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VITÓRIA
2007
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2
VITÓRIA
2007
3
CDU: 61
4
sessão pública, como requisito final para obtenção do título de Mestre em Ciências - Patologia
Geral das Doenças Infecciosas, do Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas do
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo.
Agradeço,
Aos meus pais, Hézio e Conceição, responsáveis pela minha formação moral,
ausência.
Infecciosas (NDI).
conhecimentos.
amizade.
Andreatta Lemos Paulo, ao Dr° Marcos Pavesi Lopes, ao Dr° Gustavo Peixoto
tempos acadêmicos.
8
Fernando Pessoa
9
RESUMO
ABSTRACT
Key words: fasting, intermittent fasting, fecal peritonitis, endotoxic shock, mice.
11
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ......................................................................................................18
3. OBJETIVOS ..........................................................................................................50
4.3.1 Jejum de três dias a cada duas semanas ou em dias alternados .............51
5. RESULTADOS ......................................................................................................58
fezes ..........................................................................................................................64
INTERMITENTE ........................................................................................................66
5.4.1 Evolução da peritonite fecal nos animais submetidos a jejum de três dias
alternados ................................................................................................................68
18
controle ....................................................................................................................70
6. DISCUSSÃO .........................................................................................................73
DE FEZES .................................................................................................................76
INTERMITENTE ........................................................................................................81
6.5.1 Evolução da peritonite fecal nos animais submetidos a jejum de três dias
7 CONCLUSÕES ......................................................................................................86
8 REFERÊNCIAS ......................................................................................................87
19
1- INTRODUÇÃO
obesidade, inclusive nos países mais pobres, com aumento acelerado de algumas
síndrome metabólica, concluindo-se que na maioria dos casos, ela decorre de erros
estabelecido, ou seja, não se sabe com certeza qual a necessidade calórica diária
(MURRAY et al., 1975; MURRAY et al., 1976; MURRAY e MURRAY, 1977 a e b).
20
1935 a e b). Essas observações iniciais passaram despercebidas, mas nos últimos
primatas não humanos. Nesses animais, embora não tenha havido tempo de avaliar
benéficas da restrição calórica relatadas nos roedores (MATTISON et al., 2003). Isso
Por outro lado, jejum de quatro dias a cada duas semanas foi capaz de modular a
total ou jejum) não são raras na prática médica, e períodos variáveis de jejum vêm
o jejum.
Por outro lado, o jejum intermitente, outra forma de restrição alimentar, induziu
sistema nervoso central em camundongos (ANSON et al. 2003). Por essas razões, o
susceptibilidade às infecções.
literatura, com maior ênfase nas observações sobre os efeitos de desnutrição grave
Embora não seja objetivo da investigação aqui proposta, será feita uma pequena
de revisão publicados nos últimos dez anos, já que os efeitos do jejum intermitente
2 REVISÃO DA LITERATURA
séculos atrás, têm mostrado que nem sempre a desnutrição, especialmente a aguda,
relataram que doenças infecciosas como malária e algumas viroses eram menos
informação de que uma epidemia de “English Sweat”, provável infecção aguda viral
que varreu a Inglaterra de maneira recorrente no século XVI, acometeu com maior
relatou ser a gravidade da varíola maior nos ricos do que nos pobres, os segundos
sanitaristas que em 1830, descreveu uma singular associação entre dieta e infecção
resultados: aquelas prisões que tinham menor investimento em comida (com gastos
mortalidade de 0,16%. No entanto, aquelas com mais alimento, (com gastos de três
mortalidade de 0,4%. Ressaltou ainda que, as doenças eram mais frequentes nos
prisioneiros recém chegados e menos frequentes nos detentos mais antigos, que
doenças nos guetos de Varsóvia, onde relataram índices de morbidade por sarampo
26
febre aftosa no gado, menos grave durante os períodos de seca, tornando-se mais
Salmonella, embora facilitadas pela desnutrição, são piores para tratamento com
Keys et al. (1950), também citados por Murray et al. (1977a), em um livro sobre
controlado por 24 semanas, com perda de 25% do peso, não houve aumento de
relataram que uma análise de casos de anorexia nervosa coletados até 1950
pacientes.
pintos (ROUS, 1911), com o vírus da vaccinia em coelhos (SPRUNT, 1942), com o
espécie e pode ter sido importante na seleção de genes que favoreçam a resistência
contra as infecções nas circunstâncias de privação alimentar, o que ainda está para
INATA E ADAPTATIVA
submetidos ao jejum de 48 h.
