You are on page 1of 146

ANHANGUERA EDUCACIONAL

FACULDADES INTEGRADAS TORRICELLI

ENGENHARIA ELÉTRICA

ADENILSON DE MELO SILVA


ANDRÉ GERONAZZO FERNANDES
CLEBER FERREIRA DE BRITO
FRANCISCO EDUARDO LEITÃO
JOSÉ PAULO SOUZA LOPES
VINICIUS DE LIRA TEIXEIRA

CONTROLE DOS NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO VIÁRIA A


PARTIR DO FLUXO DE VEÍCULOS

GUARULHOS
2014
ADENILSON DE MELO SILVA
ANDRÉ GERONAZZO FERNANDES
CLEBER FERREIRA DE BRITO
FRANCISCO EDUARDO LEITÃO
JOSÉ PAULO SOUZA LOPES
VINICIUS DE LIRA TEIXEIRA

CONTROLE DOS NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO VIÁRIA A


PARTIR DO FLUXO DE VEÍCULOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia Elétrica das
Faculdades Integradas Torricelli da
Anhanguera Educacional, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Msc. Wagner Marques


Rossini.

GUARULHOS
2014
ADENILSON DE MELO SILVA
ANDRÉ GERONAZZO FERNANDES
CLEBER FERREIRA DE BRITO
FRANCISCO EDUARDO LEITÃO
JOSÉ PAULO SOUZA LOPES
VINICIUS DE LIRA TEIXEIRA

CONTROLE DOS NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO VIÁRIA


APARTIR DO FLUXO DE VEÍCULOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia Elétrica das
Faculdades Integradas Torricelli da
Anhanguera Educacional, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Elétrica.

GUARULHOS, ____ de ______________ de ______.

_________________________________
Wagner Marques Rossini
Faculdades Integradas Torricelli da Anhanguera Educacional
Mestre

_________________________________
Diego Campos Ribeiro

_________________________________
José dos Santos Garcia Neto

_________________________________
Suely Midori Aoki
Dedicamos esse trabalho de conclusão de
curso a Deus e aos nossos familiares.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dado a oportunidade e a força para
que completássemos, com sucesso, mais uma etapa de nossa caminhada.

Aos nossos pais e familiares que sempre nos apoiaram dando-nos força e suporte
na busca de conhecimento.

Ao nosso orientador Prof. Msc. Wagner Marques Rossini, pela atenção e a confiança
dada durante o desenvolvimento do trabalho.

Ao Prof. Msc. Luiz Felipe Gonçalves Sartori e por nos ter tirado muitas dúvidas
referente ao trabalho.

Ao Prof. Msc. Willian Trovo, que nos ajudou na organização do trabalho indicando-
nos referências bibliográficas para o desenvolvimento do mesmo.

À Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (STT) do Munícipio de Guarulhos


por nos informar os valores de tráfego de veículos da avenida estudada.

A todos que de alguma forma nos ajudaram a chegar nessa nova fase de nossas
vidas.
“Talvez não tenha conseguido fazer o
melhor, mas lutei para que o melhor fosse
feito. Não sou o que deveria ser, mas
Graças a Deus, não sou o que era antes”.

(Marthin Luther King)


RESUMO

A iluminação pública atualmente no Brasil é um assunto de extrema importância,


visto que com as mudanças regulamentárias feitas pela ANEEL que aumentará o
custo para os municípios administrarem, e a necessidade de buscar economia de
energia baseado no novo conceito de sustentabilidade e eficiência energética, tem
chamado a atenção para o setor. Com o desenvolvimento de novas tecnologias cria-
se a possibilidade de atender às necessidades atuais do segmento em questão,
pensando nisto, o presente trabalho verificou a necessidade de encontrar novos
métodos que elimine o desperdício de luminosidade em horários irrelevantes em vias
públicas, garantindo ainda, níveis de segurança aos tráfegos de veículos e
pedestres, conforme a norma da ABNT NBR 5101:2012. Para alcançar os objetivos
do projeto foi proposta a economia de energia através da dimerização, usando-se de
artifícios que possibilitem o controle do sistema de iluminação pública, por meio de
sensores que quantificam a intensidade de veículos na via, controlando o fluxo
luminoso das lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão. O protótipo desenvolvido
atua a partir das informações dos sensores LDR e dos de barreira ativo com feixe
infravermelho, essas informações são processadas pelo microcontrolador que atua
sobre o motor de passo, e consequentemente no controle DALI, interferindo no
reator eletrônico que dimeriza o fluxo luminoso da lâmpada de descarga. O sistema
aqui proposto também monitora o circuito de iluminação pública através de um
software identificando economia relativa à dissipação de potência e indicando
possíveis falhas, como lâmpadas acesas no período diurno ou apagadas no período
noturno.

Palavras-Chave: Iluminação Pública. Reator Eletrônico. Dimerização. Protocolo


DALI.
ABSTRACT

Currently, the public lighting in Brazil is a subject of extreme importance, since


regulatory with the changes made by ANEEL, which will increase the cost to
municipalities manage the sector , and the need to seek energy savings based on
the new concept of sustainability and energy efficiency , it has drawn attention to the
sector . With the development of new technologies creates the possibility to meet the
current needs of the sector in question, thinking about it, the study focus to evaluate
the need for new technologies that eliminate wasting luminance on irrelevant time on
public roads, ensuring even, safety levels for the traffic of vehicles and pedestrians.
To achieve the targets of the project was proposed energy savings by dimming the
lighting, using technologies that enable automation of the lighting system. Using
sensors that measure the intensity of vehicle on the road, controlling the luminous
flux of discharge lamps according to ABNT NBR 5101:2012. The prototype operates
from the information of the LDR sensors and active infrared beam barrier, this
information is processed by the microcontroller which acts on the stepper motor, and
consequently the DALI control, interfering with electronic ballast which dims the lamp
luminous flux. The system proposed here also monitors the lighting circuit through a
software identifying savings on power dissipation and indicate possible faults such as
lighted lamps in daytime or nighttime period erased.

Keywords: Public Lighting. Electronic Control Gear. Dimerization. DALI Protocol.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Espectro eletromagnético ......................................................................... 39


Figura 2 - Conversão da potência (W) em fluxo luminoso (lm). ................................ 41
Figura 3 - Ângulo plano. ........................................................................................... 42
Figura 4 - Ângulo sólido. ........................................................................................... 43
Figura 5 - Luminância. .............................................................................................. 45
Figura 6 - Sistema de um circuito de iluminação básico. .......................................... 46
Figura 7 - Malha para verificação detalhada............................................................. 53
Figura 8 - Sinal de atuação do protocolo DALI em repouso. .................................... 56
Figura 9 - Layout de uma instalação DALI. .............................................................. 57
Figura 10 - Configuração básica............................................................................... 58
Figura 11 - Configuração básica com controlador. ................................................... 58
Figura 12: Configuração Multi controladores. ........................................................... 59
Figura 13 - Frame da Mensagem de envio. .............................................................. 60
Figura 14 - Frame da Mensagem de recebimento. ................................................... 61
Figura 15 - Diagrama em bloco geral do protótipo. .................................................. 64
Figura 16 - Diagrama de bloco do módulo de controle e monitoramento. ................ 66
Figura 17 - Posicionamento dos equipamentos do protótipo na faculdade. ............. 66
Figura 18 - Sinais dos sensores. .............................................................................. 68
Figura 19 - Light Dependent Resistor (LDR), em português Resistor Dependente de
Luz. ........................................................................................................................... 69
Figura 20 - Símbolos do LDR utilizados em esquemas eletrônicos. ......................... 69
Figura 21 - Circuito divisor de tensão. ...................................................................... 71
Figura 22 - Amplificador Operacional. ...................................................................... 72
Figura 23 - Circuito comparador. .............................................................................. 72
Figura 24 - LM 324. .................................................................................................. 73
Figura 25 - Sensor de barreira ativo. ........................................................................ 74
Figura 26 - Bornes de ligação do sensor de barreira ativo. ...................................... 74
Figura 27 - Sensor infravermelho de feixe único. ..................................................... 74
Figura 28 - Diagrama elétrico de ligação dos sensores de barreira ativa. ................ 75
Figura 29 - Módulo Medidor Leitor de Corrente ACS712. ........................................ 76
Figura 30 - Efeito do campo magnético externo. ...................................................... 77
Figura 31 - PIC 18F4520. ......................................................................................... 78
Figura 32 - Diagrama de pinos do PIC 18F4520. ..................................................... 79
Figura 33 - Diagrama elétrico das bobinas do motor de passo. ............................... 81
Figura 34 - Motor de passo....................................................................................... 82
Figura 35 - Circuito interno do ULN2003. ................................................................. 83
Figura 36 - Driver ULN2003...................................................................................... 83
Figura 37 - DALI MCU. ............................................................................................. 84
Figura 38 - Diagrama elétrico do DALI MCU. ........................................................... 85
Figura 39 - Reator POWERTRONIC® OUTDOOR PTo ECG. .................................. 86
Figura 40 - Sinal na saída do reator eletrônico. ........................................................ 86
Figura 41 - Temperaturas relacionadas com a vida útil do reator............................. 88
Figura 42 - Relação entre vida útil e temperatura..................................................... 89
Figura 43 - Iluminação em conformidade. ................................................................ 91
Figura 44 - Iluminação necessitando de manutenção. ............................................. 91
Figura 45 - Equipamentos utilizados para medições de tensão, corrente e potência.
.................................................................................................................................. 92
Figura 46 - Byte de dados 254 (fluxo luminoso máximo - 100%). ............................ 94
Figura 47 - Byte de dados 235 (fluxo luminoso mínimo - 56%). ............................... 94
Figura 48 - Sinal na saída do reator DALI. ............................................................... 96
Figura 49 - Grandezas apresentadas pelo reator DALI – máxima dimerização. ...... 97
Figura 50 - Sinal na saída do reator eletromagnético. .............................................. 98
Figura 51 - Características do reator PTO 150 3DIM. .............................................. 98
Figura 52 - Representação de cores falsas para três lâmpadas a vapor de sódio 150
W. ............................................................................................................................ 104
Figura 53- Representação de cores falsas para quatro lâmpadas a vapor de sódio
100 W. ..................................................................................................................... 104
Figura 54 - Imagem das Tabelas 26 e 24 respectivamente. ................................... 107
Figura 55 - Linhas isográficas (E) no pátio para 254 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 17442 lm............................................................................... 108
Figura 56 - Linhas isográficas (E) no pátio para 248 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 14722 lm............................................................................... 108
Figura 57 - Linhas isográficas (E) no pátio para 242 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 12220 lm............................................................................... 109
Figura 58 - Linhas isográficas (E) no pátio para 235 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 9687 lm................................................................................. 109
Figura 59 - Interseção Avenida Tiradentes com a Avenida Bom Clima. ................. 127
Figura 60 - Interseção da Avenida Tiradentes com a Avenida Otavio Braga de
Mesquita. ................................................................................................................. 129
Figura 62 - Esquema interno de uma lâmpada a vapor de sódio. .......................... 133
Figura 63 - Reator 400 W MH/HPS utilizados para uso externo ou interno. ........... 134
Figura 64 - Reatores Eletrônicos. ........................................................................... 136
Figura 65 - Relação entre reatores eletromagnéticos e eletrônicos. ...................... 137
Figura 66 - Ignitor para lâmpada de iluminação pública. ........................................ 138
Figura 67 - Luminárias públicas.............................................................................. 141
Figura 68 - Lâmpada instalada diretamente no poste e área iluminada pelo poste.
................................................................................................................................ 142
Figura 69 - Lâmpada instalada afastada do poste, com pouca inclinação e área
iluminada pelo poste. .............................................................................................. 143
Figura 70 - Lâmpada instalada com braço e ângulo de inclinação usando as
medidas ideais e área iluminada pelo poste............................................................ 143
Figura 71 - Exemplo de montagem utilizando o braço no padrão BR-02. .............. 144
Figura 72 - Suporte para iluminação pública – 03 pétalas (120°). .......................... 145
Figura 73 - Suporte para iluminação pública - 04 pétalas (H). ............................... 145
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição dos pontos de iluminação pública no Brasil. ....................... 28


