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Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde- FACES

Curso de Psicologia

Curso: Período: Turma Menção:


:
Disciplina RA:
Professora Data:
Aluno (a):

INSTRUÇÕES - 4º AVALIAÇÃO

Vocês são psicólogos que vão atuar pelo NASF, junto a assistentes
sociais, nutricionistas, psiquiatras e educadores físicos, na
implementação de políticas públicas, em município do interior da
Bahia.

Considerando a política pública que você trabalhou na atividade da


mesa redonda, construa em grupo estratégias para as seguintes
diretrizes:

A) O NASF se reúne pela primeira vez com os gestores do município.


Apresente uma proposta para trabalhar esta primeira reunião.
B) O NASF se reúne pela primeira vez com a ESF. Apresente uma
proposta para ser trabalhada nesta primeira reunião.
C) Escolha uma primeira temática para ser trabalhada com as
equipes da ESF. A partir daí descreva: uma proposta para
trabalhar esta temática com a equipe.
D) Depois do matriciamento junto a esta equipe, após 6 meses de
trabalho, será realizada uma grande atividade com a participação
da comunidade. Descreva, considerando a temática escolhida,
uma possível estratégia de trabalho envolvendo NASF, ESF e
Comunidade.

OBS: Esta atividade deve ser realizada por grupos de 4 a 5 pessoas.

Você pode fazer sozinho se quiser.

A entrega deve ser no dia 28/11, no horário da aula para a professora,


com assinatura de entrega.

Não serão aceitos trabalhos via e-mail ou deixados no escaninho!!

A presença do aluno é obrigatória na entrega!!!


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Curso de Psicologia

No dia da reunião com os gestores, é importante procurar saber a quantidade de verba


disponível para a realização de atividades e qual o engajamento dos gestores com a problemática da
comunidade. Posteriormente, procuramos saber qual são as principais demandas em relação aos
homens que fazem uso dos serviços de saúde daquela unidade básica de saúde, bem como seus
profissionais que ali atuam. Conhecer os profissionais que compõem a ESF é fundamental para que
a equipe do NASF tenha esse conhecimento sobre o que pode e/ou deve ser trabalhado, visto que o
trabalho da ESF na comunidade deve ser feito baseado em suas habilidades e competências. Com
relação aos usuários, é importante um mapeamento da frequência e tipo de uso, bem como dados
sociodemográficos, como idade, escolaridade, situação social e empregabilidade. Com essas
informações em mãos, foi possível ter uma noção do perfil dos usuários, bem como suas
necessidades mais correntes.
Identificamos que os usuários mais frequentes da UBS eram 17 homens, estavam na faixa
de 22-60 anos, e, em sua grande maioria, possuíam pelo menos o ensino fundamental completo; na
maior parte não se encontravam em situação de urgência social, ou seja, não estavam em situação
de rua, apesar de haver alguns casos de imigrantes, o que configura uma certa marginalização social.
Quanto às suas demandas, percebemos que apenas dois dos usuários frequentavam a UBS por
motivos de exames de rotina, enquanto os outros 15 se dividiram igualmente entre aqueles que nunca
haviam procurado o serviço durante a vida adulta, os que procuraram o serviço por diversas causas
que não a sexualidade, e os que procuraram o centro de saúde por causa de questões sexuais.
Quando da primeira reunião com a ESF, procuramos entender a concepção que têm da
comunidade onde atuam, a percepção que tem das queixas dos homens que usam o serviço, bem
como o porquê de alguns deles nunca tiverem feito uso desse serviço, e, por fim, qual era o perfil
das queixas sexuais. Esses tipos de informações são importantes para tivéssemos acesso não
necessariamente aos dados, mas sim às atitudes e preconceitos que pudessem existir por parte da
equipe em relação aos usuários.
Escolhida a temática da sexualidade, pois ela é uma demanda que a maioria dos homens,
segundo relato da equipe, se sente mais confortável em conversar com um urologista do que com os
profissionais da UBS, colhemos os dados sobre as orientações sexuais desses 17 homens; três se
identificaram como homossexuais, e 14 se identificaram como heterossexuais. A partir daí,
procuramos conscientizar a ESF com relação à diversidade sexual, e, sabendo que o pensamento
tanto do senso comum, como o da ciência médica tende acompanhar o determinismo biológico de
gênero e sexualidade, propusemos atividades onde a equipe se sentisse confortável em compartilhar
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suas concepções sobre o tema, para que, se estas se revelassem deterministas ou acompanhadas de
preconceitos de cunho moral ou religioso, pudéssemos desconstruir essas ideias, apresentando uma
visão da sexualidade humana como construída social e culturalmente. Discutimos também sobre
questões relacionadas ao machismo, sexismo, masculinidades tóxicas e hegemônicas e seus
impactos na saúde física, psicológica e principalmente sexual dos usuários.
Após esse trabalho de matriciamento, e de seis meses passados depois deste, propomos um
evento de maior porte, por meio do qual cada usuário possa desenvolver trabalhos artísticos que
representem sua relação com sua sexualidade, com a sexualidade de outros, e como as diferentes
masculinidades estão representadas dentro de si; além disso, propomos rodas de conversa onde estes
temas de machismo, sexualidade masculina, vaidade masculina, a relação sexualidade-velhice
possam ser discutidos entre os usuários e mesmo outras pessoas da comunidade. Por fim, propomos
uma atividade de plantão psicológico, na qual possa ser reservado um espaço, seja dentro do centro
de saúde, ou mesmo ao ar livre, em um local mais afastado que exista certa privacidade, onde os
psicólogos possam se fazer disponíveis para atendimentos urgenciais e emergenciais sobre conflitos
e sofrimentos psíquicos que esses homens possam estar passando.

THOMAZIN, Rodrigo Veronese. Homens e a atenção primária à saúde: as identidades


masculinas e as necessidades em saúde relacionadas à sexualidade na Atenção Primária à Saúde.
2013. 146f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva). Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo. Curso de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. São Paulo. 2013

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