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2 DIMENSÃO METODOLÓGICA DA PESQUISA

A pesquisa desenvolvida neste trabalho pode ser caracterizada quanto à


abordagem como pesquisa qualitativa.
Desta forma, está tipologia faz análises a partir da utilização de outros
parâmetros que não seja a quantificação ou a produção de dados estatísticos, mas
deseja compreender os fenômenos a partir da análise dos setores da sociedade,
instituições e entre outros. A investigação em moldes qualitativos sai em defesa que
para se compreender uma situação-problema faz-se necessário ter uma gama de
instrumentos metodológicos que deem conta das especificidades dos campos do
conhecimento, assim, desvinculando-se dos aparatos tecnológicos vinculados ao
positivismo.

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica,


mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de
uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem
qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo único de
pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua
especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os
pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo
da vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem
permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa
(GOLDENBERG, 1997, p. 34 apud SILVEIRA & CÓRDOVA, 2009, p. 31-
32).

De acordo com Triviños (1987) citado por Oliveira (2011, p. 24) expõe o viés
qualitativo da produção científica tem como foco produzir uma análise a partir das
informações coletas, sendo estas importante contribuintes para se fazer a análise de
uma determinada situação que está inserida dentro de uma conjuntura específica.
Portanto, a abordagem qualitativa tem como primazia refletir sobre a essencialidade
de um acontecimento, desta maneira tentando explicar sua razão de ser.
Quanto aos objetivos, esta produção acadêmica se intitula como exploratória.
Segundo Gil (2007) apud Silveira & Córdova (2009, p. 35) a análise de cunho
exploratório tem como finalidade familiarizar o pesquisador com a problemática
existente, assim, objetiva explicitar a situação-problema para que facilite a
construção das situações hipotéticas possíveis. No grande número dos casos de
pesquisas exploratórias se faz a busca por bibliografias que versem sobre a temática
discutida, a realização de interlocuções com os sujeitos que participarão da
investigação que fazem parte do lócuo que será objeto da produção científica e
averiguar exemplificações a respeito do que está sendo investigado.
Desta maneira, a análise exploratória encontra-se num estágio inicial, assim,
tendo como papel viabilizar a produção de dados sobre o tema norteador da
pesquisa, consequentemente, contribuindo para uma estruturação da proposta que
servirá para o estudo com o intuito de definir e delinear os aspectos relevantes da
investigação, como por exemplo, delimitar com mais exatidão a perspectiva temática
que será investigada, direcionar a estruturação das intenções e dos aspectos
hipotéticos ou propiciar o surgimento de novos enfoques para a discussão
pretendida. Deste modo, assume um caráter bibliográfico ou análises bem
específicas.

Quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade


proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar,
possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a
delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a
formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o
assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas bibliográficas e estudos
de caso. (PRODANOV & FREITAS, 2013, p. 51-52)

