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REDAÇÃO

Caminhos para o combate à violência urbana no


Brasil
INSTRUÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema
”Caminhos para o combate à violência urbana no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.

Violência

Violência é um comportamento que causa dano à outra pessoa, ser vivo ou objeto. Invade a autonomia, integridade
física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo
deriva do latim violentia (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força,
vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.

Assim, a violência diferencia-se de força, palavras que costuma estar próximas na língua e pensamento cotidiano.
Enquanto que força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou "firmeza" de algo, a violência caracteriza-se pela
ação corrupta, impaciente e baseada na ira, que não convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride.

Existe violência explícita quando há ruptura de normas ou moral sociais estabelecidas a esse respeito: não é um
conceito absoluto, variando entre sociedades. Por exemplo, rituais de iniciação podem ser encaradas como violentos
pela sociedade ocidental, mas não pelas sociedades que o praticam.

Violência urbana

A violência urbana consiste em um tipo de violação da lei penal. Consiste na prática de crimes diversos contra pessoas
(assassinatos, roubos e sequestros), e contra o patrimônio público, influenciando de forma negativa o convívio entre as
pessoas e a qualidade de vida. Esse tipo de violência manifesta-se particularmente nas grandes cidades.

Um dos principais fatores que gera a violência urbana é o crescimento acelerado e desordenado das cidades. Como
consequência surge graves problemas sociais como fome, miséria, desemprego e marginalização, que associados à
ineficiência das políticas de segurança pública contribuem para o aumento dos atos de violência.
Violência urbana no Brasil

A violência se manifesta por meio do abuso da força, da tirania, da opressão. Ocorre do constrangimento exercido sobre
alguma pessoa para obrigá-la a fazer ou deixar de fazer um ato qualquer.

Um dos maiores problemas urbanos do Brasil é a violência, visto que o país apresenta altos índices de criminalidade.
Conforme dados do Ministério da Justiça, em 2007 foram registradas 41.547 mortes decorrentes de crimes de homicídio
doloso, roubo seguido de morte e de lesões seguidas de morte.

A violência urbana é um fenômeno presente em várias cidades brasileiras, afetando, portanto, uma grande parcela da
sociedade nacional.

Todos os dias, de muitos modos, conversamos


sobre temas ligados à violência em nossas
cidades. É comum encontrarmos pessoas que
sofreram algum assalto, sequestro ou tiveram
algum parente assassinado. Os noticiários
exploram fortemente esse tema, até porque
rende ibope. Programas de televisão criam
estratégias próprias para atrair a atenção do
público comentando assuntos ligados à
violência que ocorre nas grandes cidades,
destacam notícias de assassinatos,
sequestros, assaltos, estupros, entre outros
tipos de violência.

Que País é este? As pessoas não sabem mais o que fazer! Colocam grades, cachorros, cercas elétricas, constroem
condomínios fechados, isolam-se, não saem à noite, vivem enclausurados. Estamos produzindo uma “cultura do medo”.

Todavia engana-se quem acredita que o fenômeno da violência urbana está restrito aos grandes centros. Esse problema
pode ser observado também em pequenos centros urbanos, em todo o país, onde recentemente as manchetes dos
jornais mostram um aumento no número de assaltos, homicídios e outros atos de violência, o que deixa as populações
locais apreensivas. Isso comprova que a violência tem tomado proporções gigantescas e atualmente é configurada
como um “morbus social” que carece de uma solução urgente.
Charges
Reflexão
A violência urbana,
de alguma forma,
altera os hábitos da população.

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo


Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)

Por que caminhos você vai e volta?


Aonde você nunca vai?
Em que esquinas você nunca para?
A que horas você nunca sai?
Há quanto tempo você sente medo?
Quantos amigos você já perdeu?
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu.

E a vida já não é mais vida


No caos ninguém é cidadão
As promessas foram esquecidas
Não há estado, não há mais nação
Perdido em números de guerra
Rezando por dias de paz
Não vê que a sua vida aqui se encerra
Com uma nota curta nos jornais.

Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo


Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei d'aonde vem o tiro (2x)

Violência para filosofia

A questão da violência será posta sempre que nos depararmos com situações-limites, ou, dito ainda, quando nos
sentirmos diretamente atingidos ou por ela ameaçados. Ela ganha status cinematográfico nos noticiários de TV e somos,
queiramos ou não, por ela persuadidos (diria seduzidos): um misto de temor e curiosidade, à primeira vista inexplicável.
O mesmo impulso que prende nossa atenção diante do noticiário, de outro modo se manifesta quando ficamos perante
a tela, seja do cinema ou da TV, respiração ofegante, assistindo ao mais terrível filme de terror. Dito de um modo mais
simples, somos, por natureza, seres de violência.

A violência tem feito parte do cotidiano da humanidade desde os seus primórdios e, embora tenhamos avançado
cientifica e tecnologicamente, ainda nos falta muito para uma renúncia definitiva a qualquer ato violento. Não étem lá
sua porção de razão ao afirmar que o homem é o lobo do homem (Homo homini lúpus); ou, noutras palavras, vivemos
numa constante guerra de todos contra todos (Bellum omnium contra omnes). Essa tese se contrapõe claramente ao
que defendia Jean Jacques Rousseau, ao afirmar que “o homem é bom por natureza.” E que “é a sociedade que o
corrompe.” Ora, a Filosofia (e também a Antropologia Cultural) nos mostra que, ao contrário do que pensava Rousseau,
é a sociedade que civiliza o homem, tornando-o dócil e obediente às leis. Ou seja, quanto mais me relaciono com outras
pessoas, mais em humano me transformo.
VIOLÊNCIA PARA ROUSSEAU e HOBBES

1.1 A VIOLÊNCIA E AS SUAS RAÍZES

Os animais agem instintivamente na luta pela sobrevivência, utilizando-se de toda e qualquer arma colocada à sua
disposição. Assim, na vida animal, a violência é um elemento natural que faz parte de um ciclo independente, resultante
do instinto de conservação. Todavia, os animais só se utilizam dessa prática: na busca de alimento, na luta pelo
território ou na disputa pela fêmea; ou ainda, quando se sentem ameaçados. Ou seja, somente em situações extremas,
em prol da conservação da espécie. O homem também é um animal, não fugindo à regra, que se utiliza da violência para
sobreviver. Porém, extrapola os limites do natural e, muitas vezes, age violentamente a ponto de prejudicar a sua
própria espécie, fato que contraria as leis da natureza. As pessoas culpam todo tipo de situação ou condição, ao tentar
explicar o porquê da violência humana, sem perceber que esta não é o resultado de meros fatores adversos. Sim, é
verdade que focos de violência podem se concentrar mais em alguns lugares do que em outros: mais nos países
subdesenvolvidos que nos desenvolvidos; nas sociedades sem leis que nas que possuem regras rígidas. Todavia, estes
não são fatores indispensáveis à sua prática, mas apenas condições agravantes. É fácil dizer que a violência existe em
razão da desigualdade econômica ou porque as leis são frágeis, ou ainda, porque não existe um bom trabalho de
repressão. Estes são elementos que apenas colaboram para a prática de atos violentos, mas não são a sua justificativa
primeira. Não é à toa que países culturalmente distintos, com leis diferentes e economias diversas, apresentam altos
índices de violência. Pode-se dizer, então, que a fome, a miséria, a desigualdade social, a impunidade, a corrupção, a
fragilidade das leis e outros fatores, são fontes que impulsionam a violência, mas que não constituem a sua base. É
importante ir além e entender porque as atitudes violentas sempre existiram e existem em qualquer lugar ou
sociedade. Pois não se pode ficar somente com condições momentâneas.

ROUSSEAU acreditava na seguinte tese, o homem é bom por natureza, sendo a vida em sociedade o fator de sua
corrupção. Ou seja, ele nasce bom, mas o meio o corrompe, tornando-o mal.

