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Livro Eletrônico

Aula 06

Legislação Penal Extravagante p/ PC-CE (Todos os Cargos) Com Videoaulas

Professor: Paulo Guimarães

47333669300 - Sandra Regina


LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE – PC-CE
Teoria e Questões
Aula 06 – Prof. Paulo Guimarães

AULA 06
LEI NO 8.429/1992 E ALTERAC̃ES
(ENRIQUECIMENTO IĹCITO NO EXERĆCIO
DE MANDATO, CARGO, EMPREGO OU
FUŅ̃O NA ADMINISTRÃ̧O ṔBLICA
DIRETA, INDIRETA OU FUNDACIONAL). LEI
NO 9.296/1996 (ESCUTA TELEF̂NICA). LEI
NO 5.553/1968 (DISP̃E SOBRE A
APRESENTAC̃O E USO DE DOCUMENTOS DE
IDENTIFICÃ̧O PESSOAL).

Sumário
Sumário .................................................................................................... 1
1 - Considerações Iniciais ........................................................................... 2
2 - Lei nº 8.429/1992: Disposições Gerais, Atos de Improbidade Administrativa
................................................................................................................ 2
3 - Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/96) ............................................ 21
4 - Apresentação e uso de Documento De Identificação Pessoal (Lei nº
5.553/1968) ............................................................................................ 27
5 - Questões............................................................................................ 29
5.1 - Questões sem Comentários ............................................................ 29
5.2 - Gabarito ....................................................................................... 57
5.3 - Questões Comentadas ................................................................... 58
6 - Resumo da Aula ................................................................................ 109
7 - Jurisprudência pertinente ................................................................... 117
8 - Legislação aplicável ........................................................................... 121
9 - Considerações Finais ......................................................................... 135

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AULA 06 - LEI NO 8.429/1992 E ALTERAC̃ES


(ENRIQUECIMENTO IĹCITO NO EXERĆCIO DE
MANDATO, CARGO, EMPREGO OU FUNC̃O NA
ADMINISTRAC̃O ṔBLICA DIRETA, INDIRETA OU
FUNDACIONAL). LEI NO 9.296/1996 (ESCUTA
TELEFONICA). LEI NO 5.553/1968 (DISP̃E
SOBRE A APRESENTAC̃O E USO DE DOCUMENTOS
DE IDENTIFICAC̃O PESSOAL).

1 - Considerações Iniciais
Olá, amigo concurseiro!
Na aula de hoje nossa missão é estudar mais três leis importantes para a sua
prova de Legislação Penal Extravagante. Vamos lá!?
Bons estudos!

2 - Lei nº 8.429/1992: Disposições Gerais, Atos de


Improbidade Administrativa
A doutrinadora Maria Sylvia Zanella di Pietro ensina que, em matéria
administrativa, sempre que se verificar que o comportamento da Administração
ou do administrado que com ela se relaciona, embora em consonância com a lei,
ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios
de justiça e de equidade, além da ideia comum de honestidade, haverá ofensa
ao princípio da moralidade administrativa.
O problema é que o ideia de moral administrativa não é facilmente definível. Essa
é a razão de existir a Lei n° 8.429/1992. Esta norma estabelece quais situações
são capazes de caracterizar a improbidade administrativa, além de estabelecer
as sanções aplicáveis.
Na realidade podemos dizer que, para a lei, o conceito de improbidade vai além
de uma simples imoralidade, pois abrange atos praticados em ofensa aos
princípios da Administração Público, além dos atos ilegais. Além disso, o ato de
improbidade não precisa necessariamente ser um ato administrativo, podendo
abranger qualquer conduta do agente público que esteja prevista na lei.
Vamos a partir de agora estudar os dispositivos da lei, sempre enfatizando os
aspectos que mais aparecem em prova.

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Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Os atos de improbidade administrativa podem ser praticados por qualquer


agente público, independentemente de ser servidor. Esses são os chamados
sujeitos ativos do ato de improbidade.
Os atos de improbidade são aqueles capazes de lesar as seguintes pessoas
jurídicas:
- Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, o que inclui as
empresas públicas e sociedades de economia mista;
- Empresas incorporadas ao patrimônio público;
- Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de 50% do patrimônio ou da receita anual;
- Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público; e
- Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos
cofres públicos.
Estes são os chamados sujeitos passivos dos atos e improbidade.

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Administração direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, o que inclui as
empresas públicas e sociedades de
economia mista.

Empresas incorporadas ao patrimônio


público.

Entidade para cuja criação ou custeio o


Sujeitos passivos dos atos erário haja concorrido ou concorra com
mais de 50% do patrimônio ou da
de improbidade receita anual.

Entidade que receba subvenção,


benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público.

Entidade para cuja criação ou custeio o


erário haja concorrido ou concorra com
menos de 50% do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Para fins da Lei n° 8.429/1992, agente público é todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no art. 1o.
Isso significa que não apenas servidores públicos podem cometer atos de
improbidade administrativa, mas qualquer pessoa que exerça função pública,
mesmo que de forma temporária, e mesmo que a prestação desse serviço não
envolva remuneração. O mesário que trabalha nas eleições ou o jurado, por
exemplo, estão sujeitos à Lei de Improbidade.
O art. 3o determina ainda que a Lei n° 8.429/1992 é também aplicável ao
particular que, mesmo sem ser agente público, induz ou concorre para a prática
do ato de improbidade ou dele se beneficia.

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A Lei n° 8.429/1992 é aplicável tanto ao agente público


quanto particular que, mesmo sem ser agente público,
induz ou concorre para a prática do ato de improbidade ou
dele se beneficia.

É importante também saber que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que a Lei
de Improbidade Administrativa, em regra, não se aplica aos agentes políticos.
Essa decisão surgiu de uma reclamação ajuizada pela União contra decisão da
Justiça Federal que condenou o então ministro de da Ciência e Tecnologia,
Ronaldo Mota Sardemberg, às penas previstas na Lei de Improbidade
Administrativa. Sardemberg foi condenado a ressarcir ao erário os prejuízos
causados e à suspensão dos direitos políticos por oito anos, em razão do uso
indevido de jato da Força Aérea Brasileira.
Na oportunidade, o STF afirmou que nesse caso a Lei n° 8.429/1992 não seria
aplicável, pois a Lei n° 1.079/1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade) trata
das infrações cometidas pelos agentes políticos, e, portanto, é mais específica.
A jurisprudência majoritária afirma que estão sujeitos à Lei n° 1.079/1950 os
seguintes agentes políticos: Presidente da República, Ministros de Estado,
Ministros do Supremo Tribunal Federal, Procurador-Geral da República,
Governadores de Estado e Secretários Estaduais. Desse modo, a tais
autoridades não seria aplicável a Lei de Improbidade.
Um Secretário Municipal, por outro lado, mesmo sendo considerado um agente
político, pode ser processado por improbidade administrativa, assim como os
parlamentares. A mesma lógica se aplica aos parlamentares, sejam federais,
estaduais ou municipais.
Esse entendimento do STF, diga-se de passagem, vem sendo superado em
julgados mais recentes. Na realidade são dois pontos que merecem destaque em
termos de jurisprudência: o sujeito ativo do ato de improbidade, e o juízo
competente para julgar a ação de improbidade.
Temos decisões recentes do STF e do STJ no sentido de que a Lei de Improbidade
Administrativa é aplicável aos agentes políticos, e que a competência para
conhecer a ação de improbidade é conferida ao juízo de primeiro grau. Apesar de
confusão, podemos dizer que essa é a posição que prevalece, embora esteja
longe de ser uma posição pacífica e consolidada.
Veja algumas decisões diferentes que foram proferidas nos últimos anos. Na
primeira temos o STF entendendo que o juízo de primeiro grau é competente
para conhecer ação de improbidade contra prefeito municipal.

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.


COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU PARA JULGAMENTO DE AÇÃO CIVIL
PÚBLICA CONTRA PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 10.628/2002.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
STF - RE 444042/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, j. 25.09.2012, 2ª Turma, DJe 15.10.2012

O STJ, por sua vez, entende que os prefeitos respondem tanto por crimes de
responsabilidade quanto por atos de improbidade, independentemente.

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR


ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PREFEITO. APLICAÇÃO DA LEI N. 8.429/92 E
DO DECRETO N. 201/67 DE FORMA CONCOMITANTE. ATO IMPROBO QUE TAMBÉM PODE
CONFIGURAR CRIME FUNCIONAL. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. JUÍZO SINGULAR CÍVEL
E TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INAPLICABILIDADE DO PRECEDENTE DO STF (RECLAMAÇÃO N.
2.138/RJ) IN CASU.
[...]
3. A responsabilidade do prefeito pode ser repartida em quatro esferas: civil, administrativa,
política e penal. O código Penal define sua responsabilidade penal funcional de agente
público. Enquanto que o Decreto-Lei n. 201/67 versa sua responsabilidade por delitos
funcionais (art. 1º) e por infrações político-administrativas (art. 4º). Já a Lei n. 8.429/92
prevê sanções civis e políticas para os atos improbos. Sucede que, invariavelmente,
algumas condutas encaixar-se-ão em mais de um dos diplomas citados, ou até mesmo nos
três, e invadirão mais de uma espécie de responsabilização do prefeito, conforme for o caso.
4. A Lei n. 8.492/92, em seu art. 12, estabelece que "Independentemente das sanções
penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo
ato de improbidade sujeito" [...] a penas como suspensão dos direitos políticos, perda da
função pública, indisponibilidade de bens e obrigação de ressarcir o erário e denota que o
ato improbo pode adentrar na seara criminal a resultar reprimenda dessa natureza.
5. O bis in idem não está configurado, pois a sanção criminal, subjacente ao art. 1º do
Decreto-Lei n. 201/67, não repercute na órbita das sanções civis e políticas relativas à Lei
de Improbidade Administrativa, de modo que são independentes entre si e demandam o
ajuizamento de ações cuja competência é distinta, seja em decorrência da matéria (criminal
e civil), seja por conta do grau de hierarquia (Tribunal de Justiça e juízo singular).
6. O precedente do egrégio STF, relativo à Rcl n. 2.138/RJ, cujo relator para acórdão foi o
culto Ministro Gilmar Mendes , no sentido de que "Se a competência para processar e julgar
a ação de improbidade pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos,
submetidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante
do disposto no art. 102, I, c, da Constituição", não incide no caso em foco em razão das
diferenças amazônicas entre eles.
[...]
STJ – Resp 1066772/MS, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, j. 25.08.2009, 1ª Turma, DJe
03.09.2009.

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PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. A ação de


improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda
que proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes
de responsabilidade. Reclamação improcedente.
STJ - Rcl 12514/MT, Rel. Min. ARI PARGENDLER, j. 13.03.2014, Corte Especial, DJe
21.03.2014.

As bancas examinadoras, em geral, não têm adotado um entendimento uniforme,


e por isso você precisa ter muita atenção ao responder questões sobre esses
temas.

Agentes políticos

Agente público, ainda que


transitoriamente ou sem Agentes estatais
remuneração.

Sujeitos ativos dos atos


de improbidade Particulares em
Terceiro que induza ou colaboração com o
concorra para a prática de poder público
ato de improbidade (deve
haver a participação de
agente público).

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela
estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade
no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Você percebeu que o princípio da eficiência não foi contemplado pelo dispositivo,
apesar de constar no art. 37 da Constituição? Pois bem, isso acontece porque
esse princípio foi incluído na Constituição por meio da Emenda Constitucional n°
19/1998. A Lei n. 8.429/1992 copiou o texto constitucional da época.
Esses obviamente não são os únicos princípios que os agentes públicos precisam
observar obrigatoriamente. Maria Sylvia Zanella di Pietro ensina que “qualquer
violação aos princípios da legalidade, da razoabilidade, da moralidade, do
interesse público, da eficiência, da motivação, da publicidade, da impessoalidade
e de qualquer outro imposto à Administração Pública pode constituir ato de
improbidade administrativa”.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do
agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

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É imprescindível para configurar-se o dever do agente público e de terceiro de


indenizar o dano patrimonial ocasionado ao erário, em decorrência de ato de
improbidade administrativa, que tenham agido com dolo ou culpa (imprudência,
negligência ou imperícia).
Não é devido o ressarcimento de dano causado ao erário quando este tenha
resultado de ato administrativo lícito, ou ainda de ato ilícito praticado por agente
público sem dolo ou culpa.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial
resultante do enriquecimento ilícito.

A indisponibilidade de bens é uma medida cautelar, ou seja, uma medida de


urgência preventiva, por meio da qual o acesso do agente a seus bens é
restringido. Essa medida somente pode ser determinada pela autoridade
judiciária, mediante representação do Ministério Público.
Vale mencionar aqui o julgado do STJ, segundo o qual devem estar presentes
fortes indícios de responsabilidade pela prática de ato ímprobo que cause dano
ao Erário.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. APLICAÇÃO DO


PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. CAUTELAR DE INDISPONIBILIDADE DOS BENS DO PROMOVIDO.
DECRETAÇÃO. REQUISITOS. EXEGESE DO ART. 7º DA LEI N. 8.429/1992, QUANTO AO
PERICULUM IN MORA PRESUMIDO. MATÉRIA PACIFICADA PELA COLENDA PRIMEIRA
SEÇÃO.
1. Tratam os autos de ação civil pública promovida pelo Ministério Público Federal contra o
ora recorrido, em virtude de imputação de atos de improbidade administrativa (Lei n.
8.429/1992).
2. Em questão está a exegese do art. 7º da Lei n. 8.429/1992 e a possibilidade de o juízo
decretar, cautelarmente, a indisponibilidade de bens do demandado quando presentes
fortes indícios de responsabilidade pela prática de ato ímprobo que cause dano ao Erário.
[...]
REsp 1.366.721/BA, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, j. 26.02.2014.

Um dos mais importantes objetivos da nossa aula é compreender quais condutas


são consideradas atos de improbidade administrativa. A Constituição, em seu
art. 37, §4°, determina que os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.

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Apesar de algumas das condutas consideradas como atos de improbidade


administrativa terem correspondência com tipos penais, como crimes praticados
por funcionários públicos contra a administração pública (arts. 312 a 326 do CP),
de responsabilidade dos prefeitos (art. 1º do Decreto-lei 201/67) etc., os atos de
improbidade administrativa não são considerados ilícitos criminais, tendo
inquestionável natureza civil.
Por fim, constam também nos quadros as penalidades aplicáveis a cada uma das
categorias. Lembre-se de que essas penalidades são aplicadas
independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica.

Apesar de algumas das condutas consideradas atos de


improbidade administrativa terem correspondência com tipos
penais, os atos de improbidade administrativa são ilícitos de
natureza civil.

Quantos atos de improbidade em espécie, temos quatro categorias. Lembre-se


de que o rol de atos de improbidade trazidos pela lei é exemplificativo, o que
significa que pode haver atos de improbidade que não constam na lei. A exceção
fica por conta dos atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida de
benefício financeiro ou tributário, para os quais a lei apresenta um rol taxativo.

Importam enriquecimento ilícito


(art. 9º)

Causam prejuízo ao erário (art. 10)

Atos de Improbidade
Decorrentes de concessão e
aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário (art. 10-A)

Atentam contra os princípios da


Administração Pública (art. 11)

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ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM


ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão


DEFINIÇÃO do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

ROL EXEMPLIFICATIVO

I - receber, para si ou para outrem, II - perceber vantagem econômica, direta


dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer ou indireta, para facilitar a aquisição,
outra vantagem econômica, direta ou permuta ou locação de bem móvel ou
indireta, a título de comissão, percentagem, imóvel, ou a contratação de serviços pelas
gratificação ou presente de quem tenha entidades referidas no art. 1° por preço
interesse, direto ou indireto, que possa ser superior ao valor de mercado;
atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente
público;

III - perceber vantagem econômica, direta IV - utilizar, em obra ou serviço particular,


ou indireta, para facilitar a alienação, veículos, máquinas, equipamentos ou
permuta ou locação de bem público ou o material de qualquer natureza, de
fornecimento de serviço por ente estatal por propriedade ou à disposição de qualquer das
preço inferior ao valor de mercado; entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidores
públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de VI - receber vantagem econômica de


qualquer natureza, direta ou indireta, para qualquer natureza, direta ou indireta, para
tolerar a exploração ou a prática de jogos fazer declaração falsa sobre medição ou
de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de avaliação em obras públicas ou qualquer
contrabando, de usura ou de qualquer outra outro serviço, ou sobre quantidade, peso,
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal medida, qualidade ou característica de
vantagem; mercadorias ou bens fornecidos a qualquer
das entidades mencionadas no art. 1º desta
lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no VIII - aceitar emprego, comissão ou


exercício de mandato, cargo, emprego ou exercer atividade de consultoria ou
função pública, bens de qualquer natureza assessoramento para pessoa física ou
cujo valor seja desproporcional à evolução jurídica que tenha interesse suscetível de
do patrimônio ou à renda do agente público; ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do
agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para X - receber vantagem econômica de


intermediar a liberação ou aplicação de qualquer natureza, direta ou indiretamente,
verba pública de qualquer natureza; para omitir ato de ofício, providência ou
declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu XII - usar, em proveito próprio, bens,
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores rendas, verbas ou valores integrantes do
integrantes do acervo patrimonial das acervo patrimonial das entidades

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entidades mencionadas no art. 1° desta lei; mencionadas no art. 1° desta lei.

- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

- Ressarcimento integral do dano, quando houver;

- Perda da função pública;

- Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos;


COMINAÇÕES
- Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial;

- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de dez anos.

ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM


PREJUÍZO AO ERÁRIO
Qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
DEFINIÇÃO patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei.

ROL EXEMPLIFICATIVO
II - permitir ou concorrer para que pessoa
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma
física ou jurídica privada utilize bens,
para a incorporação ao patrimônio
rendas, verbas ou valores integrantes do
particular, de pessoa física ou jurídica, de
acervo patrimonial das entidades
bens, rendas, verbas ou valores integrantes
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
do acervo patrimonial das entidades
observância das formalidades legais ou
mencionadas no art. 1º desta lei;
regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem IV - permitir ou facilitar a alienação,


como ao ente despersonalizado, ainda que permuta ou locação de bem integrante do
de fins educativos ou assistências, bens, patrimônio de qualquer das entidades
rendas, verbas ou valores do patrimônio de referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
qualquer das entidades mencionadas no art. prestação de serviço por parte delas, por
1º desta lei, sem observância das preço inferior ao de mercado;
formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta VI - realizar operação financeira sem


ou locação de bem ou serviço por preço observância das normas legais e
superior ao de mercado; regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou VIII - frustrar a licitude de processo


fiscal sem a observância das formalidades licitatório ou de processo seletivo para
legais ou regulamentares aplicáveis à celebração de parcerias com entidades sem

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espécie; fins lucrativos, ou dispensá-los


indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de X - agir negligentemente na arrecadação de


despesas não autorizadas em lei ou tributo ou renda, bem como no que diz
regulamento; respeito à conservação do patrimônio
público;

XI - liberar verba pública sem a estrita XII - permitir, facilitar ou concorrer para
observância das normas pertinentes ou que terceiro se enriqueça ilicitamente;
influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou XIV – celebrar contrato ou outro


serviço particular, veículos, máquinas, instrumento que tenha por objeto a
equipamentos ou material de qualquer prestação de serviços públicos por meio da
natureza, de propriedade ou à disposição de gestão associada sem observar as
qualquer das entidades mencionadas no art. formalidades previstas na lei;
1° desta lei, bem como o trabalho de
servidor público, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades.

XV – celebrar contrato de rateio de XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer


consórcio público sem suficiente e prévia forma, para a incorporação, ao patrimônio
dotação orçamentária, ou sem observar as particular de pessoa física ou jurídica, de
formalidades previstas na lei. bens, rendas, verbas ou valores públicos
transferidos pela administração pública a
entidades privadas mediante celebração de
parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

XVII - permitir ou concorrer para que XVIII - celebrar parcerias da administração


pessoa física ou jurídica privada utilize bens, pública com entidades privadas sem a
rendas, verbas ou valores públicos observância das formalidades legais ou
transferidos pela administração pública a regulamentares aplicáveis à espécie;
entidade privada mediante celebração de
parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

XIX - agir negligentemente na celebração, XX - liberar recursos de parcerias firmadas


fiscalização e análise das prestações de pela administração pública com entidades
contas de parcerias firmadas pela privadas sem a estrita observância das
administração pública com entidades normas pertinentes ou influir de qualquer
privadas; forma para a sua aplicação irregular.

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas


pela administração pública com entidades
privadas sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular.

PENALIDADES - Ressarcimento integral do dano;

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APLICÁVEIS - Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,


se concorrer esta circunstância;

- Perda da função pública;

- Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;

- Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano;

- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos.

ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DECORRENTES DE


CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO
FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO
Qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
DEFINIÇÃO
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31
de julho de 2003.

A Lei Complementar n. 116/2003 trata do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza


(ISS)
Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
é de 2% (dois por cento).
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou
benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou
de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte,
direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da
aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a
que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei
Complementar.

- Perda da função pública;

PENALIDADES - Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;


APLICÁVEIS
- Multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
concedido.

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ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA


OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,


DEFINIÇÃO
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições.

ROL EXEMPLIFICATIVO

I - praticar ato visando fim proibido em lei II - retardar ou deixar de praticar,


ou regulamento ou diverso daquele indevidamente, ato de ofício;
previsto, na regra de competência;

III - revelar fato ou circunstância de que IV - negar publicidade aos atos oficiais;
tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo;

V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja


obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao VIII - descumprir as normas relativas à


conhecimento de terceiro, antes da celebração, fiscalização e aprovação de
respectiva divulgação oficial, teor de medida contas de parcerias firmadas pela
política ou econômica capaz de afetar o administração pública com entidades
preço de mercadoria, bem ou serviço. privadas.

IX - deixar de cumprir a exigência de


requisitos de acessibilidade previstos na
legislação.

- Ressarcimento integral do dano, se houver;

- Perda da função pública;

- Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;


PENALIDADES
- Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
APLICÁVEIS
percebida pelo agente;

- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.

Quanto aos atos administrativos que atentam contra os princípios da


administração pública, devemos citar um julgado do STJ que reconheceu
improbidade na prática de assédio sexual.

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PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ASSÉDIO DE


PROFESSOR DA REDE PÚBLICA. PROVA TESTEMUNHAL SUFICIENTE. VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA
282/STF. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DA EXCELSA CORTE. DOLO DO
AGENTE. ATO ÍMPROBO. CARACTERIZAÇÃO.
1. Cinge-se a questão dos autos a possibilidade de prática de assédio sexual como
sendo ato de improbidade administrativa previsto no caput do art. 11 da Lei n.
8.429/1992, praticado por professor da rede pública de ensino, o qual fora
condenado pelas instâncias ordinárias à perda da função pública.
2. A tese inerente à atipicidade da conduta em razão da inexistência de nexo causal entre
o ato e a atividade de educador exercida pelo Professo não foi abordada pelo Corte de
origem, o que atrai a incidência da Súmula 282 do STF.
3. O recorrente também tratou de questão constitucional, qual seja, a dignidade da pessoa
humana, matéria que refoge da competência desta Corte Superior, sob pena de usurpação
da competência do Supremo Tribunal Federal.
4. É firme a orientação no sentido da imprescindibilidade de dolo nos atos de
improbidade administrativa por violação a princípio, conforme previstos no caput
do art. 11 da Lei n. 8.429/1992 - o que foi claramente demonstrado no caso dos
autos, porquanto o professor atuou com dolo no sentido de assediar suas alunas
e obter vantagem indevida em função do cargo que ocupava, o que subverte os
valores fundamentais da sociedade e corrói sua estrutura.
5. O recurso não pode ser conhecido em relação à alínea c do permissivo constitucional,
porquanto o recorrente não demonstrou suficientemente a divergência, o que atrai, por
analogia, a incidência da Súmula 284/STF. Recurso especial conhecido em parte e
improvido.
STJ - REsp 1255120/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, j. 21.05.2013, 2ª Turma, DJe
28.05.2013.

Uma questão que já fez muita gente inteligente “queimar os neurônios” é a que
diz respeito à necessidade de existência de dolo por parte do agente público que
comete o ato de improbidade. Não vou entrar em detalhes acerca do assunto,
mas o STJ já se pronunciou no sentido de que os atos que importam
enriquecimento ilícito e os que atentam contra os princípios da
administração pública exigem dolo para serem caracterizados, enquanto
os atos de improbidade que causam prejuízo ao erário poderiam se
consumar por meio da conduta culposa.
Esse entendimento decorre da interpretação do art. 5º e do art. 10 da Lei de
Improbidade, e tem sido aceito majoritariamente pela Doutrina.

ADMINISTRATIVO. ATO DE IMPROBIDADE. AQUISIÇÃO DE CAMINHÃO PELAPREFEITURA.


