Professional Documents
Culture Documents
lt
icu
ut
Fr
d
a
iro
sile
bra
Anuário
br
az
ili
an
Fr
uit
ye
ar
bo
ok
ISSN 1808-4931
DOW AGROSCIENCES
eccomais.com
PROTEÇÃO DE PONTA A PONTA
www.dowagro.com.br
0800 772 2492
® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia afiliada da Dow. | AGATA – Marca registrada de ISK Biosciences Comercial Ltda.
Platinum Neo – Marca registrada de Syngenta Proteção de Cultivos | Ellect – Marca registrada de Oxiquímica Agrociência | Tairel M – Marca registrada de FMC Agricultural Products.
Inor Ag. Assmann
ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2013
1
expediente > PUBLISHERS AND EDITORS
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA. Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900,
CNPJ 04.439.157/0001-79 Santa Cruz do Sul, RS
Diretor-Presidente: André Luís Jungblut Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
Diretor-Comercial: Raul José Dreyer E-mail: redacao@editoragazeta.com.br
Diretor-Administrativo: Jones Alei da Silva comercial@editoragazeta.com.br
Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib Site: www.editoragazeta.com.br
ISSN 1808-4931
A636
Anuário brasileiro da fruticultura 2013 / Heloísa
Poll ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul: Editora
Gazeta Santa Cruz, 2013.
136 p. : il.
ISSN 1808-4931
CDD : 634.0981
CDU : 634.1(81)
2
42 50
38 46
66 74
58 70
4
www.bayercropscience.com.br 0800 011 5560
Informações:
agricultura.gov.br
Inor Ag. Assmann
Aceita
uma
fatia?
O que seria do ser humano fronteira agrícola que se especializou na produção e na comercia-
sem as frutas? Eis uma questão emblemática. Alimento básico lização de algum tipo de fruta para constatar o quanto ela repre-
desde os primórdios, quando sequer haviam sido iniciados os pri- senta melhoria de autoestima e distribuição justa e equilibrada de
meiros cultivos agrícolas de subsistência e nossos ancestrais, nôma- renda entre a população; em suma, desenvolvimento.
des, ainda se dedicavam a buscar na natureza o que esta disponibili- Em localidades nas quais se aposta na produção frutífera, em
zasse, elas nos suprem de vitaminas, fibras, sais minerais, calorias e pouco tempo começa a se delinear toda uma cadeia de transfor-
de outros nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organis- mação. Enquanto a comercialização in natura costuma ser di-
mo. Quanto mais frutas consumimos, e quanto maior a diversidade rigida para os mercados nos quais é possível colocá-la a tempo
delas, mais saudáveis seremos e mais ânimo e disposição teremos. de preservar a sua qualidade, o excedente acaba alimentando a
A exemplo do que a ingestão regular e variada de frutas pro- indústria de sucos, vitaminas, doces, artigos de beleza e de uma
porciona a cada um de nós, o cultivo dessas espécies vitaliza e infinidade de produtos essenciais ao dia a dia da população.
energiza uma comunidade, uma região, um País. Basta visitar uma No Brasil, cujas dimensões continentais e cuja multiplicidade
8
de climas, de Norte a Sul, permitem a produção de praticamente algumas cadeias, como a da banana e da laranja, registra adversida-
todas as espécies comerciais hoje existentes no mundo, a fruticul- des, sente-se muito rapidamente, em toda essa vasta e diversificada ca-
tura alavanca o progresso regional. Da Amazônia saem frutas úni- deia, a necessidade de ajustes, e de continuidade nos investimentos.
cas, que atiçam a curiosidade e caem no gosto, lideradas, claro, As perspectivas para a fruticultura brasileira são excelentes, diante do
pelo açaí; do Nordeste, além de algumas grandes vedetes nacio- incremento no consumo interno, e da demanda externa igualmente
nais, como o melão, a manga, a banana, o abacaxi e o caju, outras, em elevação. Bem por isso, a pesquisa intensifica seus esforços para
de alcance regional, têm forte expressão cultural; do Sudeste, o ampliar cada vez mais a produtividade dos pomares e a qualidade.
maior polo brasileiro da fruticultura, no qual desponta o Esta- Do sucesso deste setor todo mundo quer um pedaço. Inclusi-
do de São Paulo, ao Centro-Oeste, em franca ascensão, e ao Sul, ve o leitor do Anuário Brasileiro da Fruticultura 2013, não é mes-
onde se concentram as temperadas, como maçã e uva, as frutas mo? Para este leitor, assim como para cada indivíduo, isso significa
cumprem papel econômico e social imensurável. saúde e qualidade de vida. Então, é hora de providenciar fru-
Em ciclos como o de 2012, quando o desempenho específico de tas na mesa. Aceita uma fatia? n
9
How about a slice?
on markets that can be reached before the
Inor Ag. Assmann
10
A Bahia
a é o se
segu
gund
ndo produttor e o mai aior
or expxporo ta
tado
dorr de fru
ruta
tas
s do Bra
rasi
sil.
sil. Alé
ém da div iver
ersisida
dadede frurutí
tííco
cola
la,, o
la
estado ofe
fere
rece
ce inc
ncen
entit vos, ríg
ígid
dos con
ontr
trol
oles
es sanittár
ário
ios,
s, mer
erca
cado
do int
nter
errno em ex expa
pans
nsão
ão e uma boa log ogís
ísti
ís tica
tica
para escoa
ar a prprod
oduç
ução
ã . Com es esse
se cen
enárário
io,, a Ba
Bahi
h a te
hi temm tu
tudo
do parara
a pr
prod
o uz
od uzir
ir e exp
xpor
orta
tarr su
suco
cos s (i
(int
nteg
e ra
eg al e
concentrado)o),, né
néct
ctar
ares
es,, polpas, do
doce
ces,
s, sor
orvevete
tes,
s, gel
elei
eias
as e out
utro
ros
s de
deri
riva
vado
va dos.
do s. Ven
e ha inv
nvesesti
tirr na boa ter erra
ra..
ra
Investing in fruit farming in Ba
ahi
hia.
a. Eve
a. very
ryon
ryone
on e wa
want
nts
nt s a ta
tast
ste
e of it.
Bahia ranks second in fruit production
n in
n Bra
razil
z anandd firs
firs
irstt in
in expo
expo
xports
rts.. Besi
rts esides
des th
the
e dive
diversi
rsity
ty of fru
f its
its,, tthe
he sta
tate
te offfers in
incen
centiv
tive,
e, strrict sa
sanit
nitary
nitary
controls, rising domestic demand and appropropri
priate
pri ate
at
te lo
ogis
g ticticss for
for pro
produc
du tio
duc tion
n flow
flow.. In
In such
such a sce
scenar
nario,
io,
o Ba ahia is th
the
e righ
rightt choi
choice
ce for thhe prod
roduct
uction
uction
and exports of juices (whole or concentrate), ne
necta
c rs, pu
cta pulp,lp, ca
lp candy
ndy,, ice
ndy ice-
ce-cre
cream,
am, je
jelly
lly an
and
d othe
otherr deri
derivat
vative
va v s.
s Do not
n hehesit
sitate
ate to in
inves
vestt in this
this
prosperous state.
STATUS DO ESTADO NO RANKING NACIONAL DE PRODUÇÃO DE FRUTAS / BAHIA’S CURRENT STATUS IN NATIONAL FRUIT PRODUCTION
1º produtor nacional de coco, manga, guaraná, cacau, mamão, maracujá, pinha e graviola;
1st national producer of coconuts, mangos, guarana, cocoa, papaya, passion fruit, pine cones and graviola;
4º produtor nacional de abacaxi, caju, marmelo e goiaba; 6º produtor nacional de uva e maçã.
4th national producer of pineapples, cashew nuts, quinces and guavas; 6th national producer of grapes and apples
www.seagri.ba.gov.br // agronews@seagri.ba.go
gov.b
v.b
br
Sílvio Ávila
Vem que
tem
14
Cadeias da fruticultura
brasileira estão obtendo
melhor rendimento por
área. Mas problemas
pontuais de clima e mercado
atrapalham o resultado
15
There
are no
shortages
Inor Ag. Assmann
Brazilian fruit supply chains With ad-hoc difficulties, exactly with the two major fruit spe-
cies – bananas and oranges – which represent approximately
are celebrating better harvests 60% of the total, the still preliminary statistical figures show
a crop approximately 3% smaller in size in 2012. On the other
per area, but ad hoc climate hand, government surveys point to a decrease of 0.26% in areas
and market problems are devoted to fruit farming in 2011, compared to the previous year,
a fact that suggests more productive orchards. Back then, Brazil-
interfering with the result ian fruit orchards occupied 2.234 million hectares.
The trade balance in fresh fruit has remained in the surplus.
While fresh fruit exports went up 1.73% in 2012, imports fell
6.91% in volume, from 2011. A classical example is the apple,
In terms of fruit farming, a crop in which Brazil is not self-sufficient, and depends a lot
Brazil acts as a front runner. The organization of the production on supplies from Argentina, the United States and Peru. In 2012,
chains is credited with markets conquered around the world, and apple purchases from abroad decreased by 40.02%. In the mean-
with the timely deliveries to these markets. Other sectors are still seek- time, foreign sales soared 48.47%, greatly because of market re-
ing deeper international insertion, a move that has been expanding covery, by virtue of climate factors in the past three crops.
year after year, relying on support from projects like the Brazilian All supply chains are working on an individual basis in their
Fruit. On the other hand, internal consumption is equally soaring, fight against the problems, but are joining efforts towards improv-
thanks to the higher purchasing power of 30 million Brazilians. ing the competitiveness of the Brazilian species. A well defined
Even in a scenario where there are problems difficult to sur- focus is the chance to present the qualitative features of the
mount, like climate adversities, and others that even require more Brazilian fruits to the world, within the Brazil Project. The first
attention, such as logistic problems, warehousing difficulties and test will take place in 2013 with the FIFA Confederations Cup, a
supply, fruit farming has conquered good results. The latest of- preparatory event to the FIFA World Cup, scheduled for 2014. If
ficial data released by the Brazilian Institute of Geography and everything happens in line with expectations, at the time of the
Statistics (IBGE), for 2011, show a 6.77-percent increase over the 2016 Olympic Games, the flavor of the national fruits will have
2010 numbers, in a basket of 20 species supervised by the state conquered the palate of the visitors. Profits might result from soar-
corporation, amounting to almost 45 million tons. ing exports and from all sectors efforts to meet this demand. n
16
No Espírito Santo, fruticultura é especialidade da casa.
São 13 polos de frutas em 85 mil hectares de terra, que
geram 60 mil empregos. Graças a muito trabalho, eficiência,
responsabilidade e investimentos em tecnologia, além de uma
parceria entre Governo do Espírito Santo, prefeituras e instituições
do setor, a atividade ocupa lugar de destaque na agropecuária
capixaba. Entre as ações do Governo estão assistência técnica
gratuita, o repasse de mudas, veículos, máquinas e equipamentos
para uso coletivo do produtor, crédito financeiro e quatro
unidades da Ceasa. O resultado é uma produção de 1,3 milhão de
toneladas, que movimentou uma renda de R$700 milhões, em
2012. Essa receita, todo mundo vai querer provar.
Colheita brasileira de frutas, que em 2011 havia crescido quase 7%,
em 2012 sofreu com os contratempos enfrentados por banana e laranja
Sílvio Ávila
Quebra-molas
Na última década, a produção últimos 10 anos, e pela grande incidência de doenças nas plantas,
brasileira de frutas foi ampliada em 22,49%. Os números oficiais principalmente o greening. O presidente do Instituto Brasileiro de
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram Frutas (Ibraf ), Moacyr Fernandes, lembra que os citricultores não
que em 2001 a colheita se situava em 36,699 milhões de toneladas, têm feito investimentos, pois estão com dificuldades para ampliar a
levando-se em conta as 20 principais espécies acompanhadas pelo exportação de suco. “A cada ano, novas bebidas são ofertadas, com
órgão governamental. Já em 2011, o resultado alcançado foi de preços menores, tirando o espaço da fruta”, avalia.
44,954 milhões de toneladas. Já a maçã tem sofrido com problemas climáticos nas últimas
A quantidade obtida em 2011 representa aumento de 6,77% so- safras. No período 2011/12, as chuvas de granizo, ocorridas nos
bre 2010. Nesse mesmo período, a área cultivada com pomares re- pomares do Sul do Brasil, em novembro de 2011 e em fevereiro de
cuou 0,26%, o que demonstra a melhoria nos índices de produtivi- 2012, diminuíram a quantidade obtida. No entanto, a qualidade ve-
dade. Os dados referentes a 2012, ainda preliminares, indicam que rificada nas frutas melhorou, o que elevou a rentabilidade. Segundo
o desempenho não foi tão bom quanto no ano anterior. Estima-se dados da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), a
que houve recuo de 3% na produção. Grande parte desse resultado produção em 2012 foi de 1,1 milhão de toneladas.
pode ser creditado ao ruim desempenho das duas principais frutas, Outra fruta que tem sofrido contratempos é o mamão. De acordo
que, juntas, representam 60% do total. com o presidente do Ibraf, os pomares do Espírito Santo, principal
A banana, mesmo com a ampliação nos pomares, sofreu por Estado produtor, têm sido atingidos severamente pelo mosaico do
problemas climáticos. Já a laranja vem sendo impactada negativa- mamoeiro, doença que reduz a quantidade e diminui a qualidade dos
mente pela crise mundial no mercado de sucos, que se agravou nos frutos. “O combate tem sido difícil”, constata Moacyr Fernandes. n
18
Speed bump
Brazilian fruit harvest, which
in 2011 had increased by almost
7%, receded in 2012 because of
setbacks experienced by oranges
and bananas
19
Do
Oiapoque
ao Chuí
Sílvio Ávila
20
Estado de São Paulo, sozinho, produz
mais de 40% das frutas no País
UM PASSEIO PELOS ESTADOS A fruticultura, como atividade comercial,
está disseminada pelo País. No entanto, alguns estados se destacam. São Paulo, sozinho,
representa mais de 40% da produção nacional. Em 2011, ano com a última informação
oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram colhidas 19,186
milhões de toneladas em território paulista, do total de 44,954 milhões de toneladas.
Na sequência, aparecem com destaque a Bahia, com 5,401 milhões de toneladas;
o Rio Grande do Sul, com 2,778 milhões de toneladas; Minas Gerais, com 2,690
milhões de toneladas; Pará, com 1,665 milhão de toneladas; Paraná, com 1,567 mi-
lhão de toneladas; Santa Catarina, com 1,529 milhão de toneladas; Pernambuco, com
1,392 milhão de toneladas; Ceará, com 1,374 milhão de toneladas; Sergipe, com 1,27
milhão de toneladas; e Espírito Santo, com 1,176 milhão de toneladas.
De maneira geral, os polos de produção seguem bastante estáveis, nas diversas
fronteiras nacionais, sem o aparecimento de novas áreas. “Há uma recuperação das
regiões já estabelecidas, em busca de maior competitividade das frutas”, destaca o
presidente do Ibraf. Ele observa também que tem ocorrido a expansão de novas va-
riedades para regiões não tradicionais.
É o caso da maçã, que, no Sul do País, está presente praticamente com as cultivares fuji
e gala. “Hoje, temos a maçã eva, que se produz em São Paulo e no Sul de Minas Gerais”,
Sílvio Ávila
destaca. Outra novidade é a pesquisa com frutas de carroço, como o pêssego, que têm sido
desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em São Paulo.