Com relação aos procedimentos a presente pesquisa é caracterizada como


bibliográfica, documental e participante na modalidade de pesquisa-ação. Ela se
classifica como de cunho bibliográfico, em virtude da necessidade de se fazer aporte
de produções teóricas para se articular as discussões sobre a temática trabalhada,
quanto ao enfoque documental, este se dar devido a ter se feito uso de documentos
municipais de Santaluz que tratam sobre a organização da Educação de Jovens e
Adultos nesta respectiva área munícipe e, por fim sua ótica participativa se dar por
ser uma investigação feita com enfoque na participação coletiva do pesquisador e
dos atores participantes, sendo que as atividades são desenvolvidas e pensadas
coletivamente.
A investigação de cunho bibliográfico, conforme Fonseca (2002, p. 32)
referenciado por Silveira e Córdova (2009, p. 37) se faz uma pesquisa sobre os
referenciais bibliográficos que nortearão a pesquisa desenvolvida. Assim, é o ponto
de partida de qualquer produção acadêmica, logo, possibilitando a quem realiza a
pesquisa adquirir conhecimentos sobre o que pretende investigar. Desta forma, há
produções científicas que se realizam somente a partir desta perspectiva, portanto,
buscando produções teóricas que versem sobre o tema analisado e que deem conta
de responder ao problema que necessita se dar conta.
O enfoque de investigação na análise de documentos, devido a sua
similaridade com a pesquisa bibliográfica contribui para que se pense que a
pesquisa bibliográfica e a documental possam ser concebidas como sendo as
mesmas modalidades de forma errônea, como aponta Prodanov & Freitas (2013, p.
55).
Em contrapartida, Gil (2008) citado por Prodanov & Freitas (2013, p. 55)
dialoga que o que diferencia estas duas tipologias investigativas remete-se as
referências usadas para se fazer às análises. A abordagem de cunho bibliográfico
usa como aporte para construção de problematizações produções teóricas que
versam sobre o tema específico, enquanto na pesquisa documental o embasamento
se dar a partir de documentações que ainda não passaram por uma análise, mas
que podem ser recompostos, assim, dependendo das intenções da investigação,
como por exemplo, documentos oficiais, jornais, revistas e entre outros.
Quanto à pesquisa participante, no âmbito do trabalho ela é desenvolvida a
partir da perspectiva de pesquisa-ação. De acordo com Silveira & Córdova (2009, p.
40) está é concebida como sendo um enfoque de análise, onde quem está
pesquisando se envolve e se identifica com os sujeitos participantes.
Fonseca (2002) aludido por Silveira & Córdova (2009, p. 40) aponta que a
ótica participativa de investigação foi postulada por Bronislaw Malinowski onde a
partir da interação com sujeitos que moravam num determinado arquipélago
construiu interações com estes, por conseguinte, conhecendo o idioma destes e
fazia observações do seu cotidiano.
Diante do exposto por Gajardo (1984, p. 16) quanto ao entendimento sobre
pesquisa participante, a autora elucida que elas emergem resultante da necessidade
de organização comunitária que surge nos anos 1980, assim, os aparatos
metodológicos com esse viés com intuito de trazer contribuições significativas,
principalmente no âmbito das ciências sociais e educacionais.
A respectiva pesquisadora supracitada anteriormente compreende que a
pesquisa participante vem trazer contributos bastante importantes no cenário das
análises científicas no contexto educacional. Desta forma, dialoga que instrumentos
metodológicos com enfoque participativo viabilizou com que as classes sociais
menos favorecidas tivessem a oportunidade de construir um entendimento sobre as
relações sociais complexas que envolvem momento histórico que atravessavam.
Portanto, afirma que a pesquisa participante tem se empenhado em refletir
sobre as articulações que se constroem em sociedade e as interações sociais que
se constituíram neste âmbito. Além disso, potencializa a aquisição de entendimento
por parte das classes sociais menos favorecidas e, em contrapartida o
fortalecimento do estágio organizativo destas.
A investigação participativa se constitui de um ponto de vista teórico e como
uma tipologia metodológica nos anos 1980, inclusive tentando dar conta de discutir
as conjunturas sociais complexas que se materializavam no âmbito da matriz social
dos países da América Latina devido a estruturação de aspectos da economia e da
política que constituíam lógicas de desigualdade e exclusão.

A pesquisa participante surge, conceitual e metodologicamente, no início da


década de oitenta, quando a realidade de um número importante de
sociedades latino-americanas se caracteriza pela presença de regimes
autoritários e modelos de desenvolvimento manifestamente excludentes, no
aspecto político, e concentradores, no aspecto econômico. (GAJARDO,
1984, p. 39)

No plano da pesquisa participante, a pesquisa-ação, se configura como um


viés metodológico bastante significativo e que traz inúmeras contribuições relevantes
tanto para o pesquisador como para os atores/participantes, assim, possibilitando
elevar o grau sinérgico desta parceria.
De acordo com El Andaloussi (2004, p. 7), no cenário brasileiro esta tipologia
metodológica que possui diversos vieses tem um amplo respaldo devido ao trabalho
de importantes pesquisadores que se apropriaram da pesquisa-ação para
desenvolver seus trabalhos, como por exemplo, Paulo Freire e entre outros
importantes nomes da educação do país e, além de outros cientistas sociais e
especialistas de demais campos do saber.
Deste modo, a pesquisa-ação é compreendida como uma modalidade
investigativa no contexto societário, onde a pesquisa se constitui a partir da
estipulação de atividades ou com a proposição de práticas que possibilitem resolver
uma problemática inserida em uma realidade específica, assim, é importante frisar
que o investigador e os sujeitos que participam da proposta se envolvem de maneira
cooperativa e participativa.

A pesquisa ação é um tipo de investigação social com base empírica que é


concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a
resolução de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos
de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT, 1988 apud SILVEIRA &
CÓRDOVA)

Conforme Prodanov & Freitas (2013, p. 66) dialoga que este viés
metodológico não tem como finalidade adquirir informações para que estas sejam
guardadas, mas cria possibilidades que quem investiga possa ter uma atuação
participante e dinâmica para com o seu objetivo de investigação.
A pesquisa-ação tem a intencionalidade de diagnosticar situações-problema
dentro de uma determinada realidade que está sendo pesquisada, além disso,
prioriza a definição de um plano de execução com o intuito de solucionar questões
problemáticas e conduzir os efeitos alcançados. Em contrapartida, esta metodologia
de investigação tem como intencionalidade articular as abordagens teóricas que
norteiam a análise e viabiliza ao cientista desenvolver uma intervenção na realidade
do contexto investigado, segundo Oliveira (2011, p. 42)
O instrumento de análise na pesquisa é uma conjuntura societária e não um
grupo de elementos que estão dissociados, assim, não há a possiblidade de a
situação problema ser analisada isoladamente. Diante disso, as informações obtidas
não possuem uma significância em si mesma, mas contribuem para a construção de
ação que leve a provocar mudanças dentro de uma realidade específica. Portanto, o
pesquisador assume outro papel dentro desta lógica investigativa, isto é, constrói
uma relação dialógica e participante com os atores que participam do processo de
investigação, assim, esta articulação possibilita ao cientista ressignificar seus
conhecimentos e refletir e propor mudanças em uma determinada conjuntura social.

