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1ª edição
(2017)
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Anarcofilosofia
noeamosguieiro@hotmail.com
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Hans Herman Hope afirma que a propriedade privada é
incompatível com a ideia de democracia, pois, neste sistema, a
vontade da maioria se impõe contra a da minoria, o que significa que a
sua propriedade está submetida à vontade dos outros, e eu
acrescentaria que isso é tão grave que tanto seu corpo, quanto sua
vontade e sua liberdade de ser, de viver e de expressar-se estão
submetidos a essa maioria, o que torna a vida sob o domínio estatal
uma semi-escravidão.
O autor
4
Índice
Apresentação, 7
Introdução, 9
5
Capítulo 12 - Educação: De como o Estado se apropria das crianças e
adolescentes, 36
Conclusão, 51
6
Apresentação
7
Entretanto, vivendo a vida sob o controle estatal, perdemos
essa percepção e no condenamos a viver o que a maioria quer que
vivamos. Resistimos o quanto podemos, por temperamento ou por
convicção. Mas a coerção do Estado está o tempo todo nos
ameaçando. Essa minoria eleita pela maioria tem o monopólio da
força e vive de ameaçar os demais para que engulam esse
politicamente correto, utilizando, para isso, o aparato estatal, suas leis,
justiça e armas para calar os que amam a liberdade e a vida privada.
Este livro parte da ideia de privatização da vida e creio que sua
discussão revela muitas coisas escondidas no nevoeiro da estatização.
Espero que o leitor possa desfrutar dele.
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Introdução
9
fazer por estarem condicionadas a ideologias ou a valores históricos
baseados em coletivismos que se colocam acima do bem individual e
das liberdades, e que continuam dando força para a existência desse
ente opressor, tirânico, usurpador de nossa riqueza e agressor de
nossas vidas.
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Capítulo 1
De como surge a ideia-necessidade do público ou
estatal ou a origem do Estado
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para a maioria. Não pergunte: observe apenas como vivem. Não
querem assumir as rédeas da própria vida e preferem delegar a um
representante carrasco. Evidentemente que há o medo, a insegurança,
os conflitos interiores, os dramas pessoais, e a ideia não é julgar
pessoas como ―fracas‖ por não agir contra a dominação, mas apenas
ressaltar que são as interessadas e únicas responsáveis por mudar isso,
se assim desejarem. O resto é fantasia de intelectual de academia.
Por isso não creio em ativismo libertário. Gosto de utilizar
minha postura cética para me blindar de, inclusive, ―libertarianismo
coletivista‖, que significa achar que esse sistema ético jurídico deva
ser imposto a todos como sendo a alternativa sem a qual não haverá
salvação para o mundo. Não. Quero viver todos os dias da minha vida
de forma individualista, sem dormir me preocupando para onde as
coisas vão. Cada qual que faça por si. Não gosto de nutrir esperanças
coletivistas e vivo cada dia procurando realizar os meus propósitos
pessoais de vida.
E mesmo os que se dizem libertários não estão imunes dos
resquícios do estatismo na cabeça. Observe, por exemplo, quando um
libertário se diz preocupado com a pobreza ou com os pobres. Os
coletivistas são sempre esses preocupados com os outros, o que
fatalmente leva à engenharia social e, portanto, ao nascimento do
Estado.
E quando dizem que creem que o indivíduo é maior que a
família, o que é verdade, também falam como coletivistas. Essa
afirmação precisa ser contextualizada, pois, do contrário, caímos na
fala dos esquerdistas que querem se impor contra a família se sentem
cheiro de maus tratos ou supostos desvios de cuidados materno ou
paterno, o que, novamente, evoca o Estado e seus conselhos tutelares.
Uma coisa é dizer que o indivíduo está acima da família, outra é dizer
que um indivíduo externo à família tem qualquer direito de interferir
na condução da criação de uma família independentemente de como
ela o faça. Acreditar nisso é defender a força estatal.
Como você pode ver, não tenho a menor crença de que o
libertarianismo será o sistema jurídico no futuro, apesar de ser
simpatizante dele. Porque sou cético.