animais era mantido com dieta a vontade, um grupo, submetido a jejum de 24 h após
ainda, que a leptina bloqueia a produção de IL-4, favorecendo assim uma resposta
a jejum de 48 h têm maior mortalidade após injeção de LPS, efeito revertido pela
T, que 53% tinham respostas mais baixas, 20% mais exacerbadas e 27% tinham
respostas nos limites do grupo controle. A produção de IFN-γ foi mais baixa do que o
aumento de células NKC, mas os níveis de IL-1, TNF-α, IFN-γ , IL-2 e CSF-GM
RESISTÊNCIA A TUMORES
As observações feitas por Murray et al., não só nos artigos sobre a fome nas
populações nômades na Somália, como nas duas revisões que publicaram, tiveram
pouco impacto no meio médico na década de 70. Embora tenham surgido algumas
longevidade foi feita por Osborne e colaboradores em 1917, que mostraram maior
Demonstraram que ratos ingerindo dietas com 40% a menos de calorias após o
fases finais da vida. Essas observações foram seguidas de poucas discussões nas
33
e na melhoria das condições de saúde nas fases mais avançadas da vida aumentou
vida (desmame em mamíferos), razão pela qual os animais têm menor massa
similares aos da dieta “ad libitum”. De modo geral, os animais têm maior longevidade
têm mostrado de modo geral que a restrição calórica aumenta a longevidade, sendo
basal; (c) melhor rendimento energético, com melhor utilização do oxigênio; (d)
IGF-1 e de hormese. Cada uma delas tem dados favoráveis e contrários e é possível
MAUDSLEY, 2006).
et al. na década de 30, mas o efeito da restrição calórica iniciada após a fase de
uma observação que demonstra que a massa corporal de camundongos aos dois
2005).
que existe uma relação inversa entre taxa metabólica e longevidade entre muitas
antioxidante, sem evidências para indicar qual das modificações é mais importante
36
MASORO, 2005).
crescimento.
agressão que induz respostas que tornam o organismo mais resistente a outros
(MASORO, 2005).
sentido, tem sido demonstrado que vários genes são reprimidos ao lado de outros
vários que são ativados. Geralmente, são ativados os genes que favorecem as
semana de restrição, de modo tal que, com oito semanas, o efeito modulador é
38
Observou-se também que, a modulação genética imposta pela restrição calórica tem
curta duração, desaparecendo após oito semanas de retorno à dieta “ad libitum”
(SPINDLER, 2005).
TRABALHOS EXPERIMENTAIS
longevidade. Os mais utilizados são: (a) diminuição das calorias por redução na
é conseguido pela adição de celulose na dieta; e, por fim, (c) restrição alimentar
pode ser conseguida através de: (a) redução do fornecimento da dieta por
introdução de jejum forçado em dias alternados, (b) jejum forçado em maior número
39
submetidos a jejum de dois dias a cada sete dias (24 machos e 24 fêmeas),
verificaram que a sobrevivência média foi de 745 e 819 dias respectivamente nos
machos e fêmeas, contra 712 e 773 dias nos respectivos controles. Entretanto, as
três dietas, além da dieta habitual: uma dieta padrão com proteína animal (35%),
outra dieta era a anterior acrescida de 10% de alfafa; uma terceira era formada pela
algodão (paina). A quarta dieta, vegetariana, era formada por farinha de trigo (50%),
sódio. A proteína total constituía 30% desta dieta vegetariana. Durante sete dias,
todos os ratos receberam a mesma dieta e aos 42 dias de idade, foram distribuídos
dia em cada três dias (1:3) e um dia em cada dois dias (1:2; dia sim/dia não – ds/dn).