O objeto da pesquisa-ação é uma situação social situada em conjunto e não


um conjunto de variáveis isoladas que se poderiam analisar
independentemente do resto. Os dados recolhidos no decurso do trabalho
não têm valor significativo em si, interessando enquanto elementos de um
processo de mudança social. O investigador abandona o papel de
observador em proveito de uma atitude participativa e de uma relação
sujeito a sujeito com os outros parceiros. O pesquisador quando participa na
ação traz consigo uma série de conhecimentos que serão o substrato para a
realização da sua análise reflexiva sobre a realidade e os elementos que a
integram. A reflexão sobre a prática implica em modificações no
conhecimento do pesquisador (FONSECA 2002, p. 35 apud SILVEIRA &
CÓRDOVA, 2009, p. 40).

A relevância deste respectivo instrumento metodológico está em propiciar que


as pessoas envolvidas na investigação possam desenvolver a reflexão, discutir,
decidir e agir sobre as situações-problemas que as cercam, de acordo com as
problematizações de Adelman (1993) aludido por El Andaloussi (2004, p. 75)
Por outro lado, cabe ao cientista assumir uma função bastante relevante na
execução das ações procedimentais neste âmbito metodológico, assim, analisando
e refletindo sobre as consequências alcançadas, porém não possui o poder
decisório com exclusividade, conforme aponta Thiollent (2002 apud Dionne, 2007, p.
12)
De acordo com El Andaloussi (2004, p. 75-76) existem algumas tipologias de
pesquisa-ação, sendo elas: a ação pesquisa diagnóstica, ação pesquisa
participativa, a ação pesquisa empírica e a ação pesquisa experimental.
A ação pesquisa diagnóstica, segundo o autor visa desenvolver um
planejamento para executar ações a partir do surgimento de uma situação-problema,
assim, remete-se a um diagnóstico de uma problemática e de propor práticas e
ações para que se possa resolver as dificuldades evidenciadas.
No que diz respeito à ação pesquisa participativa, esta a implicação dos
sujeitos participantes da investigação participem ativamente do desenvolvimento da
pesquisa. Assim, esta tipologia possibilita com que os atores/ participantes
participem da estruturação de todas as etapas da intervenção e contribuam com
ressignificações nesta. Portanto, levanta possibilidades para a resolução de
complicações específicas e que se materializam especificamente em contextos
comunitários.
A ação pesquisa empírica tem o intuito de notificar o que foi vivenciado a
partir de uma determinada realidade a partir da execução de ações e práticas que
desenvolvem no dia a dia do desenvolvimento de uma pesquisa.
Por último, a ação pesquisa experimental, tem como objetivo fiscalizar a
eficiência dos instrumentos metodológicos que orientam a investigação, deste modo
contribui exponencialmente para a construção de saberes, consequentemente,
contribuindo para a criação de situações hipotéticas, porém possui algumas
dificuldades, no que concerne a sua implementação.
Thiollent (2002) referenciado por Dionne (2007, p. 14) elucida que a finalidade
da pesquisa-ação tem a intencionalidade de construir saberes que são demandados
e, simultaneamente, possibilitar alcançar, definir e desenvolver práticas no âmbito da
realidade estudada que sejam eficientes e viabilizem alcançar os resultados
pretendidos.
Desta forma, a pesquisa-ação só assume seu papel e relevância quando
consegue dar conta de questões sociais e políticas, especialmente das classes
menos favorecidas, porém se acaba configurando-se como um instrumento
metodológico dos grupos sociais hegemônicos acaba por perder sua funcionalidade,
como aponta Zuñiga (1981) citado por El Andaloussi (2004, p. 80)
Esta abordagem metodológica não se trata somente de um mero aparato
metodológico para nortear investigações científicas, logo, está correlacionada a
vieses reflexivos, ativos, coletivos. Desta forma, tem uma pluralidade de
perspectivas e constitui um confrontamento com os objetivos das práticas
desenvolvidas e com as dimensões desenvolvimentistas locais. Portanto, configura-
se por ser um mecanismo que pode provocar transformações em uma determinada
realidade, como também construir um processo formativo para os sujeitos envolvidos
com a investigação.

[...] a pesquisa-ação não se reduz a uma simples metodologia de pesquisa.