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E, aliás, creio que os que preferem o socialismo deveriam ter o
espaço para viverem com base em suas crenças, mas não tenho a
menor dúvida do quanto isso sempre esbarrará em conflitos
silenciosos, pois socialistas não creem na propriedade privada, nem na
autopropriedade, nem na propriedade da vontade: em propriedade
nenhuma; portanto, haverá sempre conflitos porque estão convencidos
do seu direito de desrespeitar a propriedade alheia.
O caso é que, por detrás dessas preferências jurídicas, políticas
e econômicas escondem-se valores pessoais, experiência de vida e
crenças profundamente enraizadas.
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Capítulo 2
A perda da autopropriedade ou
a estatização da vida
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Quando deixamos de viver nossas vidas dentro do que
acreditamos, abrindo mão de fazer o que queremos fazer, de realizar
nossos objetivos e de trocar coisas de forma livre, vivemos como
quem pede a bênção a um senhor maior da hierarquia, o Estado, cujos
parasitas criam leis antinaturais e destrutivas a nossas vidas, leis
limitadoras da liberdade, da prosperidade e da busca pela felicidade.
Deixamos de ser nosso e passamos a ser propriedade do Estado.
Tal estatização da vida rouba de nós a consciência do que
somos e de qual é nosso real destino no mundo, que só pode vir com
plena liberdade, com escolhas pessoais, sem qualquer limitação,
regulação ou regras criadas por uma comunidade, a menos que viesse
por consentimento de cem por cento dos membros de tal espaço.
Perder a vida privada e se somar à coletividade, todavia, parece
não ser um problema para todos. Há os que gostam de viver em
grupos e não se importam muito com suas vidas. Há também os que
querem que as coisas em sua vida ocorram como mágica e se rendem
aos discursos falaciosos dos líderes que prometem transferir os
recursos dos que produzem a eles. Desse mesmo grupo derivam os
preguiçosos que não estão dispostos a ir atrás de suas conquistas e
querem que um ente maior lhes disponha algumas migalhas para que
não tenham que se preocupar com nada e, claro, isso levará tais grupos
a arrancar à força dos outros.
A história de cada um, suas crenças e seus objetivos me levam
a sempre desconfiar de uma melhoria no mundo que, na realidade, tem
havido, mas por fatores de consequência natural tal qual mencionou
Adam Smith acerca do padeiro; os inventos, a tecnologia, as pesquisas
e o aumento da produtividade têm promovido a riqueza no mundo, o
que leva as pessoas a se beneficiarem. Nada vem de homens bons,
mas do egoísmo, que é natural e positivo. E nada também modifica o
caráter de ninguém. As pessoas vivem, reagem e buscam aquilo dentro
do mistério que são. Não há controle, informação ou razão para se
acreditar que as coisas melhorarão por um motivo ou outro a não ser
observar, em termos de realidade, que o mercado tem melhorado as
coisas.
Nesse contexto, a vida se mescla entre o privado e o estatal, o
que nos leva a dançar entre a coerência e a incoerência, a
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autorresponsabilidade e a culpa do autossacrifício, em um processo
sem solução, que só pode ser um pouco resolvido com foco em nossos
objetivos pessoais de vida. O resto é confusão.
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Capítulo 3
A autopropriedade como lei natural
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do que ainda temos hoje, em que tanto se reluta à ideia de
individualismo, tanto que se associa essa característica ao capitalismo,
ao egoísmo e a tudo de ruim que há.
Mas estamos longe de uma consciência muito maior dessa lei,
inclusive quando você considera a vontade pessoal como uma das
mais importantes propriedades, pouco tratada inclusive por libertários,
conforme desenvolverei em capítulo à frente. O autoritarismo
disfarçado de democracia, em que prevalece a vontade da maioria
sobre o indivíduo, é o que tem conformado nossa sociedade, nossas
leis e o mercado, ditando como cada um deverá fazer, afinal de contas,
isso foi determinado pela vontade da maioria.
Quantos e quantos perdem a vontade de viver ou como ouvi de
um senhor muitos anos atrás que, na ocasião, contava com a idade até
jovem: ―Não quero viver mais não; cinquenta anos para mim está
bom‖, revelando pelo tom de suas palavras que estava cansado de
brigar com a vida e de passar por situações complicadas.
