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1.

Boa noite, desculpem-me a demora em responder, mas pensei que


seria notificado por e-mail caso algum novo comentário chegasse. Lendo a
resposta do Rener, pensei no que faria caso me propusesse a confeccionar
uma lista de leitura de Matemática. Em primeiro lugar, eu devo advertir que
essa é uma tarefa ingrata. Até então, jamais conheci alguém que fosse
autodidata em Matemática meramente por hobby. No mais, dada a minha
experiência, acredito que isso nem seja possível.

Obs. É meu dever salientar que essa última frase não é historicamente precisa.
Afinal, há alguns séculos era bem mais comum nas ciências e na Matemática a
presença de contribuidores que não possuíssem a pesquisa como meio de
sustento. No entanto, a complexidade dos tópicos e os requisitos para que seja
possível integrar entre os ‘grandes’ nessas áreas de conhecimento
aumentaram que forma que mesmo tornar-se um acadêmico com
contribuições relevantes em diversas áreas do saber – algo que também era
mais frequente no passado – pode ser considerado uma tarefa demasiado
ambiciosa, para não dizer irreal. No entanto, espero que o presente texto dê
uma boa intuição quanto ao meu ponto.

No mais, a quantidade de referências clássicas a cada uma das várias


disciplinas da Matemática seria suficiente para a construção de uma lista com
algumas centenas de títulos. Mesmo a construção de uma lista contendo
apenas uma referência para cada assunto – algo que já tentei fazer – torna-se
inviável rapidamente. Antes de seguir para as considerações posteriores sobre
uma lista de minha autoria, gostaria de levantar pontos que serão essenciais à
nossa linha de raciocínio.

Apesar do imenso esforço que a comunidade matemática dedica à divulgação,


temos, de certa forma, que correr atrás dos alunos. Isso é muito prejudicial,
pois as informação que as pessoas possuem sobre o aprendizado a o uso da
Matemática são frequentemente obtidas através de fontes pouco confiáveis ou
imprecisas. Outra consequência infeliz é que muitos alunos ingressam em
cursos de engenharia para, apenas ao final da graduação, perceberem que
deveriam ter ingressado na faculdade de Matemática. Sendo assim, vou
começar esse texto citando algumas crenças enganosas que podem levar os
estudantes, em especial leigos interessados em ciências exatas, a tomar más
decisões.

Primeiramente, deve estar claro, e acredito que seja algo comum a todas as
áreas do conhecimento, que toda forma de suavizar o ensino de um tópico
está imersa num grande conjunto de pequenas e grandes ‘mentirinhas’, sendo
a ‘mentira’ tão grande quanto a sua vontade de suavizar o tópico. Entretanto,
quero deixar clara de imediato a impossibilidade de sermos completamente
‘sinceros’ no ensino. Em especial, da Matemática. Para isso, valer-me-ei de um
exemplo histórico. Uma corrente de escrita matemática conhecida com
bourbaquiana é caracterizada por seus textos extremamente diretos e
objetivos (secos, em linguagem vulgar) – os estudante com maior dificuldade
em ciências exatas já pressentem que isso não deve ser tão interessante
didaticamente -. Com efeito, esse modelo de escrita e ensino foi implementado
durante um certo período nas escolas francesas de ensino básico, sendo um
eterno monumento à anti didática. Uma piada entre os matemáticos que
expressa bem o fracasso dessa experiência francesa era que, ao perguntar-se
a uma criança da época quanto é 3 + 5, ela responderia que o resultado é 5 + 3
pela propriedade comutativa da soma.

Obs. Diz-se que uma operação matemática é comutativa quando a alteração


da ordem dos operandos não alterar seu resultado.