Implicada em tantas dimensões reflexivas e ativas, pessoais e coletivas,
singulares e objetivas, ela não se restringe a uma única linha metodológica.
Além de nos confrontar com nossos marcos epistemológicos de
objetividade, a prática da pesquisa-ação nos confronta com suas próprias
finalidades de ação e com as possibilidades endógenas de
desenvolvimento. Ela é, ao mesmo tempo, ferramenta de mudança e de
formação. (THIOLLENT, 2002 apud DIONNE, 2007, p. 21)

Nesta abordagem de investigação científica a intencionalidade primeira


remete-se a detectar uma conjuntura, além necessita fazer o acompanhamento,
praticar a observação e dotá-la de significância, assim, fomentando a estruturação
de práticas que mude a situacionalidade de uma realidade específica. Esta
modalidade investigativa propõe analisar uma situação-problema com o intuito de
propor auxiliar e trazer esclarecimentos sobre as posturas dos sujeitos envolvidos e,
em contrapartida busca soluções que atenuem as discordâncias com o propósito de
atingir finalidades particulares. (EL ANDALOUSSI, 2004, p. 86)
E com conformidade com Dionne (2007, p. 29) a pesquisa-ação, portanto,
constitui-se, como um viés metodológico que precisa dar conta de duas
perspectivas, ou seja, o enfoque científico e o prático, este segundo relaciona-se as
atividades que precisam ser implementadas para provocar mudanças em uma
determinada conjuntura.
O autor supracitado anteriormente afirma que a pesquisa-ação possibilita com
que haja uma diminuição do distanciamento entre os aspectos teóricos e os práticos,
consequentemente, contribuindo para um diálogo mais orgânico destes dois
prismas. Por outro lado, o cientista precisa garantir mediante as ações interventivas
abarcar o vivenciado pelos sujeitos envolvidos na pesquisa e construir justificativas
que sejam condizentes com o que está sendo desenvolvido no que diz respeito às
ações materializadas.
De acordo com El Andaloussi (2004, p. 89) a pesquisa-ação se constitui como
uma corrente paradigmática singular que viabilizar problematizar sobre as questões
sociais, portanto, contribui para que reflita sobre a complexidade destas, além disso,
corrobora para que o investigador construa intervenções levando como referência
uma determinada situação-problema, consequentemente, fornecendo análises e
incitando os atores/participantes a atuarem na proposta de mediação. Diante disso,
os sujeitos envolvidos nas ações tornam-se cruciais para que as atividades se
desenvolvam e, simultaneamente, colaborem para a produção de conhecimentos
atualizados.
Dionne (2007, p. 46) destaca que esta metodologia discutida nesta seção
possui alguns enfoques, dentre eles, pode-se evidenciar: o fortalecimento dos
aspectos teóricos e das ações desenvolvidas, o favorecimento da construção de
articulações entre cientistas e sujeitos que participam da intervenção, as finalidades
da investigação precisam dar conta da perspectiva teórica e, concomitantemente,
das ações implementadas, produção de conhecimentos a partir das ações
materializadas e, por fim, a pesquisa-intervenção necessita influir no direcionamento
de atitudes com a intencionalidade de solucionar as complexidades do lócuo de
análise.
El Andaloussi (2004, p. 116) aponta que existem algumas características
sobre a corrente paradigmática da pesquisa-ação, dentre elas pode-se destacar: o
observar, o implicar, as questões complexas que envolvem o instrumento
metodológico, a postura do cientista, ações cooperativas dentro do desenvolvimento
da investigação e entre outras são questões relevantes neste contexto. Estes
atributos podem ser vistos com maiores detalhes na tabela abaixo.
Tabela 01 – Características da pesquisa-ação
CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA-AÇÃO
A observação A observação é antes de tudo uma coleta de
informações. Quando o pesquisador está se
informando, ela não exerce uma ação sobre
os sujeitos, ao passo que, quando restitui
essa informação, esta pode agir sobre eles.
A devolução da informação exerce um efeito
de ação sobre os sujeitos.
A implicação Implicação na pesquisa-ação significa que o
pesquisador aceita ocupar um lugar no qual
assumirá um compromisso. Esse lugar o
põe em uma situação em que será
questionado não só a respeito de suas
teorias, seus métodos e seus instrumentos,
como também acerca de seus desejos e de
suas finalidades. Tal situação incorre no
