são al-
Novembro nos troços Pambara- apoiado pelo banco de desenvolvi- pelo Ministério da Terra, Ambien- secundário e capacitados 275 pro- tamente inflacionados por forma a
-Rio Save, em Inhambane; Rio mento brasileiro. te e Desenvolvimento Rural. Aliás, fessores e formadores em língua criar clientelismos políticos.
Save-Rio Muari, Inchope-Go- Claramente, este é um sector onde segundo o Chefe de Estado, devi- de sinais, número que permitiu a O projecto de construção de 100
rongosa-Canda, Canda-Matondo, se notam mais os efeitos perver- do a este projecto, até ao fim deste redução do rácio professor/aluno, casas em todo país para os com-
Matondo-Nangue e Nangue- sos das dívidas ocultas. Na falta de ano nenhum aluno irá sentar-se agora fixado em 61 alunos para batentes com deficiência, é outro
-Cruzamento para Marromeu, em apoios para novos projectos e nas no chão, o que pode constituir um cada professor, facto que ainda sonho cuja concretização é uma
Sofala e Rio Lúrio-Metoro, em dívidas colossais aos empreiteiros alívio nos mais de sete milhões de mantem as salas de aulas superlo- miragem, com a conclusão, até ao
Cabo Delgado e espera-se que os que operam no sector. alunos que frequentam o curso tadas. momento, de seis casas, uma cifra
resultados sejam visíveis até Se- diurno, do ensino geral. Com todos estes dados, enten- bastante abaixo do previsto.
tembro, principalmente em sec- Conceita Sortane: Não obstante, as carteiras pare- demos que a Ministra ainda não Num contexto em que o Estado
ções em que nem asfalto havia. Ministra da Educação e cem não ter ainda o efeito deseja- encontrou “a melhor aspirina” para continua a enfrentar dificuldades
Deu forma ao projecto integrado Desenvolvimento Humano do, tendo em conta a quantidade curar os males que enfermam a para pagar salários aos seus funcio-
de desenvolvimento de estradas Depois de um 2017 cinzento, de alunos que ainda continuam a educação, apesar do esforço que nários, Lambo continua à espera
rurais que culminará com a rea- Conceita Sortane, membro da estudar ao relento, apesar da con- tem empreendido. de financiamento estatal, mos-
bilitação de quatro mil quilóme- Comissão Política da Frelimo, o clusão de 424 salas de aulas (bene- trando-se como um dirigente sem
tros de estradas nas províncias de partido governamental, parece ain- ficiaram mais de 54 mil alunos) e Eusébio Lambo: Ministro iniciativa para buscar dinheiro, de
Zambézia e Nampula. A espec- da estar à procura da bússola ne- da construção de 19 escolas secun- dos Combatentes
modo a viabilizar os seus projectos.
tativa é de melhorar a transitabi- cessária para melhorar a qualidade dárias. Trata-se de uma realidade Definitivamente, Eusébio Lambo
Durante estes quatro anos, o Mi-
lidade, com destaque para o es- de ensino, num sector cuja impor- que se repete, em todo o país, in- Gondiwa figura na lista dos minis-
tros cuja manutenção, no governo, nistério dos Combatentes obteve
coamento da produção o que pode tância é indiscutível, em qualquer cluindo na capital moçambicana,
obedece mais à lógica política que ganhos na fixação de pensões, uma
contribuir para galvanizar a activi- sociedade civilizada. onde crianças estudam debaixo de
intelectual. Com apenas 12 meses área apetecível para a emergência
dade agrícola. Assim, pela frente, Uma das acções de vulto teste- árvores.
para o término do mandato, o ti- de “combatentes fantasmas”. Para
Machatine têm o desafio garantir munhadas, em 2018, foi a revisão Outra situação ainda patente está o quinquénio (2015-19), esta-
a manutenção das estradas nacio- da Lei do Sistema Nacional de relacionada com a distribuição do va previsto fixar pensões para 15
nais para que não se repita o cená- Educação, documento aprovado, livro escolar de “distribuição gra- mil combatentes, mas os números
rio da EN1, o que certamente vai pela Assembleia da República, por tuita” que, apesar de, anualmente, alcançados são surpreendentes:
contribuir para testar se Machati- consenso, e que torna obrigatória se garantir que há stock suficien- 51.907 no período 2015-18.
ne era ou não guiado por força de e gratuita a escolaridade até à 9ª te para a sua distribuição, este não O ministério distribuiu 23 mil
soda. classe. Alguns sectores aplaudem chega a todos os alunos, sobretudo cartões de identificação dos com-
Para responder as necessidades de a medida. nos distritos, onde estes são obri- batentes, contra os 10.500 propos-
abastecimento de água introduziu Porém, reinam expectativas em gados a partilhá-lo. No ano passa- tos para o quinquénio. Atribuíram
o PRAVIDA (água para vida), que relação ao novo figurino das disci- do, o sector distribuiu 15 milhões 1.958 bolsas de estudos a comba-
vai beneficiar cerca de 1.700.000 plinas no segundo ciclo do ensino de livros escolares gratuitos e 20 tentes e seus filhos, contra os 1.386
pessoas e é de âmbito nacional. primário (da quarta à sexta classe), mil em sistema braille. planificados.
No capítulo da habitação, as ac- tendo em conta que, na sexta clas- Aliás, sobre o livro escolar, conti-
ções ainda não passaram da teoria se, os alunos passarão a ter um e nua a não haver clareza no modelo Cidália Chaúque Oliveira:
a prática. No Plano Quinquenal único professor, diferentemente, de livro a ser adoptado pelo Minis- Ministra do Género,
do Governo (PQG), que entra no do curriculum actual. Ainda não se tério para as primeiras duas clas- Criança e Acção Social:
seu ultimo ano de implementação, sabe que engenharia de formação ses, tendo em conta que, tal como tular da pasta dos combatentes, É uma ministra com muito pouco
estão inscritas 35 mil casas que de professores será feito para que os seus antecessores, a ministra um ministério cujo trabalho se protagonismo, numa área que se
devem ser construídas pelo Fundo docentes que nunca se entenderam reviu os manuais de ensino e de poderia resumir num Departa- requer mais pujança. A actuação
de Fomento de Habitação (FFH), com a língua portuguesa possam aprendizagem da primeira classe, mento do Ministério da Defesa do Ministério do Género, Criança
mas quase nada foi feito até aqui. facto que, mais uma vez, veio dei- Nacional, ainda não conseguiu e Acção Social continua se con-
No entanto, o ministro já deu in- xar perplexos os professores que, resolver as questões de fundo que fundindo com a do Ministério da
dicações exactas a nova direção do anualmente, têm sido obrigados a preocupam os combatentes, tanto Mulher e Acção Social, cuja preo-
FFH para que estabeleça parcerias similar novos conteúdos. os da Luta de Libertação Nacio- cupação era responder aos anseios
neste sector que tragam benefícios Sortane reviu ainda o programa nal, assim como os denominados da mulher, tida como a face visível
ao país e as populações, desde pre- da primeira classe, assim como a combatentes da Defesa da Sobe- da pobreza.
ços favoráveis e prazos de amorti- respectiva carga horária, de modo rania e da luta pela implantação da A conclusão resulta do rol de rea-
zação que respondam a realidade a adequá-lo a idade em causa, uma Democracia. lizações dos últimos 12 meses, em
dos moçambicanos. Deixou o de- atitude que também merece apre- Entre as preocupações que apo- que o pelouro prestou mais aten-
safio de ver resolvido o problema ciação positiva. quentam os combatentes está o ção às mulheres e menos ao gé-
dos apartamentos da vila Olím- Outra situação que continua a es- financiamento dos seus projectos nero, o que parece uma equação
pica, que desde a conclusão das candalizar a sociedade, é a contí- que, passados quatro anos, ape- do “politicamente correcto”. Em
obras ainda não têm inquilinos, o nua venda dos exames da 10ª e 12ª nas 3.027 foram financiados, dos 2018, o MGCAS implementou
que contrasta com a realidade do classes, uma prática já enraizada no 5.128 programados, o que repre- os 10 indicadores programados
país no qual a residência é um pro- sistema de educação, que voltou a senta uma realização de 59%. Nes- no Plano Económico e Social
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TEMA DA SEMANA
Savana 25-01-2019 5

Matias Damásio
Local: Salão Multiúso CICJC
01 Março 20h00
Jantar de Gala: 6000MT
(Não inclui bebidas)

Convidado
DJ Sérgio Butler

Local: Campus UEM


02 Março 19h00
Convidados
Mimae
Júlia Duarte
Twenty Fingers
Abuchamo Munhoto
Cef
Mr. Bow
DJ Supaman
Bilhetes:
Normal: 1000MT
VIP: 3500MT

Bilhetes já disponíveis nas Lojas Vodacom (Av. Samora Machel, Av. de Angola, Av. das Indústrias ), Loja BDQ Mobile
(esquina entre Av. Guerra Popular e Ahmed Sékou Touré), Computicket e Dolce Vita.

Produção
TEMA DA SEMANA
6 Savana 25-01-2019

Dívidas ilegais

Acusação dos EUA poderá influir nas


negociações com credores
A
s acusações dos EUA em pagamento”. vidas ocultas. Nyusi disse que o go- presas fornecedoras. Por exemplo, nha de propaganda sugerindo que
torno das dívidas ocultas Em Março de 2016, o governador verno vai deixar as instituições da o Centro de Integridade Pública a iniciativa do CIP visa hostilizar
vão eventualmente influir do Banco de Moçambique, Ernesto justiça funcionarem no quadro do (CIP) lançou uma forte campa- o governo e incitar a população a
nas negociações entre o Gove, sancionou um pagamento da princípio de separação de poderes. nha contra as dívidas ilegais, de- alterar a ordem pública.
Governo moçambicano e os credo- dívida da Proindicus, não obstan- nominada “Eu não pago dívidas Em conexão com as dívidas, o an-
res, admitiu o Primeiro-Ministro, te ter declarado publicamente que Separação de poderes ocultas”, estampada em camisetes tigo ministro das Finanças Manuel
Carlos Agostinho do Rosário esta não conhecia tal empresa. Carlos Agostinho do Rosário ape- e distribuída aos cidadãos interes- Chang está detido desde 29 de De-
semana. Corroborando as declarações de lou à serenidade até que o pro- sados em aderir a campanha. No zembro na África do Sul, a pedido
Rosário, o ministro da Economia e cesso judicial sobre a matéria seja entanto, num esforço para travar da justiça norte-americana, que
Falando num encontro com jor- Finanças, Adriano Maleiane, frisou concluído. Rosário defendeu que a campanha, a polícia posicionou- quer a extradição do ex-governante
nalistas em Maputo, Carlos Agos- que as informações que constam o executivo não se devia pronun- -se nas imediações dos escritórios por ter recebido alegados subornos
tinho do Rosário adiantou que das acusações feitas pelos EUA vão ciar sobre o assunto pois o gover- do CIP, confiscando ilegalmente pagos com parte dos empréstimos
as investigações da justiça norte- implicar que os credores façam uma no respeita a separação de poderes, camisetes ostentando o slogan “Eu concedidos a Moçambique por
-americana trouxeram à superfície reflexão. Maleiane defendeu que clarificando que, sob o ponto de não pago dívidas ocultas”. dois bancos internacionais.
novos elementos, situação que al- vista consular, o governo estava a No âmbito do mesmo processo,
a integração das dívidas na Conta Segundo o CIP, esta é uma opor-
tera o quadro das negociações com estão também detidos três antigos
Geral do Estado era uma questão acompanhar o caso da detenção do tunidade para dizer “basta aos
os credores. Rosário revelou que banqueiros do Credit Suisse e um
de natureza técnica por forma a que deputado Manuel Chang. desmandos”, os moçambicanos
depois da acusação proferida por negociador do Prinvivest, o estalei-
contabilisticamente os montantes As declarações de Carlos Agosti- devem levantar a sua voz contra os
um tribunal de Nova Iorque, envol- ro que forneceu os barcos compra-
estivessem arrolados. nho do Rosário e de Adriano Ma- empréstimos de 2 mil milhões de
vendo pelo menos seis moçambi- dos com uma parcela do dinheiro.
canos, o governo de Moçambique O primeiro-ministro assinalou que leiane seguem-se a posicionamen- dólares, mais 700 milhões de dóla- Até agora não é conhecida qual-
realizou consultas com consultores as pessoas que tenham cometido tos de organizações da sociedade res de juros. quer acção legal contra o segundo
externos que trabalham habitual- crime na operação sobre as dívidas civil de que o Estado moçambicano “Esta campanha visa pressionar banco, o VTB da Rússia.
mente para o MEF (Ministério de ocultas devem ser responsabilizadas não deve pagar os 2,2 biliões de as instituições certas a tomarem a Em Novembro passado, o Mi-
Economia e Finanças) para se ana- e os activos ilicitamente desviados dólares das dívidas ocultadas, uma decisão certa, que é a de ilegalizar nistério da Economia e Finanças
lisar a problemática do pagamen- recuperados. Esta quarta-feira, pela vez que a justiça norte-americana as dívidas e libertar o estado mo- chegou a um entendimento com
to/não pagamento das dívidas. O primeira vez, também o presidente considera que o dinheiro foi in- çambicano do fardo”, disse Fátima detentores de 65% dos títulos de
Primeiro-Ministro enfatizou que, Filipe Nyusi se referiu à detenção devidamente apropriado por altos Mimbirre, pesquisadora e activista dívida obrigacionista da Ematum,
em termos práticos, Moçambique, do ex-ministro das Finanças Ma- dirigentes do Estado, funcionários da CIP. mas a validade de um potencial
depois que o escândalo rebentou nuel Chang, detido na África do dos bancos que montaram o sindi- A par das acções de repressão po- acordo depende da anuência de
em Abril de 2016, “não fez nenhum Sul no âmbito do processo das dí- cato financeiro e gestores das em- licial, o regime lançou uma campa- 75% dos credores.
TEMA
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DA SEMANA
Savana 25-01-2019 7
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8 Savana 25-01-2019

daquele ano, sendo que, destes, lência, dos 176 planificados; a 320 dadãos em relação a eficácia das nhecida pela designação de Che-
oito possuem uma realização pessoas com deficiência vítimas de campanhas de sensibilização sobre fe da Casa Civil. Geralmente é
igual ou superior a 100% e os violência, das 175 planificadas; e os impactos da violência domés- o bouncer do Presidente da Re-
restantes um desempenho que va- encaminhadas 2.743 crianças e jo- tica, assim como dos casamentos pública, por quem todos devem
ria entre 50 a 80%. vens com deficiência ao ensino. prematuros, dois males que carac- passar antes de chegarem ao pico
Os números apresentados pelo Em relação aos programas de as- terizam o dia-a-dia da sociedade da montanha. Mas num país onde
ministério são muito positivos. sistência aos agregados familiares moçambicana. existem sempre mecanismos in-
Assim, entre as realizações con- em situação de pobreza, o Progra- O mesmo pode-se dizer acerca dos formais de contornar a estrutura,
seguidas, na área do Género, ma Subsídio Social Básico assistiu, programas de assistência que, para esta é a governante mais apaga-
destaca-se a capacitação de 1.857 em 2018, 425.726 famílias, das além de reduzir a pobreza, tem aju- da do elenco executivo. Pouco se
mulheres do comércio informal 404.806 planificadas; o de Apoio dado a aumentá-la, pelo facto de, sabe das suas actividades, e não
em matéria de gestão básica de ne- Social Directo atendeu 16.628 fa- por um lado, os subsídios estarem seria surpreendente se ela andasse
gócios, das 1.170 planificadas; 124 mílias, 32.938 planificadas; o dos aquém das necessidade dos benefi- perdida na burocracia do número
mulheres em matéria de higiene Serviços Sociais de Acção Social ciários e, por outro lado, pelo facto 2000 da Avenida Julius Nyerere,
alimentar e nutrição, das 77 pla- públicos; 32.502 em 608 centros beneficiou 6.428 pessoas, nas uni- apenas tida ou achada em questões
de se registarem atrasos no desem-
nificadas; 99 Associações de mu- privados; e 56.842 em 747 escoli- dades sociais, das 6.989 previs- de rotina. Mas representa um cír-
bolso do valor, chegando, em al-
lheres em matéria de uso de téc- nhas comunitárias). Foram reali- tas; enquanto, o Programa Acção culo eleitoral nevrálgico e, em ano
guns casos a ultrapassar três meses.
nicas de agro-processamento, das zadas 1.234 palestras com vista ao Social Produtiva atendeu 83.286 eleitoral, terá inevitavelmente uma
É verdade que a ministra tem sido
95 planificadas; 2.089 pessoas em combate dos casamentos prematu- agregados familiares, de um total palavra a dizer.
uma das sacrificadas, no actual
matérias de equidade e igualdade ros; criados e/ou revitalizados 384 de 121.557 planificados, na com- contexto económico, mas também
de género, das 1.591 planifica- Comités de Protecção à Criança; ponente de Trabalhos Públicos entendemos que poderia fazer
das; prestado apoio psicossocial a prestado apoio psicossocial a 11.03 com uso de mão-de-obra intensiva mais para buscar fundos juntos dos
3.537 mulheres vítimas de violên- crianças vítimas de violência, das e 11.761 famílias. parceiros internacionais, de modo
cia; e a prestação do apoio técni- 398 planificadas; assegurada a São resultados que, segundo o sec- a dinamizar o sector. Há alguma
co à legalização de 63 associações provisão de serviços básicos a 930 tor, contribuíram para promover a colagem, talvez por responsabili-
maioritariamente constituídas por crianças órfãs e vulneráveis, pelo igualdade de género e empodera- dade própria, às iniciativas levadas
mulheres (2.323, de um total de Programa Apoio Social Directo; mento da mulher, a assistência e a cabo pela esposa do PR.
3.175 membros). e o acolhimento de 1.166 crian- protecção da criança e a consolida-
Na área da criança os números ças, das quais 1.085 em infantários ção dos programas de assistência Adelaide Amurane-Ministra
mostram a assistência e integra- (oito) e 81 num infantário privado. social para as pessoas mais caren- na Presidência para os
ção de 91.070 crianças em idade No sector da Acção Social, desta- ciadas. Assuntos da Casa Civil
pré-escolar, das 83.037 planifica- ca-se a prestação do apoio psicos- Entretanto, a realidade revela ain- Em muitas jurisdições esta é uma
das (1.726 em 12 centros infantis social a 750 idosos vítimas de vio- da a contínua insatisfação dos ci- pasta extremamente influente, co-

No plano dos direitos e liberdades

Gilberto Correia arrasa sector da justiça


O
antigo bastonário da dente de Angola, no interesse de fortes”, referiu ainda o antigo bas- recimento do empresário português repudiou Gilberto Correia
Ordem dos Advoga- um bem maior, que é o combate tonário. Américo Sebastião, também com Que “sensibilidade” é essa que
dos de Moçambique eficaz contra a corrupção”, declarou Para Gilberto Correia, no que toca contornos políticos, e o papel con- permite anular os direitos, li-
(AOM) Gilberto Não se pode, prosseguiu, combater ao respeito pelos direitos, liber- traste que o Governo e as institui- berdades e garantias constitu-
Correia considera que a mar- eficazmente a corrupção com insti- dades e garantias dos cidadãos a ções de justiça do nosso País reve- cionais de um cidadão dessa
ca dos quatro anos do Gover- tuições de justiça totalmente desa- situação não é melhor, porque são lam ao consentir que este caso caia forma?, questionou
no de Filipe Nyusi no campo creditadas e que são alvo de chacota inúmeros os exemplos de violações no esquecimento sem que se saiba “Qual a posição do Coman-
da Justiça é a “desorientação” permanente por parte dos cidadãos flagrantes e impunes dos direitos, o que se passou ou se faça Justiça”, dante Supremo das Forças de
e o esmagamento dos direitos, que visam servir. liberdades e garantias dos cidadãos continuou. Defesa e Segurança, do mi-
liberdades e garantias funda- “Não vejo como podemos combater assegurados pela Constituição. No entender de Gilberto Correia, nistro da Justiça, da PGR e
mentais. eficazmente a corrupção, se as prin- “A prática antijurídica prevalece não obstante o manifesto opróbrio do Provedor de Justiça? Não
cipais intervenções judiciárias nesse sobre o texto constitucional. São e repercussão negativa internacio- deveria adoptar um posicio-
“Durante esse espaço de tem- pretendido combate não forem tra- vários os casos emblemáticos de nal para o Estado moçambicano, é namento público perante este
po, o mesmo Governo já teve vadas contra a corrupção cimeira, a violação impune do direito à vida evidente a falta de vontade política caso clamoroso de desrespeito
três ministros da Justiça: uma corrupção do topo da pirâmide do para silenciar opiniões políticas e judiciária de investigar e respon- dos direitos, liberdades e ga-
média de um ministro por poder”, frisou desfavoráveis, como ilustrativa- sabilizar os criminosos no referido rantias dos cidadãos? É pre-
cada ano e três meses. Este Porque, sem esse exemplo vindo de mente aconteceu com o assassinato caso. ciso vir a Amnistia Interna-
facto também fala por si e qui- cima, pelo contrário com os actuais do Professor Cistac só para citar “Podemos ainda trazer à colação cional e outras organizações
çá ilustra que nessa área o Go- exemplos vindos debaixo, o país um exemplo de uma vítima dos fa- um caso recente, o da alegada de- internacionais dizerem-nos
verno já perdeu a bússola há não logrará passar da fase discursi- mosos, fatídicos e impunes “esqua- tenção por militares (esperemos que o que está a acontecer é
algum tempo”, disse, em de- va para os resultados concretos que drões da morte”, salientou. que não seja mais uma inexplicá- inaceitável e vergonhoso para
clarações ao Savana, Gilberto o discurso político diz que pretende vel execução sumária) do jornalis- qualquer Estado que se pre-
Correia. alcançar mas na sua acção – sobre- $EXVRVÁDJUDQWHV ta Amade Abubacar, no norte de
ze ser de Direito?”, indagou
Para o antigo bastonário da tudo na omissão – revela que de Gilberto Correia aponta como Cabo Delgado”, destacou ainda.
ainda.
OAM, o combate à corrup- facto não quer. exemplos a violação impune do Ao que se presume, prosseguiu, o
“Basta constatar que estamos
ção está emperrado, porque o O caso paradigmático revelador direito à integridade física e psico- jornalista foi “detido” por forças do
a falar de 4 anos de Governo
poder político controla e ma- do total falhanço desta política go- lógica dos cidadãos para impedir o Estado moçambicano sem compe-
e durante esse espaço de tem-
nieta o poder judicial a seu vernativa no combate à corrupção exercício de outros direitos funda- tência para efectuar tal detenção,
mentais como o direito à liberdade po o mesmo Governo já teve
bel-prazer, de tal forma que a é o caso das dívidas ocultas e suas raptado e mantido em cativeiro em
percepção que os cidadãos têm vicissitudes, sobretudo, em face da de expressão e o direito de infor- local que não é um estabelecimento três ministros da Justiça: uma
é que o aparelho de justiça só recente prisão do deputado Ma- mar. prisional autorizado para albergar média de um Ministro por
actua perante cidadãos pobres nuel Chang, a qual veio pôr a nu “Aqui podemos apontar os casos do pessoas detidas para prestar contas cada ano e três meses. Este
ou desprotegidos e é extrema- de forma assustadora todas as fra- rapto, ameaça e inflicção de severas à justiça, por ordem de alguém que facto também fala por si e
mente “protector. gilidades das instituições de justiça ofensas psicossomáticas ao profes- não tem poderes para deter cida- quiçá ilustra que nessa área o
“Como disse alguém em al- que deveriam liderar esse combate sor José Jaime Macuane e ao juris- dãos civis e volvidos mais de 10 Governo já perdeu a bússola
gum lugar, um aparelho de contra a alta corrupção, disse ainda ta e advogado Ericino de Salema; dias ainda não foi presente a um há algum tempo”, ressalvou
justiça fraco com os fortes e Gilberto Correia. ambos comentadores políticos”, juiz de instrução para se pronunciar ainda.
forte com os fracos. Não há “O processo das dívidas ocultas fala recordou. sobre a legalidade desta detenção. Encerrando a sua avaliação
como ambicionar ter bons por si e é o melhor exemplo que Para Gilberto Correia, o atentado “Há dias, o porta-voz da PRM teve dos quatro anos do “Governo
resultados no combate à cor- podemos encontrar para ilustrar na cidade da Beira ao secretário- a ousadia de vir dizer, como se a jus- Nyusi” com fina ironia, Gil-
rupção sem haver coragem - o falhanço dos quatro anos deste -geral da Renamo, Manuel Bissopo, tificar tamanhas ilegalidades, que a berto Correia rematou: “por
primeiro política e só depois Governo no combate à corrupção, que provocou a morte do respectivo polícia não prestaria informações vezes é preciso rir para não
jurídica - para “meter a mão principalmente quando tal cor- segurança, é também uma demons- sobre o caso e nem sobre os direitos chorar – que é uma prestação
no ninho do marimbondo” e rupção envolve ou pode envolver tração paradigmática do ambiente constitucionais do cidadão de for- governativa que não é estável
aceitar sofrer algumas ferroa- cidadãos com poder e com teias de intolerância que se vive no país. ma evidente e manifesta violados e que não inspira confiança”.
das, como explicou o Presi- de cumplicidade política muito “Não me olvido do caso do desapa- por se tratar de um caso sensível”, Fim.
TEMA
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DA SEMANA
Savana 25-01-2019 9

“Entrei nesta família


aos 18 e cresço até hoje”
Sofia, gerente da Agência de Wamphula.