40
sobrevivência média nos machos submetidos a jejum foi de 768, 667 e 666 dias,
respectivamente nos grupos jejum 1:4, 1:3 e 1:2 dias. A duração média da vida nos
grupos submetidos ao jejum foi de 706 dias. Em relação às fêmeas, o resultado foi
sobreviveram 685 (1:4), 814 (1:3) e 768 (1:2) dias, com média de 748. Houve
redução do peso corporal, em torno de 10%, em todos os grupos, tanto nos machos
como nas fêmeas. Os autores discutem fatores que podem ter aumentado a
sobrevida dos ratos submetidos ao jejum interrompido, inclusive uma maior atividade
física, segundo ele, nos animais submetidos a esse jejum. Embora sem dados
precisos, mostrou que a prevalência de tumores foi menor nos grupos que se
ratos à alimentação com dieta padrão apenas no período entre 8:00 e 10:00 horas
dieta “ad libitum” e outro com alimentação restrita a duas horas/dia para avaliar
durante seis meses e a cada três meses até o fim do experimento (18 meses).
Observou que o consumo de ração pelos animais com alimentação restrita foi 75 a
80% do ingerido pelos animais com dieta “ad libitum”. O peso final foi menor no
grupo com restrição na dieta, mas a curva de ganho de peso foi semelhante. A maior
diferença ocorreu pela perda de peso nas duas primeiras semanas de restrição, ou
41
dias, enquanto no grupo com restrição alimentar foi de 688 ± 24 dias. Diferença
enzima málica no fígado e tecido adiposo. A síntese de ácidos graxos (AG) foi
com glicose marcada com carbono radioativo e estimulado com insulina. Ele avaliou
tempo. O autor admite que a adaptação metabólica imposta pela restrição alimentar,
longevidade.
jejum (27% estavam vivos quando todos da dieta controle haviam morrido), embora
a mortalidade nos primeiros meses tenha sido maior. O peso do baço em relação ao
42
peso corporal era significativamente menor no grupo jejum, nos diferentes períodos
estimulação era menor quando testada nos mais jovens, mas era maior ou igual ao
enxerto alogênico de pele foi retardada nos animais sob restrição alimentar, quando
testada entre 18 e 20 semanas, mas era igual ao controle quando testada nos
calórica imposta aos animais alterou a resposta imunitária, com um estado de certa
foi imposta pela oferta da ração na mesma porção do grupo controle, quatro vezes
em cada semana, o que corresponde a oferecer a ração ds/dn. Eles não observaram
alimentar.
libitum”.
alternados, durante o primeiro ano de vida (RA) ou durante o segundo ano de vida
(AR) ou durante toda a vida (R). Os grupos controle recebiam a mesma ração “ad
libitum” (A). Os ratos com restrição ingeriam 55% e 67% do alimento em relação ao
grupo “ad libitum”, respectivamente após dois, cinco e 12 meses de idade. O ritmo
de crescimento foi menor nos animais com restrição alimentar. O peso úmido, o
menores nos grupos com restrição alimentar. Observaram, ainda, que nos grupos
enquanto que essa correlação foi negativa, mas não significativa, no grupo com
grupos com restrição não se relaciona com o ganho de peso corporal ou com a
composição corporal nesses animais. Houve portanto, uma relação entre peso
corporal e longevidade, mas de modo diferente (oposto) entre os animais “ad libitum”
Sogawa e Kubo (2000), utilizando jejum de quatro dias a cada duas semanas,
grupo com dieta controle. O peso do timo, rim e adrenais eram maiores, enquanto o
baço era menor do que no grupo controle. Quanto à doença auto-imune, o grupo em
dieta controle. Apresentaram ainda maior sobrevida, sendo que metade das mortes
ocorreram por volta da 46ª semana de vida no grupo controle e após 67ª semana no
boa nutrição. O estudo foi realizado em 120 homens e mulheres acima de 65 anos
de idade e com boa saúde, internados em clínicas de repouso para idosos. Metade
deles recebia dieta com 2300 cal (50 g de proteínas e 40 g de lipídios) e no dia
nas fases mais tardias da vida, tendo em vista que a restrição calórica reduz a
induz, nos períodos mais tardios da vida, uma reversão dos fenômenos de redução
linfócitos T “naive”, (b) redução nos níveis de citocinas inflamatórias (IFN-γ, IL-6,
MESSAOUDI, 2005).
46
vida. Dong et al. (1998) mostraram que ratos submetidos a 25% de restrição
óxido nítrico (NO), após estímulo com LPS. O mesmo grupo, Dong et al. (2000),
dieta, em relação à dieta controle. Fizeram o desafio duas semanas depois com o
peroxidase do eosinófilo, proteínas totais, IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, TNF-α e IFN-γ no
sete e 14 dias após a sensibilização e dois e sete dias após a dose desencadeante.