Tecnologia
Qualidade
Modularidade
Experiência
Assistência
Técnica Máquinas de Beneficiamento e Classificação de Frutas
Fábrica, Administração e Vendas - Rua Otília Zapellini, 56 - Lages / SC - Fone/Fax: (49) 3223 0641 - prodolbrasil@prodol.com.br
From Oiapoque
to Chuí
Fruit growing is spread across all
Brazilian regions. The crop accounts
for the generation of about 2.5
million employment opportunities
PAISAGEM > landscape
Produção brasileira de fruta por Estado (ton.)
22
State of São Paulo, alone, produces more
than 40% of the nation’s fresh fruits
A TOUR THROUGH THE STATES Fruit growing as a commercial operation
is spread across the Country. Furthermore, some states excel in this activity. São Paulo,
alone, is responsible for more than 40% of the entire national fruit volumes. In 2011, when
the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) released the latest data about
the subject, a total of 19.186 million tons were harvested in that state, of a total of 44.954
million tons in the entire Country.
Other states that also excel at fruit farming are Bahia, with 5.401 million tons; Rio
Grande do Sul, with 2.778 million tons; Minas Gerais, with 2.690 million tons; Pará, with
1.665 million tons; Paraná, with 1.567 million tons; Santa Catarina, with 1.529 million
tons; Pernambuco, with 1.392 million tons; Ceará, with 1.374 million tons; Sergipe, with
1.27 million tons; and Espírito Santo, with 1.176 million tons.
In general, the fruit belts have been on a steady path, throughout the various national
frontiers, and no new belts have surfaced. “The already established fruit farming opera-
tions are now going through a recovery period, seeking higher competitiveness for their
fruit”, says the president of Ibraf. He also mentions that new varieties have been making
their way into non-traditional regions.
It is the case of the apple, whose plantations in South Brazil comprised almost exclusively
two cultivars: fuji and gala. “Now we grow such cultivars as Eva, very common in São Paulo
and in South Minas Gerais”, he notes. Another innovation is research on seeded-fruit, like peach-
es, now underway at the Brazilian Agriculture Research Corporation (Embrapa), in São Paulo.
Inor Ag. Assmann
Cardápio
24
reforçado
Melhoria na renda inclui
as frutas no cotidiano da
população brasileira, com
consumo que já ultrapassa a 70
quilos por habitante ao ano
A estabilidade da economia
brasileira, a partir do Plano Real, implantado em meados da década de 1990, fez
com que uma faixa estimada em mais de 30 milhões de pessoas viesse a conquistar
poder de compra no País. Com o aumento de renda da chamada “nova classe média”,
produtos antes proibitivos, ou mais dificilmente acessados, passaram a ser consumi-
dos. Nessa lista estão as frutas, até então consideradas artigos caros.
O Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) estima que em 2012 o consumo per capita
de frutas chegou a 70,84 quilos/habitante/ano, num total de 13,743 milhões de tone-
Sílvio Ávila
ladas. Apesar do crescimento, a utilização diária de frutas na alimentação ainda está
longe do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 100
quilos/habitante/ano, ou 400 gramas ao dia.
Para chegar ao consumo per capita de 2012, o Ibraf levou em conta uma popu-
lação de 194 milhões de pessoas. O dado foi obtido a partir da análise de produção,
importação, exportação, produto destinado a indústria e perdas, calculadas em 40%
do que foi disposto à comercialização, ou 9,162 milhões de toneladas.
Um breve olhar sobre a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), reali-
zada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ilustra bem essa mu-
dança. Os dados referem-se ao período entre 2002 e 2008, quando houve grande
crescimento de consumo no Brasil, em função do aumento da renda da população.
Conforme o relatório, que inclui as 10 frutas mais adquiridas, o consumo per capi-
ta passou de 24,49 quilos/habitante/ano em 2002 para 28,86 quilos/habitante/ano em
2008. O estudo mostra que todas as regiões brasileiras apresentaram aumento signi-
ficativo, com destaque para o Centro-Oeste, onde a evolução do agronegócio elevou
o poder aquisitivo da população. No entanto, os estados do Sul continuam sendo os
que apresentam maior presença de frutas na alimentação das famílias.
A análise do IBGE evidencia ainda que a classe alta é a grande consumidora de frutas
no Brasil, com 50,27 quilos/habitante/ano em 2008. Na classe média, são demandados
31,4 quilos/habitante/ano; e na baixa, 17,3 quilos/habitante/ano. Na faixa mais carente
da população predomina a ingestão de banana, laranja e maçã. As três espécies também
estão presentes na classe média, onde ainda têm representatividade o mamão e a tange-
rina. Já na parcela mais rica, itens mais caros ganham espaço, como melão, limão e uva.
Para o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, o consumo de frutas
deve permanecer aquecido no mercado interno. O foco da entidade está voltado à
preparação de uma campanha visando a divulgação dos benefícios das frutas para
Sílvio Ávila
25
Inor Ag. Assmann
Reinvigorated
menu
Stronger purchasing power According to the report, which includes the 10 top-selling
fruits, per capita consumption in Brazil rose from 24.49 kilos/
adds fruits to the daily diet of person/year in 2002 to 28.6 kilos/person/year in 2008. The study
detected a significant increase throughout all Brazilian regions,
the Brazilian population, with especially in the Center-West, where the good agribusiness mo-
consumption now reaching upwards ment improved the purchasing power of the people, in general.
Nonetheless, it is in the southern states that fruits are more sig-
of 70 kilos per person a year nificantly present in family diets.
The IBGE analysis also shows that it is the upper class in Bra-
zil that consumes the most fruit, with 50.27 kilos/person/year
in 2008. Consumption by the middle class reaches 31.4 kilos/
The stability of the Brazilian person/year. In the lower classes, the most consumed fruits are
economy, ever since the Real Plan was implemented in the bananas, oranges and apples. The three species are also popular
mid-1990s, improved the economic conditions of a social class with the middle class, where papayas and tangerines are also
comprising some 30 million people, considerably increasing their very representative. In the upper class, more expensive items,
purchasing power. With bigger income earned by the so-called like melons, lemons and grapes, are popular.
“new middle class”, previously forbidden products, or very diffi- Ibraf president Moacyr Saraiva Fernandes understands that
cult to access, became part of their daily diet. The list of these fruit consumption will continue in the domestic market. The entity
products includes fruits, up to that time viewed as expensive. is now engaged in the preparation of a campaign focused on giving
According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), per capita publicity to the benefits of fruits to specific segments, like children
consumption of fruit in 2012 reached 70.84 kg/person/year, total- and expectant mothers. “We’ve got to mobilize the opinion makers”,
ing 13.743 million tons. Despite this soaring consumption, the he emphasizes, referring to doctors and nutritionists. n
use of fruit in the daily diet is still lagging behind the recommen-
dations by the World Health Organization ( WHO) of 100 kilos/ BOM BOCADO > delicacy
person/year, or 400 grams a day.
consumo aparente de frutas frescas em 2012
Consumption per capita in 2012 was calculated by Ibraf, con-
sidering a population of 194 million people. The Institute took into Produção 43,598 milhões de toneladas
consideration an analysis that included production, imports, ex- Importação 427,314 mil toneladas
ports, fruits destined to the industry and losses, calculated at 40% Exportação 693,020 mil toneladas
of all amounts available in the market, or 9.162 million tons. População 194 milhões de habitantes
A brief look at the latest Family Budgets Survey (POF), in the Indústria 20,692 milhões de toneladas
Portuguese acronym), conducted by the Brazilian Institute of Ge- In natura 22,906 milhões de toneladas
ography and Statistics (IBGE), illustrates this change. All num- Perdas 9,162 milhões de toneladas
bers refer to the 2002 – 2008 period, when consumption soared Consumo total 13,743 milhões de toneladas
considerably throughout Brazil, by virtue of the improved pur- Consumo per capita 78,84 quilos/habitante/ano
chasing power of the population. Fonte: Ibraf.
26
Seu portal para fazer
negócios com o Brasil!
www.brasilglobalnet.gov.br
Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras;
28
Exportações brasileiras de
frutas registraram crescimento
de 1,73% em volume em 2012,
com diminuição de 2,34% no
resultado financeiro
devem cuidar para não perder os que já conquistaram. Cita como exemplos os Estados
Unidos e o Canadá, tradicionais compradores das frutas brasileiras. n
29
Sílvio Ávila
RESPONSIBILITY The president of This is what is happening with table grapes by all Brazilian fruit suppliers. “Some buyers
Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, maintains produced in Vale do São Francisco. “Prices are even beginning to question the amount
that the exporters should assume responsi- have not been competitive, paving the way of water used during the growing stage, the
bility over the exported volumes. “Profits for new players, like Peru, with grapes of ex- amount of carbon that is released into the air,
depend on the market. Very often, there is cellent quality”, he evaluates. the disposal of the waste. And they are begin-
need to sell the fruits at a lower price, if sales According to the Ibraf president, new ning to raise restrictions in case this kind of
continuity is to be maintained”, he observes. market requirements must also be considered problems are detected”, he warns.
31
Inor Ag. Assmann
Sabor que
convence
Projeto Brazilian Fruit divulga as frutas
brasileiras no exterior durante feiras e promove
degustações em supermercados, com bons resultados
Se o Brasil começou O projeto atingiu todas as regiões do País, com a realização de reu-
efetivamente a exportar frutas, isso muito se deve ao projeto niões e workshops para a apresentação das ações a empresas e asso-
Brazilian Fruit, responsável por divulgar as espécies nacionais ciações. Jornalistas e compradores estrangeiros também estiveram
no exterior. Criado em 1998, pela Agência Brasileira de Promoção no Brasil para conhecer os polos produtores de frutas e participar
de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com o de rodadas de negócios. Os mais de 200 encontros resultaram em
Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), o convênio foi renovado em R$ 15 milhões de transações comerciais concretizadas.
outubro de 2012, para mais dois anos. Como já vem ocorrendo há vários anos, o Brazilian Fruit esteve
A gerente do projeto, Luciana Pacheco, do Ibraf, explica que o presente com estande em importantes feiras internacionais. A promo-
trabalho vem sendo direcionado à demanda solicitada pelas próprias ção das frutas e de seus derivados ocorreu na Fruit Attraction, na Es-
empresas participantes. “Começamos com as frutas frescas e depois panha; na Fruit Logística, na Alemanha; e na Gulfood, nos Emirados
passamos às processadas. Agora, já incluímos as frutas secas”, obser- Árabes. A participação nos eventos resultou no fechamento de US$ 13
va. Segundo ela, o interesse tem sido grande por produtos identifica- milhões em negócios, com mais de três mil contatos.
dos com o Brasil, como as castanhas, o açaí e o cupuaçu, entre outras. A divulgação das frutas brasileiras no exterior foi feita também por
Atualmente, o Brazilian Fruit congrega 140 empresas, de vários meio de degustações e outros eventos, com a presença de consumi-
portes. “Temos exportadoras e outras que ainda estão começando a dores e formadores de opinião. Um deles foi o Brazilian Fruit Festi-
buscar seus mercados”, salienta Luciana. A ideia, enfatiza a gerente, val, em rede de supermercado da Alemanha. Outra ação importante
é ir aos poucos inserindo novos produtos no projeto e ampliando aconteceu durante o salão da Film Brazil, projeto institucional de
o número de clientes a serem trabalhados. promoção da produção audiovisual brasileira, em Cannes, na França,
O balanço de 2012 foi bastante positivo para o Brazilian Fruit. que contou com a participação de mais de duas mil pessoas. n
32
33
Brazilian Fruit project promotes Brazilian fruit
abroad during summer vacation and stages tasting
sessions in supermarkets, with good results
Inor Ag. Assmann
A convincing flavor The 2012 balance was quite positive for the Brazilian Fruit. The
The Brazilian Fruit project project has already reached every region across Brazil, through
is definitely credited with Brazil’s initiative to start exporting meetings and workshops for the introduction of the actions to
fruits, because this project promotes our national fruit species abroad. companies and associations. Journalists and foreign buyers have
Created in 1998, by the Brazilian Trade and Investments Promotion also come to Brazil to learn more about the fruit producing belts
Agency (Apex-Brasil), jointly with the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), and take part in business rounds. The upwards of 200 meetings
the agreement was renewed in October 2012, for another two years. resulted into business transactions amounting to R$ 15 million.
The manager of the project, Luciana Pacheco, of Ibraf, explains For years now, the Brazilian Fruit has set up stands in impor-
that the work is being geared towards the demands requested by tant international fairs. The promotion of fruits and fruit deriva-
participating companies themselves. “We started with fresh fruit tives took place at the Fruit Attraction, in Spain; at Fruit Logistics,
and then progressed to processed fruits. Now we have already in- in Germany; at Gulfood, in the Arab Emirates. The participation
cluded dried fruits”, she observes. According to her, there has been in events resulted into business deals reaching US$ 13 million, in-
great interest in products identified with Brazil, like cashew nuts, volving upwards of three thousand contacts.
açaí, among others. The publicity of Brazilian fruits abroad was also conducted
Currently, the Brazilian Fruit project comprises 140 compa- through tasting sessions and other events, attracting consumers
nies, of different sizes. “We have exporting companies and compa- and opinion makers. One of them was the Brazilian Fruit Festival,
nies that are beginning to search for markets”, Luciana comments. in a supermarket chain in Germany. Another noteworthy initia-
The idea, she stresses, consists in gradually inserting new products tive took place during the Film Brazil salon, an institutional proj-
into the project and, in the meantime, expand the number of cli- ect that promotes Brazilian audiovisual production, in Cannes,
ents to be visited. France, which attracted upwards of two thousand people. n
34
20ª Semana
Internacional da
Fruticultura, Floricultura
e Agroindústria
Oitenta setores, entre eles a fruticultura, preparam estratégia para
aumentar negócios durante os grandes eventos esportivos internacionais
A bola está
quicando
Sílvio Ávila
36
Eighty sectors, including fruit farming, are leveraging the power of
innovation to improve their businesses during the international sports events
The ball is
rolling
37
Inor Ag. Assmann
Altos e
baixos
38
Dados do IBGE apontam para
aumento de 4,7% na produção
brasileira em 2012, mas a
perspectiva é de recuo em 2013,
por causa do clima
39
Apesar do bom momento, as exportações
devem ter pequeno declínio
PARA O EXTERIOR As exporta- (abacaxis frescos ou secos; preparados ou principais destinos neste ano foram Argenti-
ções de abacaxis frescos ou secos apresenta- conservados de outro modo; preparados na, Uruguai, Porto Rico, Holanda (principal
ram queda. Em 2012, foram enviadas ao ex- ou conservados em água edulcorante etc; entreposto da União Europeia) e Chile.
terior 1.357 toneladas da fruta, ou 0,05% da sucos – ananares não fermentados; su- O abacaxi pérola, de pouca receptivi-
produção prevista para 2012 (2.476.404 to- cos com valor brix <= 20; outros sucos dade no exterior, segue sendo a varieda-
neladas). No ano anterior, o Brasil produziu de abacaxi) também recuaram. Dos US$ de mais produzida no Brasil, enquanto a
2.365.458 toneladas e exportou 2.238 tone- 16.937.880,00 FOB gerados com a venda de Smoothie Cayenne é a mais procurada para
ladas, aproximadamente 0,1% da produção. 10.727.290 quilos em 2011, passou-se para exportação. A variedade MD-2 vem conquis-
Da mesma forma, as vendas externas US$ 11.981.790,00 FOB obtidos com a ex- tando espaço no mercado internacional, so-
totais da fruta, em suas diversas formas portação de 7.888.999 quilos em 2012. Os bretudo o europeu.