HOBBES, em contrapartida, tinha por tese que o homem é mal por natureza, apresentando três causas principais de
discórdia, a saber, a competição, a desconfiança e a glória, voltadas respectivamente para a obtenção de lucro,
segurança e reputação.

Não é possível dizer que HOBBES e ROUSSEAU estavam totalmente certos, na individualidade dos seus pensamentos. É
mais apropriado fazer uma conjugação das ideias dos dois autores na busca do entendimento da violência.
Violência urbana em Salvador

A capital baiana passa por um momento muito crítico e caótico quando o assunto é segurança pública, são
várias investidas criminosas por parte dos bandidos, em especial, os traficantes de drogas que já dominam boa parte da
cidade. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia não revela a verdadeira estatística da criminalidade em Salvador,
para que não afugente os turistas.
O aumento da violência na cidade afeta a vida
de toda a população soteropolitana. Os
cidadãos esperam que o poder público atue de
forma eficiente e seja garantidor do seu bem-
estar social.

A criminalidade está tomando conta da cidade e


cada vez mais os soteropolitanis se acostumam
com assaltos, assassinatos, roubos e coisas do
tipo, e simplesmente se calam. Vários pontos da
cidade se tornaram o principal alvo desses
delinquentes, que totalmente sem nenhum
medo, quebram vidros de carros, assaltam a
mão armada em plena luz do dia, sem nada a
temer, pois eles sabem, aliás a população sabe
que segurança em Salvador, está difícil de
“acontecer”.

Áreas como Aeroclube, Parque da Cidade, Pituba, Rio Vermelho entre outros são alvos constantes de vários tipos de
ação que vão desde a famosa saidinha bancária, a roubo de relógios de pessoas que fazem cooper na orla e assalto a
ônibus.

As explicações principais para a violência em Salvador, segundo governo, polícia e outros é que a mesma está ligada a
fatores como urbanização, a concentração populacional, etc. Porém a explicação mais freqüente é a pobreza que quase
sempre é apresentada como causadora da violência, mas a ela não pode ser culpada pelo aumento da violência nesses
últimos anos pois a pobreza sempre acompanhou a sociedade brasileira desde a sua origem. O que ocorre é uma
combinação de fatores entre eles a desigualdade social, o enfraquecimento da polícia, e o “pouco caso” de alguns
setores do poder público, que ao invés de tentar combater está se tornando incapaz de mediar conflitos,
desrespeitando os direitos dos cidadãos ao invés de protegê-los.

Salvador está sitiada pelo medo, não fico


sossegada enquanto os meus filhos não chegam
em casa”, diz Kátia Alves. Esta é uma frase
alarmante, mas se torna ainda mais representativa
pelo fato de Kátia ser uma delegada de polícia,
uma pessoa a quem ninguém se furtaria em pedir
ajuda em um momento de terror causado pela
violência urbana. Mas em Salvador, onde o número
de homicídios crescem de maneira assustadora, até
a delegada de polícia está acuada pela violência.
“Os baianos não se sentem mais confortáveis para
convidar ninguém para visitá-los. A violência está
mexendo com a nossa autoestima”, diz ela, uma
integrante do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, que acompanha no seu cotidiano
profissional a violência crescente da capital baiana.
VIOLÊNCIA EM SALVADOR E COPA DO MUNDO

Maior cidade do Brasil costa nordeste, Salvador é um importante destino turístico e local de um estádio de 56.500
lugares, sendo preparado para a Copa do Mundo do próximo ano. Também está nas garras de uma onda de violência
sem precedentes que tem visto as taxas de homicídio subir mais de 250 por cento. As favelas densas da cidade, capital
do estado da Bahia, é um labirinto impenetrável governado por gangsters, que controlam os moradores aterrorizados e
empobrecida com intimidações, espancamentos e execuções sumárias. Sequestros Express, onde os indivíduos são
raptadas e forçadas a retirar fundos de caixas automáticos para garantir sua libertação, são comuns, assim como
assaltos, roubos e tráfico de drogas.