A história do nosso banco não tem apenas um protagonista.


É feita de tantas histórias quanto o número de colaboradores
que temos. O nosso percurso está interligado desde o primeiro
dia e se ao fim de 40 anos em Moçambique o salto é tão
positivo, o sucesso é de todos nós.

Há 40 anos que nos orgulhamos de contar histórias


de sucesso em Moçambique. Construa a sua connosco.

Barclays Bank Moçambique, S.A. - Capital Social: MTn 5.538.000.000 - NUIT:400017484 - Número de Matrícula da CRC de Maputo: 8321 - Endereço: Av. 25 de Setembro, 1184 - 15º Andar - Maputo Caixa Postal 757 - Moçambique. O Barclays não será responsável
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SOCIEDADE
10 Savana 25-01-2019

PGR absteve-se de acusar antigos gestores do Moza


-“Nunca tive dúvidas de que este seria o desfecho”, Prakash Ratila

A
Procuradoria-Geral da Re-

“Nunca tive dúvidas de


pública (PGR) não encon-
trou elementos suficientes
que provam que os antigos

que este seria o desfecho”


gestores do Moza Banco comenta-
ram infracções criminais e gestão
danosa naquela instituição bancária,
uma denúncia que havia sido reme- -Prakash Ratilal
tida pelo Banco de Moçambique

O
(BM).
SAVANA procurou ouvir
Segundo a denúncia do BM, havia comentários de Prakash
PGR ilibia antigos Ratilal, PCA da Moçam-
indícios de que os antigos gestores do
Moza omitiram deveres funcionais através dos seus administradores, ela- aprovação de instrumentos que per- bique Capitais e antigo PCA do
inerentes às suas responsabilidades, borou e submeteu ao Banco de Mo- mitissem ao banco dotar-se de ferra- Moza Banco, antes de ser inter-
nomeadamente, a falta de aprovação çambique um programa de gestão de mentas de gestão de riscos inerentes vencionado pelo Banco de Mo-
de instrumentos que permitissem risco”, sublinha o despacho da PGR. à sua actividade”. çambique (BM).
ao banco dotar-se de ferramentas de Segundo a PGR, fica evidente que os Por não reunirem qualidades exigí- Está satisfeito com o Despacho
gestão de riscos. administradores acusados foram dili- veis para figurarem como sujeitos ac- da Abstenção da Procuradoria
“A falta de aprovação de tais instru- gentes ao ponto de submeter um pla- tivos da infração, o Ministério Públi- de acusar os antigos gestores por
mentos foi decisiva para a degradação no de gestão de risco, mas “não foram co retirou da lista Edgar Baloi, Paula administração danosa?
dos indicadores prudenciais e finan- tecnicamente competentes ao ponto Ferreira(membros do Conselho Fis- Nunca tive dúvidas de que este
ceiros constatados ao logo da inspec- de satisfazerem o regulador”. Porém, cal) e Castigo Langa (Presidente da seria o desfecho. Todos nós sa-
ção “on site” conduzida pelo Banco o facto do plano não ter sido apre- Mesa da Assembleia Geral). Os três bíamos a qualidade de trabalho Prakash Ratilal
de Moçambique que incidiu sobre o ciado pelo regulador é considerado não exerceriam nenhuma actividade que havia sido feito, com alma
irrelevante pela PGR na análise jurí- administrativa. e competência. O Moza Ban- Mas esta não-acusação do Mi-
Moza Banco e que decorreu de 17 de
Outubro de 2014 a 25 de Fevereiro dico-legal da causa, pois “a imputação O BM queria a responsabilização co tem quadros e técnicos de 1ª nistério Público requer conse-
de 2015”, sublinha a denúncia do por este tipo legal de crime tem por dos antigos gestores sob alegação água. Tudo no Moza estava e está quências.
BM enviada à PGR. base a omissão do dever de diligência também de que as perdas registadas bem: Políticas, normas, procedi- Muitos da minha geração in-
Mas na análise do caso, a PGR afir- e não a falta de competência técnica”. no banco se deveram à conduta dos mentos e sistemas informáticos corporam um alto sentido de
ma que não corresponde à verdade Para a PGR, não está comprovada co-arguidos enquanto executivos do que asseguram plena fiabilidade respeito pelas instituições do
que a Comissão Executiva do Moza a violação de deveres de função por banco. das transacções ao longo das 24 Estado, mesmo quando interes-
não tenha aprovado o programa de parte dos arguidos. Para os antigos gestores do banco, as horas, em todo o território nacio- ses pessoais são lesados. Foram
gestão de risco e submetido ao BM. Na denúncia, o BM tinha arrolado causas da deterioração dos indicado- nal, e 7 dias por semana. Por isso milhares de horas da nossa ju-
Segundo a PGR, este facto é facil- todos os representantes dos órgãos res bancários deveu-se a conjuntura continua a merecer a confiança ventude, em momentos muito
mente comprovado numa carta com sociais do Moza, com destaque para que o pais vivia como é o caso do cor- dos clientes. difíceis, com quadros menos
referência 143/DSP/20110099/15, Prakash Ratilal, Ibrahimo Ibrahimo, te do apoio dos doadores, escassez da Porque então se gerou esta situa-
habilitados que se conseguiu
de 11 de Maio, assinada pelo então César Gomes, João Jorge, Luís Ma- liquidez, retorno franco das aplica- ção que levou à intervenção e a
erguer e fazer brilhar o Banco
director de supervisão prudencial, gaço Júnior, Paulo Ratilal, à data dos ções e dos fundos próprios do banco. sanções aos gestores?
Central com ética, competência,
Umaia Mahomed, nos termos do factos administradores do banco, o Tomando como base a situação que Desde o primeiro momento da
qual este afirma ter recebido o pro- Presidente da Mesa da Assembleia o país atravessava, o MP diz que não intervenção, a Moçambique Ca- moderação e alto sentido de jus-
grama de gestão de risco submetido Geral, Castigo Langa, e membros foram reunidos elementos suficientes pitais instruiu os seus membros tiça. Outra coisa é a Moçambi-
pelo Moza. do Conselho Fiscal, acusando-os de para concluir que as perdas económi- para nos mantermos em silêncio, que Capitais que neste processo
“É nosso entendimento que em face terem “omitido deveres funcionais cas do Moza Banco foram causadas porque a verdade viria ao de cima. viu delapidados os seus activos
da correspondência acima referida, inerentes às suas responsabilidades pela conduta dos seus antigos diri- Estar em silêncio não necessaria- e valores. Acredito que os seus
comprova-se que o Moza Banco no Moza, nomeadamente a falta da gentes. mente significa consentimento accionistas e os órgãos sociais,
nem significa estar parado. a seu tempo, se irão pronunciar.

Dívidas ocultas

Tribunal dos EUA adia decisão Mais um embaraço para o Governo moçambicano

O Empresário sul-africano
Tribunal Distrital de Nova na de Brooklyns. normalmente deve ser imprimida nos
Iorque do Leste ainda não se Na comparência em tribunal, os advo- processos judiciais.
pronunciou sobre o pedido gados de Jean Boustani fizeram notar William Kuntz adiantou que marcará
de liberdade provisória me- que o seu cliente não recebe visitas o início do julgamento, logo que as
diante caução de Jean Boustani, um
dos cérebros do escândalo das dívidas
ocultas.
nem dos seus assistentes legais, devido
ao encerramento dos serviços públicos
nos EUA, na sequência de um impas-
condições se mostrarem práticas.
O ex-ministro moçambicano das Fi-
nanças Manuel Chang volta ao tribu-
morre em Pemba

A
se entre o congresso norte-americano nal em Fevereiro, para uma audição
e o Presidente Donald Trump, sobre em torno do seu processo de extradi- ndrew Hanekom, empresário sul-africano de 61 anos de idade, acu-
Na audição realizada na terça-feira, a
a intenção do chefe de Estado de ção para os EUA, também no âmbito sado de financiar ataques na província de Cabo Delgado, perdeu a
acusação alertou o juiz para os incon-
construir um muro na fronteira com do caso dos empréstimos escondidos vida na manhã desta quarta-feira, 23, na cidade de Pemba, capital
venientes de se permitir uma detenção
o México. no valor de 2,2 biliões de dólares. Mas provincial de Cabo Delgado.
de luxo ao acusado. Os advogados rejeitaram a compara- à hora do fecho desta edição, circu- Hanekon esteve detido por alguns meses, pelas forças de defesa e segurança,
Na última audição sobre o pedido de ção entre Boustani e Daredevil, mas lavam indicações de que Chang po-
pagamento de caução, supostamen- acusado de fazer parte da liderança de insurgentes que, desde 5 de Outubro
o Ministério Público acolheu o argu- deria ser libertado sob caução nesta de 2017, aterrorizam a província de Cabo Delgado.
te no valor de 20 milhões de dólares, mento do juiz, defendendo que o acu- quinta-feira.
o juiz William Kuntz comparou as Francis Hanekom, a esposa de Andrew Hanekom, contou que o marido deu
sado não deve aguardar julgamento Manuel Chang foi detido no dia 29
condições em que Jean Boustani quer entrada no Hospital Provincial de Pemba no sábado depois de se ter sentido
em liberdade a levar uma vida de luxo. de Dezembro do ano passado no
ficar em liberdade provisória às da Aeroporto Internacional OR Tam- mal, onde viria a perder a vida. O corpo será trasladado para África do Sul,
personagem vilão Daredevil do seria- Dez mil cópias de provas bo, quando estava em trânsito para a um procedimento que neste momento está a ser tratado.
do Marvel. Na audição, a acusação apresentou dez África do Sul. A morte de Andrew Hanekon deixou as autoridades sul-africanas preocu-
No seriado, Daredevil consegue uma mil cópias de provas que sustentam o No âmbito do referido processo, fo- padas e de imediato ordenaram a investigação dos contornos do sucedido.
liberdade provisória numa residência caso e que terão sido recolhidas desde ram detidos, mas depois libertados A ministra dos negócios estrangeiros da África do Sul, Lindwe Sisulu ins-
guardada por uma empresa de segu- 2011. sob caução para aguardar julgamento truiu o Alto-Comissário da África do sul em Moçambique a trabalhar ur-
rança contratada pelo próprio e que O tribunal marcou a próxima audição em liberdade, o neozelandês Andrew gentemente com as autoridades a fim de apurar as circunstâncias que culmi-
lhe permitiu prosseguir a sua activida- para dentro de duas semanas. Na oca- Pearse, o britânico Surjan Singh e naram com a morte do seu cidadão.
de criminosa. sião, William Kuntz deu a conhecer a búlgara Detelina Subeva, antigos
Hanekom estava em Moçambique desde 2012 e trabalhava na área do trans-
Boustani pede para aguardar julga- que o caso é judicialmente classificado funcionários do Credit Swiss, banco
como “complexo”, fazendo notar que que organizou os empréstimos com o
porte marítimo, em Palma, na província de Cabo Delgado.
mento numa casa vigiada por uma
empresa de segurança a qual vai pagar envolve detidos de vários países. banco russo BTV. A detenção de Andrew Hanekon foi um dos temas de agenda da visita do
144 mil dólares por mês. A categoria de complexo, que é cons- Os cinco são acusados de conspira- presidente sul-africano a Moçambique, Cyril Ramaphosa, há duas semanas.
Enquanto não é tomada a decisão so- titucionalmente prevista nos EUA, ção para lavagem de dinheiro, fraude A morte de Hanekom, detido em circunstâncias não muito bem esclarecidas,
bre o pedido de libertação provisória permite à justiça levar mais tempo a electrónica e fraude com valores mo- é mais um embaraço para o governo moçambicano, que actualmente tem em
sob caução, o detido está encarcerado julgar um determinado caso, não fi- biliários e violação da legislação anti- mãos o escândalo das dívidas ilegais que culminou com a detenção do antigo
no Centro de Detenção Metropolita- cando condicionada à rapidez que -corrupção norte-americana. ministro das finanças, Manuel Chang, na África do Sul.
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Savana 25-01-2019 11
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12 Savana 25-01-2019

Congresso da Renamo na Gorongosa

E o poder está mais a norte


Por Fernando Lima (texto e fotos)

U
ma votação contunden- fora”, pede para que não haja caça representadas” . Manuel Pereira e
te em Ossufo Momade e às bruxas e reivindica órgãos in- Ivone Soares deixam a CP, embora
uma nova Comissão Po- clusivos em função dos resultados a líder parlamentar tenha ali pre-
lítica da sua confiança, das votações. O abraço de Ossufo sença por força da presidência da
colocam claramente o poder mais comprime o dedo em riste do diá- Liga Juvenil.
para Norte, naquele que é o maior logo a dois, em frente a mais de um Elias Dhlakama não chegou à CP,
partido da oposição em Moçambi- milhar de delegados e convidados à mas está no Conselho Nacional.
que. Estas são as constatações mais grande banja da oposição moçam- Manuel Bissopo, até ver, continua
relevantes do 6º. Congresso da Re- bicana. secretário-geral, mas Elias Dhlaka-
namo, realizado a semana passada, ma não desdenharia o cargo. Ele
num pequeno vale do complexo que pode ser também o candidato
montanhoso da Gorongosa, um O eixo Zambézia/Nampula a governador de Sofala.
dos antigos santuários da guerrilha Ossufo tomou posse empunhan- As delegações da Zambézia e de
anti-governamental moçambica- do os estatutos da Renamo e a sua Nampula foram as mais efusivas
na, no centro do país. bandeira. Numa curta declaração, pelos resultados alcançados. Eram
apelou mais uma vez à unidade também as mais numerosas. Po-
e fez questão de referenciar que a liticamente, o fulcro do poder na
Passavam poucos minutos depois
guerra “é algo que o nosso adver- Renamo deixou o centro do país,
das seis da manhã, quinta-feira, 17
Ossufo Momade acompanhado por Gania Abdul Mussagy sário queria”, depois das fraudes
de Janeiro, quando Ossufo Moma- para ir assentar arraiais mais para
Quando os jornalistas chegaram a entrada na “grande tenda” com ar verificadas nas eleições, em várias Norte. Pela crise conjuntural que
de, com 410 votos, foi declarado o
vencedor da corrida à presidência “djakamanhussi” (transcrição foné- condicionado, um luxo na floresta. autarquias do país. se vive na Frelimo, em torno das
da Renamo, depois de uma noite tica do nome atribuído ao local), A primeira mensagem de felicita- Depois, à porta fechada, as pro- lideranças de ” inspiração macua”,
diluviana, própria do pico da época o “madembe” onde foi montada a ções ao líder, tornado efectivo de- víncias fizeram as suas propostas Ossufo, nas eleições presidenciais
das chuvas. grande tenda do congresso, Ossu- pois da interinidade pós morte de para o Conselho Nacional, com- de Outubro, poderá congregar à sua
Elias Dhlakama, até há pouco um fo estava há horas reunido com o Afonso Dhlakama em Maio de posto por 120 elementos. Ossufo volta o voto transversal da região
brigadeiro no exército governa- Estado Maior General das Forças 2018, vem de Josefa de Sousa, um avançou para uma nova Comissão do centro-norte.
mental, passado à reserva a seu Armadas da Renamo (EMG), um general do EMG. Claramente, os Política(CP) de 15 membros, “cla- Se o carisma e os militares o aju-
pedido, obtinha o segundo lugar, indicativo do peso que a estrutura entendimentos entre Dhlakama e ramente um órgão de elementos da darem.
com 238 votos. Hermínio Morais, militar, liderada pelo general Ti- Nyusi são para serem cumpridos sua confiança”, conforme nos ex- No entretanto, o dossier da paz
o comandante Bobo dos tempos da mothy Maquinze, tem nos desti- integralmente, com todos os pon- plicaram. As novas iminências na continua em cima da mesa. Ossu-
guerrilha, desistiu à boca das urnas. nos da Renamo. Pelo menos nos tos e vírgulas, “incluindo a nossa CP são Gania Mussagy, Alfredo fo tem de rapidamente decidir se
Manuel Bissopo, candidato e actual próximos tempos. integração no SISE”, os serviços de Magumisse, Fernando Lavieque e continua na Gorongosa. Ou vem a
secretário-geral, teve sete votos e o Pelas 10.40h. Ossufo retoma aos segurança do Estado. Catarina Salomão. José Manteigas, Maputo. Enfrentar Nyusi e a cam-
deputado de Moatize, Juliano Pi- trabalhos do Congresso para assi- Dhlakama, Elias, fala depois, invo- o porta-voz do congresso dá uma panha eleitoral que está mesmo ao
cardo, teve seis. Houve 34 absten- nar o termo de posse. Há uma can- ca os seus 35% de votos, salienta a explicação “politicamente correcta”, virar da esquina.
ções e cinco votos nulos, segundo a ção alegre – gravada previamente necessidade da unidade e coesão, explicando que a CP é inclusiva e Na Gorongosa, a chuva, muita
comissão de eleições. na Zambézia - que “saúda” a sua que “não deve ser da boca para que todas as províncias “estão lá mesmo, continua.

Composição da Comissão
Os rostos do Congresso Política Nacional
1. Presidente do Partido (Ossufo Momade)
2. Gania Abdul Mussagy
3. Alfredo Tomas Magumisse
4. Fernando Mendes Lavieque
5. Catarina Olinda Salomão
6. Hermínio Morais
7. Jerónimo Malagueta Nalia
8. Jossefa Isaías de Sousa
9. David Manuel Gomes
10. Maria Angelina Dique Enoque
11. Lúcia Xavier Afate
12. Saide Fidélio
13. Bento Carlos Mavie
Angelina Enoque presidiu aos traba- General Thimoty Maquinze, chefe de Ten-General Josefa de Sousa, EMG da 14. Mustagibo Atimo Bachir
lhos do Congresso, escolhida pela CP, Estado Maior General das Forças da Renamo, escolhido para a nova CP do 15. Samuel Manjate
pode voltar a liderar a bancada da Renamo partido
Renamo na próxima legislatura

Inácio Matsinhe, o boss da “Sombra


Matsinhe”, montou com os seus cola-
Ivone Soares , apesar de sentar ao Manuel Bissopo, um dos grandes per- ERUDGRUHVXPDSHTXHQDFLGDGHQDÁR-
Elias Dhlakama, o candidato derro- dedores do Congresso. Foi praticamen-
ODGRGROtGHUYLXDVXDLQÁXrQFLD resta de Gorongosa, com água potável,
tado, lembrando a Ossufo Momade eclipsar-se no Congresso. Saiu da CP e Gania Abdul Mussagy, número 2 na CP te ignorado na votação à presidência estação de tratamento para sanitários,
que 35% não é pouco” e para que se o líder parlamentar deixa de ter assen- GD5HQDPRHFRQÀGHQWHGR3UHVLGHQWH e teve como “prémio de consolação” iluminação durante 24 horas e tendas
evitasse caça às bruxas. to na Comissão Política. Ossufo Momade reter o posto de SG, provisoriamente com AC e extintores de incêndio
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Savana 25-01-2019 13

MISA questiona contradições na detenção de Amade Abubacar

Juiz reconhece ilegalidades mas confirma a prisão


-O jornalista foi transferido de Macomia para Pemba onde deverá aguardar pelos procedimentos processuais

Por Raul Senda

D
epois de 13 dias de cativei- detenção do arguido Amade Abu- vens que operam com os ditos Al- nalistas que entrevistam as facções
ro no quartel de Mueda, bacar não foi acompanhada de um shabab, cujo o mesmo não foi capaz em conflitos sem que sejam acusa-
província de Cabo Del- mandado de captura ordenada pela de explicar com clareza os motivos dos de espionagem. E há relatos de
gado, o juiz de instrução autoridade competente por se tra- pelos quais portava a tal lista, para que durante a Luta de Libertação
criminal de Macomia, Nóe Ama tar de uma prisão fora do flagrante além de que o arguido exercia as Nacional, quando a Frelimo era
Zimpinga, validou a detenção e delito. actividades sem o conhecimento tida pelo governo colonial portu-
decretou a prisão preventiva do Abubacar foi detido no dia 5 de Ja- do seu superior hierárquico”, lê-se guês como grupo terrorista, alguns
jornalista Amade Abubacar. neiro de 2019, mas só a 17 de Janei- no despacho. jornalistas foram entrevistar os seus
ro foi elaborado o auto no Coman- Perante os factos, o juiz concluiu combatentes nas suas bases milita-
Nesta quinta-feira, o jornalista foi do Distrital da PRM em Macomia. que não restam dúvidas do envol- res”, elucidou.
transferido do distrito de Macomia Na mesma data, o arguido ficou vimento do arguido nos crimes Para Nhanale, a privação da liber-
para a Penitenciária Provincial de sob custódia policial e depois con- que vem indiciado e como forma dade de Abubacar se afigura como
Pemba, onde deverá aguardar, em duzido à penitenciária de Macomia de assegurar o bom andamento do um grave atentado ao direito do
reclusão, os procedimentos proces- e entregue ao Ministério Público processo optou pela legalização da povo à informação e as acusações
suais. para a remessa ao juiz de instrução prisão. do Ministério Público, baseados
Por despacho datado de 18 de Ja- para o primeiro interrogatório. O juiz diz que, em liberdade, há em audições feitas pela polícia e
neiro de 2019, Nóe Zimpinga diz Amade Abubacar No seu despacho, o magistrado diz fortes probabilidades do arguido militares, não podem nem devem
que das averiguações feitas foram que depois de breve contacto com se furtar da justiça ou perturbar a ser tidas como relevantes pelo fac-
Abubacar poderá atingir 12 anos
constatados fortes indícios do en- os autos, o Ministério Público ve- instrução. to de não ter sido antecedida da
de prisão, de acordo com os artigos
volvimento do jornalista na prática rificou que estavam preenchidos os emissão, por um tribunal, de um
322 e 323 do Código Penal. MISA reage
de crimes de violação de segredo de pressupostos processuais para o seu mandado de captura, tal como re-
O despacho que determina a lega- Para o MISA Moçambique, os ar-
Estado, por meios informáticos e prosseguimento. conhece o próprio Ministério Pú-
lização de prisão do jornalista do gumentos usados pelo Ministério
instigação pública a um crime com “Analisados os factos, apesar do blico para além do jornalista ter
Instituto de Comunicação Social Público (MP), bem como pelo juiz
uso de meios informáticos, ou seja, arguido ter negado o seu envolvi- sido mantido incomunicável, num
(ICS) em Cabo Delgado, afecto à de instrução são infundados.
o jornalista é acusado de crimes de mento, foram encontrados indícios Falando numa conferência de im- quartel militar por 13 dias.
espionagem a favor dos grupos ter- Rádio e Televisão Comunitária de fortes de que o arguido estará en- De acordo com o MISA-Moçam-
prensa na última quarta- feira, Er-
roristas, que operam em Cabo Del- Nacadje, no distrito de Macomia, volvido na prática do crime que bique, há forte possibilidade de
nesto Nhanale, director executivo
gado desde Outubro de 2017. começa com algumas contradições. vem sendo acusado, pois que, nos durante os 13 dias em que esteve
do MISA-Moçambique, disse que
Em caso de condenação, a pena de No documento, o juiz diz que a autos consta a lista nominal dos jo- no ordenamento jurídico moçam- detido num quartel militar, o jor-
bicano, o jornalista goza da garan- nalista ter sido coagido, sob amea-
tia de independência. ças ou tortura, a confessar crimes
O MISA-Moçambique lamenta que nunca cometeu, para além dos
Novo PCA da EDM que, em quase 30 anos de demo- seus captores terem fabricado “evi-
cracia, os órgãos de justiça ainda dências” contra o jornalista.