Gráfico 2 - Percentuais dos tipos de lâmpadas usadas no Brasil............................. 29
Gráfico 3 - Byte de controle por intensidade luminosa. ............................................ 62
Gráfico 4 - Curva característica do LDR. .................................................................. 70
Gráfico 5 - Byte de dados por potência dissipada. ................................................... 96
Gráfico 6 - Curva característica levantada da lâmpada VIALOX NAV-T 150 W
SUPER 4Y................................................................................................................. 99
Gráfico 7 - Relação entre o byte de dados do controle e a iluminância média no
pátio. ....................................................................................................................... 105
Gráfico 8 - Influência dos reatores na iluminância do pátio. ................................... 110
Gráfico 9 - Fluxo de veículos na Interseção da Avenida Tiradentes com a Avenida
Bom Clima. .............................................................................................................. 128
Gráfico 10 - Fluxo de veículos na Interseção da Avenida Tiradentes com a Avenida
Otavio Braga de Mesquita. ...................................................................................... 129
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Consumo por classe consumidora no Brasil (GWh) do ano 2008 ao ano
de 2012. .................................................................................................................... 27
Tabela 2 - Tarifa média por classe (R$/MWh). ......................................................... 30
Tabela 3- Consumo da classe iluminação pública no Brasil e tensão de fornecimento
(GWh). ....................................................................................................................... 31
Tabela 4 - Tipos de tráfego motorizado e de pedestre. ............................................ 50
Tabela 5 - Exigências de luminância e uniformidade. ............................................... 50
Tabela 6 - Iluminância média mínima e a uniformidade para cada classe de
iluminação. ................................................................................................................ 51
Tabela 7 - Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de
iluminação. ................................................................................................................ 52
Tabela 8 - Quantidade de veículos por fluxo luminoso da lâmpada. ......................... 67
Tabela 9 - Quantidade de veículos por potência dissipada. ..................................... 67
Tabela 10 - Resultados com os sensores fixados a 90 cm do piso e 120 cm
equidistantes. ............................................................................................................ 76
Tabela 11 - Resultados com os sensores fixados a 70 cm do piso e 105 cm
equidistantes. ............................................................................................................ 76
Tabela 12 - Sequência de alimentação dos terminais no sentido horário. ................ 82
Tabela 13 - Sequência de alimentação dos terminais no sentido anti-horário. ......... 82
Tabela 14 - Resultados das grandezas elétricas em relação à dimerização. ........... 95
Tabela 15 - Resultados das medições do reator eletromagnético. ........................... 97
Tabela 16 – Medições do sistema atual na calçada da Avenida Tiradentes. .......... 100
Tabela 17 - Medições do sistema atual nas faixas de rolamento da Avenida
Tiradentes. .............................................................................................................. 100
Tabela 18 - Cálculo luminotécnico do sistema atual da Avenida Tiradentes. ......... 101
Tabela 19 - Resultados do sistema atual com quatro lâmpadas a vapor de sódio 250
W na Avenida Tiradentes, obtidos com software DIALux. ....................................... 101
Tabela 20 - Estudo luminotécnico do sistema atual com quatro lâmpadas a vapor de
sódio 250 W na Avenida Tiradentes. ....................................................................... 101
Tabela 21 - Estudo luminotécnico com quatro lâmpadas a vapor de sódio 150 W na
Avenida Tiradentes. ................................................................................................ 102
Tabela 22 - Estudo luminotécnico com três lâmpadas a vapor de sódio 150 W na
Avenida Tiradentes. ................................................................................................ 103
Tabela 23 - Estudo luminotécnico com quatro lâmpadas a vapor de sódio 100 W na
Avenida Tiradentes. ................................................................................................ 103
Tabela 24 - Byte de dados do controle por Emed/min (pátio). ................................... 105
Tabela 24 - Byte de dados do controle por Emed/min (pátio). ................................... 106
Tabela 25 - Valores de iluminância máxima e mínima obtidos na Tabela 24. ........ 106
Tabela 26 – Iluminância média calculada para determinar do byte de dados do
controle. .................................................................................................................. 107
Tabela 27 - Influência dos reatores na iluminância do pátio. .................................. 110
Tabela 28 - Potência dos equipamentos de iluminação pública utilizados da Avenida.
................................................................................................................................ 112
Tabela 29 - Tráfego de veículos no período de 15 minutos. ................................... 113
Tabela 30 - Tráfego de veículos pela potência do conjunto lâmpada e reator. ....... 114
Tabela 31 - Potência dos equipamentos de iluminação pública com o sistema
proposto. ................................................................................................................. 114
Tabela 32 - O custo dos materiais para aplicação da proposta. ............................. 115
Tabela 33 - Potência dos equipamentos de iluminação pública com o sistema
proposto. ................................................................................................................. 116
Tabela 34 - O custo dos materiais para aplicação da proposta. ............................. 117
Tabela 35 - Consumo de energia elétrica dos sistemas propostos......................... 118
Tabela 36 - Total de investimento. .......................................................................... 118
Tabela 37 - Payback da proposta 1. ....................................................................... 118
Tabela 38 – Payback da proposta 2. ...................................................................... 119
Tabela 39 - Medições do consumo de energia. ...................................................... 120
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A/D – Conversor Analógico-Digital


ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AC – Alternate Current
AIS – Ativo Imobilizado em Serviço
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
BMS – Building Management System em português “Sistema de Automação ou
Gestão Predial”
CCP – Capture/Compare/PWM
CENELEC – Comité Européen de Normalisation Électrotechnique
CI – Circuito Integrado
CMOS – Complementary Metal-Oxide-Semiconductor
COSIP/CIP – Contribuição de Custeio do Serviço de Iluminação Pública
CPU – Central Processing Unit
DALI – Digital Addressable Lighting Interface
DC – Direct Current
DDP – Diferença de Potencial
DIM – Dimerização do fluxo luminoso da lâmpada
DNAEE – Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
DTR – Data Transfer Register que em português Registro de Transferência de
Dados
EEPROM – Electrically Erasable Programmable Read-Only Memory
EMC – Electromagnetic compatibility
EN – Norma europeia
EPE – Empresa de Pesquisa Energética
HID – High Intensity Discharge
HPS – High-Pressure Sodium
I/O – Entrada/ Saída
I2C – Inter-Integrated Circuit
IEC – International Electrotechnical Commission
LDR – Light Dependent Resistor
LED – Light Emitting Diode
MIPS – Millions of Instructions per Second
n.º – Número
NBR – Norma Brasileira
NEMA – National Electrical Manufacturers Association
PDIP – Plastic Dual In-line Package
PIC – Programmable Interrupt Controller
Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
Procel Info – Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética
PWM – Pulse-Width Modulation
Qtd. – Quantidade
RAM – Random Access Memory
RISC – Reduced Instruction Set Computer
RMS – Root Mean Square
ROM – Read Only Memory
SAD – Sistema de Apoio à Decisão
SAMP – Sistema de Acompanhamento de Informações de Mercado para Regulação
Econômica
SEESP – Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo
SI – Sistema Internacional de Unidades
SPI – Serial Peripheral Interface
TCC – Temperatura da Cor Correlata
UFES – Universidade Federal do Espirito Santo
UFJF – Universidade Federal de Juiz de Fora
UFPR – Universidade Federal do Paraná
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
USA – United States of Americ
LISTA DE SÍMBOLOS

% – Porcentagem
< – Menor que
> – Maior que
∆ – Variação
≤ – Menor ou igual a
≥ – Maior ou igual a
°C – Graus Celsius
cd – Candela
cd/m2 – Candela Por Metro Quadrado
CdS – Sulfeto De Cádmio
CdSe – Seleneto De Cádmio
Cm – Centímetro
cos – Cosseno
E – Iluminância
Emed – Iluminância média
Emin – Iluminância mínima
FP – Fator de potência
GWh – Gigawatt-hora
h – Hora
Hz – Hertz
I – Intensidade luminosa
IR – Raios Infravermelhos
K – Kelvin
KHz – Quilo-hertz
Km/h – Quilometro por hora
kV – Quilovolts
kVRMS – Quilovolts de tensão eficaz
kW – Quilowatt
kWh – Quilowatt-hora
KΩ – Quilo-ohm
l – Comprimento de arco
L – Luminância
Lm – Lúmen
lm/W – Lúmen por watt
lx – Lux
m – Metro
mA – Miliampère
med – Média
MHz – Mega-hertz
mín – Mínimo
min – Minuto
MIPS – Millions of Instructions Per Second
Mm – Milimetro
mV – Milivolt
MWh – Megawatt-hora
mΩ – Miliohm
nm – Nanômetro
P – Potência
R – Raio da circunferência
R$ – Real
Ra – Índice de reprodução de cor
rad – Radiano
Si – Silício
sr – Esterradiano
ta – Ambient temperature
tc – Temperature casing
TCC – Temperatura da Cor Correlata
U – Fator de uniformidade da iluminância em determinado plano
Uo – Fator de uniformidade da luminância (uniformidade global)
UV – Raios Ultravioletas
V – Volt
Veficaz – Tensão eficaz
VPP – Valor de pico a pico
W – Watt
α – Ângulo plano
η – Eficiência Energética
μs – Microssegundos
πR – Pi-radiano
ρ – Refletância ou Coeficiente de Reflexão
Φ – Fluxo Luminoso
ω – Ângulo sólido
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 23
1.1 História da iluminação pública no Brasil .......................................................... 24
1.2 Panorama atual da iluminação pública no Brasil ............................................. 27
1.3 Trabalhos relacionados ................................................................................... 33
1.4 Objetivo geral .................................................................................................. 37
1.5 Objetivos específicos....................................................................................... 37
1.6 Justificativa ...................................................................................................... 37
1.7 Estrutura do trabalho ....................................................................................... 38
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 39
2.1 Grandezas e unidades fotométricas ................................................................ 39
2.1.1 Fluxo radiante e fluxo luminoso ............................................................. 40
2.1.2 Eficiência energética ............................................................................. 41
2.1.3 Intensidade luminosa ............................................................................. 42
2.1.4 Iluminância ............................................................................................ 43
2.1.5 Luminância ............................................................................................ 44
2.1.6 Temperatura de cor correlata ................................................................ 45
2.2 Equipamentos de iluminação pública .............................................................. 46
2.3 Norma ABNT NBR 5101:2012 ......................................................................... 47
2.3.1 Termos e definições da norma .............................................................. 47
2.3.2 Características gerais da norma ............................................................ 49
2.4 Protocolo DALI ................................................................................................ 54
2.4.1 Especificações elétricas ........................................................................ 56
2.4.2 Configurações de rede DALI ................................................................. 57
2.4.3 Comunicação......................................................................................... 59
2.4.4 Mestre escravo ...................................................................................... 59
2.4.5 Níveis de Dimerização ........................................................................... 61
2.4.6 Vantagens do protocolo DALI ................................................................ 62
2.4.7 Desvantagens do protocolo DALI .......................................................... 63
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 64
3.1 Proposta do protótipo ...................................................................................... 64
3.2 Descrição geral do funcionamento .................................................................. 65
3.3 Instalação dos equipamentos na faculdade .................................................... 66
3.3.1 Lógica de funcionamento ...................................................................... 67
3.4 Dispositivos aplicados no projeto .................................................................... 68
3.4.1 Sensores ............................................................................................... 68
3.4.1.1 Sensor de luminosidade ............................................................ 69
3.4.1.2 Sensor de barreira ativo com feixe infravermelho ..................... 73
3.4.1.3 Sensor de corrente .................................................................... 76
3.4.2 Microcontrolador .................................................................................... 78
3.4.3 Motor de passo ...................................................................................... 81
3.4.4 Controle DALI ........................................................................................ 83
3.4.5 Reator DALI ........................................................................................... 85
3.4.5.1 Características de funcionamento do reator .............................. 87
3.5 Supervisório .................................................................................................... 90
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ............................................................... 92
4.1 Testes realizados com o reator DALI .............................................................. 92
4.2 Testes realizados com reator eletromagnético ................................................ 97
4.3 Curva característica do fluxo luminoso da lâmpada Vialox Nav-T 150 W Super
4y 98
4.4 Estudo luminotécnico ...................................................................................... 99
4.4.1 Situação atual da Avenida Tiradentes ................................................. 100
4.4.2 Proposta futura para a Avenida Tiradentes. ........................................ 102
4.4.3 Estacionamento externo (local onde as luminárias foram instaladas). 104
4.4.4 Níveis de dimerização no estacionamento .......................................... 106
4.5 Análise econômica do consumo de energia elétrica na Avenida Tiradentes. 111
4.5.1 Análise econômica do consumo atual de energia elétrica da Avenida
Tiradentes. .................................................................................................... 111
4.5.2 Análise econômica do consumo futuro de energia elétrica da Avenida
Tiradentes. .................................................................................................... 113
4.5.2.1 Sistema com reatores DALI e configuração utilizando 3
lâmpadas a vapor de sódio de 150 W por poste. ................................ 114
4.5.2.2 Sistema com reatores DALI e configuração utilizando quatro
lâmpadas a vapor de sódio de 100 W por poste. ................................ 116
4.5.2.3 Cálculo de retorno de investimento para as duas propostas ... 117
5 RESULTADO DO PROTÓTIPO .......................................................................... 120
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 121
6.1 Comentários finais ......................................................................................... 121
6.2 Melhorias futuras ........................................................................................... 122
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 123
APÊNDICES ........................................................................................................... 127
ANEXOS ................................................................................................................. 130
23