Ups and
Sílvio Ávila
downs
40
IBGE data points to an increase of os maiores > the biggest
4.7% in the 2012 Brazilian crop, but Estados produtores - 2011
41
Sílvio Ávila
Energia
pura
42
Amazônia aposta em novas
cultivares e tecnologias para
produzir açaí até mesmo durante
a entressafra e assim conseguir
aumentar produtividade
existe hoje no Estado projeto com 2.500 hectares plantados e com projeção para
4.000 hectares”, analisa o agrônomo. n
43
Pará teve aumento de produção,
mas houve recuo nas exportações
NOVO SALTO Se os resultados de plantios com tecnologia (irrigação e novas mercado europeu, com a crise econômi-
produção de 2012 suplantaram os do ano cultivares) entrem em produção”, avalia Ge- ca, onde os Países Baixos, liderados pelas
anterior, a expectativa é de que em 2013 a raldo Chaser Tavares, da Sagri. exportações da Holanda, via porto de Ro-
tendência se mantenha no Pará, com au- Já no campo das exportações, o açaí terdã, reduziram suas compras”, considera.
mento da área plantada e de pelo menos apresentou em 2012 (US$ 17.298.134,00 Estima-se que apenas 10% da produção é
20% na colheita. “Mas a demanda ainda e 6.061.194 kg) queda em relação a 2011 exportada para outros países, sendo que
não será plenamente atendida, pois serão (US$ 20.243.180,00 e 6.897.396 kg). “Isso 60% é consumida no próprio Estado do
necessários alguns anos para que os novos se deveu, provavelmente, à retração do Pará e 30% em outros estados da Federação.
Pure
Sílvio Ávila
energy
44
Amazonas is betting on new POPULAR > popular
cultivars and technologies for Produção crescente no Pará
A small fruit, laden with such O MUNDO GOSTA > the world loves it
Exportações de açaí do Pará
properties as vitamins and minerals, seen as energy food, is a real
driving force behind the economy of the Amazon region and has be- US$ Quantidade (kg) %
come a staple in the daily diet of the population. The açaí is poised to 2012
continue conquering markets at home and abroad. Total 17.298.134,00 6.061.194 -
Pará is the largest producer of the fruit. According to data from the EUA 13.688.366,00 5.130.779 79%
Systematic Survey of Agricultural Production (LSPA), furnished by the Japão 2.422.901,00 613.772 14%
Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and published Coreia do Sul 328.166,00 66.830 1,9%
by the State Secretariat of Agriculture (Sagri), up to November 2012, Outros países - - 5,1%
the municipalities in Pará had harvested a total of 817,246 tons of 2011
açaí from an area of 91,426 hectares (planted and cultivated fruit), Total 20.243.180,00 6.897.396 kg -
with area and production increases compared to the previous year. EUA - - 77%
Sagri sources believe that the state of Pará accounts for some- Países Baixos - - 8,6%
thing like 80% to 90% of the entire national production volumes. Japão - - 6,6%
Data by the IBGE, from a 2011 survey, indicate that, as far as Outros países - - 7,8%
extractivism is concerned, the three leading producers were Pará Fonte: Sagri.
(109,119 t), Amazonas (89,480 t) and Maranhão (12,119 t). Ag-
ronomic engineer Geraldo Chaser Tavares, of Sagri, state of Pará, and its growing stage during normal off-season time, that is to say,
understands that the supremacy of the state of Pará could be at- in the first half of the year”, Tavares comments.
tributed to large-scale plantings and cultivations of açaí, an op- Since 2008, according to as survey conducted by the secretariat,
tion that is rather rare in other states. approximately 19 tons of selected seed of the BRS cultivar were dis-
The results achieved by the State have also to do with the in- tributed, and they produced a minimum of 9 million seedlings. “It is
vestments in research into new early cultivars, adapted to firm likely that the seed distribution initiative, along with the perspective
soil, and highly productive. The BRS Pará cultivar results from an for good businesses by private initiative, has prompted the farmers to
agreement signed with Embrapa Eastern Amazon, in 2004. “The increase their planted areas. Within this context, the State is running
new cultivar is to be launched by the end of 2013. It is still under a project so far covering a planted area of 2.5 thousand hectares, but
development, and its main traits will be a more substantial pulp, projected to reach 4,000 hectare”, the agronomist analyzes. n
45
Sílvio Ávila
Puxando
a frente
46
Uma das frutas mais
acessíveis e consumidas, a
banana registrou 6,8 bilhões de
toneladas no Brasil em 2012,
com leve queda na produção
início da adoção da BRS Platina pelos agricultores”, informa. “Espera-se que, a médio
prazo, ela ocupe posição de destaque dentro do agronegócio da banana no Brasil,
devido às suas qualidades de sabor, aroma e resistência às doenças”. n
47
São Paulo e Bahia produziram mais de
2 bilhões de toneladas da fruta
EMBARQUE REDUZIDO A ba- 2011. Os principais destinos da fruta foram do Alexandre Borgato, na revista Hortifru-
nana brasileira foi menos demandada pelo Uruguai (24,399 mil toneladas), Argentina tiBrasil, de dezembro de 2012, publicação
mercado externo em 2012. O volume em- (16,891 mil toneladas), Alemanha (16,133 do Centro de Estudos Avançados em Eco-
barcado, de 92,972 mil toneladas, significou mil toneladas) e Reino Unido (10,492 mil nomia Aplicada (Cepea), da Universidade
queda de 15,52% em comparação com o toneladas). Ao todo, 18 países importaram de São Paulo (USP). Ainda apontaram que
negociado em 2011, de acordo com a Se- banana do Brasil em 2012. houve problemas relacionados à logística e
cretária de Comércio Exterior (Secex), do “A redução das exportações está rela- à greve de fiscais agropecuários, no caso do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e cionada à melhor distribuição da oferta Mercosul. Para 2013, os analistas preveem
Comércio Exterior (MDIC). A venda externa brasileira, que torna o mercado interno que as exportações serão relativamente fir-
resultou em receita de US$ 34,504 milhões mais favorável”, relataram os analistas de mes, devido ao câmbio favorável e à solução
FOB, valor 12,09% inferior ao recebido em mercado Amanda Jéssica da Silva e Ednal- em problemas de transporte.
Sílvio Ávila
leading
the
race
48
One of the most affordable and DESTINOS > destinations
consumed fruits, the banana Exportação brasileira de bananas
49
Inor Ag. Assmann
O doce
desse
50
amargo
Diante da grande oferta de
laranja, lideranças estimam
que cerca de 30 a 40 milhões de
caixas permanecerão nos pés na
temporada 2012/13
Sílvio Ávila
51
Brasil deve produzir 364 milhões
de caixas de laranjas na atual safra
AZEDOU No cenário atual, o que era produzida deixou de ser colhida. Conforme queda de preço do produto.
para ser comemoração virou preocupação para a CitrusBR, estimativas dão conta de que cer- Além disso, o governo, por meio da Com-
a laranja brasileira. A grande oferta de frutas se ca de 30 a 40 milhões de caixas de laranjas panhia Nacional de Abastecimento (Conab),
tornou um problema, tendo em vista a queda devem ficar no pé na safra 2012/13. criou mecanismos de compra de laranja atra-
da demanda de suco no mercado mundial. Os Diante dos obstáculos, produtores e in- vés de leilões públicos, o Prêmio Equalizador
estoques globais brasileiros chegaram a 662 mil dústrias buscaram, junto ao governo federal, Pago ao Produtor Rural (Pepro) e o Prêmio
toneladas, maior nível já registrado, o que invia- medidas para amenizar o problema. Entre as para Escoamente de Produto (PEP). Tais me-
bilizou a compra de boa parte da produção. estabelecidas, foi prorrogada a Linha Especial didas não resolveram o problema, mas o ame-
Com isso, a capacidade de processa- de Crédito (LEC) para laranja. Com ela, foi de- nizaram, uma vez que as estimativas iniciais
mento das empresas chegou ao limite e, terminada a não-comercialização de parte do eram de que até 80 milhões de caixas pode-
consequentemente, grande parte da fruta suco, com o intuito de não provocar grande riam ficar no chão, afirma a CitrusBR.
HORIZONTE
Para o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, se não houver ação decisiva das autoridades, o cenário da próxima safra, apesar da queda
de produção, será uma repetição do que ocorreu no ciclo 2012/13. Ele salienta ainda que estudos do Departamento de Citros da Flórida
projetam crescimento médio de cerca de 3% ao ano na demanda de suco de laranja até 2030, o que pode beneficiar o País.
O Brasil, no entanto, não foi o único a enfrentar dificuldades. Na Flórida, segundo maior parque citrícola do mundo, os produtores
têm enfrentado problemas com a incidência de greening (doença mais temida pelos produtores de laranja) e com o clima. Em seu último
relatório de oferta e demanda, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu em 2,7% sua estimativa de produção
de laranjas para 142 milhões de caixas, no Estado.
Bittersweet
Sílvio Ávila
52
With a plentiful supply of VITAMINADAS > vitamin laden
oranges, leaderships reckon that Produção brasileira de laranja
The sweetness of the * Números do Cinturão Agrícola (interior de São Paulo e Triângulo Mineiro)
** Estimativa - Fonte: CitrusBR
Brazilian orange was not enough to configure an encouraging sce-
nario for the current cycle. Although celebrating a successful crop, with Association (Associtrus), Flávio Viegas.
satisfactory yields and quality, the sector has faced problems related He also recalls that the State of São Paulo, biggest orange pro-
to a huge crop in a year of shrinking global demand for orange juice. ducer in the world, used to harvest upwards of 400 million boxes
In the 2012/13 crop year, according to the National Association of oranges in the late 1990s. “Since then, production has fallen to
of Citrus Juice Exporters (CitrusBR), Brazil, the leading orange pro- average levels of less than 340 million boxes. Therefore, contrary to
ducer and largest orange juice exporter in the world, is expected to what has been published, we are not facing a bumper crop, nor are
produce 364 million 40.8 kilo boxes of the fruit. The number, viewed we harvesting excessively big crops”, he explains.
as positive, resulting from favorable climate conditions, represents CitrusBR sources maintain that in the current scenario the real
a continuity of the good cycles. In the 2011/12 season 428 million problems lies in the shrinking consumption of orange juice in major
boxes were harvested in the Country’s Citrus Belt, which comprises markets, like Europe and the United States. In North-America alone,
the interior of São Paulo and Triângulo Mineiro. demand shrank from 1 million tons to 800 thousand tons a year. The
Despite the good production figures, the season lagged behind entity understands that the reduction has to do with tight competi-
with regard to certain requisites, like prices and sales. “We under- tion from other beverages, surrounded by strong marketing allure
stand that we are going through the worst citrus crop year in the and appealing to the young people. These beverages include energy
past 40 years”, says the president of the Brazilian Citrus Growers’ drinks, power drinks, ice tea, flavored waters, and others. . n
HORIZON
Associtrus president Flávio Viegas understands that if no decisive action is taken by the government, the scenario of the next crop, despite
the smaller production volume, will be a repeat of what occurred in the 2012/13 crop year. He also mentions studies by the Florida Citrus
Department that project a 3-percent increase a year in demand for orange juice until 2030, which could benefit the country.
Brazil was not the only country to face difficulties. In Florida, second largest citrus belt in the world, the growers have been facing problems
related to outbreaks of the greening disease (deadly disease much feared by orange farmers) and by adverse climate conditions. In its latest offer and
demand report, the United States Department of Agriculture (USDA) reduced by 2.7% its orange crop projections, to 142 million boxes, in the State.
53
Inor Ag. Assmann
Meio
espremido
54
Após um ano de dificuldades
e preços baixos, a cadeia
produtiva do limão aposta no
verde da esperança para colher
boas notícias em 2013
ção, mas é necessário que o índice seja ampliado para 50% a fim de que a atividade
gere lucro considerável. n
55
After a year of difficulties and low prices,
the lime supply chain bets on the green color
of hope to reap good news in 2013
Semi-squeezed
Sílvio Ávila
56
Inor Ag. Assmann
marcou
época
58
Maçã brasileira foi DOCES MORDIDAS > sweet bites
favorecida pelo clima em Resultado das safras nacionais de maçãs
59
Vendas externas cresceram 48,47%
em volume e 34,67% em receita
UMA FRUTA DO SUL Os estados çãs do País é Vacaria (RS), que colheu 483 que a plantada. A projeção do IBGE é de
do Sul concentram quase a totalidade da mil toneladas em 2012. A atividade envol- que tanto o espaço plantado quanto o
produção nacional de maçãs. Santa Catari- ve 2.500 agricultores em Santa Catarina colhido deverão diminuir em 2013, em
na e Rio Grande do Sul colheram pratica- e 600 no Rio Grande do Sul, conforme a 0,16% e 0,08%, respectivamente. Porém, o
mente a mesma quantia em 2012: 659.732 associação de produtores. organismo estima acréscimo de 2,86% so-
toneladas e 620.841 toneladas, respecti- Os pomares nacionais da fruta ocupa- bre a produtividade de 34.769 quilos por
vamente. O restante foi registrado pelos ram 38.883 hectares em 2012: Santa Ca- hectare obtida em 2012. Em 2011, a área
estados do Paraná (55.800 toneladas) e de tarina contribuiu com 19.060 hectares e o de plantio (38.400 hectares) e a colhida
São Paulo (1.847 toneladas). O município Rio Grande do Sul com 17.872 hectares. (37.860 hectares) haviam sido inferiores
que responde pelo maior volume de ma- A área colhida foi 394 hectares menor do às do ano seguinte.
MERCADO FAVORÁVEL
A real
O mercado internacional foi bem mais promissor para
o setor macieiro do Brasil em 2012. Um total de 72,252
mil toneladas da fruta fresca rumou ao exterior, segundo
milestone
a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O
volume foi 48,47% superior à quantia de 48,666 mil to-
neladas negociadas em 2011. A receita foi de US$ 48,559
milhões FOB em 2012, 34,67% a mais do que os US$
36,059 milhões FOB obtidos em 2011.
Os resultados positivos foram favorecidos pela boa
qualidade da fruta nacional e pelos baixos estoques eu-
ropeus de gala e de fuji. As exportações brasileiras são
mais concentradas no primeiro semestre do ano, uma
vez que a safra dos países do Hemisfério Norte, princi-
pais importadores, se inicia no segundo semestre. No
exterior, o País enfrenta a concorrência de nações como
Chile, Argentina, África do Sul e Nova Zelândia, que es-
tão entre os maiores produtores da fruta do mundo. Em
2004, por exemplo, o Brasil chegou a exportar 150 mil
toneladas de maçãs.
As importações diminuíram em 2012 em relação ao
ano anterior. Mas o valor pago ao volume importado ainda
foi superior à receita obtida com as exportações. As com-
pras externas totalizaram 57,919 mil toneladas em 2012,
significando 40,02% a menos do que o volume de 96,564
mil toneladas comprado no ano anterior. Já o valor gasto
para a importação de maçãs em 2012 foi de US$ 60,853
milhões FOB, registrando redução de 27,97% sobre o ano
antecedente, quando foi na ordem de US$ 84,487 milhões
FOB. Para 2013, os desempenhos das exportações e das
Inor Ag. Assmann
60
Brazilian apple crop took previous period, according to the Brazilian Association of Apple
Growers (ABPM), based in Fraiburgo (SC). Productivity rates
advantage of the climate in 2012, were smaller, but with a bigger amount of highly valued fruits,
especially the ones that fit into category 1, which tolerate up to
excelling in quality, resulting into two flaws per fruit. This made a difference in the recovery of the
great acceptance in the market sector in the 2011/12 crop year.