Impija substitui Magala não tenham conhecimento básico Ernesto Nhanale termina a sua
sobre as funções desempenhadas explanação referindo que: “ O MI-
por um jornalista e não se tenham, SA-Moçambique lamenta, conde-

O
no mínimo, dignado, como seria na e apela às autoridades da justiça
novo PCA da Electri- cadas todas as 154 sedes distritais seu dever em condições normais, a a libertar o jornalista mediante o
cidade de Moçambique do nosso país e é importante conti- apurar devidamente a finalidade do Termo de Identidade e Residência
(EDM), Aly Sicola Impi- nuar a trabalhar no sentido de levar trabalho dos jornalistas. (TIR) ou, alternativamente, me-
ja, nomeado e empossa- a energia eléctrica aos postos ad- “Assistimos, em muitos países, jor- diante o pagamento de caução”.
do, esta semana, em substituição ministrativos”, defende, apontando
de Mateus Magala, que deixou a como caminho a mobilização de
empresa, em Outubro do ano pas- recursos juntos dos parceiros, que,
sado, garante dar continuidade ao até ao momento, já disponibiliza-
trabalho desenvolvido pelo seu an- ram USD 200 milhões. Dívidas ocultas
tecessor, sobretudo, no que tange a Em termos de projectos, em curso,

“Nunca fui notificado”,


gestão. Impija destaca o projecto da Cen-
tral Solar de Mocuba (CESOM),
Segundo Impija, natural de Pebane,
de cerca de 40 MWs, que está na
um distrito do norte da Zambézia,
Aly Sicola Impija fase de testes e o de Metoro, na
antigo administrador da EMATUM
a EDM deve ser guiada pelos prin-

N
província de Cabo Delgado, tam-
cípios de integridade, transparência
dade Eduardo Mondlane em 1995, bém de 40 MWs. a nossa última edição publicamos, na página 6, um artigo
e honestidade e não servir de local
o maior desafio do sector de ener- “Teremos de continuar a promover sob o título: “O dia ‘D’ de Manuel Chang, em que a dado
de prática de sobrefacturação, tal
gia é desenvolver acções, visando a Central Térmica de Temane, em passo descrevemos que a Procuradoria Geral da Repú-
como acontecia no período anterior
garantir a segurança do forneci- Inhambane, a qual terá uma ca- blica (PGR) submeteu ao Tribunal Administrativo uma
à chegada do homem que ocupa a
vice-presidência do Banco Afri- mento de energia eléctrica à escala pacidade de geração de 400MW lista de 17 indivíduos que pretende que sejam responsabilizados
cano do Desenvolvimento, na área nacional, através da diversificação e que poderá garantir estabilidade pelo seu alegado envolvimento nas três empresas beneficiárias dos
dos Recursos Humanos e Serviços da localização das fontes de gera- eléctrica para parte sul do país e a fundos provenientes das dívidas ocultas.
Institucionais. ção. região centro-norte”, acrescenta.
Um dos desafios a ser enfrentado Outro desafio, por si identificado, é Salienta a necessidade de se traba- Dessa lista consta o nome de Hermínio Lima Tembe, um dos ad-
pelo novo PCA daquela empresa a necessidade de a EDM trabalhar lhar no sentido de disponibilização ministradores da EMATUM.
pública é o da conclusão do proces- de modo a que o país tenha aces- de energia para futuros projectos de Na sequência do artigo, Tembe contactou a nossa redacção para
so de contratação de um director da so à energia eléctrica, um objectivo industrialização no centro do país, informar que nunca foi notificado sobre as referidas diligências
área do Procurement, um dos cava- que faz parte da estratégia de elec- pelo que, está em fase de imple- entre a PGR e o TA, o que no seu entendimento seria de esperar
los de batalha da anterior liderança. trificação e do plano director de mentação a primeira fase da linha caso houvesse algum caso a seu respeito.
O ex-administrador de Planea- infraestruturas, instrumentos apro- de transporte Caia-Nacala. Acrescentou ainda que ele é funcionário do Ministério das Pescas,
mento e Desenvolvimento de Ne- vados pelo Governo. Para além destes projectos, está em e que foi destacado para a EMATUM em comissão de serviço,
gócios, na era Magala, sublinha Para alcançar estas metas, afirma curso também o da construção da e que por isso não pode ser considerado parte do processo das
a necessidade de se adoptar um a fonte, é preciso estabelecer, pelo subestação de Marrupa, província dívidas ocultas, uma vez estas terem sido contraídas antes do seu
Procurement moderno, que fun- menos, 330 mil ligações por ano. destacamento.
de Niassa, e de Namialo, na provín-
ciona de acordo com as regras de Em 2018, a EDM fez 257 mil li- Da nossa parte reiteramos que apenas reproduzimos o que consta
cia de Nampula.
mercado. gações, o melhor resultado dos úl- de documentos oficiais, e que não assumimos qualquer responsa-
Segundo aquele engenheiro elec- timos cinco anos. bilidade por possíveis danos que possam daí emanar.
(A.M)
trotécnico, formado pela Universi- “Neste momento temos electrifi-
NO CENTRO DO FURACÃO
14 Savana 25-01-2019 Savana 25-01-2019 15

Há 25 anos que o SAVANA sai à rua

Um incómodo para a nomenklatura


Por Argunaldo Nhampossa e Abílio Maolela

O
jornal SAVANA, o mais abriu Moçambique para o multipar- o SAVANA arrancou com uma ti- Explica que a ideia central era dar voz a montagem de gráficas para os me- para as academias”. sentativo da liberdade de imprensa sendo confuso” e que mantêm “uma
antigo semanário independ- tidarismo e o povo ganhou direitos e ragem inicial de 15 mil exemplares aos que não a tinham e isso mantem- dia privados. A fonte acrescenta que, apesar do e de expressão e não restam dúvidas linha editorial higiénica”, facto que
ente do país, completou, esta liberdades com destaque para a liber- que, rapidamente, atingiria uma fas- se até hoje, sendo que não há seg- “Por alguma razão, um dia por desv- avanço da tecnologia, no sector que será uma relíquia para as gerações faz com que ocupe o seu espaço de
semana, 25 anos, desde que dade de imprensa e expressão, assim quia de 25 mil cópias, porém, actual- mento que pode se considerar excluí- endar, os próprios doadores que sem- mediático, o jornal tem conseguido se vindouras. um pai respeitável de todos os jor-
manteve o compromisso com os seus como acesso à informação. É nesse mente, voltou à fasquia inicial das15 do, pese embora que algumas vozes pre desfilaram no país desde os anos adaptar aos novos contextos, porém, Explicou que foi o primeiro jornal a nais privados da praça que surgiram
leitores de sexta-feira sim, sexta-feira novo paradigma , prossegue, que um mil cópias semanais. possam se queixar pelo tratamento 1990, ouviram essas reclamações, apontou a necessidade deste investir congregar “bons jornalistas”, no sen- à posteriori.
sim, se fazer presente na rua. grupo de 13 jornalistas fundam o Chavana entende que se pode fazer que é atribuído nas matérias e isso porém apoiaram tudo o que é sec- na media online, tendo em conta a tido de estarem comprometidos com Para Munguambe, os desafios do jor-
Foi a 21 de Janeiro de 1994, que foi primeiro jornal independente do país. muito mais na distribuição do jor- está no direito de cada um, cada elei- tor de actividade neste país e nunca diversidade do público. a causa das liberdades e que deu vazão nal são os mesmos com os da nação,
publicada a primeira edição deste “Para mim é um orgulho ser colabo- nal. “Até há bem pouco tempo, se tor e cada grupo. É preciso, de acordo se mostraram abertos a financiar a Em relação a queda na tiragem, rela-
o que estava nos acordos de Roma de com destaque para a procura da con-
semanário, com 24 páginas a preto radora permanente do Jornal SA- compulsássemos a tiragem de todos com Jossias, termos a base de que em aquisição de gráficas para facilitar o tivamente, aos primeiros anos, o Di-
1992. Classificou o jornal como “não solidação da democracia
e branco, marcando, desta forma, a VANA e fazer parte desta grande jornais (incluindo o Notícias), tínha- democracia nunca é fácil agradar a nosso trabalhos”, disse dando a en- rector daquela instituição de ensino

Ardinas defendem
materialização das liberdades de ex- família de homens e mulheres que mos uma circulação nacional inferior todos, ou seja gregos e troianos. tender que a imprensa escrita sempre superior aponta duas prováveis razões
pressão e de imprensa, consagradas opinam num contexto democrático a 100 mil exemplares, o que significa “Folheando as páginas do jornal, 25 foi o parente pobre do governo e dos que possam estar por detrás desta sit-
na Constituição da República (1990) neste espaço privilegiado”, disse. que menos de um milhão de pessoas anos depois, nota-se que continuam doadores. Argumentou que por várias uação. A primeira é o facto de o nível
e operacionalizadas pela Lei 18/91, lia jornais. Por isso, temos que sentar abertas para todos segmentos da so- vezes o grupo da sua geração reuniu- de oferta não ser o mesmo que de há
de 10 de Agosto, denominada Lei de
Imprensa.
São, no total, 1307 edições (incluindo
“Mostrar relevância do jor-
nalismo”, Fátima Mimbire
Por seu turno a pesquisadora do Cen-
e refletir sobre isso”, diz o jornalista,
defendendo a necessidade de se levar
o jornal para “onde é necessário”. “No
ciedade, quer para líderes políticos da
direita, da esquerda, do centro, para
se com o governo solicitando incen-
tivos e políticas para importação de
gráficas para impressão de jornais,
25 anos (surgiram novos jornais, en-
tre impressos, electrónicos e online;
televisões; e rádios), pelo que houve
revisão do preço de capa
as organizações, tanto nas páginas

A
esta) já publicadas no primeiro se- tro de Integridade Pública (CIP), Zimbabwe, num período de crise, os de opinião e de reportagem os sen- mas nunca se mostrou aberto e sen- diversificação do público. nossa reportagem conversou
manário independente e o segundo Fátima Mimbire comunga também jornais imprimiam 200 mil cópias”, timentos das pessoas como alegria, sível dai que 25 anos depois continua A segunda é o facto de o jornal ter também com alguns ardinas,
jornal privado do país no activo, de- do pensamento de que o jornal se anota, sublinhando haver condições satisfação, magoas, frustrações estão sendo um autêntico calcanhar de Aq- surgido num contexto, em que as pes- os seus “braços-direitos”, na
pois do mediaFAX, todos produtos da confunde com a materialização da para se aumentar a tiragem e as ven- lá”, disse. uiles. soas tinham como oferta apenas os expansão deste produto. Maria
mediacoop, SA, a primeira empresa liberdade de imprensa. Assinalou que das. Claramente que o tempo vai nos sub- Nos anos 90, depois do Acordo de jornais pró-governamentais e o SA- Machel, que desempenha a função,
privada e independente da comu- foi o primeiro órgão independente a Para tal, Chavana desafia o sector metendo outros desafios e o jornal Paz em Roma, um projecto conce- VANA apareceu como contraponto há 40 anos, na esquina das aveni-
nicação social, no Moçambique pós trazer uma perspectiva de informação editorial a mudar a sua abordagem, não é excepção, dado que quando foi bido pela Unesco e hostilizado pelo ao que era reportado. das Vladimir Lenine e Mao Tse
independência. diferenciada e que não era do fórum apostando em assuntos sociais, de criado não haviam redes sociais que governo, previa a entrega de uma Tung, na cidade de Maputo, de-
Por ocasião desta efeméride, que se governamental. Para Mimbire, não gráfica ao sector independente da co-
“Não é um jornal confuso”, fende que o SAVANA veio mudar
modo a criar cada vez mais interesse hoje desafiam o sector da comuni- Ângelo Munguambe
confunde com o período do multipar- restam dúvidas que, paralelamente ao nos leitores, sobretudo, ao nível dos cação social. Deste modo, aponta que municação social. Porém, por pressão o curso dos acontecimentos, pois,
tidarismo e da liberdade de imprensa, acto de formar e informar que é a sua Ângelo Munguambe, actualmente
distritos. a questão de fundo que se deve le- do governo de então, o equipamento os jornais em circulação, até então,
em Moçambique, a nossa reporta- vocação, também foi uma verdadeira Fernando Veloso e Carlos Cardoso exibindo a primeira edição do SAVANA director do jornal Zambeze, fez
Entretanto, o caminho trilhado pelo vantar permanentemente é de como nunca foi comprado e os montantes “defendiam o governo, não criti-
gem saiu à rua para ouvir diferentes escola na medida em que a maior parte do “contingente” que bebeu da cando os seus erros”. Maria Machel
maior semanário do país não foi mar- fazer o jornalismo, de modo particu- foram desviados para a aquisição de primeira água do SAVANA, aludin-
opiniões, desde alguns fundadores partes dos gestores das empresas de numa sociedade em que as pessoas anota que o SAVANA surgiu num cado apenas por um “mar-de-rosas”, lar os semanários, num contexto de equipamentos para 10 rádios denom- Machel integra uma restrita lista vendas baixaram”, revela Machel, de-
da empresa até ao leitor comum, media no país passaram do jornal, do tratar-se de um símbolo repre- de ardinas que venderam todas as
dependem muito da informação contexto, em que “os jornalistas pro- mas também por percalços, destacan- agressividade incentivada pelas redes inadas como comunitárias e o emis- fendendo a necessidade de rever, em
passando por ardinas e académicos. mas porque tinham o “bichinho” de provenientes dos media. Apontou a sor da Rádio Moçambique (estatal) edições publicadas pelo jornal, fac- baixa, o actual preço de capa, fixada
curavam mais independência” no ex- do-se a saída de alguns membros- sociais, dado que cada indivíduo se
Mesmo o Presidente da República, diversificar a informação abraçaram to que lhe confere autoridade para em 60 meticais.
necessidade de primar pelo jornal- ercício da sua profissão, por um lado, fundadores, como são os casos de transformou num cidadão-repórter Maputo-Gaza.
Filipe Nyusi, também não quis ficar outros projectos. falar dos diferentes momentos que Quem também aponta o preço de
ismo investigativo, aludindo que a e, por outro lado, como “plataforma Salomão Moyana (primeiro editor), com a voga dos telemóvel da ultima capa como um dos factores que in-
atrás, enviando uma mensagem de Mimbire recordou a sua passagem missão dos jornais é de criar o debate de expansão comercial” do sector da Lourenço Jossias, Carlos Cardoso, geração, espalhando informações a “É um jornal de referência marcaram este semanário, no que
felicitações logo às primeiras ho- pelo jornal enquanto estudante de académica”, Director da ECA tange as vendas. fluencia as vendas é Sebastião Sitoe,
público e não andar a reboque dele. comunicação social. Gil Lauriciano e Fernando Veloso. qualquer momento. Diante deste ardina desde 1962, que revela ter
ras desta terça-feira. Um dia antes, jornalismo, assinalando que foi um Por sua vez, o Director da Escola “O SAVANA vendia muito bem.
Mas também pode apostar no alin- Convidado a recuar no tempo para Armindo Chavana defende que não cenário, recomenda ao jornalista a baixado o número de cópias sema-
o Primeiro-Ministro, Agostinho do momento marcante pois cimentou os de Comunicação e Artes (ECA), da Na altura comprava mais de 200
hamento do debate público em curso contar o seu papel na criação da em- houve “cisão”, mas uma oportunidade exercer as suas funções com zelo e jornais, mas agora só compro 50 nais.
Rosário, num encontro com PCA,s e alicerces que mais tarde vieram con- fazendo com que o jornal tenha o seu Universidade Eduardo Mondlane “Comprava 50 a 60 jornais por se-
presa, o antigo PCA da TVM revelou para que brotassem novas oportuni- acima de tudo colocando em prática jornais e nem sempre vendo to-
editores de media, com muita simpa- firmá-la numa jornalista de referên- espaço privilegiado. (UEM), João Miguel, defende que mana, mas agora só levo 15 ou 20
que a sua missão foi de participar, ac- dades. e respeitando todos os princípios que dos”, diz a fonte, apontando a re-
tia, assinalou também os 25 anos do cia, antes de abraçar a área de inves- o surgimento do SAVANA signifi- porque as pessoas já não compram
tivamente, nos debates, onde cada um norteiam a produção de noticiosa, visão em alta do preço de capa e
nosso semanário, obrigando os G-40 tigação. Deste modo diz que o órgão “Um contributo na constru- trazia o seu know-how, expectativas “Somos parente pobre dos pois só assim se pode sobreviver.
cou um elemento importante, tanto o jornal. O preço está muito alto e
ção do país”, Armindo Cha- a pouca “contundência” como fac-
do regime, presentes na sala, mesmo constitui um impulso da multiplici-
e perspectivas em relação aquilo que doadores e governo”, Louren- Considera igualmente que o grande
na oferta de informação, assim como às vezes os títulos não são atraentes”,
contrafeitos, a juntarem-se à enorme dade de ideias, direito à informação e vana ço Jossias na abordagem dos factos, pois, até a
tores que ditam a baixa compra. afirma.
Armindo Chavana, um dos inte- devia ser o país. desafio da imprensa escrita em “Embora o jornal ainda critique Entretanto, refere que o SAVANA
salva de palmas de saudação ao jornal. induziu, certamente, a algumas refor- Lourenço Jossias, actual director do publicação deste jornal não existiam
grantes do grupo dos 13 jornalistas “Nunca fui perseguido por ter abraça- Moçambique é uma gráfica que pos- as acções do governo, já não tem veio mudar a dinâmica do mercado
mas que foram se assistindo no país Maganize Independente e que tam- outras publicações que olhassem a re-
que, a 06 de Fevereiro de 1992, fez do este projecto. Quando começou, sa possibilitar a impressão dos jornais. a mesma abordagem do passado. porque “trouxe uma nova abordagem
Triunfo da luta pela para o fortalecimento do estado de
falei com o meu Director-geral, fiz
bém fez parte do grupo dos “aven-
Isto porque em Maputo só existe
alidade dos factos numa perspectiva O preço também está muito alto. dos factos, o que motivava muita
democracia direito democrático. a escritura da Mediacoop, diz que os tureiros”, conta que pese embora ten- diferente da dos órgãos da órbita do
uma carta e a direcção da TVE au- uma gráfica apenas para este tipo de Ângelo Munguambe Desde que aumentaram o preço, as gente a comprar”.
Para a chefe da bancada parlamentar Apelou aos profissionais do jornal 25 anos representam “um contributo ham passado 25 anos, os fundamentos regime, o que não possibilitava a for-
para trabalharem com vista a man- imenso” deste jornal na “construção torizou-me a integrar o grupo”, asse- trabalho, ele é controlada pelo sector
da Renamo, Ivone Soares, os 25 anos que levaram a criação da mediacoop mação de uma melhor opinião.
do país” e destaca a sua “irreverência gura a nossa fonte. estatizado, o que é uma grande limi-

A mensagem do Presidente
do Jornal SAVANA simbolizam o ter a qualidade do produto pois têm e os respetivos produtos continuam Questionado se a abordagem trazida
na construção da compreensão e do A mesma sorte não tiveram uma tante e potencial chantagem.
triunfo da luta pela Democracia, que a dura missão de marcar a comuni- vivos e abonáveis. Diz que o grupo pelo SAVANA se enquadra nos
cação social como uma autoridade conhecimento”, uma postura que, na parte dos seus “companheiros de Quando o SAVANA tentou iniciar a
abriu as portas para a aprovação da dos 13 juntou-se para, à luz da legis- requisitos básicos exigidos nas aca-
na produção de informação. E, num sua óptica, é assumida também pelos aventura”, perseguidos disciplinar- sua publicação foi confrontado com
Constituição de 1990. lação que criou a segunda República, demias para que se torne num jornal

P
contexto da evolução das redes sociais outros jornais privados. mente pelos então directores da AIM “o preço político” imposto pelo então
Faz notar que a Constituição de dar voz os cidadãos, organizações da de referência, Miguel respondeu que or ocasião dos 25 anos do semanário “Savana”, surgiu com o intuito de dar expressão às diferentes
que contribuem para o fake e break- Chavana, que nunca integrou a equi- e da revista “Tempo”. administrador do “Notícias” Albino
1990, foi esse grande ganho para to- sociedade, partidos políticos, organi- tem observado as duas componentes fundado no âmbito da abertura que a Consti- formas de pensar do cidadão moçambicano, visando
ing news, entende que o SAVANA pa de Redacção deste semanário, por Chavana, questionado se o projecto Magaia, uma tentativa de impedir a
dos os moçambicanos que se viram zações sindicais, estudantes, profes- que temos estado a repisar na for- tuição da República de Moçambique, no que construir a cidadania que é responsabilidade de todos
tem o dever de mostrar o quão o pertencer aos quadros da Televisão que ajudou a construir correspondia impressão do jornal. Como alternati-
num novo sistema que resgatou as sores entre outros, de modo que se mação de jornalistas (técnica e ética), tange aos direitos fundamentais, entre os quais a nós.
jornalismo é relevante, pois estamos Experimental (TVE), a actual estatal, às expectativas, passado um quarto va, os jornalistas da então cooperativa
liberdades fundamentais do homem, expressassem livremente. pelo que, “é um jornal de referência liberdade de expressão, operacionalizado pela Lei É neste prisma que o Governo continua com-
de século, a fonte respondeu afirma- mediacoop, reanimaram a máquina
8/91, a Lei de Imprensa, em nome do Governo e no prometido em promover um ambiente em que os
tivamente, referindo que o mesmo da empresa CEGRAF (já extinta e
meu próprio, endereço as nossas felicitações. moçambicanos se expressem livremente, e desenhem
continua no “caminho certo”, porém, com as instalações transformados
Auguramos que os 25 anos do semanário “Savana”, por si próprios o seu destino, através da interação
desafia o mesmo a se reinventar, mi- numa distribuidora de supermer-
mais do que a celebração do crescimento da nossa com as autoridades, respeitando as liberdades de cada
grando para as plataformas electróni- cados) e foi aí que durante muitos democracia que consagra cada vez mais liberdades um, rumo ao Moçambique que cada um de nós en-
cas, pois, com o avanço da tecnologia anos o jornal foi impresso. Na onda aos cidadãos, deve continuar a reflectir-se na sua contra o seu espaço.
“o jornal não se esgota no formato de privatizações, a mediacoop tentou contribuição na qualidade do nosso jornalismo que Queiram aceitar os protestos da minha mais elevada
impresso”. concorrer, mas como na grande parte informa com base na objectividade, responsabilidade consideração e renovados desejos de muitos sucessos
Aliás, segundo Salomão Moyana, dos processos, a gráfica foi entregue a e isenção. no desempenho das vossas nobres responsabilidades
primeiro editor do SAVANA, no seu militantes da Frelimo. Saudamos o Jornal Savana com a sua típica linha edi- de informar e manter-nos informados.
artigo “SAVANA: um projecto em Jossias desfia as suas recordações e torial que pontifica na Comunicação Social moçam-
execução”, publicado no livro “140 diz que o governo e doadores sempre bicana como espaço para o debate de ideias, numa Filipe Jacinto Nyusi
anos de imprensa em Moçambique”, se mostraram relutantes em definir sociedade pluralista. Acreditamos nós que o Savana Presidente da República
Ivone Soares Fátima Mimbire Armindo Chavana de Fátima Ribeiro e António Sopa, Lourenço Jossias políticas flexíveis que possibilitassem João Miguel
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OPINIÃO
16 Savana 25-01-2019