1 INTRODUÇÃO

Desde tempos remotos da existência da vida como a conhecemos aos


tempos atuais, o desenvolvimento da humanidade se confunde com a evolução da
iluminação, seja ela natural ou artificial. Segundo Rosito (2009) o desenvolvimento
do cérebro está relacionado às funções da visão, partindo das formas de vida mais
primitivas até a espécie humana, tendo a iluminação papel essencial para tal
evolução.
Na linha do tempo da utilização de iluminação artificial pelo homem, da
utilização do óleo de baleia até aos modernos Light Emitting Diode (LED), o homem
se desenvolveu na mesma proporção que se evoluía a iluminação. Com o
desenvolvimento da lâmpada elétrica incandescente em 1879 pelo norte-americano
Thomas Edison, começou-se uma evolução da iluminação artificial passando das
incandescentes às lâmpadas a vapor de mercúrio, a vapor de sódio, a multivapores
metálicos, pelas lâmpadas de indução até chegar aos LEDs. Nota-se que o tema
iluminação não é um tema estático no tempo e está sempre em constante mudança,
assim como a sociedade tem suas mudanças no seu estilo de vida, ou seja, as
mudanças na sociedade humana e na iluminação artificial sempre andam juntas.
Dentro desse contexto a iluminação pública se torna indispensável à qualidade de
vida da população, agindo como ferramenta de cidadania, permitindo aos cidadãos
usufruírem plenamente do espaço público no período noturno. Além de estar
diretamente associada à segurança no tráfego, esse tipo de iluminação também
embeleza as áreas urbanas, destaca e valoriza monumentos, prédios e paisagens,
facilita a hierarquia viária, orienta percursos e permite melhor aproveitamento das
áreas de lazer. Deste modo, a melhoria da qualidade dos sistemas de
iluminação pública favorece o desenvolvimento socioeconômico da população.
Por definição a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) através da
Resolução Normativa n.º 414, artigo 2º, inciso XXXIX de 9 de setembro de 2010,
estabeleceu que a iluminação pública como sendo o “serviço público que tem por
objetivo exclusivo prover de claridade os logradouros públicos, de forma periódica,
contínua ou eventual”.
Conforme dados do Sistema de Acompanhamento de Informações de
Mercado para Regulação Econômica (SAMP, 2013), o setor da iluminação pública
no Brasil em Março de 2013 contava com o número 86056 unidades consumidoras e
24

apresentava durante o período compreendido entre Abril 2012 e Março de 2013 uma
parcela aproximada de 4,1% do consumo total de energia elétrica, o que equivale ao
consumo de 13101942 MWh nesse mesmo período. Esse consumo de energia
acontece num horário de demanda máxima do sistema elétrico (19 h 00 min às 21h
00 min).
Segundo estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2014), vinculada
ao Ministério de Minas e Energia, o consumo nacional de energia elétrica atingiu
40.251 GWh em Janeiro de 2014, volume 4,9% superior ao registrado no mesmo
mês do ano 2013. Ainda segundo estudos da EPE (2013), divulgados no “Anuário
estatístico de energia elétrica 2013”, a iluminação pública houve um aumento no
consumo de energia elétrica de 3,5 % entre ano de 2011 e 2012.
Com o crescente aumento de demanda por energia elétrica e a estagnação
da geração da mesma nos últimos tempos, junto às mudanças normativas da
ANEEL através da Resolução n.º 414 do dia 9 de setembro de 2010, na qual diz que
em 2014 todos os municípios brasileiros passarão a assumir os serviços de
iluminação pública. As prefeituras serão obrigadas a gerenciar e contratar toda a
iluminação da cidade, demandando novos estudos e a oportunidade de buscar
novas tecnologias, menor custo, também lembra a Eletrobrás através da Procel Info
(2014) que há de se ter equipamentos cada vez mais sofisticados que proporcionem
uma iluminação adequada e que consomem menos energia e reduzem os gastos
com manutenção.
Dentro desse contexto, pensar em iluminação pública de forma improvisada já
não é mais admissível, já passamos da fase das simples trocas de lâmpadas.
(FAGUNDES, 2014). Observando a norma da ABNT NBR 5101:20121, nota-se a
possiblidade de se economizar energia e reduzir custo na iluminação pública,
através do controle dos níveis de iluminação viária a partir do fluxo de veículos.

1.1 História da iluminação pública no Brasil

A provável origem da iluminação pública foi na Inglaterra em 1415, que


nasceu para solucionar ações criminosas, contra comerciantes. (MARTINS, 2011).

1
Norma, elaborada pela Comissão de Estudo para Iluminação Pública (CE-03:034.01), do Comitê
Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), estabelece os requisitos para iluminação pública, priorizando
segurança aos tráfegos de pedestres e de veículos. Fonte ABNT NBR 5101:2012, p.1.
25

A iluminação artificial começou por meio de óleos diversos, até o óleo de


baleia ser adotado por diferentes países. Conforme afirma Rosito (2009) durante o
século XIX e começo do século XX, foi que as lâmpadas a gás passaram a ser
utilizadas em larga escala, e somente no século XX que se iniciou o uso de
lâmpadas elétricas. Em 1854 o mecânico alemão Johann Heinrich Goebel (1818-
189), inventou a lâmpada que continha no seu mecanismo fibras de bambu e
ampolas de vidro transparente. O engenheiro alemão Werner Siemens criou o
dínamo, mecanismo que permite a utilização industrial da eletricidade, com isso
então Thomas Edison (1847-1931), que além de inventor era empresário,
transformou a lâmpada incandescente num produto consumível. (MARTINS, 2011).
Conforme Rosito (2009) o princípio da iluminação pública no Brasil nos leva
ao século XVIII, quando em 1794, cerca de 100 luminárias a óleo de azeite foram
instaladas pelos postes da cidade do Rio de Janeiro. Na cidade de Campos, Rio de
Janeiro, no ano de 1883, mais precisamente no dia 24 de julho, foi utilizado uma
máquina a vapor para iluminar o distrito com 39 lâmpadas, sob o comando de D.
Pedro II. Iniciava-se um novo tempo para a iluminação pública no Brasil. O primeiro
serviço municipal de iluminação elétrica ocorreu somente em 1887, quando uma
usina elétrica começa a funcionar em Porto Alegre. Expandindo essa evolução para
outros municípios do Brasil.
O uso da luz elétrica juntamente com a utilização de lâmpadas de descarga e
a modernização dos equipamentos de iluminação quanto à eficiência deram um
salto nos níveis de iluminação. A partir do século XX, a evolução da geração de
energia no Brasil cresce consideravelmente contribuindo para a evolução do setor
em questão. Na primeira metade do século XX, cidades como o Rio de Janeiro
apresentava um crescimento de dez mil pontos por década, intensificando-se em
1960 quando se inicia o uso em grandes quantidades das lâmpadas de descarga.
(AVER, 2013).
Na evolução da iluminação pública nota-se uma transformação radical na
concepção da iluminação, no mesmo tempo que as transformações da sociedade
ditaram mudanças no estilo de vida e na organização social. Nessa evolução nota-se
o desenvolvimento das lâmpadas incandescente, passando pelas lâmpadas a vapor
de mercúrio, a vapor de sódio, pela multivapores metálicos, pelas lâmpadas de
indução e chegando até aos modernos LEDs. Na tentativa de alcançar a perfeição
na iluminação de ruas, foram feitos muitos testes. Segundo Rosito (2009), quase
26

todos os tipos de lâmpadas foram utilizados. Sendo muitos erros técnicos


constatados durante esse processo, como deixar a lâmpada exposta ao tempo, ou
as aplicando de modo incorreta. Para se observar uma melhor visão da questão, em
1901, desenvolveu-se a lâmpada a vapor de mercúrio a baixa pressão. Em 1908, foi
a vez da lâmpada a vapor de mercúrio a alta pressão. A lâmpada a vapor de sódio
de alta pressão chegou em 1931. A de baixa pressão é de 1933 e em 1941 chegou
à lâmpada mista. (MARTINS, 2011).
Segundo Rosito (2009) depois da metade do século XX com o aumento das
instalações de iluminação pública e da necessidade de gerenciamento e
manutenção iniciou no poder público um movimento de criação de departamentos e
divisões de iluminação pública, no começo as prefeituras ou os setores dentro das
concessionárias de energia elétrica, eram responsáveis pela organização do setor
em questão, introdução de técnicas e aplicação das tecnologias disponíveis. A partir
de 1988, a Constituição Brasileira define a iluminação pública como sendo serviço
de responsabilidade do município, cabendo ao mesmo gerir ou delegar a terceiros a
gestão desse sistema. Hoje o conceito de gerenciamento da iluminação pública
mudou da simples troca de lâmpadas e cadastramento dos pontos instalados para
um conceito mais amplo como a análise de novas tecnologias equipamentos que
são lançadas no mercado, instalação de equipamentos, da compra do material e da
manutenção do sistema. Dentro dessa visão gerencial torna-se imprescindível haver
uma gestão integrada do sistema, que tenha em consideração o uso de um sistema
de gestão informatizado e que se aplique um modelo de gerenciamento com critérios
de qualidade.
Somente a partir da década de 1960 que as primeiras lâmpadas a vapor de
sódio a alta pressão e a multivapores metálicos ganhariam espaço nas aplicações
de iluminação pública. (MARTINS 2011, apud CODI,1998).
Nesse período a empresa canadense Light and Power Co. Ltd era quem
administrava grande parte do setor. Em 1962 a estatal Eletrobras foi criada o que
refletiu a nova orientação governamental ligada ao incremento da produção de
energia elétrica no país, tendo o início da intervenção estatal no setor. Conforme a
ANEEL (2014) em 1968 foi criado o Departamento Nacional de Águas e Energia
Elétrica (DNAEE), que entre outras atribuições tinha o dever de supervisionar,
fiscalizar e controlar os serviços de eletricidade. Através da Lei nº 9.427, de 26 de
dezembro de 1996 foi instituída a ANEEL, com a finalidade de regular e fiscalizar a
27

produção, transmissão e comercialização de energia elétrica, em conformidade com


as Políticas e Diretrizes do Governo Federal, substituindo assim o DNAEE.

1.2 Panorama atual da iluminação pública no Brasil

Segundo Rautemberg (2014) um dos maiores problemas atualmente para


administrações municipais do País é iluminação pública, que conta com 65% dos
ativos de iluminação sobre suas responsabilidades, sobrando 35% para as
distribuidoras de energia elétrica. O setor tem que ter cada vez mais atenção dos
governantes para questões que envolvem a renovação e a modernização dos
sistemas em uso que, na sua grande parte, são pouco eficientes ou até mesmo
inexistentes.
Conforme mencionado anteriormente, o consumo de energia elétrica no Brasil
em Janeiro de 2014 teve um crescimento de 4,9% em relação a Janeiro de 2013, o
que representa um incremento de 40251 GWh de consumo de energia elétrica na
rede segundo dados da EPE. (EPE, 2014).
A classe consumidora iluminação pública apresentou uma crescente
participação na análise geral (cativo mais livre) do consumo de energia no Brasil
entre os anos de 2011 e de 2012, conforme a Tabela 1 apresentada pela empresa
pública EPE, presente no “Anuário estatístico de energia elétrica 2013”.

Tabela 1 - Consumo por classe consumidora no Brasil (GWh) do ano 2008 ao ano de 2012.
Part. %
2008 2009 2010 2011 ∆%
2012 (2012)
(2012/11)
Brasil 388.472 384.306 415.683 433.034 448.117 3,5 100

Residencial 94.746 100.776 107.215 111.971 117.646 5,1 26,3


Industrial 175.834 161.799 179.478 183.576 183.475 -0,1 40,9
Comercial 61.813 65.255 69.170 73.482 79.238 7,8 17,7
Rural 17.941 17.304 18.906 21.027 22.952 9,2 5,1
Poder público 11.585 12.176 12.817 13.222 14.077 6,5 3,1
Iluminação pública 11.429 11.782 12.051 12.478 12.916 3,5 2,9
Serviço público 12.853 12.898 13.589 13.983 14.525 3,9 3,2
Próprio 2.270 2.319 2.456 3.295 3.288 -0,2 0,7
Fonte: http://www.epe.gov.br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/20130909_1.pdf. Acesso: em 05
mar. 2014.
28

Conforme último levantamento cadastral realizado em 2008 pelo


2
PROCEL /ELETROBRAS, junto às distribuidoras de energia elétrica, há instalados
no país 15 milhões de pontos de iluminação pública, distribuídos aproximadamente
como pode ser visto no Gráfico 1. (Eletrobras, 2013).

Gráfico 1 - Distribuição dos pontos de iluminação pública no Brasil.

Sul; 19% Norte; 5%

Nordeste; 21%

Sudeste; 45%

Centro Oeste;
10%

Fonte: http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID=%7BEB94AEA0-B206-43DE-8FBE-
6D70F3C44E57%7D. Acesso: em 08 dez. 2013.

Após a crise de energética ocorrida no ano de 2001, a necessidade de ação


do Programa Nacional de Iluminação Pública e Sinalização Semafórica Eficientes,
atualmente denominada PROCEL RELUZ3, tornou-se ainda mais evidente, tendo em
vista a redução de demanda no horário de ponta do sistema elétrico (19 h 00 min às
21h 00 min), devido à modernização das redes de iluminação pública. (Eletrobras,
2013).
2
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) é um programa governamental
vinculado à Eletrobras, com o objetivo de promover a racionalização da produção e do consumo de
energia elétrica, para que se eliminem os desperdícios e se reduzam os custos e os investimentos
setoriais.
3
Foi instituído em 2000 pela ELETROBRAS, com o objetivo de promover o desenvolvimento de
sistemas eficientes de Iluminação Pública e sinalização semafórica, bem como a valorização dos
espaços públicos urbanos, melhorando a segurança da população.
29

O Procel Reluz procurando cumprir seu papel vem incentivando a substituição


de lâmpadas incandescentes, mistas e a vapor de mercúrio por lâmpadas a vapor de
sódio a alta pressão e a vapor metálico, mais eficientes que as anteriores. A
lâmpada de vapor de mercúrio de 250 W pode ser trocada por outra a vapor de
sódio de 150 W, sem que mude nível de iluminância. Com essa troca tem um ganho
de 100 W da potência elétrica requerida do sistema. Também outros equipamentos
são substituídos ou instalados, tais como relés fotoelétricos, reatores
eletromagnéticos, ignitores, luminárias e braços de sustentação. (PROCEL, 2011).
Com relação aos tipos e quantidades de lâmpadas instaladas no Brasil em
2008, pode ser visto no Gráfico 2:

Gráfico 2 - Percentuais dos tipos de lâmpadas usadas no Brasil.