Com pouco mais de 13 meses até o início da Copa do Mundo e uma afluência esperada massa de torcedores, a polícia
encara em Salvador uma batalha para tomar o controle de sua cidade. Estas imagens mostram a realidade brutal da vida
nas ruas das favelas de Salvador.

Tipos de violência

É necessário considerarmos que existem diferentes tipos e formas de violência – dirigida a si mesmo, interpessoal, ou
coletiva. Entretanto, a violência se apresenta de forma diferenciada para homens e mulheres. Enquanto o homem sofre
a violência nas ruas, nos espaços públicos, em geral praticada por outro homem, a mulher sofre a violência masculina,
dentro de casa, no espaço privado e seu agressor, em geral, é (ou foi) o namorado, o marido, o companheiro ou o
amante.

 Violência contra a Mulher

A violência contra as mulheres é sofrida em todas as


fases da vida. Muitas vezes ela se inicia ainda na
infância e acontece em todas as classes sociais. A
violência cometida contra mulheres no âmbito
doméstico e a violência sexual são fenômenos sociais e
culturais ainda cercados pelo silêncio e pela dor.
Políticas públicas específicas que incluem a prevenção
e a atenção integral são fatores que podem
proporcionar o fortalecimento das práticas
autopositivas e do coletivo feminino no enfrentamento
da violência no Brasil.

A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher define tal violência como
“qualquer ato ou conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à
mulher, tanto na esfera pública quanto privada” Essa forma de violência pode ocorrer no âmbito familiar ou em
qualquer outra relação interpessoal, incluindo, o estupro, os maus-tratos, o abuso sexual, devendo, portanto, ser objeto
de estudos e proposições afirmativas para sua erradicação.

 Violência contra moradores de rua

“Hoje vivemos no Brasil uma epidemia de violência contra a população de rua. Parece que eles viraram o bode
expiatório ou que, ao atingi-los, as pessoas estão fazendo um bem, tirando dos nossos olhos aquilo que nos incomoda”,
constata o Pe. Júlio Lancellotti, vigário episcopal do povo de rua. Segundo ele, a violência contra os moradores de rua
tem se tornado comum e demonstram a “incompetência da sociedade, do Estado e das comunidades de acolher e dar
um encaminhamento a essas pessoas”.
 Violência no trânsito

A violência no trânsito no Brasil apresenta números cada ano mais alarmantes, colocando o país entre os que mais
registram mortes em acidentes de trânsito no mundo. Para tentar reverter esse quadro, os governantes concentram
esforços para reduzir os índices dessa realidade, trabalhando na criação de novas leis e ações preventivas, embora
algumas barreiras inibem resultados mais eficazes. A falta de efetivo, equipamentos e, principalmente a impunidade,
fazem com que os números continuem elevados e sem previsão de redução.

 Violência contra Crianças e Adolescentes

Violência Física – Aquelas que podem provocar, ou não, lesões externas, internas ou ambas. O castigo repetido não
severo, também é considerado violência física.

Violência Psicológica – Aquelas consideradas como a interferência negativa sobre a criança e sua competência social. As
formas mais comuns são: rejeitar, isolar, aterrorizar, ignorar, corromper e criar expectativas irreais ou extremada sobre
a criança ou o adolescente.

Violência sexual – Aquelas entendidas como todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual, na qual o
agressor está em estágio de desenvolvimento psicosocial mais adiantado que a criança ou adolescente.

Negligência – Omissão em prover as necessidades físicas e emocionais de uma criança ou adolescente. Quando os pais
ou responsáveis falham em alimentar, vestir adequadamente, medicar ou educar seus filhos. Acidentes também podem
ser classificados como um tipo de negligência, quando passíveis de prevenção ou resultam do descuido dos
responsáveis ou da fala de investimento público.