Obsolescência do projecto Moçambique: Reflexão


a partir das dívidas ilegais e letais
Por Régio Conrado*

G
unther Anders, filosofo sem mudança das logicas inter- cipio, pertence a todos, para tirar Práticas criminosas sector da justiça são menos pela
alemão, e depois aus- nas de funcionamento da eco- benefícios privados em conluio Entrementes, estas dívidas ile- incapacidade dos profissionais
tríaco, redigiu uma obra nomia política da acumulação com criminosos internacionais. gais podem ser consideradas deste sector, que tem excelentes
sobre a obsolescência do e da gestão do poder político e Talvez serve aqui, aquilo que se como a continuidades de práti- profissionais, mas mais pelos
Homem (trabalhador) cujo títu- coisa pública, não significa nada. chama em ciência politica, de cas criminosas diversas que vem interesses políticos de proteger
lo em francês é “L’obsolescence É por isso que esta crise exige criminalização do Estado ou ocorrendo há muitos anos por aquilo que são os demandos que
de l’homme” (2002), onde, entre uma verdadeira reflexão sobre o ainda a captura do Estado por isso que mesmo que se resolva vão sendo cometidos ao longo
outras coisas, fala da crise e dos funcionamento do país, porque criminosos ou políticos que vi- este problema senão houver re- dos anos. Todos estes aspectos
paradoxos da revolução indus- trata-se, no fundo, de sabermos vem segundo regras do mundo formas políticas de fundo nada fazem destas dividas ilegais uma
trial, da impossibilidade do ho- se faz sentido continuar a sermos do crime e da mafia. poderá modificar a economia demonstração daquilo que ocor-
mem viver segundo os ditames governados por pessoas que não Não se trata de nenhum ob- politica da política nacional em re quando determinados regimes
da era pré-industrial, das contra- têm nenhum compromisso com séquio dizer que estas dívidas curso. As reformas políticas de- autoritários começam a entrar
dições do consumo de massa e as o interesse público. Esta crise, permitiram constatar, mesmo vem, sobretudo, visar a adminis- em crise profunda. Em Moçam-
respectivas consequências. em muitos aspectos, revelou duas que não seja totalmente novo tração da justiça (mecanismos bique, hoje, há uma percepção
No fundo, Anders versava sobre grandes ideias sobre Moçambi- o fenómeno, que o partido no de nomeação dos juízes, modifi- generalizada de desgaste nacio-
o fim de um determinado mun- que. Por um lado, Moçambique, poder vive numa verdadeira si- cação do Estatuto da PGR, Re- nal onde o partido no poder é
do e a construção de um outro mormente, a política moçambi- tuação de crise de valores, mas ver a composição dos conselhos desacreditado, as elites politicas
que colocava vários desafios e cana, é fundamentalmente uma também de visão nacional. Não que superintendem as diferen- a ele ligado são vilipendiadas e
questionamentos. Trago este rede em que se conjugam grupos se pode ver nestas dívidas ocultas tes magistraturas, a introdução constrói-se uma ideia de que é
filosofo para este texto por duas mafiosos, políticos corrompidos, outra coisa que uma conspiração na constituição do principio da melhor que os outros países re-
razões fundamentais. Primeiro elites políticas desonestas e ines- contra a soberania nacional e separação de poderes como di- solvam os nossos problemas.
porque a sua reflexão sobre a ob- crupulosa, como diz o prof. An- reito fundamental e não apenas Estas práticas emergem, como
contra os interesses prioritários.
solescência do homem permite tónio Francisco, e por outro lado, como mero principio constitu- mostram os trabalhos de Lucian
A crise deste partido precisa ser
interrogar-se a obsolescência dos que o problema de Moçambique cional, reformar os mecanismos Pye, quando a impopularidade
lida tendo em conta duas coisas,
actuais modos de governação de é substancialmente inerente ao de financiamento dos tribunais, de um regime autoritário não só
que se consolidaram no período
Moçambique, que no fundo, nos facto de alguns grupos terem a reforçar os mecanismos de res- é externa, mas igualmente inter-
da neoliberalização da econo-
orientam para incertezas. ideia de que Moçambique cons- ponsabilização reforçando ainda na. Não são apenas os externos
Segundo, porque a sua reflexão mia. A primeira é a que tem que
titui uma propriedade corpo- mais as atribuições do TA, etc). ao partido da posição que estão
sobre a impossibilidade de vi- ver com o facto de a Frelimo se desgastadas, mas igualmente
rativa, em que alguns membros Seguindo as teses do Jurista e
ver segundo práticas passadas ter construído, desde a altura da aqueles que nele fazem parte.
dela podem fazer o uso que dela politólogo Badouin Dupret, as
em contextos que exigem ou- quiserem. proclamação da independência, reformas do aparelho judicial Do meu ponto de vista, se tivés-
tras regras e formas de gestão como único quadro social e po- têm implicações no funciona- semos que olhar para estas divi-
da comunidade política e dos lítico apto de garantir a ascensão mento da politica. Sem uma ver- das de forma séria, não podería-
bens que lhe são devidos. Estes Grupo lesa-pátria social, já que ela controlava e dadeira reforma da Justiça Mo- mos ter hesitações em dizer que
aspectos permite-me dizer que A contração destas dívidas foi controla o Estado. O politólogo çambique que vise a fortificação a capacidade do partido no po-
Anders instiga-nos a pensar so- o exemplo paradigmático da Adriano Nuvunga, na sua tese da autonomia de acção deste der de gerir expectativas e man-
bre as crises da política, senti- arrogância deste grupo de lesa- de doutoramento (cap.7) fala sector, todas as reformas terão ter as populações num total ape-
do lato. É nesse sentido que ao -pátria. Estas duas ideias reve- de “The party of the State”, que pouco impacto como vimos com deutismo politico, ou ainda de
olhar para os actuais escândalos lam, entretanto, que Moçam- cria uma neopratimonialização este caso. Por isso que as minhas ser um quadro político-nacional
inerentes às dívidas ilegais, so- bique enquanto “comunidade do Estado e prebendalização da próprias pesquisas para o douto- mobilizador esta arruinada. Este
bretudo, a prisão do Chang, não de destino”, Unidade Nacional, sociedade moçambicana. Esta ramento versando sobre refor- partido arruinou o seu prestigio
mais é possível não dizer que é não só um discurso sem teor situação, como não poderia ser mas do aparelho judiciário e suas exactamente porque tornou-se
Moçambique enquanto projec- prático, mas, fundamentalmente, diferente, levou, por um lado, a implicações no funcionamento o contrário daquilo que se dizia
to onde todos os seus habitantes um instrumento para abduzir os que muitos criminosos se filias- sistema político, constato que pretender construir, um Moçam-
poderiam usufruir plenamente diferentes meios sociais. Para di- sem ao partido, sem nenhum de todas as reformas feitas do bique justo, de Unidade Nacio-
das riquezas e possibilidades do zer, de forma rápida, é uma pura compromisso com os valores Estado e da administração Mo- nal. Quando se contraem dívidas
país e onde a Nação seria “ples- técnica, no sentido que é dado çambicana desde 1990 e 2001, como estas em nome de todos,
que estavam na base desta for-
bicito de todos os dias” (Ernest pelo politólogo Boris Samuel, a reforma da justiça nunca teve, todavia para beneficiar um pu-
ça política, por outro lado, per-
Renan) é um projecto falido. de gestão das expectativas seja essencialmente, como interesse nhado de pessoas mostra que o
mitiu a construção de alianças
A sua falência pode ter várias ex- das massas seja dos meios sociais ultimo a fortificação das insti- projecto Moçambique enquanto
duvidosas entre esses grupos
plicações, porém uma parece-me liberais e nacionalistas, que mes- tuições da justiça, salvo algumas Unidade Nacional é obsoleto e
dentro do partido, que leva a um
ser estrutural. O facto das elites mo que critiquem as práticas go- áreas, e muito menos, a institui- que não mais merece ser levado
comportamento de co-proteção,
políticas que controlam o apare- vernativas do partido no poder, ção do principio da separação a sério, principalmente, quando
fazem-no dentro do discurso cumplicidade entre outras prati-
lho estatal, que gerem a coisa pú- do poder como pedra angular proposto por pessoas conheci-
nacionalista, o que não é em si cas que fazem da Frelimo, hoje,
blica, por consequência, a polis, do Moçambique pos-1990. Pelo das como corrompidas. Não é
mesmo um problema. Ademais, mero instrumento para delin-
no sentido aristotélico termo, te- contrario, a arquitectura do apa- possível esgotar um assunto tão
esta crise permitiu ver igual- quir e ao serviço desses grupos. relho judicial, muitas vezes, de
rem transformado Moçambique complexo quanto este, contudo,
num activo financeiro por meio mente que muitos daqueles que A Segundo, é que q Frelimo foi forma subtil leva a um contro- permito-me findar dizendo que
do qual se procede a acumulação “cantam” e acusam os outros de esfolada por dentro por mem- lo politico sem precedentes do estas dividas desfiguram visce-
primitiva do capital, seja ele por anti-patriotas, são os verdadei- bros que olham-no apenas como aparelho judicial. Esta situação, ralmente o partido no poder,
saque, roubo, rapinagem, cor- ros anti-Moçambique, e, por via quadro para melhor cometer cri- como se pode ver com estas divi- deslegitimando-o agudamente,
rupção, faz com que a política disso, anti-patriotas sem escrú- mes no país. Esta situação criou das, com uma PGR disfuncional e levantam sérias questões sobre
e o acesso aos cargos públicos pulos. É nestes termos que fica na Frelimo a percepção de que e moribunda, revela que se hou- a sua narrativa nacional-patrió-
não tenha outro interesse que o claro que Moçambique é uma Moçambique era o que era por- ve alguns avanços na construção tica. O pior perigo que a Freli-
enriquecimento ilícito de mem- permanente construção da frau- que ela gere o país. de um estado de direito demo- mo conhece hoje não são nem os
bros encrustado ao partido no de nacionalista, sobretudo, no Daí que estas dividas, não sendo crático controlado, hoje prati- partidos da oposição nem a “so-
poder. É por isso que esta crise período pós-1990, onde as elites produto de todos os membros camente desmantelado, não se ciedade civil”, mas sim membros
das dívidas ilegais revela, quan- politicas, muitas transitadas do do partido, poucas vozes se le- pode igualmente deixar de dizer corruptos e jovens frívolos, sem
to a mim, mais do que uma crise período samoriano, sem nenhum vantam publicamente contra os mecanismos de controle do ideias e com vontade de enri-
financeira, uma verdadeira crise compromisso com os interesses elas, ou por mera incapacidade poder judicial tornaram-se mais quecer a todo custo. Estes é que
política, e, portanto, a necessida- nacionais, tornaram-se em ne- ou porque estão igualmente en- graves nos últimos anos. Por esta estão a valar e afundar a Frelimo.
de da renovação da política, não gociadores das propriedades, de volvidas em outras praticas cor- razão que estas dividas mostra-
tanto das fileiras, porque isso, todo tipo, do país que, em prin- ruptas. ram que as disfuncionalidades do *Doutorando em Ciência Política
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OPINIÃO
Savana 25-01-2019 17

A extradição de Aly Bábá


Por Ahmad Camal*

E
xtradição é um termo jurídico- Dignidade ou se tem ou não se tem ! anos, que nos empobrecem, que fabri- Vamos pedir a extradição desses gran- (nós o povo temos que definir grandes
-internacional que visa a de- 7- Que o nosso ex-Ministro esteja cam e financiam armas, fazem minas des bandidos que treinam, financiam e actos de corrupção) porque se punir-
tenção e envio de um cidadão detido e acusado de cometer vários de guerra para destruir crianças, mu- apoiam terroristas para desestabilizar mos os pequenos e médios actos de
num determinado país para crimes graves confirma o velho ditado lheres, velhos e, animais, que nem sa- outros, tornando-nos empobrecidos corrupção eu e muitos de nós também
outro país solicitador. Alguns países “ a justiça tarda mas chega “ . biam que estavam em guerra. Porém e vulneráveis a uma exploração de estaremos incluso a ser condenados.
como Moçambique não ratificaram Porém já vimos muitos acusados por esses bandidos que nos empobre- recursos ( Gás, petróleo, Ouro e Dia- Se calhar toda uma nação!
acordos ou convenções para extradi- instituições públicas aparentemente cem recusam assinar uma convenção mantes, etc ), ou territórios fáceis. “ ... que atire a primeira pedra, quem
ção, porque a Constituição da Repu- credíveis, a encher os medias, redes (USA) internacional de banimento Vamos também condenar os nos- não tenha telhados de vidros.. “
blica não permite extraditar. sociais, debates intelectuais e, acaba- as minas de guerra, para que fiquem sos criminosos de colarinho branco
ram inocentes, como aconteceu recen- a matar-nos por gerações depois da (máfia política) das dívidas ilegais, e *A opinião expressa pelo autor não re-
Em Diplomacia a reciprocidade é temente com os ex-administradores guerra terminar. de outros grandes actos de corrupção flecte necessariamente a posição do jornal
uma pedra basilar. Se quiser isenção do Banco Moza.
de vistos de entrada, conceda a re- O que quero dizer é que a presunção
ferida isenção aos cidadãos do país de inocência é também um Direito
respectivo, se quer ter migrantes seus Constitucional.
num determinado país ou zona ( UE 8- Além do mais fazendo fé a PGR,
) ofereça reciprocidade a esse país ou a justiça dos USA não colaborou com
zona ( SADC ), etc. Moçambique nas cartas rogatórias de
A nossa Diplomacia deveria ser inte- 2017. Embora na minha frágil avalia-
ligente e, medir o VALOR dos MI- ção houvesse indícios suficientes para
GRANTES dos ( multinacionais ) uma forte acusação por parte da PGR
USA e UE para o Hemisfério Sul e .
exigir a reciprocidade dos nossos mi- 9- Moçambique deve-se acautelar
grantes para os seus países. com as centenas de milhões de US
Quando valem os nossos 3 milhões de dólares provenientes das dívidas ile-
migrantes ( tratados como vampiros gais por recuperar antes dos america-
) versus algumas centenas de milha- nos ou europeus.
res dos migrantes ( multinacionais/ Se o ex-Ministro for julgado nos USA
chupa-sangues ) dos USA/UE ? e condenado por fraude na “ venda “
dos títulos provenientes das dívidas
Existe reciprocidade? ocultas/ilegais os USA irão confis-
A RSA quer exportar os seus produ- car os valores ainda disponíveis nos
tos para Moçambique deve compro- bancos depositados em nome do Aly
meter-se na importação de produtos BáBá e os 40 ladrões.
moçambicanos para RSA. Muitos vão 10- Mais importante que prender es-
dizer, bem a RSA não tem quase nada tes chupa-sangues é julga-los. Muito
para importar de Moçambique, certo . mais importante nesse julgamento é
O Japão tinha muito pouco para im- recuperar todos os bens e valores até
portar da UE e USA porém o próprio a última quinhenta.
Governo Japonês desde a década de Colocar os condenados com pulseiras
80 fez promoção de produtos de paí- electrónicas, entrega-los as comuni-
ses estrangeiros, baixou as taxas, che- dades para trabalho comunitário, ou
gando a subsidiar esses produtos para outra forma criativa de aproveita-los
os tornar atractivos ao consumidor reeducando-os . Até porque se de fac-
japonês, afim de garantir a reciproci- to os culpados ficarem com os bens
dade das suas exportações até a data . confiscados nem habitação restará, (
Uma das formas de compensar a não provavelmente parte dos fundos rou-
exportação, é reciprocando, ou seja di- bados já foi gasto em luxurias e ex-
ficultando a importação dos produtos travagancias irrecuperáveis ) daí que
e serviços desses países para proteger e trabalho na comunidade até lhes dava
incentivar a produção nacional. Todos jeito.
fizeram ( dificultaram ) e continuam a Não esquecer que os corruptos, mal-
fazer cada vez mais . feitores, criminosos e outros menos
A organização Mundial do Comér- bons, também são produto das nossas
cio - WTO foi interessante para os famílias e comunidades.
USA enquanto eles tiravam mais be- Os países não são amigos de outros
nefícios que outros. Quando os USA países. Os países defendem sempre
perderam competitividade, voltaram os seus interesses nacionais acima de
ao boicote ( Donald Trump ), regras tudo. É obrigação do Governo do dia
punitivas, tarifas aduaneiras, ameaças defender os nossos interesses.
entre outras medidas . Vejo muita gente ingénua, uns in-
O leitor deve estar a perguntar mas tencionalmente vendidos como estes
então o que é que tudo isto ( diploma- chupa-sangues, outros a incentivar
cia e reciprocidade ) tem haver com a uma desestabilização não importa de
extradição de Aly BáBá? onde venha, outros ainda oportunistas
Diretamente nada. Indiretamente e hipócritas a fazer aproveitamento
tudo : político-partidário. Todos estes tem
1- Alguém acha que nós em Moçam- um objectivo comum “ Tacho a custo
bique poderíamos julgar um ex-Mi- do Zé Povinho “ .
nistro do USA por mais criminoso Uma desordem pública ou constitu-
ou terrorista que fosse ? cional tem consequências imprevisí-
2- Alguém acha que nós em Moçam- veis.
bique poderíamos julgar um ex-Mi- Muitos que falam e escrevem falsida-
nistro da UE ou outra potência por des porque tem uma atitude “ Min-
mais criminoso, corrupto, traficante, e dset “ de olhar para cima ( invejar os
terrorista que fosse ? que estão em cima, ao invés de olhar
3- E porquê é que não poderíamos para baixo, e agradecer a Deus por
julgar os tais “criminosos” deles ? estar por cima de muitos ) não se
4- Uma simples questão-DIGNIDA- apercebem que quando a Vox Popu-
DE. li ( POVO ) se rebelar eles próprios,
5- Os USA e a UE fariam tudo ao seus bens, e, suas famílias poderão ser
seu alcance, legal, ilegal, soft e hard vitimas. Estes milhões que estão por
power para levar de volta o seu “crimi- baixo de todos, tentarão destruir todos
noso” ex-Ministro ; que estão por cima.
6- Dignidade não se mede com quan- A história demostra que os mais pró-
tidade de dinheiro, recursos econó- ximos são as presas mais fáceis.
micos, potencial bélico ou qualquer Vamos pedir a extradição de todos
outra virtude, poder ou valor. esses que nos roubam há centenas de
OPINIÃO
18 Savana 25-01-2019

Cartoon
EDITORIAL
Quem persegue jornalistas
tem algo a esconder

N
o dia 5 de Janeiro, um grupo de cidadãos chegava ao centro da vila de
Macomia, provenientes de uma localidade daquele distrito, de onde
fugiam dos ataques armados que se registam em várias partes da pro-
víncia de Cabo Delgado desde Outubro de 2017.
A registar os depoimentos de alguns destes refugiados, incluindo imagens fo-
tográficas, estava Amade Abubacar, repórter da Rádio Comunitária de Nacad-
je, no distrito de Macomia.
A Rádio Nacadje é uma das várias emissoras tuteladas pelo Instituto de Co-
municação Social (ICS).
Abubacar foi interpelado por elementos de uma força uniformizada, que de-
pois o levaram ao comando distrital da polícia. Daqui foi transportado para
um quartel militar nos arredores da sede do distrito de Mueda, mais de 200
quilómetros a noroeste de Macomia.
No dia 18 de Janeiro, já de volta a Macomia, Abubacar compareceu, pela pri-
meira vez perante um juiz de instrução, para efeitos de legalização da sua de-
tenção, indiciado de dois crimes: 1) Violação do segredo do Estado por meios
informáticos; e 2) Instigação pública a um crime por meios informáticos.
Abubacar foi detido sem um mandado de captura, e fora do flagrante delito.
Durante todos os primeiros 13 dias de cativeiro, Abubacar permaneceu in-

A ética e o papel materno


comunicado no quartel militar. O seu advogado só tomou conhecimento do
seu paradeiro no dia 10 de Janeiro. E esta informação não foi obtida por vias
oficiais.
Aliás, de todas as diligências feitas junto das entidades oficiais em Cabo Del-

