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Resenha bibliográfica 83
uma empresa diversificada; o ponto Baía Horta, José Sílvério, Libe- soas de notável saber e experiência
importante é o inter-relacionamento ralismo, tecnocracia e planeia- em matéria de Educação, o CFE está
entre unidades; dividido em Câmaras, para deliberar
menta educacional no Brasil
. ,. . . no capítulo , 10 o inter-relaciona·
menta é usado na estratégia de diver-
São Paulo, Cortez/Autores A~ sobre assuntos pertinentes aos diferen-
tes níveis de ensino, e se reúne em
sificação horizontal (conglomerados sociados, 1982, 226 p. plenário, para deliberar sobre os pro-
não-relacionados nos ramos de negó- nunciamentos das Câmaras e discutir
cios); sobre matéria de caráter geral"
- o cap(tulo 11 mostra como se (p. 12),
consegue obter colaboracão e inter- Assim, com base no que se apre-
relacionamento; , sentou até o momento, ainda que em
- o cap(tulo 12 trata do problema rápidas passagens, o autor desenvolve
das vendas conjuntas (cal com cimen- o seu trabalho em seis cap(tulos. No
to), a estratégia na qual isso deve ser primeiro, determina claramente a
O presente livro de Baía Horta, com o
usado, a maneira de dar preços a di- concepção de "plano de Educação"
subtrtulo Uma contribuição à histó-
ferentes produtos e subprodutos ou presente na Lei de Di ret ri zes e Bases
ria da educação bras i Ieira no período
finalmente a compra de prod~tos da Educação Nacional {LDB), estu-
1930-1970, constitui-se num remane-
junto com outros; dando as diferentes concepções de
jamento, com pequenas modifica-
- no cap(tulo 13 começa a Parte I V ções, de uma tese de doutorado con-
"plano educacional" existentes no
do livro, com a formulação de estra- Bras i 1 na época da elabora cão da
cluída em janeiro de 1975, sob a ori-
tégia competitiva em fase de incer- LDB e acompanhando o surgimento
entação do Prof. Durmeval Trigueiro
teza; e a evolução da idéia desse plano nos
Mendes.
- os cap(tulos 14 e 15 tratam de es- debates que se travavam no Congres-
O autor procura, na verdade, reali-
tratégias defensivas e ofensivas. so durante a sua tramitacão
zar um estudo aprofundado da "ín-
No capftulo seguint~, e~amina-se
fluênêía do Conselho Federal da Edu-
O livro, ta I qual ·os outros dois de a maneira pela qua I o CFE interpre-
cação na evolução da planejamento
Porter, pode ser altamente recomen· tou a atribuição de elaborar o "plano
educacional brasileiro, no período
dado para leitura de gerentes e dire- de Educação" que a lei lhe havia
que vai de sua instalação, em 1962,
tores de empresa e para alunos de conferido. Já no capítulo 3, é re~liza
até a elaboração do Plano Setorial de
cursos de mestrado e doutorado em da uma análise do documento prepa-
Educação e Cultura - 1972/197 4
administração de empresas. Para en- rado pelo CFE ( 1962), onde estão
como parte do I Plano Nacional d~
tender o livro, há necessidade de co- contidas as metas quantitativas e qua-
Desenvolvimento" {p. 14; gritos do
nheci mentes inter-relacionados das litativas para um plano nacional de
orig·inal) .- Para concretizar ·essa pro-
diversas áreas, pois para o autor isso é Educação, bem como as normas para
posta de trabalho, é obrigado a voltar
fundamental. A linguagem do livro distribuição dos recursos federais des-
no tempo, fazendo constantes refe-
sofre, mais que o primeiro volume tinados a essa área.
rências a planos, manifestos, projetos
de uma nova Iíngua, "administradês ": e leis que, desde a década de 30 con- Nos dois cap(tulos seguintes
que parece estar penetrando o campo
dicionam as decisões que se t~mam "comparamos as metas quantitativa~
de estudo, após longos anos nos quais estabelecidas pelo CFE para o Plano
no campo da educação brasileira.
a administração de empresa se defen- Nacional de Educação, com as metas
No seu entender, o planejamento
deu do economês. O autor possivel- dos planos educacionais elaborados
mente consegue criar tais palavras, educacional vem a ser uma área privi-
legiada, na qual se manifestam com no Bras i I no período de 1962-1970
mas o tradutor terá dificuldade na
mais clareza as ligações existentes en- para verificar uma possível influênci~
versão precisa, do conceito, no verná- do Conselho na determinacão destas
tre educação e sociedade. Dessa ma-
culo. Mas este e a ausência de refe- últimas, e comprovarmos, até que
neira, "embora estejamos partindo de
rência a cartéis são os únicos senões ponto e de que forma o CF E defen-
um problema de natureza educacio-
do livro. Porte r conseguiu continuar deu os princípios impl (cites nas me-
nal, estaremos considerando a Edu-
bem o que começou ótimo. Altamen- tas por ele estabelecidas" {p. 15).
cação como um fenômeno que não
te recomendável, inclusive para tra- Finalmente, no capítulo 6., o autor
pode ser estudado desligado da estru-
dução. procura identificar o papel desempe-
tura sócio-econômica e política na
qual está inserido" (p. 14). nhado pelo CFE no processo de pla-
Antes de prosseguir, Ba(a Horta nejamento educacional ocorrido no
Kurt Ernst WeiJ explica, em linhas gerais, o que vem a Brasil, no período 1962-71. Para ta 1
Professor titular no ser e quais as atribuições do Conselho "analisamos as relações que se estabe:
departamento de Administração leceram entre o Ministério da Educa-
da Produção e Operações
Federal de Educação (CFE). Criado
pela Lei de Diretrizes e Bases da Edu- ção e Cultura e o Ministério do Plane-
Industriais da Escola de Administração
de Empresas-de cação Nacional (de 20 de dezembro jamento neste período, bem como
São Paulo da Fundacão de 1961 l, o CFE é um colegiado com discutimos algumas questões relacio-
Getulio Vargas. a finalidade de çjesempenhar o papel nadas com o papel específico do
d.e órgão de natureza técnica, norma- 'educador' e do economista no pro-
tiva e decisória no âmbito do MEC. cesso de planejamento da Educação"
"Constituído por 24 membros, com (p. 15).
mandatos de 6 anos, nomeados pelo Conforme salientei logo no pri"
presidente da República dentre pes- meiro parágrafo, a redação original