000%
Outras

Multi-Vapor 001%
Metálico
001%
Fluorescente

001%
Incandescente

002%
Mista

032%
Vapor de Mercúrio

063%
Vapor de Sódio

000% 010% 020% 030% 040% 050% 060% 070%

Fonte: adaptado de http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID=%7BEB94AEA0-B206-43DE-


8FBE-6D70F3C44E57%7D. Acesso: em 08 dez. 2013.

Com as ações do Procel Reluz em 2012, o total de economia de energia


elétrica e de redução de demanda no horário de ponta, alcançou a 154,38 milhões
de kWh e 35,18 mil kW, respectivamente. Quanto ao uso do LED foi feito em 2012
um convênio com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), para pesquisas
relacionadas ao uso do LED na iluminação pública. (PROCEL, 2013).
O custo de energia elétrica no Brasil para a classe consumidora iluminação
pública teve uma variação de 3,6% entre os anos de 2008 e 2012, sendo que de
30

2011 para 2012 houve uma variação de 6%, mostrando uma tendência no aumento
de custo de energia para o setor em questão, conforme é mostrado na Tabela 2.

Tabela 2 - Tarifa média por classe (R$/MWh).

2008 2009 2010 2011 2012 ∆% ∆% médio


(2012/11) (2012/08)
Residencial 282,02 293,48 300,14 324,07 333,47 2,9 4,3
Industrial 216,41 230,31 236,58 218,11 262,32 20,3 4,9
Comercial 273,26 281,96 286,97 286,40 309,80 8,2 3,2
Rural 178,95 189,48 198,22 202,29 220,25 8,9 5,3
Poder público 296,09 308,11 311,51 315,16 336,51 6,8 3,3
Iluminação pública 158,66 163,66 166,79 172,24 182,53 6,0 3,6
Serviço público 195,07 204,58 207,13 194,94 221,52 13,6 3,2
Consumo Próprio 276,33 296,14 305,04 306,09 323,87 5,8 4,0
Fonte: http://www.epe.gov.br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/20130909_1.pdf. Acesso em: 05
4
mar. 2014 .

Uma mudança significativa na norma de iluminação pública no âmbito


administrativo do mesmo, foi a Resolução nº 414 de 15 de setembro de 2010 da
ANEEL, que trouxe em seu artigo 218, a obrigação de todas as distribuidoras de
energia do país transferirem, sem ônus, o sistema de iluminação pública registrado
como Ativo Imobilizado em Serviço (AIS)5 aos municípios nos quais eles estão
instalados até 31 de janeiro de 2014 (esse prazo foi definido posteriormente pela
Resolução nº 479 de 03/04/2012). (PROCEL INFO, 2013)
Com essa mudança fica de responsabilidade dos municípios ou de quem
tenha recebido deste a delegação para prestar tais serviços, a elaboração de
projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de
iluminação pública. Desta forma os custos com gestão ficarão sob a obrigação dos
municípios, manutenção de todo sistema de distribuição, atendimento, operação e
reposição de lâmpadas, a troca de luminárias, reatores, suportes, chaves, relés,
cabos condutores, braços e materiais de fixação e conexões elétricas. (GIOIELLI,
2013).

4
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): Sistema de Apoio à Decisão (SAD) última
atualização em 16/04/2013.
5
Conjunto de todos os bens, instalações e direitos que, direta ou indiretamente, concorram, exclusiva
e permanentemente, para manutenção das atividades da concessionária de serviço público de
energia elétrica, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial e comercial.
(ANEEL,2013).
31

Segundo Pinheiro (2013, apud Kirchner 2013) os gastos mensais com


manutenção de iluminação pública que representa 10% do total da conta, poderão
aumentar em até 527% e se for contabilizado o fornecimento mais manutenção um
acréscimo de 47% no gasto no total do setor em questão.
De acordo Resolução nº 414 de 15 de setembro de 2010, após a
transferência dos AIS da iluminação pública das distribuidoras para os municípios, o
ponto de entrega se situará na conexão da rede elétrica da distribuidora com as
instalações elétricas de iluminação pública. Caracterizando a Tarifa B4a como a
tarifa aplicável ao fornecimento de energia elétrica, sendo o tempo a ser considerado
para consumo diário da mesma de 11 horas e 52 minutos, exceto para os
logradouros que necessitem de iluminação permanente, em que o tempo é de 24
horas diária do período de fornecimento.
O fornecimento em tensão para a classe consumidora iluminação pública é
inferior a 2,3 kV, o que lhe inclui no grupo B de consumo com a tarifação no
subgrupo B4. A Tarifa B4 é dividida em tarifas B4a (AIS de responsabilidade do
município) e B4b (AIS de responsabilidade da distribuidora). O consumo por tensão
de fornecimento pode ser visto na Tabela 3.

Tabela 3- Consumo da classe iluminação pública no Brasil e tensão de fornecimento (GWh).

2008 2009 2010 2011 ∆%


2012 Part. %
(2012/11) (2012)
Total 11.429 11.782 12.051 12.478 12.916 3,5 100
B - Baixa Tensão 11.429 11.782 12.051 12.478 12.916 3,5 100,0
B-4 11.429 11.782 12.051 12.478 12.916 3,5 100,0
B4-A Rede de Distribuição 6.290 6.722 6.427 6.869 7.963 15,9 61,6
B4-B Bulbo da Lâmpada 5.138 5.058 5.624 5.466 4.863 -11,0 37,6
Nível de IP acima do padrão 1 2 1 144 91 - 0,7
Fonte: http://www.epe.gov.br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/20130909_1.pdf. Acesso em: 05
mar. 2014.

Segundo Gioielli (2013) a diferença entre o valor das tarifas B4a e B4b fica
aproximadamente de 9%, sendo certo que a B4a tem um valor menor. Uma vez que
o custo da manutenção será suportado pelo município pode-se fazer a seguinte
análise de custo em que um município que gastou R$ 6.902.593,92 com iluminação
pública em 2012 para manter o parque de iluminação aceso, obterá um desconto na
32

sua conta de consumo de 9%, ou seja, R$ 621.233,45 por ano. Ao considerar o


mesmo município com 31.586 pontos, com um custo de manutenção de cada ponto
em média de R$ 10,50 com um total de R$ 331.653 ao mês, acarretando um gasto
anual ao município, excluso o pagamento do consumo de energia elétrica, de
aproximadamente R$ 3.979.836, o que aumentará a Contribuição de Custeio do
Serviço de Iluminação Pública (COSIP / CIP)6 pago pelo contribuinte.
A iluminação pública atualmente torna-se um setor estratégico no mercado
energético brasileiro, pois sua importância socioeconômica fica cada dia mais
evidente. O setor é tema central da Expolux 20147, onde serão apresentados pelas
as empresa do ramo equipamentos com as mais avançadas soluções em tecnologia
e eficiência energética. Entre as varias tecnologias previstas para ser lançada no
evento Expolux chama mais atenção o Sistema de Telegestão Controlmatic, da
Ilumatic. Um sistema composto de hardware e software, que poderá ser incorporado
em qualquer modelo de luminária com tecnologia à LED ou High Intensity Discharge
(HID), em português “Alta Intensidade de Descarga”, e que possibilita a efetuação da
telegestão de toda classe consumidora iluminação pública. (PROCEL INFO, 2014).
Já existem vários outros estudos nesse sentido como o Projeto e-Porte do
Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN) que não visa à busca por economia de energia somente com o retrofit
das lâmpadas, mas também pelo monitoramento inovador da iluminação pública
online e automatizado por um protótipo para controlar a lâmpada via rádio.
(ANDRADE, 2013 apud BRANDÃO, 2013). Segundo Andrade (2013) o projeto de
controle da iluminação pública e-Porte pode proporcionar uma economia de até R$
10 milhões aos cofres do município de Natal no estado do Rio Grande do Norte em
quatro anos. Nota-se um setor com grande potencial de evolução tecnológica que se
adequem ás necessidades socioeconômicas da sociedade, combinando tanto
redução dos desperdícios administrativos assim como instalações com eficiência
energética e de sustentabilidade tanto no âmbito ambiental como econômico.
Segundo Romão (2014) gerente da Expolux, a iluminação pública traz vários
benefícios ao cidadão, pois a tal embeleza as cidades, causa bem estar da
6
É uma contribuição amparada no art. 149-A da Constituição Federal, que criou a possibilidade de
instituição de uma contribuição para custeio do serviço de iluminação pública de responsabilidade dos
Municípios e do Distrito Federal.
7
Feira Internacional da Indústria da Iluminação é a principal mostra do mercado para profissionais
que, em suas atividades, necessitam entrar em contato com tendências e novas tecnologias, que
cercam o universo da iluminação.
33

população, além de ser uma questão de segurança pública, prevenindo a


criminalidade ao inibir a presença de ladrões, que preferem áreas pouco iluminadas
para praticar crimes contra a população. Uma iluminação adequada que atenda
todas as normas inerentes à mesma cria um ambiente propício às atividades lícitas
durante o período noturno, aumenta meios para que se desenvolva o comércio e o
turismo de forma segura, minimiza os gastos com consumo de energia, manutenção
do sistema e com vítimas de acidentes de trânsito, propícia segurança aos tráfegos
de pedestres e de veículos, já que com ruas melhor iluminadas, diminui-se o efeito
do ofuscamento dos faróis de veículos sobre outros motoristas, evitando acidentes.
Permitindo ao cidadão desfrutar do seu direito constitucional, de ir e vir pelo território
nacional com segurança e comodidade.

1.3 Trabalhos relacionados

Há um grande número de trabalhos relacionados à iluminação pública, sendo


o tema um assunto vasto focou-se a pesquisa em obras bibliográficas que miram a
resolução de problemas semelhantes ao proposto a ser resolvido no presente
trabalho. A seguir são expostas obras dentro do contexto descrito acima.
De acordo Júnior; Kopte; Feitosa (2012) em “Aplicação de Sistema Fuzzy na
Redução do Consumo de Energia na Iluminação Pública com Lâmpadas Vapor de
Sódio”8, atualmente segundo dados da Eletrobras/Procel em pesquisas realizadas
em 2008, na iluminação pública do Brasil cerca de 62,93% do total de pontos de luz
no país é feita com lâmpadas a vapor de sódio em alta pressão. Partindo desse
principio o grupo de pesquisa propôs dois sistemas que podem melhorar a eficiência
energética na iluminação pública brasileira aproveitando as lâmpadas a vapor de
sódio, já instaladas nas vias principais, normais e secundárias. Esses sistemas
basicamente estão baseados no pico do tráfego de automóveis e pedestres, e na
norma NBR ABNT 5101:1992 que até então vigorava no setor, diante dessas
premissas foi desenvolvido uma tecnologia inteligente de dimerização do fluxo
luminoso. No primeiro sistema propôs-se diminuição do fluxo luminoso da lâmpada
através da dimerização automática em horário fixo, nesse sistema há um circuito

8
Trabalho de conclusão do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Energia na Escola
Politécnica da Universidade de Pernambuco, publicado em Anais do XIX Congresso Brasileiro de
Automática, CBA 2012.
34

temporizador que é acionado após a ativação do foto sensor de iluminância, o


temporizador determina seis horas após o início do funcionamento da lâmpada, é
nesse momento que o circuito envia através do protocolo Digital Addressable
Lighting Interface (DALI) o comando para dimerizar a lâmpada, o que leva à
redução do seu fluxo luminoso de uma só vez em 40%, o que implica numa redução
de até 32,7% do consumo de energia elétrica da lâmpada. Para esse primeiro
sistema utilizou-se do sensor Light Dependent Resistor (LDR) por ser mais viável
economicamente e tecnicamente para aplicação em questão. Além de se enviar
comandos sobre o nível de iluminação, o sistema também poderia obter informações
das lâmpadas, permitindo uma monitoração remota das mesmas.
Ainda conforme Júnior; Kopte; Feitosa (2012) na sua segunda proposta de
diminuição do fluxo luminoso da lâmpada através de dimerização automática
controlada por fluxo de veículos, nessa solução, a partir das 17 horas e 30 min, a
iluminância proporcionado pela lâmpada a vapor de sódio aumentará
gradativamente para compensar a queda na iluminância ambiente que é mensurada
pelo foto sensor. O fluxo luminoso a ser fornecido pela lâmpada no período noturno
em função da iluminância ambiente e do fluxo de veículos por hora na via atendem
as exigências da norma ABNT NBR-5101:1992. Através da lógica fuzzy o sistema de
controle dessas variáveis determina o fluxo luminoso da lâmpada a cada 6 minutos,
sendo que a partir das 23 horas e 30h a dimerização pode ser de até 40% do fluxo
luminoso, permanecendo com essa redução, até ás 5 horas e 30 minutos da manhã
do dia seguinte. O segundo sistema é composta por um circuito sensor de
iluminância ambiente e um sensor para o fluxo de veículos, ambos fornecendo
informações ao controlador fuzzy que envia via barramento DALI, o comando ao
reator dimerizador ligado à luminária montada com a lâmpada. Para medir o fluxo de
veículos por hora foi utilizado do sensor ultrassônico que manda um sinal Pulse-
Width Modulation (PWM), ou em português, Modulação por Largura de Pulso, para o
circuito de controle o microcontrolador o PIC16F690 da família PIC que trabalha com
a lógica fuzzy. As duas propostas no trabalho em questão serão aplicadas em vias
urbanas, do tipo C1 (vias principais), C2 (vias normais) ou C3 (vias secundárias), de
acordo classificação estabelecida pela norma ABNT NBR- 5101:1992.
Costa (2009) em “Sistematização do projeto de reatores eletrônicos para
alimentação de lâmpadas a vapor de sódio em alta pressão para iluminação
pública”, propôs um estudo com objetivos de localizar perdas no sistema de
35