PAGAMENTO EFETUADO. VEÍCULO ALIENADO FIDUCIARIAMENTE EPENHORADO. REGISTRO
EM NOME DO MUNICÍPIO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 10DA LEI 8.429/92. OCORRÊNCIA DE
DANO AO ERÁRIO. CULPA DA EX-PREFEITA.NEGLIGÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina em
face da ex-Prefeita do Município de Bocaina do Sul, por supostos atos de improbidade
administrativa, decorrentes de irregularidades em procedimentos licitatórios.
2. A conduta reconhecida como ímproba decorre da aquisição de um caminhão de carga
pela prefeitura, no valor de R$ 66.000,00, que, contudo, estava alienado fiduciariamente à

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OMNI Local S/A., e, ainda, penhorado pelo Banco do Brasil, impossibilitando o respectivo
registro em nome do município.
3. O ato de improbidade administrativa previsto no art. 10 da Lei nº 8.429/92
exige a comprovação do dano ao erário e a existência de dolo ou culpa do agente.
Precedente: EREsp 479.812/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe 27.09.10.
4. O acórdão recorrido considerou evidenciada a atuação negligente da gestora pública, ao
autorizar o pagamento de um bem sem avaliar a existência de gravames que
impossibilitaram a transferência da propriedade. Nesse contexto, tem-se que a prefeita
municipal descumpriu com o dever de zelo com a coisa pública, pois efetuou a despesa sem
tomar a mínima cautela de aferir que o automóvel estava alienado fiduciariamente, bem
como penhorado à instituição financeira. Por outro lado, o dano ao erário está caracterizado
pela impossibilidade de se transferir o bem para o patrimônio municipal. In casu, estão
presentes os elementos necessários à configuração do ato de improbidade.5. Recurso
especial não provido.
STJ - REsp 1151884/SC, Rel. Min. CASTRO MEIRA, j. 15.05.2012, 2ª Turma, DJe
25.05.2012.

Os atos que importam enriquecimento ilícito e os que


atentam contra os princípios da administração pública
exigem DOLO para serem caracterizados, enquanto os atos
de improbidade que causam prejuízo ao erário poderiam se consumar por
meio de CULPA.

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de


declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser
arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e
qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro,
dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante,
excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens
apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre
a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a
exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .

Todo servidor, no momento da posse, precisa declarar à Administração Pública


seus bens privados. Essa obrigação é tão séria que, se o servidor deixar de
cumpri-la, a penalidade prevista é a demissão, ou seja, o desligamento da
Administração Pública, com caráter punitivo. Essa declaração fica arquivada em
envelope lacrado no serviço de pessoal do órgão ou entidade.

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O uso dessa declaração é regulamentado por meio do Decreto n. 5.483/2005,


que autoriza a Controladoria-Geral da União a analisar a evolução patrimonial do
servidor sempre que julgar necessário. Dentro da CGU existem setores
específicos que fazem cruzamentos de dados e analisam a evolução patrimonial
dos agentes públicos para identificar e investigar casos de enriquecimento ilícito,
enviando as informações encontradas à Corregedoria-Geral da União, que
também compõe a CGU.
A atualização da declaração normalmente não é necessária, pois os servidores
costumam entregar sua Declaração de Imposto de Renda anualmente, ou
autorizar o acesso do órgão ou entidade às bases de dados da Receita Federal.

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente


para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Em primeiro lugar, é importante saber que os atos de improbidade administrativa


podem ser apurados na esfera administrativa ou na esfera judicial.
Qualquer pessoa poderá representar, denunciando à autoridade competente
acerca de ato de improbidade praticado por agente público. Essa previsão legal
decorre do direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder, assegurado a todos pela Constituição de
1988, independentemente do pagamento de taxas.
Essa representação deverá conter a qualificação do representante, as
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que se tenha
conhecimento. Se essas formalidades não forem observadas, a autoridade
administrativa rejeitará a representação.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata


apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando
de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

As regras da Lei nº 8.112/1990 mencionadas pelo dispositivo certamente já são


conhecidas por você. Trata-se do famoso Processo Administrativo
Disciplinar, conduzido pelas Corregedorias de cada órgão ou entidade, ou ainda
pela Corregedoria-Geral da União.
Quanto aos servidores militares, estes se submetem a uma série de normas
disciplinares específicas, respondendo inclusive pelos crimes previstos no Código
Penal Militar. Além disso, eles não se submetem à Lei nº 8.112/1990, mas sim à
Lei nº 6.880/1980.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal


ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a
prática de ato de improbidade.

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Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a


requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

O Ministério Público e os Tribunais de Contas são responsáveis, entre outas


coisas, por velar pelo bom uso do dinheiro público. Por essa razão, devem sempre
ser informados quando houver procedimento instaurado para a apuração de ato
de improbidade administrativa.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao


Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

O sequestro de bens é uma medida cautelar, que somente pode ser decretada
pelo Poder Judiciário. Por isso é necessário que o Ministério Público ou a
procuradoria do órgão no âmbito do qual está sendo investigado o ato de
improbidade requeira a decretação da medida.
Esse pedido pode ainda incluir a investigação, o exame e o bloqueio de bens,
contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos
termos da lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público
ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida
cautelar.

ATENÇÃO! A partir de agora estamos tratando da apuração de improbidade


administrativa por meio de processo judicial.
A Lei nº 8.429/1992 confere competência ao Ministério Público para a
propositura de ação civil de improbidade administrativa. Todavia, de acordo com
o art. 17, a ação judicial para apuração de eventual prática de improbidade
administrativa pode ser proposta não só pelo MP, mas também pela pessoa
jurídica interessada. Entende-se por pessoa interessada aquela em cujo âmbito
ocorreu a prática do ato de improbidade administrativa.
Essa ação civil obedece algumas regras especiais, trazidas pelos parágrafos do
art. 17. Esses detalhes são menos importantes, mas é interessante que você os
compreenda bem:
a) Não pode haver transação, acordo ou conciliação → Esses
procedimentos são formas extrajudiciais de resolução dos
conflitos, e são proibidas porque o ressarcimento ao erário e a
punição do responsável por ato de improbidade não podem ser
flexibilizados, considerando a gravidade da conduta.
b) A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações
necessárias à complementação do ressarcimento do

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patrimônio público → Havendo sido comprovado o dano a erário,


os valores devem ser devolvidos. Ainda que na ação civil não se
determine a completa devolução, a Fazenda Pública deve
promove-la por meio de ações específicas.
c) O Ministério Público, se não intervir no processo como
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena
de nulidade → Mesmo que a ação civil tenha sido proposta pela
pessoa jurídica interessada, o Ministério Público deve atuar
obrigatoriamente na condição de fiscal da lei.
d) Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la
e ordenará a notificação do requerido, para oferecer
manifestação por escrito, que poderá ser instruída com
documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias
→ Uma vez protocolada a petição inicial e cumpridos os requisitos
formais, o juiz citará o eagente público para que se manifeste em
15 dias. Apenas após essa manifestação é que o juiz decidirá se
recebe a petição inicial e instaura o processo. Ainda assim, se o
juiz, em qualquer fase do processo, considerar inadequada a ação
de improbidade, poderá extingui-lo sem julgamento do mérito.
e) Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar
contestação → Este é o momento da defesa do réu. A partir do
despacho pela citação, considera-se instaurado o processo. O réu
pode ainda recorrer da decisão judicial que recebeu a petição
inicial, por meio de agravo de instrumento.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a
perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens,
conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

A pessoa jurídica que sofreu o prejuízo será a principal beneficiária da sentença


que reconhecer o ato de improbidade e determinar a devolução dos valores ou
bens obtidos ilicitamente pelo agente público infrator.

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PROCESSO JUDICIAL

Qualquer pessoa poderá representar à A ação de improbidade administrativa pode


autoridade administrativa competente ser proposta pelo Ministério Público ou
para que seja instaurada investigação pela pessoa jurídica interessada.
destinada a apurar a prática de ato de
improbidade.

As demais disposições da Lei nº 8.429/1992 dizem respeito a aspectos penais e


à prescrição.

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Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

A representação acerca do cometimento de ato improbidade administrativa não


pode ser utilizada de forma leviana. Por isso a pessoa que representa sabendo
que o agente público que está sendo acusado é inocente responde por crime cuja
pena cominada é privativa de liberdade.
Perceba que o parágrafo único contém uma disposição civil, determinando que,
além do aspecto criminal, aquele que representa falsamente deverá também
indenizar o denunciado tanto por danos materiais quanto morais e à imagem.
9
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

A possibilidade de afastamento prevista no parágrafo único é de natureza


acautelatória, ou seja, ela tem por finalidade preservar a imparcialidade e a lisura
das investigações, evitando que o investigado influencie de qualquer forma o
conhecimento dos fatos. Por essa razão o afastado não deve perder o direito à
percepção de sua remuneração.
As penalidades mencionadas no caput (perda da função pública e suspensão dos
direitos políticos) obviamente só podem ser aplicadas ao fim da instrução
processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.

O ato de improbidade não depende necessariamente da efetiva existência de


dano ao patrimônio público. É verdade que a ideia da ocorrência de dano está
intrinsecamente ligada à nossa percepção acerca do ato de improbidade, mas
perceba que nem todas as condutas descritas na lei importam em dano
pecuniário.
Os órgãos de controle interno e os tribunais de contas têm competência para
apreciar as contas dos gestores públicos. A aprovação dessas contas não impede

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que seja proposta a ação civil e nem o procedimento administrativo para


apuração da ocorrência de ato de improbidade.

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares
puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo
ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação
a à administração pública da prestação de
contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1º desta Lei.

Por fim é interessante que você lembre dos prazos prescricionais previstos na Lei
de Improbidade. Quando o ato de improbidade também constituir falta
disciplinar, o prazo prescricional aplicado será aquele previsto na lei que tipificou
a infração disciplinar. No caso dos servidores públicos civis da União, estamos
falando sobre a Lei nº 8.112/1990, que estudaremos em breve.
Caso o ato de improbidade não seja tipificado como infração disciplinar, o prazo
prescricional será de 5 anos.

3 - Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/96)


A Lei n° 9.296/1996 regulamenta expressamente o art. 5°, XII da Constituição
de 1988.

Art. 5°, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal.

Esta é uma garantia que tem por finalidade proteger o direito à intimidade e à
vida privada do cidadão contra ações investigativas abusivas conduzidas pelas
autoridades estatais.
A função da Lei n° 9.296/1996 é estabelecer as hipóteses e a forma em que pode
ser autorizada a quebra do sigilo das comunicações telefônicas. Lembre-se que,
de acordo com a Constituição, a interceptação telefônica só pode ocorrer no
decurso de investigação criminal ou instrução processual penal.

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O STF e o STJ também já decidiram que a prova obtida por meio de interceptação
telefônica pode ser usada em outros processos. É hipótese de prova emprestada,
que já foi autorizada inclusive em processo administrativo disciplinar (processo
administrativo). Um exemplo é o julgado a seguir.

CRIME ACHADO E JUSTA CAUSA.


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, por maioria, indeferiu ordem de “habeas
corpus” em que se discutia a ilicitude de provas colhidas mediante interceptação telefônica
durante investigação voltada a apurar delito de tráfico internacional de drogas.
HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
13.6.2017. Informativo STF 869.

Vamos agora analisar os dispositivos da lei?


6

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova


em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta
Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações
em sistemas de informática e telemática.

O conceito de comunicação telefônica é ampliado pela interpretação do


parágrafo único, que inclui no escopo da lei também a interceptação de
comunicações em sistemas de informática e telemática. A telemática é o
conjunto de tecnologias da informação e da comunicação resultante da junção
entre os recursos das telecomunicações (telefonia, satélite, cabo, fibras ópticas
etc.) e da informática (computadores, periféricos, softwares e sistemas de redes).
Deve-se considerar incluída aqui também a comunicação por meio de ondas de
rádio, transmissão eletromagnética, etc.
Alguns Doutrinadores entendem que o art. 1° é inconstitucional porque a
Constituição menciona apenas as comunicações telefônicas, mas eu não tive
ainda notícia de nenhuma questão de banca organizadora que tenha adotado
esse entendimento.
Você já sabe que a interceptação pode ser autorizada para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal. A ordem de interceptação, entretanto,
não pode ser exarada por qualquer juiz, mas somente pelo juiz competente
para conhecer da ação penal principal.

A interceptação de comunicações telefônicas dependerá


de ordem do juiz competente da ação principal, sob
segredo de justiça

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Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer


qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.

A interceptação telefônica deve ser utilizada apenas em situações urgentes, como


meio de prova subsidiário, e apenas quando houver fortes razões para acreditar
que alguém cometeu um crime grave e não houver outros meios de prova.
Vemos, portanto, que há três requisitos: deve haver indícios de que o
investigado realmente tomou parte em crime punido com pena de reclusão, e,
por último, não deve haver outros meios disponíveis para produzir a prova
necessária. d
O STJ já aceitou a inclusão na denúncia de crime que foi descoberto por causa de
escuta instalada para investigar outro ilícito, inclusive quando o segundo crime
era penalizado apenas com pena de detenção.
A descrição da situação que está sendo investigada deve ser feita da melhor
forma possível, delimitando o fato investigado, de preferência com a indicação e
qualificação dos investigados. Não devem ser autorizadas interceptações
genéricas ou abertas.
A interceptação telefônica só será autorizada quando estiverem presentes as
seguintes circunstâncias:
- Indícios razoáveis de autoria ou participação do investigado;
- Não houver outros meios disponíveis para produzir a prova;
- O crime investigado for punível com pena de reclusão.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de
ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.

Perceba que há 3 situações em que a interceptação pode ser autorizada pelo juiz:
de ofício, a requerimento da autoridade policial, ou a requerimento do Ministério
Público.

É importante lembrar, entretanto, que a autoridade policial (você, em breve!)


somente pode requerer a medida durante a investigação criminal, ou seja,
somente durante a fase do inquérito policial. Na realidade, não faria sentido o

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delegado solicitar a interceptação depois que o inquérito já foi concluído, não é


mesmo?

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de


que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a
serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente,
desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que
a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

Agora vamos estudar o procedimento relacionado ao pedido de interceptação.


Obviamente, o pedido deve demonstrar que os requisitos que estudamos foram
atendidos, mas sua prova pode perfeitamente cobrar a possibilidade de pedido
verbal. Essa possibilidade é excepcional, e se a interceptação for autorizada será
necessário reduzir o pedido a termo, ou seja, produzir o documento escrito.
O prazo para decisão do juiz acerca do pedido é de 24h. O prazo curto
reforça o caráter urgente da medida.

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de
execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
ATENÇÃO! Esse dispositivo já foi cobrados algumas vezes em provas anteriores!
Primeiramente, a decisão que concede a medida precisa ser fundamentada, assim
como toda e qualquer decisão judicial, mas você precisa lembrar que a lei
estabelece um prazo máximo para a interceptação: 15 dias. Esse prazo,
entretanto, pode ser renovado.
Perceba que o dispositivo não foi muito bem escrito, não deixando claro se o
prazo só pode ser prorrogado uma vez ou se é possível prorroga-lo várias vezes
indefinidamente. A Jurisprudência, por outro lado, já se consolidou no sentido de
que a renovação pode ser feita mais de uma vez, de forma sucessiva.

A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de


quinze dias, renovável por igual tempo uma vez
comprovada a indispensabilidade do meio de prova. A
Jurisprudência do STJ é no sentido de que a renovação pode
ser feita mais de uma vez, desde que seja comprovada a necessidade.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de


interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua
realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será
determinada a sua transcrição.

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§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação


ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações
realizadas.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial
poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço
público.

A decisão judicial que autorizar a interceptação deve determinar também como


a medida será conduzida. A interceptação deve ser realizada pela autoridade
policial, que deverá sempre comunicar o Ministério Público acerca do
andamento dos trabalhos.
As concessionárias mencionadas pelo art. 7° são aquelas que prestam serviços
telefônicos, de comunicação de dados, informática, etc. As concessionárias são
obrigadas a conceder o apoio necessário à autoridade policial.

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em


autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal,
preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

Para resguardar o sigilo, o procedimento de interceptação telefônica deve ser


feito em autos próprios, separados dos autos do inquérito policial ou da ação
penal principal.
O sigilo obviamente é indispensável na interceptação, sob pena de frustrar todo
o procedimento. Todavia, cessada por completo a interceptação, o investigado,
no inquérito policial, ou o acusado, no processo criminal, tem o direito de ter
acesso a todas as informações colhidas.
É importante saber também que o STF já decidiu que não é possível obrigar o
investigado ou acusado a fornecer padrões vocais para subsidiar prova pericial
com o fim de autenticar as gravações obtidas por meio da interceptação.

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial,
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do
Ministério Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo
facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.

Se um investigado conseguir provar que é inocente, por exemplo, ele deve ter o
direito de certificar-se que as gravações serão destruídas, resguardando-se seu
direito à intimidade e à vida privada.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática
ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos
não autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

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A conduta criminalizada é a de quem intercepta as comunicações de outras


pessoas. Se uma pessoa grava uma conversa da qual é interlocutor, não há
crime.
A interceptação telefônica ilegal é crime, mas se uma pessoa grava uma conversa
da qual é interlocutor, não há ilícito penal.
Por último, vamos aprender alguns conceitos que tem sido aplicados pela
Doutrina e pelos Tribunais acerca desse tema.

Captação da comunicação telefônica


INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA alheia por terceiro, sem o conhecimento
dos comunicadores.

Captação da comunicação telefônica


por terceiro, com o conhecimento de
ESCUTA TELEFÔNICA
um dos comunicadores e
desconhecimento do outro.

Gravação da comunicação por um


dos comunicadores (autogravação).
GRAVAÇÃO TELEFÔNICA
É feita sem o conhecimento do outro,
por isso clandestina;

Captação da comunicação no próprio


ambiente, por terceiro, sem
INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL
conhecimento dos comunicadores

Captação da comunicação, no
ambiente dela, feita por terceiro,
ESCUTA AMBIENTAL
com o consentimento de um dos
comunicadores;

Captação no ambiente da
comunicação feita por um dos
GRAVAÇÃO AMBIENTAL
comunicadores (com gravador ou
câmeras).

Apenas a interceptação telefônica segue as diretrizes da Lei n° 9.296/1996, nos


termos da decisão a seguir do STJ. Esses conceitos já foram abordados em
provas, ok?

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DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO


JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL.
Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que
haja posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta
telefônica e utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a
captação de conversa feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que
depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela
Lei n. 9.296/1996. A ausência de autorização judicial para captação da conversa macula a
validade do material como prova para processo penal. A escuta telefônica é a captação
de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. A
gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento
ou a ciência do outro.
A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido
estrito, não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso
concreto, como prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados
de forma clandestina ter consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos
não tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do
artifício que foi implementado pelo responsável pela interceptação, não se podendo afirmar,
portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas pelo telefone interceptado. Não
existindo prévia autorização judicial, tampouco configurada a hipótese de gravação de
comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores tinha ciência de tal artifício no
momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração de nulidade da prova,
para que não surta efeitos na ação penal.
Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge
Mussi, julgado em 27/11/2012.

4 - Apresentação e uso de Documento De Identificação


Pessoal (Lei nº 5.553/1968)
Esta é uma lei muito pequena e de fácil entendimento. Vamos lá!?

Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público
ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda
que apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de
quitação com o serviço militar, título de eleitor, carteira profissional, certidão de
registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e
carteira de identidade de estrangeiro.

A conduta proibida é a retenção de documento de identificação pessoal, e


não a exigência de sua apresentação.
O dispositivo menciona ainda vários documentos que devem ser considerados
como equiparados a documento de identificação. Quero chamar sua atenção para
alguns que não estão presentes, a exemplo da Carteira Nacional de
Habilitação e do Passaporte.
A proibição de estende inclusive à cópia autenticada do documento!

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Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação de


documento de identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até 5
(cinco) dias, os dados que interessarem devolvendo em seguida o documento ao seu
exibidor.
§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial poderá ser retirado
qualquer documento de identificação pessoal.
§ 2º - Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de pessoa em
órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no ato e devolvido o documento
imediatamente ao interessado.

Este dispositivo constitui uma exceção à proibição genérica de retenção. O prazo


de até 5 dias certamente soa exagerado nos dias de hoje, mas é nesse momento
que precisamos lembrar que estamos lidando com uma lei de 1968, não é
mesmo?
De qualquer forma, no período de até 5 dias devem ser extraídos os dados
necessários. O prazo é inflexível, e a retenção extraordinária só pode ser
realizada por ordem judicial. Essa exigência de retenção do documento também
deve obedecer ao princípio da razoabilidade, somente ocorrendo quando for
indispensável a identificação do cidadão com considerável grau de detalhe.
Também não é possível a retenção de documento de identificação quando houver
exigência de sua apresentação para entrada em locais públicos ou particulares.
É comum que você precise se identificar para entrar em edifícios, e essa é uma
prática rotineira e saudável, mas a pessoal responsável pela identificação pode
apenas anotar os dados constantes do documento, devolvendo-o logo em
seguida.

Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3
(três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros
novos), a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.
Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa
jurídica, considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção,
a menos que haja, pelo executante, desobediência ou inobservância de ordens ou instruções
expressas, quando, então, será este o infrator.

A regra geral é a proibição de retenção de documentos de


identificação, mesmo quando apresentados em cópia
autenticada. É possível, porém, a retenção por até 5 dias para
extração de dados, quando for exigida a identificação para a realização de
determinado ato.

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5 - Questões
5.1 - Questões sem Comentários
QUESTÃO 01 - TCE-RN – Analista de Controle Externo – 2015
– Cespe.
O simples atraso na entrega das contas públicas, sem que exista intenção
manifesta, não configura ato de improbidade que atenta contra os princípios
da administração pública.

QUESTÃO 02 - TCE-RN – Analista de Controle Externo – 2015


– Cespe.
As sanções decorrentes de prática de atos de improbidade administrativa
podem ser aplicadas aos agentes públicos e aos particulares.

QUESTÃO 03 - TCE-RN – Analista de Controle Externo – 2015


– Cespe.
As cominações da lei de improbidade administrativa alcançam os sucessores
daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente.

QUESTÃO 04 - MEC – Analista – 2015 – Cespe.


O agente público que, no exercício de suas funções, enriquece ilicitamente
deve perder os bens acrescidos irregularmente ao seu patrimônio.

QUESTÃO 05 - MEC – Analista – 2015 – Cespe.


O servidor deve atualizar sua declaração de bens anualmente, bem como na
data em que deixar o cargo.

QUESTÃO 06 - FUB – Analista – 2015 – Cespe.


Será passível de punição o agente que praticar ato de improbidade
administrativa contra o patrimônio de entidades que recebam incentivo fiscal
do governo.

QUESTÃO 07 - Antaq – Analista – 2014 – Cespe.


Constituem atos de improbidade administrativa a permissão, a facilitação e
a concorrência para o enriquecimento ilícito de terceiros.

QUESTÃO 08 - Antaq – Analista – 2014 – Cespe.


O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às
cominações dessa lei até o limite do valor da herança.

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QUESTÃO 09 - FUB – Analista – 2014 – Cespe.


Aquele que exercer, mediante designação, função transitória e sem
remuneração na Universidade de Brasília poderá responder por ato de
improbidade administrativa.

QUESTÃO 10 - DPF – Escrivão – 2013 – Cespe.


As penas aplicadas a quem comete ato de improbidade não podem ser
cumuladas, uma vez que estaria o servidor sendo punido duas vezes pelo
mesmo ato.

QUESTÃO 11 - DPF – Escrivão – 2013 – Cespe.


O servidor público que revelar fato ou circunstância que tenha ciência em
razão das suas atribuições, e que deva permanecer em segredo, comete ato
de improbidade administrativa.

QUESTÃO 12 - ANS – Analista Administrativo – 2013 – Cespe.


Caso procedimento administrativo da ANS identifique a prática de ato de
improbidade administrativa por um servidor da Agência, essa entidade não
poderá ajuizar ação judicial de improbidade administrativa contra o referido
servidor, uma vez que cabe exclusivamente ao Ministério Público propor esse
tipo de ação.

QUESTÃO 13 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2013 –


VUNESP.
É ato de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), que causa prejuízo
ao erário:
a) permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante
do patrimônio da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer
dos Poderes dos Estados, por preço inferior ao de mercado.
b) utilizar, em obra ou serviço particular, trabalho de servidores públicos,
empregados ou terceiros contratados pela administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes dos Estados.
c) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
esteja obrigado.
d) utilizar, em obra ou serviço particular, veículos e máquinas da
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes dos
Estados.
e) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza.