Observaram aumento significativo de IgE dois e sete dias após o desafio, mas as
bem demonstrados pelo menor nível sérico de IgE, menor número de eosinófilos no
que controles com dieta normal, da mesma idade (EFFROS et al., 1991). No
Não existe uma explicação para essa discrepância, mas as rotas de infecção foram
precisa ser confirmado, pois a observação foi feita em macacos adultos, não
1992).
toxicante.
LPS. Avaliaram TNF-α, IL-6, IFN-γ, NO. Verificaram que há um aumento significativo
precoce de TNF-α, que retornou a níveis basais quatro horas após, no grupo com
grupos, com ou sem restrição calórica. A lesão hepática, avaliada pelos níveis
atenua a lesão hepática pelo LPS, com aumento transitório de TNF-α, confirmando
efeitos protetores da restrição calórica sobre a lesão hepática induzida pelo LPS são
Como pode ser observado nos dados da literatura, a restrição calórica tem
sistema imunitário nas fases mais tardias da vida, por mecanismos ainda não
seja, pelo menos em parte, responsável por esses efeitos e não a redução do aporte
descritas a seguir.
a diferentes regimes alimentares: um grupo controle, com dieta “ad libitum” (AL),
outro grupo submetido a jejum intermitente ds/dn e um terceiro grupo, que recebia
60% da dieta do primeiro grupo (LDF) e um quarto grupo, que serviu de controle
alimento ingerida por esse grupo (foi denominado de grupo pareado ao jejum
intermitente, PF).
Por meio desse estudo, os pesquisadores observaram que o peso dos animais
era 49% menor no grupo com 40% de redução na dieta (grupo LDF), mas nos
mostrou que os grupos do jejum intermitente e o grupo alimentado “ad libitum” foi
alimentar. Níveis de IGF-1 estiveram diminuídos neste último grupo, porém, eram
50
grupo controle (AL), enquanto os animais do grupo com 40% de redução da dieta
controle alimentado “ad libitum”. No grupo com 40% de redução na dieta, houve
calorias, mas reduziu de modo semelhante a glicemia. Isso demonstra que o efeito
3. OBJETIVOS
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ANIMAIS
metálica, com fundo de tela com buracos suficientes para deixar passar o material
(São Paulo). Cada gaiola albergava de seis a dez animais. Foi utilizada ração
delineamento experimental.
jejum de três dias, recebendo apenas água à vontade. Os grupos controle eram
animais eram pesados diariamente. Para cada experimento eram utilizados seis a
quais eram alimentados à vontade. Os períodos de jejum eram de três dias a cada
passagem das fezes para um recipiente situado dois centímetros abaixo, impedindo
gaiola. Desse modo, os animais não tinham contato direto com a maravalha. Após
regime de jejum durante três dias consecutivos a cada duas semanas (jejum 3d/2s),
ou em dias alternados (jejum ds/dn), durante quatro meses. O alimento era retirado e
vontade.
53
diariamente no período do jejum e de dois em dois dias até o novo jejum, durante
al., 2001). Os animais eram anestesiados com éter, a pele abdominal depilada e a
anti-sepsia feita com álcool iodado. Após pequena incisão (1cm) longitudinal
mediana infra-umbilical, o ceco era exposto e ligado com fio nylon (4.0), abaixo da
entrada do íleo, deixando livre o trânsito para o intestino grosso. Em seguida, eram
feitas duas perfurações com agulha 45 x 12, fazendo-se ligeira compressão do ceco
dorsal.
seringa de 1 ml armada com agulha 45 x12. Como a mortalidade era muito alta com
1:9 induzia mortalidade menor na fase aguda da infecção. Por essa razão, nos
médios (entre 2 e 5 mm) e grandes (acima de 5 mm). Foi obtido um escore para os
mantidos em jejum por três dias, operados para indução da peritonite e alimentados
a seguir. Um grupo controle formado por dez animais sem jejum, foi operado na
mesma técnica e permaneceu com dieta liberada (figura 1). Os animais foram
punção do ceco, o número de animais sobreviventes foi muito pequeno e não foi
1° 3°
dia dia
Dieta ad libtum
Jejum Grupo
ja 3°d
Peritonite
Figura 1
Experimentos para avaliação da evolução da peritonite bacteriana aguda em animais submetidos
a jejum de 72 horas, induzida por ligadura e punção do ceco.
submetidos a jejum e seu grupo controle receberam inóculo de fezes diluídas a 1:6 e
outros dois grupos também, jejum e seu respectivo controle, receberam inóculo intra-
peritoneal de fezes diluídas a 1:9 (figura 2). O número de animais em cada grupo
cada experimento.
avaliação da peritonite.