Uma outra crença que pode pegar os leigos desprevenidos é que conhecer os
pré-requisitos para um tópico matemático é suficiente para aprendê-lo. Um
termo mais ou menos assentado entre os estudantes é a dita ‘maturidade’. Por
mais que um primeiro curso de Análise Real (ministrado, no mínimo, no 4º
período de um Bacharelado em Matemática) possa ser assistido por alunos
com mero conhecimento de ensino médio – como alguns se aventuram a fazer
-, isso seria uma certeza de frustração para a maioria dos estudantes
secundaristas. Afinal, a notação, a linguagem e a transmissão de resultados e
truques menos imediatos (ou mesmo inacessíveis) para leigos são passados de
maneira tão natural que rapidamente alguém sem maturidade questionaria a
utilidade de sua presença em sala. Grosso modo, seria como dar um livro do
Kant a uma criança recém alfabetizada. A cada curso prestado, mais nos
habituamos ao “matematiquês”, mais apreendemos cultura sobre os
resultados e truques já bem fundamentados e mais tomamos intuição sobre o
que deveríamos alcançar ao final de uma dada linha de raciocínio. Mais
importante ainda, as ‘mentirinhas’ didáticas que nos foram contadas ao longo
de toda a nossa vida escolar vão sendo substituídas por afirmações precisas e
difíceis.
Descrevemos essa escrita ‘sincera’ como ‘Matemática rigorosa’.

Em terceiro lugar, é consenso entre qualquer um que tenha dedicado o


mínimo de tempo ao estudo disciplinado da Matemática que ela contrasta com
outras áreas de conhecimento pelo fato de não ser possível aprendê-la sem
pôr o que foi ensinado em prática de forma intensa e consistente. Em suma, “a
Matemática não é um esporte para espectadores”. Os que acreditam que
apreenderão qualquer coisa de um livro de Matemática sem fazer uma
quantidade considerável de seus exercícios – quiçá todos – e aprender a provar
todos os resultados (Teoremas, Corolários, Lemas, Proposições e afins), apenas
estão engando-se de uma maneira muito prolixa. Ainda sobre esse assunto,
devo advertir que uma das mais prováveis causas para o comum fracasso dos
estudantes em aprender tópicos de Matemática reside na crença de que seja
possível adquirir conhecimento matemático apenas assistindo a aulas.
Podemos citar ainda o que eu acredito ser uma causa para a baixa quantidade
de formandos em cursos de Física pelo Brasil, por exemplo. O público geral
toma conhecimento de resultados profundos e de ampla gama de aplicações
em Matemática e ciências exatas e pensam que a obtenção desse
conhecimento dá-se majoritariamente por grandes períodos de introspecção.
Na verdade, a explicação estética desses resultados é apenas mais uma
mentirinha para atrair interessados. Esses resultados não podem ser obtidos
“sem sujar as mãos”. Antes de acessarmos conhecimentos mais profundos em
ciências exatas, devemos fazer muitas contas (algumas um tanto entendiante,
admito), aprender truques pouco intuitivos, resolver uma grande quantidade
de equações de vários tipos diferentes, programar algoritmos para estudar
certos objetos. Essas tecnicalidades podem desanimar rapidamente alguém
que pensa que estudar astronomia, por exemplo, está mais relacionado a
observar corpos celestes do que resolver equações diferenciais parciais.

Já comentamos impossibilidade de se ler um livro de Matemática tal como um


romance, uma outra mentira é que matemáticos leem livros de Matemática.
Isso só é verdade até certo ponto, porém em vários momentos isso não se
verifica. Há apenas uma fase de sua vida acadêmica que o matemático lê livros
do início ao fim: o começo (na escola, cursinho ou nos primeiros anos da
faculdade). Passada essa fase inicial, os livros são tomados primordialmente
com o objetivo de consulta. A situação pode piorar ainda mais quando lidamos
com o nível de estudo visando à pesquisa, i.e., criar Matemática nova (em
termos leigos). Nesse ponto, os tópicos de estudo podem não estar suficiente
fundamentados para que haja algum livro texto escrito. Consequentemente, o
estudo dá-se quase meramente por meio de artigos e palestras (acadêmicos
viajam continentes para assistir a essas palestras). A leitura integral de uma
referência por um pesquisador acontece mais frequentemente quando ele
possui alguma apreciação estética pela obra. Bons exemplos são os livros: de
Análise do Courant, de Física Elementar do R. Feynman, de Eletromagnetismo
do J.C.Maxwell, etc…