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QUESTÃO 14 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2013 –


VUNESP.
No tocante à Declaração de Bens, prevista na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é correto afirmar que
a) não supre a exigência contida na Lei de Improbidade Administrativa a
entrega, em substituição à Declaração de Bens, da cópia da declaração anual
de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal.
b) a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à
apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu
patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente.
c) a declaração de bens será quinquenalmente atualizada e na data em que
o agente público deixar o exercício do mandato.
d) somente será punido com a pena de demissão a bem do serviço público,
sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que prestar falsa
declaração de bens.
e) será punido com a pena de repreensão escrita o agente público que se
recusar a prestar declaração dos bens.

QUESTÃO 15 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2013 –


VUNESP.
No tocante à Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é correto
afirmar que
a) as ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nessa Lei podem
ser propostas até 20 (vinte) anos após o término do exercício de mandato,
de cargo em comissão ou de função de confiança.
b) a aplicação das sanções previstas nessa Lei depende da aprovação ou
rejeição das contas pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
c) as disposições dessa Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade.
d) a autoridade judicial competente somente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo após o trânsito em
julgado da sentença condenatória.
e) a aplicação das sanções previstas nessa Lei depende da aprovação ou
rejeição das contas pelo órgão de controle interno.

QUESTÃO 16 - PC-SP – Investigador de Polícia – 2013 –


VUNESP.
Assinale a alternativa correta a respeito da Lei de Improbidade
Administrativa (Lei n.º 8.429/1992).

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a) Na ação judicial de improbidade administrativa, a perda da função pública


e a suspensão dos direitos políticos se efetivam com o deferimento da liminar
pela autoridade judiciária competente.
b) Além de outras penalidades, aquele que cometer ilícito previsto na Lei de
Improbidade Administrativa ficará sujeito à cassação de seus direitos
políticos.
c) As penas cominadas pela Lei de Improbidade Adminis- trativa são
específicas e individualizadas, não podendo atingir o sucessor daquele que
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente.
d) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou
ensejar enriquecimento ilícito, caberá à vítima representar à autoridade
judiciária, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
e) Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar
falsa.

QUESTÃO 17 - ANAC – Analista Administrativo – 2012 – Cespe.


Caso morra um agente público que tenha cometido ato ilícito previsto na
referida lei, a punição a que ele tiver sido submetido será extinta, não
acarretando, portanto, nenhum ônus aos seus sucessores.

QUESTÃO 18 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 –


VUNESP.
Na hipótese de ato de improbidade administrativa que importe em prejuízo
ao erário, o agente público está sujeito, dentre outras penalidades, à
suspensão dos direitos políticos de
a) um a dois anos.
b) dois a três anos.
c) dois a quatro anos.
d) cinco a seis anos.
e) cinco a oito anos.

QUESTÃO 19 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 –


VUNESP.
Em relação ao procedimento administrativo e ao processo judicial previstos
na Lei n.º 8.429/92, assinale a alternativa correta.
a) O cidadão brasileiro e eleitor não poderá representar à autoridade policial
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a
prática de ato de improbidade.

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b) A representação, que poderá ser escrita ou oral, deverá conter a


qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria,
sendo desnecessária a apresentação de provas.
c) A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.
d) É facultativa a transação, o acordo ou a conciliação nas ações de
improbidade administrativa.
e) Recebida a petição inicial, o réu será notificado para apresentar
contestação, e, da decisão que receber a petição inicial, não caberá recurso.

QUESTÃO 20 - MC – Técnico de Nível Superior – 2008 – Cespe.


Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de
serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei ou celebrar contrato de rateio de consórcio
público sem suficiente e prévia dotação orçamentária.

QUESTÃO 21 - MC – Técnico de Nível Superior – 2008 – Cespe.


Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

QUESTÃO 22 - MC – Técnico de Nível Superior – 2008 – Cespe.


As disposições da lei sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e que é
conhecida como lei de improbidade administrativa, são aplicáveis não só a
agentes públicos, mas também a particulares.

QUESTÃO 23 - DPF – Escrivão – 2004 – Cespe.


Pratica ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito
um escrivão da polícia federal que, durante o exercício do cargo, adquire
imóveis e veículos cujo valor seja desproporcional à evolução do seu
patrimônio e da sua renda.

QUESTÃO 24 - TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário – 2017


– Vunesp.
É ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário:
a) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza.
b) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
esteja obrigado.

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c) revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições


e que deva permanecer em segredo.
d) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
e) conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.

QUESTÃO 25 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área


Administrativa – 2017 – CONSULPLAN
O ambiente de trabalho dos servidores públicos no Brasil nem sempre é
pautado por relações sadias, construtivas ou ainda se prevalece o senso de
trabalho em equipe. Nem mesmo a estabilidade dos empregos públicos
impedem situações de assédio moral ou ainda sexual dos servidores.
Atualmente, cresce no país relatos e causas judicializadas envolvendo
provocações em local de trabalho, sarcasmos, zombarias e espécies de
campanhas psicológicas com o objetivo de fazer da vítima uma pessoa
rejeitada ou excluída dos demais membros de um órgão ou setor. Não são
poucos os casos de abuso de poder de superiores contra funcionários na
esfera pública. O Superior Tribunal de Justiça salientou que o assédio moral
no serviço público pode ser considerado como:
a) Peculato.
b) Descaminho.
c) Fraude gerencial.
d) Ato de improbidade administrativa.

QUESTÃO 26 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área


Judiciária – 2017 – CESPE
Considerando o disposto nas Leis n.° 8.112/1990 e n.° 8.429/1992, julgue
o item que se segue, acerca dos agentes públicos.
De acordo com a legislação que trata de atos de improbidade administrativa,
são considerados agentes públicos as pessoas em exercício de cargo eletivo
em autarquia federal, mesmo que sem remuneração.

QUESTÃO 27 – TST - Analista Judiciário – Área Administrativa


– 2017 – FCC.
George, diretor financeiro de uma sociedade anônima da qual a União detém
participação societária minoritária, direcionou as aplicações financeiras da
companhia a fundos de investimento que sabia serem de altíssimo risco,
gerando, com isso, perdas patrimoniais expressivas para a companhia.
Restou provado que a aplicação foi fruto de conluio com o gestor do fundo,
envolvendo pagamento de comissão ao diretor da companhia.

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Referido diretor veio a ser processado por ato de improbidade administrativa


e, em sua defesa, alegou que a legislação que rege a matéria não o
alcançaria. De acordo com o que dispõe a Lei n° 8.429/92, tal alegação
afigura-se
a) correta, pois apenas agentes públicos podem ser sujeitos ativos de ato de
improbidade.
b) correta, pois apenas atos praticados em prejuízo da Administração
pública, suas autarquias e fundações podem ser capitulados como de
improbidade.
c) correta, pois somente se o poder público detivesse a maioria do capital
social da empresa é que os prejuízos poderiam ensejar a capitulação da
conduta como ato de improbidade.
d) incorreta, pois as condutas que causem prejuízo à Administração são
passíveis de enquadramento na Lei de Improbidade, limitada a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição da União à empresa.
e) incorreta, pois, em face da participação minoritária da União na empresa,
os dirigentes da mesma podem ser equiparados a agentes públicos para fins
de enquadramento na legislação em tela.

QUESTÃO 28 – TST - Técnico Judiciário – Área Administrativa


– 2017 – FCC.
A imputação por ato de improbidade pela autoridade responsável pelo
inquérito pode incluir, nas hipóteses de enriquecimento ilícito ou prejuízo ao
erário,
a) proposta de integral ressarcimento dos danos, desde que a caracterização
do ato de improbidade tenha se dado mediante conduta dolosa.
b) requerimento para imediata indisponibilidade dos bens do agente público
ao qual foi imputada sanção de improbidade, a fim de que possa haver a
necessária indenização nos casos de ato de improbidade em quaisquer de
suas modalidades.
c) proposta de cumulação com sanções de outra natureza, com exceção de
condenações criminais, cuja natureza se assemelha à da improbidade,
impedindo dupla imputação.
d) solicitação de indisponibilidade de bens do indiciado ao Ministério Público,
para garantir que seja possível a recomposição do patrimônio público ou a
restituição dos valores percebidos a título de enriquecimento ilícito, em
havendo condenação.
e) proposta de, em se convolando em condenação, integral recomposição do
patrimônio público, transferindo-se aos herdeiros a indenização cabível em
razão dos danos causados.

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QUESTÃO 29 – TST - Analista Judiciário – Contabilidade – 2017


– FCC.
Em uma determinada diligência, um oficial de justiça certificou fatos
inverídicos, atestando não ter localizado, para citação, os réus de uma
determinada ação. Posteriormente o Ministério Público apurou que referido
servidor público recebeu vantagem em pecúnia para essa conduta, que foi
repetida pelo menos duas vezes, retardando o trâmite do processo. Em razão
disso
a) o Ministério Público pode propor ação de improbidade por ato que gera
prejuízo ao erário, sendo necessário comprovar a ocorrência de dolo, mas
ficando o prejuízo causado presumido pelo descumprimento do dever de
ofício.
b) o servidor pode responder por ação de improbidade por violar princípios
que regem a Administração pública, independentemente de dolo, podendo
lhe ser imputada multa e a obrigação de restituição dos valores recebidos
indevidamente.
c) a conduta do servidor público pode configurar infração disciplinar punível
com suspensão, mas não configura ato de improbidade em razão dos
prejuízos ficarem circunscritos às partes do processo, não atingindo o erário
público.
d) o Ministério público pode ajuizar ação de improbidade por ato que gera
enriquecimento ilícito, estando demonstrado o dolo, requisito subjetivo de
configuração dessa modalidade de ato ímprobo.
e) a conduta do servidor incidirá na modalidade de ato de improbidade cujos
requisitos se mostrarem mais predominantes em relação aos fatos, a
exemplo da relevância da vantagem econômica recebida culposa ou
dolosamente, que configura o tipo que gera enriquecimento ilícito.

QUESTÃO 30 - IPRESB – SP - Agente Previdenciário – 2017 –


VUNESP.
Considere a seguinte situação hipotética: servidor do Instituto de
Previdência Social dos Servidores de Barueri utiliza a máquina copiadora e
papel sulfite, existentes na repartição, para tirar cópias de material que
empregará em aulas voluntárias sobre cidadania, que ministra,
gratuitamente, aos sábados, fora do horário do expediente. A conduta do
servidor, à luz da Lei Federal n° 8.429/92,
a) constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento
ilícito.
b) constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
c) constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da Administração Pública.

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d) constitui ato de improbidade administrativa decorrente de concessão ou


aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.
e) não constitui ato de improbidade, pois o uso não era em proveito próprio,
mas sim de quaisquer cidadãos que frequentem o curso.

QUESTÃO 31 - IPRESB – SP - Analista de Processos


Previdenciários – 2017 – VUNESP.
Considerando o disposto na Lei de Improbidade Administrativa, Lei n°
8.429/92, a conduta de “revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo”
a) não se constitui em ato de improbidade administrativa.
b) será punida apenas na hipótese de a conduta ter resultado em prejuízo
aos cofres públicos.
c) terá a punição agravada em dois terços da pena se o autor da conduta se
enriqueceu indevidamente.
d) acarretará multa ao autor, a demissão do servidor público e a pena de
prisão por até um ano.
e) é um tipo de ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração.

QUESTÃO 32 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário – 2017


– CESPE.
Determinado agente público, em troca de recebimento de vantagem
econômica, facilitou a alienação de um bem público por preço inferior ao
valor de mercado, praticando, assim, ato de improbidade administrativa.
Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente, o agente público praticou
improbidade administrativa
a) que atenta contra os princípios da administração pública.
b) que importa enriquecimento ilícito.
c) decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou
tributário.
d) que causa prejuízo ao erário.

QUESTÃO 33 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área


Administrativa – 2017 – CESPE.
Lucas é analista judiciário de determinado tribunal. Seu irmão, Tiago, é um
advogado militante político, ativo nesse tribunal. Lucas, sem a observância
das formalidades legais, concedeu benefício administrativo a Tiago,
caracterizado como ato de improbidade administrativa, levando-o a ter seus
direitos políticos suspensos por oito anos.

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Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correspondente a


outra sanção que, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa,
também será aplicada a Lucas em razão da falta cometida.
a) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de dez
anos
b) pagamento de multa civil, de até três vezes o valor do dano causado
c) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de três anos
d) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de cinco anos

QUESTÃO 34 - TCE-PE - Analista de Gestão – Administração –


2017 – CESPE.
Com referência a atos administrativos e improbidade administrativa, julgue
o item subsequente.
Na punição aos atos de improbidade administrativa, a penalidade será
distinta se o ato implicar enriquecimento ilícito do agente ou se ele apenas
causar prejuízo ao erário.

QUESTÃO 35 - DPE-RS - Técnico - Área Administrativa – 2017


– FCC.
O zelador de uma escola pública, ocupante de cargo comissionado de Chefe
de Vigilância, reside nas dependências do equipamento público, em uma
modesta construção erguida no mesmo terreno, a fim de vigiar e controlar
o acesso ao equipamento público. Descobriu-se, no entanto, que o mesmo
alugava um dos espaços anexos da escola para funcionamento, em algumas
noites da semana, de uma casa de jogos de azar clandestina. No que se
refere à tipificação da conduta do zelador,
a) em razão da função desempenhada, enquadra-se no conceito de agente
público e, como tal, sua conduta tipifica-se como ato de improbidade que
gera enriquecimento ilícito, já tendo sido demonstrado o dolo do servidor.
b) pode configurar infração disciplinar ou mesmo criminal, mas não se tipifica
como ato de improbidade, na medida em que não houve qualquer prejuízo
ao erário.
c) se enquadra como ato de improbidade que atenta contra os princípios da
Administração pública e, em se tratando de infração de mera conduta, basta
a demonstração de culpa para a imposição de sanção.
d) este não pode ser equiparado a agente público para fins de configuração
de ato de improbidade, tampouco ser punido disciplinar ou criminalmente,
razão pela qual resta apenas a possibilidade de exoneração do mesmo.
e) configura ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração, mas para sua configuração e efetivo sancionamento,
demanda o envolvimento de algum servidor estatutário ou celetista, pois o

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zelador exercia apenas função pública, não se enquadrando no conceito de


agente público.

QUESTÃO 36 - TCE-PE - Conhecimentos Básicos – Auditor –


2017 – CESPE.
João, aprovado em concurso público para auditor de controle externo no
tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter
ciência desse fato, o prefeito do município, amigo da família de João,
resolveu presenteá-lo com um veículo, a fim de facilitar a sua locomoção até
o local de trabalho. João aceitou o presente.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz
do disposto na Lei n.º 8.429/1992.
Caso seja condenado por improbidade administrativa, João estará sujeito a
pagar multa de, no mínimo, quatro vezes o valor do veículo que recebeu de
presente.

QUESTÃO 37 - SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária


– 2017 – CESPE.
João, Pedro e Lucas são servidores públicos estaduais. No exercício de suas
atribuições, João facilitou o enriquecimento ilícito de terceiro, Pedro
indevidamente deixou de praticar ato de ofício e Lucas recebeu vantagem
econômica para intermediar a liberação de verba pública. Os três servidores
agiram culposamente.
De acordo com a Lei n.º 8.429/1992, nessa situação hipotética foi praticado
ato de improbidade administrativa somente por
a) Pedro.
b) João.
c) João e Lucas.
d) Pedro e Lucas.
e) Lucas.

QUESTÃO 38 - DPU – Defensor Público Federal – 2015 – Cespe.


O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa
constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.

QUESTÃO 39 - Câmara dos Deputados – Analista Legislativo –


2014 – Cespe.
Caso o servidor tenha recebido, para a prática do ato, auxílio de pessoa que
não seja agente público, ambos devem responder por improbidade
administrativa, estando sujeitos às penalidades previstas na Lei n.º
8.429/1992.

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QUESTÃO 40 - DPE-CE – Defensor Público – 2014 – FCC.


No que tange à ação de improbidade administrativa:
a) estão a ela sujeitos, no que couber, aqueles que, mesmo não sendo
agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta.
b) sendo a lesão ao patrimônio público personalíssima, não haverá qualquer
responsabilidade ao sucessor do agente ofensor.
c) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a qualquer cidadão representar ao
Ministério Público ou ao Poder Judiciário, visando à indisponibilidade dos
bens do indiciado no inquérito civil instaurado.
d) são reputados agentes públicos, para efeito de enquadramento legal,
todos aqueles que exercem, mesmo que transitoriamente mas desde que
sob remuneração, por nomeação, designação ou qualquer forma de
contratação, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos públicos de
administração direta ou indireta.
e) se o agente ou terceiro, desde que por ato exclusivamente doloso, causar
lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, ficará sujeito ao integral
ressarcimento do dano.

QUESTÃO 41 - PC-BA – Delegado – 2013 – Cespe.


Considere que um agente de polícia tenha utilizado uma caminhonete da
polícia civil para transportar sacos de cimento para uma construção
particular. Nesse caso, o agente cometeu ato de improbidade administrativa
que importa em enriquecimento ilícito.

QUESTÃO 42 - INPI – Analista de Planejamento (Direito) –


2013 – Cespe.
O juiz extinguirá o processo administrativo sem julgamento de mérito, em
qualquer fase do processo, caso seja reconhecida a inadequação da ação de
improbidade.

QUESTÃO 43 - INPI – Analista de Planejamento (Direito) –


2013 – Cespe.
A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos do servidor
acusado de improbidade administrativa só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória, não podendo, assim, ser o agente público
afastado de seu cargo, emprego ou função durante a instrução processual.

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QUESTÃO 44 - TRT 10ª Região (DF e TO) – Analista Judiciário


– 2013 – Cespe.
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e
criminal, mas não por improbidade administrativa, visto que esta não
abrange particulares.

QUESTÃO 45 - MPU – Analista– 2013 – Cespe.


A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de
improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que
gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que
atentem contra os princípios da administração pública.

QUESTÃO 46 - MPU – Analista– 2013 – Cespe.


A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, em
proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial de órgãos e entidades da administração pública.

QUESTÃO 47 - TJ-SP – Advogado – 2013 – VUNESP.


Nos termos da Lei n.º 8.429/92, Lei de Improbidade, constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições e,
notadamente.
a) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado.
b) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
c) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza.
d) usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial de órgãos da Administração Pública Direta.
e) celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

QUESTÃO 48 - Câmara dos Deputados – Analista Judiciário –


2012 – Cespe.
Apenas o Ministério Público pode representar junto à autoridade
administrativa competente para que seja instaurada investigação com o
objetivo de apurar a prática de ato de improbidade.

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QUESTÃO 49 - SPTrans – Advogado – 2012 – VUNESP.


“Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou
não, contra a administração direta,____________ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, de________ incorporada ao patrimônio público ou
de entidade para cuja criação ou custeio o __________haja concorrido ou
concorra com mais de____________por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.” (Art. 1.º da Lei n.º 8.429/92).
Assinale a alternativa que contempla os vocábulos que preenchem, correta
e respectivamente, as lacunas do referido dispositivo legal.
a) autárquica, pessoa, Estado, sessenta
b) indireta, pessoa, tesouro, cinquenta
c) autárquica, empresa, erário, sessenta
d) autárquica, empresa, tesouro, cinquenta
e) indireta, empresa, erário, cinquenta

QUESTÃO 50 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil – 2016 –


FUNCAB.
Acerca do tema improbidade administrativa, especificamente quanto à
declaração de bens, é correto afirmar que:
a) a declaração abrangerá os bens e valores patrimoniais dos filhos e de
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante.
b) o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens será punido
com a pena de exoneração ou suspensão.
c) o declarante não poderá entregar cópia declaração anual de bens
apresentada à Delegacia da Receita Federal.
d) a declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,
títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais,
localizado no país ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e
valores patrimoniais do cônjuge, salvo se casado no regime de separação de
bens.
e) a declaração de bens deverá ser feita apenas em dois momentos, na data
da posse, e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato,
cargo, emprego ou função.

QUESTÃO 51 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017


– Cespe.
Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia
por ato de improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá
ser considerada, conforme o disposto na Lei n.º 8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.

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b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.


c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.

QUESTÃO 52 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017


– Cespe.
Em relação à improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição
decenal, qualquer que seja a tipicidade do ilícito praticado pelo agente
público.
b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade
administrativa por uso de maquinário da administração em seu sítio
particular, poderá ser-lhe aplicada pena de suspensão dos direitos políticos
por período de cinco a oito anos.
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho
ou em conluio com agente público, responderá, nos termos da Lei de
Improbidade Administrativa, desde que tenha obtido alguma vantagem
pessoal.
d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o
autor auferir vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato,
função, emprego ou atividade, mesmo que de forma culposa.
e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem
justificativa e reiterada, deixar de praticar ato de ofício, poderá ser-lhe
aplicada multa civil de até cem vezes o valor da sua remuneração, conforme
a gravidade do fato.

QUESTÃO 53 - PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto – 2017


– CESPE
De acordo com o entendimento do STJ, no curso da ação de improbidade
administrativa, a decretação da indisponibilidade de bens do réu dependerá
da
a) constatação da inexistência de meios de prestação de caução.
b) presença de fortes indícios da prática do ato imputado.
c) prova de dilapidação do patrimônio.
d) presença do periculum in mora concreto
e) prova da impossibilidade de recuperação do patrimônio público.

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QUESTÃO 54 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de


Registros - Provimento – 2017 – CONSULPLAN.
Com relação à improbidade administrativa, assinale a alternativa correta:
a) A conduta caracterizadora de improbidade administrativa pode ensejar,
entre outras consequências, a cassação dos direitos políticos do servidor
reconhecido como responsável pela prática do ato viciado.
b) Ajuizada a ação de improbidade, a autoridade administrativa competente
determinará a suspensão do agente público do exercício do cargo, emprego
ou função, por prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, assegurada
a remuneração proporcional ao tempo de serviço, nunca inferior a 30% de
seus vencimentos líquidos.
c) O empregado de uma sociedade de economia mista que vier a se apropriar
de bens integrantes do patrimônio dela poderá responder na esfera criminal
por seu ato e também estará sujeito à ação por improbidade administrativa.
d) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Por isso, sobrevindo a
morte de agente condenado por improbidade administrativa, seus
sucessores e a herança deixada não podem ser atingidos pelas cominações
da Lei de Improbidade Administrativa.

QUESTÃO 55 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de


Registros – Remoção – 2017 – CONSULPLAN
Com relação à improbidade administrativa, com base no que estabelece a
Lei nº 8.429, de 02/06/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), considere
as seguintes assertivas:
I. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
II. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública deixar de prestar contas quando esteja
obrigado a fazê-lo.
III. Para ser considerado agente público, é necessário que suas atribuições
no serviço público sejam exercidas de maneira não transitória, goze ou não
de estabilidade o servidor, e que seja ele remunerado pelos cofres da
administração direta, indireta ou fundacional.
Estão corretas as assertivas:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.

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QUESTÃO 56 - AGU – Advogado – 2015 – Cespe.


Ao receber uma denúncia anônima por telefone, a autoridade policial realizou
diligências investigatórias prévias à instauração do inquérito policial com a
finalidade de obter elementos que confirmassem a veracidade da
informação. Confirmados os indícios da ocorrência de crime de extorsão, o
inquérito foi instaurado, tendo o delegado requerido à companhia telefônica
o envio de lista com o registro de ligações telefônicas efetuadas pelo suspeito
para a vítima. Prosseguindo na investigação, o delegado, sem autorização
judicial, determinou a instalação de grampo telefônico no telefone do
suspeito, o que revelou, sem nenhuma dúvida, a materialidade e a autoria
delitivas. O inquérito foi relatado, com o indiciamento do suspeito, e enviado
ao MP.
Nessa situação hipotética, considerando as normas relativas à investigação
criminal, A interceptação telefônica efetuada poderá ser convalidada se o
suspeito, posteriormente, confessar espontaneamente o crime cometido e
não impugnar a prova.

QUESTÃO 57 - PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.


Assinale alternativa que contempla todas as hipóteses de decretação de
interceptação telefônica (art. 3o, Lei no 9.296/96).
a) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal;
ou pelo juiz, a requerimento do representante do Ministério Público, na
investigação criminal e na instrução processual penal.
b) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal;
ou a requerimento do representante do Ministério Público ou da autoridade
policial, na instrução processual penal.
c) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal;
ou a requerimento do representante do Ministério Público, na investigação
criminal e na instrução processual penal.
d) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na
investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério
Público ou da autoridade policial, na instrução processual penal.
e) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na
investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério
Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

QUESTÃO 58 - PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.