Quality was also responsible for extending the sales period
of the gala variety for two months in 2012. Some of the compa-
nies had still volumes of the fruit available for sale in December
2012. Prices were better than in 2011. January through Novem-
ber 2012, for the big gala, Category 1, prices were up 19%, on
Weather conditions were a average, from the same period in 2011.
determining factor for the good performance of the Brazilian The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE),
apple orchards in 2012. During almost the entire development nonetheless, released different numbers regarding the Apple
stage of the fruit, weather conditions were favorable and were crop. In 2012, according to the federal organ, the size of the crop
also responsible for the good quality of the apples, resulting into was supposed to have reached 1.338 million tons, practically on
higher profits for the farmers. Nevertheless, the Apple trees in the a par with the volume in 2011, down 775 tons only. Revenue
states of Santa Catarina (SC) and Rio Grande do Sul (RS), where in 2011 amounted to R$ 851.729 million. For 2013, estimates
Brazilian apple orchards are particularly concentrated, were hit released by the IBGE in early January point to a 2.79-percent
by hailstorms and suffered reductions in their final volumes. increase in volume. Gala apples are harvested in February and
The 2011/12 cycle reached 1.1 million tons, down 3% from the March, whilst fuji apples are picked in April and May. n
FAVORABLE MARKET
The international market was much more promising for the Brazilian apple sector in 2012. Shipments abroad amounted to 72.252
thousand tons of fresh fruit, according to Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry
and Foreign Trade (MDIC). The volume was up 48.47% from the 48.666 thousand tons negotiated in 2011. Revenue amounted to US$ 48.559
million FOB in 2012, up 34.67% from the US$ 36.059 million FOB obtained in 2011.
The positive results were favored by the good quality of the national fruit and by the low stocks of European gala and fuji apples. Brazilian apple
shipments abroad are normally concentrated over the first half of the year, once the apple season in the Northern Hemisphere countries, major im-
porters, starts in the second half of the year. In the international market, Brazil faces competition from countries like Chile, Argentina, South Africa
and New Zealand, which are among the biggest producers of the fruit in the world. In 2004, for example, Brazil exported 150 thousand tons of apples.
Imports were down in 2012 compared to the previous year, but the value paid for the imported volumes still outstripped the amount of
revenue derived from exports. Foreign purchases totaled 57.919 thousand tons in 2012, down 40.02% from the volume of 96.564 thousand
tons purchased the previous year. Values spent on apple imports in 2012 reached US$ 60.853 million FOB, registering a reduction of 27.97%
over the previous year, when it was US$ 84.487 million FOB. For 2013, the performance of both Brazilian exports and imports were still dif-
ficult to predict in February this year, but shipments could take advantage of the lower European stocks.
61
Sílvio Ávila
Alto do
chão
62
Decréscimo na oferta de mamão
registrado em 2012 motivou
grande elevação nos preços do
produto no mercado doméstico
Espírito Santo); e 6,50% em valor, que alcançou US$ 36,3 milhões. “Aos produtores
mostrou-se mais rentável e interessante a colocação no mercado doméstico, nesta
temporada”, observa Rodrigo Martins, presidente da Brapex. n
63
Momento atual pode determinar
aumento da produção em 25% a 30%
MARCA BRASIL Custos de produ- especial, conforme o presidente Rodrigo do o 1º Festival Nacional do Mamão (Brasil
ção altos, concorrência de frutas importa- Martins, é o de valorizar e divulgar mais as PapayaFest), entre 15 e 18 de maio, na cida-
das, câmbio, entre outros aspectos, assim qualidades do produto para a nutrição e a de de Linhares, no Espírito Santo. Além de
como consumo ainda baixo, também in- saúde da população, particularmente junto promover a fruta e o setor, o evento deverá
fluenciam o setor do mamão no País, que às gerações mais novas. A marca “Mamão do priorizar vários momentos técnicos que irão
busca o fortalecimento através de sua asso- Brasil” está sendo enfatizada não só em nível enfocar a qualificação do produto, ressalta
ciação. A Brapex passou a integrar não só externo, onde já se desenvolvem ações junto o dirigente da Brapex. Quanto à produção,
os exportadores, mas todos os produtores com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) e diante do incentivo de preços mais altos em
interessados e o segmento como um todo, a Agência Brasileira de Promoção de Exporta- 2012 e do reforço nas lavouras, a sua ex-
procurando com esta estrutura institucio- ções e Investimentos (Apex-Brasil), mas tam- pectativa é de que possa ocorrer acréscimo
nal mais vigorosa impulsionar atividades de bém – e de maneira especial – no mercado na ordem de 25% a 30% neste exercício,
promoção e desenvolvimento. interno, buscando ampliar o consumo. dependendo-se ainda de vários fatores, espe-
Um dos pontos enfocados de maneira Em 2013, inclusive, estará sendo realiza- cialmente o climático.
Sílvio Ávila
Skyrocketing
prices
64
Dwindling papaya supplies in mamão do brasil > brazilian papaya
2012 made prices skyrocket in Perfil da cadeia produtiva
the domestic market Ano Área plant. (ha) Produção (t) Valor (R$ mil)
2010 34.777 1.871.961 1.484.903
2011 35.881 1.854.343 1.292.543
Fonte: IBGE/PAM
Ano Exportação (kg) (US$)
65
Sílvio Ávila
Saindo
NO Lucro
66
Comercialização de manga
supera expectativas e
garante a maior receita nas
exportações de fruta. Mercado
deverá seguir firme em 2013
Francisco cresceu 2,9% e o polo paulista, 1,1%. Enquanto isso, houve retração de 18,8%
em Livramento de Nossa Senhora, na Bahia, e 5,7% no Norte de Minas Gerais. n
67
CENÁRIO ESTÁVEL
Em 2013, mantido o cenário do início do ano, a expectativa dos mangicultores é de estabilidade na área cultivada nos principais po-
los e também nos preços e nos volumes de comercialização. A diferença é que a área reduzida na região baiana de Livramento de Nossa
Senhora e de São Basílio deverá ser compensada pela ampliação dos pomares nas demais regiões, como o Norte de Minas Gerais, o
Vale do São Francisco, em Pernambuco e na Bahia; e Taquaritinga, em São Paulo. E o mercado doméstico brasileiro deve consolidar sua
expansão na demanda por frutas tipo exportação.
“O comportamento das exportações dependerá muito de três fatores: o câmbio, que começa 2013 em situação menos atrativa do
que em 2012; a crise econômica no bloco europeu e o comportamento de nossos concorrentes”, enfatiza o economista João Ricardo
Ferreira de Lima, da Embrapa Semi Árido, de Petrolina (PE). “De maneira geral, são esperados preços similares aos atuais e a exportação
de volumes também muito parecidos”. A preocupação maior do setor, segundo o analista, é o combate à mosca-das-frutas, praga que
afeta o Vale do São Francisco e exige maior atenção. A janela de exportação começa em agosto e vai até a última semana de outubro,
quando o Brasil aproveita a entressafra de outras regiões.
Sílvio Ávila
Making
profits
68
Mango sales exceed PERSPECTIVA > perspective
expectations and exporters reap Mercado externo da manga brasileira
STABLE SCENARIO
In 2013, if the scenario early this year holds true, the mango farmers expect planted areas to continue stable in all major mango
farming belts, and the same goes for prices and volumes traded. The only difference lies in the fact that the reductions in area in the
regions of Livramento de Nossa Senhora and São Basílio, both in the State of Bahia, will be compensated by orchard expansions in
regions like North Minas Gerais; Vale do São Francisco, in Pernambuco and Bahia; and Taquaritinga, in São Paulo. And the Brazilian
market should consolidate its expansion in demand for export-type fruits.
“The behavior of exports will greatly depend on three factors: the exchange rate, which in early 2013 is less attractive than in 2012;
the economic crisis in the European Union and the behavior of our competitors”, emphasizes economist João Ricardo Ferreira de Lima,
of Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE). “In general, prices similar to the present ones are expected and much the same export volumes”.
The biggest concern of the sector, according to the specialist, is the fight against the fruit fly, a pest that affects the region of Vale do São
Francisco and requires much attention. Exports are supposed to start in August and come to a close in the final week of October, a time
when Brazil takes advantage of the off-season period in other countries.
69
Sílvio Ávila
grandes
voos
70
Fruta mais exportada pelo
País busca ampliação de
espaços em nível interno e externo
com base em sua estrutura de
produção e na qualidade
limitado seu crescimento desde a crise de 2008. Naquele período, o volume total expor-
tado já ultrapassava a 200 mil toneladas, o que não se alcançou mais nas temporadas
seguintes, embora em 2012 voltasse a apresentar algum crescimento. Foram vendidas
181,7 mil toneladas ao exterior neste ano, o que representou 7,19% a mais do que no
exercício anterior. O valor obtido evoluiu menos (4,49%), alcançando US$ 134 milhões.
Cerca de um terço da produção nacional atende ao mercado externo, conside-
rando-se os números de 2011, em que se registra a obtenção de 499 mil toneladas
de melão (4,37% a mais do que o ano anterior) nas lavouras, situadas em sua am-
pla maioria no Nordeste. O maior polo produtor encontra-se nas divisas do Rio
Grande do Norte (Chapada do Apodi) e do Ceará (Baixo Jaguaribe). Aquele Estado
respondeu por 259 mil toneladas no ano em referência; já o Ceará colheu 143 mil
toneladas, mas liderou na exportação, com 101 mil toneladas. Outra área está no
Vale do São Francisco, entre os estados da Bahia e do Pernambuco. No território
baiano, foram produzidas 42 mil toneladas. E, ainda, como quarto Estado produtor
aparece o Rio Grande do Sul, com 21 mil toneladas.
Em 2012, os principais centros produtores nordestinos, onde se utiliza alta
tecnologia e irrigação, apresentaram boa produtividade, permitindo ampliar a ex-
portação e o atendimento interno. Enquanto isso, a remuneração obtida registrou
queda no plano doméstico e estabilidade no externo. As observações foram feitas
em dezembro na avaliação da HortifrutiBrasil, do Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
Conforme o analista Guilherme Ramalho dos Santos, o clima seco no polo produtor
e exportador do Rio Grande do Norte e do Ceará resultou em produtividade e qualida-
de, de modo geral, satisfatórias, o que favoreceu os embarques no início da temporada
2012/13, em agosto. A partir de outubro, porém, a alta salinidade da água utilizada para
Sílvio Ávila
71
Estados Unidos e China estão entre os
destinos focados pelo melão brasileiro
ALTERNATIVAS O mercado externo barque experimental em 2012. das exportações nacionais.
do melão brasileiro ainda se ressente da crise Na América do Sul, está por ser aberta a en- A demanda interna, por sua vez, recebe
na Europa e, por isso, o setor produtivo e ex- trada no Chile, enquanto na América do Norte igualmente toda atenção, na expectativa de
portador do País concentra esforços na busca o importante mercado dos Estados Unidos que se amplie o consumo. Mas diante do re-
de mais destinos ao seu produto, reconhe- vem sendo buscado com afinco, já com alguns conhecimento já existente no plano externo
cido como de alta qualidade, comenta Fran- fornecimentos. Embora este seja atendido e da boa estrutura produtora e exportadora,
cisco Cipriano de Paula Segundo, presiden- normalmente pelos países mais próximos, há a busca de novos mercados para a fruta está
te do Comitê Executivo de Fitossanidade janela justamente no período da safra brasilei- na pauta, e espera-se bons resultados. “Adi-
do Rio Grande do Norte (Coex). Ainda na ra, onde o setor quer ocupar espaços com o cionando novos espaços para comércio, te-
Europa, atenções se voltam à Rússia e, na atrativo da qualidade do produto diferenciado mos capacidade para crescer”, lembra Fran-
Ásia, busca-se viabilizar o grande mercado e já com aprovação sanitária. Haveria ali poten- cisco Cipriano de Paula Segundo, dirigente
chinês, no qual vem sendo percebido inte- cial estimado em US$ 130 milhões para o me- do comitê do setor no Estado que lidera a
resse e para onde inclusive já foi feito em- lão brasileiro, que corresponde hoje ao total produção, o Rio Grande do Norte.
Flying
Sílvio Ávila
high
72
Country’s most exported fruit MELÃO BRASILEIRO > brazilian melon
seeks to expand its range at PERFIL DA CADEIA PRODUTIVA
home and abroad, based on its Ano Área plant. (ha) Produção (t) Valor (R$ mil)
2010 18.870 478.392 333.355
production and quality structure 2011 19.701 499.330 365.105
Fonte: IBGE/PAM
Ano Exportação (kg) (US$)
2011 169.575.730 128.353.767
The melon supply chain, 2012 181.767.594 134.114.090
Fonte: Secex/Aliceweb-Ibraf
which ranks first on the list of Brazilian fruit exports, wants to
expand its horizon beyond the traditional European market, still
its main destination, but with a limited growth rate since the 2008 ducers, with 21 thousand tons.
financial crisis. Back then, exports exceeded 200 thousand tons, a In 2012, all major northeastern producing hubs, character-
volume that was never matched over the following cycles, though in ized by high technology and irrigation practices, took advan-
2012 some growth was registered, when melon exports amounted tage of good productivity rates, thus expanding export opera-
to 181.7 thousand tons, up 7.19% from the previous year. Revenue tions, whilst fulfilling the needs of the domestic market. In the
obtained was up only 4.49%, totaling US$ 134 million. meantime, remuneration registered a decrease in the domestic
About one third of the melons produced in Brazil are shipped scenario and remained stable abroad. These observations come
abroad, considering the 2011 numbers, when the total crop from a survey conducted in December by HortifruiBrasil, of the
amounted to 499 thousand tons (up 4.37% from the previous year), Center for Advanced Studies on Applied Economics of the Univer-
most of the fruits harvested in the Northeast. The largest melon pro- sity of São Paulo (Cepea/USP).
ducing hub is located at the borders of Rio Grande do Norte (Cha- According to analyst Guilherme Ramalho dos Santos, the dry cli-
pada do Apodi) and the State of Ceará (Baixo Jaguaribe). The mate in the exporter hub of Rio Grande do Norte and Ceará resulted
former accounted for 259 thousand tons in the year of reference; into satisfactory productivity rates and quality, leading to bigger
and Ceará harvested 143 thousand tons, but was the leader in shipments abroad at the beginning of the 2012/13 cycle, in August.
exports, with 101 thousand tons. Another melon producing hub As of October, however, the high salinity levels of the irrigation water
is Vale do São Francisco, sitting between the states of Bahia and limited the performance of the harvest and exports, which, anyway,
Pernambuco. The volume in Bahia amounted to 42 thousand were supposed to come to a close with a positive balance, also tak-
tons. The state of Rio Grande do Sul ranks as fourth biggest pro- ing into consideration the crop period up until April. n
73
Inor Ag. Assmann
Novos
horizontes
74
Cadeia produtiva passa por
transformação e precisa se
adequar a um novo cenário,
que envolve a maior concorrência
e a crise europeia
75
Cenário motivou
leve recuo na
produção de uvas NEW
horizons
no Brasil em 2012
VINHOS E SUCOS O Brasil não
dispõe de estatísticas de produção e de
comercialização nacional de vinhos e de
suco de uvas. Mas, como o Rio Grande
do Sul é responsável por mais de 90% da
produção do País, suas estatísticas per-
mitem análise aproximada do desempe-
nho da agroindústria vinícola.