 Violência contra o Idoso

Atualmente a família hoje, é a entidade mais


causadora de violência aos idosos. Isso não só no
aspecto financeiro, mas também nas outras formas
de abuso. Estudos mostram que 90% dos casos de
violência e de negligência contra as pessoas acima
de 60 anos ocorrem nos lares. Os conceitos de
violência familiar e violência doméstica são bem
próximos.

A violência familiar implica na existência de laços


de parentesco entre a vítima e o agressor,
podendo ser dentro ou fora do domicílio da vítima.
Já a violência doméstica implica em proximidade
do agressor para com sua vítima, não exatamente
ligada a laços de parentesco, podendo, portanto, ser exercida por empregados, agregados ou visitantes. Tais definições
servem para ilustrar que o agressor do idoso é, na maioria das vezes, alguém próximo do mesmo, o que torna o ato de
violência ainda mais covarde, já que praticado por um inimigo íntimo, conhecedor de minúcias em relação à vida e as
fraquezas do idoso (inclusive afetivas).
A dependência, seja ela de qualquer um ou de ambos os lados, é um fator que aumenta o risco de violência. A
dependência econômica de filhos adultos em relação à pais idosos é muito aparente no Brasil,. A convivência e a co-
dependência de ambas as partes pode gerar conflitos que resultam em atos de violência. Exemplo: exploração e
dependência econômica dos idosos pelos mais jovens, maus tratos físicos e afetivos, negligências quanto ao estado de
saúde, tão frágil e peculiar nesta fase.

As características do perfil do agressor de idosos mais comumente identificado na nossa sociedade são: mora com a
vítima; é financeiramente dependente dela; abusa de álcool e drogas; vínculos familiares frouxos; pouca comunicação e
afeto; isolamento social dos familiares da pessoa de idade avançada, o idoso ter sido ou ser uma pessoa agressiva nas
relações com seus familiares; história pregressa de violência na família; os cuidadores terem sido vítimas de violência
doméstica ; padecerem de depressão ou de qualquer tipo de sofrimento mental ou psiquiátrico.

Denuncie

NÃO SE CALE, LUTE!

As mulheres que sofrem violência podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que elas se dirijam às Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM). Há também os
serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e
orientação jurídica.

A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e
Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de
atendimento à mulheres.

Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou
indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em
risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde
a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.Dependendo do tipo de crime, a mulher pode precisar ou não de
um advogado para entrar com uma ação judicial. Se ela não tiver dinheiro, o Estado pode nomear um advogado ou
advogada para defendê-la ou a Defensoria Pública.
Porque tanta violência?

As causas do aumento da violência no Brasil são complexas e envolvem questões socioeconômicas, demográficas,
culturais e políticas. O assunto tem sido discutido, nos últimos anos, por pesquisadores de diferentes áreas, incluindo a
médica, pois os assassinatos estão entre as principais causas de mortes de jovens no país.

A pobreza e a desigualdade social são comumente apontadas como fatores que estimulam a violência e a criminalidade.
De fato, jovens que vivem em comunidades carentes são aliciados por traficantes e veem no crime uma opção de vida.

Porém, a redução dos índices de pobreza do país não foi


acompanhada de semelhante queda nos índices de
criminalidade. Na última década, 40 milhões de brasileiros
saíram da pobreza em razão da estabilidade econômica e
programas sociais. No mesmo período, de 2000 a 2009, a taxa
de homicídios permaneceu estável: 26 mortes por 100 mil
habitantes, com reduções significativas apenas em São Paulo e
Rio de Janeiro.

Além de falhar nos fatores preventivos – fornecendo educação,


moradia e emprego para famílias carentes – o Estado também
falha na repressão ao crime organizado. As polícias civil e
militar no Brasil são mal remuneradas e conhecidas pela
corrupção e truculência. A violência policial no país é constantemente alvo de denúncias por entidades como a Anistia
Internacional, em casos emblemáticos como os massacres do Carandiru (1992) e da Candelária e do Vigário Geral
(1993).