E
gado, não se sabia da existência de algum processo em nome de Amade Abu-
bacar. m 2012, em Navarra (Espa- assumir, quando a ética, antes de tudo, Talvez fosse necessário um movimen-
A décima primeira edição do índice de democracia, publicada há duas sema- nha), no final de uma corrida é da alçada da família. Os exemplos to de mães para retomarem o pulso da
nas pela revista Economic Inteligence Unit, classifica Moçambique como um de corta-mato, o queniano nascem em casa – e o nosso sonho é educação dos filhos, abandonados aos
“estado autocrático”. Esta classificação é compatível com países que tratam os Abel Mutai, que fora meda- que um dia possamos almejar um tipo péssimos exemplos. Fomentar uma
seus cidadãos nos mesmos termos em que Abubacar tem estado a ser tratado lha de ouro nos três mil metros com de vida comunitária em que a per- espécie de ecocidadania (o conceito é
desde o dia 5 de Janeiro. obstáculos numa semana anterior, em gunta feita pelo jornalista ao corredor de Cortella), vital para a respiração do
Esta é uma deterioração em comparação com a classificação anterior, onde Londres, estava a pouquíssima distân- espanhol não seja mesmo entendida. futuro.
o país tinha o estatuto de uma “democracia híbrida”. Não há uma diferença cia da meta mas, confuso com a sina- Por vezes, aos fins de semana, vou para E também de paisagens políticas se
substancial entre as duas, só que a progressão para um “regime autocrático” lização, parou para posar para as fotos, a Macaneta, para casa de um amigo. faz um país. A Renamo tem um novo
demonstra uma acentuada ausência de esforços para melhorar a situação. pensando que já a havia cortado. Mes- A casa do meu amigo (curiosamente líder. Em meu entender não é ainda
Em regimes autocráticos há um ambiente de sistemática repressão contra a mo atrás vinha outro corredor, o es- quase colada à que lá ergueu o saudo- um líder que represente a mudança
crítica ao governo, “a censura é generalizada” e não há independência para o panhol Iván Fernández Anaya. E que so cronista deste jornal, o Machado da necessária na prática política mo-
poder judicial. fez este? Gritou para que o queniano Graça) é numa zona de menor aflu- çambicana. Devia ter sido eleita uma
De facto, o nível de deterioração dos principais indicadores de democracia e de reparasse na sua falta e, como este xo de gente. Ainda assim, desde que mulher.
respeito pelos direitos humanos em Moçambique atingiu um estado em que não entendesse que não havia ainda há ponte para a Macaneta aumentou De qualquer dos modos, sendo o novo
é de um pretensiosismo perverso continuar a pensar que estamos num Estado cruzado a meta, então, o espanhol para o dobro o número de jovens que líder da ala moderada, em nome das
de Direito Democrático. empurrou-o em direcção à vitória. para lá se dirige, e os caminhos para
E haverá motivos suficientes para perdoar quem erroneamente acredite que
minhas filhas moçambicanas agrade-
O fair-play do espanhol foi reconheci- a praia, e depois algumas orlas desta, ço – é um passo. É agora vital que o
a Constituição da República está suspensa. Tal é a prepotência dos militares,
do; ninguém esperaria o que se passou começam a estar pejadas de lixo. Os país interiorize que a posição de qual-
ante a patética e passiva cumplicidade das autoridades civis. Não foi surpreen-
depois. Um jornalista perguntou-lhe: jovens vão usufruir daquela bela pai- quer adversário político é legítima e
dente ver um funcionário judicial, num acto de vergonhosa propaganda, pro-
nunciar a sentença sobre um caso que nem sequer ainda chegou a julgamento,
“Por que é que o senhor fez isso?”. O sagem, da praia, e depois abandonam que ouçam o que ele diz, em vez de
ignorando todos os atropelos processuais que o mesmo encerra. espanhol não compreendeu: “Isso o lá todo o plástico, as garrafas e cari- contestar o que apenas imaginam que
Sem assistência do seu advogado, não se pode excluir a possibilidade de Amade quê?”. Ele não entendeu a pergunta, cas, as embalagens, papéis e restos de ele disse. O debate moçambicano é
Abubacar ter sido torturado para confessar. E o prazo legal de 48 horas dentro pois não imaginava que houvesse ou- comida. Não se percebe a lógica deste pobre, porque desqualifica pela ca-
do qual deveria ter sido apresentado a um juíz foi grosseiramente ignorado. tra coisa a fazer além do que tinha fei- comportamento, que devasta o refú- ricatura. Este seria um dos últimos
A própria acusação pode ser melhor classificada como uma obra de ficção, to. O jornalista insistiu: “Por que dei- gio que queriam encontrar; ou sim, países em que se chama o adversário
candidata a um obscuro prémio de excelência em incompetência judicial. Jor- xou que o queniano ganhasse?”. “Eu se lhes faltarem os bons exemplos. político de inimigo – e os EUA e o
nalistas não se dedicam à cobertura de festas em parques infantis. Lidam com não o deixei ganhar. Ele ia ganhar”. O Depois, porque provavelmente, se Brasil actuais conhecerem este retro-
assuntos melindrosos, o seu trabalho transmitido por meios que raramente não jornalista continuou: “Mas você podia consideram dispensados de em casa cesso não legitima a anacronia! De-
são informáticos, e muitas vezes passível de agitar as mentes das pessoas. Se ter ganho! Não estava fora das regras, contarem às mães que ajavardaram na mocrata é aquele que tem entranhada
este é o crime cometido, então é melhor banir o jornalismo da face da terra. E ele distraiu-se...”. “Mas qual seria o excursão à Macaneta a bela paisagem a convicção de que dois lados podem
o mundo viverá eternamente em paz. mérito da minha vitória, qual seria onde passaram horas tão aprazíveis. ter alguma razão e de que a política
O facto, porém, é que o mundo não vive conforme as vontades dos nossos can- a honra do meu título se eu deixasse Foram as famílias que descuidaram
didatos a facínoras. O jornalismo é uma profissão nobre, e as sociedades seriam suscita o enfrentamento de posições
que ele perdesse?”, continuando: “Se a educação destes jovens burgueses e opostas; sendo necessário à demo-
mais pobres sem o livre fluxo de informação e partilha de ideias. eu ganhasse desse jeito, o que ia dizer urbanos ou é a vergonha que os leva a
Que não se confunda a mensagem com o mensageiro. A fonte da instabilidade cracia que haja posições diferentes e
à minha mãe?” omitir e há esperança de que um dia
em Cabo Delgado são os malfeitores que escolheram o caminho do terrorismo divergentes.
Quem nos reporta a este episódio ma- mudem de atitude?
para alcançar os seus objectivos. Não são os jornalistas. Estes devem fazer o Talvez também aqui as mães possam
ravilhoso é o pensador brasileiro Má- Enquanto não se vislumbram as res-
seu trabalho de informar, e permitir que o país e o resto do mundo saibam ser essenciais e alargar o campo da
rio Sérgio Cortella, que lembra que a postas, os jovens carregam os jeeps
exactamente o que está a acontecer. ecocidadania: muitas mães têm vários
mãe, como matriz de vida, fonte de e vão para a Macaneta, seja para os
E todas as manobras que estão a ser encetadas para tornar Cabo Delgado uma filhos e aprendem a lidar com perso-
zona de exclusão a jornalistas e outros investigadores podem até ter desígnios vida, talvez seja a última pessoa que se meandros da mata, ou para as praias,
nalidades diferentes, quantas vezes
cínicos, como, por exemplo, impedir que não se reportem casos de graves vio- quer envergonhar, e pergunto-me se caprichando em deixá-las no estado
opostas, mas acabam por conseguir
lações de direitos humanos e de corrupção cometidos em nome da luta contra as mães, pedagogicamente, não po- comatoso em que fica todos os fins
gerar um fio de afecto interfamiliar
os malfeitores. Na verdade, jornalistas que usam a sua profissão para denunciar derão ser recuperadas para a tarefa de de semana a marginal que vai para a
que se sobrepõe às diferenças.
a corrupção e outras más práticas são mais patriotas e mais defensores do inte- esclarecer que o foco obsessivo nos re- Costa do Sol. Não percebo este fata-
Precisam-se urgentemente de mães
resse nacional do que toda a legião de oportunistas corruptos e bajuladores que sultados pode não ser o mais correcto. lismo que faz com que o turismo ou
que assumam a tarefa de contribuir
nunca olham a meios para atingir os seus objectivos. É por isso que não se deve O foro da discussão ética tem sido o entretenimento de massas tenha de
para a construção das referências e
facilmente aceitar estas acusações infundadas e despidas de qualquer mérito. excessivamente deslocado para a es- ser bárbaro e predador, deixando no
que não sejam só esposas de maridos.
cola, como um tema que esta tem de seu rasto o deserto.

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OPINIÃO
Savana 25-01-2019 19

Em jeito de resposta

Algumas dicas ao poeta português residente em


Moçambique
Por Ungulani Ba Ka Khosa

L
i, por insistência de amigos, sil. E isso aconteceu com grandes Ele é que foi racista, Cabrita! Ele saio para as Europas e Américas cionar num botequim? Mais: o
as três últimas crônicas do editoras portuguesas. E avanço é que separou os escritores entre e Ásias sei que muitos me veem que sabes das nossas bibliotecas
António Cabrita, o poe- com dois exemplos: o primeiro, os que raciocinam em bantu e os como preto no sentido discri- e leituras? Os nossos convívios
ta português residente em Livros do Brasil, editora fundada outros que presumo serem os luso minatório. Isso não me indig- datam da criação da Associação
Moçambique. Devo confessar em 1944, por António de Sousa descendentes - os que ainda se na. O racismo nessas latitudes é de Escritores, no ano de 82. Lá
que nunca me interessei pelos Pinto, que fez chegar a Portu- acham os únicos a terem a língua evidente. Eles é que sofrem. Eu confluíamos todos ou quase todos
textos que assina no semanário gal e às então colónias, grandes portuguesa como língua primeira. não. Só rio. E aqui, a preocupa- (os ausentes não faziam falta),
SAVANA, dada a petulância da autores brasileiros, como José Até então, caro poeta português, ção está na assunção da cidadania desde o Orlando Mendes, José
rubrica. Começou com o Aviso Lins Rego e Rachel de Queirós, nós estávamos no mesmo barco: moçambicana dos vários grupos Craveirinha, Rui Nogar, Calane
à Navegação. Não sei que aviso para além de autores universais, escritores moçambicanos. Des- etnolinguísticos. Sempre me bati da Silva, Clotilde Silva, Gulamo
o poeta português quis dar aos como André Marlaux, Camus, conhecíamos esses separadores. por isso. E estou feliz por o po- Khan, Pedro Chissano, Armando
moçambicanos. Agora veio com Ernest Hemingway, John Stein- O insigne escritor branco criou der político ter, definitivamente, Artur, Aldino Muianga e o Viei-
a arca de Noé. A que propósito beck, as obras completas de Eça a categoria de escritores pretos assumido o ensino bilingue como ra Mário( quando em passagem
quer que embarquemos na sua de Queirós, e outros autores. E que ainda raciocinam nas línguas o nosso grande projecto cultural. pela pátria), o Juvenal Bucuane, o
arca? Há algum dilúvio à vista tinha a colecção Vampiro, série bantu e os brancos, na maioria Queremos a unidade na diversi- Filimone Meigos, o Luís Carlos
nas letras moçambicanas? Co- de livros policiais. O segundo, luso/descendentes. O que a Ma- dade. Daí não me preocupar com Patraquim, o Afonso Santos, o
meço a perfilhar o conceito já em a editora fundada em 1945, por ria Valéria Rezende quis saber é os cerca de trinta mil luso-des- velho Guilherme Santos, e tantos
moda do chamado colonialismo Francisco Lyon de Castro e o ir- se eu perfilhava a mesma opinião cendentes que compõem o nosso outros, para a troca de livros e o
nostálgico. E se escrevo estas li- mão Adelino: a Europa/América. do escritor branco moçambica- mosaico cultural. Eles estão bem. debate sobre o que se escrevia na
nhas é mais pelo penúltimo tex- Esta trouxe-nos, entre outros au- no. E ela foi clara ao afirmar que São minorias que desfrutam de nossa terra e no mundo. Nunca
to: Dos livros sem raça. E como tores brasileiros, o grande Jorge pelas andanças pelo mundo, na privilégios que a maioria não nos preocupamos em contabilizar
tenho direito à resposta, lá vou: Amado. E estes `acantonamentos área francófona ou anglófona, via tem. Noutras latitudes, as mino- livros lidos para sermos escritores
culturais` não ofuscaram a grande muitos escritores pretos e livros. rias sofrem ao quererem assumir de valia. Mas tu, no texto, man-
1. Por cá, por estes trópicos, so- literatura até então desconhecida E não livros com ou sem raça. E a cidadania que também mere- das recados aos escritores pretos,
mos, em regra, infensos à exal- em África: a brasileira. Algum tem a sua razão. Moçambique, cem. Aqui não!... falando em computadores e bi-
tação dos nossos egos, ao des- mal nas colecções de autores lati- como outros países africanos ao bliotecas digitais. Queres ensinar
lumbramento com a fogueira das no americanos, onde pontificam sul do Sahara, tem uma popu- 6. Por isso, Cabrita, a tua asserção o quê, Cabrita? O que é isto de
nossas vaidades. Não me dá gozo o Juan Rulfo, Alejo Carpentier, lação preta na ordem de 99,9%. ´Estou-me nas tintas para a raça, dizeres Uma forma de invisibili-
nenhum andar por aí a dizer, por Cabrera Infante, Ernesto Saba- Não podemos fugir a essa esta- deixo esse problema aos represos de dade garantida é esta: editarmos só
exemplo, que eu, Ungulani Ba Ka to, Garcia Marquez, Jorge Luis tística. E da independência para espírito`, não fica bem na defesa em chancelas dedicadas à literatura
Khosa, sou escritor moçambica- Borges, Julio Cortazar e outros? cá nunca se molestaram as mino- do aludido escritor. No teu texto africana. Vão servir os departa-
no com um contrato com um dos Porquê esse olhar do colonialis- rias brancas e/ou indianas. Elas segues a mesma linha divisória. mentos das Literaturas Africanas
dois maiores grupos editoriais de mo nostálgico quando se fala de vivem comodamente nas zonas Por um lado, falas da disciplina nas universidades Lusófonas...? É
Portugal: a Porto Editora. E que uma editora com o alvo virado nobres das capitais. E nós os pre- de trabalho do escritor branco para chegar a tua grande gene-
o meu último livro Gungunha- às literaturas africanas? Dá uma tos sempre os colocámos na ca- João Paulo Borges, como exem- rosidade de expatriado que fará
na teve a 1ª edição em Janeiro olhadela pelas livrarias do Rio tegoria de moçambicanos. E não plar, sem saber como funciona a chegar a outros patamares os
de 2018, e a segunda em Abril de Janeiro, São Paulo e Bahia. O como de origem indiana ou luso oficina literária do Juvenal Bu- escritores pretos desta terra com
do mesmo ano. É óbvio que me cenário está mudando. Não é o descendente. Foi preciso estar cuane, Marcelo Panguana, Su- a tal colecção de ficção que irás
orgulha tal facto, mas não me mesmo de há dez anos. numa conferência, no Brasil, para leimane Cassamo, Mbate Pedro, coordenar em Portugal? Belo!
leva a secundarizar a tua editora, saber que um conceituado escri- Lucílio Manjate, só para citar al- Muito belo discurso para a época
Cabrita, a Abysmo, que funciona 3. A tua crónica (dos livros sem tor branco moçambicano criou a guns. Para ti estes funcionam na da casa grande e sanzala. Mas nós
num botequim lá para as bandas raça), de 11.01.19, é em resposta categoria de escritores pretos que ressaca. Alguma vez te adjectiva- estamos no século XXI.
do bairro Alto. Conheço o teu ao meu texto: O sórdido jogo da raciocinam nas línguas bantu! ram por teres uma editora a fun- E basta! Vou para outra...
editor, o João Paulo Cotrim, por invisibilidade. E o que levantou
quem tenho muita estima. Res- celeuma cá no nosso burgo, foi 4. Quando na minha terra me
peito as pequenas editoras. Tam- a pergunta que me foi feita por indigno com tal posição racista,
bém não me dá gozo andar por aí uma escritora brasileira. E cito: sou apodado de racista. E o bran-
a propalar que na edição norte- co continua, impávido, a circu-
-americana de Ualalapi, na Ta- Perguntei, há anos, a um(s) lar pelas ruas de Maputo. Mais:
gus Press, da Umas- Dartmouth escritor(es) moçambicano(s) atiraram-se à escritora brasileira, Email: diariodeumsociologo@gmail.com
(colecção Adamastor Series), eu Portal: https://oficinadesociologia.blogspot.com
branco(s) o porquê da não publica- chamando-a de racista, por ter 616
estou na companhia dos gurus ção e/ou divulgação, no Brasil, de

Movimentos da vida
criado essa teoria. Tudo falso.
portugueses: Luís de Camões, escritores pretos? A resposta, do(s) A atitude racista não veio dela,
Fernando Gil, Hélder Macedo, dito(s) escritor(es) foi de que os pre- pese o facto de o Brasil ser visi-
António Vieira, Eça de Queirós tos ainda raciocinam em línguas

A
velmente racista e Portugal (falo
e Sophia de Mello Breyner An- bantu. Eles não têm o domínio da da capital, Lisboa, cidade que co- vida é sempre uma constante domesticação da incerte-
derson. Não é qualquer um que língua portuguesa! Precisam de nheço minimamente, e que tem za e da dúvida, operando através de três movimentos:
entra na Adamastor Series! anos e anos de aprendizagem da essa grande bolsa que chamam de o movimento do julgamento retrospectivo (do género “se
língua de Camões. Confirmas essa afrodescendentes, na chamada li- assim foi no passado, sempre assim será”), o movimento
2. Para a tua informação, o João asserção?´ nha de Sintra e no Mira Tejo) ter da indução simplificadora (trata-se do “efeito do corvo negro”:
Paulo Borges (que não se dá a Não quis citar o nome da escrito- um racismo mais velado. A afir-
essas ufanices), vai ser, ainda este se encontramos um corvo negro, somos tentados a supor que
ra e nem dos tais escritores bran- mação veio de um escritor mo-
ano, editado pela primeira vez no todos os corvos são negros) e o movimento infra-intelectual da
cos moçambicanos. Mas destapo çambicano branco. E está dito.
Brasil, pela Kapulana. E terá a a panela. A escritora é a concei- Revisitem o texto, singularizando precedência afectiva (primeiro os nossos, depois os outros). É
companhia de Pepetela e Luan- tuada Maria Valéria Rezende, o autor. com esses três movimentos que naturalizamos o que é social-
dino Vieira. A Kapulana ganha o de quem recomendo o livro de mente produzido. E fazemo-lo apenas com alguns indícios,
seu espaço. O facto de ter o foco estreia, aos sessenta anos, o Vasto 5. Não me preocupo em ser com alguns dados. Com meia dúzia de fragmentos enfrenta-
nas literaturas africanas e ter edi- Mundo. Dos moçambicanos, reti- chamado preto. Estou na terra mos o futuro, com o que temos atrás vamos ao encontro do que
tado moçambicanos, nigerianos, ro o plural. Foi citado o nome de de pretos. Sinto-me bem aqui. está à frente. Os hábitos são a chave que abre e domestica o
quenianos, angolanos e zimba- um conceituado escritor branco Por onde ando só vejo pretos. imprevisto. Na verdade, face às coisas novas, somos tentados a
bueanos, não lhe retira o prestí- moçambicano. Não está na diás- A raça não é minha preocupa- reconduzi-las às coisas velhas.
gio que já vem granjeado no Bra- pora. Anda pelas ruas de Maputo. ção em Moçambique. E quando
OPINIÃO
20 Savana 25-01-2019

E agora, que cenários para Moçambique?


Por Fredson Guilengue

A
história comprova que a Frelimo não poderá dar lugar à um cocktail social bastante Segundo cenário (provável): Expurga dos Reintegração (DDR) dos homens da Rena-
tem agido, exemplarmente, em rela- assustador, caracterizado pela continuidade lesa-partido. Este cenário é um pouco à mo. É que resolvida à questão da transição,
ção aos membros seus acusados de do descontentamento social altamente ele- moda do que já pode estar a ser proposto por esta voltará, certamente, a concentrar mui-
envolvimento em casos de corrup- vado e alargado. E agora, como antecipar o parte de algumas correntes internas do par- ta energia neste dossier. A Renamo precisa
ção, muito menos se tratando de indivíduos comportamento da elite no poder em Mo- tido. Não podemos fingir sempre que nada acalmar as suas hostes militares e de obter
já condenados pela justiça. Isto pode revelar çambique face à um contexto destes? Que se está a passar. Precisamos dar mostras de concessões políticas que animem o seu elei-
muita coisa, entre as quais, quão entranhada cenários, à curto e médio prazos, se espera que temos capacidade de lidar com os nos- torado e simpatizantes. A inércia do governo
deve estar a corrupção dentro do partido, daí que irão dominar o curso dos acontecimen- sos problemas internos e de governação. A faz com que a Renamo chateie-se. O novo
o actual posicionamento marginal da ética tos sócio-políticos em Moçambique? Mas solução passa por permitir que haja algum líder, Ussufo Momade tem que mostrar ser-
ao nível interno, assim como uma enorme atenção: os cenários que desenho aqui não “progresso” no trabalho da Procuradoria Ge- viço e o país passa a ter dois focos de conflito.
despreocupação em relação à forma como a são mutuamente exclusivos e são altamente ral da República (PGR) que leve a condena- Um, activo, centrado do norte e outro, passi-
corrupção interfere na gestão da coisa públi- passíveis de serem alterados, completamen- ção pela justiça de alguns implicados. Mas, vo, com centro no centro. Logo, como é lógi-
ca, por parte do partido. Mesmo assim, à luz te, pelo factor: extradição de Manuel Chang apenas aqueles que não sejam “too big to jail”. co, a prioridade de qualquer país em guerra é
dos acontecimentos actuais, relacionados ao para os Estados Unidos de América. Há condenações, mas apenas dos operativos. a segurança das suas populações e o alcance
afamado caso da dívida oculta, torna-se um Primeiro cenário (muito provável): Daqui Os peixes-grandes são apenas referenciados, da paz. A elite não quer ouvir falar muito da
exercício, de certo modo, interessante ante- não saímos; daqui ninguém nos tira. Porque os mas não são convocados aos tribunais. O re- dívida oculta, o país precisa alcançar a paz.
cipar o comportamento da Frelimo e conse- interesses da elite são (sempre) superiores aos sultado deste cenário é um relativo nível de Mas o tema da dívida continua incómodo.
quentes implicações para o Estado moçam- do Estado é preciso que se faça de tudo para estabilidade interna do partido Frelimo, que Quarto cenário (totalmente improvável): O
bicano, à breve trecho. preservar esses interesses políticos e econó- o permita ir às eleições relativamente coeso. justiceiro. O interesse nacional está no cen-
Os desafios de natureza política, social e micos. Resolver, cabalmente, o problema da Externamente, a estratégia poderá passar tro da agenda da elite. “Haja o que hajar”, a
económica que o país enfrenta são colossais. dívida periga esses interesses, criando fric- por usar pequenos “progressos” ao nível da justiça tem de ser feita. A PGR investiga o
Politicamente, e ainda por cima, em ano de ções internas no partido Frelimo, agudizadas investigação para devolver certa confiança
crime, cabalmente, e arrola suspeitos que são
eleições, a Frelimo enfrenta níveis espan- pela potencial caça às bruxas. A estratégia nas instituições de justiça e na capacidade de
entregues aos tribunais. Dentro do partido
tosos de impopularidade. Pelo menos nos poderá passar por reforçar a repressão aos responsabilização que o partido tem relati-
Frelimo vence a corrente que exige a respon-
principais centros urbanos, mais informados, que perigam os interesses da elite. Fechar o vamente aos membros infractores. Como o
sabilização dos indivíduos envolvidos neste
a consequência do escândalo da dívida ocul- país a si próprio e ao mundo. Dificultar a co- assunto estará em sede de justiça, à comuni-
caso. O partido avança para eleições dividi-
ta poderá ser catastrófica para o partido no bertura por parte da imprensa nacional e in- dade internacional e nacional serão exigidas
do em duas alas. Uma ala mais conservadora
poder, isto em termos de resultados eleito- ternacional de temas incómodos como a dí- paciência e confiança no trabalho da justiça.
comprometida com o caso da dívida oculta
rais. A oposição deverá usar este tema como vida oculta. Oxigenar o G-quarentismo para Se Manuel Chang for extraditado, a falta de
que defende que este tema não deva avan-
seu cavalo de batalha eleitoral. É que, pelos desinformar e defender uma versão favorável colaboração dos Estados Unidos e a impossi-
implicados e pelas implicações na socieda- à elite. O resultado disso deverá ser o aze- bilidade de aceder, directamente, ao “cérebro” çar por perigar a coesão interna, e outra ala
de moçambicana e na imagem do país in- damento das relações com as representações de todo o esquema poderão ser usadas para mais liberal que defende mão dura sob os
ternacionalmente, este tema dá muito pano diplomáticas dentro do país, principalmente, justificar a lentidão deste processo em Mo- infractores quer ao nível do partido, quer ao
para manga. Economicamente, espera-se as que exigem que o tema da dívida oculta çambique. nível do Estado. Maputo assiste a julgamen-
que antes do tão aguardado milagre do gás, seja, devidamente, esclarecido. Em termos Terceiro cenário (pouco provável): Não temos tos de facto. O povo vibra e alegra-se pelas
a economia continue a crescer lentamente, e eleitorais, usar todos os meios possíveis para tempo para isso, estamos em guerra. A elite opta revelações tornadas públicas pela imprensa
que os parceiros de cooperação internacional garantir uma vitória eleitoral a todo o custo, por centrar as atenções do povo e da comu- livre. Os jornais andam ricos de informações
mantenham congelados os seus desembolsos principalmente, que garanta a continuidade nidade internacional no conflito no norte de “quentes”. Os bares, chapas e barracas andam
ao orçamento do Estado, enquanto aguar- do controle do poder central. O controle do Moçambique (Cabo Delgado). Para azedar animados. A comunidade internacional con-
dam pelo difícil e moroso esclarecimento sa- poder central é fundamental para o controle ainda mais o contexto de insegurança que o gratula-se e promete revisitar o dossier sobre
tisfatório, assim como pela responsabilização de todo o resto. Neste cenário, Moçambique país vive, irrita-se um pouco mais a Renamo o congelamento do apoio ao orçamento do
criminal dos responsáveis do calote. A com- conforma-se, de facto, com o título de um avançando muito vagarosamente com o pro- Estado. Moçambique parece caminhar para
binação deste contexto político e económico regime autoritário. cesso de Desmobilização, Desmilitarização e um regime democrático.