iluminação pública através da construção de um reator eletrônico com o protocolo


Digital Addressable Lighting Interface (DALI). No desenvolvimento deste trabalho o
mesmo passa-se a ideia que em sistemas de iluminação pública com lâmpadas
fluorescentes, a utilização de reatores eletrônicos e sistemas microcontrolados já
são algo real e que se deve levar em conta no momento do desenvolvimento de um
projeto de iluminação. Todavia, para lâmpadas de descarga em alta pressão, como
as lâmpadas High-Pressure Sodium (HPS), na alimentação da própria ainda há
barreiras que complicam a popularização de reatores eletrônicos, sendo a
ressonância acústica uma dos principais empecilhos. Para solucionar este problema
Costa reduziu a frequência e mudou o tipo de onda de alimentação da lâmpada, que
passou a ser uma onda quadrada. O resultado final desde trabalho foi satisfatório,
porém as funções que poderiam ser introduzidas ao microcontrolador, tais como
protocolos de comunicação de rede, medição do consumo energético de cada ponto
de iluminação e a integração do relé fotoelétrico ao reator poderiam ser acrescidas à
topologia proposta.
Na automatização do sistema de iluminação pública o uso de sensores se
torna indispensável já que este coleta as informações externas para que o sistema
tome suas decisões baseadas nas instruções já estabelecidas pelo sistema. Amorim
(2011) em “Utilização de Sistemas Dedicados e Protocolos de Rede Aplicados à
Eficiência Energética da Iluminação Pública” propôs o uso de um sensor de
luminosidade para identificar o período diurno ou noturno, através de um resistor
variável com a luminosidade, conhecido Light Dependent Resistor (LDR) ou resistor
dependente de luz em português. A composição deste sensor é sulfeto de cádmio
(CdS) ou seleneto de cádmio (CdSe). Estes sensores são utilizados nos relés
fotoelétricos padrão de iluminação pública. Com um funcionamento simples, a
resistência do sensor diminui quando a intensidade de luz aumenta e vice-versa. Foi
utilizado um canal analógico-digital para fazer a leitura desse sinal.
Propondo a criação de um hardware que controle circuitos de Iluminação,
tendo como meta principal a iluminação pública, Negrelli (2006) em seu trabalho
acadêmico de conclusão de curso “Dispositivo de Controle Automático de
Iluminação” utilizou o sensor LDR e microcontrolador da família PIC para fazer o
controle automático de iluminação em função da luz ambiente e dos horários
programados pré-estabelecidos. Ele menciona a confiabilidade e simplicidade dos
LDRs e questiona a utilização das células fotoelétricas como controle de iluminação,
36

uma vez que esses sensores apresentam falhas constantes aumentando o custo
com manutenção.
Segundo Dos Santos e Bonkoski (2012), os sensores ópticos de barreira ativa
usam a radiação da faixa infravermelha do espectro eletromagnético para detectar
os objetos. Possuem uma fonte de radiação infravermelha chamada de emissor e
um receptor que é o sensor propriamente dito. São altamente confiáveis e tem uma
facilidade em detectar superfícies irregulares, podendo operar em altas taxas de
transmissão de dados, pois possuem um baixo tempo de resposta.
Conforme Simoni (2008, apud Ueda et al., 1997) menciona a metodologia
que aplica pulsos de feixe radiação eletromagnética enviados por um diodo laser
infravermelho com o intuito de contar os eixos de carros e caminhões. Também foi
estudada a barreira a laser, onde a interrupção óptica ocasionada pela passagem do
veículo resulta no monitoramento dos eixos.
A simples substituição de luminárias e lâmpadas de maior eficiência a fim de
se obter uma economia de energia é um processo conhecido como retrofit, onde o
fluxo luminoso e a potência dissipada são constantes no decorrer do tempo.
Segundo Júnior (2011) este conceito não é a única solução para o problema, tendo
em vista o grande desenvolvimento tecnológico que traz consigo novas tecnologias
e conceitos para o setor em questão. Pensando nisto Júnior (2011) em sua obra
monográfica “Analise de Viabilidade da Utilização do Protocolo DALI em Projetos de
Eficiência Energética”, onde o autor do trabalho propôs a verificação da viabilidade
econômica da utilização do Protocolo DALI em projetos de iluminação. Por ser uma
tecnologia nova e ainda não difundida no mercado nacional. No estudo sugerido
compara-se a viabilidade entre o sistema retrofit e o uso de novas tecnologias como
o Protocolo DALI. Depois de se ter feito alguns estudos luminotécnicos utilizando-se
de software para a iluminação como o DIALux, e de se ter estudado as
características e aplicado o Protocolo DALI juntamente com técnicas de eficiência
energética de iluminação, Junior (2011) obteve um payback de 5,29 anos com o
sistema utilizando o Protocolo DALI, se comparado ao outro sistema de que se
utilizou o retrofit, que teve um payback de 6,2 anos, o trabalho por ele proposto
provou a possibilidade de ganho econômico com a aplicação de novas tecnologias
como o Protocolo DALI.
37

1.4 Objetivo geral

Desenvolver um protótipo que gerencie os níveis de iluminação pública, com


o objetivo de economia de energia e consequentemente a redução de custo.

1.5 Objetivos específicos

Desenvolver um protótipo que atue a partir de sensores que quantificam a


intensidade de veículo na via, controlando o fluxo luminoso das lâmpadas de
descarga, assegurando os níveis mínimos estabelecidos pela norma da ABNT NBR
5101:2012.
Fazer estudo de caso da iluminação da Avenida Tiradentes, trecho
correspondente entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima e Avenida Otávio Braga de
Mesquita, na cidade de Guarulhos no estado de São Paulo, relacionando o custo
com o consumo atual com os valores futuros, caso o sistema seja implantado na
avenida em questão.
Monitorar o circuito de iluminação pública através de software identificando
economia relativa à dissipação de potência e indicando possíveis falhas, como
lâmpadas acesas no período diurno ou apagadas no período noturno.

1.6 Justificativa

Constato o valor socioeconômico da iluminação pública para os dias atuais,


num momento em que há significativas mudanças normativas e avanços
tecnológicos no setor, como o desenvolvimento de técnicas de automatização, a fim
de obter economia de energia elétrica, verificou-se neste presente estudo proposto a
necessidade de buscar novas tecnologias que elimine o desperdício de iluminância
em horários irrelevantes em vias públicas, garantindo ainda, níveis de segurança aos
tráfegos de veículos.
38

1.7 Estrutura do trabalho

Este trabalho encontra-se dividido em 6 capítulos: Introdução,


Fundamentação Teórica, Metodologia, Análise e Discussão dos Dados, Resultados
do protótipo e por fim a Conclusão.
No primeiro capítulo o assunto da iluminação pública é contextualizado,
relatando história da iluminação pública no Brasil, mostrando todo o panorama atual
do setor no país revelando a importância da iluminação pública para o Brasil, diante
das grandes mudanças normativas e tecnológicas ocorridas no setor, ainda são
expostas as pesquisas já publicadas e os principais trabalhos científicos que
serviram de referência para o presente trabalho. Também neste capítulo são
apresentados o objetivo geral, os objetivos específicos, as justificativas e a estrutura
do trabalho.
No segundo capítulo é apresentado um breve conceito sobre a luz, grandezas
e unidades fotométricas, e os principais dispositivos utilizados.
No terceiro capítulo é descrito o protótipo desenvolvido, onde se é explicado
os métodos para se encontrar os dados, assim como todas as fases do
desenvolvimento do projeto proposto e o supervisório.
O quarto capítulo apresenta os resultados obtidos durante a elaboração deste
projeto, onde se confrontou e analisou os dados coletados para o desenvolvimento
do trabalho em questão. É analisado economicamente o consumo de energia
elétrica da iluminação pública da Avenida Tiradentes no trecho entre a Avenida
Brigadeiro Faria Lima e a Avenida Otávio Braga de Mesquita, na cidade de
Guarulhos do estado de São Paulo.
O quinto capítulo é discutido o resultado do protótipo onde informa-se a
economia de energia elétrica do sistema proposto.
Na conclusão serão avaliados todos os resultados obtidos, propondo soluções
e melhorias futuras.
39

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo é apresentado um breve conceito sobre a luz, grandezas e


unidades fotométricas, os equipamentos que compõe um sistema de iluminação
pública, a norma ABNT NBR 5101:2012 e o protocolo DALI.

2.1 Grandezas e unidades fotométricas

Sendo a luz um fenômeno também eletromagnético, temos como importância


para o estudo da iluminação o espectro eletromagnético. O espectro é dividido em
duas grandes faixas, sendo a primeira faixa das ondas e a segunda a faixa das
radiações. É importante à iluminação considerar três regiões ou faixas do espectro: a
região ultravioleta, a região visível e a região infravermelha, a Figura 1 abaixo ilustra
o espectro eletromagnético:

Figura 1 - Espectro eletromagnético

Fonte: adaptado de: http://magnetiismo.blogspot.com.br/2012/04/espectro-eletromagnetico.html.


40

A faixa do espectro eletromagnético compreendida entre os comprimentos de


onda de 380 a 780 nm é denominada de luz visível, sendo a esta perceptível ao olho
humano. Conforme o comprimento de onda será a cor da luz percebida pelo olho
humano. Para fins de estudos de iluminação considera os comprimentos de onda de
380 a 435 nm para a cor violeta, de 436 a 495 nm para a cor azul, de 496 a 565 nm
para a cor verde, de 566 a 589 nm para cor amarela, de 590 a 627 nm para a cor
laranja e finalmente de 628 a 780 nm para a cor vermelha. (COSTA, 1998).
As radiações ultravioleta e infravermelha não são visíveis ao olho humano, e
estão subdividas segundo seus comprimentos de onda. Para ultravioleta tem-se UV-
C de 100 a 280 nm, UV-B de 280 a 315 nm, e UV-A de 315 a 400 nm. Para
infravermelho tem-se IR-A de 780 a 1400 nm, IR-B de 1400 a 3000 nm e IR-C de
3000 nm a 1 mm. (COSTA, 1998).
O ramo da ciência que trata da medição da luz é a fotometria que trabalha
com a equalização de energia nos processos de emissão, propagação e absorção
de radiação. A quantidade de radiação pode ser estudada em unidades de energia
ou na sua ação sobre o receptor. Com o resultado adquirido é feita uma avaliação
nas unidades físicas habituais ou em unidades especiais, dependendo essa análise
do receptor da radiação. (PEREIRA; SOUZA 2005).
Os subcapítulos a seguir descreverão as grandezas fotométricas.

2.1.1 Fluxo radiante e fluxo luminoso

A potência em watts (W) da radiação eletromagnética emitida ou recebida por


um corpo qualquer é o fluxo radiante, este pode conter tanto frações visíveis quanto
frações invisíveis. Para as frações visíveis como a luz de uma lâmpada denomina-se
fluxo luminoso. (PEREIRA; SOUZA 2005).
O fluxo luminoso tem seu símbolo representado pela letra grega fi (Φ) e sua
unidade de medida no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o lúmen (lm). Essa
grandeza é derivada da intensidade luminosa. O fluxo luminoso mensura a radiação
total da fonte luminosa compreendida dentro da faixa do espectro de luz visível (380
e 780 m), ou seja, está diretamente relacionada à capacidade de visão do olho
humano. Pode-se entender que o fluxo luminoso é uma potência (W) de radiação
eletromagnética emitida dentro do espectro de luz visível que representa a energia
emitida ou refletida. A seguir algumas considerações que variam a luminosidade:
41

 Quanto ao tempo a luminosidade corresponde à energia radiante capaz


de sensibilizar os olhos durante um segundo.
 Quanto à potência emitida Watt (W) é a energia de entrada que varia a
energia radiante.

Para determinar um padrão de medida, a comissão internacional de


iluminação estabeleceu a curva da eficácia luminosa espectral reativa para o
observador normal, levando em consideração que o olho humano reage ao estimulo
visual de forma diferenciada, que irá variar de acordo com o comprimento de onda
da radiação.
Pode ser medido em laboratório, com um aparelho denominado de Esfera
Integradora de Ulbricht.