Algo que está bastante relacionado com o que escrevemos acima e de suma
importância a todo aspirante ao estudo de Matemática de alto nível é que o
estudo da Matemática J-A-M-A-I-S deve ser exaustivo. A tentativa de aprender
cada ponto de cada área da Matemática mostra-se impossível logo nos
primeiros dias desse projeto. Uma característica que deve acompanhar
qualquer estudante de Matemática é a objetividade. Devemos traçar uma meta
muito clara seguir estritamente e da forma mais rápida possível os passos para
alcançá-la. Exemplificando, quando digo o mais rápido possível, suponha que
você pretenda iniciar os estudos de Análise Complexa e não esteja muito
confiante sobre os seus conhecimentos acerca dos pré-requisitos ao assunto
(Cálculo/Análise multivariada, topologia geral básica, etc…). Seria preferível
seguir diretamente ao tópico alvo e retornar aos pré-requisitos de acordo com
a necessidade (tendo, claro, bom senso quanto à viabilidade de fazer isso e a
quanto a maturidade que você possui). Assim, apesar de ter muitas ressalvas a
um padrão de ensino que foca em avaliações e notas, devo conceder que o
ensino formal nos impede de ser engolidos por um vórtice de tarefas inúteis
que mais nos afastariam do aprendizado que nos aproximariam. Isso se dá
pois o esforço par sermos aprovados nos dá um objetivo preciso para o nosso
estudo e isso deve ser a primeira coisa que o estudante deve ter em mente.

Isso, por si só, já nos desmotiva à construção de uma lista de leitura para
leigos, mas eu não os faria esperar tanto por uma resposta tão decepcionante.
Vou iniciar afirmando que seria inútil escrever uma lista de leitura a um
estudante de alto nível dado que ele já possui conhecimentos suficientes e isso
seria redundante conforme explicitei no meu primeiro comentário. No entanto,
alguns estudantes podem não estar muito satisfeitos com as referências
utilizadas por seus professores na universidade, que, por vezes, monopolizam
cursos específicos moldando-os à sua maneira. Nesse caso, devo dizer que a
maneira mais eficiente de obter cultura é conversando com outros professores
e alunos mais experientes. A Matemática pode ser um esforço solitário, mas
isso vai tornar seu aprendizado bem mais custoso. Além disso, várias
recomendações de referências são feitas nos sites do ‘stack.exchange’
(https://stackexchange.com/sites#), no quora (site em que você é
frequentemente respondido por especialistas na área em questão) e nos
planos de estudo de universidades de alto nível pelo mundo (Princeton,
Harvard, Oxford, …). Outras recomendações incríveis sobre a formação de um
matemático podem ser obtidas no blog do Terrence Tao (medalhista Fields).
Finalmente, cito a única boa comunidade de exatas no Facebook que eu
conheço, a Física e Matemática (F.M.)
(https://www.facebook.com/groups/261270077250430/), moderada entre
outras pessoas pelo Rodrigo, formado na UFF e pelo pastor Fabiano Ferreira,
dos quais falarei posteriormente.

Feitas as raríssimas recomendações úteis que eu posso dar a um aluno já em


vias de tornar-se um matemático, sigamos para os possíveis casos em que
uma lista de leitura seria útil. Os únicos que eu consigo pensar em um primeiro
momento são: alunos com grandes dificuldades matemáticas e que querem
sanar esse problema sem que haja a vontade de seguir uma carreira em
ciências exatas; alunos do ensino básico que possuam interesse em seguir
uma carreira de exatas; e o mais divertido, pessoas com interesse em
divulgação matemática, i.e., por que Matemática é importante e por que há
pessoas que gostam disso?