Neste aspecto, o processamento de vi-
nhos, sucos e derivados do Rio Grande do
Sul, em 2012, alcançou a 579,31 milhões
de litros, 0,1% acima do volume de 2011. O
maior acréscimo está na produção de suco
de uva concentrado e no mosto de uva. O
suco concentrado aumentou 27,3% e o
mosto de uva, 20,8%. Grande parte do mos-
to é transformado em suco. Em 2012, o pro-
cessamento de suco integral caiu 19,2%. A
Inor Ag. Assmann
76
Brazilian winegrowing operations are now experiencing
transformations in an attempt to adjust to a new scenario,
which involves tighter competition and the European crisis
77
Inor Ag. Assmann
A vez
da pera
78
Estudos da Embrapa Uva e
Vinho buscam variedades
que reduzam a dependência
brasileira às importações da
fruta, que hoje chega a 90%
79
Serras gaúcha e catarinense têm alto
potencial para a produção de pera
MUITAS VANTAGENS Entre as aproveitada, inclusive os canais de comer- logística, ampliando a ocupação da mão-
vantagens de plantar pera nas serras gaú- cialização. A pesquisa concentra atenção -de-obra e gerando renda aos produtores
cha e catarinense está o custo de produ- também em cultivares que possam ser e ao setor. É o esforço do Sul em busca da
ção, menor do que o da maçã, cuja infra- colhidas antes da maçã gala, no início de melhor pera a ser produzida e comerciali-
estrutura de cadeia produtiva poderá ser fevereiro, garantindo o uso da estrutura zada no Brasil.
It’s time
for pears
Studies conducted by Embrapa Grape and
Wine seek varieties that could reduce Brazil’s
dependence on imports, now amounting to 90%
there is no chance for reducing purchases from abroad: there are the supply chain, expand production and add value to the fruit.
no quality cultivars available, making regular supplies unat- Researcher Paulo Ricardo Dias de Oliveira, leader of the pro-
80
Rio Grande do Sul and Santa Catarina Sierras boast
great potential for the production of pears
LOTS OF ADVANTAGES The ben- take advantage of the entire apple farming taking advantage of the logistic structure,
efits of producing pears in the sierra regions infrastructure in the two states, including expanding the use of labor and generating
of Rio Grande do Sul and Santa Catarina its commercialization channels. Research is income to the growers and the sector. It is the
lie in the lower production costs compared also focused on cultivars that could be har- South in search of the best pears to be pro-
to apples. Furthermore, pear growers could vested before gala apples, in early February, duced and sold.
gram, stresses that the first challenge consists in evaluating the tant to diseases, requiring less phytosanitary treatments.
cultivars under public domain, already grown in pear growing Currently, 10 cultivars are being closely watched. The initial
zones. There era no national varieties in South Brazil; there are results of the evaluation will be disclosed after three regular
only cultivars imported a long time ago, without any techni- cycles, indicating performance and appropriate management
cal analysis. Hence the need for a close watch in order to iden- practices. Furthermore, Embrapa has scheduled the new culti-
tify adapted and highly productive varieties, cultural practices, vars for the region as of 2018. Hybrids have already been pro-
cultivation viability, harvest and post-harvest. The study also duced for the first trials. The Germ Plasm Database is being rein-
includes rootstock varieties. Genetic engineering is conducting forced by material from the United States, in order to expand the
transformation trials for the development of pear strains resis- genetic diversity levels available for crossings. n
81
Inor Ag. Assmann
Impulso na
parreira
Embrapa lança variedades BRS
Magna e BRS Vitória, uvas para
suco e consumo in natura adaptadas a
diferentes regiões brasileiras
82
Propelling
the vineyard
Embrapa launches
varieties BRS Magna and
BRS Vitória, grapes for juice
and fresh consumption,
adapted to different regions
throughout Brazil
83
Divulgação
Mudanças no
cartão-postal
84
Embrapa Clima Temperado
difunde tecnologias para o
cultivo de citros sem sementes
na região de Campanha do
Rio Grande do Sul
A região da Campanha,
no Rio Grande do Sul, é cartão-postal do bioma Pampa, com vastos campos, vár-
zeas, rebanhos ovinos e bovinos, e lavouras de arroz. Mas seu perfil está mudando.
O novo cenário da Campanha, da Zona Sul e da Fronteira Oeste inclui pomares de Divulgação
85
Alternativa é rentável, mais rústica e
substitui as culturas tradicionais
AMPLO POTENCIAL A produção ainda com tolerância ao cancro cítrico (Lue gs), a Fundação de Pesquisa Agropecuária
de citros sem semente no Rio Grande do Sul Gim Gong e Shamouti). (Fepagro/RS), a Universidade de Caxias do
tem alcançado bons resultados porque há Os principais riscos à cultura são as ge- Sul (UCS) e a Empresa de Assistência Téc-
demanda, principalmente para aqueles com adas, as formigas, as lebres e uma possível nica e Extensão Rural (Emater-RS), vem
coloração de polpa vermelha (Cara Cara) ou entrada do Greening (HLB) no Rio Grande gerando tecnologias para reduzir estes
sabor exótico (Ortanique e Nova), de produ- do Sul, ou o cancro cítrico. A Embrapa Cli- riscos. Portanto, baseada nessa perspecti-
ção precoce (Navelina, Okitsu e Owari) ou ma Temperado, em parceria com a Univer- va, a paisagem do Pampa gaúcho tende a
tardia (Ortanique, Nadorcott e Lane Late), e sidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufr- mudar mais ainda. Para melhor.
Divulgação
Changes to
the postcard
86
Embrapa Temperate Climate
spreads seedless citrus growing
technologies across the Prairie
Regions in Rio Grande do Sul
87
Visita
indesejada
Sílvio Ávila
88
Controle da mosca-da-fruta pode ser
de natureza cultural, química e biológica
PROCEDIMENTOS O método mais eficiente contra as moscas-das-frutas é o
controle cultural, que implica em práticas simples, como o recolhimento de frutos que
caiam ao solo. Eles devem ser enterrados e cobertos com 20 centímetros de terra bem
compactada. Podem também ser triturados para alimentação animal, ou queimados. O
ensacamento de frutos custa caro, mas pode ser aplicado em caso de altas populações. A
colheita dos frutos não comercializados evita que as moscas completem o ciclo no pomar.
Adultos de mosca-das-frutas podem voar até 10 quilômetros de distância, e acima de 10
metros de altura. Logo, o uso de barreiras físicas ao redor dos pomares é ineficiente. Se o
controle cultural for negligenciado, os demais métodos podem ser prejudicados e inefica-
zes. “O produtor deve prever no planejamento da safra estes custos, para não permitir que
o ciclo da praga se complete em seu pomar”, diz Beatriz Paranhos, da Embrapa Semiárido.
O controle químico é realizado com isca-tóxica, que é a mistura de inseticidas
registrados para as diferentes culturas com a adição de um atrativo alimentar. A solu-
ção é aplicada apenas em parte da área cultivada, reduzindo o risco de resíduos nos
frutos e o impacto sobre insetos benéficos.
Entre as armas que devem reforçar o arsenal dos produtores contra as moscas estão a
técnica do inseto estéril (machos estéreis que acasalam com as selvagens, no campo) e o
controle biológico com parasitóides (vespas que atacam as larvas, nos frutos) e com ento-
mopatógenos (fungos que matam as pupas no solo). Neste aspecto, a Embrapa Semiárido
Sílvio Ávila
terá muito a colaborar com as tecnologias e com a disseminação do conhecimento.
Unwanted visit
Awareness, monitoring, technolog y are weapons
against the fruit fly threat in Vale do São Francisco
Over the past two years, 99% of all outbreaks and its preferred fruits are mango, guava,
Vale do São Francisco, major Brazilian mango and table grape acerola, carambola, cajá, siriguela, grape and other fruit trees.
production hub, witnessed the infestation of its orchards with “Usually, the fruit-flies lay their eggs in the fruits at their early
fruit-flies. It is an unwanted visit that leads growers and research- maturing stage. However, they can also infest the fruits while
ers to wage a war against the insect to protect their orchards. Re- they are still green. The larvae feed on the pulp and cause it to
searcher Beatriz Aguiar Jordão Paranhos, of Embrapa Semiarid, rot”, the researcher explains.
in Petrolina (PE), reveals that the fruit-fly is the world’s most nox- The fruits become inadequate for fresh consumption or for
ious fruit tree pest. In Brazil there are five quarantine species. industrialization purposes. After reaching adult age, the larvae
In Vale do São Francisco, Ceratitis capitata is responsible for migrate to the soil, and remain five to seven centimeters deep in
90
the soil for the pupa stage. The adult-egg period lasts for 18 to 25 logical nature. Cultural measures should never stop, and the other
days in Vale do São Francisco. “Losses vary from farm to farm ones should be preceded by area monitoring, which will define the
and from year to year. When no cultural control is performed, the need for their application. Monitoring is conducted through traps
level of infestation is very high, even causing losses to neighboring spread across the orchard, their purpose is to define the level of
fields. Losses could amount to 50% of an entire crop”, he warns. infestation, the need and right time for applying the control mea-
There are aggravating factors in the Valley, compared to sures. There are two types of traps in use, McPhail and Jackson,
other regions throughout Brazil: favorable climate conditions which are checked on a weekly basis for the counting procedure.
for the development of the pest and host fruits year round. Be- These practices are applied when the fly/trap/day (FTD) index
sides the direct damages to the fruits, the indirect ones, related is equal to, or higher than 0.25. If the fruits are to be exported, the
to export barriers, could be much bigger. orchard must remain under a six-month monitoring process, up
Control over the fruit-fly could be of cultural, chemical or bio- to harvest time, and the index must be inferior to one. n
91
Sílvio Ávila
Grandes
esperanças
92
Maior produtor nacional da
fruta, Ceará aposta em caju
clonado para revitalizar a
cultura, que sofreu novamente
com a seca em 2012
93
Em cinco anos do programa,
área com o tipo precoce dobrou no Ceará
APROVEITAR MAIS O incentivo partir da estabilização das novas plantas dis- de caju obtida até o momento no Estado, em
à instalação de pequenas agroindústrias nos tribuídas (o que ocorre plenamente no sexto 2006, com 130 mil toneladas. Para tanto, há
polos está entre as ações previstas no progra- ano, enquanto as recuperadas já apresentam mercado no exterior e no plano doméstico,
ma cearense, que tem entre suas preocupa- resultado no ano seguinte à intervenção). onde tem sido verificado crescimento. Em
ções o aproveitamento integral do caju, para Os 33.529 hectares de pomares resul- 2012, a produção cearense foi destinada em
sucos, cajuína, doces, polpa e mel, por exem- tantes dos plantios e da substituição de sua maior parcela à exportação, que somou
plo. Normalmente, extrai-se apenas a casta- copa deverão acrescer o mesmo volume em 20 mil toneladas, garantindo receita de US$
nha, que representa a menor parte da fruta. produção. Esta tem condições de superar 148 mil, o que representa 80% da movimen-
Essa, por sua vez, também terá maior oferta a novamente a maior quantidade de castanha tação brasileira nesta fruta.
Great hopes
Sílvio Ávila
94
The largest national producer of CASTANHA DE CAJU > cashew nut
the fruit, the State of Ceará bets on PERFIL DA CADEIA PRODUTIVA
95
Sílvio Ávila
Uma fruta
de peso
Melancia se impõe na
fruticultura brasileira em
termos de volume, com 2,198
milhões de toneladas, e já tem
peso igualmente nas exportações
96
A mighty
fruit
Watermelons stand out in Brazilian
fruit farming business in terms of
volume, with 2.198 million tons, and
play a relevant role in exports
97
Sílvio Ávila
Ela jamais
passaria
despercebida
98
Graviola está entre os novos
sabores de frutas tropicais
que vêm sendo valorizados
pelos consumidores e oferece
opção a agricultores familiares
99
Ceará tem o maior produtor individual,
e o Sul da Bahia ganha força
BOA POLPA A graviola tem polpa demanda e o interesse pela polpa, por parte em 2005. Informações de 2010 da Embrapa
branca, de sabor suave e levemente ácido. do consumidor e das indústrias”. Agricultura Tropical, de Fortaleza (CE), por
Pode ser consumida naturalmente, mas em Recentemente, ocorre também maior sua vez, reforçam o aumento da importância
geral é destinada à produção de doces, ge- comercialização como fruta fresca. A Em- socioeconômica do cultivo de anonáceas, es-
leias, sucos, sorvetes, iogurtes, produtos me- presa Baiana de Alimentos (Ebal) apurou pecialmente da graviola, diante da demanda
dicinais, cosméticos e outros. Já na década de movimentação de 52 toneladas em 2011 de frutas tropicais, do uso na indústria far-
1990, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro- na Central de Abastecimento de Salvador macêutica, da valorização do produto e da
pecuária (Embrapa) salientava a “crescente (BA), índice 350% superior ao verificado inserção no mercado europeu e americano.
NOVOS
APROVEITAMENTOS
A caracterização da produção e do
mercado da graviola na Bahia foi tema It would
never go
de dissertação apresentada por Afonso
Lúcio Gomes Estrela de Freitas em 2012
na Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia (Uesb). Reitera também perspecti-
unnoticed
vas apresentadas pela Agência de Defesa
Sanitária (Adab), de que o cultivo da fruta
vem crescendo no Estado, em condições
de se destacar inclusive em âmbito mun-
dial na atividade.
Em nível geral, ainda conforme Euval-
do Bringel Olinda, do Instituto Frutal, tem
ocorrido maior valorização. O consumo
interno do fruto igualmente cresce, in-
clusive na chamada “nova cozinha”, assim
como o destino externo, por meio de itens
industrializados. Euvaldo constata proces-
so gradual de avanço no manejo, nos tra-
tos culturais e nas tecnologias, com maior
uso de material orgânico e de irrigação.
Seu filho, Daniel, por outro lado, ao
cursar universidade americana, identifi-
cou oportunidade de investir em deriva-
dos da planta com finalidade terapêutica,
diante da existência, na fruta, da substân-
cia acetogenina, e sua possibilidade de
auxiliar no tratamento de câncer. Daniel
acompanha estudos da Universidade Fe-
deral do Ceará sobre chá da folha e cáp-
sulas de graviola, ainda em avaliação na
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Sílvio Ávila
100
Graviola is a new flavor among in Brazil, where a trend towards crop expansions have taken place
over the past years, particularly involving cocoa farmers. Accord-
tropical fruits, highly appreciated ing to the Bahia State Agricultural Development Company (EBDA),
linked to the Secretariat of Agriculture, Irrigation and Land Reform
by consumers, and could become (Seagri), this fruit is present in most orchards in the South and it
an option for family farmers stands as a potential generator of income for family farmers.