Como disse na introdução, não estamos determinados a uma
vida de fracassos e as pessoas ricas e prósperas descobriram de há
muito que elas é que criam suas vidas, que estão no controle delas, o
que é, de fato, verdade palpável. Mas, neste livro, quero assinalar que
muito das coisas pelas quais passamos poderia ter um caminho
diferente em uma sociedade em que tudo fosse privatizado e, dito da
forma como consta do título do livro, com a privatização da vida, o
que significa a deposição do Estado.
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Capítulo 4
A propriedade do corpo
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com ele o que quiser e, no caso da vida sexual, troca afetos e tem
relações com quem assim desejar desde que de forma consensual.
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Capítulo 5
A propriedade de bens “invisíveis”
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individual, mas, sim, seguem a vontade do soberano, o deus-Estado,
na figura do líder fascista, nazista ou totalitário.
Se a propriedade do corpo continua ameaçada por uma
mentalidade de compaixão aos criminosos, apesar de não se aceitar
mais a escravidão, a propriedade da vontade individual continua sendo
confiscada um dia sim e o outro também. Pense que todos os dias, de
quando você acorda até a hora de dormir, você está o tempo todo
sendo confrontado com a vontade do outro tentando prevalecer sobre a
sua, e cada vez que você permite essa sobreposição está se
condicionando a um processo de tristeza de alma e a uma vida de
fracassos.
Se a propriedade do corpo pode ser defendida com o porte de
uma arma, a propriedade da vontade necessita de autovigilância e uma
predisposição para fazer as coisas à sua maneira, o que significa
desinteressar-se pela aprovação dos outros e crer que sua vida, suas
regras e sua estada no mundo são para suas realizações.
A propriedade do destino
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afetando nossa felicidade, e nos desviando da nossa rota ao impor uma
moral de obrigações sociais.
A crença no destino fatalmente enseja que percebamos os
obstáculos ao nosso desenvolvimento pessoal e à nossa prosperidade
e, nesse caso, que vejamos o Estado como um ente inimigo de nossas
realizações.
A propriedade do discernimento
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modas que são defendidas como certas, aprende-se na escola o que é
considerado mais ―humano‖ e por aí vai.
O caso é que, para os que têm desejo de viver a paz de espírito,
de prosperar, de caminhar na certeza de que estão fazendo a coisa
certa da perspectiva do seu caráter, alma e vontade, precisarão o mais
cedo possível recuperar a autoconfiança, que passa por crer em seu
discernimento acima de qualquer fala externa, sabendo que ele é como
o farol de um carro – é a forma segura de iluminarmos o nosso
caminho.
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Capítulo 6
A propriedade dos bens materiais
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menção de que uma parte ou tudo que o cidadão possui é propriedade
do Estado. Aliás, a cobrança dos impostos bem atesta isso.
Nossa constituição já está emendada para relativizar o direito
de propriedade, de forma que, uma vez que alguém se aposse de uma
propriedade, de forma ilegal, só perderá a questão se o dono
reivindicar seu direito e se isso for julgado com o consentimento da
comunidade, que avaliará se o invasor pode merecer o usufruto dela.
Por causa da insegurança jurídica e de artimanhas típicas de
bandidos que tomam à força o que não lhes pertence, as pessoas são
desestimuladas ao acúmulo de propriedades, inclusive com o objetivo
de alugá-las. Resultado: aluguéis caros devido à baixa concorrência e,
claro, quem puder trocará de país e levará seu dinheiro para um lugar
onde seja aceito e respeitado. Há liberais e libertários que são ativistas
e lutam por uma melhora. E haverá sempre os que praticam o hábito
de mudar do lugar ao invés de mudar o lugar, e deixarão que o mal se
destrua a si mesmo ao invés de salvar quixotescamente o mundo, com
risco de se destruir.
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Capítulo 7
O espaço público como arena de conflitos
insolúveis
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Por essas e por incontáveis razões, o espaço público é uma
arena de conflitos insolúveis, onde abundam fantasias e discussões
inúteis que mais devem servir de passatempo do que de algo sério.
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Capítulo 8
O público ou estatal é uma fantasia
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cuida das suas finanças, se está desempenhando um trabalho do qual
gosta, assuntos negativos ligados a dinheiro ou a trabalho não dirão
respeito a você. Então que cada um que esteja com tais problemas
busque encontrar suas soluções. Agora, pode ser que você tenha suas
questões para resolver. Então, essas, sim, lhe interessam.