No curso das investigações, a Autoridade Policial toma conhecimento de
intenso tráfico de drogas realizado por uma associação em determinada
região da cidade e, com vistas à identificação e prisão dos criminosos,
intercepta as conversas telefônicas de quatro suspeitos. Com relação a essa
conduta, é correto afirmar que a Autoridade Policial

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a) agiu corretamente, considerando que uma vez presentes fortes indícios


de autoria e materialidade de delito punido com pena de reclusão, pode a
Autoridade Policial determinar a interceptação das conversas telefônicas com
base na Lei no 9.296/96.
b) incorreu no crime previsto no artigo 10 da Lei no 9.296/96.
c) agiu corretamente, considerando que a interceptação de comunicações
telefônicas sobrepõe-se e dispensa outros meios de provas.
d) não agiu corretamente, porque, segundo a lei, somente se autoriza
interceptação de comunicação telefônica no curso da instrução processual e
não no curso das investigações.
e) não agiu corretamente, porque deveria ter submetido a análise da
necessidade dessa prova ao Ministério Público, buscando autorização com o
órgão ministerial.

QUESTÃO 59 - TRF 1a Região – Juiz Federal – 2015 – Cespe.


A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo
juiz a requerimento
a) do assistente de acusação, durante a investigação criminal.
b) do ministro da Fazenda, quando da investigação de crimes contra a ordem
tributária.
c) da autoridade policial, durante a investigação criminal.
d) do MP, somente após o recebimento da denúncia.
e) do ministro da Justiça, se o crime praticado envolver a violação de direitos
humanos.

QUESTÃO 60 - PC-BA – Delegado de Polícia – 2013 – Cespe.


A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada
interceptação telefônica.

QUESTÃO 61 - MPE-SC – Promotor de Justiça – 2013 – MPE-


SC.
A interceptação telefônica ou interceptação em sentido estrito consiste na
captação da comunicação telefônica por um terceiro, sem o conhecimento
de nenhum dos comunicadores; enquanto a escuta telefônica reveste-se na
captação da comunicação telefônica por terceiro, com o conhecimento de um
dos comunicadores e desconhecimento do outro.

QUESTÃO 62 - DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas
ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em
investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados
em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas

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pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores


cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova.

QUESTÃO 63 - AGU – Procurador Federal – 2007 – Cespe.


A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada
se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do
fato criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação
em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez
realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e
legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar
denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que
conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação.

QUESTÃO 64 - AGU – Advogado – 2009 – Cespe.


É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação
telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato
complexo que exija investigação diferenciada e contínua.

QUESTÃO 65 - AGU – Advogado – 2009 – Cespe.


Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente
autorizada para apurar crime contra a administração pública imputado ao
servidor público Mário, a autoridade policial tenha identificado, na fase de
inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados por outros servidores.
Nessa situação hipotética, considerando-se que a interceptação telefônica
tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, as
provas obtidas contra os outros servidores não poderão ser usadas em
procedimento administrativo disciplinar.

QUESTÃO 66 - DPE-ES – Defensor Público – 2009 – Cespe.


Não se admite a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato
investigado constitui infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.

QUESTÃO 67 - MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.


Com relação ao pedido de interceptação telefônica previsto na Lei Federal n°
9.296/1996, assinale a alternativa CORRETA:
a) Será feito, apenas, por escrito, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e
oito) horas.
b) Como regra, será feito verbalmente ao juiz, para preservar o sigilo das
investigações, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas.
c) Será feito, apenas, por escrito, contendo a demonstração de sua
necessidade para a apuração da infração penal, indicando os meios a serem
empregados, e deverá ser decidido em 24 (vinte e quatro) horas.

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d) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá
admitir seja formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser
decidido em 24 (vinte e quatro) horas.
e) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá
admitir seja formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser
decidido em 48 (quarenta e oito) horas.

QUESTÃO 68 - MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.


Analise as assertivas abaixo:
I. Admite-se a interceptação telefônica se o fato investigado constituir
infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
II. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a
prova puder ser feita por outros meios disponíveis.
III. A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza,
destina-se à obtenção de prova em investigação criminal.
IV. Admite-se a interceptação telefônica ainda que não hajam indícios
razoáveis de autoria ou participação em infração penal, já que a medida visa,
justamente, o esclarecimento dos fatos.
Com relação às disposições da Lei de Interceptação Telefônica, está
CORRETO, apenas, o que se afirma em:
a) II e III.
b) I e II.
c) I e IV.
d) II.
e) III e IV.

QUESTÃO 69 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público – 2016


– FGV.
Carlos é investigado pela prática do crime de homicídio culposo na direção
de veículo automotor (art. 302, CTB – pena: detenção, de 2 a 4 anos, e
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor). No curso das investigações, o Ministério Público
encontra dificuldades na obtenção da justa causa, mas constam informações
de que Carlos conversa e ri dos fatos com amigos ao telefone, admitindo o
crime. Diante disso, o delegado representa pela interceptação de
comunicações telefônicas. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar que a
interceptação:
a) não deverá ser decretada, pois ainda na fase de inquérito policial;
b) poderá ser decretada, mas não poderá ultrapassar o prazo de 30 dias,
prorrogável por igual período;
c) não deverá ser decretada em razão da pena prevista ao delito investigado;

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d) poderá ser decretada e a divulgação de seu conteúdo sem autorização


judicial configura crime;
e) poderá ser decretada, sendo que o conteúdo interceptado deverá ser,
necessariamente, integralmente transcrito.

QUESTÃO 70 - PJC-MT - Delegado de Polícia – 2017 – CESPE.


Acerca dos procedimentos e pressupostos legais da interceptação telefônica,
assinale a opção correta.
a) É possível a interceptação telefônica em investigação criminal destinada
a apuração de delito de ameaça ocorrido em âmbito doméstico e abrangido
pela Lei Maria da Penha.
b) Pode o juiz, excepcionalmente, admitir o pedido de interceptação
telefônica feito pela autoridade policial de forma verbal, condicionada a sua
concessão à redução do pedido a termo.
c) No curso das investigações e no decorrer da instrução criminal, a
interceptação telefônica poderá ser determinada de ofício pelo juiz.
d) Decisão judicial que indefira pedido de interceptação telefônica formulado
por autoridade policial será irrecorrível; aquela decisão que indeferir
requerimento formulado pelo MP poderá ser impugnada por recurso em
sentido estrito.
e) A interceptação telefônica inicialmente realizada sem autorização judicial
poderá, mediante consentimento dos interlocutores, ser validada
posteriormente pelo juiz da causa.

QUESTÃO 71 - PCDF – Papiloscopista – 2015 – Universa.


Constitui um dos requisitos para que seja admitida a interceptação
telefônica, segundo a Lei n.º 9.296/1996, o(a)
a) fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena
de detenção.
b) existência de indícios razoáveis da participação em infração penal.
c) fato investigado constituir infração penal punida com pena de multa.
d) indício razoável da autoria em contravenção penal.
e) possibilidade de a prova poder ser feita por outros meios disponíveis.

QUESTÃO 72 - PCDF – Agente – 2009 – Universa.


A Constituição Federal de 1988 assegurou como direito fundamental a
inviolabilidade do sigilo de comunicação como regra (art. 5º, XII) e,
excepcionalmente, a interceptação da comunicação telefônica,
regulamentada pela Lei n.º 9.296, de 1996. Nesse contexto, assinale a
alternativa correta.

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a) O juiz poderá ordenar a interceptação telefônica quando sua destinação


for para instruir o processual penal e o civil.
b) A interceptação telefônica somente poderá ser determinada pelo juiz ex
officio.
c) A interceptação telefônica será autorizada ainda que seja possível colher
a prova por outros meios disponíveis.
d) A gravação de uma conversa entre dois interlocutores, feita por um deles
sem conhecimento do outro, é ilícita.
e) O juiz de direito pode, excepcionalmente, admitir que o pedido de
interceptação telefônica seja feito verbalmente.

QUESTÃO 73 - ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 –


Cespe.
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas
telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da
justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

QUESTÃO 74 - Polícia Científica–PE - Perito – 2016 – Cespe.


A interceptação de comunicações telefônicas
a) pode ser determinada de ofício pelo juiz durante a investigação criminal.
b) pode ser requerida pela autoridade policial no curso da instrução
processual penal.
c) depende da existência de indícios razoáveis de autoria e da materialidade
da infração penal.
d) é admitida, quando autorizada por juiz, mesmo que a prova possa ser
feita por outros meios disponíveis.
e) é admitida se o fato investigado constituir infração penal punida, pelo
menos, com pena de detenção.

QUESTÃO 75 - PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.


Caso uma pessoa seja ré em processo criminal por supostamente ter
cometido homicídio qualificado, eventual interceptação de suas
comunicações telefônicas
a) dependerá de ordem do juiz competente, sob segredo de justiça.
b) poderá ser admitida por meio de parecer favorável de representante do
MP.
c) não poderá exceder o prazo improrrogável de quinze dias, se concedida
pelo juiz.
d) poderá ser admitida, ainda que a prova possa ser feita por outros meios.
e) deverá ser negada, se for requerida verbalmente ao juiz competente.

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QUESTÃO 76 - PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.


• Cláudio responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena
de reclusão.
• Ana é ré em processo criminal por supostamente ter cometido crime sujeito
a pena de detenção.
• Clóvis responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena
de detenção.
Nessas situações hipotéticas, poderá ocorrer a interceptação das
comunicações telefônicas
a) de Cláudio e de Clóvis, mediante requerimento da autoridade policial.
b) somente de Ana, por meio de requerimento do representante do MP.
c) somente de Clóvis, mediante requerimento do representante do MP.
d) de Ana, de Clóvis e de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz ou
mediante requerimento da autoridade policial ou do representante do MP.
e) somente de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz.

QUESTÃO 77 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário –


Contabilidade – 2017 – CESPE.
Embora a CF preveja a inviolabilidade das comunicações telefônicas, é
admitida a interceptação das comunicações telefônicas, na forma da lei, para
fins de investigação criminal ou
a) instrução processual penal, mediante autorização judicial, por
determinação de comissão parlamentar de inquérito regularmente
instaurada, ou investigação de ato de improbidade administrativa, por
determinação do Ministério Público.
b) instrução processual penal, mediante autorização judicial.
c) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou por
determinação de comissão parlamentar de inquérito regularmente
instaurada.
d) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou investigação
de ato de improbidade administrativa, por determinação do Ministério
Público.

QUESTÃO 78 - SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária


– 2017 – CESPE.
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a interceptação de comunicações
telefônicas como meio de prova em investigação criminal deve ser
a) admitida em inquéritos instaurados para a apuração de crimes punidos
com pena de detenção ou reclusão.

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b) deferida de ofício por autoridade policial, independentemente de


autorização judicial.
c) deferida por autoridade judicial e conduzida por autoridade policial, que
deverá dar ciência ao Ministério Público, para que este acompanhe as
diligências.
d) registrada nos próprios autos do inquérito, resguardando-se sigilo quanto
aos investigados.
e) executada por técnicos especializados das concessionárias de serviço
público de telefonia, conforme determinar a autoridade policial.

QUESTÃO 79 - PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


Euclênio, jornalista, teve seu telefone interceptado para que fosse
descoberta a fonte de uma reportagem, uma vez que alguém repassara
informações a ele para uma matéria sobre corrupção no poder público. A
polícia civil, ao elaborar a representação pela receptação telefônica
sustentou que a fonte do jornalista participara de um esquema de desvio de
verbas públicas e sua identificação seria imprescindível para o sucesso da
investigação. Nesse contexto, é correto afirmar que:
a) em que pese o sigilo da fonte ser um direito fundamental, a interceptação
telefônica é legal, mesmo que o jornalista não tenha participado do crime.
b) a interceptação telefônica é legal, mesmo que c jornalista não tenha
participado do crime, devendo ser considerado que o sigilo da fonte não foi
arrolado entre os direitos fundamentais.
c) a interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha
participação no crime e a CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito
individual.
d) considera-se a interceptação telefônica ilegal, tendo em vista que o
jornalista não participou do crime, contudo não há previsão constitucional
ao sigilo da fonte.
e) o jornalista não poderia ser interceptado em hipótese alguma, pois a
CRFB/88 lhe garante a cláusula de reserva absoluta.

QUESTÃO 80 - PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


No que tange à Lei n° 9.296/1996, que regulamenta a interceptação de
comunicação telefônica, assinale a alternativa correta.
a) A decisão que autorizar a interceptação de comunicação telefônica será
fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de
execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de dez dias,
renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do
meio de prova.

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b) Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o


fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.
c) O juiz. no prazo máximo de quarenta e oito horas, decidirá sobre o pedido
de interceptação de comunicação telefônica representado pela autoridade
policial.
d) A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada
pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na instrução criminal.
e) A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para
prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará
o disposto nesta lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação
principal, excluindo-se o segredo de justiça.

QUESTÃO 81 - DENTRAN-DF – Agente de Trânsito – 2012 –


Universa.
Acerca da Lei n.º 5.553/1968, no que se refere à apresentação e ao uso de
documento pessoal, assinale a alternativa correta.
a) A nenhuma pessoa física, assim como a nenhuma pessoa jurídica, de
direito público ou privado, é lícito reter algum documento de identificação
pessoal, exceto se apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma,
incluindo comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor,
carteira profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de
casamento, comprovante de naturalização e carteira de identidade de
estrangeiro.
b) Somente por ordem judicial ou do Ministério Público poderá ser retirado
documento de identificação pessoal, exigido em determinado ato, fora do
prazo estabelecido para devolução.
c) Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação
de documento de identificação, a pessoa responsável pela exigência fará
extrair, no prazo de até cinco dias, os dados que interessarem, devolvendo,
em seguida, o documento ao seu exibidor.
d) Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de
pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no
ato e devolvido o documento ao interessado até sua saída do local.
e) Constitui crime, punível com pena de prisão simples de um a três meses
ou com multa, a retenção de qualquer documento a que se refere essa lei.

QUESTÃO 82 - PM-DF – Soldado– 2013 – Fundação Universa.


Nos termos da Lei n.º 5.553/1968, a retenção injustificada de qualquer
documento de identificação pessoal
a) constitui contravenção penal.
b) constitui crime.

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c) constitui infração administrativa, apenas.


d) constitui crime e infração administrativa.
e) não constitui qualquer infração se apresentado por fotocópia autenticada.

QUESTÃO 83 - TRF 2ª Região – Técnico Judiciário – 2012 – FCC.


Josimar pretende entrar em prédio público, em que é indispensável a
apresentação de documento de identidade e exibe ao funcionário
responsável sua carteira profissional. Nesse caso, o funcionário
a) poderá reter o documento, que será devolvido ao interessado prazo
máximo de dez dias.
b) deverá reter o documento do interessado durante todo o período em que
estiver no interior do prédio.
c) deverá anotar seus dados no ato e devolver imediatamente o documento
ao interessado.
d) só poderia reter o documento se Josimar tivesse apresentado fotocópia
autenticada.
e) poderá reter o documento por até oito dias, se verificar que Josimar ainda
não está cadastrado.

QUESTÃO 84 - PC-ES – Escrivão – 2011 – Cespe.


A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito
público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de
identificação pessoal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou
pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar,
título de eleitor, carteira profissional, certidão de registro de nascimento,
certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de
identidade de estrangeiro, exceto para a prática de determinado ato em que
for exigida a apresentação de documento de identificação, ocasião em que a
pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até dez dias, os dados
que interessarem, devolvendo, em seguida, o documento ao seu exibidor.

QUESTÃO 85 - PC-PA – Escriturário – 2013 – UEPA.


A Lei nº. 5.553, de 1968, resguarda os direitos dos cidadãos quanto à posse
de seus documentos pessoais de identificação, os quais são garantias do
exercício de direitos. Por força dessa lei:
a) é vedada a apreensão de documentos originais, porém é permitida a
retenção daqueles apresentados em fotocópias autenticadas, na medida em
que estes não possuem valor legal.
b) a retenção de documentos de identificação pessoal constituirá
contravenção penal, mas apenas quando praticada por autoridade pública,
sendo um irrelevante penal a conduta quando praticada por particular.

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c) as limitações constantes da lei somente se referem a documentos que


contenham a fotografia do titular, pois apenas estes são válidos como
documentos de identificação.
d) nos termos da lei, a autoridade policial deve reter documento que, por
mau estado de conservação, torne incerta a veracidade dos dados dele
constantes, fazendo instaurar investigação sobre possível crime de uso de
documento falso.
e) é lícito condicionar a entrada de pessoas em prédios públicos à
apresentação de documento de identificação, mas o documento deve ser
imediatamente restituído após conferência ou anotação dos dados.

QUESTÃO 86 - PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


Constitui contravenção penal a retenção injustificada de qualquer documento
de identificação pessoal.

QUESTÃO 87 - PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de
pessoa em órgãos públicos, seus dados deverão ser anotados no ato e o
documento deverá ser-lhe devolvido no prazo máximo de cinco dias.

QUESTÃO 88 - POLÍCIA CIENTÍFICA – PE - Auxiliar de Perito –


2016 – Cespe.
Jorge, maior e capaz, pequeno empresário, contratou Lucas como
empregado em sua empresa e, sem justo motivo, retém em seu poder, há
já mais de cinco dias, o comprovante de quitação de Lucas com o serviço
militar.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei n.° 5.553/1968, a retenção,
sem justo motivo, do comprovante de quitação de serviço militar será
enquadrada como
a) contravenção penal punível com prisão simples ou multa.
b) crime punível com reclusão.
c) crime punível com detenção e multa.
d) crime punível com multa.
e) crime punível com detenção.

QUESTÃO 89 - PC-AC - Agente de Polícia Civil - 2017 - IBADE.


De acordo com a Lei n° 5.553/1968, que dispõe acerca da apresentação e
uso de documento de identificação criminal, assinale a alternativa correta.
a) Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação
de documento de identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair,
no prazo de até 10 (dez) dias, os dados que interessarem devolvendo em
seguida o documento ao seu exibidor.

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b) O comprovante de naturalização e carteira de identidade de estrangeiro


não são considerados documentos de identificação pessoal englobados pela
lei.
c) Quando o documento de identidade tor indispensável para a entrada de
pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no
ato e devolvido o documento imediatamente ao interessado.
d) Constitui crime a retenção de qualquer documento de identificação
pessoal.
e) Somente por ordem da autoridade policial ou judiciária poderá ser retido
qualquer documento de identificação pessoal.

QUESTÃO 90 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário –


Segurança - 2017 – FCC.
Mediante a ocorrência de uma discussão entre um cidadão e o porteiro de
um edifício, esse porteiro solicitou um documento de identificação ao cidadão
que lhe enfrentara verbalmente. O cidadão entregou-lhe uma fotocópia
autenticada de seu comprovante de quitação com o serviço militar. O
porteiro, então, reteve esse documento por 10 dias, quando o cidadão
compareceu para buscá-lo. De acordo com a Lei n° 5.553/1968, o porteiro
realizou ato
a) lícito, pois devolveu o documento em período inferior a 12 dias.
b) lícito, pois trata-se de fotocópia autenticada do documento, que pode ser
retido.
c) lícito, pois trata-se do comprovante de quitação com o serviço militar, que
pode ser retido.
d) ilícito, pois poderia ter retido o documento pelo período de até cinco dias.
e) ilícito, pois reteve um documento de identificação pessoal apresentado
por fotocópia autenticada.

QUESTÃO 91 - DPE-RS - Técnico – Segurança – 2017 - FCC.


Denilson é um agente público que trabalha para uma secretaria de governo
de um estado, que no exercício de suas funções, em desobediência a
instruções expressas de seu superior imediato, reteve a carteira profissional
do cidadão que ele atendia, ao qual havia sido solicitado um documento de
identificação. Diante dos termos da Lei Federal n° 5.553/1968, Denilson
a) não cometeu contravenção penal, pois estava em exercício de suas
funções, a bem do serviço público, devendo apenas justificar seu ato diante
de seu superior imediato.
b) não é o responsável pela infração, vez que é preposto de pessoa jurídica.
c) cometeu uma infração, mas, por ser agente de pessoa jurídica, transfere
a responsabilidade de seu ato para seu superior imediato.

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d) cometeu contravenção penal, cuja punição envolve multa e prestação de


serviços sociais à comunidade.
e) cometeu contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 a
3 meses ou multa.

5.2 - Gabarito
CERTO 20. CERTO 38. ERRADO 56. ERRADO 74. A
1.

CERTO 21. CERTO 39. CERTO 57. E 75. A


2.

CERTO 22. CERTO 40. A 58. B 76. E


3.

CERTO 23. CERTO 41. CERTO 59. C 77. B


4.

CERTO 24. E 42. ERRADO 60. CERTO 78. C


5.

CERTO 25. D 43. ERRADO 61. CERTO 79. C


6.

CERTO 26. CERTO 44. ERRADO 62. CERTO 80. B


7.

CERTO 27. D 45. ERRADO 63. CERTO 81. C


8.

CERTO 28. D 46. CERTO 64. CERTO 82. A


9.

65. ERRADO C
10. ERRADO 29. D 47. B 83.

CERTO 30. A 48. ERRADO 66. CERTO 84. ERRADO


11.

67. D E
12. ERRADO 31. E 49. E 85.

A 32. B 50. A 68. A 86. CERTO


13.

B 33. D 51. A 69. C 87. ERRADO


14.

C 34. CERTO 52. E 70. B 88. A


15.

E 35. A 53. B 71. B 89. C


16.

72. E E
17. ERRADO 36. ERRADO 54. C 90.

E 37. B 55. A 73. CERTO 91. E


18.

C
19.

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5.3 - Questões Comentadas


QUESTÃO 01 - TCE-RN – Analista de Controle Externo – 2015
– Cespe.
O simples atraso na entrega das contas públicas, sem que exista intenção
manifesta, não configura ato de improbidade que atenta contra os princípios
da administração pública.

Comentários
Nos atos de improbidade que atentam contra os princípios da administração
pública exige-se o dolo do agente para que haja improbidade administrativa.
Isso não ocorre, por exemplo, nos atos de improbidade que causam prejuízo
ao erário, que estarão configurados mesmo que haja apenas culpa.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 02 - TCE-RN – Analista de Controle Externo – 2015


– Cespe.
As sanções decorrentes de prática de atos de improbidade administrativa
podem ser aplicadas aos agentes públicos e aos particulares.

Comentários
O STJ já decidiu que não é possível a propositura de ação de improbidade
apenas contra o particular, mas ele pode ser responsabilizado juntamente com
o agente público.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 03 - TCE-RN – Analista de Controle Externo – 2015


– Cespe.
As cominações da lei de improbidade administrativa alcançam os sucessores
daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente.

Comentários
Esta previsão consta no art. 8º da Lei de Improbidade: O sucessor daquele que
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações desta lei até o limite do valor da herança.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 04 - MEC – Analista – 2015 – Cespe.


O agente público que, no exercício de suas funções, enriquece ilicitamente
deve perder os bens acrescidos irregularmente ao seu patrimônio.

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Comentários
As penalidades previstas para o enriquecimento ilícito estão no art. 12, I, entre
elas constando a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 05 - MEC – Analista – 2015 – Cespe.


O servidor deve atualizar sua declaração de bens anualmente, bem como na
data em que deixar o cargo.

Comentários
É verdade. Esta obrigação consta no art. 13, §2º da Lei de Improbidade.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 06 - FUB – Analista – 2015 – Cespe.


Será passível de punição o agente que praticar ato de improbidade
administrativa contra o patrimônio de entidades que recebam incentivo fiscal
do governo.

Comentários
O parágrafo único do art. 1º determina que também estão sujeitos às
penalidades da Lei de Improbidade os atos praticados contra o patrimônio de
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 07 - Antaq – Analista – 2014 – Cespe.


Constituem atos de improbidade administrativa a permissão, a facilitação e
a concorrência para o enriquecimento ilícito de terceiros.

Comentários
O enriquecimento ilícito de terceiros é considerado dano ao erário, e por isso
esse ato está especificamente previsto no art. 10, XII.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 08 - Antaq – Analista – 2014 – Cespe.


O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público está sujeito às
cominações dessa lei até o limite do valor da herança.

Comentários
Perfeito! Esta regra está no art. 8º da Lei de Improbidade.
GABARITO: CERTO

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QUESTÃO 09 - FUB – Analista – 2014 – Cespe.


Aquele que exercer, mediante designação, função transitória e sem
remuneração na Universidade de Brasília poderá responder por ato de
improbidade administrativa.

Comentários
Lembre-se de que a definição de agente público trazida pela Lei de
Improbidade é bastante ampla, alcançando inclusive quem exerce função
transitória e sem remuneração, nos termos do art. 2º.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 10 - DPF – Escrivão – 2013 – Cespe.


As penas aplicadas a quem comete ato de improbidade não podem ser
cumuladas, uma vez que estaria o servidor sendo punido duas vezes pelo
mesmo ato.

Comentários
As penalidades previstas na Lei de Improbidade são aplicáveis
independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica (art. 12, caput).
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 11 - DPF – Escrivão – 2013 – Cespe.