2.1.2 Eficiência energética

Quando uma fonte de luz qualquer converte toda sua potência de entrada (W)
em luz (lm) é considerada uma fonte de luz ideal, mas isso na prática não acontece
porque parte da sua potencia de entrada também é convertida em radiação
infravermelho ou ultravioleta. Diz-se que capacidade da fonte de converter a
potência em luz é denominada de eficiência energética, cujo, o símbolo é a letra
grega eta (η) e sua unidade de medida no Sistema Internacional de Unidades (SI)
lúmen por watt (lm/W). O quociente entre o fluxo luminoso emitido pela potência
consumida pela fonte resulta na eficiência energética da fonte. A Equação 1 que
expressa o rendimento luminoso é dada por:

(1)

Figura 2 - Conversão da potência (W) em fluxo luminoso (lm).

Fonte: http://www.labcon.ufsc.br/anexosg/140.pdf.
42

Com esta relação permite-se comparar o rendimento luminoso entre duas


fontes luminosas, chegando á conclusão de qual delas pode proporcionar um maior
rendimento luminoso.
Ao se medir a potência consumida pela fonte luminosa e seus equipamentos
auxiliares com um wattímetro, no momento em que é feita a medição do fluxo
luminoso com a esfera de Ulbricht, pode-se chegar à eficiência luminosa.

2.1.3 Intensidade luminosa

Para se entender conceito sobre a intensidade luminosa é importante antes


compreender os conceitos de ângulo plano e ângulo sólido.
 Ângulo plano (α) é o quociente entre o comprimento de arco (l) e o raio
(R) da circunferência, como pode ser visto na Equação 2 abaixo:

(2)

Figura 3 - Ângulo plano.

Fonte: http://www.labcon.ufsc.br/anexosg/140.pdf)

A medida de 1 radiano é o ângulo plano central que se entende um arco de


círculo de comprimento igual ao do respectivo raio pois o comprimento de uma
circunferência é de 2πR e o ângulo plano central é de 6,28 rad. (PEREIRA; SOUZA
2005).

 Ângulo sólido (ω) é o quociente entre a área superficial de uma esfera


pelo quadrado de seu raio R, como pode ser visto na Equação 3 abaixo:

(3)
43

Figura 4 - Ângulo sólido.

Fonte: http://www.labcon.ufsc.br/anexosg/140.pdf.

Um esterradiano (sr), que possui seu vértice no centro da esfera, em que a


área superficial é igual ao quadrado de seu raio (A = R²) é definido como o ângulo
sólido. Na esfera a área superficial é de 4 πR², assim sendo o ângulo sólido dela
será de 12,56 sr. (PEREIRA; SOUZA 2005).
Entendido os conceitos supracitados, pode-se entender a intensidade
luminosa pela convergência de luz em um ponto, ou seja, é a fluxo luminoso
irradiado numa determinada direção, dentro de um ângulo sólido unitário. Seu
símbolo é l e sua unidade no SI é lúmen/esterradiano ou candela (cd). Os resultados
fotométricos de uma luminária são derivados da distribuição e intensidade de
luminosidade medida. (PEREIRA; SOUZA 2005).
A intensidade luminosa é expressa pela seguinte Equação 4:

(4)

É medida em laboratório, com aparelhos especiais chamados de


goniofotômetros.

2.1.4 Iluminância

Quando uma fonte de luz irradia um fluxo luminoso sobre uma superfície
qualquer, esta se tornará iluminada. A medida da quantidade de luz sobre a
superfície por unidade de área é a iluminância, que é representada pela letra E e
sua unidade no SI lúmen/m² ou lux (lx). (PEREIRA; SOUZA 2005).
O conceito de iluminância é dado por uma densidade que quando variada
pode ter percepção visual, logo que a iluminância não é nada mais que fluxo
44

luminoso por metro quadrado, ou seja, quanto maior a potencia dissipada em


energia radiante, maior será o fluxo luminoso por metro quadrado. A iluminância é
medida com um aparelho chamado luxímetro. Matematicamente representa-se pela
Equação 5:

(5)

Onde:
E é o Iluminância, em lx
Φ é o Fluxo luminoso, em lm
A é a Área, em m²

2.1.5 Luminância

A luminância é representada por L e sua unidade no SI é candela/m² (cd/m²).


A visão humana só enxerga os raios de luz quando os mesmos são refletidos numa
superfície transmitindo assim a sensação de claridade aos olhos. A intensidade da
claridade que a visão humana percebe os objetos iluminados depende de sua
luminância. Essa sensação de claridade é a luminância, que é definida como a
intensidade luminosa por unidade de área aparente para um observador de uma
superfície numa dada direção. Logo abaixo a Equação 6 que permite sua definição:

(6)

Onde:
L é a luminância, em cd/m²
I(α) é a intensidade luminosa na direção considerada, em cd
A∙cos(α) é a área da superfície aparente para o observador, em m²
α é o ângulo considerado, em graus.

A luminância de uma superfície difusa é calculada pela seguinte Equação 7:

(7)
45

Onde:
ρ é a refletância ou coeficiente de reflexão
E é a iluminância sobre essa superfície, lx

Figura 5 - Luminância.

Fonte:http//www.usp.br/fau/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0213/Material_de_Apoio/
03_-_Ia._Conceito_Fundamentais_(grandezas_Luminosas).pdf.

A medição da luminância é feita através de um aparelho denominado


luminancímetro.

2.1.6 Temperatura de cor correlata

Num projeto de iluminação é importante ter-se em conta a cor, pois é possível


que uma instalação de iluminação do ponto de vista técnico esteja correta no que se
diz respeito a garantir luz suficiente para o ambiente e, ainda assim, causar
insatisfação pelo efeito incorreto das cores. (PEREIRA; SOUZA 2005).
A temperatura da cor correlata (TCC) é medida em kelvin (K) e é definida
como sendo a temperatura absoluta no qual a cor observada se assemelha o mais
perto possível daquela que fonte apresenta. (COSTA, 1998).
Quando um corpo é aquecido o mesmo emana radiação eletromagnética,
onde o comprimento de onda está relacionado à temperatura do emissor. Até a
temperatura de 600 K o comprimento de ondas são maiores que os da faixa visível
no espectro. Conforme vai aumentando a temperatura o espectro se aproxima da
porção visível, assim quando é alcançada a radiação solar por volta de 6000 K a
emissão entra na banda visível do espectro. A temperatura do emissor define a cor
da radiação, ou seja, é a temperatura que um corpo negro deve chegar para emanar
46

um espectro parecido ao da fonte de luz podendo deste modo entender melhor a


temperatura da cor correlata (TCC). Para que um corpo negro possa emitir luz visível
ele tem que atingir uma TCC, sendo que para alcançar a cor de luz vermelha tem
que se chegar a uma TCC de 800 a 900 K, para luz amarela até 3000 K, para a luz
branca 5000 K, para luz azul entre 8000 e 10000 K e para luz de cor azul brilhante o
valor da TCC fica entre 60000 e 100000 K.
Pode notar-se que quanto maior for a temperatura, maior será a energia
produzida, e que quanto mais fria for a cor da luz maior é sua temperatura, enquanto
que para corpos que emitem cores de luz quentes a temperatura é menor. Até a
temperatura de 3000 K as cores são quentes, entre 3000 K e 4000 K encontra as
cores neutras e as cores frias estão acima 4000 K. (AMORIM, 2011).

2.2 Equipamentos de iluminação pública

O sistema de iluminação pública considerado como AIS, são as luminárias,


lâmpadas, relés fotoelétricos e fotoeletrônicos, reatores, braços de sustentação da
luminária, eletrodutos, caixas de passagem e condutores exclusivos para iluminação
pública. Tem incluso também os postes e circuitos usados exclusivamente para
atender ao circuito de iluminação pública, com ou sem transformador.
Os equipamentos de iluminação pública são apresentados tecnicamente no
Anexo A. A Figura 6 mostra um sistema de um circuito de iluminação básico.

Figura 6 - Sistema de um circuito de iluminação básico.

Fonte: http://www.energia.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/519.pdf.
47

2.3 Norma ABNT NBR 5101:2012

A norma ABNT NBR 5101:2012 foi elaborada pelo Comitê Brasileiro de


Eletricidade (ABNT/CB-03) e pela Comissão de Estudo de Iluminação Pública (CE-
03:034.04), na qual estabelece os requisitos para iluminação de vias públicas,
priorizando a segurança aos tráfegos de pedestres e de veículos, como já dito
anteriormente. (ABNT NBR 5101:2012, p.1.)
Para que os projetos de iluminação pública possam oferecer visibilidade para
a segurança do tráfego de veículos e pedestre, de modo rápido, preciso e
confortável, deve-se levar em conta algumas exigências especificas do usuário que
traga benefícios socioeconômicos como redução de acidentes noturnos, melhoria
das condições da via, auxílio no trabalho policial, facilidade do fluxo do tráfego,
eficiência energética e realce dos edifícios e obras publicas no período noturno.
Estas exigências servem de base para o projeto luminotécnico de logradouros
públicos e são geridas através da norma ABNT NBR 5101:2012, onde sua aplicação
produz iluminação adequada e uso racional de energia desde que sejam utilizados
lâmpadas, reatores e luminárias eficientes, com distribuição adequada para cada
configuração de instalação; luminárias com posicionamento e alturas de montagem
adequadas e por fim um programa de manutenção bom, que assegure a
conservação do sistema e a preservação do nível de iluminação conforme projetado.
Projeto aqui proposto se utilizou da norma em questão como umas das bases
de decisão para andamento do mesmo. Serão aqui apresentados os principais
tópicos da norma utilizados no projeto.

2.3.1 Termos e definições da norma

Para os termos usados no projeto tem-se as seguintes definições de acordo a


norma estudada:

 Altura de montagem (AM) é a distância vertical entre a superfície da


rodovia e o centro aparente da fonte de luz ou da luminária.
 Diagrama de distribuição de intensidades luminosas é a descrição, em
forma de diagrama, da distribuição espacial das intensidades luminosas
de uma luminária.
48

 Distribuição vertical é a linha de intensidade traçada num determinado


plano perpendicular ao plano da rodovia e que contém a luminária.
 Distribuição transversal é a linha de intensidade traçada no plano
perpendicular ao eixo longitudinal da rodovia e que contém a luminária.
 Distribuição longitudinal é a linha de intensidade traçada no plano
paralelo ao eixo longitudinal da rodovia e que contém a luminária.
 Espaçamento é a distância entre sucessivas unidades de iluminação,
medida paralelamente ao longo da linha longitudinal da via.
 Fator de uniformidade da iluminância em determinado plano é a razão
entre a iluminância mínima e a iluminância média em um plano definido,
matematicamente representado pela Equação 8:

(8)

Onde:
U é o fator de uniformidade da iluminância
Emín é a iluminância mínima
Emed é a iluminância média

 Fator de uniformidade da luminância quanto à uniformidade global é a


razão entre a iluminância mínima e a iluminância média em um plano
definido, matematicamente representado pela Equação 9:

(9)

Onde:
Uo é o fator de uniformidade da luminância
Lmín é a luminância mínima
Lmed é a luminância média

 Fator de uniformidade da luminância quanto à uniformidade longitudinal é


a razão entre a iluminância mínima e a iluminância máxima ao longo das
49

linhas paralelas ao eixo longitudinal da via num plano determinado,


matematicamente representado pela Equação 10:

(10)

Onde:
UL é o fator de uniformidade da luminância
Lmín é a luminância mínima
Lmáx é a luminância máxima

 Linha isolux é o lugar geométrico dos pontos de uma superfície onde a


iluminação tem o mesmo valor.
 Iluminância média é valor médio da luminância na área delimitada pela
malha de pontos considerada, ao nível da via.
 Via é uma superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.
 Volume de tráfego é número máximo de veículos ou de pedestres que
passam em uma dada via, durante o período de 1 h.

2.3.2 Características gerais da norma

Para o projeto de iluminação pública ser desenvolvido há que se avaliar em


qual tipo de via o projeto será aplicado, desta forma a norma aqui estudada
classifica as vias em conformidade ao Código de Trânsito Brasileiro, onde se
classifica em vias urbanas e rurais, sendo a primeira subdividida em via de trânsito
rápido, via arterial, via coletora e via local, e a segunda em rodovias e estradas.
O volume de tráfego em vias públicas é classificado por meio de valores de
tráfego de veículos e pedestres na mesma. No tráfego motorizado o volume de
tráfego noturno de veículos por hora é o valor máximo das médias horárias
adquiridas nos períodos abrangidos entre 18 h e 21 h, em ambos os sentidos
levando-se em conta os valores para velocidades regulamentadas por lei.
50

Tabela 4 - Tipos de tráfego motorizado e de pedestre.


Tipo de tráfego
Classificação
Motorizado Pedestres cruzando vias com tráfego motorizado
Sem tráfego (S) - Como nas vias arteriais
Leve (L) 150 a 500 Como nas vias residenciais médias
Médio (M) 501 a 1200 Como nas vias comerciais secundárias
Intenso (I) Acima de 1200 Como nas vias comerciais principais
Fonte: adaptado da norma ABNT NBR 5101:2012.

Para vias com tráfego menor do que 150 veículos por hora considerar as
exigências mínimas do grupo leve (L) e, para vias com tráfego com grande
intensidade, superior a 2400 veículos por hora considerar as exigências máximas do
grupo de tráfego intenso (I).
Após a classificação da via e do tipo de tráfego, deve-se verificar os níveis de
iluminância e os fatores de uniformidades mínimos para cada situação segundo a
norma ABNT NBR 5101:2012, em que se recomenda os requisitos de iluminância e
uniformidade dentro das classes de iluminação, onde se tem de V1 a V5 para
veículos e P1 a P4 para pedestres. A escolha das classes é feita conforme a função
da via e das variáveis de tráfego, tais como densidade, complexidade, separação e a
existência do controle de tráfego, como os sinais. Na seleção de classe há de se
considerar todos os usuários da estrada, como motoristas, motociclistas, ciclistas e
pedestres. As Tabelas 5 a 7 a seguir exemplificam a questão.