A vida no domínio público (coletivo) é uma fantasia porque
não diz respeito às nossas necessidades e interesses pessoais. Discutir
nesse plano pode ser um passatempo para quem queira, mas cada
indivíduo precisa tomar cuidado para não se tratar como sendo uma
coletividade, trazendo para sua vida problemas que não são seus,
sofrendo com questões que não são suas e gastando tempo e energia
com questões que não dizem respeito aos indivíduos, mas que são
apenas fantasias criadas por pessoas afeitas à especulação e à afeição a
problemas, com busca por soluções neuróticas.
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Capítulo 9
Propriedade privada é realismo
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Capítulo 10
O Estatismo: o culto a um mal destrutivo
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comprometer seu caráter e a crer em um mundo cor de rosa, sem
trabalho, e, de forma gradual, seus representantes eleitos foram
criando leis que cada vez mais têm destruído a vida, a liberdade e a
individualidade.
Para onde vamos é a pergunta que quadra aos futurólogos de
plantão. O que sei é que tal conflito é de difícil solução, pois implica
que as pessoas precisarão decidir se querem cuidar de suas vidas por
si, o que ameaçará o Estado e seus parasitas, ou se continuarão
depositando nele suas esperanças e necessidades, o que poderá lhe dar
certa sobrevida, mas não haverá mais como ele ficar em pé e atender
aos reclames das pessoas pois ele depende do confisco dos bens, o que
mataria o livre mercado e o levaria ao colapso. Não sei para onde
vamos. O que cabe a cada um de nós é buscar realizar nossos
objetivos pessoais um dia de cada vez.
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Capítulo 11
Como o Estado anula o direito natural de
propriedade
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Se o ser humano é mal, como dizem os fanáticos por
engenharia social, pior ainda pensar na ideia de concentração de
poder, pois é como entregar uma arma para que alguém nos destrua.
O direito de propriedade é natural e, como diz a Declaração, é
autoevidente. Não carece de argumentação filosófica, nem de
metafísica. Já passou da hora de nos impormos contra os que se
disfarçam de humanos para controlar e destruir a vida das pessoas de
bem. Não há como defender aqueles que não prezam pela vida das
pessoas de bem como se eles fossem do bem, já que não se importam
com as pessoas que trabalham e respeitam a propriedade e a vida
alheias.
Enquanto existir o Estado, nossas propriedades estarão em
risco: em primeiro lugar, nossas vidas, que, por leis nacionais, nem
podemos defender com uma arma, o que é absurdo para se aceitar;
nossas propriedades estarão sujeitas à invasão e nosso dinheiro
continuará sendo confiscado por meio de impostos.
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Capítulo 12
Educação: De como o Estado se apropria das
crianças e adolescentes
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pessoas, do seu desinteresse pela vida dos filhos e da sua ingenuidade.
O inimigo é claro – o Estado.
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Capítulo 13
Saúde: De como o Estado compromete as opções
por saúde, jogando com nossas vidas
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Como você sabe, esse serviço, hoje, é considerado um crime se
o raizeiro, atual naturalista, ou se ―funcionários da farmácia‖ não se
submetem às regulamentações estatais. Naturalistas, inclusive, são até
perseguidos, o que é uma pena, pois são alternativas poderosas para
vários tratamentos importantes.
Mas como as pessoas temem cuidar de si, transferem ao Estado
o poder de negar a elas o que poderia lhes fazer bem. Novamente, não
são vítimas. Tudo é uma simbiose e o Estado não acontece do nada.
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Capítulo 14
Segurança: De como o Estado torna nossas vidas
vulneráveis
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prática, tem resultado em inúmeras mortes por total falta de
assistência e eficiência, que é o que ocorre sempre que deixamos de
fazer por nós o que é nossa tarefa, interesse e competência e
transferimos a outro.
Ao negar o direito ao porte de arma, o Estado desarmou a
população que ficou a mercê dos criminosos. Nossas vidas ficaram
vulneráveis.
Quando você fala em porte de arma, geralmente vem alguém
mencionando os noticiários formadores de opinião citando o exemplo
de invasão de escolas nos Estados Unidos. Como ouvi alguém dizer,
isso dá a certeza aos bandidos de que, ao abordarem pessoas em um
ponto de ônibus ou ao entrarem em suas casas, estarão cem por cem
seguros de que ninguém terá poder de freá-los, pois todos estão
desarmados.