O servidor público que revelar fato ou circunstância que tenha ciência em
razão das suas atribuições, e que deva permanecer em segredo, comete ato
de improbidade administrativa.

Comentários
Essa conduta consta no rol exemplificativo da categoria dos ATOS DE
IMPROBIDADE QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 12 - ANS – Analista Administrativo – 2013 – Cespe.


Caso procedimento administrativo da ANS identifique a prática de ato de
improbidade administrativa por um servidor da Agência, essa entidade não
poderá ajuizar ação judicial de improbidade administrativa contra o referido
servidor, uma vez que cabe exclusivamente ao Ministério Público propor esse
tipo de ação.

Comentários
Esse tema já foi cobrado diversas vezes em provas anteriores, especialmente
pelo Cespe. Lembre-se de que a ação civil de improbidade administrativa pode

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ser proposta tanto pelo Ministério Público quanto pela pessoa jurídica interessada.
Entende-se por pessoa interessada aquela em cujo âmbito ocorreu a prática do
ato de improbidade administrativa.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 13 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2013 –


VUNESP.
É ato de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), que causa prejuízo
ao erário:
a) permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante
do patrimônio da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer
dos Poderes dos Estados, por preço inferior ao de mercado.
b) utilizar, em obra ou serviço particular, trabalho de servidores públicos,
empregados ou terceiros contratados pela administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes dos Estados.
c) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
esteja obrigado.
d) utilizar, em obra ou serviço particular, veículos e máquinas da
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes dos
Estados.
e) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza.

Comentários
Das alternativas apresentadas, a única que apresenta um ato de improbidade que
causa prejuízo ao erário é a letra A. As demais trazem atos administrativos que
importam em enriquecimento ilícito.
GABARITO: A

QUESTÃO 14 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2013 –


VUNESP.
No tocante à Declaração de Bens, prevista na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é correto afirmar que
a) não supre a exigência contida na Lei de Improbidade Administrativa a
entrega, em substituição à Declaração de Bens, da cópia da declaração anual
de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal.
b) a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à
apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu
patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal
competente.

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c) a declaração de bens será quinquenalmente atualizada e na data em que


o agente público deixar o exercício do mandato.
d) somente será punido com a pena de demissão a bem do serviço público,
sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que prestar falsa
declaração de bens.
e) será punido com a pena de repreensão escrita o agente público que se
recusar a prestar declaração dos bens.

Comentários
A alternativa A está incorreta porque o declarante poderá entregar cópia da
declaração anual de bens para suprir a exigência. A alternativa C está incorreta
porque a atualização da declaração é anual. A alternativa D está incorreta porque
também poderá ser punido com demissão o servidor que se recursar a apresentar
a declaração. A alternativa E está incorreta porque a penalidade é de demissão.
GABARITO: B

QUESTÃO 15 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2013 –


VUNESP.
No tocante à Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é correto
afirmar que
a) as ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nessa Lei podem
ser propostas até 20 (vinte) anos após o término do exercício de mandato,
de cargo em comissão ou de função de confiança.
b) a aplicação das sanções previstas nessa Lei depende da aprovação ou
rejeição das contas pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
c) as disposições dessa Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade.
d) a autoridade judicial competente somente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do cargo após o trânsito em
julgado da sentença condenatória.
e) a aplicação das sanções previstas nessa Lei depende da aprovação ou
rejeição das contas pelo órgão de controle interno.

Comentários
A alternativa A está incorreta porque as ações poderão ser propostas no prazo
máximo de 5 anos. As alternativas B e E estão incorretas porque a aplicação das
sanções não depende da aprovação ou rejeição das contas. A alternativa D está
incorreta porque o afastamento do agente público poderá ser determinado ainda
durante a instrução processual, quando a medida se fizer necessária.
GABARITO: C

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QUESTÃO 16 - PC-SP – Investigador de Polícia – 2013 –


VUNESP.
Assinale a alternativa correta a respeito da Lei de Improbidade
Administrativa (Lei n.º 8.429/1992).
a) Na ação judicial de improbidade administrativa, a perda da função pública
e a suspensão dos direitos políticos se efetivam com o deferimento da liminar
pela autoridade judiciária competente.
b) Além de outras penalidades, aquele que cometer ilícito previsto na Lei de
Improbidade Administrativa ficará sujeito à cassação de seus direitos
políticos.
c) As penas cominadas pela Lei de Improbidade Adminis- trativa são
específicas e individualizadas, não podendo atingir o sucessor daquele que
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente.
d) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou
ensejar enriquecimento ilícito, caberá à vítima representar à autoridade
judiciária, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
e) Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar
falsa.

Comentários
A alternativa A está incorreta porque a perda da função pública e a suspensão
dos direitos políticos somente ocorrerão após o trânsito em julgado da sentença
condenatória. A alternativa B está incorreta porque o agente não fica submetido
à cassação de seus direitos políticos, mas sim à sua suspensão. A alternativa C
está incorreta porque o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público
fica obrigado a ressarcir o erário até o limite do patrimônio transferido. A
alternativa D está incorreta porque não é a vítima que representa à autoridade
judiciária para a indisponibilidade dos bens do indiciado, mas sim a autoridade
administrativa responsável pelo inquérito.
GABARITO: E

QUESTÃO 17 - ANAC – Analista Administrativo – 2012 – Cespe.


Caso morra um agente público que tenha cometido ato ilícito previsto na
referida lei, a punição a que ele tiver sido submetido será extinta, não
acarretando, portanto, nenhum ônus aos seus sucessores.

Comentários
O ressarcimento ao erário alcança o patrimônio do agente público que tenha
cometido ato de improbidade administrativa. Ainda que o agente tenha morrido,
a ação de ressarcimento poderá alcançar os seus sucessores, limitando-se ao
valor do patrimônio transferido.

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GABARITO: E

QUESTÃO 18 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 –


VUNESP.
Na hipótese de ato de improbidade administrativa que importe em prejuízo
ao erário, o agente público está sujeito, dentre outras penalidades, à
suspensão dos direitos políticos de
a) um a dois anos.
b) dois a três anos.
c) dois a quatro anos.
d) cinco a seis anos.
e) cinco a oito anos.

Comentários
Esse tipo de questão não tem muito jeito. Você vai ter que memorizar as sanções
previstas... os atos de improbidade que causam prejuízo ao erário são punidos
com suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.
GABARITO: E

QUESTÃO 19 - TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 –


VUNESP.
Em relação ao procedimento administrativo e ao processo judicial previstos
na Lei n.º 8.429/92, assinale a alternativa correta.
a) O cidadão brasileiro e eleitor não poderá representar à autoridade policial
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a
prática de ato de improbidade.
b) A representação, que poderá ser escrita ou oral, deverá conter a
qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria,
sendo desnecessária a apresentação de provas.
c) A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.
d) É facultativa a transação, o acordo ou a conciliação nas ações de
improbidade administrativa.
e) Recebida a petição inicial, o réu será notificado para apresentar
contestação, e, da decisão que receber a petição inicial, não caberá recurso.

Comentários
A alternativa A está incorreta porque qualquer pessoa poderá representar. A
alternativa B está incorreta porque a representação deverá conter a indicação
das provas. A alternativa D está incorreta porque é proibida a transação, acordo

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ou conciliação nas ações de improbidade. A alternativa E está errada porque da


decisão de receber a petição inicial caberá agravo de instrumento.
GABARITO: C

QUESTÃO 20 - MC – Técnico de Nível Superior – 2008 – Cespe.


Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de
serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei ou celebrar contrato de rateio de consórcio
público sem suficiente e prévia dotação orçamentária.

Comentários
Esta conduta consta no rol exemplificativo do art. 10, que trata dos atos de
improbidade que causam lesão ao erário.
GABARITO: C

QUESTÃO 21 - MC – Técnico de Nível Superior – 2008 – Cespe.


Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Comentários
Mais uma questão muito clara. Esse é o único crime previsto na Lei nº
8.429/1992. Além disso, a representação falsa também enseja indenização do
denunciante ao denunciado pelo danos materiais, morais e à imagem que tiver
provocado.
GABARITO: C

QUESTÃO 22 - MC – Técnico de Nível Superior – 2008 – Cespe.


As disposições da lei sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e que é
conhecida como lei de improbidade administrativa, são aplicáveis não só a
agentes públicos, mas também a particulares.

Comentários
Esse também é um tema recorrente nas provas. O art. 3º da Lei de Improbidade
estende a aplicação da lei àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta.
GABARITO: C

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QUESTÃO 23 - DPF – Escrivão – 2004 – Cespe.


Pratica ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito
um escrivão da polícia federal que, durante o exercício do cargo, adquire
imóveis e veículos cujo valor seja desproporcional à evolução do seu
patrimônio e da sua renda.

Comentários
Essa conduta é prevista no rol exemplificativo do art. 9º e, portanto, constitui
exemplo de ato de improbidade que que importa enriquecimento ilícito.
GABARITO: C

QUESTÃO 24 - TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário – 2017


– Vunesp.
É ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário:
a) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza.
b) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
esteja obrigado.
c) revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições
e que deva permanecer em segredo.
d) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
e) conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.

Comentários
Para responder corretamente à questão você precisa saber diferenciar as
modalidades de atos de improbidade. Por isso mesmo você precisa revisar várias
vezes essa classificação ☺

As alternativas A e B estão incorretas. São atos de improbidade que importam


em enriquecimento ilícito.

As alternativas C e D estão incorretas. São atos de improbidade que atentam


contra os princípios da Administração Pública.

GABARITO: E

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QUESTÃO 25 - TRE-RJ - Técnico Judiciário - Área


Administrativa – 2017 – CONSULPLAN
O ambiente de trabalho dos servidores públicos no Brasil nem sempre é
pautado por relações sadias, construtivas ou ainda se prevalece o senso de
trabalho em equipe. Nem mesmo a estabilidade dos empregos públicos
impedem situações de assédio moral ou ainda sexual dos servidores.
Atualmente, cresce no país relatos e causas judicializadas envolvendo
provocações em local de trabalho, sarcasmos, zombarias e espécies de
campanhas psicológicas com o objetivo de fazer da vítima uma pessoa
rejeitada ou excluída dos demais membros de um órgão ou setor. Não são
poucos os casos de abuso de poder de superiores contra funcionários na
esfera pública. O Superior Tribunal de Justiça salientou que o assédio moral
no serviço público pode ser considerado como:
a) Peculato.
==e9a6d==

b) Descaminho.
c) Fraude gerencial.
d) Ato de improbidade administrativa.

Comentários
Aqui devemos mencionar o REsp 1255120, julgado pelo STJ em 2013. Nesse
julgado o tribunal reconheceu que o assédio sexual pode ser considerado ato de
improbidade, já que ofende os princípios da administração pública.
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ASSÉDIO DE
PROFESSOR DA REDE PÚBLICA. PROVA TESTEMUNHAL SUFICIENTE. VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA
282/STF. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DA EXCELSA CORTE. DOLO DO
AGENTE. ATO ÍMPROBO. CARACTERIZAÇÃO.
1. Cinge-se a questão dos autos a possibilidade de prática de assédio sexual como
sendo ato de improbidade administrativa previsto no caput do art. 11 da Lei n.
8.429/1992, praticado por professor da rede pública de ensino, o qual fora
condenado pelas instâncias ordinárias à perda da função pública.
2. A tese inerente à atipicidade da conduta em razão da inexistência de nexo causal entre
o ato e a atividade de educador exercida pelo Professo não foi abordada pelo Corte de
origem, o que atrai a incidência da Súmula 282 do STF.
3. O recorrente também tratou de questão constitucional, qual seja, a dignidade da pessoa
humana, matéria que refoge da competência desta Corte Superior, sob pena de usurpação
da competência do Supremo Tribunal Federal.
4. É firme a orientação no sentido da imprescindibilidade de dolo nos atos de
improbidade administrativa por violação a princípio, conforme previstos no caput
do art. 11 da Lei n. 8.429/1992 - o que foi claramente demonstrado no caso dos
autos, porquanto o professor atuou com dolo no sentido de assediar suas alunas
e obter vantagem indevida em função do cargo que ocupava, o que subverte os
valores fundamentais da sociedade e corrói sua estrutura.
5. O recurso não pode ser conhecido em relação à alínea c do permissivo constitucional,
porquanto o recorrente não demonstrou suficientemente a divergência, o que atrai, por

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analogia, a incidência da Súmula 284/STF. Recurso especial conhecido em parte e


improvido.
STJ - REsp 1255120/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, j. 21.05.2013, 2ª Turma, DJe
28.05.2013.

GABARITO: D

QUESTÃO 26 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área


Judiciária – 2017 – CESPE
Considerando o disposto nas Leis n.° 8.112/1990 e n.° 8.429/1992, julgue
o item que se segue, acerca dos agentes públicos.
De acordo com a legislação que trata de atos de improbidade administrativa,
são considerados agentes públicos as pessoas em exercício de cargo eletivo
em autarquia federal, mesmo que sem remuneração.

Comentários
Nos termos do art. 2°, considera-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 27 – TST - Analista Judiciário – Área Administrativa


– 2017 – FCC.
George, diretor financeiro de uma sociedade anônima da qual a União detém
participação societária minoritária, direcionou as aplicações financeiras da
companhia a fundos de investimento que sabia serem de altíssimo risco,
gerando, com isso, perdas patrimoniais expressivas para a companhia.
Restou provado que a aplicação foi fruto de conluio com o gestor do fundo,
envolvendo pagamento de comissão ao diretor da companhia.
Referido diretor veio a ser processado por ato de improbidade administrativa
e, em sua defesa, alegou que a legislação que rege a matéria não o
alcançaria. De acordo com o que dispõe a Lei n° 8.429/92, tal alegação
afigura-se
a) correta, pois apenas agentes públicos podem ser sujeitos ativos de ato de
improbidade.
b) correta, pois apenas atos praticados em prejuízo da Administração
pública, suas autarquias e fundações podem ser capitulados como de
improbidade.
c) correta, pois somente se o poder público detivesse a maioria do capital
social da empresa é que os prejuízos poderiam ensejar a capitulação da
conduta como ato de improbidade.

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d) incorreta, pois as condutas que causem prejuízo à Administração são


passíveis de enquadramento na Lei de Improbidade, limitada a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição da União à empresa.
e) incorreta, pois, em face da participação minoritária da União na empresa,
os dirigentes da mesma podem ser equiparados a agentes públicos para fins
de enquadramento na legislação em tela.

Comentários
Para acertar a questão você precisa conhecer os sujeitos passivos dos atos de
improbidade, entre os quais encontra-se a entidade para cuja criação ou custeio
o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita anual. Pois bem, você poderia pensar então que a lei
não alcança o sujeito ativo em questão, mas precisamos também conhecer o
parágrafo único do mesmo dispositivo, segundo o qual também serão alcançados
os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos
GABARITO: D

QUESTÃO 28 – TST - Técnico Judiciário – Área Administrativa


– 2017 – FCC.
A imputação por ato de improbidade pela autoridade responsável pelo
inquérito pode incluir, nas hipóteses de enriquecimento ilícito ou prejuízo ao
erário,
a) proposta de integral ressarcimento dos danos, desde que a caracterização
do ato de improbidade tenha se dado mediante conduta dolosa.
b) requerimento para imediata indisponibilidade dos bens do agente público
ao qual foi imputada sanção de improbidade, a fim de que possa haver a
necessária indenização nos casos de ato de improbidade em quaisquer de
suas modalidades.
c) proposta de cumulação com sanções de outra natureza, com exceção de
condenações criminais, cuja natureza se assemelha à da improbidade,
impedindo dupla imputação.
d) solicitação de indisponibilidade de bens do indiciado ao Ministério Público,
para garantir que seja possível a recomposição do patrimônio público ou a
restituição dos valores percebidos a título de enriquecimento ilícito, em
havendo condenação.
e) proposta de, em se convolando em condenação, integral recomposição do
patrimônio público, transferindo-se aos herdeiros a indenização cabível em
razão dos danos causados.

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Comentários
A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 5º, ocorrendo lesão ao
patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
As alternativas B está incorreta. De acordo com o art. 7°, quando o ato de
improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao
Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
A alternativa C está incorreta, pois a Lei n. 8.429/92 trata de ilícitos civis.
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 8°, o sucessor daquele que
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações desta lei até o limite do valor da herança.
GABARITO: D

QUESTÃO 29 – TST - Analista Judiciário – Contabilidade – 2017


– FCC.
Em uma determinada diligência, um oficial de justiça certificou fatos
inverídicos, atestando não ter localizado, para citação, os réus de uma
determinada ação. Posteriormente o Ministério Público apurou que referido
servidor público recebeu vantagem em pecúnia para essa conduta, que foi
repetida pelo menos duas vezes, retardando o trâmite do processo. Em razão
disso
a) o Ministério Público pode propor ação de improbidade por ato que gera
prejuízo ao erário, sendo necessário comprovar a ocorrência de dolo, mas
ficando o prejuízo causado presumido pelo descumprimento do dever de
ofício.
b) o servidor pode responder por ação de improbidade por violar princípios
que regem a Administração pública, independentemente de dolo, podendo
lhe ser imputada multa e a obrigação de restituição dos valores recebidos
indevidamente.
c) a conduta do servidor público pode configurar infração disciplinar punível
com suspensão, mas não configura ato de improbidade em razão dos
prejuízos ficarem circunscritos às partes do processo, não atingindo o erário
público.
d) o Ministério público pode ajuizar ação de improbidade por ato que gera
enriquecimento ilícito, estando demonstrado o dolo, requisito subjetivo de
configuração dessa modalidade de ato ímprobo.
e) a conduta do servidor incidirá na modalidade de ato de improbidade cujos
requisitos se mostrarem mais predominantes em relação aos fatos, a
exemplo da relevância da vantagem econômica recebida culposa ou
dolosamente, que configura o tipo que gera enriquecimento ilícito.

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Comentários
Nos termos do art. 9º, constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas
entidades mencionadas no art. 1°, e notadamente, entre outros, receber
vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente,
para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
obrigado.
GABARITO: D

QUESTÃO 30 - IPRESB – SP - Agente Previdenciário – 2017 –


VUNESP.
Considere a seguinte situação hipotética: servidor do Instituto de
Previdência Social dos Servidores de Barueri utiliza a máquina copiadora e
papel sulfite, existentes na repartição, para tirar cópias de material que
empregará em aulas voluntárias sobre cidadania, que ministra,
gratuitamente, aos sábados, fora do horário do expediente. A conduta do
servidor, à luz da Lei Federal n° 8.429/92,
a) constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento
ilícito.
b) constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
c) constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da Administração Pública.
d) constitui ato de improbidade administrativa decorrente de concessão ou
aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.
e) não constitui ato de improbidade, pois o uso não era em proveito próprio,
mas sim de quaisquer cidadãos que frequentem o curso.

Comentários
O ato descrito pela questão constitui ato de improbidade administrativa que
importa enriquecimento ilícito. “Mas professor, o servidor não ganhou nada!”.
Veja bem, ele pode não ter recebido dinheiro, mas ele pode estar ministrando
aulas voluntárias, por exemplo, para ganhar prestígio e posteriormente se
candidatar a cargo eletivo. Está vendo que existem vantagens aí? Além disso, se
considerarmos que o servidor deveria gastar seus próprios recursos para obter o
material, ele está, de certa forma, auferindo vantagem patrimonial, não é
mesmo!?
Art. 9° - Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:
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XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
GABARITO: A

QUESTÃO 31 - IPRESB – SP - Analista de Processos


Previdenciários – 2017 – VUNESP.
Considerando o disposto na Lei de Improbidade Administrativa, Lei n°
8.429/92, a conduta de “revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo”
a) não se constitui em ato de improbidade administrativa.
b) será punida apenas na hipótese de a conduta ter resultado em prejuízo
aos cofres públicos.
c) terá a punição agravada em dois terços da pena se o autor da conduta se
enriqueceu indevidamente.
d) acarretará multa ao autor, a demissão do servidor público e a pena de
prisão por até um ano.
e) é um tipo de ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração.

Comentários
O caso mencionado pela questão é o de ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública, nos termos do art. 11.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
[...]
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;
GABARITO: E

QUESTÃO 32 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário – 2017


– CESPE.
Determinado agente público, em troca de recebimento de vantagem
econômica, facilitou a alienação de um bem público por preço inferior ao
valor de mercado, praticando, assim, ato de improbidade administrativa.
Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente, o agente público praticou
improbidade administrativa
a) que atenta contra os princípios da administração pública.
b) que importa enriquecimento ilícito.
c) decorrente de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou
tributário.

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d) que causa prejuízo ao erário.

Comentários
O caso mencionado é o de ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito, nos termos do art. 9º.
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:
[...]
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta
ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior
ao valor de mercado;

GABARITO: B

QUESTÃO 33 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário - Área


Administrativa – 2017 – CESPE.
Lucas é analista judiciário de determinado tribunal. Seu irmão, Tiago, é um
advogado militante político, ativo nesse tribunal. Lucas, sem a observância
das formalidades legais, concedeu benefício administrativo a Tiago,
caracterizado como ato de improbidade administrativa, levando-o a ter seus
direitos políticos suspensos por oito anos.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correspondente a
outra sanção que, de acordo com a Lei de Improbidade Administrativa,
também será aplicada a Lucas em razão da falta cometida.
a) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de dez
anos
b) pagamento de multa civil, de até três vezes o valor do dano causado
c) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de três anos
d) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de cinco anos

Comentários
A alternativa A está incorreta. O prazo será de cinco, além de haver previsão
também da imposição da proibição de contratar com o Poder Público, nos termos
do art. 12, II.
A alternativa B está incorreta. Nos termos do art. 12, II, a multa será de até duas
vezes o valor do dano.
A alternativa C está incorreta. O prazo é de cinco anos!
GABARITO: D

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QUESTÃO 34 - TCE-PE - Analista de Gestão – Administração –


2017 – CESPE.
Com referência a atos administrativos e improbidade administrativa, julgue
o item subsequente.
Na punição aos atos de improbidade administrativa, a penalidade será
distinta se o ato implicar enriquecimento ilícito do agente ou se ele apenas
causar prejuízo ao erário.

Comentários
De fato, as cominações são diferentes, como você aprendeu na aula de hoje. Veja
o que diz o art. 12.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9 perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de
até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 35 - DPE-RS - Técnico - Área Administrativa – 2017


– FCC.
O zelador de uma escola pública, ocupante de cargo comissionado de Chefe
de Vigilância, reside nas dependências do equipamento público, em uma
modesta construção erguida no mesmo terreno, a fim de vigiar e controlar
o acesso ao equipamento público. Descobriu-se, no entanto, que o mesmo
alugava um dos espaços anexos da escola para funcionamento, em algumas
noites da semana, de uma casa de jogos de azar clandestina. No que se
refere à tipificação da conduta do zelador,
a) em razão da função desempenhada, enquadra-se no conceito de agente
público e, como tal, sua conduta tipifica-se como ato de improbidade que
gera enriquecimento ilícito, já tendo sido demonstrado o dolo do servidor.
b) pode configurar infração disciplinar ou mesmo criminal, mas não se tipifica
como ato de improbidade, na medida em que não houve qualquer prejuízo
ao erário.

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c) se enquadra como ato de improbidade que atenta contra os princípios da


Administração pública e, em se tratando de infração de mera conduta, basta
a demonstração de culpa para a imposição de sanção.
d) este não pode ser equiparado a agente público para fins de configuração
de ato de improbidade, tampouco ser punido disciplinar ou criminalmente,
razão pela qual resta apenas a possibilidade de exoneração do mesmo.
e) configura ato de improbidade que atenta contra os princípios da
administração, mas para sua configuração e efetivo sancionamento,
demanda o envolvimento de algum servidor estatutário ou celetista, pois o
zelador exercia apenas função pública, não se enquadrando no conceito de
agente público.

Comentários
Nossa resposta é a alternativa A. A conduta do agente se enquadra no art. 9º, V.
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:
[...]
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem.

A alternativa B está incorreta. A conduta do zelador pode acarretar em


responsabilização civil, penal e administrativa.
A alternativa C está incorreta. Como você já sabe, a conduta descrita é ato de
improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito, somente
configurada na hipótese de conduta dolosa.
A alternativa D está incorreta. O agente aqui mencionado é equiparado a agente
público, nos termos do art. 2º.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
GABARITO: A

QUESTÃO 36 - TCE-PE - Conhecimentos Básicos – Auditor –


2017 – CESPE.
João, aprovado em concurso público para auditor de controle externo no
tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter
ciência desse fato, o prefeito do município, amigo da família de João,
resolveu presenteá-lo com um veículo, a fim de facilitar a sua locomoção até
o local de trabalho. João aceitou o presente.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz
do disposto na Lei n.º 8.429/1992.

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Caso seja condenado por improbidade administrativa, João estará sujeito a


pagar multa de, no mínimo, quatro vezes o valor do veículo que recebeu de
presente.