Por outro lado, o sistema penitenciário, que deveria contribuir para a recuperação de criminosos, tornou-se foco de
mais violência e criminalidade, em cadeias e presídios superlotados. Dados do Governo Federal apontam que, entre
1995 e 2005, a população carcerária cresceu 143,91%, passando de 148 mil para 361 mil presos. De 2005 a 2009, o
crescimento foi de 31,05%, chegando a 474 mil detentos. Hoje, há um déficit de 195 mil vagas no sistema prisional
brasileiro.

Há, por fim, uma sensação de impunidade, provocada pela lentidão da Justiça brasileira. Segundo o CNJ (Conselho
Nacional de Justiça), de 90 milhões de processos que tramitaram nos tribunais em 2011, 71% (63 milhões) encerraram o
ano sem solução, ou seja, de cada 100 processos, 71 não receberam sentenças graças ao acúmulo de trabalho e à
burocracia.
Desarmamento

Apesar disso, algumas ações contribuíram para minimizar a morte de cidadãos brasileiros. Entre elas, o Estatuto do
Desarmamento, que entrou em vigor em 2003, ano em que foram registradas quedas de homicídios. O Estatuto tornou
crime inafiançável o porte ilegal de armas e dificultou o comércio e a compra.

No Rio de Janeiro, a política de ocupação de morros e favelas,


antes dominados pelo tráfico de drogas, e a instalação das UPPs
(Unidades de Polícia Pacificadora) também foram consideradas
um avanço, bem como o aumento em 70% dos investimentos na
área de segurança pública em São Paulo.

Todos se perguntam: O que podemos fazer para mudar essa


situação?

Quais as possíveis soluções?

Todos se perguntam: O que podemos fazer para mudar essa situação?

A prevenção à criminalidade urbana, inclusive a violenta, só pode ter sucesso por intermédio de uma inclusão humana
social, econômica e política. Não se reduz a criminalidade a níveis razoáveis unicamente por meio da lei, definindo
novos fatos típicos, agravando a resposta penal e excluindo benefícios dos autores de infrações penais graves. É uma
verdade secular, já vivida pelo nosso País há longos anos com enorme prejuízo à segurança pública.

A repressão à violência urbana não se faz à força, como se prendendo criminosos tivéssemos cidades limpas de
péssimos indivíduos. Isso se faz, em primeiro lugar, pela educação, esperando-se resultados positivos no futuro.

Todos se perguntam: O que podemos fazer para mudar essa situação? Para mim, trata-se de uma questão conjuntural e
estrutural ao mesmo tempo. Uma questão social e moral que não poderá ser resolvida de imediato, como num toque
de mágica, mas somente a longo prazo. Deve envolver as famílias, escolas, igrejas, ONGs, partidos políticos. Com
certeza, não vamos resolver com ações isoladas, de forma individualista. É preciso uma ação coletiva, envolvendo
muitos atores sociais, tais como os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, o mundo da Educação, da Cultura, da
Saúde, do Trabalho e outros setores importantes da sociedade.

Além das ações práticas cotidianas, tais como policiamento maior, Rota nas ruas etc., é preciso reeducar os valores, pois
muita violência está vinculada ao mundo do consumo, do mercado e do trabalho. As necessidades de consumo são
tantas, e de forma tão violenta, que as pessoas ficam “loucas” para comprar um produto ou mesmo ganhar dinheiro
fácil, roubando um caixa eletrônico, uma pessoa que sai do banco (saidinha) ou mesmo sequestrando de forma
organizada ou espontânea.

Penso que existe um problema anterior que precisamos analisar, ou seja, a violência da imposição ao consumo por meio
das publicidades e propagandas que querem vender de qualquer jeito. Vejo jovens que são capazes de assassinar o
colega para tomar o seu tênis, homens e mulheres que são capazes de matar o marido, a mulher, a mãe, o pai, o avô
para ganhar o dinheiro do seguro. A loucura pelo dinheiro, esse “Deus que assassina”, está produzindo violência contra
seus próprios irmãos. Uma violência fácil, que age por qualquer motivo, que tira a vida por coisas fúteis. Nesse sentido,
penso que precisamos trabalhar pela reeducação da sociedade como um todo.