57
Peritonite
Grupo
Dieta ad libtum ja 1:6
Jejum
1° 3°
dia dia
Jejum Dieta ad libtum Grupo
ja 1:9
Peritonite
Figura 2
Experimentos para avaliação da evolução da peritonite bacteriana aguda em animais submetidos
a jejum de 72 horas, induzida por inoculação de suspensão fecal.
(trinta em jejum de três dias a cada duas semanas e quarenta em jejum em dias
controle. No fim dos quatro meses, os animais do jejum e os do grupo controle foram
Cada grupo jejum intermitente era pareado com um grupo controle, tendo
entre 13 a 23 animais. O número exato de animais por grupo está indicado nas
16 semanas
2 semanas = 1 ciclo
+ 5 ciclos
jejum 3° realimentação jejum 3° realimentação jejum 3° realimentação
dia dia dia
Grupo
J3d/2 Peritonite
s
Figura 3
Experimentos para avaliação da evolução da peritonite bacteriana aguda em animais submetidos a
jejum intermitente por 16 semanas, induzida por inoculação de suspensão fecal a 1:6 ou 1:9. Jejum
3d/2s.
16 semanas
j r j r j r j r j r j r j r j realimentação
Grupo
Jds/dn Peritonite
Figura 4
Experimentos para avaliação da evolução da peritonite bacteriana aguda em animais submetidos a
jejum intermitente por 16 semanas, induzida por inoculação de suspensão fecal a 1:6 ou 1:9. Jejum
ds/dn.
com comparação entre os grupos pelo teste “log rank”. Foram considerados
como bicaudais.
59
5. RESULTADOS
30
25
20
jejum
peso corporal (g)
15
controle
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14
dias
Figura 5
Peso corporal de camundongos submetidos a três dias de jejum e de um grupo controle, pareado por
idade e sexo, mantido com dieta “ad libitum”. A barra indica o período do jejum.
60
dias após o jejum, o peso corporal era recuperado e os animais passavam a ter o
4,5 A 7 B C
mg/g peso corporal
70
Figura 6
Peso do timo (A), do baço (B) e do fígado (C) de camundongos submetidos a jejum de três dias. As
barras indicam o período do jejum. Os pontos representam a média do peso observada em quatro
animais.
A B C
Figura 7
A: Timo em animal do grupo controle. B: Timo com tamanho muito reduzido em animal após 72 horas
de jejum. C: Baço de animal após 72 horas de jejum (à esquerda) e baço de animal controle.
61
mostra extremamente rarefeita nos animais no terceiro dia do jejum (Figura 8). No
centrolobular.
C C
M M
A B
Figura 8
Aspecto microscópico do timo em animal controle (B) e após 72 horas de jejum (A). Observar a
acentuada depleção de linfócitos da cortical no animal submetido ao jejum. A letra C, no retângulo ,
indica a cortical e M a região medular.
jejum (até 22% no terceiro dia), com recuperação total do peso nos três dias
curva de ganho de peso dos animais do grupo jejum era ligeiramente superior a do
62
grupo controle, embora a diferença no fim das 16 semanas não tenha sido
50
40 jejum
Peso corporal (g)
35
30
controle
25
20
15
10
03 14 17 27 30 40 43 112
dias
Figura 9.
Evolução do peso corporal de dois grupos de animais submetidos a jejum de três dias a cada duas
semanas e um grupo controle, mostrando quatro ciclos de jejum e o peso final aos 112 dias (16
semanas). Cada ponto representa a média (± DP) do peso corporal de cinco animas por grupo.
O peso dos órgãos linfáticos tomados em cinco animais de cada grupo, ao fim
35 jejum
30 controle
peso corporal (g)
25
20
15
10
5
0
0 4 10 16
semanas
Figura 10.
Curva de ganho de peso em um grupo de animais submetidos a jejum em dias alternados e em um
grupo controle, durante 16 semanas. Cada ponto representa a média do peso corporal de 14 animais
por grupo.