risco de acarretar um estado de fusão em
que não será mais possível distinguir o que
é pesquisa do que é ação.
A complexidade A pesquisa-ação opera em um campo de
paradoxos. Para que funcione, é
indispensável gerenciar esses paradoxos:
simples e complexo, quantitativo e
qualitativo, ordem e desordem, teoria e
pratica, objetivo e subjetivo, distanciamento
e implicação do pesquisador.
A posição dos atores O ator envolvido em uma pesquisa-ação
deseja adquirir os elementos que lhe
permitirão progredir em sua problemática
prática (mudança, inovação).
Frequentemente ele espera do pesquisador
– é sua profissão – as respostas (se não
forem receitas) para seus problemas.
Quando o pesquisador consegue (com
ajuda do ator) estabelecer uma relação de
confiança e democrática, ator implica-se na
pesquisa.
A parceria Parceria não se reduz à participação, nem à
cooperação. Os atores interessados (pais,
docentes, tomadores de decisão, crianças)
só resolverão seus problemas recíprocos se
aceitarem construir a parceria. Intercâmbio
permanente, confronto de pontos de vista e
realização de ações comuns fazem parte
dos mecanismos que permitem construir a
parceria, a qual não é estabelecida por
decreto, constrói-se a partir das convicções
pessoais em um clima de confiança regrado
por relações democráticas.
Pesquisador implicado, pesquisador O duplo lugar ocupado pelo pesquisador em
uma pesquisa-ação remete a esse espaço;
analista
um tempo durante o qual ele trabalha para
ver e fazer ver e um outro tempo em que
ele levanta os dados acumulados pelo
trabalho teórico. A circulação entre esses
dois espaços, para captar os fatos, deve
combinar diferentes tipos de pesquisa.
A pesquisa-ação, sistema aberto e Quando a pesquisa-ação é cooperativa, o
pesquisador e os tomadores de decisão se
democrático
confundem e refletem para os atores.
Decidem sobre seu bem e sobre o que ser
essencial para eles.
A pesquisa-ação, processo de formação A articulação entre pesquisa e ação, a
participação nas diferentes fases do
processo e a negociação de cada uma das
ações põem atores e o pesquisador em uma
posição de formação em que uns aprendem
com os outros. Os conhecimentos se
constroem à medida que os atores e o
pesquisador avançam na resolução de
problemas. A ação é, simultaneamente,
fonte de conhecimento e meio de impulso
para a renovação deste conhecimento.
Visando a transformar a situação, a
pesquisa contribui para o enraizamento do
pesquisador e dos atores na realidade da
vida. A busca de soluções coletivas e as
estratégias formuladas levam todos os
parceiros a trabalhar sobre si mesmos e, ao
mesmo tempo, a implicar-se em suas
problemáticas.
Fonte: EL ANDALOUSSI, Khalid (2004).
O respectivo autor relata que a pesquisa-ação tem algumas finalidades
específicas, dentre elas, primariamente, esta tipologia metodológica tem a
intencionalidade de fomentar que os sujeitos que participam do processo de
intervenção sejam atuantes, isto é, se mobilizem para participar e solucionar as
situações que precisam ser solucionadas.
A pesquisa-ação tem como intuito mediar às relações entre pesquisadores e
sujeitos participantes, assim, estrutura-se como um fio condutor no bojo desta
articulação, conforme El Andaloussi (2004, p. 147).
Este teórico elucida que esta modalidade de pesquisa objetiva implicar as
pessoas envolvidas, de modo que ressignificações sejam possíveis de ser
concretizadas, consequentemente, provocando alterações relacionadas a uma
determinada situação-problema.
No desenvolvimento da pesquisa em questão também se fez aporte de
entrevistas semiestruturadas para coletar informações com alunos da turma de
Educação de Jovens e Adultos e com a docente.
Como instrumento para coleta de dados será usado também como uma
ferramenta acessória entrevistas semiestruturadas que abordam questões gerais
para que viabilize o levantamento e a coleta de dados. As perguntas se caracterizam
por serem subjetivas e que priorizem o modo como os entrevistados entendem os
temas que serão explorados nas entrevistas. Nesta perspectiva, objetiva que os
sujeitos que participarão das entrevistas relatem suas lembranças e verbalizem
sobre o tema. Sendo que o pesquisador não pode ser parcial e influenciar nos
discursos dos mesmos, deixando livre que as pessoas que estão disponibilizando as
informações verbalizem as informações da maneira que a eles for mais conveniente.