SACO AZUL Por Luís Guevane

“Savana” 25 anos
U
m dos benefícios notáveis da espaço, a sua inicial configuração militar e da lei e da meritocracia, valorização da par- gimento de jornais, rádios e televisões,
assinatura do Acordo Geral até ideológica. tidocracia, endeusamento de figuras não en- opostos ao acorrentamento governa-
de Paz (AGP), em 1992, foi a Percorridos vinte e cinco anos podemos deusáveis, manutenção do acorrentamento mental, é celebrado, é motivo de muita
retomada da discussão do con- afirmar com alguma segurança que, em do Estado-partido (ou partido-Estado), etc. admiração. Novas abordagens, das mais
ceito “democracia” e a massificação assu- Moçambique, a liberdade de expressão é um Estamos em 2019 e as “coisas” simplesmen- sérias às mais sensacionalistas, criam
mida do seu novo entendimento. Com facto. Existe. Ainda assim, a mesma lembra te se sofisticaram. A acção da imprensa é de entre a opinião pública os seus adeptos
esta reformulação o espaço de liberdade um típico agregado familiar moçambica- um efeito lento e demorado, o que traduz e seguidores. A alegada unidade nacio-
individual e, por essa via, de liberdade no que está longe de passar um mínimo a subtil machadada elitista sem graça que, nal deixa, paulatinamente, de ser tabu.
de expressão ganhou novos protagonis- de três refeições diárias. Simplesmente so- no final do dia, põe-nos a perceber o sen- A seriedade do sensacionalismo e/ou o
tas, novas formulações, enfim, exigiu da brevive. A refeição chega à mesa de forma tido de “gritar até ficar rouco”. Que o diga sensacionalismo da seriedade incomo-
imprensa uma prática mais consentânea bastante sofrida, mas chega. E aqui o facto o saudoso MG. Um grito que não cala é: dam as “lideranças feitas”. A opinião
com a diversidade, mais aberta ao deba- muito claro é que esse agregado familiar, até onde temos em Moçambique o quarto pública reforça a sua crença quanto ao
te e aos choques e contradições ideoló- no sentido mais geral do termo, consegue poder como factor de mudança? Por que peso e ao efeito do “quarto poder” como
gicas. As primeiras eleições gerais, em alimentar-se diariamente, atrapalhando a razão este não surte o devido efeito? Para factor de mudanças significativas ten-
1994, e seguintes, marcaram uma “nova estatística da fome. aumentar a rouquidão assistimos, ainda nos dentes a melhorar a qualidade de vida
Era” na discussão de conceitos como É assim que, de forma empreendedora, a meados de “Noventa”, a uma imprensa “pró- dos cidadãos em geral. Ainda que ca-
“imprensa livre”, “liberdade de expres- imprensa (independente) escrita e fala- -governamental” acomodada nas suas práti- reça de um estudo, podemos avançar
são”, “media independente”, etc. Mas da ocupou o seu espaço por força das cir- cas anteriores. Faltou, a nosso ver, um sério com a hipótese, susceptível de ser veri-
tudo isto não aconteceu sem o fresco cunstâncias históricas do momento, já por debate sobre o novo sentido de imprensa ficável, de que em vinte e cinco anos de
impacto dos resquícios de um comunis- alturas dos meados da década Noventa. A que se pretendia isenta, ainda que “pró- existência o “Savana” elevou o sentido
mo importado situado no comando das mesma embandeirou-se numa liberdade -governamental”. É a década do surgimen- de cidadania activa do cidadão moçam-
relações quotidianas entre governantes rotulada de “provocação” ao denunciar e to de vários jornais na praça, entre os quais bicano ao interpretar com isenção e
e governados; uma ideologia que não arrolar publicamente problemas como cor- o “Savana” que acaba de completar vinte e equidistância o sentido de soberania e
conseguia assumir o cumprimento das rupção, rombos financeiros (de pequeno e cinco anos de existência. Para o limitado e unidade nacional. Estão de parabéns o
regras da unidade na diversidade; um médio vulto), impunidade, nepotismo, ac- diminuto espaço de liberdade de expressão, “Savana”, os seus estimados leitores e
regime que transportava, no tempo e no ção de grupos mafiosos, “pontapeamento” por alturas de 1994 e anos seguintes, o sur- os seus críticos.
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Savana 25-01-2019 21

DESTAQUE RURAL Nº 48
14 de Janeiro de 2019
OS NOVE RISCOS DE MOÇAMBIQUE EM 2019
João Mosca

Os riscos medem ou estimam o grau de probabilidade de um fenómeno que facilite ou cubra diferentes tipos de tráfego, corrupção e negócios
acontecer, produzindo efeitos negativos sobre as realidades relacionadas não transparentes. Se assim for, é expectável que exista mais repres-
com um determinado fenómeno. Por exemplo, existem métodos que ava- são sobre as vozes críticas (ameaças, ataques de carácter, espancamen-
liam os riscos de crédito, de rentabilidade, de vida, de acidente, de calami- WRVDVVDVVLQDWRV HSRUWDQWRPDLVDEXVRVFRQWUDRVGLUHLWRVKXPDQRV
dades, entre outros. Riscos das instituições e também o risco de fenómenos maior controle do aparelho ideológico (sobretudo sobre os órgãos de
de instabilidade de uma região ou país. LQIRUPDomR HDVÀ[LDPHQWRHFRQyPLFRGHRUJDQL]Do}HVQmR´DOLQKDGDVµ
com o sistema e movimentações militares de intimidação (já em cur-
Este texto tem como objectivo apresentar aqueles que são, na opinião do VR &RQVLGHUDQGRRVQtYHLVGHLQWLPLGDomRHUHSUHVVmRQmRpSURYiYHO
autor, os maiores riscos de Moçambique em 2019. Risco de instabilida- TXHDFRQWHoDPPDQLIHVWDo}HVSDFtÀFDVGHUXDRXRXWUDVSRUSDUWHGD
de politica e social e riscos económicos (sobretudo os relacionados com sociedade. As tácticas da governação por mentiras, diversionismo e si-
RLQYHVWLPHQWRDWD[DGHFkPELRDLQÁDomRRFUHVFLPHQWRHRHPSUHJR  lêncio, poderão ser aprofundadas. Por outro lado, serão reforçadas as
A sequência apresentada não representa qualquer graduação dos riscos medidas de captura e criação de colectivos clientelistas, principalmente
considerados. os funcionários públicos aos diferentes níveis hierárquicos e territoriais,
empresários e líderes comunitários. Em 2018, segundo o The Economist,
Risco 1, ESTABILIDADE POLÍTICA E MILITAR EM CABO DELGADO 0RoDPELTXH IRL FODVVLÀFDGR SHOD SULPHLUD YH] FRPR SRVVXLQGR XP
3$/0$ 1DGDLQGLFDTXHH[LVWDXPDVROXomREUHYH$RSomRPLOLWDULVWD regime autoritário. Existem sinais com características fascistas no am-
e securitária já demonstrou não resolver e a actuação dos revoltosos pos- biente político e social.
sui características de guerrilha, geralmente sem solução por via exclusiva-
PHQWHPLOLWDU1DGDLQGLFDTXHR*RYHUQRHVWHMDDDERUGDURDVVXQWRGH 5LVFR&217(;72(&21Ð0,&2,17(51$&,21$/1mRVHSRGH
forma integrada, considerando os vários factores da crise (por exemplo, excluir a possibilidade de mudanças na economia internacional se re-
SREUH]D H[WUDFomR GH UHFXUVRV  WHUUD  WUiIHJRV pWQLFRV UHOLJLRVRV  $ ÁHFWLUHP QHJDWLYDPHQWH RX SRVLWLYDPHQWH  HP 0RoDPELTXH$FWXDO-
SRVVLELOLGDGHGHDODUJDPHQWRGRWHUULWyULRDEUDQJLGRSHORFRQÁLWRpUHDOH mente, a melhoria de alguns indicadores da economia nominal (taxas de
já existem esses indícios. A continuidade desta instabilidade pode retrair FkPELRHGHMXURVHLQÁDomR UHVXOWDPVREUHWXGRGHHQWUDGDVGHGLYLVDV
LQYHVWLPHQWRV QmRVRPHQWHQD]RQDDEUDQJLGD  das exportações de carvão, alumínio e algumas commodities agrícolas
FRPSUHoRVHPDOWDGRSUHoRIDYRUiYHO PHVPRTXHPXLWRYROiWLO GR
5LVFR$12(/(,725$/(VWHSHUtRGRSRGHVHUXPIDFWRUGHLQVWDELOL- petróleo, de uma politica interna restritiva contraindo a procura e as im-
dade social. As experiências anteriores e em particular as eleições autár- portações. Considerando os níveis atingidos, é provável que aconteçam
quicas de 2018, não inspiram certeza quanto à transparência das eleições. baixas nos preços de alguns bens primários exportados por Moçambi-
1mRVmRSUHYLVtYHLVTXDLVDVFRQVHTXrQFLDVQRFDVRGHH[LVWLUHPFDVRVJUD- que, afectando a Balança de Pagamentos e a recuperação das variáveis
ves de fraude, em particular acerca das reacções dos partidos da oposição nominais macroeconómicas e da produção em alguns sectores. Pode-se
HHPSDUWLFXODUGD5(1$025HFRUGDVHTXHRSURFHVVRGHGHVPLOLWDUL- ainda esperar alguma subida das taxas de juro internacionais, agravan-
]DomRGD5(1$02IRLVXVSHQVRDSyVDVHOHLo}HVDXWiUTXLFDVVHQGRSUR- do o volume e os serviços da dívida e efeitos sobre o investimento exter-
YDYHOPHQWHUHVXOWDQWHGDLQVDWLVIDomRGD5(1$02SHORVFDVRVGHIUDXGH no nas pequenas e médias empresas.
FRPSURYDGD (VWD DWLWXGH SRGH VLJQLÀFDU D PDQXWHQomR GD FDSDFLGDGH
5LVFR  &/,0$ $V SUHYLV}HV FOLPiWLFDV DSRQWDP SDUD VLWXDo}HV GH
militar como pressão ou aviso para as eleições gerais em Outubro de 2019.
emergência por cheias e seca, que sempre foram suportadas, principal-
$LQFHUWH]DGRVUHVXOWDGRV FDGDYH]PDLRU QRVHQWLGRGHPXGDQoDGH
PHQWHSHODFRRSHUDomRHGRQDWLYRV1RWtFLDVUHFHQWHVLQGLFDPDH[LV-
partido dominante, ou ausência de maioria absoluta, retrai certamente o
tência de populações em situação de fome e a escassez de recursos afec-
investimento, aumenta os gastos públicos (colocado erroneamente como
WRVDR,QVWLWXWR1DFLRQDOGH*HVWmRGH&DODPLGDGHVSDUDDFXGLUDHVVDV
LQYHVWLPHQWRQRRUoDPHQWRGR(VWDGR UHGX]DDFWLYLGDGHHPSUHVDULDOH
situações.
do Estado, entre outras consequências.
5LVFR6(*85$1d$$/,0(17$5$YHULÀFDomRFRQMXJDGDGRVULV-
5LVFR  'Ì9,'$ (;7(51$ ( (0 3$57,&8/$5$ 'Ì9,'$ (;2&8/-
cos anteriores, implicará, certamente, o aumento da pobreza sobretudo
7$ (VWH SURFHVVR HVWi FDUUHJDGR GH LQFyJQLWDV TXDQWR DR GHVIHFKR GDV
no meio rural com a redução da produção agrária, o agravamento da
investigações e decisões judiciais em curso, tanto individualmente quanto
insegurança alimentar e a necessidade de mais importação de bens ali-
ao pagamento da dívida. As consequências são demasiado conhecidas e
mentares.
Mi YHULÀFDGDV LQVWDELOLGDGH PDFURHFRQyPLFD GHVDFHOHUDomR HFRQyPLFD
aumento da pobreza, dívida púbica não sustentável, redução drástica do &RPRVHREVHUYDRVULVFRVVmRUHDLV$YHULÀFDomRGRVPHVPRVGHIRUPD
LQYHVWLPHQWR H[WHUQR VH UHWLUDGR RV PHJDSURMHFWRV  LQYHVWLPHQWR LQ- isolada ou conjugada, poderá reforçar as consequências sobre a socieda-
terno incluindo o público, contracção dos gastos públicos, encerramento GHHDHFRQRPLDTXHHPUHVXPRVmRDVVHJXLQWHVLQVWDELOLGDGHSROLWLFD
GH SHTXHQDV H PpGLDV HPSUHVDVGHVHPSUHJR LQÁDomR HQWUH RXWUDV $V e social, crise económica, redução da cooperação e do investimento ex-
consequências são inter-geracionais e as decisões de responsabilização e terno e descredibilização do Governo e das instituições moçambicanas.
DSXUDPHQWRGRVHYHQWXDLVFULPHVGHIUDXGHHFRUUXSomRSRVVXHPUHÁH-
xos imediatos. O desfecho não está concluído. Veremos o que se passa em Compete à governação a tomada de medidas tendentes a reduzir os ris-
2019. cos de origem interna e gerir os riscos externos não controláveis pelo Go-
verno de forma a mitigar os seus efeitos. A redução dos riscos depende
5LVFR&5(',%,/,'$'('$*29(51$d®2(,0$*(0'23$Ì6$V GHPHGLGDVLQWHJUDGDVSDUDDUHVROXomRGRFRQÁLWRHP&DER'HOJDGR
HYROXo}HVGRVULVFRVHGHWHUPLQDUmRDUHFXSHUDomR RXQmR GDFUH- da realização de eleições transparentes, assumir as consequências políti-
dibilidade do Governo, das instituições judiciais e, em geral, do sistema cas, criminais e institucionais das ex-dividas ocultas, evitar desmandos
SROtWLFR(PVHQWLGRQHJDWLYRDQmRUHFXSHUDomRGDFUHGLELOLGDGHGLÀFXO- autoritários e reforço da democracia. Só assim pode haver recuperação
tará o investimento, a cooperação, cujas consequências internas sobre a da credibilidade no Governo e nas instituições, a retoma do investimen-
HFRQRPLD VmR VLPLODUHV jV DSRQWDGDV UHGXomR GR LQYHVWLPHQWR GD FRR- to e da cooperação, e a inversão sustentada da crise económica. A fuga
SHUDomR GR FUHVFLPHQWR GR HPSUHJR GD LQÁDomR GR QtYHO GH YLGD GRV às responsabilidades, o reforço da repressão, a manutenção das institui-
cidadãos, entre outras. ções e das promiscuidades como mecanismo de defesa e manutenção do
poder, serão atitudes historicamente efémeras. A grande questão é saber
5LVFR  5(35(66®2 ',5(,726 +80$126 ( 5(752&(662 '$ '(- se a FRELIMO tem a capacidade de se reposicionar e quais as conse-
02&5$&,$$YHULÀFDomRGRVULVFRVHSRGHUiLQÁXHQFLDUR*R- quências dento do Partido. Este é o risco 9, certamente o determinante.
verno a reforçar os mecanismos de defesa do poder e de um Estado frágil 'LWRGHXPRXWURPRGRpSRVVtYHOPXGDUDOJXP$'1"
DESPORTO
22 Savana 25-01-2019

Arlindo Mapande e a crise no Maxaquene

Quando a emenda é pior que o soneto...!


Por Paulo Mubalo

O
Maxaquene está a atra- do para trás as rixas do passado. Mahomed, os restantes eram
vessar, desde o ano pas- Nem que seja para negociar o funcionários dessas empresas,
sado, uma crise que aos retorno das empresas patroci- casos de Nuro Americano, So-
poucos vai mostrando nadoras, essas que são conside- lomone Cossa e José Neves.
as fragilidades da actual direc- radas, por alguns círculos pró Mas temos que abrir parênteses:
ção, encabeçada por Arlindo Mapandane como estando a com pompa e circunstância, o
Mapande, em buscar sinergias fazer chantagem. porta- voz de Arlindo Mapan-
ou encontrar estratégias para Solução à aspirina de, Dávido José se desdobra em
pôr a colectividade a caminhar A crença de que Mapande iria conferências de imprensa para
pelos seus próprios pés, sem fazer uma verdadeira revolução clarificar algumas situações que,
apoio das empresas patrocina- fez com que muita gente apoias- na sua opinião, tendiam man-
doras, a LAM e ADM. se a equipa de futebol, pelo me- char a candidatura deste, como
nos em termos de presença em
a suposta onda de desinforma-
E depois de várias promessas, campo, transmitindo palavras
ção que, vezes sem conta, era
típicas de campanha, quais re- de alento e encorajamento.
alimentada pelas redes sociais.
sultados seriam esperados, os Mapande parecia não estar
José garantiu, entre outras coi-
trabalhadores que passaram muito preocupado com a saí-
meses sem ver a cor do dinheiro, sas, que Arlindo Mapande tinha
da das empresas patrocinadoras
optaram por trancar as portas ainda que , depois de ter gan- sido useiro e vezeiro em apoiar
Arlindo Mapande o clube de muitas e multiface-
que dão acesso às instalações do ho o pleito as tivesse convidado
clube. É que mesmos os mais Cronologia da crise ca e com capacidade financei- para ocupar certos cargos. tadas formas elas, o pagamento
resilientes não resistem à fome. Um dos sinais de que algo não ra para levar o Maxaquene a Mas a realidade mostrou que de salários aos jogadores, e a
Na verdade, a direcção de Ma- estava a correr bem no Ma- manter a sua grandeza e quiçá, sem essas empresas o Maxaque- compra de equipamentos, es-
pande pagou, inicialmente, cin- xaquene foi o adiamento das ganhar títulos que fugiam há ne praticamente estaria reduzi- pecialmente na época de 2016,
co mil meticais e, a poucos dias eleições inicialmente marcadas alguns anos. Mas da intenção à do à insignificância. quando o treinador da equipa
do final do mês, pagou apenas para o mês de Abril, por 60 prática vai uma grande distân- E já se sabia que o presidente do principal de futebol era Chiqui-
dois meses, mas, estranhamen- dias, período no qual a comis- cia e mais do que nunca, parece clube deveria ter ligações com nho Conde.
te voltou a descontar cinco mil são de gestão (ad hoc) , liderada ser este o momento certo para a as empresas patrocinadoras, até Os próximos dias serão esclare-
meticais, com o argumento de pelo economista Hermenegil- família tricolor se unir deixan- porque, exceptuando Rafindine cedores.
que se tratava do dinheiro que do Mavale estaria a trabalhar
havia dado por empréstimo. por forma a estabilizar o clube
Os trabalhadores, mesmo tris- e, quiçá, criar condições para a Retificação
tes com a situação, voltaram à realização do pleito que viria
labuta, mas o impasse não está a acontecer a 7 de Julho do ano

Comunicado de Imprensa
totalmente ultrapassado. passado.
Ou seja, enganou-se redonda- Internamente, e a pedido das
mente quem pensava que Arlin- empresas patrocinadoras, de-
do Mapande e seu elenco con- corria o due diligence, o proces- No dia 22 de Novembro de 2018, Empresa Orizícola da Zambézia (EOZ),
seguiriam, num ápice, recolocar so de investigação voluntária ou Cooperativa de 2º Grau organizou a sua Assembleia Geral Extraordinária a
o Maxaquene na sua verdadeira relatório diagnóstico para aferir
com a participação de 40 Delegados em representação de quatro cooperati-
dimensão e grandeza. a situação geral da colectividade.
E alguns trabalhadores que fa- Entretanto, por que havia fun- vas de 1º Grau., nomeadamente, Malissa Utcherenga de Mopeia, Taguia de
laram ao SAVANA na condi- dos de Estado que eram aloca- Nicoadala, Nivuneia de Namacurra e Mudhe Moné de Maganja da Costa
ção de anonimato não escon- dos ao Maxaquene, via empresas – Nante; com 2 pontos fundamentais na agenda, nomeadamente:
dem a sua frustração e temem patrocinadoras, era necessário 1. Avaliação do funcionamento do Gapi SI na gestão da EOZ durante os
por dias piores. Dizem estar saber o efeito que esses fundos anos 2012-2018.
endividados e mais preocupa- estariam a produzir. 2. Leitura da Moção e votação.
dos ainda porque nem sequer Seguiu-se a realização do plei-
conseguem alimentar as suas fa- to eleitoral, ganho por António
mílias deixando-as sob vulne- Mapande, que somou 151 vo- Os delegados constataram que, durante a gestão do Gapi as cooperativas
rabilidade gritante. Tentativas tos, contra 58 de Nuro Ameri- foram profundamente prejudicadas em termos de não cumprimento de
para falarmos com a direcção do cano, mas a harmonia na família obrigações comerciais, destruição da democracia interna nas cooperativas
clube sobre o assunto redundou tricolor continuou ausente. através de manipulação do funcionamento das mesmas e, sobretudo, a fal-
em fracasso, mas continuamos Com a vitória, Mapande era ta de conhecimento sobre os princípios do cooperativismo no seio do Gapi.
abertos para possíveis explica- tido como o salvador, o homem
ções. com visão estratégica e holísti-
Os delegados decidiram:

t Pôr término a relação de trabalho entre a cooperativa e o Gapi SI a partir

Rocha presidente do ATCM da data de assinatura da acta da assembleia extraordinária do dia 22 de


Novembro 2018.

R
t 2UGHQDU*DSLDID]HUWXGRSDUDDWUDQVLomRSDFtÀFDGDJHVWmRGR*DSL
odrigo Rocha, sócio do ATCM desde 1993, é o novo
presidente daquele organismo, depois de ter derrota- para a cooperativa, antes do dia 31 de Dezembro 2018 sem qualquer
do Ercílio Maciel Alibai, em eleições realizadas esta prejuízo para a cooperativa.
terça-feira, no anfiteatro da Faculdade de Medicina da t Criação de uma comissão composto pelos membros, assistidos por um
Universidade Mondlane. MXULVWDHDXGLWRUDÀPGHIDFLOLWDUDWUDQVLomRGHJHVWmR
Rocha, segundo afirmou antes da sua eleição, não se candida-
tou por iniciativa própria, mas a convite de vários sócios, que
queriam alguém para “credibilizar o clube”, seja em termos de Nicoadala aos 22 de Novembro de 2018
criação de regras, regulamentos ou regimento para o funciona- António João Chabuca
mento dos órgãos sociais. /Presidente de Mesa da EOZ/
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DESPORTO
Savana 25-01-2019 23

ANÚNCIO DE VAGAS
PARA DOCÊNCIA

O Instituto Politécnico de Geolo-


gia e Ciências de Saúde com sede
na cidade de Quelimane tem aberta
vagas para DOCÊNCIA com for-
mação de nível de técnico médio e
superior para lecionar os níveis 3, 4
e 5 do QNQP (Quadro Nacional de
4XDOLÀFDo}HV3URÀVVLRQDLV DFUHVFL-
da de CERTIFICADO B para os se-
guintes cursos:

1.TÉCNICO DE MEDICINA
GERAL (nível médio)

2.ENFERMAGEM SAÚDE MA-


TERNO INFANTIL (nível médio)

3.ENFERMAGEM GERAL
(nível médio)

Priincipais responsabilidades

Ter habilidades de lecionar com o


sistema modular virado a padrões
de competências, criar e gerir ar-
quivos de evidências.

Ter capacidades técnicas de ser ava-


liador interno ou externo ao abrigo
de QNQP.