AGUDO DE 72 HORAS
A peritonite fecal nos experimentos com jejum agudo foi induzida pela
100
Controle (n=10)
( 80 Jejum 3d (n=10)
%
en
te 60
s
S 40
o
br Log Rank: p=0,638
20
ev
0
0 2 4 6 8 1
dia 0
s
Figura 11
Mortalidade após indução de peritonite por ligadura e punção do ceco em camundongos submetidos
a jejum de três dias, no terceiro dia do jejum.
fezes
fezes onde a mortalidade imediata pelo choque era menor, permitiu detectar
com suspensão fecal diluída a 1:6 ou 1:9 foi sempre menor nos grupos jejum, sendo
a maior diferença em relação aos escores que relacionam o número com o tamanho
A
100
Controle (N=22)
B C
SOBREVIVENTES (%)
80
Jejum 3d (N=18)
20 25
escore abscessos/animal
N abscessos /animal
60
20
P=0,047 0,012
40 15
10
10
20
P=0,047 P=0,096 5
0,0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 14 controle jejum 3d controle jejum 3d
DIAS
Figura 12
100 A
SOBREVIVENTES (%)
80
20
B 20 C
60
N de abscessos/animal
P=0,004
P=0,008
Controle (N=13)
40 P=0,051
10 10
Jejum 3d (N=17)
20
P=0,230
0,0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 14
14 controlejejum 3d controlejejum 3d
DIAS
Figura 13
INTERMITENTE
animais inoculados com diluição menor das fezes, nos quais a mortalidade imediata
é sempre menor.
5.4.1 Evolução da peritonite fecal nos animais submetidos a jejum de três dias
(Figura 14 B).
68
100 A B
Controle (n=13) 10 20
número de abscessos
sobreviventes (%)
60
5 10
40
20
Log rank p=0,055 P=0,276 P=0,102
0 0 0
J 1: 6 Cont 1: 6 J 1: 6 Cont 1: 6
0 2 4 6 8 10 12 14
dias
Figura 14.
A- Curvas de sobrevivência de animais submetidos ou não a jejum de três dias a cada duas semanas
(jejum 3d/2s) e inoculados com 4 ul/g peso corporal de suspensão de fezes diluídas a 1:6 (peso/
volume). B- Número e escore de tamanho de abscessos intra-peritoneais, observados nos
sobreviventes, 14 dias após o inóculo intra-peritoneal da suspensão fecal. As linhas horizontais
representam os valores das medianas. Os valores de p foram obtidos com o teste de Wilcoxon.
Já no grupo que recebeu uma diluição 50% maior da suspensão fecal (1:9
grupo controle. O número e o tamanho dos abscessos foi menor no grupo jejum
100 A
B
80
sobreviventes (%)
número de abscessos
7.5
Controle (n=20) 10
40
Jejum 3d/2s (n=15) 5.0
5
20 2.5
0 0.0 0
J 1:9 Cont 1: 9 J 1: 9 Cont 1: 9
0 2 4 6 8 10 12 14
dias
Figura 15
A- Curvas de sobrevivência de animais submetidos ou não a jejum de três dias a cada duas semanas
(jejum 3d/2s) e inoculados com 4 ul/g peso corporal de suspensão de fezes diluídas a 1:9 (peso/
volume). B- Número e escore de tamanho (média± DP) de abscessos intra-peritoneais, observados
nos sobreviventes, 14 dias após o inóculo intra-peritoneal da suspensão fecal. As linhas horizontais
representam os valores das medianas. Os valores de p foram obtidos com o teste de Wilcoxon.
alternados
abscessos foi menor no grupo jejum, porém a diferença não teve significância
A B
100
15 20
número de abscessos
sobreviventes (%)
60 15
Jejum ds/dn (n=14) 10
40 10
5
20 5
Figura 16
A- Curvas de sobrevivência de animais submetidos ou não a jejum em dias alternados (jejum ds/dn) e
inoculados com 4 ul/g peso corporal de suspensão de fezes diluídas a 1:6 (peso/volume). B- Número
e escore de tamanho de abscessos intra-peritoneais, observados nos sobreviventes, 14 dias após o
inóculo intra-peritoneal da suspensão fecal. As linhas horizontais representam os valores das
medianas. Os valores de p foram obtidos com o teste de Wilcoxon.