Os primeiros dois casos já foram tratados no meu comentário anterior, mas


acredito que eu possa ser mais preciso agora. Digamos, que você seja um
estudante do ensino básico e possui grandes dificuldades na Matemática
apresentada no colégio. Um bom objetivo seria a aprovação no ano letivo
antes de traçar qualquer meta de aprendizagem posterior. Nessa situação,
deve-se focar integralmente na resolução dos exercícios do livro texto utilizado
em sua escola e todas as suas dúvidas devem ser sanadas com os professores
e alunos mais proficientes. Isso não vai te tornar um amante de Matemática,
mas vai impedi-lo de abandonar suas obrigações e tomar decisões prejudiciais
ao ano letivo. Isso já será o suficiente para que você seja aprovado em boa
parte dos vestibulares civis. No entanto, acredito que, ao ler esse texto, você
não tenha pensado em tornar-se um aluno mediano. Sendo assim, vamos ao
próximo nível. Tão logo haja um folga de tempo, deve-se pesquisar por livros
básicos que sejam já canonizados pelo sucesso de seus métodos de ensino. As
recomendações variam muito, pois há vários desses livros e cada pessoa
recomenda o que leu e não o que é necessariamente o melhor e é justamente
isso que vou fazer. Recomendo o ‘Questões de Matemática’ do Manoel Jairo
Bezerra.
Essa parte do processo não apenas te qualifica para a aprovação em uma
universidade pública como também te coloca bem acima do estudante médio
do ensino básico (pode parecer pouco esforço, mas os resultados dos alunos
brasileiros no PISA – Programme for International Student Assessment –
demonstram que ‘o estudante médio’ não constitui um parâmetro de
comparação muito ambicioso).

Meu objetivo nessa parte do texto será sempre te munir do mínimo de


conhecimento possível para que você possa engajar-se em um projeto em que
seu método de aprendizagem esteja em mãos mais experientes que as suas.
Sendo assim, passado esse ponto, você deve firmar um objetivo e segui-lo o
mais diretamente possível. Suponha, por exemplo, que você pretenda prestar
um vestibular civil ou um concurso militar, você vai pesquisar o melhor
preparatório que caiba no seu orçamento e vai seguir o método do cursinho
estritamente para atingir seu objetivo. No entanto, vamos supor que você
tenha tempo suficiente para se permitir um pouco menos de objetividade e
estudar outras referências básicas antes de se engajar em um método mais
restritivo. Podemos citar a coleção ‘Matemática’ do Manoel Paiva para o ensino
médio
Obs. A edição antiga apenas:
– vol1 :https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fimgv2-1-
f.scribdassets.com%2Fimg%2Fdocument
%2F342070399%2F149x198%2Fb8ea748750%2F1548102803%3Fv
%3D1&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.scribd.com%2Fdoc
%2F258483515%2FManoel-Paiva-VOL-
1&docid=UWFsTsEw5zsaJM&tbnid=kQaXBaIvQ8zm4M
%3A&vet=10ahUKEwit0vvroaPgAhUmF7kGHRzMBX0QMwhqKB8wHw..i&w=149
&h=198&bih=603&biw=1366&q=matem%C3%A1tica
%20paiva&ved=0ahUKEwit0vvroaPgAhUmF7kGHRzMBX0QMwhqKB8wHw&iact
=mrc&uact=8;
– vol2: https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F
%2Fbr.vazlon.com%2Fstatic%2Fpics%2F2017%2F05%2F09%2FLivro-Matemtica-
2-Manoel-Paiva-20170509112630.jpg&imgrefurl=https%3A%2F
%2Fbr.vazlon.com%2Flivro-matematica-2-manoel-
paiva&docid=IeawUqZswsb0HM&tbnid=tOeLW0T5Ms9IiM
%3A&vet=10ahUKEwit0vvroaPgAhUmF7kGHRzMBX0QMwhRKBMwEw..i&w=264
&h=480&bih=603&biw=1366&q=matem%C3%A1tica
%20paiva&ved=0ahUKEwit0vvroaPgAhUmF7kGHRzMBX0QMwhRKBMwEw&iact
=mrc&uact=8;
– vol3: https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F
%2Fwww.traca.com.br%2Fcapas%2F109%2F109120.jpg&imgrefurl=https%3A
%2F%2Fwww.traca.com.br%2Flivro
%2F109120%2F&docid=Ht3x8qUkWQoSAM&tbnid=rpGT9fAfSmaGHM
%3A&vet=10ahUKEwjlj9_7oaPgAhWkErkGHYCFCsYQMwhDKAUwBQ..i&w=359&
h=500&bih=603&biw=1366&q=matem%C3%A1tica%20paiva%20vol
%203&ved=0ahUKEwjlj9_7oaPgAhWkErkGHYCFCsYQMwhDKAUwBQ&iact=mrc
&uact=8)