Entrega de Curriculum Vitae , nos


escritórios do Instituto Politécnico
de Geologia e Ciências de Saúde,
Av. 25 de Junho nr 450, Celular
84 410 47 08 ou por e-mail:
ipgcienciasaude@gmail.com

Prazo de entrega dia 5/2/2019

* serão contactados e submetidos a


entrevista apenas os candidatos se-
leccionados.
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Savana 25-01-2019 21

DESTAQUE RURAL Nº 48
14 de Janeiro de 2019
OS NOVE RISCOS DE MOÇAMBIQUE EM 2019
João Mosca

Os riscos medem ou estimam o grau de probabilidade de um fenómeno que facilite ou cubra diferentes tipos de tráfego, corrupção e negócios
acontecer, produzindo efeitos negativos sobre as realidades relacionadas não transparentes. Se assim for, é expectável que exista mais repres-
com um determinado fenómeno. Por exemplo, existem métodos que ava- são sobre as vozes críticas (ameaças, ataques de carácter, espancamen-
liam os riscos de crédito, de rentabilidade, de vida, de acidente, de calami- WRVDVVDVVLQDWRV HSRUWDQWRPDLVDEXVRVFRQWUDRVGLUHLWRVKXPDQRV
dades, entre outros. Riscos das instituições e também o risco de fenómenos maior controle do aparelho ideológico (sobretudo sobre os órgãos de
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com o sistema e movimentações militares de intimidação (já em cur-
Este texto tem como objectivo apresentar aqueles que são, na opinião do VR &RQVLGHUDQGRRVQtYHLVGHLQWLPLGDomRHUHSUHVVmRQmRpSURYiYHO
autor, os maiores riscos de Moçambique em 2019. Risco de instabilida- TXHDFRQWHoDPPDQLIHVWDo}HVSDFtÀFDVGHUXDRXRXWUDVSRUSDUWHGD
de politica e social e riscos económicos (sobretudo os relacionados com sociedade. As tácticas da governação por mentiras, diversionismo e si-
RLQYHVWLPHQWRDWD[DGHFkPELRDLQÁDomRRFUHVFLPHQWRHRHPSUHJR  lêncio, poderão ser aprofundadas. Por outro lado, serão reforçadas as
A sequência apresentada não representa qualquer graduação dos riscos medidas de captura e criação de colectivos clientelistas, principalmente
considerados. os funcionários públicos aos diferentes níveis hierárquicos e territoriais,
empresários e líderes comunitários. Em 2018, segundo o The Economist,
Risco 1, ESTABILIDADE POLÍTICA E MILITAR EM CABO DELGADO 0RoDPELTXH IRL FODVVLÀFDGR SHOD SULPHLUD YH] FRPR SRVVXLQGR XP
3$/0$ 1DGDLQGLFDTXHH[LVWDXPDVROXomREUHYH$RSomRPLOLWDULVWD regime autoritário. Existem sinais com características fascistas no am-
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sui características de guerrilha, geralmente sem solução por via exclusiva-
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5LVFR$12(/(,725$/(VWHSHUtRGRSRGHVHUXPIDFWRUGHLQVWDELOL- petróleo, de uma politica interna restritiva contraindo a procura e as im-
dade social. As experiências anteriores e em particular as eleições autár- portações. Considerando os níveis atingidos, é provável que aconteçam
quicas de 2018, não inspiram certeza quanto à transparência das eleições. baixas nos preços de alguns bens primários exportados por Moçambi-
1mRVmRSUHYLVtYHLVTXDLVDVFRQVHTXrQFLDVQRFDVRGHH[LVWLUHPFDVRVJUD- que, afectando a Balança de Pagamentos e a recuperação das variáveis
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partido dominante, ou ausência de maioria absoluta, retrai certamente o
tência de populações em situação de fome e a escassez de recursos afec-
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situações.
do Estado, entre outras consequências.
5LVFR6(*85$1d$$/,0(17$5$YHULÀFDomRFRQMXJDGDGRVULV-
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cos anteriores, implicará, certamente, o aumento da pobreza sobretudo
7$ (VWH SURFHVVR HVWi FDUUHJDGR GH LQFyJQLWDV TXDQWR DR GHVIHFKR GDV
no meio rural com a redução da produção agrária, o agravamento da
investigações e decisões judiciais em curso, tanto individualmente quanto
insegurança alimentar e a necessidade de mais importação de bens ali-
ao pagamento da dívida. As consequências são demasiado conhecidas e
mentares.
Mi YHULÀFDGDV LQVWDELOLGDGH PDFURHFRQyPLFD GHVDFHOHUDomR HFRQyPLFD
aumento da pobreza, dívida púbica não sustentável, redução drástica do &RPRVHREVHUYDRVULVFRVVmRUHDLV$YHULÀFDomRGRVPHVPRVGHIRUPD
LQYHVWLPHQWR H[WHUQR VH UHWLUDGR RV PHJDSURMHFWRV  LQYHVWLPHQWR LQ- isolada ou conjugada, poderá reforçar as consequências sobre a socieda-
terno incluindo o público, contracção dos gastos públicos, encerramento GHHDHFRQRPLDTXHHPUHVXPRVmRDVVHJXLQWHVLQVWDELOLGDGHSROLWLFD
GH SHTXHQDV H PpGLDV HPSUHVDVGHVHPSUHJR LQÁDomR HQWUH RXWUDV $V e social, crise económica, redução da cooperação e do investimento ex-
consequências são inter-geracionais e as decisões de responsabilização e terno e descredibilização do Governo e das instituições moçambicanas.
DSXUDPHQWRGRVHYHQWXDLVFULPHVGHIUDXGHHFRUUXSomRSRVVXHPUHÁH-
xos imediatos. O desfecho não está concluído. Veremos o que se passa em Compete à governação a tomada de medidas tendentes a reduzir os ris-
2019. cos de origem interna e gerir os riscos externos não controláveis pelo Go-
verno de forma a mitigar os seus efeitos. A redução dos riscos depende
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HYROXo}HVGRVULVFRVHGHWHUPLQDUmRDUHFXSHUDomR RXQmR GDFUH- da realização de eleições transparentes, assumir as consequências políti-
dibilidade do Governo, das instituições judiciais e, em geral, do sistema cas, criminais e institucionais das ex-dividas ocultas, evitar desmandos
SROtWLFR(PVHQWLGRQHJDWLYRDQmRUHFXSHUDomRGDFUHGLELOLGDGHGLÀFXO- autoritários e reforço da democracia. Só assim pode haver recuperação
tará o investimento, a cooperação, cujas consequências internas sobre a da credibilidade no Governo e nas instituições, a retoma do investimen-
HFRQRPLD VmR VLPLODUHV jV DSRQWDGDV UHGXomR GR LQYHVWLPHQWR GD FRR- to e da cooperação, e a inversão sustentada da crise económica. A fuga
SHUDomR GR FUHVFLPHQWR GR HPSUHJR GD LQÁDomR GR QtYHO GH YLGD GRV às responsabilidades, o reforço da repressão, a manutenção das institui-
cidadãos, entre outras. ções e das promiscuidades como mecanismo de defesa e manutenção do
poder, serão atitudes historicamente efémeras. A grande questão é saber
5LVFR  5(35(66®2 ',5(,726 +80$126 ( 5(752&(662 '$ '(- se a FRELIMO tem a capacidade de se reposicionar e quais as conse-
02&5$&,$$YHULÀFDomRGRVULVFRVHSRGHUiLQÁXHQFLDUR*R- quências dento do Partido. Este é o risco 9, certamente o determinante.
verno a reforçar os mecanismos de defesa do poder e de um Estado frágil 'LWRGHXPRXWURPRGRpSRVVtYHOPXGDUDOJXP$'1"
Dobra por aqui
SUPLEMENTO HUMORÍSTICO DO SAVANA Nº 1307 ‡25 DE JANEIRO DE 2019

CIP ALTERA A SUA ESTRATEGIA


2 Savana 25-01-2019 SUPLEMENTO Savana 25-01-2019 3
OPINIÃO
Savana 25-01-2019 27

Abílio Maolela (Texto)


Ilec Vilanculo (Fotos)

Sem bebidas e nem


comidas francesas
A
semana arrancou em grande para a família da Mediacoop, sobr-
etudo, para os jornalistas e colaboradores deste semanário, com
a celebração das “bodas de prata” do maior e mais antigo tab-
loide privado da praça. Foi a 21 de Janeiro de 1994, que o país
testemunhou o nascimento do primeiro jornal impresso privado do país,
denominado SAVANA, que marcou a materialização das liberdades de
expressão e de imprensa, consagradas na então nova Constituição da
República (1990).
Apesar de ser uma data sem nenhuma relevância no calendário nacional,
o 21 de Janeiro está gravado na história do país, como o dia que marca,
efectivamente, o início do exercício da liberdade de imprensa, no país.
É um dia que se confunde com o da proclamação da independência
nacional, tendo em conta o significado que trouxe à sociedade, no que
tange a formação da opinião pública.
Entretanto, este “júbilo” deve-se a um grupo de 13 “rebeldes” que, im-
buídos pelo espirito “ocidental”, decidiram libertar-se das algemas do
regime, avançando para a criação de uma empresa privada de comuni-
cação social, mediacoop, a primeira do género, em Moçambique. Foi um
momento que, não só abriu uma nova página na história do país, como
também marcou o fim de um conjunto de reuniões que juntava-lhes para
definir as estratégias para a concretização do seu plano, tal como ilustra
a nossa primeira imagem, onde aparece figuras como Gil Laurenciano
(agachado), Fernando Lima (cabeludo), Lourenço Jossias, Carlos Car-
doso (ao fundo) e Joel Chiziane.
Independência e integridade são os valores que apregoamos, desde a
primeira edição, pois, temos consciência do significado do produto que
levamos ao mercado. Desde a geração liderada por Salomão Moyane que
a investigação foi definida como bandeira desta casa, apesar das adver-
sidades.
Passados 25 anos, a nova geração vai dando continuidade ao trabalho
deixado pelos mais velhos, tal como ilustra a terceira imagem, onde vê-se
a actual equipa da Redacção concentrada no fecho de mais uma edição.
Porque depois de assegurar o jornal nas bancas é preciso recarregar as
energias para um novo combate, o convívio sempre foi uma marca pre-
sente entre os fazedores o SAVANA, desde os jornalistas até aos segu-
ranças, passando pelos vários departamentos que asseguram a publicação
semanal deste produto.
Com bolos ou rissóis, o champagne nunca faltou e, desta vez, também
não fugimos à regra e brindamos desejando-nos mais trabalho, vendas e,
claro, dinheiro. Esta é a nossa história. Esta é a nossa festa, sem bebidas
e comidas francesas, mas simbólica.
À HORA DO FECHO
www.savana.co.mz EF+BOFJSPEFt"/0997*t/o 1307

iz- se
D
IMAGEM DA SEMANA Foto Tom Bowker
D i z - se.. .

t)ÈVNBTFNBOB FTUFWFQPSFTUBTQBSBHFOT PSFQSFTFOUBOUFEPTDVOIBEPT


B QFSHVOUBS QPS VN TFV DPODJEBEÍP B RVFN BDVTBWBN EF GBÎBOIBT KJIB-
distas, com os arcos e flechas que decoravam a sua casa de Palma. Mas
PTFTRVBESÜFTEBNPSUFQSFHBSBNVNBQBSUJEBBPFOHFOIFJSPEPQMBOBMUP
/ÍPIÈQSJTJPOFJSP IÈBQFOBTDBEÈWFSFBBVUØQTJBBUÏQPEFSFWFMBSRVFGPJ
envenenado.

t)ÈVOTBOPT VNSFQSFTFOUBOUFDPSQPSBUJWPEBTUPHBTQÙTTFFNCJDPTEFQÏT
QBSBEFGFOEFSPJOEFGFOTÈWFM"TÞMUJNBTEFDJTÜFTKVEJDJÈSJBTTPCSFPTDBTPT
EPTNBEFJSFJSPTDIJOPDBTOB(PSPOHPTB EF.BOVFM"SBÞKPF"NBEF"CP-
CBDBSWJFSBNQSPWBSPRVFKÈTFTBCJB"EFQFOEÐODJBEPQPEFSKVEJDJÈSJP
FNSFMBÎÍPBPFYFDVUJWP&NUPEPTPTQSPDFTTPTBKVTUJÎBSFDPOIFDFRVFB
USBNJUBÎÍPQSPDFTTVBMWJPMPVEJSFJUPTGVOEBNFOUBJT NBTNBOUFWFBTTBOÎÜFT
PVNBOEPVFNMJCFSEBEFPTQSFWBSJDBEPSFT"WP[EPEPOPGBMBNBJTBMUP
PVBJNBHFNEPOPTTPKVEJDJÈSJP BOPTEFQPJTEFJOUSPEVÎÍPEP&TUBEP
de Direito …

t    2VBTF OB NFTNB GSFOUF  PT NBJT GBOÈUJDPT EFGFOTPSFT EBT EÓWJEBT PDVMUBT
DPNFÎBNBSFHSFTTBSEPGVUVSPSJTPOIPRVFMIFTIBWJBTJEPQSPNFUJEPQFMPT
Vunduzi, Gorongosa TFVTQBUSPOPT"mOBMOÍPIPVWFQSPKFDUPOFOIVNEFEFGFTBEBDPTUB OÍP
houve atum coisa nenhuma, não foi reabilitado nem adquirido um único
FTUBMFJSP OBWBM &SB UVEP UBML CJH .BT NFTNP BTTJN  OÍP QPEJBN QBSUJS
TFNVNÞMUJNPTBMWPQBSBBTVBHMØSJBFBWÓUJNBEBTVBEJBUSJCFGPSBNBT
Dívidas ocultas NJMJUÉODJBTEP$*1 DVKPQFDBEPTFSFTVNFFNEJTUSJCVJSVNBTDBNJTFUBTB
EJ[FSRVFBPEJPTBEÓWJEBOÍPEFWFTFSQBHB"UÏBKVEBP1.RVFEJ[RVF

A meta eram três biliões


UBNCÏNOÍPQBHBy

t&N/PWB*PSRVF PTRVFQFSTFHVFNPFYNJOJTUSPEBT'JOBOÎBTFNBJTVOT
UBOUPTNBMBOESPTEBTEÓWJEBTPDVMUBT FOHBTHBSBNPKVJ[DPNBFOUSFHBEF

O
DØQJBTEFFNBJMTFQSPNFUFSBN BEJDJPOBMNFOUF VNNJMIÍPEFQÈ-
valor mais falado em Mo- Pearse a Jean Boustani, de acordo nos bancos ocidentais. HJOBTDPNFWJEÐODJBTEFMVWBTFTVCPSOPT)PVWFNFTNPUFNQPEFIVNPS
çambique e na alta finança DPNVNFNBJMDJUBEPQFMBKVTUJÎBOPS- "BDVTBÎÍPEBKVTUJÎBOPSUFBNFSJDB- QPSQBSUFEPKVJ[,VOU[RVFDPNQBSPVBQSPQPTUBEFmBOÎBEPMJCBOÐT+FBO
internacional sobre as cha- te-americana. na no caso das dívidas ocultas é clara #PTUBOJ BP TIPX UFMFWJTJWP EP DBQJUÍP .BSWFM  POEF P WJMÍP 8JMTPO 'JTL
RVBOUP Ë FOPSNF QSFTTÍP DPMPDBEB EJSJHJBVNJNQÏSJPEPDSJNFBQBSUJSEPTFVFODBSDFSBNFOUPEFMVYP6NB
madas dívidas ocultas são 1FBSTFDSJPVVNDMJNBRVFGF[PTGVO-
FTQÏDJFEF/JOJNBJTTPmTUJDBEPy
  CJMJÜFT EF EØMBSFT  NBT "GSJDB cionários dos escritórios do Credit QFMPT CBORVFJSPT TPCSF PT HPWFSOBO-
$POmEFOUJBM "$
 VNB QVCMJDBÎÍP 4XJTTF BDSFEJUBSFN RVF RVFN FTUPS- UFTNPÎBNCJDBOPTQBSBTFFOWPMWFSFN
t/ÍPTFTBCFTFÏDPNQBHBNFOUPPVTFN NBTPTMPCCJFTOPQBÓTEÍPQBSB
CSJUÉOJDB FTQFDJBMJ[BEB FN BTTVOUPT WBTTF P QSPDFTTP EBT EÓWJEBT EF .P- no esquema.
UVEP&TUBWBNPTBOUJHPTHFTUPSFTEP.P[BBSFDVQFSBSEBTGFSJEBTBPFHP 
africanos, afiança que a rede crimino- çambique teria a carreira em risco. 0"$BTTJOBMBRVFOBTFRVÐODJBEBT
JOnJHJEBTBEFTUFNQPQFMPYFSJGFEBEF4FUFNCSP FJTRVFBMHVÏNEFTUBQB
sa que montou a fraude queria ir até Ernesto Gove sabia acusações da Justiça norte-americana, PVUSB QBOFMB  BDVTBOEPPT EF JODPNQFUFOUFT 'JDBNPT Ë FTQFSB TF IBWFSÈ
três biliões de dólares. 0"$EJ[RVF&SOFTUP(PWF HPWFS- P $SFEJU 4XJTTF SFWF[PVTF FN EF- OPWBFNQSFJUBEBQBSBEFTNPOUBSBTUFPSJBTEFVNBFDPOPNJTUBBTPMEPy
i)BWJBQMBOPTQBSBBNPCJMJ[BÎÍPEF nador do Banco de Moçambique à al- fender que é inocente e que os seus
NBJTEÓWJEBTTFDSFUBTFGB[FSDPNRVF UVSBEPTFNQSÏTUJNPT GPJEFDJTJWPOB BOUJHPT GVODJPOÈSJPT FOWPMWJEPT OP t&DPNPEFPOEFWÐNBTBMWÓTTBSBTIÈDFSUBNFOUFDPSSFTQPOEÐODJBBSRVJWBEB 
B EÓWJEB FTDPOEJEB EP QBÓT BUJOHJTTF BQSPWBÎÍPEBEÓWJEBQBSBB1SPJOEJDVT  FTDÉOEBMP DPOUPSOBSBN BT SFHSBT EF TFNQSF TF QPEFSÈ DPNQSPWBS TF IPVWF PV OÍP QSPQPTUBT DPN P OPNF EF
USÐT CJMJÜFT EF EØMBSFTw  SFGFSF P "$  BQFTBS EF UFS OFHBEP DPOIFDJNFOUP controlo interno. -B 'JOBODJÏSF F "SJTF RVF TF QSPQVOIBN B TBMWBS P CBODP JOEJUPTBNFOUF
na sua última análise sobre Moçambi- EBPQFSBÎÍPFNEFDMBSBÎÜFTBP'VOEP Mas analistas consideram que as re- OBVGSBHBEPFN/ÍPTÍPRVFTUÜFTEFTFNÉOUJDBBQBSUJSEFGVOEPTEF
RVF DJUBOEPGPOUFTQSØYJNBTEBPQF- .POFUÈSJP*OUFSOBDJPOBM '.*
 HSBT EF DPOUSPMP JOUFSOP EP $SFEJU QFOTÜFTy
ração fraudulenta. Ernesto Gove terá afirmado que o di- 4XJTTFUJOIBNEFTFSUÍPQPCSFTRVF
%FBDPSEPDPNBQVCMJDBÎÍP BNBJPS OIFJSPRVFBKVEPVBBOHBSJBSEFTUJOB- OÍPGPJQPTTÓWFMBPCBODPUSBWBSPOF- t0MFHBEPEF.BOVFM5PDPWB OBTVBDVSUBQBTTBHFNQFMBDBQJUBMEFOPSUF 
QBSDFMB EP EJOIFJSP EFTWJBEP mDPV va-se à Ematum e não à Proindicus. HØDJPGSBVEVMFOUP QBSFDF UFS EFJYBEP NVJUBT TBVEBEFT OP TFJP EBT IPTUFT EP HBMP  TPCSFUV-
GPSB EP QBÓT  QSJODJQBMNFOUF DPN PT Uma estimativa mais conservadora 4BMJFOUBN BJOEB RVF B BDVTBÎÍP GB[ do quando o assunto é mostrar serviço em 15 dias de mandato. 24 horas
notar que os alertas vermelhos emi- EFQPJT EF BTTVNJS JOUFSJOBNFOUF B EJSFDÎÍP EP QFRVFOP CSBTJM  MÈ QBSB BT
banqueiros internacionais envolvidos GFJUB QFMB ,SPMM  B mSNB RVF GF[ BV-
tidos em relação ao esquema dos em- CBOEBTEPSJPEPTCPOTTJOBJT PFEJMDPNOPNFEPPmDJBMQPSUVHVÐTRVF
OPQSPDFTTP ditoria às dívidas, descobriu uma so- DBQUVSPV/HVOHVOIBOB FTUÈOVNBNFHBPGFOTJWBEFMJNQF[BEPTWFTUÓHJPT
QSÏTUJNPTGPSBNSJEJDVMBSJ[BEPT
0T NPÎBNCJDBOPT FOWPMWJEPT OB brefacturação no valor de 713 milhões EPFEJMDBÎBEP0JOUFSJOPNBOEPVDBODFMBSDIFRVFT USPDBSBTTJOBUVSBTEF
"QFTBSEFBBDVTBÎÍPSFGFSJSRVFEPT
GSBVEF mDBSBN DPN B QBSUF QFRVFOB de dólares. DPOUBTCBODÈSJBT NPWJNFOUBSRVBESPTFSFBENJUJSOPWPTGVODJPOÈSJPT5VEP
 CJMJÜFTEFEØMBSFT QFMPNFOPT
da verba, acrescenta. 6NOÞNFSPNBJTQSPWÈWFMEBTQFSEBT ËNPEBUPDPWJTUB²NFTNPQBSBEJ[FSRVFPEJUPDVKPTFFTRVFDFVEBTMJÎÜFT
NJMIÜFTEFEØMBSFTGPSBNQBSBQBHB-
1PSFYFNQMP "OESFX1FBSTF POFP- HMPCBJT OP OFHØDJP BQPOUB QBSB   EFEJSFJUPRVFBQSFOEFVOBSFDÏNFODFSSBEB6OJWFSTJEBEF#JO#JRVF
NFOUP EF TVCPSOPT  P "$ DPOTJEFSB
[FMBOEÐT RVF FSB EJSFDUPS OP $SFEJU bilião de dólares.
que o dinheiro desviado é muito su-
4XJTTF F BSUÓmDF EB ESFOBHFN EPT 6NCBORVFJSPTÏOJPSEP$SFEJU4XJT- QFSJPS BP RVF B KVTUJÎB OPSUFBNFSJ- t0DSPDPEJMP&%UFWFRVFJOUFSSPNQFSVNBEJHSFTTÍPFVSPQFJBRVFUFSNJOBSJB
fundos, terá ficado, no total, com 45 TFBTTFHVSBRVFFNQSÏTUJNPTDPSSVQ- OBT NPOUBOIBT OFWBEBT EF %BWPT  OPT "MQFT TVÓÎPT  EFWJEP BPT UVNVMUPT
cana refere.
milhões de dólares. tos semelhantes aos que envolveram JOJDJBEPTOBTFHVOEBGFJSB OBTFRVÐODJBEPBVNFOUPEPQSFÎPEPDPNCVT-
i" BDVTBÎÍP OPSUFBNFSJDBOB NFO- UÓWFM.BTQBSBBRVJMPRVFIÈNVJUPKÈOÍPFSBIÈCJUP EFVBMHVNBTMJÎÜFTEF
Moçambique são dominantes no sis- Pânico no Governo da Fre- CPBHPWFSOBÎÍPBPTTFVTQBSFT/ÍPTØNBOJGFTUPVSFWPMUBQFMBCSVUBMJEBEF
DJPOB RVF  QFMP NFOPT   NJMIÜFT tema financeiro internacional. limo
EF EØMBSFT GPSBN QBSB TVCPSOPT F 4FN BT GBDJMJEBEFT DPODFEJEBT QFMB QPMJDJBMDPOUSBPTNBOJGFTUBOUFT QSPNFUFVUBNCÏNRVFDBCFÎBTQPEFSJBN
"T BDVTBÎÜFT DPOUSB CBORVFJSPT FT- SPMBS5BMMÈDPNPDÈ BT'%4TÍPQBSBQSPUFHFS FOÍPQBSBNPMFTUBSDJEBEÍPT
luvas, mas o valor real é bem maior, banca internacional, observa a fonte USBOHFJSPTFNFNCSPTEB'SFMJNPOP indefesos…
como demonstram os nossos cálcu- EP "$  B GSBVEF EBT EÓWJEBT PDVMUBT ÉNCJUP EBT JOWFTUJHBÎÜFT Ë GSBVEF
los”, lê-se. que abalou Moçambique nunca teria de dois biliões de dólares em dívidas t&N.BESJE BJNQSFOTBUVHBSFKVCJMPVDPNBQSFTFOÎBFNUSJCVOBMEF3POBM-
"BDVTBÎÍP QSPTTFHVFB"$ EÈDPOUB acontecido. PDVMUBT FTUÍP B QSPWPDBS QÉOJDP OB EP VNGVUFCPMJTUBHBUVOPRVFEFGSBVEPVPmTDPFTQBOIPMFNNBJTEFDJODP
EBFOPSNFQSFTTÍPRVF"OESFX1FBS- #BTJDBNFOUF  P FNCVTUF QSFDJTPV EF 'SFMJNP DPOTJEFSBBJOEB"$ NJMIÜFTEFFVSPT"TTVBTQSPF[BTWBMFSBNMIFVNBNVMUBEF NJMIÜFT
TFFYFSDFVTPCSFGVODJPOÈSJPTIJFSBS- EPJTJOHSFEJFOUFTBHBOÉODJBEPOPWP " "$ DPOTJEFSB RVF VNB WFSEBEFJ- EFFVSPT VNBQFOBEFQSJTÍPTVTQFOTBEFNFTFTFBQPTTJCJMJEBEFEFMIF
RVJDBNFOUF BCBJYP EFMF OP $SFEJU iSJRVJTNPw JOHÏOVP EBT FMJUFT QSFEB- SB SFEF DSJNJOPTB DPOTUJUVÓEB QPS TFSFNSFUJSBEBTBTDPNFOEBTEP&TUBEPQPSUVHVÐT3FTUBTBCFSPOEFSFTJEF
4XJTTF doras africanas e a astúcia insaciável NPÎBNCJDBOPT DPOTQJSPV DPN CBO- PPSHVMIPFNUBJTQSPF[BTy
'PJ  1FBSTF  BP QPOUP EF BmSNBS RVF EFCBORVFJSPTJNQJFEPTPTEPPDJEFO- RVFJSPT JOUFSOBDJPOBJT F FNQSFTBT EF
VNB GVODJPOÈSJB RVF GB[JB VNB FYJ- te. DPOTUSVÎÍP EF OBWJPT QBSB EFTFOIB- Em voz baixa
HÐODJBFTUÞQJEBTFSJBFYQVMTBEPCBO- 0"$ÏNBJTDPOUVOEFOUFPSFHVMB- SFNQSPKFDUPTGSBVEVMFOUPT
DP DBTPOÍPTFDPNQPSUBTTFOPGVUVSP dor financeiro britânico, as autorida- "JEFJB QSPTTFHVF FSBRVFPTNFOUP- t0TWFOUPTEB(PSPOHPTBEFSBNBTBTBVNOPWPQPSUBWP[EBQFSEJ[OBFT-
i)È VNB FYJHÐODJB FTUÞQJEB EP SF- EFT TVÓÎBT F P 'VOEP .POFUÈSJP *O- res da fraude lucrassem com comis- DPMJOIBEPCBSVMIP5SBUBTFEPBDBEÏNJDP.VIBNBE:BTTJO CFNWFSTBEP
HVMBEPSCSJUÉOJDP NBTEJSFJBP4JOHI UFSOBDJPOBM '.*
 NPTUSBN GBMUB EF sões e subornos resultantes de sobre- nas lides das relações internacionais. Haver vamos ver se está à altura de
QBSB USBUBS EFMBw  UFSÈ EJUP "OESFX WPOUBEF QBSB JOWFTUJHBS NÈT QSÈUJDBT facturações. (BMJ[BF#JTNBSLy
Savana 25-01-2019 1
EVENTOS