Comentários
De acordo com os fatos descritos, podemos dizer que João incorreu em ato de
improbidade que importa enriquecimento ilícito, nos termos do art. 9º, I.
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

Nos termos do art. 12, João estará sujeito a multa de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 37 - SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária


– 2017 – CESPE.
João, Pedro e Lucas são servidores públicos estaduais. No exercício de suas
atribuições, João facilitou o enriquecimento ilícito de terceiro, Pedro
indevidamente deixou de praticar ato de ofício e Lucas recebeu vantagem
econômica para intermediar a liberação de verba pública. Os três servidores
agiram culposamente.
De acordo com a Lei n.º 8.429/1992, nessa situação hipotética foi praticado
ato de improbidade administrativa somente por
a) Pedro.
b) João.
c) João e Lucas.
d) Pedro e Lucas.
e) Lucas.

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Comentários
Apenas os atos de improbidade administrativa do art. 10 admitem a modalidade
culposa, e por isso apenas João cometeu ato de improbidade.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
[...]
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
GABARITO: B

QUESTÃO 38 - DPU – Defensor Público Federal – 2015 – Cespe.


O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa
constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.

Comentários
Depois da aula de hoje você deve estar cansado de saber que esse rol é apenas
exemplificativo, não é mesmo? ☺
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 39 - Câmara dos Deputados – Analista Legislativo –


2014 – Cespe.
Caso o servidor tenha recebido, para a prática do ato, auxílio de pessoa que
não seja agente público, ambos devem responder por improbidade
administrativa, estando sujeitos às penalidades previstas na Lei n.º
8.429/1992.

Comentários
O terceiro não responde sozinho, mas se tiver concorrido para o ato responderá
juntamente com o agente público.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 40 - DPE-CE – Defensor Público – 2014 – FCC.


No que tange à ação de improbidade administrativa:
a) estão a ela sujeitos, no que couber, aqueles que, mesmo não sendo
agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta.
b) sendo a lesão ao patrimônio público personalíssima, não haverá qualquer
responsabilidade ao sucessor do agente ofensor.
c) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a qualquer cidadão representar ao

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Ministério Público ou ao Poder Judiciário, visando à indisponibilidade dos


bens do indiciado no inquérito civil instaurado.
d) são reputados agentes públicos, para efeito de enquadramento legal,
todos aqueles que exercem, mesmo que transitoriamente mas desde que
sob remuneração, por nomeação, designação ou qualquer forma de
contratação, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos públicos de
administração direta ou indireta.
e) se o agente ou terceiro, desde que por ato exclusivamente doloso, causar
lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, ficará sujeito ao integral
ressarcimento do dano.

Comentários
A alternativa B está incorreta porque o sucessor daquele que causar lesão ao
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta
lei até o limite do valor da herança (art. 8º). A alternativa C está incorreta porque
a representação nesse caso cabe à autoridade administrativa responsável pelo
inquérito (art. 7º). A alternativa D está incorreta porque mesmo aqueles que não
recebam remuneração podem ser considerados agentes públicos. A alternativa E
está incorreta porque, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral
ressarcimento do dano (art. 5º).
GABARITO: A

QUESTÃO 41 - PC-BA – Delegado – 2013 – Cespe.


Considere que um agente de polícia tenha utilizado uma caminhonete da
polícia civil para transportar sacos de cimento para uma construção
particular. Nesse caso, o agente cometeu ato de improbidade administrativa
que importa em enriquecimento ilícito.

Comentários
Sim, é verdade. Essa conduta está prevista no rol exemplificativo do art. 9º nos
seguintes termos: “utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho
de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades”.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 42 - INPI – Analista de Planejamento (Direito) –


2013 – Cespe.
O juiz extinguirá o processo administrativo sem julgamento de mérito, em
qualquer fase do processo, caso seja reconhecida a inadequação da ação de
improbidade.

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Comentários
O erro da questão é sutil, e está na menção ao processo administrativo, quando
na realidade a disposição da Lei de Improbidade que autoriza o juiz a extinguir o
processo sem resolução de mérito a qualquer tempo diz respeito apenas ao
processo judicial.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 43 - INPI – Analista de Planejamento (Direito) –


2013 – Cespe.
A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos do servidor
acusado de improbidade administrativa só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória, não podendo, assim, ser o agente público
afastado de seu cargo, emprego ou função durante a instrução processual.

Comentários
Aqui temos uma questão interessante, que exige de você o conhecimento do art.
20 da Lei de Improbidade. É verdade que a penalidade de perda da função pública
e a de suspensão dos direitos políticos somente podem ser aplicadas após o
trânsito em julgado da sentença condenatória. Entretanto, a própria lei autoriza
o afastamento cautelar do agente público, sem prejuízo da remuneração, quando
a medida for necessária à instrução processual.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 44 - TRT 10ª Região (DF e TO) – Analista Judiciário


– 2013 – Cespe.
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e
criminal, mas não por improbidade administrativa, visto que esta não
abrange particulares.

Comentários
Vimos na aula de hoje que a Lei de Improbidade atinge também o particular que
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob
qualquer forma direta ou indireta.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 45 - MPU – Analista– 2013 – Cespe.


A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de
improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que
gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que
atentem contra os princípios da administração pública.

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Comentários
A penalidade de perda da função pública é aplicável ao agente público que pratica
ato de improbidade em qualquer uma das modalidades previstas na Lei nº
8.429/1992.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 46 - MPU – Analista– 2013 – Cespe.


A lei caracteriza como ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, em
proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial de órgãos e entidades da administração pública.

Comentários
A conduta do agente público que usa, em proveito próprio, bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas pela lei
constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 47 - TJ-SP – Advogado – 2013 – VUNESP.


Nos termos da Lei n.º 8.429/92, Lei de Improbidade, constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições e,
notadamente.
a) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado.
b) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
c) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza.
d) usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial de órgãos da Administração Pública Direta.
e) celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

Comentários
A alternativa A representa um ato de improbidade que causa prejuízo ao erário.
As alternativas C e D trazem atos de improbidade que importam em
enriquecimento ilícito. A alternativa E traz um ato de improbidade que causa
prejuízo ao erário.
GABARITO: B

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QUESTÃO 48 - Câmara dos Deputados – Analista Judiciário –


2012 – Cespe.
Apenas o Ministério Público pode representar junto à autoridade
administrativa competente para que seja instaurada investigação com o
objetivo de apurar a prática de ato de improbidade.

Comentários
O art. 14 da Lei nº 8.429/1992 determina que qualquer pessoa poderá
representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 49 - SPTrans – Advogado – 2012 – VUNESP.


“Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou
não, contra a administração direta,____________ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, de________ incorporada ao patrimônio público ou
de entidade para cuja criação ou custeio o __________haja concorrido ou
concorra com mais de____________por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.” (Art. 1.º da Lei n.º 8.429/92).
Assinale a alternativa que contempla os vocábulos que preenchem, correta
e respectivamente, as lacunas do referido dispositivo legal.
a) autárquica, pessoa, Estado, sessenta
b) indireta, pessoa, tesouro, cinquenta
c) autárquica, empresa, erário, sessenta
d) autárquica, empresa, tesouro, cinquenta
e) indireta, empresa, erário, cinquenta

Comentários
Esta questão é muito simples, não é mesmo? Cobra a literalidade do art. 1º da
lei.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.

GABARITO: E

QUESTÃO 50 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil – 2016 –


FUNCAB.
Acerca do tema improbidade administrativa, especificamente quanto à
declaração de bens, é correto afirmar que:

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a) a declaração abrangerá os bens e valores patrimoniais dos filhos e de


outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante.
b) o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens será punido
com a pena de exoneração ou suspensão.
c) o declarante não poderá entregar cópia declaração anual de bens
apresentada à Delegacia da Receita Federal.
d) a declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,
títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais,
localizado no país ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e
valores patrimoniais do cônjuge, salvo se casado no regime de separação de
bens.
e) a declaração de bens deverá ser feita apenas em dois momentos, na data
da posse, e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato,
cargo, emprego ou função.

Comentários
A alternativa A está correta. De acordo com o art. 13, §1 o, A declaração
compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer
outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior,
e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou
companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência
econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
doméstico.
Isso também torna a alternativa D incorreta, já que a declaração pode alcançar,
se for o caso, os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante,
excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 13, §3 o, será punido com a
pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro
do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 13, §4o, o declarante, a seu
critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à
Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a
Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para
suprir a exigência de entrega de declaração de bens.
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 13, §2 o, a declaração de bens
será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício
do mandato, cargo, emprego ou função.
GABARITO: A

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QUESTÃO 51 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017


– Cespe.
Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia
por ato de improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá
ser considerada, conforme o disposto na Lei n.º 8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.

Comentários
A conduta é tipificada pelo art. 19 da Lei de Improbidade.
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
GABARITO: A

QUESTÃO 52 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017


– Cespe.
Em relação à improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição
decenal, qualquer que seja a tipicidade do ilícito praticado pelo agente
público.
b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade
administrativa por uso de maquinário da administração em seu sítio
particular, poderá ser-lhe aplicada pena de suspensão dos direitos políticos
por período de cinco a oito anos.
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho
ou em conluio com agente público, responderá, nos termos da Lei de
Improbidade Administrativa, desde que tenha obtido alguma vantagem
pessoal.
d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o
autor auferir vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato,
função, emprego ou atividade, mesmo que de forma culposa.
e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem
justificativa e reiterada, deixar de praticar ato de ofício, poderá ser-lhe
aplicada multa civil de até cem vezes o valor da sua remuneração, conforme
a gravidade do fato.

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Comentários
A alternativa A está incorreta. Os prazos para proposição da ação de improbidade
constam no art. 23 da Lei n. 8.429/1992. Observe a redação do dispositivo e
perceba que não há nenhum prazo de 10 anos.
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas
final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

A alternativa B está incorreta. Usar o maquinário da Administração em


propriedade particular é ato de improbidade administrativa que importa
enriquecimento ilícito (art. 9º, IV), cuja pena de suspensão de direitos políticos
será de 8 a 10 anos (art. 12, I).
A alternativa C está incorreta. O terceiro não servidor só responde por ato de
improbidade em conluio com agente público, não sendo possível que responda
sozinho.
A alternativa D está incorreta. Os atos que importam enriquecimento ilícito só
admitem conduta dolosa.
A alternativa E está correta. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício configura ato de improbidade que atenta contra os princípios da
Administração Pública (art. 11, II). Uma das penas possíveis para essa conduta
é a multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração (art. 12, III).
GABARITO: E

QUESTÃO 53 - PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto – 2017


– CESPE
De acordo com o entendimento do STJ, no curso da ação de improbidade
administrativa, a decretação da indisponibilidade de bens do réu dependerá
da
a) constatação da inexistência de meios de prestação de caução.
b) presença de fortes indícios da prática do ato imputado.
c) prova de dilapidação do patrimônio.
d) presença do periculum in mora concreto
e) prova da impossibilidade de recuperação do patrimônio público.

Comentários
O art. 7º prevê a decretação de indisponibilidade de bens nos seguintes termos:

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Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial
resultante do enriquecimento ilícito.

Além disso, vale mencionar também o REsp 1.366.721/BA do STJ, em cujo


julgamento definiu-se que devem estar presentes fortes indícios de
responsabilidade pela prática de ato ímprobo que cause dano ao Erário.
GABARITO: B

QUESTÃO 54 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de


Registros - Provimento – 2017 – CONSULPLAN.
Com relação à improbidade administrativa, assinale a alternativa correta:
a) A conduta caracterizadora de improbidade administrativa pode ensejar,
entre outras consequências, a cassação dos direitos políticos do servidor
reconhecido como responsável pela prática do ato viciado.
b) Ajuizada a ação de improbidade, a autoridade administrativa competente
determinará a suspensão do agente público do exercício do cargo, emprego
ou função, por prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, assegurada
a remuneração proporcional ao tempo de serviço, nunca inferior a 30% de
seus vencimentos líquidos.
c) O empregado de uma sociedade de economia mista que vier a se apropriar
de bens integrantes do patrimônio dela poderá responder na esfera criminal
por seu ato e também estará sujeito à ação por improbidade administrativa.
d) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Por isso, sobrevindo a
morte de agente condenado por improbidade administrativa, seus
sucessores e a herança deixada não podem ser atingidos pelas cominações
da Lei de Improbidade Administrativa.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Não há previsão de cominação de cassação de
direitos políticos, mas apenas de suspensão dos direitos políticos.
A alternativa B está incorreta. A lei não prevê prazo de 180 dias de afastamento
e, além disso, não há suspensão da remuneração.
A alternativa C está correta. Lembre-se de que a sociedade de economia mista
sempre terá mais de 50% de capital público, e por isso pode ser um sujeito
passivo de ato de improbidade.
A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 8º, o sucessor daquele que
causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
cominações desta lei até o limite do valor da herança.
GABARITO: C

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QUESTÃO 55 - TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de


Registros – Remoção – 2017 – CONSULPLAN
Com relação à improbidade administrativa, com base no que estabelece a
Lei nº 8.429, de 02/06/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), considere
as seguintes assertivas:
I. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
II. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública deixar de prestar contas quando esteja
obrigado a fazê-lo.
III. Para ser considerado agente público, é necessário que suas atribuições
no serviço público sejam exercidas de maneira não transitória, goze ou não
de estabilidade o servidor, e que seja ele remunerado pelos cofres da
administração direta, indireta ou fundacional.
Estão corretas as assertivas:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.

Comentários
O item I está correto. Nos termos do art. 19, constitui crime a representação por
ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
O item II está correto. Nos termos do art. 11, constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer
ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade,
e lealdade às instituições, e notadamente, entre outros, deixar de prestar contas
quando esteja obrigado a fazê-lo.
O item III está incorreto. Nos termos do art. 2°, reputa-se agente público, para
os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
GABARITO: A

QUESTÃO 56 - AGU – Advogado – 2015 – Cespe.


Ao receber uma denúncia anônima por telefone, a autoridade policial realizou
diligências investigatórias prévias à instauração do inquérito policial com a
finalidade de obter elementos que confirmassem a veracidade da
informação. Confirmados os indícios da ocorrência de crime de extorsão, o

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inquérito foi instaurado, tendo o delegado requerido à companhia telefônica


o envio de lista com o registro de ligações telefônicas efetuadas pelo suspeito
para a vítima. Prosseguindo na investigação, o delegado, sem autorização
judicial, determinou a instalação de grampo telefônico no telefone do
suspeito, o que revelou, sem nenhuma dúvida, a materialidade e a autoria
delitivas. O inquérito foi relatado, com o indiciamento do suspeito, e enviado
ao MP.
Nessa situação hipotética, considerando as normas relativas à investigação
criminal, A interceptação telefônica efetuada poderá ser convalidada se o
suspeito, posteriormente, confessar espontaneamente o crime cometido e
não impugnar a prova.

Comentários
A interceptação telefônica depende de autorização judicial prévia. Se não houver
autorização, não há a possibilidade de convalidação do ato!
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 57 - PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.


Assinale alternativa que contempla todas as hipóteses de decretação de
interceptação telefônica (art. 3o, Lei no 9.296/96).
a) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal;
ou pelo juiz, a requerimento do representante do Ministério Público, na
investigação criminal e na instrução processual penal.
b) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal;
ou a requerimento do representante do Ministério Público ou da autoridade
policial, na instrução processual penal.
c) Pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal;
ou a requerimento do representante do Ministério Público, na investigação
criminal e na instrução processual penal.
d) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na
investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério
Público ou da autoridade policial, na instrução processual penal.
e) Pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da autoridade policial, na
investigação criminal; ou a requerimento do representante do Ministério
Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

Comentários
Aqui a banca nos cobra a letra do art. 3o da Lei no 9.296/1996:
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de
ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.

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GABARITO: E

QUESTÃO 58 - PC-CE – Delegado de Polícia – 2015 – Vunesp.


No curso das investigações, a Autoridade Policial toma conhecimento de
intenso tráfico de drogas realizado por uma associação em determinada
região da cidade e, com vistas à identificação e prisão dos criminosos,
intercepta as conversas telefônicas de quatro suspeitos. Com relação a essa
conduta, é correto afirmar que a Autoridade Policial
a) agiu corretamente, considerando que uma vez presentes fortes indícios
de autoria e materialidade de delito punido com pena de reclusão, pode a
Autoridade Policial determinar a interceptação das conversas telefônicas com
base na Lei no 9.296/96.
b) incorreu no crime previsto no artigo 10 da Lei no 9.296/96.
c) agiu corretamente, considerando que a interceptação de comunicações
telefônicas sobrepõe-se e dispensa outros meios de provas.
d) não agiu corretamente, porque, segundo a lei, somente se autoriza
interceptação de comunicação telefônica no curso da instrução processual e
não no curso das investigações.
e) não agiu corretamente, porque deveria ter submetido a análise da
necessidade dessa prova ao Ministério Público, buscando autorização com o
órgão ministerial.

Comentários
A autoridade policial NÃO PODE fazer interceptação telefônica por conta própria,
em hipótese alguma. Essa conduta inclusive é considerada crime pela própria Lei
no 9.296/1996.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática
ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos
não autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

GABARITO: B

QUESTÃO 59 - TRF 1a Região – Juiz Federal – 2015 – Cespe.


A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo
juiz a requerimento
a) do assistente de acusação, durante a investigação criminal.
b) do ministro da Fazenda, quando da investigação de crimes contra a ordem
tributária.
c) da autoridade policial, durante a investigação criminal.
d) do MP, somente após o recebimento da denúncia.

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e) do ministro da Justiça, se o crime praticado envolver a violação de direitos


humanos.

Comentários
Mais uma vez a banca nos cobra conhecimento do conteúdo do art. 3o, que
apenas permite que a interceptação seja autorizada a pedido da autoridade
policial, na investigação criminal; ou do representante do Ministério Público, na
investigação criminal e na instrução processual penal.
GABARITO: C

QUESTÃO 60 - PC-BA – Delegado de Polícia – 2013 – Cespe.


A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada
interceptação telefônica.

Comentários
O STF já aceitou a prova obtida por meio da gravação realizada por um dos
interlocutores. Nesse caso não há interceptação telefônica, e, portanto, não há
ofensa à Constituição Federal.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 61 - MPE-SC – Promotor de Justiça – 2013 – MPE-


SC.
A interceptação telefônica ou interceptação em sentido estrito consiste na
captação da comunicação telefônica por um terceiro, sem o conhecimento
de nenhum dos comunicadores; enquanto a escuta telefônica reveste-se na
captação da comunicação telefônica por terceiro, com o conhecimento de um
dos comunicadores e desconhecimento do outro.

Comentários
Perceba que para responder essa questão bastava conhecer os conceitos
utilizados pela Doutrina e pela Jurisprudência. Vamos relembrar?

Captação da comunicação telefônica


INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA alheia por terceiro, sem o
conhecimento dos comunicadores.

Captação da comunicação
telefônica por terceiro, com o
ESCUTA TELEFÔNICA conhecimento de um dos
comunicadores e
desconhecimento do outro.

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Gravação da comunicação por um


dos comunicadores
GRAVAÇÃO TELEFÔNICA (autogravação). É feita sem o
conhecimento do outro, por isso
clandestina;

Captação da comunicação no
próprio ambiente, por terceiro,
INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL
sem conhecimento dos
comunicadores

Captação da comunicação, no
ambiente dela, feita por terceiro,
ESCUTA AMBIENTAL
com o consentimento de um dos
comunicadores;

Captação no ambiente da
comunicação feita por um dos
GRAVAÇÃO AMBIENTAL
comunicadores (com gravador ou
câmeras).

GABARITO: CERTO

QUESTÃO 62 - DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Dados obtidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas
ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em
investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados
em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas
pessoas em relação às quais foram colhidos, ou contra outros servidores
cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova.

Comentários
Tanto o STJ quanto o STF já se manifestaram no sentido da possibilidade de
utilizar prova emprestada, inclusive em processo administrativo disciplinar, desde
que a prova tenha sido produzida de forma lícita.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 63 - AGU – Procurador Federal – 2007 – Cespe.


A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada
se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do
fato criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação
em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez
realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e
legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar

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denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que
conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação.

Comentários
Essa questão é excelente! Perceba que o STF autoriza a utilização das
informações obtidas por meio de interceptação telefônica lícita inclusive para
subsidiar denúncia por crime punível com pena de detenção. Você também já
sabe que os Tribunais Superiores ampliaram esse entendimento, permitindo a
utilização da prova emprestada inclusive em processo administrativo.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 64 - AGU – Advogado – 2009 – Cespe.


É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação
telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato
complexo que exija investigação diferenciada e contínua.

Comentários
A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável
por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. A
Jurisprudência do STJ é no sentido de que a renovação pode ser feita mais de
uma vez, desde que seja comprovada a necessidade.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 65 - AGU – Advogado – 2009 – Cespe.


Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente
autorizada para apurar crime contra a administração pública imputado ao
servidor público Mário, a autoridade policial tenha identificado, na fase de
inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados por outros servidores.
Nessa situação hipotética, considerando-se que a interceptação telefônica
tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, as
provas obtidas contra os outros servidores não poderão ser usadas em
procedimento administrativo disciplinar.

Comentários
Já deu pra perceber que o Cespe se apega a certos aspectos relacionados à
interceptação telefônica, não é mesmo? Espero que tenha ficado bem claro para
você que a utilização da prova emprestada é possível, inclusive em processo
administrativo disciplinar, mesmo contra outros servidores.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 66 - DPE-ES – Defensor Público – 2009 – Cespe.


Não se admite a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato
investigado constitui infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.

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Comentários
A interceptação só pode ser autorizada para investigar crime punível com pena
de reclusão, mas, caso numa interceptação legítima seja obtida informação
acerca de fato criminoso punível com detenção, não há empecilho à utilização
dessa informação para subsidiar denúncia.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 67 - MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.


Com relação ao pedido de interceptação telefônica previsto na Lei Federal n°
9.296/1996, assinale a alternativa CORRETA:
a) Será feito, apenas, por escrito, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e
oito) horas.
b) Como regra, será feito verbalmente ao juiz, para preservar o sigilo das
investigações, e deverá ser decidido em 48 (quarenta e oito) horas.
c) Será feito, apenas, por escrito, contendo a demonstração de sua
necessidade para a apuração da infração penal, indicando os meios a serem
empregados, e deverá ser decidido em 24 (vinte e quatro) horas.
d) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá
admitir seja formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser
decidido em 24 (vinte e quatro) horas.
e) Como regra, será feito por escrito e, em casos excepcionais, o juiz poderá
admitir seja formulado verbalmente e, em ambos os casos, deverá ser
decidido em 48 (quarenta e oito) horas.

Comentários
Nos termos do art. 4o, o pedido pode ser admitido excepcionalmente de forma
verbal, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a
termo, devendo o pedido ser decidido no prazo de 24h.
GABARITO: D

QUESTÃO 68 - MPE-SP – Analista de Promotoria – 2013 – IBFC.


Analise as assertivas abaixo:
I. Admite-se a interceptação telefônica se o fato investigado constituir
infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
II. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando a
prova puder ser feita por outros meios disponíveis.
III. A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza,
destina-se à obtenção de prova em investigação criminal.

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IV. Admite-se a interceptação telefônica ainda que não hajam indícios


razoáveis de autoria ou participação em infração penal, já que a medida visa,
justamente, o esclarecimento dos fatos.
Com relação às disposições da Lei de Interceptação Telefônica, está
CORRETO, apenas, o que se afirma em:
a) II e III.
b) I e II.
c) I e IV.
d) II.
e) III e IV.

Comentários
A assertiva I está incorreta porque o crime deve ser punido com reclusão. A
assertiva IV está incorreta porque para admitir-se a interceptação telefônica deve
haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal.
GABARITO: A

QUESTÃO 69 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público – 2016


– FGV.
Carlos é investigado pela prática do crime de homicídio culposo na direção
de veículo automotor (art. 302, CTB – pena: detenção, de 2 a 4 anos, e
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor). No curso das investigações, o Ministério Público
encontra dificuldades na obtenção da justa causa, mas constam informações
de que Carlos conversa e ri dos fatos com amigos ao telefone, admitindo o
crime. Diante disso, o delegado representa pela interceptação de
comunicações telefônicas. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar que a
interceptação:
a) não deverá ser decretada, pois ainda na fase de inquérito policial;
b) poderá ser decretada, mas não poderá ultrapassar o prazo de 30 dias,
prorrogável por igual período;
c) não deverá ser decretada em razão da pena prevista ao delito investigado;
d) poderá ser decretada e a divulgação de seu conteúdo sem autorização
judicial configura crime;
e) poderá ser decretada, sendo que o conteúdo interceptado deverá ser,
necessariamente, integralmente transcrito.