Latest data about graviola released in Brazil date back to 2006
(Census of Agriculture by IBGE), and they refer to 1,500 to 1,600
hectares devoted to the crop and 5.1 to 5.5 million fruits produced
annually. States where the fruit is mostly produced include Bahia,
Popular in the North and Pernambuco and Ceará, along with some northeastern states, while
Northeast of the Country, but not yet displayed in statistical re- in the North, the Amazon State is the main producer. More recent
ports, the graviola fruit belongs to the custardapple family (but is numbers are released by the EBDA, in Bahia, referring to 1,300 hect-
much bigger in size, a kind of sturdy cousin weighing up to 10 kilos) ares devoted to the fruit in the state alone, of which, 510 hectares in
and is now becoming known and arousing interest from more distant the municipality of Wenceslau Guimarães, in Baixo Sul, followed by
places. This stems from the discovery of new flavors of tropical fruits, Presidente Tancredo Neves, Ibirapitanga and Una.
in parallel with soaring tourism and logistic advances, particularly The region has been the venue for events promoting the crop, like
with regard to fruit conservation and quality processing. the First Graviola Symposium in Bahia, in April 2012, in the town of
This is the opinion of Euvaldo Bringel Olinda, president of the Fru- Ipiaú, and the Seminar “Economic Viability of the Graviola”, in July,
tal Institute and of the Ceará State Fruit Sectoral Chamber, and he is in Gandu. Organized by the Executive Committee of the Cocoa Farm-
also the largest individual grower of this fruit, along with the Portu- ing Plan (Ceplac), it counts on the participation of several entities, like
guese Group Plurinvest, in Trairi, along the coastal area of the State. the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae). Ac-
He devotes 120 hectares to this fruit, now in operation for 14 years, cording to Marcelo Leite, analyst with the institution, the idea is to
without any expansions lately. It is located in a region with certain strengthen the agribusiness side of the fruit, along with sustainable co-
tradition in this crop, especially among small-scale farmers. coa farming operations. The River Contas Valley Agrohub Fruit Farm-
However, it is in the southern portion of Bahia, leading producer ing Project, integrating all agroindustries. n
101
Inor Ag. Assmann
De bom
tamanho
102
Segmento das pequenas frutas
constitui boa alternativa
de renda para os produtores
brasileiros e já cria oportunidades
valiosas para o País
terno seu consumo apresenta crescimento, mas ele ainda é restrito aos grandes
centros consumidores, como São Paulo e Rio de Janeiro, devido ao alto preço da
fruta, e por ser bastante perecível. n
103
Apesar de ainda ser restrito a algumas
regiões, consumo interno cresce
PARA FORA No mercado interna- mirtilo. Apesar disso, os brasileiros apostam conhecedoras do mercado internacional,
cional, a participação das pequenas frutas cada vez mais nessas espécies. estão cada vez mais empenhadas em pro-
produzidas no Brasil ainda é tímida, com Em 2005, havia mais de 20 mil hec- duzir e exportar estas frutas. Além de co-
baixos volumes de exportação. Em 2012, tares plantados com amora preta em mercializadas in natura, também podem
por exemplo, foram negociadas ao exterior 4 todo mundo, com aumento de 45% em ser utilizadas como produtos industriali-
mil toneladas de framboesas e amoras e 927 relação a 1995, aponta Maria do Carmo. zados em congelados, iogurtes, sorvetes,
quilos de mirtilos. Mesmo assim, o segmento No Brasil, segundo estimativas de 2011, geleias e sucos.
é visto como promissor, podendo proporcio- são mais de 273 hectares com amoreira e Por outro lado, a amora preta e o mirti-
nar retornos financeiros satisfatórios por área pouco mais de 270 hectares com mirtilo, lo, por exemplo, têm grande apelo no mer-
de plantio, com boas perspectivas tanto no concentrados nas regiões Sul e Sudeste. cado mundial devido aos benefícios para a
mercado interno quanto no externo. A produção das pequenas não inte- saúde. Porém, no Brasil, o conhecimento
Para o cultivo de determinadas espécies, ressa apenas ao fruticultor familiar, que dos consumidores sobre estas espécies e
produtores enfrentam algumas dificuldades, pode ter bom rendimento em áreas re- seus potenciais é ainda muito pequeno. Es-
como o manuseio da framboesa no pós- duzidas. A pesquisadora Maria do Carmo pera-se, sobretudo, que haja evolução neste
-colheita e o alto custo de implantação do afirma que empresas, bem organizadas e sentido, pontua Maria do Carmo.
Inor Ag. Assmann
Sizable
share
104
Segment of small fruits is a
good income alternative for
the Brazilian producers and
has already created valuable
opportunities for the Country
In the orchards,
on the kitchen tables or even in the hands, small fruits look frail
and defenseless. In the Brazilian orchards, nonetheless, they stand
as great chances for fruit farmers eager for alternatives and offer
opportunities for investments in a different product.
According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), with the excep-
tion of strawberries, small fruit production in Brazil is still negli-
gible, and no statistical data are available. Among the producing
states, Rio Grande do Sul and São Paulo lead the ranking.
Currently, the main small fruit species grown in Brazil are straw-
berries, blackberries and myrtles, says researcher Maria do Carmo
Raseira, of Embrapa Temperate Climate, in Pelotas (RS). She points
out that some people include the Physalis in the group. The national
territory is also home to a small area planted to raspberry, located
in the counties of Vacaria (RS) and Campos do Jordão (SP) and now
moving to Minas Gerais, in the Senador Amaral region.
There is big added value in small fruits. According to Ibraf sources,
Inor Ag. Assmann
105
Sílvio Ávila
A marca
que fica
106
Produção Integrada
Agropecuária (PI Brasil) já
dispõe de normas específicas
para o cultivo e a certificação
de duas dezenas de frutíferas
107
Campanha visa disseminar a PI Brasil
entre produtores e consumidores
DIVULGAÇÃO De acordo com a obter a certificação e garantir a disponibilida- valorizam estes alimentos”, esclarece Rosile-
chefe da Divisão de Fruticultura do Mapa, de do produto no mercado consumidor. ne. Os produtos também estão sendo pro-
Rosilene Ferreira Souto, uma ampla campa- Após, a campanha será ampliada para movidos em feiras internacionais, visando a
nha de divulgação da PI Brasil está sendo tornar o modelo conhecido entre os con- divulgação da certificação oficial da PI no Bra-
promovida em parceria com a assessoria de sumidores brasileiros, que poderão exigir sil, em parceria com a Secretaria de Relações
comunicação do ministério. O trabalho está produtos certificados e com a garantia de Internacionais do Mapa. O modelo brasileiro
sendo desenvolvido em etapas. Primeiro, vai segurança alimentar. “Estas ações precisam foi criado nos moldes da PI na Europa, onde
buscar maior adesão dos produtores à tecno- ser feitas com bom planejamento, para evitar se tornou um pré-requisito das produções
logia da produção integrada com o intuito de a frustração de segmentos que incentivam e agrícolas de qualidade.
Sílvio Ávila
The
brand
that
lasts
108
Integrated Agricultural
Production (PI Brasil) has its
own specific standards for the
cultivation and certification of a
score of fruit trees
Sílvio Ávila
es lie in the adhesion to the Integrated Agricultural Production
(PI Brasil), developed by the Ministry of Agriculture, Livestock
and Food Supply (MAPA). Adhesion is on a volunteer basis. By
opting for the model, the farmers will have to comply with the mangaba, nectarines, grapes for processing, guaraná and annona-
technical standards of every crop or group of crops. They are re- ceae (graviola, custard apple, biribá, atemoia and others).
lated to the qualification of the rural workers, field monitoring In August 2012, strawberry growers in São Paulo started to har-
and social and environmental traceability. vest the first fruits bearing the “Certified Brazil – Quality Agriculture”
Since 2000 the ministry of agriculture has already invested R$ label. The process dates back to six years ago in areas devoted to the
26 million in projects, which involve 30 supply chains in differ- production of strawberries where excessive pesticide residues had
ent regions throughout Brazil. “Over the past 10 years, the system been detected, like in some municipalities of the States of Espírito
has become popular particularly with fruit farming”, says Rosilene Santo, Rio Grande do Sul and São Paulo. The farmers are audited by
Ferreira Souto, head of the Fruit Division of Mapa’s Secretariat of certified companies accredited by the National Institute of Metrology
Agricultural Development and Cooperativism. Currently, accord- Standardization and Industrial Quality (Inmetro).
ing to her, the Country has in place specific standards that pave the The Integrated Strawberry Production Project (ISPP) was coordi-
way for the certification of approximately 20 fruit species. nated by researcher Fagoni Calegario, of Embrapa Environment, in
The species standardized by the PI Brasil are as follows: papaya, Jaguariúna (SP). The initiative resulted into smaller production costs
banana, cashew nut, peach, passion fruit, guava, citrus, fig, apple, through the reduction of pesticide applications. “The number of ap-
grape, mango, strawberry, pineapple, persimmon and melon. Rosi- plications of a certain chemical fell from 12 a month to only two”, he
lene maintains that the standards are being complied with in some stresses. In the researcher’s view, the challenge consists in convincing
areas devoted to apples, melons, peaches, lemons, grapes, mangoes, the people in charge of coming up with public policies about two ur-
bananas and strawberries. Still in their development and implemen- gent needs: publicity of the label, so as to get the farmers acquainted
tation stage are the specific standards for the following fruits: plums, with it; and the creation of fostering programs for rural producers. n
109
Consumidor brasileiro acorda para a importância da certificação de
frutas in natura e produtos processados a partir delas, de olho na qualidade
Com pedigree
Sílvio Ávila
110
Brazilian consumers are waking up to the importance of certified
fresh fruit and fruit-based products, with an eye towards qualit
With pedigree
Sílvio Ávila
Brazil boasts a variety of certifications of public and private
Little by little, Brazilian fruit origin. Nonetheless, only a few of them are in force, because there
farming starts to adhere to a global trend. The certification is no significant demand for certified products from the con-
of fresh and processed fruits has become a valuable alternative sumer side. The exception lies in organic products, and products
for discerning clients. supplied by huge retail chains, which take advantage of their
According to the technical manager of the Brazilian Fruit Insti- own certification systems. Government certifications include PI
tute (Ibraf ), Cloves Ribeiro Neto, the adoption of certifications is a Brazil – in the past known as PIF – Integrated Fruit Production)
free decision made by both fruit farmers and industries. According to and Organics Brazil, focused on organic produce. There are sev-
the entity’s representative, the selection of the labels to be displayed eral private certifications throughout the Country. The major
depends on the market that is to be conquered, and should include ones are GlobalGap, Sustainable Fruit, labels of retail chains,
items like traceability, food safety, environment and worker protec- like Grupo Pão de Açúcar and Carrefour; and certifications for
tion. “Certification is a buyers’ demand, not in mandatory manner, the Arab world (Halal and Kocher, for processed products). There
but from a commercial side, aimed at the acquisition of guaranteed are also certifications specific to international retail chains, like
products, especially with regard to food safety”, he explains. Nature’s Choice, of Tesco.
According to Ribeiro Neto, certified farmers, in a way, are pre- Among the above mentioned certifications, Ribeiro Neto
ferred to non-certified ones. The Ibraf representative also stresses maintains that GlobalGap (best agricultural practices for fresh
that, for a long time now, both the private and the public sector fruit) and the specific Tesco certifications are the best known and
have been adhering to Best Agricultural Practices (BAP) clearly most used certifications. “Recently, we have witnessed the intro-
intended on enhancing the fruits and derivatives supplied to the duction of sustainability and environmental certifications”, the
consumers, with certification being the final stage. Ibraf representative concludes. n
111
Inor Ag. Assmann
O gosto e o sumo
Apesar do recuo nas
exportações e da decorrente
queda no faturamento, o suco
de laranja brasileiro segue como
o mais consumido do planeta
The
flavor
and the
juice
não pudesse ser comprada. Diante disso, produtores e indústria
O Brasil segue liderando a lista procuraram o governo federal na busca por soluções. Entre as
dos produtores e exportadores mundiais de suco de laranja. A medidas estabelecidas, foi prorrogada a Linha Especial de Crédito
primeira posição no ranking pode ser confirmada pela seguinte para laranja (LEC). Isso garantiu que parte do suco não fosse co-
análise: a cada cinco copos da bebida consumidos no planeta, três mercializado, evitando grande queda de preço.
têm procedência verde-amarela. Para isso, as empresas se comprometeram a comprar 40 mi-
Apesar de manter-se à frente, o País diminuiu a quantidade lhões de caixas de laranjas, que antes não seriam adquiridas.
exportada em 2012: foram negociadas 1.096.593 de toneladas de Ainda, o governo determinou que a Companhia Nacional de
suco de laranja FCOJ (suco concentrado congelado) equivalente, Abastecimento (Conab) criasse mecanismos de compra de laran-
com redução de 5% em relação a 2011. A Associação Nacional dos ja através de leilões públicos. As medidas reduziram a estimativa
Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) atribui a queda nas inicial de perda de até 80 milhões de caixas de laranja para, em
vendas externas a um problema estrutural da cadeia citrícola, que fevereiro de 2013, entre 30 a 40 milhões de caixas da fruta.
enfrenta a redução do consumo mundial de suco de laranja, prin- Tal realidade afetou o faturamento do segmento, com leve re-
cipalmente devido à concorrência acirrada com outras bebidas, dução em 2012, estimado em US$ 2.276.437.055,00, na compara-
como energéticos, powerdrinks, ice tea, e águas com sabores. ção com 2011. Entretanto, dois acontecimentos ajudaram a man-
A CitrusBR menciona ainda as duas últimas grandes safras. ter os preços do suco em bom nível: a redução de produção na
Somente no ciclo 2011/12, a produção foi de 428 milhões de cai- Flórida e a já mencionada prorrogação da LEC, que estabeleceu
xas de laranja; e a expectativa para a temporada 2012/13 é de que parte dos estoques da bebida não poderia ser comercializada.
364 milhões de caixas. Os estoques globais brasileiros chegaram Tal medida impediu a saturação do mercado, o que pressionaria
a 662 mil toneladas, o que faria com que boa parte da produção os preços para baixo. n
112
Consumo mundial do suco sofre com a
concorrência de outras bebidas
OUTRO IMPASSE As restrições em 2011 para 134,1 mil toneladas em Desde então, houve recomendação para
dos Estados Unidos ao ingresso de suco 2012 na comercialização do produto para os produtores deixarem de usar o car-
de laranja concentrado brasileiro, por a terra do Tio Sam. bendazim e as empresas também inicia-
conta da presença de resíduos do fungici- Diante do obstáculo, as empresas bra- ram um processo de retirada do fungici-
da carbendazim, tiveram início no come- sileiras à época decidiram não exportar da dos pomares próprios. Cada indústria
ço de 2012 e a CitrusBR avalia queda de para os Estados Unidos até que fossem está retomando suas exportações confor-
19,1%, ou recuo de 165,7 mil toneladas capazes de enviar sucos sem o fungicida. me estratégias particulares.
ment for a solution. Among the measures set forth, the Special Orange
Brazil continues leading the Credit Line (SOCL) was delayed. This prevented part of the juice from
list of orange juice producers and exporters. The top position being negotiated, thus preventing prices from plummeting.
is attested by the following analysis: three out of every five glass- To this end, the companies assumed the commitment to pur-
es of juice consumed in the world come from Brazil. chase 40 million boxes of oranges, which would otherwise re-
Despite ranking first, the Country exported less juice in 2012: nego- main unsold. Furthermore, the federal government entrusted the
tiations involved 1,096,593 tons of FCOJ (frozen concentrated organ National Supply Company (Conab) with the creation of orange
juice) equivalent, down 5% from 2011. The Brazilian Association of buying mechanisms through public auctions. These measures
Citrus Juice Exporters (CitrusBR) attributes the declining foreign sales managed to reduce the initial losses from the estimated 80 million
to a structural problem of the citrus supply chain, which is now facing orange boxes to 30 to 40 million boxes, in February 2013.
a decrease in global consumption of orange juice, due to tight competi- Such a reality affected the income of the segment, which experi-
tion from other beverages, powerdrinks, ice tea and flavored waters. enced a slight reduction in 2012, estimated at US$ 2,276,437,055.00,
CitrusBR officials also refer to the two past bumper crops. In the compared to 2011. Nonetheless, two events helped with keeping
2011/12 cycle alone, production reached 428 million boxes of oranges; the juice prices at a good level: the smaller crop in Florida and the
the expectation for the 2012/13 cycle is for 364 million boxes. Brazil’s previously mentioned delay in the SOCL, which determined that a
global stocks amounted to 662 thousand tons, leading to a situation certain quantity of the stock should not be traded. Such a measure
at which a great deal of the production volumes found no buyers. In prevented the market from being flooded with orange juice, which
light of this fact, farmers and industries called on the federal govern- would obviously have resulted in lower prices. n
113
Sílvio Ávila
Sem estresse
Prontos para beber, sucos e aumento de 15%; já as bebidas em pó cresceram apenas 0,6% e
as concentradas registraram queda de 5%. Castro estima que a
néctares de fruta aumentaram tendência se manterá nos resultados de 2012.