Nessa entrevista questões gerais são levantadas. As questões nesse caso


são abertas e devem evoca ou suscitar uma verbalização que expresse o
modo de pensar ou de agir das pessoas face aos temas focalizados. Devem
visar, também, facilitar as lembranças dos informantes e que eles principiem
a falar sobre o tema, para que se instalem, aí noções de credibilidade. Cada
um deverá compor uma sequência particular e abordar com mais ou menos
detalhes um fato, da maneira que melhor lhe convier [...]. (DIAS DA SILVA
apud BIASOLI-ALVES, 1998, p. 14 apud ROSA & ARNOLDI, 2008, p. 31)

Portanto, estas são algumas questões relevantes que foram salientadas sobre
o campo metodológico de discussão e que contribui significativamente para o
desenvolvimento da pesquisa intervenção.

2.1 FASES DA PESQUISA-AÇÃO: DIAGNÓSTICA, PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO


E AVALIAÇÃO

O desenvolvimento de uma investigação científica tendo como viés


metodológico a pesquisa-ação precisa dar conta da estruturação de diversos
procedimentos que estão interligados a algumas fases, dentre elas tem-se: a fase
diagnóstica, o planejamento, execução e avaliação. Assim, estes estágios são de
extrema relevância para se estruturar a intervenção que o pesquisador almeja
operacionalizar.
De acordo com Stringer (1996) apresentado por Krafta et al. (2009, p. 1), o
primeiro dialoga que este modal de investigação científica possui 3 estágios
pensando de uma perspectiva bem generalista, sendo elas: a observação, que
viabiliza com que o pesquisador possa levantar os dados que possibilitam a
construção de uma conjuntura específica, assim, viabilizando com que o cientista
possa refletir, construir análises e esclarecer os acontecimentos, além disso,
estruturar ações e, em contrapartida apreciar as práticas desenvolvidas.
a) Fase diagnóstica

A fase diagnóstica é um momento bastante relevante durante o processo de


construção da proposta de pesquisa-intervenção, desta maneira pode ser
encontrada em alguns teóricos com outras nomeações, como fase exploratória
(Thiollent, 1986), fase instalação (EL ANDALOUSSI, 2004) e entre outras.
Deste modo, o diagnóstico é compreendido como o primeiro estágio desta
proposta de investigação científica, logo, dará encaminhamento as próximas etapas
que virão, portanto, tem um caráter intrínseco, visto que tem a intencionalidade de
diagnosticar uma situação-problema específica e priorizar as demandas que sujeitos
participantes da intervenção tem e, em contrapartida tem que dar conta de fomentar
que quem participe da pesquisa sejam atuantes e se interessem pelas ações que
serão desenvolvidas.

Esta primeira etapa do processo de pesquisa-ação, que tem grande


importância devido ao fato de encaminhar as fases subsequentes da
pesquisa, possui um aspecto interno, que diz respeito ao diagnóstico da
situação e das necessidades dos atores e à formação de equipes
envolvendo pesquisadores e clientes, e um aspecto externo, que tem por
objetivo divulgar essas propostas e obter o comprometimento dos
participantes e interessados. (KRAFTA et al., 2009, p. 1)

Thiollent (1986, p. 48) define esta fase como sendo o momento exploratório
da pesquisa-ação, assim, concebe-se que neste estágio haverá uma delimitação do
objeto de estudo, além de definir o grupo que contribuirá com a análise e os desejos,
consequentemente, resultando a constituição de um panorama situacional de uma
determinada realidade, por conseguinte, evidenciando as problemáticas principais e
o vislumbramento das possíveis intervenções no contexto investigado.
Neste momento cabe ao cientista se aproximar da realidade comunitária que
será pesquisada e, deste modo interagir com ela e conhecer os seus pormenores.
Assim, cabe ao pesquisador contatar organizações, setores da sociedade,
instituições que não têm vínculo com a iniciativa governamental que atuam
conjuntura territorial que será objeto de estudo, conforme discute Oliveira (PUC-RIO,
2011, p. 77)
De acordo com Kummer (2007, p. 84) a fase diagnóstica qualifica-se por
desenvolver uma investigação com um enfoque participativo, consequentemente,
contribui para que a organização das ações aconteça com efetividade. Através deste
estágio há uma identificação e preferência com participação do pesquisador e dos
atores participantes as problemáticas e capacidades do contexto comunitário em
análise.
No diagnóstico, como aponta El Andaloussi (2004, p. 112), que intitula esta
fase como sendo a fase de instalação compreende que neste há a construção de um
diálogo com os atores/participantes para se estabelecer os aspectos que nortearão
as ações procedimentais da investigação científica, como por exemplo, as situações
hipotéticas e o planejamento onde estarão inseridas ações que serão
implementadas.
Para Dionne (2007, p. 58-59) a fase diagnóstica consiste na identificação da
situação e definição dos objetivos da pesquisa e da ação. Desta forma, ele aponta
que a pesquisa-ação no desenvolvimento de um diagnóstico intenciona conhecer
previamente a realidade que será objeto de análise, devido que não é aconselhável
prosseguir para outras fases sem se ter um entendimento do panorama preliminar
da realidade investigada.
Portanto, a fase diagnóstica, segundo o autor supracitado anteriormente,
possibilita que os objetivos que nortearão a pesquisa e ação sejam delineados com
maior autenticidade, deste modo potencializa que se capte a situacionalidade da
conjuntura pesquisada.
No caso do diagnóstico desenvolvido neste trabalho usou-se como técnica
para captar a problemática do contexto pesquisa a “dinâmica do espelho”, onde a
partir deste instrumento foi possibilitado diagnostica a situação problema
evidenciada, sendo assim a questão de gênero destacou-se.
A fase diagnóstica aconteceu em uma sala de turma de Educação de Jovens
e Adultos da Escola Municipal Dulcelita Bahia de Araújo, consequentemente
captando-se as histórias de vida dos sujeitos que participariam da pesquisa-
intervenção desta produção acadêmica. Além disso, as falas dos
atores/participantes da investigação foram captadas a partir de filmagens de vídeo
pelo uso do smartphone.
Apesar de a técnica usada para a coleta dos relatos dos discentes não ser
uma instrumento tradicional para abarcar as histórias de vida em um processo
pesquisa, consequentemente, ela possibilitou o relato destas trajetórias pessoais
destes educandos.
Deste modo as narrativas biográficas dos sujeitos que participam de um
específico processo de pesquisa remete-se a construção de relatos sobre o dia a dia
das pessoas e sobre os percursos que elas construíram no decorrer da sua
existência. Assim, o instrumento metodológico histórias de vida tem como propósito
de abarcar as vivências dos atores/participantes a partir do que foi vivenciado no seu
cotidiano, conforme aponta Spíndola & Santos (2003, p. 120 referenciado por Macalli
et al. (2013, p. 2)
Desta forma, o instrumento metodológico supracitado anteriormente permite
ao cientista dialogar com distintas trajetórias que são resultantes da construção
individual das pessoas a partir de diversas perspectivas, dentre elas, a vida privada
e o percurso no âmbito formativo e laboral. Assim, a captação das histórias de vida
dos sujeitos integrantes da pesquisa viabiliza a estes dialogarem consigo próprio
mediante o autoconhecimento.