Comentários
O problema que o Delegado enfrentaria na situação descrita está relacionada à
regra do art. 2o da Lei n. 9.2961996, segundo o qual, entre as circunstâncias que
impedem a autorização da interceptação telefônica está a pena cominada para o

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crime, que não pode ser apenas de detenção. No caso descrito a pena é de
detenção, e por isso não pode haver interceptação.
GABARITO: C

QUESTÃO 70 - PJC-MT - Delegado de Polícia – 2017 – CESPE.


Acerca dos procedimentos e pressupostos legais da interceptação telefônica,
assinale a opção correta.
a) É possível a interceptação telefônica em investigação criminal destinada
a apuração de delito de ameaça ocorrido em âmbito doméstico e abrangido
pela Lei Maria da Penha.
b) Pode o juiz, excepcionalmente, admitir o pedido de interceptação
telefônica feito pela autoridade policial de forma verbal, condicionada a sua
concessão à redução do pedido a termo.
c) No curso das investigações e no decorrer da instrução criminal, a
interceptação telefônica poderá ser determinada de ofício pelo juiz.
d) Decisão judicial que indefira pedido de interceptação telefônica formulado
por autoridade policial será irrecorrível; aquela decisão que indeferir
requerimento formulado pelo MP poderá ser impugnada por recurso em
sentido estrito.
e) A interceptação telefônica inicialmente realizada sem autorização judicial
poderá, mediante consentimento dos interlocutores, ser validada
posteriormente pelo juiz da causa.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 2º, não será admitida a
interceptação de comunicações telefônicas quando, entre outras hipóteses, o fato
investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
A alternativa B está correta. De acordo com o art. 4°, § 1°, excepcionalmente, o
juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam
presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a
concessão será condicionada à sua redução a termo.
A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 3°, a interceptação das
comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a
requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.
A alternativa D está incorreta. Concordando com os termos do requerimento de
Interceptação formulado pelo Delegado, o Ministério Público poderá recorrer da
decisão, por meio do Recurso em Sentido Estrito.
A alternativa E está incorreta, nos termos do seguinte julgado do STJ.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO


JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL.
Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que
haja posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta
telefônica e utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a
captação de conversa feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que
depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela
Lei n. 9.296/1996. A ausência de autorização judicial para captação da conversa macula a
validade do material como prova para processo penal. A escuta telefônica é a captação
de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. A
gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento
ou a ciência do outro.
A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido
estrito, não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso
concreto, como prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados
de forma clandestina ter consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos
não tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do
artifício que foi implementado pelo responsável pela interceptação, não se podendo afirmar,
portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas pelo telefone interceptado. Não
existindo prévia autorização judicial, tampouco configurada a hipótese de gravação de
comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores tinha ciência de tal artifício no
momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração de nulidade da prova,
para que não surta efeitos na ação penal.
Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge
Mussi, julgado em 27/11/2012.

GABARITO: B

QUESTÃO 71 - PCDF – Papiloscopista – 2015 – Universa.


Constitui um dos requisitos para que seja admitida a interceptação
telefônica, segundo a Lei n.º 9.296/1996, o(a)
a) fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena
de detenção.
b) existência de indícios razoáveis da participação em infração penal.
c) fato investigado constituir infração penal punida com pena de multa.
d) indício razoável da autoria em contravenção penal.
e) possibilidade de a prova poder ser feita por outros meios disponíveis.

Comentários
Para responder corretamente à questão você precisa conhecer o art. 2 o da Lei no
9.296/1996.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer
qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

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Você já deve ter percebido que a única resposta possível é a alternativa B, pois
é necessário haver indícios razoáveis, o fato investigado precisa ser punido pelo
menos com reclusão (o que já exclui as contravenções penais), e, além disso,
não pode ser possível que a prova seja feita por outros meios.
GABARITO: B

QUESTÃO 72 - PCDF – Agente – 2009 – Universa.


A Constituição Federal de 1988 assegurou como direito fundamental a
inviolabilidade do sigilo de comunicação como regra (art. 5º, XII) e,
excepcionalmente, a interceptação da comunicação telefônica,
regulamentada pela Lei n.º 9.296, de 1996. Nesse contexto, assinale a
alternativa correta.
a) O juiz poderá ordenar a interceptação telefônica quando sua destinação
for para instruir o processual penal e o civil.
b) A interceptação telefônica somente poderá ser determinada pelo juiz ex
officio.
c) A interceptação telefônica será autorizada ainda que seja possível colher
a prova por outros meios disponíveis.
d) A gravação de uma conversa entre dois interlocutores, feita por um deles
sem conhecimento do outro, é ilícita.
e) O juiz de direito pode, excepcionalmente, admitir que o pedido de
interceptação telefônica seja feito verbalmente.

Comentários
A alternativa A está incorreta porque a Lei nº 9.296/1996 regulamenta a
interceptação telefônica para prova em investigação criminal e em instrução
processual penal. A alternativa B está incorreta porque a interceptação poderá
ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade policial ou
do representante do Ministério Público. A alternativa C está incorreta porque a
interceptação não será admitida quando houver outros meios para produção da
prova. A alternativa D está incorreta porque a gravação de uma conversa na qual
se é interlocutor não é considerada interceptação, e não é crime.
GABARITO: E

QUESTÃO 73 - ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 –


Cespe.
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas
telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da
justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Comentários
A assertiva cobra diretamente o teor do art. 10 da Lei n° 9.296/1996. Lembre-
se, porém, que a gravação telefônica (autogravação) não constitui crime.

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Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática


ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos
não autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 74 - Polícia Científica–PE - Perito – 2016 – Cespe.


A interceptação de comunicações telefônicas
a) pode ser determinada de ofício pelo juiz durante a investigação criminal.
b) pode ser requerida pela autoridade policial no curso da instrução
processual penal.
c) depende da existência de indícios razoáveis de autoria e da materialidade
da infração penal.
d) é admitida, quando autorizada por juiz, mesmo que a prova possa ser
feita por outros meios disponíveis.
e) é admitida se o fato investigado constituir infração penal punida, pelo
menos, com pena de detenção.

Comentários
Nossa resposta é a alternativa A, pois o art. 3o autoriza, já em seu caput, a
decretação da interceptação telefônica de ofício pelo juiz. A alternativa B está
incorreta porque a medida pode ser requerida pela autoridade policial no curso
da investigação criminal, e não da instrução processual penal. A alternativa C
está incorreta porque a exigência do art. 2o é de que haja indícios de participação
na infração penal, e não de materialidade. A alternativa D está incorreta porque
a interceptação só é autorizada quando não for possível a produção de provas
por outros meios. A alternativa E está incorreta porque a interceptação não é
admitida para infrações punidas com pena de até detenção.
GABARITO: A

QUESTÃO 75 - PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.


Caso uma pessoa seja ré em processo criminal por supostamente ter
cometido homicídio qualificado, eventual interceptação de suas
comunicações telefônicas
a) dependerá de ordem do juiz competente, sob segredo de justiça.
b) poderá ser admitida por meio de parecer favorável de representante do
MP.
c) não poderá exceder o prazo improrrogável de quinze dias, se concedida
pelo juiz.
d) poderá ser admitida, ainda que a prova possa ser feita por outros meios.
e) deverá ser negada, se for requerida verbalmente ao juiz competente.

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Comentários
A interceptação telefônica sempre de pende de ordem judicial, e por isso nossa
resposta será a alternativa A. Isso também torna a alternativa B incorreta, não é
mesmo!? A interceptação não poderá exceder o prazo de 15 dias, mas pode haver
prorrogação, nos termos do art. 5o. A alternativa C, portanto, está incorreta. A
alternativa D está incorreta porque a interceptação telefônica somente pode ser
admitida quando não for possível produzir a prova por outros meios. A alternativa
E está incorreta porque, excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido
seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que
autorizem a interceptação.
GABARITO: A

QUESTÃO 76 - PC-GO – Agente de Polícia – 2016 – Cespe.


• Cláudio responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena
de reclusão.
• Ana é ré em processo criminal por supostamente ter cometido crime sujeito
a pena de detenção.
• Clóvis responde a IP por supostamente ter cometido crime sujeito a pena
de detenção.
Nessas situações hipotéticas, poderá ocorrer a interceptação das
comunicações telefônicas
a) de Cláudio e de Clóvis, mediante requerimento da autoridade policial.
b) somente de Ana, por meio de requerimento do representante do MP.
c) somente de Clóvis, mediante requerimento do representante do MP.
d) de Ana, de Clóvis e de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz ou
mediante requerimento da autoridade policial ou do representante do MP.
e) somente de Cláudio, por meio de despacho de ofício do juiz.

Comentários
A questão cobra conhecimento do dispositivo segundo o qual não pode haver
interceptação telefônica quando o crime em questão tiver cominada a pena de
até detenção. Somente quando houver previsão da pena de reclusão poderá
haver interceptação telefônica, e por isso o apenas Cláudio poderá ter suas
comunicações interceptadas. Nossa resposta, portanto, é a alternativa E.
GABARITO: E

QUESTÃO 77 - TRT - 7ª Região (CE) - Analista Judiciário –


Contabilidade – 2017 – CESPE.
Embora a CF preveja a inviolabilidade das comunicações telefônicas, é
admitida a interceptação das comunicações telefônicas, na forma da lei, para
fins de investigação criminal ou

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a) instrução processual penal, mediante autorização judicial, por


determinação de comissão parlamentar de inquérito regularmente
instaurada, ou investigação de ato de improbidade administrativa, por
determinação do Ministério Público.
b) instrução processual penal, mediante autorização judicial.
c) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou por
determinação de comissão parlamentar de inquérito regularmente
instaurada.
d) instrução processual penal, mediante autorização judicial, ou investigação
de ato de improbidade administrativa, por determinação do Ministério
Público.

Comentários
Nos termos do art. 1º, a interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer
natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal,
observará o disposto na Lei n. 9.296/1997 e dependerá de ordem do juiz
competente da ação principal, sob segredo de justiça.
GABARITO: B

QUESTÃO 78 - SERES-PE - Agente de Segurança Penitenciária


– 2017 – CESPE.
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a interceptação de comunicações
telefônicas como meio de prova em investigação criminal deve ser
a) admitida em inquéritos instaurados para a apuração de crimes punidos
com pena de detenção ou reclusão.
b) deferida de ofício por autoridade policial, independentemente de
autorização judicial.
c) deferida por autoridade judicial e conduzida por autoridade policial, que
deverá dar ciência ao Ministério Público, para que este acompanhe as
diligências.
d) registrada nos próprios autos do inquérito, resguardando-se sigilo quanto
aos investigados.
e) executada por técnicos especializados das concessionárias de serviço
público de telefonia, conforme determinar a autoridade policial.

Comentários
A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 2º da Lei n. 9.296/1997.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer
qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

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III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

A alternativa B está incorreta, nos termos do art. 1º.


Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em
investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

A alternativa C está correta, nos termos do art. 6º.


Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 8º.
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos
apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-
se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do
relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal,
art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto
nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.
A alternativa E está incorreta, nos termos do art. 7º.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial
poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.

GABARITO: C

QUESTÃO 79 - PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


Euclênio, jornalista, teve seu telefone interceptado para que fosse
descoberta a fonte de uma reportagem, uma vez que alguém repassara
informações a ele para uma matéria sobre corrupção no poder público. A
polícia civil, ao elaborar a representação pela receptação telefônica
sustentou que a fonte do jornalista participara de um esquema de desvio de
verbas públicas e sua identificação seria imprescindível para o sucesso da
investigação. Nesse contexto, é correto afirmar que:
a) em que pese o sigilo da fonte ser um direito fundamental, a interceptação
telefônica é legal, mesmo que o jornalista não tenha participado do crime.
b) a interceptação telefônica é legal, mesmo que c jornalista não tenha
participado do crime, devendo ser considerado que o sigilo da fonte não foi
arrolado entre os direitos fundamentais.
c) a interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha
participação no crime e a CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito
individual.
d) considera-se a interceptação telefônica ilegal, tendo em vista que o
jornalista não participou do crime, contudo não há previsão constitucional
ao sigilo da fonte.
e) o jornalista não poderia ser interceptado em hipótese alguma, pois a
CRFB/88 lhe garante a cláusula de reserva absoluta.

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Comentários
Como você já sabe, a interceptação telefônica deverá ser utilizada apenas para
fins de investigação criminal, e não para quebrar o sigilo da fonte jornalística.
Portanto, a interceptação telefônica do caso da questão foi realizada ilegalmente.
GABARITO: C

QUESTÃO 80 - PC-AC - Agente de Polícia Civil – 2017 – IBADE.


No que tange à Lei n° 9.296/1996, que regulamenta a interceptação de
comunicação telefônica, assinale a alternativa correta.
a) A decisão que autorizar a interceptação de comunicação telefônica será
fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de
execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de dez dias,
renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do
meio de prova.
b) Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando o
fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.
c) O juiz. no prazo máximo de quarenta e oito horas, decidirá sobre o pedido
de interceptação de comunicação telefônica representado pela autoridade
policial.
d) A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada
pelo juiz, a requerimento da autoridade policial, na instrução criminal.
e) A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para
prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará
o disposto nesta lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação
principal, excluindo-se o segredo de justiça.

Comentários
A alternativa A está incorreta. O prazo é de 15 dias, renovável por igual período.
A alternativa B está correta, nos termos do art. 2º, III.
A alternativa C está incorreta. O prazo máximo neste caso é e 24 horas.
A alternativa D está incorreta. Particularmente, considero essa alternativa um
pouco estranha. A meu ver ela está correta, apesar de incompleta.
A alternativa E está incorreta. Nos termos do art. 1º, a interceptação de
comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação
criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta lei e
dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de
justiça.
GABARITO: B

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QUESTÃO 81 - DENTRAN-DF – Agente de Trânsito – 2012 –


Universa.
Acerca da Lei n.º 5.553/1968, no que se refere à apresentação e ao uso de
documento pessoal, assinale a alternativa correta.
a) A nenhuma pessoa física, assim como a nenhuma pessoa jurídica, de
direito público ou privado, é lícito reter algum documento de identificação
pessoal, exceto se apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma,
incluindo comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor,
carteira profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de
casamento, comprovante de naturalização e carteira de identidade de
estrangeiro.
b) Somente por ordem judicial ou do Ministério Público poderá ser retirado
documento de identificação pessoal, exigido em determinado ato, fora do
prazo estabelecido para devolução.
c) Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação
de documento de identificação, a pessoa responsável pela exigência fará
extrair, no prazo de até cinco dias, os dados que interessarem, devolvendo,
em seguida, o documento ao seu exibidor.
d) Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de
pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no
ato e devolvido o documento ao interessado até sua saída do local.
e) Constitui crime, punível com pena de prisão simples de um a três meses
ou com multa, a retenção de qualquer documento a que se refere essa lei.

Comentários
A única alternativa correta aqui é a letra C, nos termos do art. 2º da Lei nº
5.553/1968. A alternativa A está incorreta porque a retenção do documento de
identificação não é lícita mesmo que seja apresentado por fotocópia. A alternativa
B está incorreta porque essa retirada somente pode ocorrer por ordem judicial,
e não do MP. A alternativa D está incorreta porque a devolução nesse caso deve
dar-se imediatamente, e não no momento da saída. A alternativa E está incorreta
porque a conduta mencionada constitui contravenção penal.
GABARITO: C

QUESTÃO 82 - PM-DF – Soldado– 2013 – Fundação Universa.


Nos termos da Lei n.º 5.553/1968, a retenção injustificada de qualquer
documento de identificação pessoal
a) constitui contravenção penal.
b) constitui crime.
c) constitui infração administrativa, apenas.
d) constitui crime e infração administrativa.

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e) não constitui qualquer infração se apresentado por fotocópia autenticada.

Comentários
O art. 3º da Lei nº 5.553/1968 trata a retenção indevida de documento de
identificação como contravenção penal, inclusive se o documento for apresentado
por meio de fotocópia autenticada.
GABARITO: A

QUESTÃO 83 - TRF 2ª Região – Técnico Judiciário – 2012 – FCC.


Josimar pretende entrar em prédio público, em que é indispensável a
apresentação de documento de identidade e exibe ao funcionário
responsável sua carteira profissional. Nesse caso, o funcionário
a) poderá reter o documento, que será devolvido ao interessado prazo
máximo de dez dias.
b) deverá reter o documento do interessado durante todo o período em que
estiver no interior do prédio.
c) deverá anotar seus dados no ato e devolver imediatamente o documento
ao interessado.
d) só poderia reter o documento se Josimar tivesse apresentado fotocópia
autenticada.
e) poderá reter o documento por até oito dias, se verificar que Josimar ainda
não está cadastrado.

Comentários
A Lei nº 5.553/1968 não prevê a possibilidade de retenção do documento de
identificação como requisito para entrada em prédio público ou particular. Nesse
caso, o responsável pela identificação poderá apenas anotar os dados e deve
devolver imediatamente o documento.
GABARITO: C

QUESTÃO 84 - PC-ES – Escrivão – 2011 – Cespe.


A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito
público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de
identificação pessoal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou
pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar,
título de eleitor, carteira profissional, certidão de registro de nascimento,
certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de
identidade de estrangeiro, exceto para a prática de determinado ato em que
for exigida a apresentação de documento de identificação, ocasião em que a
pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até dez dias, os dados
que interessarem, devolvendo, em seguida, o documento ao seu exibidor.

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Comentários
A assertiva reproduz quase integralmente o teor dos arts. 1º e 2º da Lei nº
5.553/1968, exceto por um pequeno detalhe: o prazo para retenção do
documento de identificação para extração de dados é de no máximo 5 dias.
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 85 - PC-PA – Escriturário – 2013 – UEPA.


A Lei nº. 5.553, de 1968, resguarda os direitos dos cidadãos quanto à posse
de seus documentos pessoais de identificação, os quais são garantias do
exercício de direitos. Por força dessa lei:
a) é vedada a apreensão de documentos originais, porém é permitida a
retenção daqueles apresentados em fotocópias autenticadas, na medida em
que estes não possuem valor legal.
b) a retenção de documentos de identificação pessoal constituirá
contravenção penal, mas apenas quando praticada por autoridade pública,
sendo um irrelevante penal a conduta quando praticada por particular.
c) as limitações constantes da lei somente se referem a documentos que
contenham a fotografia do titular, pois apenas estes são válidos como
documentos de identificação.
d) nos termos da lei, a autoridade policial deve reter documento que, por
mau estado de conservação, torne incerta a veracidade dos dados dele
constantes, fazendo instaurar investigação sobre possível crime de uso de
documento falso.
e) é lícito condicionar a entrada de pessoas em prédios públicos à
apresentação de documento de identificação, mas o documento deve ser
imediatamente restituído após conferência ou anotação dos dados.

Comentários
A alternativa A está incorreta porque não é permitido reter documentos, ainda
que apresentados por fotocópia autenticada. A alternativa B está incorreta porque
não há diferenciação entre a contravenção praticada por agente público e por
particular. A alternativa C está incorreta porque há documentos de identificação
que não contêm fotografia, a exemplo da certidão de nascimento e do título de
eleitor. A alternativa D está incorreta porque não há previsão desse tipo de
apreensão na lei.
GABARITO: E

QUESTÃO 86 - PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


Constitui contravenção penal a retenção injustificada de qualquer documento
de identificação pessoal.

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Comentários
Exato! Cuidado, pois a banca pode tentar confundir você dizendo que se trata
de um crime.
GABARITO: CERTO

QUESTÃO 87 - PC-ES – Perito Papiloscópico – 2011 – Cespe.


Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de
pessoa em órgãos públicos, seus dados deverão ser anotados no ato e o
documento deverá ser-lhe devolvido no prazo máximo de cinco dias.

Comentários
A devolução do documento deve ser feita imediatamente!
GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 88 - POLÍCIA CIENTÍFICA – PE - Auxiliar de Perito –


2016 – Cespe.
Jorge, maior e capaz, pequeno empresário, contratou Lucas como
empregado em sua empresa e, sem justo motivo, retém em seu poder, há
já mais de cinco dias, o comprovante de quitação de Lucas com o serviço
militar.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei n.° 5.553/1968, a retenção,
sem justo motivo, do comprovante de quitação de serviço militar será
enquadrada como
a) contravenção penal punível com prisão simples ou multa.
b) crime punível com reclusão.
c) crime punível com detenção e multa.
d) crime punível com multa.
e) crime punível com detenção.

Comentários
No caso trazido pela questão, Jorge reteve o documento de Lucas por mais de 5
dias, e por isso estará configurada a contravenção penal do art. 3º.

GABARITO: A

QUESTÃO 89 - PC-AC - Agente de Polícia Civil - 2017 - IBADE.


De acordo com a Lei n° 5.553/1968, que dispõe acerca da apresentação e
uso de documento de identificação criminal, assinale a alternativa correta.
a) Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação
de documento de identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair,

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no prazo de até 10 (dez) dias, os dados que interessarem devolvendo em


seguida o documento ao seu exibidor.
b) O comprovante de naturalização e carteira de identidade de estrangeiro
não são considerados documentos de identificação pessoal englobados pela
lei.
c) Quando o documento de identidade tor indispensável para a entrada de
pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no
ato e devolvido o documento imediatamente ao interessado.
d) Constitui crime a retenção de qualquer documento de identificação
pessoal.
e) Somente por ordem da autoridade policial ou judiciária poderá ser retido
qualquer documento de identificação pessoal.

Comentários
A alternativa A está incorreta. Nos termos do art. 2º da Lei n. 5.553/1968,
quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação de
documento de identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo
de até 5 (cinco) dias, os dados que interessarem devolvendo em seguida o
documento ao seu exibidor.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 1º, a nenhuma pessoa física,
bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público ou de direito privado, é
lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que apresentado
por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de quitação
com o serviço militar, título de eleitor, carteira profissional, certidão de registro
de nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira
de identidade de estrangeiro.
A alternativa C está correta. A regra aqui é a do §2º do art. 2º, segundo o qual,
quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de pessoa
em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no ato e devolvido
o documento imediatamente ao interessado.
A alternativa D está incorreta. A conduta aqui na realidade não é um crime, mas
uma contravenção penal, prevista pelo art. 3º.
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3
(três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros
novos), a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.

A alternativa E está incorreta. Ninguém pode reter documento de identificação


pessoal, como você já está cansado de saber. A única exceção é a possibilidade
de ordem judicial prevista no §2º do art. 2º.
GABARITO: C

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QUESTÃO 90 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário –


Segurança - 2017 – FCC.
Mediante a ocorrência de uma discussão entre um cidadão e o porteiro de
um edifício, esse porteiro solicitou um documento de identificação ao cidadão
que lhe enfrentara verbalmente. O cidadão entregou-lhe uma fotocópia
autenticada de seu comprovante de quitação com o serviço militar. O
porteiro, então, reteve esse documento por 10 dias, quando o cidadão
compareceu para buscá-lo. De acordo com a Lei n° 5.553/1968, o porteiro
realizou ato
a) lícito, pois devolveu o documento em período inferior a 12 dias.
b) lícito, pois trata-se de fotocópia autenticada do documento, que pode ser
retido.
c) lícito, pois trata-se do comprovante de quitação com o serviço militar, que
pode ser retido.
d) ilícito, pois poderia ter retido o documento pelo período de até cinco dias.
e) ilícito, pois reteve um documento de identificação pessoal apresentado
por fotocópia autenticada.

Comentários
A retenção de documento apresentado por fotocópia autenticada também
constitui ato ilícito, nos termos do art. 1º da Le in. 5.553/1968. Vamos
relembrar!?
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público
ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que
apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de quitação
com o serviço militar, título de eleitor, carteira profissional, certidão de registro de
nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e carteira de identidade
de estrangeiro.

GABARITO: E

QUESTÃO 91 - DPE-RS - Técnico – Segurança – 2017 - FCC.


Denilson é um agente público que trabalha para uma secretaria de governo
de um estado, que no exercício de suas funções, em desobediência a
instruções expressas de seu superior imediato, reteve a carteira profissional
do cidadão que ele atendia, ao qual havia sido solicitado um documento de
identificação. Diante dos termos da Lei Federal n° 5.553/1968, Denilson
a) não cometeu contravenção penal, pois estava em exercício de suas
funções, a bem do serviço público, devendo apenas justificar seu ato diante
de seu superior imediato.
b) não é o responsável pela infração, vez que é preposto de pessoa jurídica.
c) cometeu uma infração, mas, por ser agente de pessoa jurídica, transfere
a responsabilidade de seu ato para seu superior imediato.

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d) cometeu contravenção penal, cuja punição envolve multa e prestação de


serviços sociais à comunidade.
e) cometeu contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 a
3 meses ou multa.