No grupo que recebeu a suspensão fecal com diluição 50% maior (1:9,
entre os dois grupos (Figura 17 A), embora tenha sido maior nas primeiras 48 h. Dos
foi maior nesse grupo, sendo a diferença significativa para o número de abscessos
(Figura 17 B).
71
A B
100
15 20
P=0,041 P=0,051
número de abscessos
sobreviventes (%)
Controle (n=24) 10
40
Jejum ds/dn (n=23)
5
20 5
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0 0
J 1: 9 Cont 1: 9 J 1:9 Cont 1:9
dias
Figura 17
A- Curvas de sobrevivência de animais submetidos ou não a jejum em dias alternados (jejum ds/dn) e
inoculados com 4 ul/g peso corporal de suspensão de fezes diluídas a 1:9 (peso/volume). B- Número
e escore de tamanho (média± DP) de abscessos intra-peritoneais observados nos sobreviventes, 14
dias após o inóculo intra-peritoneal da suspensão fecal. As linhas horizontais representam os valores
das medianas. Os valores de p foram obtidos com o teste de Wilcoxon.
controle
de peso foi mais acentuada nos animais inoculados com a suspensão fecal na
diluição 1:6, tanto nos animais submetidos aos dois regimes de jejum como nos
controles. De modo geral, a perda de peso foi maior nos grupos submetidos ao jejum
suspensão fecal em diluição 50% maior (1:9, peso/volume) a perda de peso corporal
foi menor e muito semelhante nos grupos jejum em relação aos respectivos grupos
A B
0 5 10 15
dias 5 dias
0 5 10 15
0 0
-5 -5
-10 -10
-15 -15
-20
-20
-25
-25
-30
Figura 18.
Evolução do peso corporal em camundongos submetidos a jejum de 3d/2s (A) ou em dias alternados
(B) e seus respectivos controles. As figuras mostram o percentual de redução do peso corporal em
relação ao peso do dia da indução da peritonite fecal por inoculação intra-peritoneal de 4ul de
suspensão fecal/g peso corporal, nas diluições de 1:6 ou 1:9. Os pontos representam a média das
avaliações em pelo menos três animais para cada grupo.
significativas entre os grupos. O peso do timo era semelhante nos grupos jejum em
relação aos seus respectivos controles, mas como o timo sofre involução com a
idade, com aumento variável do tecido adiposo entre os lobos, a avaliação não foi
muito precisa, razão pela qual os dados não estão apresentados (Figura 19).
73
Figura 19.
Peso do baço e do fígado (em mg por grama de peso corporal) em camundongos submetidos a jejum
por três dias a cada duas semanas (J3d/2s) ou em dias alternados (Jds/dn) e camundongos
controles, alimentados “ad libitum”, nos quais se induziu peritonite fecal por injeção intra-peritoneal de
fezes diluídas (peso/volume) a 1:6 (A e C) ou a 1:9 (B e D). O retângulo cinza representa a faixa de
variação do peso do órgão em animais controle, sem qualquer tratamento.
74
6. DISCUSSÃO
Admite-se que essa redução nas células dos órgãos linfáticos seja
1998). No entanto, esse mecanismo parece mais complexo, tendo sido demonstrado
que no jejum agudo, os níveis de leptina são muito reduzidos e que a reposição da
a apoptose de timócitos induzida por corticóides (AHIMA et al., 1996; LORD et al.,
diferença não tenha sido significativa. Essa observação demonstra que os animais
nos onze dias de alimentação “ad libitum” ingerem uma maior quantidade de
concluir que nessa forma de restrição alimentar não há restrição calórica total, mas
apenas nos períodos de jejum, já que a curva de ganho de peso dos animais
ao grupo controle. Esse resultado difere em parte do observado por outros autores,
esses autores começaram o jejum logo após o desmame, com redução na curva
76
ponderal nas primeiras semanas de adaptação ao novo regime alimentar, mas com
ganho de peso semelhante ao controle após esse período (GOODRICK et al., 1983).
fato, ratos submetidos a essa manipulação alimentar, de modo geral, perdem peso
ainda em relação aos alimentados “ad libitum”. Já Anson et al. (2003) fizeram
dias alternados, com um grupo controle, verificaram que a ingestão calórica foi
do grupo controle alimentado “ad libitum”, podendo-se admitir que não tenham
restrição calórica.
77
DE FEZES
rapidamente absorvidas. Nesse modelo, não se utiliza uma reposição líquida pela
endotóxico.
ceco é importante porque se faz melhor a diluição, pois o conteúdo fecal é pastoso.