[...] O método possibilita ao pesquisador contatos com diferentes memórias,


as quais constituíram no desenvolvimento do individuo tanto pessoal como
profissionalmente, como também permitem ao individuo pesquisado o
estabelecimento de um diálogo interior com seu próprio eu, tomando
consciência sobre sua existência e compreendendo, assim, sua trajetória
de vida. (MACALLI, 2013, p. 2-3)

Diante disso, o respectivo modal metodológico constitui-se em uma prática


que cria meios para se conhecer as especificidades do percurso vivido pelos
indivíduos que integram a investigação, consequentemente, possibilitando que as
temáticas problematizadas durante a análise potencializem o olhar das pessoas que
viveram aquelas experiências, assim, contribui para que o pesquisador compreenda
o que há de interno e externo nas vivências dos sujeitos, de acordo com Paulilo
(1999) aludido por Araújo et al. (2016, p. 592).

b) Fase de Planejamento

Esta fase também pode ser conhecida como Fase Principal (Kraft, et al.,
2009) ou Fase de desenvolvimento de das atividades de pesquisas e de ações (El
Andaloussi, 2004)
Engel (2000, p. 187) elucida que o respectivo estágio aqui discutido tem como
intuito articular mecanismos que contribuam para modificar um problema
evidenciado com base no levantamento de situações hipotéticas durante a
implementação da fase diagnóstica.
Assim, o planejamento da intervenção tem que dar conta das finalidades
que se pretende alcançar na intervenção, portanto articulando propostas de
atividades que possibilitem a concretização de soluções para uma determinada
situação-problema, conforme salienta Thiollent (1986, p. 69)
Dionne (2007, p. 61) compreende que a fase de planejamento elencar as
melhores possibilidades para o levantamento das informações, desta maneira
necessita-se da sondagem do arcabouço conceitual que norteará as análises,
como também, propor um estágio de compreensão significativo por parte das
técnicas que serão usadas para levantar os dados. Portanto, precisam-se
estipular meios de garantir a confiabilidade dos atores/participantes e delimitar
datas para as ações que acontecerão no lócuo de pesquisa.
Kummer (2007, p. 113) discute ao fazer a organização das ações que
serão desenvolvidas duas perspectivas organizativas das práticas que serão
implementadas, a primeira será a programação estratégica e a segunda para
operacionalização das intervenções necessárias. Assim, o planejamento
estratégico decide as questões que envolvem o processo de pesquisa-ação no
plano macro, em contrapartida o operacional trata das especificidades das
atividades estruturadas no contexto da investigação.
Dentro da respectiva pesquisa-intervenção organizada neste trabalho as
atividades relacionadas ao planejamento foram estruturadas mediante a
organização de oficinas para operacionalizar a coleta de dados, deste modo
foram estruturadas três oficinas que nortearão as ações dentro da proposta
desenvolvida.
As oficinas que foram desenvolvidas com o grupo participante, isto é, os
educandos da EJA se nortearam da seguinte forma: a primeira 1ª intitulada
Gênero, Mulheres e Direitos, onde se tratará sobre questões pertinentes a
discussão dos direitos no âmbito das relações de gênero, onde houve também
uma palestra com a professora do CEEP Paulo Freire, Josenildes Ferreira, do
município de Santaluz discutindo questões relacionadas ao Pronaf Mulher;
Na segunda oficina, Gênero e mulheres do campo: trabalho, cultura e
saberes, onde se problematizou questões sobre as mulheres do campo, sobre
relações de trabalho, agricultura familiar, convivência com o semiárido e entre
outras, além do trabalho com materiais que os alunos levaram de modo a
englobar as disciplinas de Português, Matemática, Ciências e Geografia.
Na última, Gênero, movimento de mulheres e organização social, houve
uma palestra com a Presidente da Associação de Mulheres Trabalhadoras
Rurais da Agricultura Familiar do município de Santaluz-BA, onde discutiu-se
sobre a importância da mulher ser empoderada e ter autonomia, gerar sua
própria renda, está envolvida com projetos de economia solidária e entre outras
questões.