Comentários
A conduta descrita na questão constitui contravenção penal, prevista no art. 3º
da Lei n. 5.553/1968.
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3
(três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinquenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros
novos), a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei.
Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa
jurídica, considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção,
a menos que haja , pelo executante, desobediência ou inobservância de ordens ou
instruções expressas, quando, então, será este o infrator.
GABARITO: E

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6 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização de
estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos.

Administração direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, o que inclui as
empresas públicas e sociedades de
economia mista.

Empresas incorporadas ao patrimônio


público.

Entidade para cuja criação ou custeio o


Sujeitos passivos dos atos erário haja concorrido ou concorra com
mais de 50% do patrimônio ou da
de improbidade receita anual.

Entidade que receba subvenção,


benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público.

Entidade para cuja criação ou custeio o


erário haja concorrido ou concorra com
menos de 50% do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.

A Lei n° 8.429/1992 é aplicável tanto ao agente público quanto particular que,


mesmo sem ser agente público, induz ou concorre para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficia.

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Agentes políticos

Agente público, ainda que


transitoriamente ou sem Agentes estatais
remuneração.

Sujeitos ativos dos atos


de improbidade Particulares em
Terceiro que induza ou colaboração com o
concorra para a prática de poder público
ato de improbidade (deve
haver a participação de
agente público).

Apesar de algumas das condutas consideradas atos de improbidade


administrativa terem correspondência com tipos penais, os atos de improbidade
administrativa são ilícitos de natureza civil.

Importam enriquecimento ilícito


(art. 9º)

Causam prejuízo ao erário (art. 10)

Atos de Improbidade
Decorrentes de concessão e
aplicação indevida de benefício
financeiro ou tributário (art. 10-A)

Atentam contra os princípios da


Administração Pública (art. 11)

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ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM


ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão


DEFINIÇÃO do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

ROL EXEMPLIFICATIVO

I - receber, para si ou para outrem, II - perceber vantagem econômica, direta


dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer ou indireta, para facilitar a aquisição,
outra vantagem econômica, direta ou permuta ou locação de bem móvel ou
indireta, a título de comissão, percentagem, imóvel, ou a contratação de serviços pelas
gratificação ou presente de quem tenha entidades referidas no art. 1° por preço
interesse, direto ou indireto, que possa ser superior ao valor de mercado;
atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente
público;

III - perceber vantagem econômica, direta IV - utilizar, em obra ou serviço particular,


ou indireta, para facilitar a alienação, veículos, máquinas, equipamentos ou
permuta ou locação de bem público ou o material de qualquer natureza, de
fornecimento de serviço por ente estatal por propriedade ou à disposição de qualquer das
preço inferior ao valor de mercado; entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidores
públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de VI - receber vantagem econômica de


qualquer natureza, direta ou indireta, para qualquer natureza, direta ou indireta, para
tolerar a exploração ou a prática de jogos fazer declaração falsa sobre medição ou
de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de avaliação em obras públicas ou qualquer
contrabando, de usura ou de qualquer outra outro serviço, ou sobre quantidade, peso,
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal medida, qualidade ou característica de
vantagem; mercadorias ou bens fornecidos a qualquer
das entidades mencionadas no art. 1º desta
lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no VIII - aceitar emprego, comissão ou


exercício de mandato, cargo, emprego ou exercer atividade de consultoria ou
função pública, bens de qualquer natureza assessoramento para pessoa física ou
cujo valor seja desproporcional à evolução jurídica que tenha interesse suscetível de
do patrimônio ou à renda do agente público; ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do
agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para X - receber vantagem econômica de


intermediar a liberação ou aplicação de qualquer natureza, direta ou indiretamente,
verba pública de qualquer natureza; para omitir ato de ofício, providência ou
declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu XII - usar, em proveito próprio, bens,
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores rendas, verbas ou valores integrantes do
integrantes do acervo patrimonial das acervo patrimonial das entidades

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entidades mencionadas no art. 1° desta lei; mencionadas no art. 1° desta lei.

- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

- Ressarcimento integral do dano, quando houver;

- Perda da função pública;

- Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos;


COMINAÇÕES
- Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial;

- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de dez anos.

ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM


PREJUÍZO AO ERÁRIO

Qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda


DEFINIÇÃO patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei.

ROL EXEMPLIFICATIVO
II - permitir ou concorrer para que pessoa
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma
física ou jurídica privada utilize bens,
para a incorporação ao patrimônio
rendas, verbas ou valores integrantes do
particular, de pessoa física ou jurídica, de
acervo patrimonial das entidades
bens, rendas, verbas ou valores integrantes
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
do acervo patrimonial das entidades
observância das formalidades legais ou
mencionadas no art. 1º desta lei;
regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem IV - permitir ou facilitar a alienação,


como ao ente despersonalizado, ainda que permuta ou locação de bem integrante do
de fins educativos ou assistências, bens, patrimônio de qualquer das entidades
rendas, verbas ou valores do patrimônio de referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
qualquer das entidades mencionadas no art. prestação de serviço por parte delas, por
1º desta lei, sem observância das preço inferior ao de mercado;
formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta VI - realizar operação financeira sem


ou locação de bem ou serviço por preço observância das normas legais e
superior ao de mercado; regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou VIII - frustrar a licitude de processo


fiscal sem a observância das formalidades licitatório ou de processo seletivo para
legais ou regulamentares aplicáveis à celebração de parcerias com entidades sem
espécie; fins lucrativos, ou dispensá-los

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indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de X - agir negligentemente na arrecadação de


despesas não autorizadas em lei ou tributo ou renda, bem como no que diz
regulamento; respeito à conservação do patrimônio
público;

XI - liberar verba pública sem a estrita XII - permitir, facilitar ou concorrer para
observância das normas pertinentes ou que terceiro se enriqueça ilicitamente;
influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou XIV – celebrar contrato ou outro


serviço particular, veículos, máquinas, instrumento que tenha por objeto a
equipamentos ou material de qualquer prestação de serviços públicos por meio da
natureza, de propriedade ou à disposição de gestão associada sem observar as
qualquer das entidades mencionadas no art. formalidades previstas na lei;
1° desta lei, bem como o trabalho de
servidor público, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades.

XV – celebrar contrato de rateio de XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer


consórcio público sem suficiente e prévia forma, para a incorporação, ao patrimônio
dotação orçamentária, ou sem observar as particular de pessoa física ou jurídica, de
formalidades previstas na lei. bens, rendas, verbas ou valores públicos
transferidos pela administração pública a
entidades privadas mediante celebração de
parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

XVII - permitir ou concorrer para que XVIII - celebrar parcerias da administração


pessoa física ou jurídica privada utilize bens, pública com entidades privadas sem a
rendas, verbas ou valores públicos observância das formalidades legais ou
transferidos pela administração pública a regulamentares aplicáveis à espécie;
entidade privada mediante celebração de
parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

XIX - agir negligentemente na celebração, XX - liberar recursos de parcerias firmadas


fiscalização e análise das prestações de pela administração pública com entidades
contas de parcerias firmadas pela privadas sem a estrita observância das
administração pública com entidades normas pertinentes ou influir de qualquer
privadas; forma para a sua aplicação irregular.

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas


pela administração pública com entidades
privadas sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer
forma para a sua aplicação irregular.

PENALIDADES - Ressarcimento integral do dano;


APLICÁVEIS
- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,

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se concorrer esta circunstância;

- Perda da função pública;

- Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;

- Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano;

- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos.

ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DECORRENTES DE


CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO
FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO
Qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
DEFINIÇÃO
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31
de julho de 2003.

A Lei Complementar n. 116/2003 trata do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza


(ISS)
Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
é de 2% (dois por cento).
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou
benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou
de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte,
direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da
aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a
que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei
Complementar.

- Perda da função pública;

PENALIDADES - Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;


APLICÁVEIS
- Multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
concedido.

ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA


OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
DEFINIÇÃO
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições.

ROL EXEMPLIFICATIVO

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I - praticar ato visando fim proibido em lei II - retardar ou deixar de praticar,


ou regulamento ou diverso daquele indevidamente, ato de ofício;
previsto, na regra de competência;

III - revelar fato ou circunstância de que IV - negar publicidade aos atos oficiais;
tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo;

V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja


obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao VIII - descumprir as normas relativas à


conhecimento de terceiro, antes da celebração, fiscalização e aprovação de
respectiva divulgação oficial, teor de medida contas de parcerias firmadas pela
política ou econômica capaz de afetar o administração pública com entidades
preço de mercadoria, bem ou serviço. privadas.

IX - deixar de cumprir a exigência de


requisitos de acessibilidade previstos na
legislação.

- Ressarcimento integral do dano, se houver;

- Perda da função pública;

- Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;


PENALIDADES
- Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
APLICÁVEIS
percebida pelo agente;

- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios


ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.

Os atos que importam enriquecimento ilícito e os que atentam contra os


princípios da administração pública exigem DOLO para serem
caracterizados, enquanto os atos de improbidade que causam prejuízo ao
erário poderiam se consumar por meio de CULPA.

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PROCESSO JUDICIAL

Qualquer pessoa poderá representar à A ação de improbidade administrativa pode


autoridade administrativa competente ser proposta pelo Ministério Público ou
para que seja instaurada investigação pela pessoa jurídica interessada.
destinada a apurar a prática de ato de
improbidade.

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Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de
função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares
puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo
ou emprego.

A interceptação de comunicações telefônicas dependerá de ordem do juiz


competente da ação principal, sob segredo de justiça

A interceptação telefônica só será autorizada quando estiverem presentes as


seguintes circunstâncias:
- Indícios razoáveis de autoria ou participação do investigado;
- Não houver outros meios disponíveis para produzir a prova;
- O crime investigado for punível com pena de reclusão.

A interceptação telefônica não poderá exceder o prazo de quinze dias,


renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio
de prova. A Jurisprudência do STJ é no sentido de que a renovação pode ser
feita mais de uma vez, desde que seja comprovada a necessidade.

A interceptação telefônica ilegal é crime, mas se uma pessoa grava uma conversa
da qual é interlocutor, não há ilícito penal.

Captação da comunicação telefônica


INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA alheia por terceiro, sem o
conhecimento dos comunicadores.

Captação da comunicação
telefônica por terceiro, com o
ESCUTA TELEFÔNICA conhecimento de um dos
comunicadores e
desconhecimento do outro.

Gravação da comunicação por um


GRAVAÇÃO TELEFÔNICA dos comunicadores
(autogravação). É feita sem o
conhecimento do outro, por isso

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clandestina;

Captação da comunicação no
próprio ambiente, por terceiro,
INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL
sem conhecimento dos
comunicadores

Captação da comunicação, no
ambiente dela, feita por terceiro,
ESCUTA AMBIENTAL
com o consentimento de um dos
comunicadores;

Captação no ambiente da
comunicação feita por um dos
GRAVAÇÃO AMBIENTAL
comunicadores (com gravador ou
câmeras).

A regra geral é a proibição de retenção de documentos de identificação, mesmo


quando apresentados em cópia autenticada. É possível, porém, a retenção por
até 5 dias para extração de dados, quando for exigida a identificação para a
realização de determinado ato.

7 - Jurisprudência pertinente

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.


COMPETÊNCIA DO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU PARA JULGAMENTO DE AÇÃO CIVIL
PÚBLICA CONTRA PREFEITO MUNICIPAL POR ATO DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 10.628/2002.
ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
STF - RE 444042/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, j. 25.09.2012, 2ª Turma, DJe 15.10.2012

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR


ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PREFEITO. APLICAÇÃO DA LEI N. 8.429/92 E
DO DECRETO N. 201/67 DE FORMA CONCOMITANTE. ATO IMPROBO QUE TAMBÉM PODE
CONFIGURAR CRIME FUNCIONAL. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. JUÍZO SINGULAR CÍVEL
E TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INAPLICABILIDADE DO PRECEDENTE DO STF (RECLAMAÇÃO N.
2.138/RJ) IN CASU.
[...]
3. A responsabilidade do prefeito pode ser repartida em quatro esferas: civil, administrativa,
política e penal. O código Penal define sua responsabilidade penal funcional de agente
público. Enquanto que o Decreto-Lei n. 201/67 versa sua responsabilidade por delitos
funcionais (art. 1º) e por infrações político-administrativas (art. 4º). Já a Lei n. 8.429/92
prevê sanções civis e políticas para os atos improbos. Sucede que, invariavelmente,

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algumas condutas encaixar-se-ão em mais de um dos diplomas citados, ou até mesmo nos
três, e invadirão mais de uma espécie de responsabilização do prefeito, conforme for o caso.
4. A Lei n. 8.492/92, em seu art. 12, estabelece que "Independentemente das sanções
penais, civis e administrativas, previstas na legislação específica, está o responsável pelo
ato de improbidade sujeito" [...] a penas como suspensão dos direitos políticos, perda da
função pública, indisponibilidade de bens e obrigação de ressarcir o erário e denota que o
ato improbo pode adentrar na seara criminal a resultar reprimenda dessa natureza.
5. O bis in idem não está configurado, pois a sanção criminal, subjacente ao art. 1º do
Decreto-Lei n. 201/67, não repercute na órbita das sanções civis e políticas relativas à Lei
de Improbidade Administrativa, de modo que são independentes entre si e demandam o
ajuizamento de ações cuja competência é distinta, seja em decorrência da matéria (criminal
e civil), seja por conta do grau de hierarquia (Tribunal de Justiça e juízo singular).
6. O precedente do egrégio STF, relativo à Rcl n. 2.138/RJ, cujo relator para acórdão foi o
culto Ministro Gilmar Mendes , no sentido de que "Se a competência para processar e julgar
a ação de improbidade pudesse abranger também atos praticados pelos agentes políticos,
submetidos a regime de responsabilidade especial, ter-se-ia uma interpretação ab-rogante
do disposto no art. 102, I, c, da Constituição", não incide no caso em foco em razão das
diferenças amazônicas entre eles.
[...]
STJ – Resp 1066772/MS, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, j. 25.08.2009, 1ª Turma, DJe
03.09.2009.

PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. A ação de


improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda
que proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes
de responsabilidade. Reclamação improcedente.
STJ - Rcl 12514/MT, Rel. Min. ARI PARGENDLER, j. 13.03.2014, Corte Especial, DJe
21.03.2014.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. APLICAÇÃO DO


PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. CAUTELAR DE INDISPONIBILIDADE DOS BENS DO PROMOVIDO.
DECRETAÇÃO. REQUISITOS. EXEGESE DO ART. 7º DA LEI N. 8.429/1992, QUANTO AO
PERICULUM IN MORA PRESUMIDO. MATÉRIA PACIFICADA PELA COLENDA PRIMEIRA
SEÇÃO.
1. Tratam os autos de ação civil pública promovida pelo Ministério Público Federal contra o
ora recorrido, em virtude de imputação de atos de improbidade administrativa (Lei n.
8.429/1992).
2. Em questão está a exegese do art. 7º da Lei n. 8.429/1992 e a possibilidade de o juízo
decretar, cautelarmente, a indisponibilidade de bens do demandado quando presentes
fortes indícios de responsabilidade pela prática de ato ímprobo que cause dano ao Erário.
[...]
REsp 1.366.721/BA, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, j. 26.02.2014.

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ADMINISTRATIVO. ATO DE IMPROBIDADE. AQUISIÇÃO DE CAMINHÃO PELAPREFEITURA.


PAGAMENTO EFETUADO. VEÍCULO ALIENADO FIDUCIARIAMENTE EPENHORADO. REGISTRO
EM NOME DO MUNICÍPIO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 10DA LEI 8.429/92. OCORRÊNCIA DE
DANO AO ERÁRIO. CULPA DA EX-PREFEITA.NEGLIGÊNCIA. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina em
face da ex-Prefeita do Município de Bocaina do Sul, por supostos atos de improbidade
administrativa, decorrentes de irregularidades em procedimentos licitatórios.
2. A conduta reconhecida como ímproba decorre da aquisição de um caminhão de carga
pela prefeitura, no valor de R$ 66.000,00, que, contudo, estava alienado fiduciariamente à
OMNI Local S/A., e, ainda, penhorado pelo Banco do Brasil, impossibilitando o respectivo
registro em nome do município.
3. O ato de improbidade administrativa previsto no art. 10 da Lei nº 8.429/92
exige a comprovação do dano ao erário e a existência de dolo ou culpa do agente.
Precedente: EREsp 479.812/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe 27.09.10.
4. O acórdão recorrido considerou evidenciada a atuação negligente da gestora pública, ao
autorizar o pagamento de um bem sem avaliar a existência de gravames que
impossibilitaram a transferência da propriedade. Nesse contexto, tem-se que a prefeita
municipal descumpriu com o dever de zelo com a coisa pública, pois efetuou a despesa sem
tomar a mínima cautela de aferir que o automóvel estava alienado fiduciariamente, bem
como penhorado à instituição financeira. Por outro lado, o dano ao erário está caracterizado
pela impossibilidade de se transferir o bem para o patrimônio municipal. In casu, estão
presentes os elementos necessários à configuração do ato de improbidade.5. Recurso
especial não provido.
STJ - REsp 1151884/SC, Rel. Min. CASTRO MEIRA, j. 15.05.2012, 2ª Turma, DJe
25.05.2012.

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ASSÉDIO DE


PROFESSOR DA REDE PÚBLICA. PROVA TESTEMUNHAL SUFICIENTE. VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA
282/STF. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DA EXCELSA CORTE. DOLO DO
AGENTE. ATO ÍMPROBO. CARACTERIZAÇÃO.
1. Cinge-se a questão dos autos a possibilidade de prática de assédio sexual como
sendo ato de improbidade administrativa previsto no caput do art. 11 da Lei n.
8.429/1992, praticado por professor da rede pública de ensino, o qual fora
condenado pelas instâncias ordinárias à perda da função pública.
2. A tese inerente à atipicidade da conduta em razão da inexistência de nexo causal entre
o ato e a atividade de educador exercida pelo Professo não foi abordada pelo Corte de
origem, o que atrai a incidência da Súmula 282 do STF.
3. O recorrente também tratou de questão constitucional, qual seja, a dignidade da pessoa
humana, matéria que refoge da competência desta Corte Superior, sob pena de usurpação
da competência do Supremo Tribunal Federal.
4. É firme a orientação no sentido da imprescindibilidade de dolo nos atos de
improbidade administrativa por violação a princípio, conforme previstos no caput
do art. 11 da Lei n. 8.429/1992 - o que foi claramente demonstrado no caso dos
autos, porquanto o professor atuou com dolo no sentido de assediar suas alunas
e obter vantagem indevida em função do cargo que ocupava, o que subverte os
valores fundamentais da sociedade e corrói sua estrutura.
5. O recurso não pode ser conhecido em relação à alínea c do permissivo constitucional,
porquanto o recorrente não demonstrou suficientemente a divergência, o que atrai, por

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analogia, a incidência da Súmula 284/STF. Recurso especial conhecido em parte e


improvido.
STJ - REsp 1255120/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, j. 21.05.2013, 2ª Turma, DJe
28.05.2013.

CRIME ACHADO E JUSTA CAUSA.


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, por maioria, indeferiu ordem de “habeas
corpus” em que se discutia a ilicitude de provas colhidas mediante interceptação telefônica
durante investigação voltada a apurar delito de tráfico internacional de drogas.
HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
13.6.2017. Informativo STF 869.

DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO


JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL.
Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização judicial, ainda que
haja posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como escuta
telefônica e utilizada como prova em processo penal. A interceptação telefônica é a
captação de conversa feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que
depende de ordem judicial, nos termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela
Lei n. 9.296/1996. A ausência de autorização judicial para captação da conversa macula a
validade do material como prova para processo penal. A escuta telefônica é a captação
de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de apenas um dos interlocutores. A
gravação telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento
ou a ciência do outro.
A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido
estrito, não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender do caso
concreto, como prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos diálogos gravados
de forma clandestina ter consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos
não tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha ciência do
artifício que foi implementado pelo responsável pela interceptação, não se podendo afirmar,
portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas pelo telefone interceptado. Não
existindo prévia autorização judicial, tampouco configurada a hipótese de gravação de
comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores tinha ciência de tal artifício no
momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração de nulidade da prova,
para que não surta efeitos na ação penal.
Precedente citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge
Mussi, julgado em 27/11/2012.

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8 - Legislação aplicável
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos


agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta
ou fundacional e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,


servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios,
de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para
cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma
desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção,
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos
cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados


a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

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Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa


ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou


terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou


ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável
pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens
do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo


recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o
acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se


enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor
da herança.

CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa

Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento
Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou


qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a


aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de
serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de
mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a


alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por
ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,


equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição

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de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho
de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,


para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou
aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,


para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,


emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou


assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de
ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou


aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou


indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas


ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes


do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao


patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou

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valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º


desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize


bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,


ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante


do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda
a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço


por preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e


regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das


formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para


celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou


regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no


que diz respeito à conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes


ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça


ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,


máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como
o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades.

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XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a


prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia


dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao


patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública
a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas


sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das


prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com
entidades privadas;

XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com


entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir
de qualquer forma para a sua aplicação irregular.

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com


entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir
de qualquer forma para a sua aplicação irregular.

Seção II-A
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou
Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou


omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº
116, de 31 de julho de 2003.

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Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os


princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso


daquele previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das


atribuições e que deva permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da


respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação


de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades
privadas.

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos


na legislação.

CAPÍTULO III
Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente


ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,

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direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens


ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,


perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida
pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três
anos.

IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão


dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)
vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido
pelo agente.

CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à


apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio
privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,


títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado
no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos
e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o


agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem


prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

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§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual


de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as
necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste
artigo.

CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa


competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática
de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada,


conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria
e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho


fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste
artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos
do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a


imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os
respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e


ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo
para apurar a prática de ato de improbidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas


poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o
procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão


representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira
ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro
que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto


nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o


bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo
indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

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Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o


caput.

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias


à complementação do ressarcimento do patrimônio público.

§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público,


aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de
junho de 1965.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará


obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as


ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto.

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham


indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões
fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a
18 do Código de Processo Civil.

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará


a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá
ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão


fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de
improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar


contestação.

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de


instrumento.

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação


de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos


regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo
Penal.

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§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica


interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária de
que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de
julho de 2003.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano
ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou
a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada
pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra


agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a


indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver
provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só


se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá


determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à
instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena


de ressarcimento;

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou


pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público,
de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante
representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar
a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII
Da Prescrição

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Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei
podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em


comissão ou de função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas


disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da


prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art.
1o desta Lei.

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957,


e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.

Regulamenta o inciso XII, parte


final, do art. 5° da Constituição
Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para


prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o
disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal,
sob segredo de justiça.

Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de


comunicações em sistemas de informática e telemática.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando


ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.

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Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação
objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados,
salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada


pelo juiz, de ofício ou a requerimento:

I - da autoridade policial, na investigação criminal;

II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução


processual penal.

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a


demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal,
com indicação dos meios a serem empregados.

§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado


verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a
termo.

§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também


a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do
meio de prova.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de


interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua
realização.

§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada,


será determinada a sua transcrição.

§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da


interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter
o resumo das operações realizadas.

§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° ,


ciente o Ministério Público.

Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade


policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de
serviço público.

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza,


ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do

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processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e


transcrições respectivas.

Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes


do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de
Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho
decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial,
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de
requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público,


sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de


informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização
judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

LEI Nº 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968.

Dispõe sobre a apresentação e uso de


documentos de identificação pessoal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito
público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação
pessoal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma,
inclusive comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, carteira
profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de casamento,
comprovante de naturalização e carteira de identidade de estrangeiro.

Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação


de documento de identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no
prazo de até 5 (cinco) dias, os dados que interessarem devolvendo em seguida o
documento ao seu exibidor.

§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial poderá
ser retido qualquer documento de identificação pessoal.

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§ 2º - Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de


pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no ato e
devolvido o documento imediatamente ao interessado.

Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1


(um) a 3 (três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinqüenta centavos) a NCR$ 3,00
(três cruzeiros novos), a retenção de qualquer documento a que se refere esta
Lei.

Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de


pessoa jurídica, considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato que
ensejou a retenção, a menos que haja , pelo executante, desobediência ou
inobservância de ordens ou instruções expressas, quando, então, será este o
infrator.

Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei dentro do prazo de 60


(sessenta) dias, a contar da data de sua publicação.

Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

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9 - Considerações Finais
Caro amigo, chegamos ao final de mais uma aula! Se tiver ficado alguma dúvida
por favor me procure no fórum. Estou também disponível no e-mail e nas redes
sociais.
Grande abraço!

Paulo Guimarães

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