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Em 28 de abril de 2000 a lei 9966 dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição
causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em AJB, e abrange portos
organizados, instalações portuárias, plataformas e navios em AJB (Artigo 1º), e aplica-se quando ausentes os
pressupostos para aplicação da MARPOL, e em sua complementação. (Artigo 1º itens I e II)
Ela também apresenta várias definições, entre elas:
2- Substância nociva- qualquer substância que, se descarregada nas águas, é capaz de gerar riscos ou
causar danos à saúde humana, ao ecossistema aquático ou prejudicar o uso da água e de seu
entorno;
No seu artigo 4º determina que as substâncias nocivas sejam divididas em quatro categorias (A – B -
C - D).
Assim como a “MARPOL”, ela estabelece que todo porto organizado deve dispor instalações de
instalações ou meios adequados para o recebimento e tratamento dos diversos tipos de resíduos e para o
combate da poluição.
Em seu artigo16º proíbe a descarga das substâncias (B, C e D), exceto se atendidas cumulativamente
as seguintes condições:
I – a situação em que ocorrer o lançamento enquadre-se nos casos permitidos pela Marpol 73/78;
III – os procedimentos para descarga sejam devidamente aprovados pelo órgão ambiental competente.
Ainda nesse artigo determina que os esgotos sanitários e as águas servidas de navios, plataformas e suas
instalações de apoio equiparam-se, em termos de critérios e condições para lançamento, às substâncias
classificadas na categoria "C", definida no art. 4o desta Lei; e portanto as águas servidas também devem ser
tratadas.
E que: Os lançamentos de que trata o parágrafo anterior deverão atender também às condições e aos
regulamentos impostos pela legislação de vigilância sanitária.
Então nota-se que a partir desta lei as águas cinzas também passam a requerer tratamento.
Ela estabelece menores valores tolerados para os testes de performance das unidades de tratamento
sanitário. Acrescenta o controle de COD (demanda química de oxigênio), o controle de PH, e determina um
valor limite para o resíduo de desinfetante (hipoclorito-0,5 mg/L).
Em 29 de dezembro de 2009 é adotada a Resolução “RDC 72”, que estabelece os requisitos mínimos
para a promoção da saúde nos portos de controle sanitário instalados em território nacional, e embarcações
que por eles
transitem, nos termos desta Resolução.
Na seção VII trata do tanque de retenção e tratamento de dejetos e águas servidas.
No artigo 69º determina o sistema de tratamento de dejetos e águas servidas devem apresentar condições
higiênicas satisfatórias, bem como limpeza e manutenção preventiva.
O artigo 71 prescreve que as embarcações equipadas com sistema de tratamento de efluentes sanitários, em
correta operação, cujo padrão encontre-se aprovado pela Organização Marítima Internacional - IMO e que
possuam o Certificado Internacional de Prevenção da Poluição por Esgoto, quando atracadas, podem
fazer a liberação do efluente sanitário no ambiente aquático, mediante a manifestação prévia da autoridade
sanitária, devendo as válvulas de desvio, by pass, do sistema de tratamento, que possam descarregar
efluentes para o meio aquático, permanecer fechadas e lacradas.
§ 1º Para liberação dos efluentes sanitários no ambiente aquático, os resultados do teste de instalação devem
estar lançados no Certificado Internacional de Prevenção da Poluição por Esgoto, e, adicionalmente, os
efluentes resultantes do tratamento não devem apresentar sólidos flutuantes visíveis, nas águas circundantes,
nem produzir a descoloração das mesmas.
RESUMO
Apesar de no seu início o anexo IV da Marpol regular somente o esgoto sanitário a bordo; com sua
evolução, até chegar na Resolução MEPC.227(64) que entra em vigor em 01 de janeiro de 2016 já está
presente a definição de águas cinzas, bem como sua medição durante os testes de performance das unidades
de tratamento sanitário.
Em paralelo a legislação brasileira adota a Marpol, desde 1998, e prevê tanto na lei 9966, como na
RDC 72 o tratamento de esgoto e de águas cinzas, e a possibilidade de liberação, após tratamento, em
ambiente portuário, desde que a instalação seja certificada (certificado internacional-Marpol) e a ANVISA
notificada.
Em adição a lei 9966 de 2000 delega à ANVISA o controle sanitário nos portos.