Os autores que têm utilizado esse modelo sempre avaliam a mortalidade nos
primeiros dias, não fazendo avaliações dos animais depois de uma semana
observou-se que com a suspensão a 1:6, a mortalidade por choque endotóxico foi
observação.
de 90% dos animais), que eram facilmente observados, podendo ser avaliados
foi bastante reproduzível e é muito simples de ser executado, podendo ser utilizado
facilmente observáveis.
AGUDO DE 72 HORAS
grande nas primeiras 48 h e não mostrou diferença entre os grupos jejum e controle.
essa observação difere em parte do observado por Faggioni et al. (2000) que
peritoneal de fezes tem uma fase inicial do choque endotóxico, induzido pela grande
quantidade de LPS originado da flora intestinal existente nas fezes. O fato de não
entre os camundongos utilizados por Faggioni et al. que utilizaram cepa C57Bl-6, e
endotoxinas (LPS), o que não permitiu discriminar a maior resistência dos animais
alimentados “ad libitum”. Godshall et al. (2002) mostraram que camundongos suíços
são mais resistentes do que camundongos BALB/c, aos efeitos da ligadura e punção
bacteriana por ligadura e punção do ceco, na qual existe endotoxemia, seja diferente
pois além da peritonite, existe a agressão representada pelo ato cirúrgico. Dessa
80
forma, a letalidade foi muito alta nos dois grupos, não permitindo discriminação. É
global não tenha sido diferente, a mortalidade precoce, nas primeiras 48 h foi
sempre menor. Portanto, com esse modelo ficou demonstrado que choque
al. (2000). A maior gravidade do choque foi evidente também pela maior frequência
infecção bacteriana). Outro dado que mostrou a maior resistência à infecção foi a
com oxazolona (LORD et al., 1998; NAKAMURA et al., 2001 ), menor resposta T
indicam que deve estar realmente ocorrendo nos animais submetidos a jejum, uma
JANIK et al., 1997) o que poderia estar acontecendo nos sobreviventes ao choque.
que se instala.
susceptibilidade ao choque endotóxico que foi mais intenso nas suas manifestações,
INTERMITENTE
6.5.1 Evolução da peritonite fecal nos animais submetidos a jejum de três dias
3d/2s ou ds/dn, foi semelhante. Nos animais inoculados com a suspensão fecal
diluída a 1:6, a mortalidade geral foi maior nos grupos jejum após o inóculo intra-
número de sobreviventes ter sido muito pequeno nos grupos submetidos ao jejum.
agressão muito intensa, não permitindo discriminar bem o comportamento dos dois
grupos.
Nos grupos inoculados com a suspensão fecal com diluição 50% maior, (1:9),
a mortalidade foi mais elevada nos grupos jejum, mas sem significância estatística.
expressão de diferenças.
maiores intercalados com alimentação “ad libitum”, quer em dias alternados, torna os
camundongos, submetidos à manipulação dietética, foi relatada por Sun et al. (2001)
submetidos à restrição calórica (redução de 40% das calorias da dieta, iniciada após
nos dias de jejum, o total de calorias ingeridas é semelhante ao dos animais com
dieta livre. Desse modo, não sabemos se os mecanismos que alteram a resistência
tiveram restrição de 40% das calorias, são os mesmos que alteraram aquela
nos mecanismos de defesa contra o choque endotóxico. De fato, Sun et al. (2001)
produção de TNF-α após injeção de LPS foi também relatada por Tsuchia et al.
(2005) em ratos submetidos à restrição calórica por seis meses. Assim, é possível
84
de TNF-α após estímulo com endotoxina, fato que necessita ser investigado.
explicação satisfatória.
quais no fim de seis meses estavam reduzidos em relação aos valores observados
norepinefrina. Fica também evidente que não há impedimento para o animal dar as
induzidas pelo jejum intermitente, não havendo ainda uma explicação satisfatória
demonstra que há uma dissociação dos efeitos do jejum na resposta à injeção intra-
7- CONCLUSÕES
dias em 2 semanas não alterou a mortalidade após indução de peritonite seja por
O jejum intermitente, quer dia sim/dia não ou de três dias a cada duas
demonstrada pelo menor número e menor tamanho dos abscessos após duas
semanas de evolução.
88
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