e a coleção ‘Fundamentos de matemática elementar’ do Gelson Iezzi. Muitas


pessoas podem me julgar por dizê-lo, mas eu daria preferência à coleção do
Paiva. Um primeiro motivo é que, mesmo tratando de Matemática elementar e
sendo invejavelmente didática, a coleção do Iezzi é bem rigorosa e exige um
nível de maturidade muitíssimo distante de um aluno pouco confiante em
Matemática. Em segundo lugar, trago à memória a necessidade de sermos
objetivos em nossos planos. A coleção do Iezzi possui 11 volumes e, aos que
possuem preferência por livros físicos, não será nada barata. No entanto,
alguém que tenha apreendido o que é passado em toda a coleção do Iezzi (e
feito os exercícios, claramente) terá pouquíssimas dificuldades em ser
aprovado em maior parte dos vestibulares militares ou civis. Mesmo a prova
de Matemática do ITA é acessível aos que completaram a coleção. No mais,
não querendo ser demasiado purista citando apenas livros, é importante
estarmos atentos a conteúdos on-line. Cito, em especial a Khan Academy, mas
é inacreditavelmente extensa a quantidade conteúdo didático de alta
qualidade pago ou gratuito disponível no Youtube, por exemplo.

Agora, como próximo nível de dificuldade, eu citaria o vestibular do IME e as


competições (Olimpíadas) de Matemática. Entretanto, como acontece na
academia, tratamos de estudantes com um nível de conhecimento tão elevado
que recomendações se fazem desnecessárias. Aos que quiserem ingressar no
IME ou nessas competições, reafirmo minha recomendação de procurar
cursinhos ou projetos especializados. Podemos citar, ainda o caso de um aluno
que já possua a pretensão de ingressar em um curso de exatas e não que
iniciar as aulas na faculdade apenas com o arcabouço da escola. Nesse caso, o
aluno pode usar do tempo que desperdiçaria sendo humilhado em trotes por
veteranos repetentes entrando em contato com professores a alunos notáveis.
Além disso, em todo início de ano, são ministrados cursos de verão em
universidades federais (obviamente gratuitos e abertos a qualquer
interessado). Alguns desses cursos são acessíveis a alunos de ensino médio
com aptidão matemática e, mesmo que não o sejam, podem servir para
despertar interesse (tomando sempre cuidado para não se assustar com
tentativas irreais que gerariam nada além de frustração). Uma recomendação
menos interpessoal seria a leitura de textos de nível universitário como Cálculo
(de uma variável) e Álgebra Linear. Nesse momento, seria contraproducente ler
referências clássicas. Ao invés disso, prefira textos que os próprios professores
escrevem para a adaptação dos alunos ao cursos universitários. Esses textos
são especialmente úteis dado que consideram a realidade da educação
brasileira e do experiência dos professores ao ministrar o curso ao longo dos
anos. Além disso, são gratuitos. Bons exemplos são os seguintes livros da
minha própria universidade, a UFRJ:
– Curso de Cálculo de Uma Variável (texto da disciplina Cálculo I na UFRJ) do
Marco Cabral;
– Curso de Análise Real do Cássio Neri e Marco Cabral;
– Curso de Álgebra Linear (texto da disciplina Álgebra Linear II na UFRJ) do