De acordo com o consultor, na categoria sucos, a laranja se-
participação de mercado em guiu imbatível, com 66,4% do total produzido. Entre os nécta-
2011 devido a fatores como a res, o de pêssego lidera, com 16,1%. No segmento de xaropes e
de sucos concentrados, a laranja aparece novamente na ponta
praticidade no consumo de cima da tabela, com 21,5% do total produzido. E, encerrando
o ranking de 2011, na categoria de refrescos em pó, a laranja
mais uma vez desponta com o maior percentual, de 37,5%. Con-
forme o representante da entidade, as bebidas à base de soja,
O aumento no poder enquadradas na categoria de alimentos, também vêm apresen-
aquisitivo das classes C e D vem causando importante transfor- tando crescimento: a variação positiva foi de 14% em 2011, na
mação no segmento de sucos. Aliado à praticidade para consumo comparação com 2010, com produção de 304.529.000 litros e
e aos preços mais acessíveis, as bebidas prontas para beber – sucos faturamento de R$ 1.084.905.000. A tendência para 2012 é de
e néctares – estão aumentando sua participação no mercado, en- 10% de incremento.
quanto as concentradas e em pó diminuem sua presença. Na avaliação de Igor Castro, em 2012, devido à grande dis-
A avaliação é do consultor do Núcleo de Pesquisa e Desen- ponibilidade de laranjas no mercado brasileiro, a produção de
volvimento da Associação Brasileira das Indústrias de Refrige- sucos com a fruta apresentou crescimento acima da média. Para
rantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Igor Castro. Baseado 2013, a Abir prevê avanço moderado nos segmentos de sucos e
em dados de 2011, ele revela que os sucos e os néctares tiveram néctares. n
114
Sílvio Ávila
No
stress
Ready-to-drink juices and
nectars conquered bigger market
shares in 2011 due to such factors as
ease of handling and practicability
The soaring purchasing power 1,084,905,000. The trend for 2012 is for a 10-percent increase.
of classes C and D has been responsible for transformations Igor Castro understands that, in 2012, due to the surplus of
in the juice segments. Besides being very practical when it comes oranges in the domestic market, the production of orange juice
to consumption, along with affordable prices, the ready-to-drink experienced an above average increase. For 2013, Abir sources
beverages – juices and nectars – are conquering bigger market foresee modest advances in the segments of juices and nectars.n
shares, while concentrates and drink
powders are losing ground. PANORAMA > panorama
The evaluation is by Igor Castro, con- mercado de sucos no brasil
sultant with the Development and Re-
search Nucleus of the Brazilian Associa- Item Variação entre Vol. 2011 Faturamento Tendência
tion of Non-Alcoholic Beverages and Soft 2011/10 (1.000 l) 2011(US$ 1.000) 2012
Drink Industries. (Abir), Igor Castro. Rely- Sucos e néctares 5% 586.079 1.491.605 +10%
ing on data released in 2011, he reveals Sucos em pó 0,6% 3.460.991 1.137.294 -2%
that sales of juices and nectars soared Sucos concentrados -5% 527.538 241.171 -5%
Fonte: Abir
15%; in the meantime, drink powders
went up only 0.6% and concentrates reg- DIVERSIDADE > diversity
istered a drop of 5%. Castro has it that the
Variedades produzidas - 2011
trend will hold true for the 2012 results.
According to the consultant, in the Suco Néctar Xarope concentrado Refresco
juice category, it was the orange juice e suco em pó
that remained undefeated, with 66.4% of Abacaxi 9,6% - 7,7% 10,5%
the total. Among the nectars, peaches are Goiaba - 8,5% 6,9% 1,4%
leading with 16.1%. In the segment of syr- Guaraná - - - 1,2%
ups and juice concentrates, oranges are Laranja 66,4% 15,6% 21,5% 37,5%
again on the top of the list, with 21.5% of Limão 1,3% - - 7,4%
the total. Finally, in the category of juice Maçã - 5,9% - -
powders, it is again the orange that stands Manga 0,8% 11,1% 12,1% 9,7%
out with the highest percentage, 37.5%. Maracujá 11,7% 12,2% 14,9% 7,3%
According to the representative of the Mistura de sabores 1,4% 1,9% - 6,5%
entity, soybean-based beverages, which Morango 0,4% 4,2% - 6%
fall into the food category, are also on a Outros sabores 1% 11,2% 23% 6,1%
rising trend: sales were up 14% in 2011, Pêssego 1,4% 16,1% - -
compared to 2010, with the production Uva 6% 13,3% 13,9% 6,4%
of 304,529,000 liters and revenue of R$ Fonte: Abir
115
Inor Ag. Assmann
Ninguém
resiste
Projeto incentiva consumo ano. Em 2012, o volume embarcado foi 29,32% superior ao do
período anterior, chegando a 83.154 quilos, com faturamento
de suco de uva integral, de US$ 224,4 mil, crescimento de 19,21%. Nesse mesmo ciclo,
116
Irresistible
Project encourages the
consumption of health-
enhancing whole grape juice,
pushing up sales in the domestic
market and shipments abroad
117
Marcelino Ribeiro/Embrapa Semiarido
E o sertão
118
vira pomar
Sem limites para sonhar. E
concretizar. Esse é o lema da
pesquisa, que começa a viabilizar
o cultivo de frutas temperadas no
semiárido nordestino
119
Paulo Roberto Coelho Lopes está
à frente do trabalho revolucionário
DE OLHO NO NOVO No projeto tificar o mercado e se o custo de produção surgiu a ideia de fazer alguns experimentos
Nilo Coelho, em Petrolina (PE), o produtor compensará. Após ter resultados mais con- na propriedade, não era mais uma surpresa,
Milton Bin há três anos realiza ensaios com di- cretos, identificando o custo e o potencial de pois já havíamos até degustado algumas frutas
ferentes variedades de maçã e porta-enxertos, mercado da maçã, poderemos ampliar a área no pomar da Embrapa”, revela Milton Bin. O
e considera que, aparentemente, há condições para uns cinco hectares e ir sentindo o merca- produtor costuma manter uma pequena área
de produzir em maior escala. “Temos colhido do gradativamente”, projeta. de sua propriedade para experimentos de cul-
uma maçã de médio porte, boa coloração e Os produtores conheceram o projeto de turas alternativas, que possam agregar renda à
sabor adaptado ao gosto nordestino”, revela. cultivo das fruteiras de clima temperado no sua atividade. “Não podemos colocar todos os
Todavia, a ampliação do pomar dependerá semiárido em dias de campo e visitas técni- ovos na mesma cesta, pois as leis do mercado
também de outros fatores. “Precisamos iden- cas na Embrapa, em Petrolina (PB). “Quando não perdoam”, sentencia.
Divulgação
Turning
remote
lands into
orchards
120
Dreams have no limits. Making
them come true. This is the driving
force behind research, which now
121
Embrapa, dentro da área experimental onde as fruteiras já pro-
Fernanda Birolo/Embrapa Semiarido
Um pé
fiança, Paulo Roberto Coelho Lopes e sua proposta de produzir
no Nordeste frutos de outros ambientes brasileiros tornaram-se
referência.
Francisco Zuza de Oliveira, ex-presidente da Associação de
de quê?
Desenvolvimento Agrário do Ceará, aposta nestas alternativas.
“Acredito que o Ceará poderá se tornar autossuficiente em pro-
dução de maçãs em alguns anos. O cultivo se mostra viável e há
vantagens significativas, como a economia de mais de três mil qui-
lômetros de frete, pois toda a fruta consumida no Nordeste vem
do Sul e da Argentina”, explica.
O presidente da Câmara Setorial de Fruticultura do Ceará, Eu-
valdo Bringel Olinda, vê o cultivo de frutas de clima temperado
no Nordeste como grande iniciativa. “Com um clima que propor-
ciona mais de 300 dias de sol por ano, e excelente tecnologia de
irrigação, é possível determinar a época das colheitas e assegurar
condição diferenciada para atender ao mercado regional, que é
importador”, avalia.
Conforme Paulo Roberto Coelho Lopes, “ainda há muito
a fazer para adaptar o manejo e as tecnologias, mas os primei-
ros resultados entusiasmam”. O pesquisador entende que uma
eventual resistência ao projeto foi eliminada com os resultados
iniciais. “É uma proposta com sustentação científica, que está na
fase de consolidação e de avaliação de resultados para os ajustes
necessários”, frisa.
Hoje, tanto cientistas quanto produtores estão acostumados
com o assunto, mas por diversas vezes Coelho Lopes ouviu a per-
Pesquisador da Embrapa gunta: “É para plantar um pé de quê?”. Agora, a ideia está disse-
minada, as tecnologias são de domínio dos fruticultores e dias de
enfrentou o desafio de convencer campo e eventos técnicos são realizados para difundir as práticas
agrícolas. “O desafio é grande, pois se trata de espécies com as
produtores, apoiadores e os quais o produtor do Nordeste não está acostumado. Portanto,
próprios colegas cientistas da exigem mais atenção ainda”, reconhece.
Paulo Roberto destaca que, no momento, após quase quatro
validade do seu esforço anos de cultivo em algumas áreas, a grande meta da pesquisa de
introdução de variedades de clima temperado e úmido no semi-
árido nordestino é alcançar produções economicamente viáveis,
que permitam a exploração comercial das frutas. “Paralelamen-
Quando o pesquisador te, estamos desenvolvendo experimentos com outras espécies
Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa Semiárido, de Pe- para avaliar suas potencialidades”, explica. Inicialmente, foram
trolina (PE), surgiu com a proposta de desenvolver pesquisas a procurados ambientes com uso de alta tecnologia e microclimas
fim de produzir frutas de clima temperado no Nordeste, houve favoráveis ao desenvolvimento das culturas. “Aos poucos, vamos
resistências. “Muitos duvidavam de que fosse possível cultivar, testando e adaptando-as para outras regiões”, explica.
mesmo em ambiente irrigado, com qualidade, escala e custos de No futuro, serão desenvolvidas tecnologias para aquelas cultu-
produção compatíveis para comercializar as frutas”, reconhece. ras que apresentarem maior potencial produtivo e de comercializa-
Mas, com o apoio da Embrapa, da Companhia de Desenvolvimen- ção nos perímetros irrigados do semiárido, a fim de disponibilizá-
to dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf ) e de alguns -las aos agricultores mediante acompanhamento técnico dos órgãos
produtores, a ideia ganhou corpo e virou projeto. de assistência. Com a experiência de décadas na Embrapa, na qual
“Havia uma base científica alicerçando a proposta. Muitos já foi chefe-geral da unidade do Semiárido, Paulo Roberto Coelho
produtores tomaram conhecimento do projeto em eventos da Lopes, é, hoje, um pesquisador do qual ninguém mais duvida.
122
Fernanda Birolo/Embrapa Semiarido
124
Divulgação
Sabor de
inverno nos
trópicos
PERA CAQUI
Nos quatro primeiros anos de cultivo, a pereira demonstra O caqui, fruta produzida tradicionalmente nas regiões Su-
grande potencial de desenvolvimento e produção no Vale do São deste e Sul do País nos meses de fevereiro a junho, tem alta
Francisco. O pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, coorde- demanda externa. Em outubro começam as importações da Es-
nador do projeto, explica que a pera tem apelo comercial pelos panha e de Israel e o preço ao consumidor aumenta até seis
volumes importados, de até 95% do mercado interno. “A produ- vezes. No Vale do São Francisco, com manejo adequado, o caqui
ção brasileira não chega a 10% da demanda anual. Entre as frutas é colhido na entressafra. Assim, há demanda e melhores preços
de clima temperado, esta é a terceira mais consumida e importada aos produtores nacionais. No Vale do São Francisco há potencial
pelo Brasil”, revela. O consumo chega a 180 mil toneladas/ano. A para colher 15 toneladas por hectare, no quarto ano de cultivo.
maioria vem da Argentina, do Chile e dos Estados Unidos. “Esse produto entra em condições de competir com a fruta im-
O Brasil tem potencial de consumo para 300 mil toneladas portada e abastecer o mercado interno. Seu potencial é enor-
de peras ao ano, desde que sejam frutas de qualidade, a preços me”, assegura Paulo Roberto Coelho Lopes.
competitivos. “Com estas características, torna-se uma consisten- Também estão em fase inicial de experimentos pela Embrapa
te alternativa à diversificação da fruticultura nos perímetros irri- culturas como amora, mirtilo, de ambiente temperado; mangos-
gados do Nordeste”, diz Paulo Roberto Coelho Lopes. No Vale do tão e rambutã, frutas características de clima quente e úmido. “Há
São Francisco, a cultura produz 60 toneladas/ha no quarto ano de boas condições, com o manejo, as variedades e as tecnologias in-
cultivo e faz duas safras por ano, como a maçã e o caqui. dicadas e testadas pela Embrapa, de o semiárido ampliar significa-
tivamente sua oferta de frutas em geral para o mercado brasileiro
e, também, de agregar alternativas de produção e de renda aos
MAÇÃ fruticultores do Nordeste”, finaliza Paulo Roberto.
Se na mitologia a maçã representa o pecado, no Nordeste ela
pode representar a redenção econômica para um grupo impor-
tante de produtores. A maçã é a fruta de clima temperado mais CACAU
comercializada fresca nos mercados internacional e doméstico. A No Vale do São Francisco, a irrigação e a tecnologia desenvol-
produção nacional é de 1,2 milhão de toneladas e, ainda assim, vida pela Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), dão suporte para
são importadas 50 mil toneladas anuais. O consumo no Nordeste o que parecia impossível: produzir cacau em pleno Sertão per-
só aumenta. Um exemplo clássico é o mercado produtor de Jua- nambucano. “O uso da irrigação potencializa o desenvolvimento
zeiro (BA), que movimenta 200 toneladas por semana. das plantas e dos frutos, e o clima reduz em muito os riscos da
Com base nas pesquisas da Embrapa, a macieira é alternativa cultura, como doenças e pragas”, enfatiza o pesquisador Paulo
de cultivo nos perímetros irrigados do Vale do São Francisco. A Roberto Coelho Lopes.
região demonstra potencial produtivo superior a 20 toneladas/ha O produtor José Ilton de Lima cultiva cacau há quatro anos em
no terceiro ano de cultivo, ou seja, seriam necessários 10 hectares sua propriedade, no Vale do São Francisco, e está satisfeito com
para cada semana de consumo apenas na região de Juazeiro, so- o desenvolvimento. “Antes, se me dissessem que dava para colher
mando 520 hectares de cultivo direcionados a suprir a demanda cacau aqui, duvidaria. Até hoje há quem duvide quando digo que
deste mercado. “A perspectiva para o Nordeste é muito maior e estou colhendo cacau no Sertão. Mas vi o sistema na Embrapa e,
devemos considerar que tanto a demanda quanto o potencial de com ajuda do doutor Paulo, fiquei animado. O resultado é bom e
produção estão crescendo”, explica Paulo Roberto Coelho Lopes. ainda vai ser melhor”, resume.