EVENTOS
0DSXWRGH-DQHLURGH‡$12;;9,‡1o 1307

Millennium bim eleito melhor Banco


lecção como a qualidade do aten-
dimento, o volume de transacções
relacionadas com o comércio, o
âmbito da cobertura global, a com-
petitividade dos preços, a disponi-
bilização de produtos, serviços e
tecnologias inovadoras, gestão de
risco, entre outros.
A escolha da Global Finance foi
realizada tendo em consideração as
opiniões de analistas do sector, es-
pecialistas em tecnologia e quadros
seniores de todo o mundo.
De acordo com José Reino da Cos-
ta, PCE do Millennium bim, este
prémio vem reconhecer uma vez
mais o empenho e qualidade do
banco na promoção de serviços e
produtos que tenham um impacto
significativo na vida dos moçambi-
canos. Como também reconhecer
o trabalho conjunto garantido por
todos os colaboradores.
O Millennium bim é o maior grupo
financeiro de Moçambique, tendo,
actualmente, 1,8 milhões de clien-

O
Millennium bim foi, mais nanceiros e análise do sector ban- galardão que o destaca como a me- junta-se a outros prémios interna- tes. Este indicador, segundo Reino
uma vez, eleito o melhor da Costa, revela o reconhecimento
cário mundial, Global Finance. lhor instituição bancária do merca- cionais de relevo atribuídos por ou-
banco de Moçambique dos moçambicanos pelo desempe-
A cerimónia de premiação teve do em soluções de Trade Finance tras instituições que fazem do Mil- nho do banco e forte contributo
na área de Trade Finan-
lugar na semana passada em Lon- disponibilizadas aos seus clientes, lennium bim a instituição bancária para a bancarização, inclusão finan-
ce (financiamento comercial), um
galardão atribuído pela prestigiada dres, durante o (BAFT) Europe no apoio a operações de comércio mais premiada do país. ceira das populações, e consequen-
revista de referência internacional Bank to Bank Forum, sendo esta internacional. Para a atribuição do prémio, servi- temente, para o desenvolvimento
em informação nos mercados fi- a 3ª vez que o banco recebe este Esta distinção da Global Finance ram como base os critérios de se- da economia moçambicana.

MultiChoice Talent Factory arranca 2019 com Masterclasses


A
MultiChoice Africa acaba nico e profissional da indústria ci- ximo nível, será realizado durante o nosso compromisso em apoiar o com o apoio da Dolby Laboratories
de anunciar que o progra- nematográfica e televisiva em todo dois dias. Estes serão conduzidos sector de audiovisual em Moçam- e da FOX Portugal, que desempe-
ma MultiChoice Talent o continente. por especialistas conceituados no bique assim como de elevar o nível nham um papel crucial na prepa-
Factory (MTF) irá iniciar Segundo a Multichoice, as Master- assunto, incluindo o director e pro- de qualificação técnica dos quadros ração dos estudantes da Academia
como “as muito esperadas Master- classes MTF ocorrerão em forma- dutor sul-africano Bobby Heaney, do sector, para além de criar valor MTF como actores-chave no cres-
classes MTF”, impulsionadas por to de workshops “MELHOR DA o consultor de som respeitado da partilhado em toda a empresa, tra- cimento e sustentabilidade do sec-
vários parceiros do sector, como AULA” para aumentar o alcance da Dolby India, Vikram Joglekar, a duzido em conteúdos de qualidade tor de cinema e televisão criativa de
parte dos três pontos de contacto qualificação profissional do MTF contadora pan-africana e consul- para os nossos clientes e “Enrique- África.
da iniciativa de valor partilhado, para profissionais estabelecidos do tora criativa Allison Triegaardt, cer Vidas,” afirma Agnelo Laice,
juntamente com a Academia MTF sector de cinema e TV. o premiado produtor de cinema director da MultiChoice Moçam- “O sucesso destas Masterclasses
e o portal de rede da indústria a ser As Aulas destinam-se a desenvolver queniano Appie Matere, Jonathan bique. MTF irá, ao longo do tempo, pro-
lançado em breve. competências técnicas de criativos Kovel, o director de fotografia do As primeiras Masterclasses MTF piciar uma indústria de televisão
estabelecidos em cinematografia, premiado filme sul-africano Ayan- programadas serão lançadas entre e cinema mais profissionalizada e
O lançamento do Melhor da aula áudio e narração de histórias para da. Além disso, uma aula especial 17 de Janeiro e 20 de Fevereiro nos conectada entre si através de uma
interactiva faz parte da iniciativa melhorar a qualidade das produ- da MTF em Nollywood será rea- seguintes países: Quénia, Zâmbia, plataforma de interação entre os
que pretende qualificar criativos da ções locais e serão implementadas lizada por Femi Odugbemi, espe- Nigéria, Gana, Uganda, Tanzânia, profissionais ao nível do continen-
indústria para produzirem histórias a partir de Janeiro em vários países. cialista nigeriano em cinema e TV Malawi, Zimbabué, Botswana, te africano, para além de permitir
africanas de maior qualidade. O próximo workshop, que será e director da Academia da MTF Namíbia, Angola, Moçambique e ainda o desenvolvimento de uma
A MTF é um programa de for- aberto a membros convidados da Academy West Africa. Etiópia com mais datas de aulas, a comunidade alargada de profissio-
mação multifacetada criada pela indústria cinematográfica e televi- “Estamos entusiasmados com o serem adicionadas para outros paí- nais altamente qualificados para
MultiChoice Africa para fomentar siva de todo o continente que pre- lançamento deste próximo ponto ses numa fase posterior. As Mas- criar conteúdo local de qualidade,”
positivamente a cadeia de valor téc- tendem elevar o seu ofício ao pró- de contacto da MTF, que traduz terclasses MTF serão apresentadas conclui Laice.
2 Savana 25-01-2019
EVENTOS

MTC entrega autocarros na Katembe


O
Ministério dos Trans- A alocação de autocarros aos ope- autocarros à quinta cooperativa de vembro do ano passado, o distrito cação de autocarros a este distrito
portes e Comunicações radores privados de transporte pú- transportadores do município en- municipal Katembe dispõe de uma municipal visa, sobretudo, impul-
procedeu, nesta segunda- blico, conforme enfatizou Manuela cerra um ciclo do ponto de vista de frota de 14 autocarros com capaci- sionar o seu rápido crescimento
-feira, à entrega de sete Rebelo, faz parte de um pacote de cobertura dos principais corredores dade para transportar, em média, urbano como novo pólo de desen-
autocarros aos operadores priva- medidas em implementação, visan- da cidade de Maputo. 9.800 passageiros por dia”, disse o volvimento, através da criação de
dos de transporte público urbano, do a melhoria da oferta dos servi- “Desde a inauguração da ponte edil. facilidades de mobilidade de pes-
no distrito municipal da Katembe, ços de transporte público de passa- Maputo-Katembe, a 10 de No- David Simango explicou que a alo- soas e bens.
na cidade de Maputo, no âmbito geiros, no País.
da implementação de medidas que Entretanto, a vice-ministra dos
visam a melhoria da mobilidade Transportes e Comunicações as-
urbana, através de um serviço de segurou que, para a sustentabili-
transporte público fiável. dade da actividade de transporte
público-urbano, prossegue a imple-
A vice-ministra dos Transportes e mentação de várias outras medidas
Comunicações, Manuela Rebelo, que incluem a melhoria das vias de
que presidiu à cerimónia, referiu acesso, a manutenção dos autocar-
que o evento marca o início da dis- ros, a intermodalidade, a melhoria
tribuição de um lote de 80 autocar- da gestão, entre outras.
ros a serem adquiridos, essencial- “Ao alocar estes meios, a operado-
mente, para o reforço do transporte res privados devidamente organiza-
urbano nas capitais provinciais dos, é nossa expectativa estarmos a
de todo o Pais, cuja alocação vai investir para a revitalização destes
prosseguir nos próximos dias, nas operadores bastante experientes
províncias de Nampula, Zambézia, e vocacionados a esta actividade”,
Manica e Cabo Delgado. indicou, realçando que o Governo
“No global, em 2018, adquirimos e reconhece a capacidade e a valiosa
alocamos 380 autocarros, cobrindo experiência dos operadores daí que
mais de 200 mil passageiros, por pretende obter resultados operacio-
dia, o equivalente a 80 por cento nais que devem ser traduzidos na
da actual procura, prevendo-se um eficiência da operação e na susten-
incremento para 92 por cento, nos tabilidade da actividade.
próximos dias, representando uma Para o presidente do Conselho
cobertura de 442 mil passageiros/ Municipal da Cidade de Maputo,
dia”, disse a governante. David Simango, a entrega de sete

Lituânia interessada
no petróleo e gás
moçambicano
U
ma delegação da Lituânia de segurança com alta tecnologia
esteve reunida esta quarta- de ponta”, salientou.
-feira em Moçambique, No que tange a área turística, a em-
com o empresariado local baixadora disse que o empresariado
com o intuito de buscar oportuni- do seu país está interessado em ex-
dades de negócios e de investimen- plorar em Moçambique, visto que
tos nas áreas de petróleo e gás. é um país com um potencial muito
forte.
O encontro teve lugar na sede da Todavia, até então nada foi defini-
Confederação das Associações do para se dar um pontapé de saída
Económicas de Moçambique na referida parceira e que será ne-
cessário haver mais encontros para
(CTA), onde as partes discutiram
se desenvolver o assunto e discuti-
possibilidades de cooperação em-
-lo com mais profundidade.
presarial em diversas áreas de in-
Este é o primeiro contacto que a
teresse, com maior destaque para
Lituânia está a estabelecer com
petróleo e gás. Moçambique, sendo que em África
Entretanto, a Embaixadora da Li- a única representação diplomática
tuânia com residência em Pretória oficial que tem é com a África do
(África do Sul), Siguté Jasktonyté, Sul, onde abriu uma embaixada em
disse aos jornalistas que o seu go- 2015.
verno está satisfeito com o cresci- A Lituânia é uma das três repú-
mento económico que Moçambi- blicas bálticas (que pertenceram à
que tem vindo a demonstrar. extinta União Soviética). Em 2003,
Para Jasktonyté, as descobertas nas um ano antes de ingressar na União
área de petróleo e gás represen- Europeia (UE), teve o maior cresci-
tam-se como atractivos para gran- mento dentre os países candidatos
des oportunidades de investimento, a ingressar no bloco, no ano seguin-
por isso que o seu país está interes- te, com 8.8%.
sado em desenvolver investimento Possui o 35.° mais alto Índice de-
na área. senvolvimento Humano (IDH) e
“Nesta área de petróleo e gás, o que o 41° maior Produto Interno Bruto
queremos na essência é desenvolver (PIB) per capita entre os países do
soluções informáticos através de mundo.
um Software que possa facilitar o
desenvolvimento de infraestruturas ( C.C)
Savana 25-01-2019 3
EVENTOS

BCI recebe “Pancho:


Outras formas e olhares” Assinatura do jornal
A partir de 01 de Agosto de 2017

O
DESTINO PERÍODO
auditório do BCI em Guedes. Sónia Sultuane apre-
Trimestral Semestral Anual
Maputo acolheu, esta senta um conjunto de trabalhos
quarta-feira, a abertu- feitos com diferentes materiais, TODO O PAÍS 1.000,00mt 1.850,00mt 3.500,00mt
ra da exposição “PAN- tais como contraplacado, azulejos, USD 20,00 USD 35,00 USD 60,00
CHO: Outras formas e olhares”, madeira, pintura e vidro. Desco-
PAÍSES DA SADC USD 40,00 USD 75,00 USD 130,00
dos artistas Sónia Sultuane e Jor- difica as formas arquitectónicas
ge Dias. do Pancho Guedes. Por seu turno,
RESTO DO MUNDO USD 50,00 USD 100,00 USD 200,00
Jorge Dias apresenta uma instala-
A exibição, que estará patente até ção com diferentes materiais, num 1.550,00Mt 2.480,00Mt 4.340,00Mt
Assinatura versao
16 de Fevereiro próximo, é uma processo acumulativo de formas USD 25,00 USD 40,00 USD 70,00
electrónica
abordagem que os dois artistas e pequenas peças de artesanato,
fazem sobre a obra arquitectónica onde o tema central é a aborda-
e artística do arquitecto Pancho gem artística de Pancho Guedes. Cada período é renovável em qualquer altura do ano.
Entrega ao domicílio nas Cidades de Maputo, Matola e Beira.
Aceitamos propostas para novos agentes, distribuidores
Agenda Cultural e angariadores de assinaturas em todo território nacional.

Cine-Gilberto Mendes Para mais informação contacte:


Sextas, Sábados, Domingos e Feriados 18h30
Apresenta“Mae Coragem” Miguel Bila, 82 4576190 / 84 0135281 / 87 0135281
(miguel.bila@mediacoop.co.mz, mediafax@mediacoop.co.mz, mediafaxm@gmail.com)
Maputo Waterfront Danilo Matsimbe, 82 7356980 / 84 5723175
Todas Sextas, 19h APBX, 21 327631 / 21 301737 / 82 3171100 / 84 3171100
Fax, 21 302402 / 21 304265 admc@mediacoop.co.mz
Jantar Dancante com Alexandre Mazuze
Todos Sábados, 19h
Música com Zé Barata ou Fernando Luís
Todos Domingos, das 13/18h
Animacao com DJ
Chefs Restaurante
Todas Sextas, 19h
Música ao vivo

Matrículas para 2019

A Escola Comunitária Luís Ca-


bral- ECLC, informa aos alunos,
pais, encarregados de educação e
ao público em geral, que ainda tem
vagas para matricular novos in-
gressos da 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e
12ª classe por apenas 600,00 meti-
cais. Informa – se ainda que os alu-
nos das 7ª, 10ª e 12ª classes, fazem
exames na própria Escola Comuni-
tária Luís Cabral. Podendo obter
mais informações na secretaria da-
quela escola, sita na sede do bairro
Luís Cabral, entrando a partir da
Junta ou Maquinague ou contactar
através dos telemóveis: 847700298
ou 826864465 ou ainda 871232355.
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EVENTOS Savana 25-01-2019

LANÇAMENTO DO CONCURSO DE PRÉMIOS DE JORNALISMO DA SADC 2019

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) foi funda- ser submetido em CD ou USB. Os trabalhos devem ser acompanhados de
da em 1980, tendo sido designada Conferência de Coordenação do Desen- transcrição electrónica em word para efeitos de tradução.
volvimento da África Austral (SADCC).
iii) Jornalismo Televisivo: que compreende material televisivo;
Transformou-se em Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
(SADC) a 17 de Agosto de 1992, e integra 15 Estados-Membros, nomeada- ‡RPDWHULDOWHOHYLVLYRGHYHWHUXPDGXUDomRPtQLPDGHXP  PLQXWR
mente Angola, Botswana, Republica Democrática do Congo, Eswatini, Le- e uma duração máxima de quarenta e cinco (45) minutos. Todo o
soto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, material televisivo deve ser submetido em CD ou USB. Os trabalhos
África do Sul, Republica Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. devem ser acompanhados de transcrição electrónica em word para
A visão da SADC é de um futuro comum, um futuro inserido numa comu- efeitos de tradução.
nidade regional que assegurará o bem-estar económico, a melhoria do ní-
vel e da qualidade de vida, a liberdade e a justiça social, bem como a paz e LY )RWRMRUQDOLVPRTXHFRPSUHHQGHIRWRJUDÀDVSXEOLFDGDVFRPOHJHQ-
a segurança para a população da África Austral. Esta visão compartilhada da;
HVWiHQUDL]DGDQRVYDORUHVHSULQFtSLRVFRPXQVHQDVDÀQLGDGHVKLVWyULFDV ‡RVWUDEDOKRVDFRQFXUVRIRWRJUiÀFRGHYHPWHUXPD  IRWRJUDÀDRX
e culturais existentes entre os povos da África Austral. XPDJDOHULDYLVXDOFRQWHQGRXPPi[LPRGHYLQWH  IRWRJUDÀDV
Em 1995, o Conselho de Ministros da SADC aprovou o estabeleci- Cada trabalho submetido a concurso deve ser acompanhado de
mento dos Prémios de Jornalismo da SADC para reconhecer os um jornal original em que a(s) foto(s) tenha(m) sido publicado(s).
melhores trabalhos jornalísticos da Região. Desde 1996 o Secretariado da f) Todos os trabalhos a concurso devem ser remetidos ao Comité Nacio-
SADC tem coordenado os Prémios de Jornalismo para encorajar os media nal de Adjudicação o mais tardar, até ao dia 28 de Fevereiro de 2019.
na Região para desempenharem um papel de liderança na disseminação
de informação sobre a SADC para apoiar o processo de cooperação e inte- g) A apresentação de todos os trabalhos a concurso deve ser feita com base
gração regional. no Formulário de Concurso de Prémios de Jornalismo da SADC que
deve conter os dados completos de contacto do concorrente, incluindo
O Secretariado da SADC tem o prazer de anunciar o lançamento da edi- XPDIRWRJUDÀDWLSRSDVVHRHQGHUHoRSRVWDORQ~PHURGHWHOHIRQHH
ção 2019 dos Prémios de Jornalismo da SADC. Os Prémios inscrevem-se no caso vertente, o número de fax e o endereço electrónico;
nas categorias de Jornalismo Escrito, Jornalismo Radiofónico, Jornalismo h) Os trabalhos a concurso deverão ser inicialmente seleccionados e
Televisivo e Fotojornalismo. Os potenciais concorrentes são convidados a avaliados pelo Comité Nacional de Adjudicação em cada Estado-
apresentar os seus trabalhos a concurso, acompanhados do comprova- -Membro que seleccionará o melhor trabalho de cada uma das quatro
tivo da sua nacionalidade, ao Comité Nacional de Adjudicação (NAC) categorias para serem remetidos ao Comité Regional de Adjudicação
nos respectivos Estados-Membros. (RAC), por intermédio do Secretariado da SADC.

Regulamento do Concurso i) A selecção dos melhores trabalhos a concurso ao nível regional será feita
a)Os trabalhos a concurso devem ter sido publicados / radiodifundidos pelo RAC;
entre Janeiro e Dezembro do ano anterior à outorga dos prémios, ou M $GHFLVmRGR5$&VHUiGHÀQLWLYD
seja, 2018, por uma instituição ou agência de comunicação social de- k) Os vencedores serão anunciados e receberão os seus prémios, durante a
vidamente registada e /ou autorizada para o efeito ou contidos num 38ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da SADC.
portal Internet de uma instituição ou agência de comunicação social l) O Concurso contemplará o Jornalismo Escrito, Jornalismo Radiofónico,
devidamente registada e / ou autorizada para o efeito em qualquer um Jornalismo
dos Estados-Membros da SADC; Televisivo e Fotojornalismo. Cada categoria habilitar-se a um prémio no
b) Os temas dos trabalhos a serem apresentados para o concurso valor de
devem debruçar-se sobre as questões e actividades que promovem a 2.500,00 USD;
integração regional da SADC, ou seja, entre outros, os sectores de infra- P  &DGD XP GRV VHJXQGRV FODVVLÀFDGRV SRU FDWHJRULD UHFHEHUi R YDORU
-estruturas, de economia, de águas, da cultura, dos desportos e da agri- PRQHWiULRGH86'DVVLPFRPRXPFHUWLÀFDGRHQWUHJXHV
cultura; pelo Ponto de Contacto Nacional da SADC, nos respectivos Estados-
F  7RGRV RV SURÀVVLRQDLV GH FRPXQLFDomR VRFLDO TXH VHMDP FLGDGmRV GD -Membros;
SADC podem participar no concurso à excepção dos que integrem o Q 2VSUpPLRVPRQHWiULRVIDUVHmRDFRPSDQKDUGHXPFHUWLÀFDGRDVVLQD-
quadro de instituições contratadas pela SADC e os funcionários do Se- do pelo Presidente da SADC;
cretariado da SADC; o) Os prémios serão pagos directamente ao vencedor. Caso o vencedor
d)Todos os trabalhos a concurso devem ser apresentados numa das lín- esteja impossibilitado de participar na cerimónia, a SADC efectuará
guas de trabalho da SADC, isto é, Inglês, Português e Francês, diligências no sentido de atribuir o prémio no seu país de origem;
bem como em qualquer língua indígena nacional da Região da SADC p) O RAC reserva-se o direito de não atribuir nenhum prémio em nenhu-
e devem ser remetidos conjuntamente com a transcrição em uma das ma das categorias caso os trabalhos concorrentes não satisfaçam os re-
línguas de trabalho da SADC, isto é Inglês, Francês e Português. Devem TXLVLWRVGRFRQFXUVRÀ[DGRVQRSUHVHQWHUHJXODPHQWR
ser trabalhos publicados / radiodifundidos (recortes de jornal, websi- 0DLVLQIRUPDo}HVHDVÀFKDVGHFDQGLGDWXUDDRFRQFXUVRHVWmRGLVSRQt-
tes, revistas CD de áudio e boletins informativos); veis junto dos Comités Nacionais de Adjudicação e dos Coordenadores
e) São convidados a concurso trabalhos inseridos nas seguintes categorias: dos Órgãos de Comunicação Social Nacionais da SADC de cada Estado
i) Jornalismo de imprensa escrita: que abarca notícias / artigos pu- Membro.
blicados em jornais, boletins informativos, portais da Internet, revistas; (www.sadc.int) .
‡RVWUDEDOKRVDFRQFXUVRGHMRUQDOLVPRGHLPSUHQVDHVFULWDGHYHPWHUQR
mínimo 100 (cem) palavras e no máximo 2000 (duas mil) palavras. A lista dos NMC pode ser obtida no
https://www.sadc.int/member-states/
ii) Jornalismo Radiofónico: que compreende o material de radiodifusão; Nota: Os trabalhos poderão ser enviados para o endereço do Gabinete de
‡RPDWHULDOUDGLRGLIXQGLGRGHYHWHUXPDGXUDomRPtQLPDGH XP PLQX- Informação sito, Francisco O. Magumbwe, 780, Direcção de Informação e
to e máxima de 30 (trinta) minutos. Todo o material radiodifundido deve Comunicação, 5° andar, até dia 29 DE FEVEREIRO de 2019

Member States: Angola Lesotho Malawi Namibia Swaziland Botswana Madagascar


Mauritius Seychelles United Republic of Tanzania Democratic Republic of Congo
Mozambique South Africa Zambia Zimbabwe

All correspondence should be addressed to the Executive Secretary

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