Novamente, bastaria perguntar a seus pais ou avós sobre como
era nos seus tempos de juventude e, então, ouviriam que as pessoas
andavam armadas, pelo menos no ambiente rural, e nada de anormal
ocorria.
Continuaremos ouvindo essas ideias de destruição da vida dos
cidadãos de bens, que são fomentadas por intelectuais de academia
que defendem um mundo fantasioso de harmonia e de paz universal
feito de boas intenções, e que tentam harmonizar o inconciliável, o
homem sanguinário com o cidadão de bem, defendo a justificação do
primeiro, sua recuperação e uma atenção a sua história de vida e,
como consequência lógica, o desinteresse por qualquer apreço pelo
segundo.
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Capítulo 15
Justiça: De como a justiça estatal é injusta
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Teremos isso um dia? O que sei é que a maioria das pessoas
não acredita na lei da propriedade privada. Aceitam, não sei se por
condicionamento, comodidade, preguiça ou o que, as leis estatais que
violam a propriedade, que não permitem a proteção da propriedade do
corpo (porte de armas), violam a propriedade da vontade,
massacrando, prendendo e ameaçando quem não faz as coisas
baseadas nas leis do Estado, como a obrigação do voto, do alistamento
militar e do pagamento de impostos, e relativizam a propriedade dos
bens, com a ideia do estatuto ou função social da propriedade.
O Estado funda sua justiça baseando-se na injustiça, que é a
extinção da propriedade privada.
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Capítulo 16
Mercado: De como o Estado confisca a produção,
destrói a riqueza, a prosperidade das pessoas e o
direito à escolha
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mata, prejudicando que tenhamos uma vida de muito mais
prosperidade.
E, ao legislar sob uma perspectiva de dependência social, ele
forma pessoas perdidas em termos de conhecer sua vocação, paixão
ou destino ou o que você quiser chamar para a ideia de a pessoa criar
sua própria vida. Ele impõe limites, restrições e desmoraliza o caráter
das pessoas que, ao invés de irem atrás de seus sonhos, se vitimizam,
assumem o coitadismo, e o que mais fazem é atacar as pessoas que
conseguem sair desses grilhões. Serão a massa de manobra para
políticos parasitas, que farão fortuna com o dinheiro dos impostos e
viverão como faraós escravizando a população.
Esse é o Estado. O mesmo que sempre atacou o mercado e os
empresários, atribuindo-lhes as crises que ele cria ao limitar e regular
a economia e a vida das pessoas. O mesmo Estado que diz que os
empresários é que são culpados pelas crises econômicas, como fez o
Estado alemão que culpou os judeus pelos problemas daquele país,
levando inúmeras pessoas ao holocausto. E o mesmo que continua
agindo por outras formas disfarçadas no mundo atual, em que você
sofre toda restrição possível para não prosperar e, se conseguir, será
tachado de culpado pelos que se encontram em desgraça econômica.
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Capítulo 17
Pela privatização do dinheiro
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cada impressão, menos valor temos como patrimônio. E o mesmo vale
para taxa de câmbio, que também diminui nossa riqueza.
O dinheiro precisa ser privado, como a experiência hoje com
os bitcoins, que descentraliza a moeda, protege da inflação e de taxas
de impostos.
Acho estranho quando vejo o Estado utilizando o bitcoin, pois
é como se ele tivesse tentando a experiência do controle da moeda.
Mas pelo fato de ser um sistema descentralizado, felizmente isso tende
a escapar ao seu controle.
Se na origem do dinheiro, o caráter privativo foi bastante forte,
parece que estamos recuperando algo que também o Estado nos tirou,
que é nossa riqueza cem por cento em nossas mãos. Tomara que o
sistema com bitcoin destrua o sistema de controle pelos bancos
centrais.
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Capítulo 18
Uma forma jurídica de resolver conflitos baseada
na ética da propriedade privada: o
libertarianismo
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problemas do caráter? (Aqui estou me lembrando do episódio em que
Caim mata a seu irmão Abel).
Mas não haveria disputa por propriedades físicas em função da
abundância. A escassez de recursos exige uma ordenação jurídica
baseada na propriedade privada, se quisermos eliminar esse tipo de
conflito.