c) Fase de Execução

Conhecida também como Fase de Ação (Thiollent, 1986) ou Fase de


desenvolvimento de pesquisas e de ações (El Andaloussi, 2004).
Desta forma, este é o momento em que se executa os passos pertinentes a
pesquisa e a ação, assim, correlacionando práticas efetivas como a exposição das
repercussões, estipulação das metas são possíveis de serem concretizadas,
proposição de sugestões que serão acatadas mediante processos decisórios
coletivos e etc. (THIOLLENT, 1997 apud Krafta et al., 2009, p. 3)
Por outro lado, Kummer (2007, p. 113), o processo de execução das ações é
compreendido como um procedimento prático, assim, quando se está no momento
que atividades estão sendo executadas é possível diagnosticar se de fato pesquisar
e atores/participantes estão encorajados e atuantes na pesquisa-ação.
Conforme Dionne (2007, p. 62) quando se está na fase de operacionalização
do que foi planejado utilizar-se-á os instrumentos de averiguação, assim, sendo o
período que há o levantamento de informações antecipadas no estágio de
organização das ações.
Em contrapartida, El Andaloussi (2004, p. 112) aponta que a fase de
execução pode ser compreendida como o momento em que atividades projetadas
para a intervenção são executadas, deste modo há a necessidade de haver um
processo de ajuizamento dos planos de ação e ressignificação destes. Além disso, é
a partir das ações executadas que contribuirão para o levantamento de informações
e, consequentemente, possibilita ressignificar às práticas pensadas a partir da
parceria entre pesquisador e atores participantes.
No que diz respeito à fase de execução deste trabalho, a coleta de dados foi
feita a partir da implementação das oficinas, onde se fez o aporte de vídeos,
músicas, textos que nortearam as discussões com os discentes da Educação de
Jovens e Adultos. Além disso, as informações foram levantadas também mediante a
gravação de vídeos por um smartphone, anotações, gravações de voz, produção de
painéis e entrevistas.

d) Fase de Avaliação (Global e Final)

A última fase do processo de pesquisa-ação, sendo assim, a avaliação é vista


no âmbito da pesquisa-intervenção como global e final, de acordo com El Andaloussi
(2004).
No cenário educacional o processo avaliativo no contexto da pesquisa-ação
tem o intuito de propiciar com que os docentes examinem e expliquem as
informações produzidas durante a intervenção e, assim, possibilitar ao pesquisar
construir o fechamento da investigação. Neste momento, o cientista precisa dar
conta se de fato o planejamento foi consolidado e vislumbrar o aperfeiçoamento para
futuras análises que desejar fazer, conforme aponta Engel (2000, p. 188)
El Andaloussi (2004, p. 112) aponta que existem duas perspectivas
avaliativas no âmbito da pesquisa-ação, sendo a global e a final. A avaliação
globalizante compreendida como o processo avaliativo que acontece continuamente,
isto é, durante a implementação das ações de forma coletiva, de modo que se faça
as ressignificações necessárias nas práticas desenvolvidas. Já a avaliação final, se
dar após o encerramento das atividades, portanto, averígua-se as questões
hipotéticas e se as metas foram alcançadas de acordo com as finalidades
delimitadas.
Dionne (2007, p. 73), compreende que na pesquisa-ação há um processo
avaliativo dos procedimentos, isto é, consiste no julgamento atividades
desenvolvidas, portanto, mensura a eficiência das decisões tomadas, logo, o ato de
avaliar permite que o pesquisador e os atores participantes atuem com a
intencionalidade de fiscalizar as práticas materializadas, como também, qualificar os
efeitos destas.
Nesta produção acadêmica, os processos foram avaliados continuamente a
partir de uma roda de conversa, mediante a construção de um quadro expositivo
onde se desenvolveu um diálogo com os atores/participantes, após a realização das
intervenções com as seguintes expressões: bom?; ruim?; precisa mudar?. Na
avaliação final houve o uso de um questionário para saber como os educandos
avaliavam o processo.
Melo & Cruz (2014, p. 31) dialogam que a Roda e Conversa como
instrumento de metodológico contribui para construir ações comunicativas com os
sujeitos integrantes de um de um determinado processo de pesquisa de forma
bastante significativa. Portanto, ressalta que esta ferramenta viabiliza importantes
contribuições no campo da educação, visto que potencializa a articulação entre as
pessoas que vivenciam a rotina educacional.
Além disso, a partir das reflexões de Moura & Lima (2014, p. 101) pode-se
dizer que a modalidade metodológica em questão possibilita a promoção de uma
repercussão comunitária, a ressignificação das concepções e pontos de vista
mediante a captação dos relatos dos sujeitos participantes em uma investigação
científica e da construção de uma comunicação entre o cientista e os atores
integrantes da pesquisa.

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