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Teor de Umidade dos Grãos

TEOR DE UMIDADE DOS GRÃOS


O teor de umidade dos grãos representa a quantidade de
água por unidade de massa do grão úmido ou seco. Pode ser
expresso pela relação entre a quantidade de água e a massa seca
(base seca – eq. 2) ou entre a quantidade de água e a massa total
(base úmida – eq. 3). Para a secagem, a armazenagem e o
processamento propostos, o teor de umidade tem sido considerado
uma das mais importantes características de qualidade do café.
O teor de umidade é o fator mais importante na prevenção da
deterioração dos grãos e do café armazenado. Se o teor de umidade
e a respiração do produto fossem mantidos a baixos níveis, os
efeitos do desenvolvimento de microrganismos seriam
minimizados. Então, é necessário o conhecimento do teor de
umidade do produto desde a colheita até a comercialização. Se os
grãos estiverem com teor de umidade acima do ideal, representará
prejuízo para o comprador, pois ele estará pagando pelo excesso de
água. Para o cafeicultor, um teor de umidade abaixo do ideal
significa gastos desnecessários com energia para a secagem,
desgaste dos equipamentos e, em alguns casos, perda da qualidade
do produto. Apesar de haver tolerância para alguns tipos de grãos,
para o café, mesmo pequenas variações no teor de umidade são
comercialmente intoleráveis.
A Tabela 9 mostra o teor de umidade ideal para a colheita e o
armazenamento de alguns grãos. Na Tabela 10 estão as
porcentagens de desconto ou prêmio para os teores de umidade
acima ou abaixo do ideal para comercialização. O teor de umidade
pode ser representado em base úmida (b.u.) ou base seca (b.s.). O
primeiro é usado na comercialização e o segundo em cálculos

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específicos. A Tabela 11 dá a conversão de base úmida para base


seca.

U(% b.s.) = (massa de água / massa de matéria seca)x100 Eq. 2

U(% b.u.) = (massa de água / massa total)x100 Eq. 3

Tabela 9 – Teor de umidade (% b.u) para colheita mecanizada e


armazenamento seguro.
Produto Colheita Ideal Armazenamento
seguro
máximo ótimo Após secagem 1 ano 5 anos
Café 62 62 12 11 10
Milho 23 20 - 22 11 11 9 - 10
Arroz 21 17 - 19 11 11 - 12 9 - 11
Soja - - - 11 - 12 9 - 10
Sorgo 26 23 - 26 9 11 - 12 9 - 10
Trigo 23 15 - 17 8 12 - 13 10 - 11

Tabela 10 – Desconto e prêmio (%) para grãos comercializados


fora do teor de umidade padrão para comercialização
Teor de Teor de umidade real do produto (% b.u.)
umidade
comercial
(% b.u.) 10 11 12 13 14 15 16 17 18
10 0 1,1 2,2 3,3 4,4 5,6 6,7 7,8 8,9
11 -1,1* 0 1,1 2,3 3,4 4,5 5,6 6,7 7,7
12 -2,3 -1,1 0 1,1 2,3 3,4 4,5 5,7 6,8
13 -3,5 -2,3 -1,1 0 1,1 2,3 3,4 4,5 5,8
14 -4,7 -3,5 -2,3 -1,1 0 1,1 2,3 3,5 4,7
(*) Os valores negativos representam o prêmio que deveria ser pago para
produtos comercializados com teores de umidade mais baixos.

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Tabela 11 – Conversão do teor de umidade base úmida em base


seca.
b.u. (%) b.s. b.u. (%) b.s. b.u. (%) b.s
8 0,087 15 0,176 22 0,282
9 0,099 16 0,190 23 0,299
10 0,111 17 0,200 24 0,316
11 0,123 18 0,220 25 0,333
12 0,136 19 0,234 26 0,351
13 0,150 20 0,250 27 0,370
14 0,163 21 0,265 28 0,389

Métodos de determinação do teor de umidade


Existem dois métodos para determinação do teor de
umidade dos grãos:
• Método direto ou básico [estufa (Figura 108);
destilação ou Brown-Duvel (Figuras 109a e 109b); e
radiação infravermelho];
• Indireto [métodos elétricos e eletrônicos (Figuras
110a e 110b) – calibrado com o método da estufa ou
outro método direto oficial].

Pesa - filtro

Dessecador

Figura 108 – Equipamentos para o método da estufa.

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(a) (b)

Figura 109 – Brown-Duvel de laboratório (a) e comercial (b).

(a) (b)

Figura 110 – Medidor indireto elétrico (a) e eletrônico (b).

Um método muito simples e que vem sendo usado por


pequenos produtores é o EDABO (Evaporação Direta da Água em
Banho de Óleo), que é uma variação do método oficial de
destilação Brown-Duvel. Este método está ilustrado nas Figuras
111 e 112.

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Como usar o EDABO?


Exemplo 1 - Determinar o teor de umidade de um lote de grãos
usando o método EDABO.

Solução: 1 – Coletar uma amostra representativa do lote (mínimo


500 g).
2 - Pesar 100 g do produto (usar balança com capacidade
para 500g e precisão de ± 0,5 g) e executar a determinação com três
repetições.
3 - Colocar em um recipiente com aproximadamente 10
cm de diâmetro e 20 cm de altura, que seja resistente a altas
temperaturas, com a tampa perfurada (tipo ralo) contendo um furo
maior (1 cm de diâmetro), para inserir um termômetro graduado até
250ºC.
4 – Adicionar óleo vegetal (soja ou outro) em quantidade
suficiente para cobrir os 100 g do produto.
4 – Pesar o conjunto (recipiente + produto + óleo +
termômetro) e registrar o peso inicial (Pi).
5 – Aquecer o conjunto por aproximadamente 15 minutos,
até atingir a temperatura indicada na Tabela 12. Retirar a fonte de
calor e esperar que cesse o borbulhamento. Pesar novamente o
conjunto (recipiente + produto + óleo + termômetro) e chamá-lo de
(Pf).
6 – Subtrair (Pf) de (Pi) e obter o teor de umidade
diretamente em % b.u.

Exemplo: Se Pi = 458,9 g e Pf = 445,4 g, Pi - Pf =13,5 g ou 13,5%


b.u.
Para maior precisão, executar as outras repetições e calcular
a média.

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Tabela 12 – Temperatura para determinação do teor de umidade


usando o método EDABO.
PRODUTO TEMPERATURA PRODUTO TEMPERATURA
(oC) (oC)
Arroz 200 Milho 195
Arroz
195 Soja 135
beneficiado
Café natural 200 Sorgo 195
Café verde 190 Trigo 190
Feijão 175

Figura 111 – Esquema de um método EDABO.

Figura 112 – Elementos básicos do método EDABO. (Vídeo)

(Palestra)

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