O problema de se convencer as pessoas é que, antes de nós, os
socialistas já impregnaram o termo propriedade privada como coisa
ruim, fazendo-o filho do capitalismo, o qual se encontra bastante
demonizado entre as pessoas e disso dão provas as imagens ao termo
que podemos tomar contato quando vamos ao Google.
Dizer a elas que a propriedade pública é um mal e é a
causadora do conflito não convence fácil: você pode dizer: ―o que é de
todo mundo não é seu‖; ―você só é dono do que é seu‖, inclusive
porque há, nas pessoas, ainda uma ilusão ou gosto pela ideia de
pertencimento coletivo, o que as faz valorizar a vida em grupo,
mesmo com brigas e mais brigas, e talvez seja essa a razão de casais
em conflito permanecerem juntos (e casamento é, de certa forma, um
conflito, pois disputa-se a propriedade da vida individual o tempo
todo), ou até em família, em que se briga e se está junto o tempo todo,
isso quando não ocorre brigas de ódio em que a separação é definitiva.
Quantas vezes, no dia a dia, nos deparamos com atitudes
incoerentes, da nossa parte inclusive, porque dizemos como algo
deveria ser. Isso é fruto de uma mentalidade estatista, que está
impregnada em nós, e é sempre acionada quando definimos,
determinamos ou opinamos como algo deveria ser. A pergunta é:
―baseado em que ou quem‖? Porque, claro, mesmo liberais quando
creem que tem a melhor opção para algo, mesmo em relação a temas
como a economia, correm o risco de reforçarem o Estado totalitário,
que vive dizendo como as pessoas devem viver suas vidas, o que é
algo abominável.
Enquanto a vida for regulada e arbitrada pelo Estado,
presenciaremos injustiça, conflitos e incoerências. Até da nossa parte,
pois estaremos submetidos a tudo isso.
O que o libertarianismo prega é o fim do Estado por entender
que, diferentemente do que as pessoas creem, quando a insegurança
49
domina, quando a corrupção impera, quando o medo toma conta de
um país, quando a fome assola, precisamos, não de mais Estado, nem
de menos, mas da extinção dele para que as pessoas assumam o
governo de suas vidas, troquem as coisas de forma pacífica e
consensual e encontrem sua maneira de resolver conflitos que só
poderá ser frutífera se tiver a propriedade privada como a regra de
ouro para suas vidas.
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Conclusão
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Apenas que não deixo que nada entre em minha cabeça e fique
dizendo como devo viver minha vida. Gosto das ideias que acordam
coisas que já estão em mim. Assim, tudo o que venha de autores que
falam de liberdade, como os economistas austríacos, por exemplo, se
me desperta para mim mesmo é bem vindo.
Espero que tenham gostado da leitura desse livro.
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Sobre o autor
Noé Amós Guieiro nasceu em Rondon, Paraná, em 1975. É formado em
Letras e Pedagogia, com especialização em literatura. Também é mestre em
literatura e crítica literária pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Professor de Português e Inglês, de sua autoria foram publicados:
Educação
Educação sem Estado (2017 – Amazon);
Pedagogia libertária (2017 – Amazon);
Pedagogia do Indivíduo (2017 – Amazon);
Anarcofilosofia (2017 – Amazon);
Pare de Acreditar na Educação(2017 – Amazon);
Conversa com um Professor insatisfeito com a Educação(2017 – Amazon);
Coisas que você aprendeu na Escola que podem estar atrapalhando sua
vida(2017 – Amazon);
Por que não acredito nessa Educação (2016 – Amazon);
Série Educação liberal:
Pedagogia liberal (2016 – Amazon);
Educação por uma ótica liberal (2016 – Amazon);
Por uma Reforma liberal do Ensino (2016 – Amazon);
Pedagogia liberal versus Pedagogia Freireana (2016 – Amazon);
Guia Politicamente Incorreto sobre o que se Aprende na Escola (2016 –
Amazon).
Redação
A Menina que odiava Redação (2013);
Literatura
O Fantástico Mundo de Pathos: Romance da História da literatura (2008);
Ficção
A mulher que decidiu virar o jogo da vida depois dos Trinta (2014);
O vampiro do facebook (2013);
Até que o destino nos separe (1999);
Quando as palavras são importantes (1999).
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