Um novo país, com uma nova moral deve ser construído. É preciso fazer a crítica social, política e moral desse País e
dessa cultura que tem produzido ladrões por todos os lados. A responsabilidade para combater a violência coibindo as
ações destrutivas é de toda a sociedade, uma vez que somos nós (cidadãos) que escolhemos e controlamos os nossos
governantes.

Cidadanias e direitos humanos

“Violência é um ato de brutalidade, sevícia e abuso físico ou psíquico contra alguém e caracteriza relações
intersubjetivas e sociais definidas pela opressão e intimidação, pelo medo e pelo terror. A violência se opõe à ética
porque trata seres racionais e sensíveis, dotado de linguagem e de liberdade, como se fossem coisas, isto é, irracionais,
insensíveis, mudos, inertes ou passivos.” (Marilena Chauí)

Se faz necessário para o pleno exercício da cidadania ações fortalecidas entre o governo e a sociedade civil, para que
não haja nenhum tipo de indivisibilidade dos direitos humanos. A falência das instituições (escola, família, governo) é
um aspecto que marca bastante o alto número de casos de violência urbana. Os meios de comunicação, querem nos
fazer achar que a violência só está atrelada à pobreza, à miséria, quando vemos inúmeros casos de pessoas que têm
padrões diferentes desse criado para estereotipar o criminoso. Muitas pessoas, não conhecem nem seus direitos civis,
políticos, sócio-econômicos e culturais. Como também fragmentaram a violência de tal forma que não caracterizam
agressões verbais, preconceito quanto a gosto musical, opção sexual, forma de se vestir, como sendo um ato de
violência. Fica bem nítido com o passar do tempo é que as pessoas deixaram de ser seres pensantes, para serem
coisas irracionais e ao passo que nossa tecnologia avança, nós retrocedemos no quesito violência. Hoje morre-se porque
xingou alguém, andou de sapato alto e incomodou o vizinho de baixo, tem um objeto de desejo que o outro almeja, tem
um gosto musical diferente do outro, pela cor da pele, por algo que ficou dito em entrelinhas, pelo término de uma
relação.

Prega –se o discurso de que queremos um mundo melhor para ás crianças que nascerão mas, só tomamos
conhecimento da nossa responsabilidade pelo que está acontecendo quando vem de encontro aos nossos interesses,
quando somos atingidos de alguma forma por um ato violento. E a postura, o próximo passo é aumentar a segurança ou
os muros das nossas residências, nos agruparmos nos shoppings, onde temos a ideia vaga de que estamos mais
protegidos, na nossa ilha de fantasia: vitrines, consumo. Decide-se leis depois de acontecido o fato, há um total
desencontro entre o governo e a população. Comecemos pelo simples conceito do que é cidadania:

Cidadania (do latim, civitas, "cidade") é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à
sociedade em que vive.²

Logo em seguida, pelos direitos humanos: Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres
humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a ideia também de liberdade de pensamento e de
expressão, e a igualdade perante a lei.

A partir disso, podemos começar a pensar como dentro da sociedade, podemos deixar de ser coisa para sermos seres
humanos, como podemos parar de achar que todo ato violento sangra, pois, isso não atesta a devastação que faz por
dentro de uma mente, quando a vítima recebe uma palavra, um olhar, um gesto! Pare de aguardar a ação do outro e dê
o ponta pé dentro das suas ações!
Dados e estáticas
Entre os estados que
apresentaram as mais altas taxas
de homicídios estão Alagoas com
55,3, Espírito Santo com 39,4,
Pará com 34,6, Bahia com 34,4 e
Paraíba com 32,8. Pará, Alagoas,
Bahia e a Paraíba estão entre os
cinco estados também que mais
sofreram com o aumento da
violência na década. No Pará, o
número de assassinatos
aumentou 307,2%, Alagoas 215%,
Bahia 195% e Paraíba 184,2%.
Neste grupo está ainda o
Maranhão com a disparada da
matança em 282,2% entre o ano
2000 e 2010.