Paulo Goldfeld e Marco Cabral;
– Cálculo Vetorial & Geometria Analítica do Felipe Acker, que também possui
um canal no Youtube
(https://www.youtube.com/channel/UCaEcsQSb7zXH3CN-6uZORjw).
Por último mas não menos importantes, há cursos universitários completos
disponíveis gratuitamente no Youtube. Cito, por exemplo, os curso da USP e da
UNICAMP presentes nos seguintes canais
(https://www.youtube.com/user/univesptv e https://www.youtube.com/user/us
ponline). Adicionalmente, há vários cursos de universidades americanas como
o MIT (https://www.youtube.com/user/MIT), Princeton, Berkeley entre outras
(estou partindo do pressuposto óbvio que você já sabe inglês ou está
aprendendo, pois nenhuma outra opção é aceitável). Aos mais corajosos, há os
cursos do IMPA (apenas mestrado e doutorado).

Sigamos, agora, para a parte de divulgação matemática. O que é Matemática?


O que faz um Matemático? E por que eu deveria me importar? Uma ótima
maneira de responder a essas perguntas é através de uma série da televisão
portuguesa apresentada pelo Prof. Rogério Martins chamada ‘Isto é
Matemática!’. A série possui 11 temporadas e os episódios estão disponíveis
gratuitamente no Youtube
(https://www.youtube.com/user/istoematematica/playlists). Além disso, há
vários livros de divulgação matemática muito interessantes como os do Malba
Tahan, ‘O poder do pensamento matemático’ por J. Ellemberg e,
principalmente, o ‘The pleasure of counting’ do Körner. No mais, a AMS
(American Mathematical Society) publica panfletos periódicos chamados
‘Mathematical Moments’
(http://www.ams.org/publicoutreach/mathmoments/mathmoments) nos quais
são apresentadas aplicações modernas e interessante das mais diversas áreas
matemáticas.

No entanto, acredito que a principal maneira de despertar interesse pela


Matemática seja através de problemas desafiadores. Feliz ou infelizmente, a
beleza e a dificuldade da Matemática andam sempre juntas. Sendo assim, se
você pretende descobrir o porquê de algumas pessoas possuírem tanto
interesse no assunto, pode arregaçar as mangas e trabalhar em problemas
difíceis como as questões do IME ou questões de olimpíadas e competições
internacionais. O pastor Fabiano Ferreira, que foi citado anteriormente, possui
um canal no Youtube no qual ele resolve algumas questões desafiadoras
(https://www.youtube.com/user/jjgallete2000) além disso há os canais de
treinamento olímpico, em especial o do POTI
(https://www.youtube.com/user/PolosOlimpicos). Outra maneira, pode ser
adiantar um pouco o passo e já estudar tópicos universitários mesmo estando
na escola. Não vou reexplicar os detalhes dado que isso já foi feito
anteriormente. Chamo atenção para o fato de haver tanta diferença entre a
matemática de nível médio e a de nível universitário que pode-se dizer que são
assuntos distintos. Uma explicação mais detalhada é dada pelo Prof. Rodrigo,
também citado anteriormente, num vídeo no qual ele apresenta as diferenças
entre a concepção geral de Matemática dada nas escolas o que é, de fato, visto
em uma universidade (https://www.youtube.com/watch?v=vR9ahA0R05U).

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