Tabela 5 - Exigências de luminância e uniformidade.

UO UL TI9
Classe de iluminação Lmed SR10
≥ ≤ %
V1 2,00 0,40 0,70 10 0,5
V2 1,50 0,40 0,70 10 0,5
V3 1,00 0,40 0,70 10 0,5
V4 0,75 0,40 0,60 15 -
V5 0,50 0,40 0,60 15 -
Fonte: adaptado da norma ABNT NBR 5101:2012.

9
É o incremento de limiar em que a limitação do ofuscamento perturbador ou inabilitador nas vias
públicas, que afeta a visibilidade dos objetos.
10
É a relação entre Emed das áreas adjacentes à via nas faixas com largura de até 5m e a Lmed da via
na faixa com largura até 5m ou metade da largura da via em ambos os lados de suas bordas.
51

Conforme a norma ABNT NBR 5101:2012 as vias para tráfego de veículos


são classificadas em classes de iluminação. A definição para as classes de
iluminação de acordo a descrição da via segue como descrita abaixo:

 Nas vias de trânsito rápido que são vias de alta velocidade de tráfego,
com separação de pistas, sem cruzamentos em nível e com controle de
acesso; vias de trânsito rápido; autoestradas onde o volume de tráfego
intenso pertence à classe V1 e o volume de tráfego médio à classe V2.
 Nas vias arteriais; vias de alta velocidade de tráfego com separação de
pistas; vias de mão dupla, com cruzamentos e travessias de pedestres
eventuais em pontos bem definidos; vias rurais de mão dupla com
separação por canteiro ou obstáculo tem o volume de tráfego intenso
classificado como V1 e o volume de tráfego médio classificado como V2.
 Nas vias coletoras; vias de tráfego importante; vias radiais e urbanas de
interligação entre bairros, com tráfego de pedestres elevado tem o
volume de tráfego intenso classificado como V2 e o volume de tráfego
médio classificado como V3 e o volume de tráfego leve na classe V4.
 Nas vias locais; vias de conexão menos importante; vias de acesso
residencial obstáculo tem o volume de tráfego intenso classificado como
V4 e o volume de tráfego médio classificado como V5.

Na Tabela 6 encontram-se os valores de iluminância média mínima e a


uniformidade para cada classe de iluminação.

Tabela 6 - Iluminância média mínima e a uniformidade para cada classe de iluminação.


Classe de Iluminância média mínima Emed, mín Fator de uniformidade mínimo
iluminação lux U=Emín/Emed
V1 30 0,40
V2 20 0,30
V3 15 0,20
V4 10 0,20
V5 5 0,20
Fonte: adaptado da norma ABNT NBR 5101:2012.
52

Para as vias para tráfego de pedestres a norma ABNT NBR 5101:2012 as


classifica em classes de iluminação também. Assim a definição para as classes de
iluminação de acordo a descrição da via segue exposto abaixo:

 As vias de uso noturno intenso por pedestres como calçadões e passeios


de zonas comerciais são indicadas pela classe de iluminação P1.
 As vias de grande tráfego noturno de pedestres como passeios de
avenidas, praças, áreas de lazer, entre outras são indicadas pela classe
de iluminação P2.
 As vias de uso noturno moderado por pedestres como passeios e
acostamentos são representadas pela classe de iluminação P3.
 As vias de pouco uso por pedestres como passeios de bairros
residenciais são indicadas pela classe de iluminação P4.

A Tabela 7 encontram-se os valores de iluminância média e o fator de


uniformidade mínimo para cada classe de iluminação.

Tabela 7 - Iluminância média e fator de uniformidade mínimo para cada classe de


iluminação.
Classe de Iluminância horizontal média Emed Fator de uniformidade mínimo
iluminação lux U=Emín/Emed
P1 20 0,30
P2 10 0,25
P3 5 0,20
P4 3 0,20
Fonte: adaptado da norma ABNT NBR 5101:2012.

No detalhamento das medições ou cálculos de iluminância usa-se a malha


para verificação. Na malha são considerados os pontos da grade definidos pela
intersecção das linhas transversais e longitudinais à pista de rolamento e às
calçadas como pode ser visto na Figura 7, tendo-se em conta a existência de uma
linha transversal alinhada com cada luminária, de uma linha transversal no ponto
médio entre as duas luminárias, de uma linha longitudinal no eixo de cada faixa e
por fim de uma linha longitudinal eixo de cada calçada.
53

Figura 7 - Malha para verificação detalhada.

Fonte: adaptado da norma ABNT NBR 5101:2012.

Os espaçamentos entre os pontos da malha são especificados como:

 Espaçamento longitudinal (sgl) é dado pela Equação 11:

(11)

Onde:
s é o espaçamento entre os postes.

No espaçamento longitudinal os pontos extremos de cada fileira das linhas


transversais que passam pelas luminárias do vão.

 Espaçamento transversal (sgt) é dado pela Equação 12:


54

(12)

Onde:
fr é a largura da faixa de rolamento.

No espaçamento transversal os pontos extremos de cada coluna de pontos


estão afastados de uma distância de 0,1 multiplicado por fr em relação às linhas
longitudinais do meio-fio.
A malha para verificações periódicas ou para constatação de valores de
projeto é chamada como grade de medição, é formada pelos pontos da malha de
medição. Esta malha serve tanto para iluminância quanto para luminância, ainda
assim há uma diferença fundamental que é de luminárias consecutivas onde que
para iluminância é tida como consecutiva a próxima luminária independentemente do
lado que está instalada e para luminância a próxima luminária está do mesmo lado.
A iluminância média (Emed) é encontrada pela Equação 13:


(13)

No caso de calçadas para largura menor que 3 metros faz-se uma linha
longitudinal no centro da calçada e as linhas transversais em número igual e
coincidente com as linhas do leito transitável por quaisquer veículos motorizados ou
não. Sendo a calçada com largura maior ou igual a 3 metros têm-se duas linhas
longitudinais espaçadas entre elas em uma distância (d) e entre uma linha e a
extremidade da calçada adjacente espaçadas em d/2 e as linhas transversais em
número igual e coincidente com as linhas do leito carroçável.

2.4 Protocolo DALI

Neste subcapitulo serão explanados alguns conceitos sobre o protocolo


Digital Addressable Lighting Interface (DALI), abrangendo sua tecnologia e seus
princípios de funcionamento.
As cenas são compostas pelo estado de cada um dos conjuntos de luminárias
ou fontes incidentes de luz em um determinado cenário de iluminação, sendo que os
55

respetivos cenários ostentam as informações, a cerca das luminárias que estão


desligadas ou ligadas e também o grau de dimerização. (JÚNIOR, 2011).
A dimerização consiste em variar a tensão e a corrente que
consequentemente altera a potência dissipada pela lâmpada, e tendo ainda como
resultado a alteração do fluxo luminoso, a dimerização também pode ser obtida por
outro meio que é a Pulse-Width Modulation (PWM), em português, Modulação por
Largura de Pulso.
Os grupos baseiam-se em um aglomerado de uma ou mais luminárias, na
qual são coordenadas simultaneamente, que no caso do controle DALI são
agrupadas via software proporcionando uma significativa maleabilidade. (BEDIN,
2008).
Segundo a empresa fabricante DALI Ag (2014) o protocolo DALI é baseado
no padrão internacional, estabelecido na norma IEC 6238611, no qual tem como
objetivo viabilizar a função de monitoramento para os reatores e controles de
iluminação, um dos pontos fortes dessa tecnologia e flexibilidade oferecida, pois a
mesma permite a intercambialidade entre reatores dimerizáveis de mais de 60
fabricantes pertencentes à organização DALI Ag, tais como Helver, Osram, Philips,
Panasonic, Schneider, Tridonic etc.
Conforme a DALI Ag (2014) o desenvolvimento do protocolo foi um esforço
em conjunto, dos lideres do segmento de iluminação, que visava conceber um
padrão para o mercado de controle de iluminação que estivesse de acordo com
todos os requisitos, assim proporcionando uma solução simples e confortável para
as tarefas de iluminação mais complexas, assegurando uma gama de produtos
completos aos clientes, tais como: lâmpada, reator, luminária e controle do sistema
de iluminação.
O protocolo DALI é destinado apenas para controle de iluminação, não sendo
possível aplicá-lo para controlar outros sistemas como, por exemplo, o Building
Management System (BMS), em português “Sistema de Automação ou Gestão
Predial”, porém o controle DALI e extremamente competente para efetuar seleção de

11
A International Electrotechnical Commission (IEC), em português, Comissão Eletrotécnica
Internacional. É uma organização não governamental sem fins lucrativos, líder global que publica
padrões internacionais baseados em consenso e gerenciamento dos sistemas de avaliação de
conformidade para os produtos elétricos e eletrônicos, sistemas e serviços elétricos e eletrônicos,
conhecidos coletivamente como eletrotécnica.
56

cena e também adquirir respostas sobre pontos de iluminação com eventuais


defeitos. (DALI AG, 2014).

2.4.1 Especificações elétricas

Segundo Junior (2011) no processo eletrônico para se efetuar o chaveamento


entre os níveis lógico alto e baixo são obtidos por intermédio de pequenos curto
circuitos subsequentes da abertura dos contatos da fonte.
No protocolo DALI o modelo padrão de valores são circunstanciados
diretamente nos pinos do reator, normalmente as tensões de linha do controle no
sistema DALI é 16 V, porém o range que o protocolo atua é de 9,5 a 22,4 V quando
o sistema esta repouso, a tensão é fornecida por uma fonte de tensão interna no
DALI, o sinal digital e considera baixo quando o nível de tensão esta entre -6,5 e 6,5
V. (DALI AG, 2014).

Figura 8 - Sinal de atuação do protocolo DALI em repouso.

Fonte: NEMA Standard Publication 243-2004 –“DALI Control Devices Protocol, part 1-2004”.

No sistema DALI a corrente elétrica máxima é delimitada em 250 mA, que


possui como objetivo manter o consumo de energia baixo e assegurar a qualidade
57

do sinal digital, com o menor sistema DALI possível que é composto por uma
luminária, reator e controlador o consumo da corrente de linha é no máximo de 2
mA, portanto a energia consumida para efetuar o controle e baixa, porém na prática
as impedâncias DALI são iguais, sendo assim as correntes podem variar dentro do
range estabelecido. Se o limite for excedido instabilidade e problemas de partidas
serão inerentes. (DALI AG, 2014).
E importante ressaltar que não é necessário à utilização de blindagem nos
cabos de transmissão de dados do DALI, pois a elevada relação entre o sinal ruído
acontece em baixa frequência possibilidade de interferências são extremamente
baixas. (JUNIOR, 2011).

2.4.2 Configurações de rede DALI

De acordo com Bedin (2008) uma rede genérica DALI pode ser composta por
até 64 dispositivos escravos, interligados ao mesmo barramento de comunicação
DALI que possua no máximo um comprimento de 300 metros, devido a queda de
tensão máxima na linha não poder exceder a 2 V, onde o controle DALI fornece um
endereço denominado de short address (em português endereço curto) para cada
estação, o protocolo também proporciona a alternativa de atribuir um mesmo
escravo a até 16 grupos diferentes.

Figura 9 - Layout de uma instalação DALI.

Fonte: Technical Guide DALI.


58

É de importância ressaltar que existem três categorias de redes DALI, tais


como:
 Configuração Básica que deve ser composta de até 64 dispositivos,
podendo ser reatores, gateways e demais dispositivos, nesse caso deve existir no
mínimo uma alimentação conectada ao barramento de dados. (JUNIOR, 2011).

Figura 10 - Configuração básica.

Fonte: NEMA Standard Publication 243-2004 – “DALI Control Devices Protocol – Part 1-2004”.

 Configuração Básica com Controlador, neste tipo de configuração possui


como característica a instalação de apenas um controlador onde, o mesmo tem
como atribuição reger a dissipação de potência do reator que por consequência
altera o fluxo luminoso emitido na lâmpada.

Figura 11 - Configuração básica com controlador.

Fonte: NEMA Standard Publication 243-2004 – “DALI Control Devices Protocol – Part 1-2004”.

 Configuração Multi Controladores que permite o endereçamento de até


128 equipamentos, nesse tipo de configuração além da comunicação com os
reatores também há a possiblidade de comunicação entre controladores, essa
59

configuração é proporcionada por haver a alternativa de acrescentar mais 63


controladores na rede, o endereçamento dos dispositivos podem ser efetuados via
software ou automaticamente.

Figura 12: Configuração Multi controladores.

Fonte: NEMA Standard Publication 243-2004 – “DALI Control Devices Protocol – Part 1-2004”.

2.4.3 Comunicação

Conforme Junior (2011) o protocolo DALI apresenta duas arquiteturas de


comunicação, onde uma delas se trata do controlador reator que consiste na
comunicação mestre escravo e outra que acontece entre controlador com
controlador, o que diferencia uma comunicação da outra é apenas a utilização de 8
bits adicionais para a segunda categoria de comunicação, o método de transmissão
de dados empregado é assíncrono, half duplex serial.