O estudo confirma ainda a


"nacionalização" dos homicídios e
duas diferentes tendências da
violência. O número de assassinatos a tiros tem aumentado em áreas tradicionalmente hospitaleiras do Norte e do
Nordeste e diminuído no Sudeste, a partir de avanços registrados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dos cinco estados
mais violentos do país em 2010, três estão na região Nordeste: Alagoas, Bahia e Paraíba. Quatro das cinco cidades com
os piores dados estão no litoral da região: Maceió, João Pessoa, Salvador e Recife.

Entre as capitais mais violentas estão Maceió, a primeira da lista com 94,5 homicídios por 100 mil habitantes. Logo
depois vêm João Pessoa com taxa de 71,6, Vitória com 60,7, Salvador com 59,6 e Recife com 47,8. São taxas bem acima
da média nacional, 20,4, e dos níveis considerados toleráveis pela ONU, que giram em torno de 10 homicídios por 100
mil. Com uma taxa de 23,5, o Rio aparece em 19º lugar na lista. A cidade de São Paulo apresentou taxa de 10,4 e está na
25ª colocação.

Entre as cinco cidades mais perigosas do país estão: Simões Filho, na Bahia, com taxa de 141,5 homicídios por 100 mil
habitantes; Campina Grande do Sul, no Paraná, com 107,0, Lauro de Freitas (BA) com 106,6, Guaíra com 103,9, e Maceió
com 91,6. São números piores que o de Medellin e Bogotá, na Colômbia, no auge do poder do narcotráfico de Pablo
Escobar. Para Jacomo, a onda de violência em algumas cidades e estados brasileiros também estaria ligada ao
narcotráfico, ao crime organizado e a grande quantidade de armas em circulação.

Pelo estudo, 70% dos homicídios no país são cometidos com armas de fogo. Uma explicação seria a disseminação da
cultura da violência. Segundo o pesquisador, muitos homicídios resultam dos chamados conflitos de proximidade. São
desentendimentos em que uma das partes, ao invés de tentar eliminar o conflito, mata o oponente.
Basta!
A responsabilidade para combater a violência coibindo as ações
destrutivas é de toda a sociedade. Precisamos dar uma parada
na máquina desvairada desse mundo violento. É hora de
valorizar a conversa entre pais e filhos, dar atenção à família,
meditarmos em silêncio na palavra divina e orar escutando
música de Bach ao fundo! Na verdade não precisamos nem ir
muito longe. Já faz tempo que não ouço a música de Gilson e
Joram que diz “eu queria ter na vida simplesmente um lugar de
mato verde pra plantar e pra colher, ter uma casinha branca de
varanda quintal e uma janela para ver o sol nascer”.

(Luiz Sayão)

Conclusão

O homem é um ser violento por natureza, o que não quer dizer que ele seja mal; porém a sua racionalidade e outros
aspectos, como a necessidade de segurança social, podem pautar a sua conduta. Isto quer dizer que o agir violento é
algo natural e não uma distorção de comportamento. Assim, não é possível se liqüidar a violência, pois ela está
enraizada na natureza humana. O que é possível é o controle dos atos violentos.

Tal controle é indispensável, sobretudo, porque o homem é um animal social que busca segurança no grupo em que
vive. Desta forma, são necessários instrumentos aptos a realizar este controle, sendo que o principal é a lei.

A lei deve ser a garantia da ordem e da paz social, pode-se dizer que é a exteriorização do ‘contrato social’.

Porém, todas as normas possuem um certo nível de ineficácia. Isso ocorre porque são imperfeitas na sua estrutura, já
que se preocupam unicamente com a punição, na vã tentativa de impedir determinados atos lesivos, esquecendo-se da
reeducação do infrator e da reestruturação social que deveria proceder o crime.

Esta é apenas uma visão pessoal, mera observação de um sistema que possui falhas, mas que não é estático e
felizmente pode ser modificado.

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