As áreas atuais são baixas, resumidas aos experimentos e aos in- Na propriedade de José Ilton de Lima, a cultura do cacau é con-
vestimentos de alguns produtores. Além do Vale do São Francis- sorciada com coco, pois precisa do sombreamento para se desenvol-
co, as maçãs, de diversas variedades, são testadas e cultivadas no ver. As safras têm potencial de produzir de 200 a 300 arrobas por
Ceará, na Serra da Ibiapaba e nos municípios de Tianguá, Aracati hectare, o que é até seis vezes mais do que a produtividade média de
e Limoeiro do Norte. O próximo Estado do Nordeste que deve lavouras do Sul da Bahia (entre 45 a 50 arrobas, segundo o governo
entrar no programa é o Rio Grande do Norte. baiano). Nesta região, é possível fazer duas safras de cacau por ano.
127
Sílvio Ávila
A taste of winter
in the tropics
First challenges have
been conquered with
the introduction of
temperate fruits in the
semiarid, but there is
much more ahead of us
128
Of the variety of crops which were studied in the project for the introduction of temperate and/or wet climate fruit species in the
northeastern semiarid, some of them are beginning to stand out over the others. The performance of pears, apples and persim-
mons exceeded expectations during the first evaluation stage. And wet climate cocoa has shown excellent performance in Vale
do São Francisco. The following are the potentials and the results of the main crops established on large scale in the Northeast:
PEAR PERSIMMON
Over the first four years under cultivation, pears have demon- The persimmon, a fruit traditionally produced in the Southeast
strated great development and production potential in Vale do São and South, February through June, is highly demanded abroad. In
Francisco. Researcher Paulo Roberto Coelho Lopes, coordinator of the October, imports from Spain and Israel start, and consumer prices
project, explains that pears exert a strong commercial appeal, which sometimes jump sixfold. In Vale do São Francisco, under appropri-
is attested by the huge imports of this fruit, up to 95% of the pears ate management, the persimmon crop is harvested at off-season time.
in the domestic market come from abroad. The pears produced in There is demand, while farm gate prices soar. In Vale do São Fran-
Brazil supply less than 10% of the market, annually. Of all temper- cisco there is potential for 15 tons per hectare, in the fourth growing
ate fruits, they rank as the third most consumed and most imported season. “The local persimmons have every condition to compete with
in Brazil”, he recalls. Consumption amounts to 180 thousand tons imported fruits and supply the domestic market. Its potential is enor-
a year, and they come from the United States, Argentina and Chile. mous”, stresses Paulo Roberto Coelho Lopes.
Brazil’s potential consumption is for 300 thousand tons of pears There are other Embrapa experiments now in their initial stag-
a year, provided they are quality fruits, at competitive prices. “With es, including crops like mulberries, myrtles, of temperate climate;
such characteristics, it becomes a consistent alternative to diversifica- mangosteen and rambutã, typical fruits of warm and wet climates.
tion of fruit farming in the irrigated perimeters across the Northeast”, “There are good conditions, with recommended management, variet-
says Paulo Roberto Coelho Lopes. In Vale do São Francisco, the crop ies and technologies tested by Embrapa, for the semiarid to expand
reaches to 60 tons/ha in the fourth growing season, and two crops a considerably its fruit supplies to the Brazilian market and, equally,
year are harvested, just like apples and persimmons. add production alternatives and more income for the farmers in the
Northeast”, Paulo Roberto concludes.
APPLE
If the apple appears throughout mythology as a symbol of COCOA
temptation, in the Northeast it could represent the economic re- In Vale do São Francisco, the irrigation system and technol-
covery for a group of important farmers. The apple is the most ogy developed by Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), lend
sold fresh temperate fruit in the international and domestic support to what seemed impossible: the production of cocoa in
markets. Annual production in Brazil amounts to 1.2 million the hinterlands of Pernambuco. “The use of irrigation potenti-
tons, not enough to supply the domestic market, once 50 thou- ates the development of plants and fruits, and the local climate
sand tons are imported a year. In the Northeast, apples are get- conditions reduce all types of risks, like diseases and pests”, ar-
ting more and more popular. A classical example is the farmers’ gues researcher Paulo Roberto Coelho Lopes.
market in Juazeiro (BA), where 200 tons a week are sold. Farmer José Ilton de Lima has grown cocoa trees for four
Relying on surveys conducted by Embrapa, apples are a good years on his farm, located in Vale do São Francisco, and is sat-
alternative for the irrigated regions in Vale do São Francisco. The isfied with the way his crop is unfolding. “In the past, if I had
region boasts a production potential for upwards of 20 tons/ha been told it was possible to grow cocoa around here, I would
in the third growing season, that is to say, ten hectares would be not have believed. Even nowadays, there are people who shrug
needed for just one week’s consumption in the Juazeiro region, their shoulders in disbelief if I tell them I am harvesting cocoa
meaning 520 hectares of apples just to supply that market. “There are in the hinterlands. The fact is, I learned about the system from
great perspectives for the Northeast, and we should take into consider- Embrapa and, with the help of Dr Paulo, I got excited. The result
ation that both demand and the production potential are on the rise”, has been good so far and will even be better”, he summarizes.
explains Roberto Coelho Lopes. The present areas are low, restricted to In José Ilton de Lima’s farm, cocoa is intercropped with co-
the experiments and to the investments by some farmers. Besides Vale conut trees, as it needs a shady environment to develop. The
do São Francisco, apples of different varieties are being tested in potential of the crops is for the production of 200 to 330 arrobas
the state of Ceará, in Serra da Ibiapaba and in the municipali- per hectare, which is six times as much as the farms in the South
ties of Tianguá, Aracati e Limoeiro do Norte. The next State of the of Bahia ( from 45 to 50 arrobas, according to state government
Northeast to join the program is Rio Grande do Norte. sources). In this region, two crops a year are viable.
129
Sílvio Ávila
A cor do
130
Brasil
Frutal chega a 20ª edição,
em setembro de 2013,
abordando os diferentes
sabores, cores e aromas das
frutas e das flores brasileiras
flores e de frutas. Isso tudo em um único lugar, e em poucos dias. Pois esse cenário
poderá ser encontrado em setembro de 2013 no Centro de Eventos do Ceará, em
Fortaleza. Entre os dias 9 e 12 acontece a 20ª edição do Frutal – Semana Internaci-
nal da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria.
A Frutal teve início em 1994 e desde 1999 está sob a responsabilidade do Institu-
to Frutal. Nessa edição, os participantes terão à disposição, no amplo espaço de um
dos maiores e mais modernos centros de convenções da América Latina, os aromas,
as cores e os sabores que representam a diversidade brasileira. Em 2012, quando
pela primeira vez o evento foi realizado no local, 35 mil pessoas circularam pelos
salões de exposições e salas das palestras e cursos técnicos.
Em 2013, a programação inclui outros importantes eventos, que serão reali-
zados simultaneamente e de forma interativa com o Frutal. Um deles é a segunda
edição da Expofood, organizada em parceria com a Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel). A feira é direcionada a profissionais da área de alimentação,
que terão a oportunidade de conhecer os lançamentos do mercado, com destaque
para design de embalagens, rótulos e etiquetas, automação industrial, veículos de
armazenagem, refrigeração e tratamento de efluentes.
Aos interessados em floricultura, a pedida é acompanhar a 15ª Agroflores, que
conta com a parceria da Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais do Estado
do Ceará e do Serviço de Apoio às Micro e e Pequenas Empresas (Sebrae/CE). Está
prevista a realização de cursos, palestras, seminários setoriais, workshops e oficinas
florais, destinados às pessoas que buscam começar ou incrementar o negócio na área.
A programação da Frutal também abrigará um evento científico, a 20ª Reunião
Internacional da Associação para a Cooperação em Pesquisa e Desenvolvimento
Integral das Musáceas (bananas e plátanos), a Acorbat 2013. Junto haverá uma feira
Sílvio Ávila
131
Programa inclui exposição na área
de alimentos e de flores e um evento científico
A HORA DOS NEGÓCIOS As nos encontros durante a programação, namentais, e agricultura familiar.
empresas participantes do Frutal e seus foram fechados contratos na ordem de Logo após o término do evento em
eventos paralelos poderão fechar ne- R$ 23 milhões. Fortaleza, acontece a edição 2013 da Frutal
gócios no próprio espaço do centro de Já os cursos técnicos, oferecidos nos Amazônia e da Flor Pará, marcada para o
convenções. Para tanto, deverão ser pro- quatro dias do evento, abrangem três período de 12 a 15 de setembro, em Belém
porcionadas rodadas de negociação para segmentos de interesse do público-alvo: (PA). A programação começa a ser definida
os mercados interno e externo. Em 2012, frutas e agroindústria, flores e plantas or- pelas comissões a partir de maio.
Sílvio Ávila
The color
of Brazil
132
Frutal reaches its 20th edition,
in September 2013, addressing
different tastes, colors and aromas
of Brazilian fruits and flowers
133
Sílvio Ávila
Um megaevento
sobre bananas
A mega-
event on
bananas
Mais de mil pesquisadores em sidente da Acorbat entre 2006 e 2008, e agora está na coordenação
técnica da reunião internacional de Fortaleza. Ele explica que o en-
banana da América Latina contro oferece aos estudiosos da cultura de bananas a chance de um
intercâmbio de ideias com os colegas de toda a América Latina. “É o
encontram-se em 2013 durante momento da apresentação das novas tecnologias e dos conhecimen-
a Frutal, em Fortaleza (CE), para tos gerados na área”, observa.
Os trabalhos inscritos na reunião poderão ser apresentados por
discutir inovações meio de palestras ou de pôsteres, que ficarão em exposição durante
os cinco dias do evento. As participações serão divididas em oito áreas
temáticas: estratégias para redução de agroquímicos; fisiologia, clima
e produção; melhoramento e uso da diversidade genética; mercado:
Pela segunda vez o Brasil será tendências e oportunidades; pós-colheita e processamento; pragas
sede do mais importante encontro de bananicultura do mundo. e enfermidades de importância econômica; sigatokas; e sistemas de
A 20ª Reunião Internacional da Associação para a Cooperação em produção. As melhores contribuições serão selecionadas pelo comitê
Pesquisa e Desenvolvimento Integral das Musáceas (Acorbat), que en- técnico-científico da Acorbat para serem publicadas na revista interna-
globa bananas e plátanos, ou bananas de cocção, acontece dentro da cional Fruits.
programação da Frutal 2013, em Fortaleza (CE), entre os dias 9 e 13 de Junto com a reunião internacional acontece a Expoacorbat, uma
setembro. Em 2006, o evento foi realizado em Joinville (SC). feira que apresenta as últimas tecnologias e os insumos do setor. A
O pesquisador Luiz Alberto Lichtemberg, da Empresa de Pesqui- Acorbat 2013 deve reunir em torno de 1.200 pesquisadores de mais
sa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), foi pre- de 50 países. n
134
Associação foi criada a fim de estimular
o intercâmbio das informações
A ENTIDADE A fundação da Acorbat tantes comerciais e economistas do Caribe, começou no Caribe, e em pouco tempo
está diretamente ligada ao Caribe. A consti- que participaram do encontro, concluíram atingiu toda a América Latina. Os pesqui-
tuição da associação ocorreu em 12 de ju- que havia problemas em comum entre os sadores brasileiros, segundo Luiz Alberto
lho de 1966, na ilha francesa da Martinica. A produtores da região e que o intercâmbio de Lichtemberg, começaram a participar da
ideia, no entanto, foi concebida dois anos an- experiências poderia ser estimulante para a Acorbat na década de 1970. A primeira
tes. Em fevereiro de 1964, o Instituto Francês solução dessas questões. reunião internacional da entidade aconte-
de Pesquisas de Frutas de Ultramar (Ifac) e o A partir daí, ficou resolvido que seriam ceu em Castries, na Ilha de Santa Lúcia, em
governo da França organizaram uma reunião realizados encontros periódicos para dis- 1970, e contou com 70 participantes. A úl-
sobre o cultivo de bananas na ilha de Gua- cussão dos assuntos relacionados à banani- tima, realizada em Medellin, na Colômbia,
dalupe. Industriais, pesquisadores, represen- cultura. Era o embrião da associação, que registrou a presença de 1.260 especialistas.
More than one thousand banana sided over the Acorbat from 2006 to 2008, and is now a member of
the technical committee of the international meeting in Fortaleza.
researchers come together during the He explains that the meeting will provide all banana researchers
with chances to exchange ideas with their colleagues in Latin Ameri-
2013 Frutal event, in Fortaleza (CE), for ca. It is the moment for introducing new technologies, whilst sharing
debates focused on innovations knowledge generated in the area”, he observes.
All papers registered for the meeting can be presented through
lectures or posters, and will be displayed during the five-day meet-
ing. All participations are to be split into eight theme areas: pesticide
reduction strategies; physiology, climate and production; improve-
For the second time Brazil ment and use of genetic diversity; market: trends and opportuni-
will host the biggest global event focused on banana farming. ties; post-harvest and processing; pests and diseases of economic
The 20th International Meeting of the Association for Cooperation relevance; and production systems. The best contributions will be
in Research and Integral Development of the Musaceae (Acorbat), selected by Acorbat’s technical and scientific committee to be pub-
which includes bananas and plantains, or saba bananas, has been lished in the international Fruits magazine.
included in the Frutal 2013 program, in Fortaleza (CE), 9 – 13 Sep- The international meeting also includes the Expoacorbat, an ex-
tember. In 2006, the event was held in Joinville (SC). hibition that features the latest technologies and inputs of the sector.
Researcher Luiz Alberto Lichtemberg, of the Santa Catarina State Acorbat 2013 is expected to attract 1,200 researchers from upwards
Rural Extension and Agriculture Research Company (Epagri), pre- of 50 countries. n
135
Sílvio Ávila
1º Festival Nacional do
Mamão – Brasil Papaya
Data: 15 a 18 de maio de 2013
Local: Linhares (ES)
Fones: 27 3264 0477 e 27 9946 9110
E-mail: lia@brapex.net
Site: www.brapex.net
136
O ar passa, o sabor e a
qualidade da fruta ficam
Com a embalagem Alta Ventilação MWV Rigesa, o transporte e
armazenamento das frutas ficam muito mais rentáveis. Nossas
embalagens foram criadas para facilitar a passagem de ar,
proporcionando alta velocidade no resfriamento e diminuindo o
custo de refrigeração. Além de manter suas frutas conservadas
por mais tempo, seu produto fica em exposição com a maior
área de visualização possível.
Araçatuba, SP - 18 3607 3700
Blumenau, SC - 47 3221 5333
Fortaleza, CE - 85 3452 3620
Salvador, BA - 71 3525 8780
Valinhos, SP - 19 3869 9000
www.mwvrigesa.com.br
EFICIENTE NAS CULTURAS DE TOMATE, CEBOLA E BATATA.