2.4.4 Mestre escravo

Na comunicação mestre escravo entre o controlador e o reator, é


circunstanciado um número relativo ao comando de cada função análoga do
controle, que deve ser compreendida pelo reator, a informação é composta 2 bits, a
mensagem contida no segundo bit é o comando que deve ser executado e a
primeira é o endereço do escravo, os escravos ainda exibem o Data Transfer
Register (DTR), que em português Registro de Transferência de Dados. O DTR é
60

empregado na transmissão de dados temporária, no instante que o mestre


(controlador) requisita a resposta do dispositivo escravo ele recebe o valor 0xFF que
compreendido como sim e quando o dispositivo escravo não responde a requisição
do mestre e compreendido como não. (BEDIN, 2008).
Segundo Junior (2011) que relata que a taxa de transmissão de dados, entre
os dispositivos são de 1,2 kHz com uma tolerância de aproximadamente 10% tanto
para recebimento (backward) como para envio (forward).
A NEMA 243-200412 estabelece que o frame da mensagem de ida seja
composto por 19 bits organizados da seguinte maneira:

 1 bit de start;
 1 byte de endereçamento: sendo que o 1 bit informa se é de carácter
individual ou grupo, 6 bits dedicados a endereço e um bit designado a seleção;
 1 byte de dados;
 2 bits de stop.

Figura 13 - Frame da Mensagem de envio.

Fonte: NEMA Standard Publication 243-2004 – “DALI Control Devices Protocol – Part 1-2004”.

 1 bit de start;
 1 byte de dados;
 2 bits de stop.

12
National Electrical Manufacturers Association, em português, Associação Nacional de Produção
Elétrica. É uma associação de fabricantes de equipamentos elétricos e hospitalares, sediada nos
Estados Unidos com a finalidade de normalizar padrões de fabricação para melhor qualidade e
competividade dos produtos de seus associados.
61

Figura 14 - Frame da Mensagem de recebimento.

Fonte: NEMA Standard Publication 243-2004 – “DALI Control Devices Protocol – Part 1-2004”.

São possíveis 4 tipos de endereçamentos em redes de protocolo DALI dos


quais tem-se:
 Broadcast: onde todos os dispositivos que estejam pareados na rede
executem a instrução simultaneamente;
 Grupo: onde que todos os dispositivos que fazem parte de um mesmo
conjunto são coordenados simultaneamente;
 Individual: em que cada um dos dispositivos recebe um respectivo short
address, o mestre envia uma mensagem específica para cada um, podendo atuar
em um ponto em particular da rede DALI;
 Cenas: são compostas por 16 possibilidades de iluminação gravadas na
memória do dispositivo.

2.4.5 Níveis de Dimerização

Dos dezenove bits utilizados para envio da mensagem, oito deles estão
relacionados aos dados, estes responsáveis pela dimerização. Segundo Júnior;
Kopte; Feitosa (2012) o protocolo DALI possui 254 níveis, sendo que o reator que
eles utilizaram altera o fluxo luminoso da lâmpada entre o byte 235 e 254, quando
fornecido o pacote de dados ao reator.
A curva característica que expressa o envio de 1 byte para o reator
informando a porcentagem do fluxo luminoso da lâmpada é indicado na Gráfico 3.
Para obter a intensidade luminosa que se deseja, basta enviar o byte de controle ao
reator relacionado ao percentual do fluxo luminoso da lâmpada.
62

Gráfico 3 - Byte de controle por intensidade luminosa.

Fonte: Júnior; Kopte; Feitosa (2012).

2.4.6 Vantagens do protocolo DALI

O protocolo DALI proporciona as seguintes vantagens:


 Ajuste de velocidade de escurecimento;
 Baixo custo de manutenção;
 Busca automática dos dispositivos a serem controlados;
 Cabeamento descomplicado das linhas de controle;
 Configuração de até 16 cenas diferentes;
 Controle dos níveis de iluminação de unidades individuais, ou por grupos;
 Controle simultâneo de todas as unidades endereçadas a qualquer
instante;
 Controle de mensagens do status dos dispositivos;
 Endereçamento de até 64 unidades;
 Identificação do tipo de unidade;
 Não existe interferência entre a comunicação de dados.
63

2.4.7 Desvantagens do protocolo DALI

 Sistema complexo para instalação e especificação;


 Exige mão obra especialidade;
 Custo de equipamentos envolvidos mais alto.
64

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresentará o protótipo desenvolvido, fazendo uma breve


descrição da sua proposta, do seu funcionamento e da sua instalação no local
indicado. Ainda será explicada toda a lógica de funcionamento assim como os
dispositivos utilizados no projeto proposto.

3.1 Proposta do protótipo

O sistema instalado no Campus 1 das Faculdades Integradas Torricelli da


Anhanguera Educacional na cidade de Guarulhos do estado de São Paulo, visa
comprovar a economia de energia elétrica que o projeto propiciará ao sistema de
iluminação pública com lâmpadas a vapor de sódio. Recomendado para aplicação
em importantes avenidas das cidades onde a iluminação é ornamental e possuem
mais de uma luminária por poste, o sistema é responsável em alterar o fluxo
luminoso das lâmpadas dependendo da intensidade de veículos na via,
consequentemente alterando a potência dissipada na lâmpada.
O protótipo é constituído de dois medidores de energia elétrica, sistema de
acionamento e duas luminárias. O consumo em kWh será comparado entre as
luminárias, a primeira é composta de um reator eletromagnético e acionamento
através de relé fotoelétrico. A segunda possui reator eletrônico dimerizável e
acionamento através de um sistema microcontrolado.

Figura 15 - Diagrama em bloco geral do protótipo.

Fonte: O autor.
65

3.2 Descrição geral do funcionamento

Segundo Amorim (2011) quase sempre o acionamento da iluminação pública


ocorre através do relé fotoelétrico. No caso das luminárias com lâmpadas de
descarga, há comutação direta entre o reator e a rede elétrica ou acionamento
através de um contator de potência, que consequentemente alimentam os reatores
das luminárias.
O projeto possui dois sensores de luminosidade Light Dependent Resistor
(LDR), traduzindo ao português Resistor Dependente de Luz, o primeiro é
responsável pelo acionamento do atuador através da percepção da iluminação
natural (claro/escuro), o segundo é destinado a perceber a existência de luz artificial
provida da própria luminária. No caso da ausência da luz que incide sobre o LDR
(lâmpada apagada) o sistema se precaverá inibindo a dimerização.
Este controle do fluxo de veículos que acessam e deixam o estacionamento
da faculdade foram implementados sensores de barreira ativo infravermelho. A
visualização do quantitativo de automotores é feita através do display instalado na
face inferior externa do painel.
A lógica é processada pelo microcontrolador da Microchip Technology Inc., no
qual atua diretamente sobre um motor de passo, rotacionando o eixo do controle
DALI. O mesmo é responsável por enviar informações através do protocolo de
comunicação digital para a interface do reator.
A fim de monitorar o sistema com os resultados obtidos no processo de
dimerização, foi atribuído um transdutor de corrente que mensura a grandeza
elétrica que fornece a carga. A informação é enviada através da porta serial do
microcontrolador utilizando o padrão RS232 e os respectivos resultados são exibidos
em um supervisório.
O diagrama de bloco do módulo de controle e monitoramento é exposto na
Figura 16.
66

Figura 16 - Diagrama de bloco do módulo de controle e monitoramento.

Fonte: O autor.

3.3 Instalação dos equipamentos na faculdade

Os posicionamentos os quais os dispositivos do protótipo foram instalados


são exibidos na Figura 17.

Figura 17 - Posicionamento dos equipamentos do protótipo na faculdade.

Luminária (reator eletromagnético)


Luminária (reator DALI)

Painel de controle
Sensor de barreira ativo

Fonte: O autor
67

3.3.1 Lógica de funcionamento

Atualmente no Campus 1 das Faculdades Integradas Torricelli da Anhanguera


Educacional possui 24 veículos cadastrados no período noturno, entre professores e
funcionários. Os professores que ministram as aulas à noite começam a acessar o
estacionamento por volta das 18 horas. Entre as 19 e 21 horas há um pequeno fluxo
de automotores que deixam e adentram o estacionamento. Por fim, a partir das 22
horas os veículos deixam o local.
O sistema em questão irá monitorar a passagem de veículos a cada 15
minutos, alterando o fluxo luminoso da lâmpada em relação à quantidade de
automotores que o sensor contabilizará. A Tabela 8 mostra essa relação.

Tabela 8 - Quantidade de veículos por fluxo luminoso da lâmpada.


Quantidade de veículos (un.) 0 1 2 ≥2
Fluxo Luminoso da lâmpada (lm) 17442 14722 12220 9687
Fonte: O autor.

A Tabela 9 exibe as potências dissipadas pelo circuito a partir da informação


no pacote de byte de dados do protocolo DALI. A variação ocorre com base na
quantidade de veículos computados durante 15 minutos.

Tabela 9 - Quantidade de veículos por potência dissipada.


Potência Dissipada

Byte Fluxo Luminária 1 Luminária 2 Luminária 1


de de +
Dados veículos (Convencional) (DALI) Luminária 2
254 >2 135 ~ 149 159 294 ~ 308
248 2 135 ~ 149 139 274 ~ 288
242 1 135 ~ 149 122 257 ~ 271
235 0 135 ~ 149 105 240 ~ 254
Fonte: O autor.

Os valores obtidos nas Tabelas 8 e 9 são discutidos posteriormente no


Capítulo 4 de forma mais detalhada.
68

3.4 Dispositivos aplicados no projeto

Nos subcapítulos seguintes serão descritos os dispositivos aplicados ao


projeto.

3.4.1 Sensores

Entende-se por sensor todo dispositivo sensível a alguma forma de energia


do ambiente que pode ser luminosa, cinética, térmica, relacionando com as
informações de grandezas que necessitam de medição, tais como: temperatura,
pressão, radiação de calor, corrente, aceleração, velocidade, posição, etc. Estas
energias são detectadas por meio de efeitos físicos ou químicos e transformadas
(através de um transdutor) num sinal elétrico processável, e que ao ser inserido a
um circuito eletrônico resulta em um sinal analógico ou digital.
Os sensores analógicos são aqueles que têm um sinal de saída contínuo que
assume qualquer valor dentro da sua faixa de operação ao longo do tempo. Sendo
assim a faixa de frequência é bem maior e não tão confiável.
Os sensores digitais tem o sinal de saída com valores discretos
(descontínuos) no tempo e em amplitude. Admitem somente dois valores de sinal de
saída, que geralmente são interpretados como zero e um. Na natureza não existe
sinal digital então para obter tal sinal para ser mostrado no sistema de controle é
necessário ser convertido pelo circuito eletrônico do transdutor. É utilizado em na
detecção de passagem de objetos por exemplo.

Figura 18 - Sinais dos sensores.

Fonte: Tutorial de Aplicações, Funcionamento e Utilização de Sensores www.maxwellbohr.com.br.


69

3.4.1.1 Sensor de luminosidade

Os sensores foto-resistores, também conhecidos como LDR, são


componentes sensíveis à luz comumente usados na indicação da presença ou
ausência de luz, ou ainda para medir a intensidade da luz. No escuro, a sua
resistência é muito alta, podendo chegar até 1MΩ, e quando a luz brilhante incide
sobre a superfície sensível do mesmo, sua resistência diminui drasticamente
chegando geralmente a dezenas ohms, sua resistência varia conforme a intensidade
da radiação eletromagnética do espectro visível incidente sobre o LDR.

Figura 19 - Light Dependent Resistor (LDR), em português Resistor Dependente de Luz.

Fonte: http://p.globalsources.com/IMAGES/PDT/B1059413054/CDS-Photoresistor-LDR.jpg.

Figura 20 - Símbolos do LDR utilizados em esquemas eletrônicos.

À esquerda a simbologia americana e à direita a europeia.


Fonte: Adaptado de http://eletronicadiaria.blogspot.com.br/p/foto-resistor-ldr.html.

Os sensores LDRs são largamente utilizados em relés fotoelétricos para


acionamento de iluminação. Segundo Negrelli (2006), tais dispositivos são simples,
compactos e confiáveis. Pode ser constituído de material semicondutor seleneto de
cádmio (CdSe) ou sulfeto de cádmio (CdS), este proporciona a variação da
resistência elétrica a partir da incidência de luz, resultando no controle do fluxo de
corrente elétrica do circuito que está submetido.
70

A curva característica do LDR é originada através da abscissa representada


pela iluminância e a ordenada retratada pela resistência. A resistência elétrica do
LDR é inversamente proporcional a iluminância. À medida que a luminosidade
diminui sobre o dispositivo a resistência aumenta em larga escala. A resistência do
LDR varia linearmente com a intensidade de luz incidente, podendo ser descrita de
forma aproximada pela equação:

(14)

Onde:
R é a resistência, em ohm (Ω)
L é a iluminação, em lux
A e α as são as constantes dependentes do processo de fabricação e material
utilizado.

Por meio de um experimento realizado foi obtida a curva característica do


componente.

Gráfico 4 - Curva característica do LDR.

Fonte: O autor.
71

Ainda que o sensor LDR apresente característica analógica, o mesmo foi


empregado a um circuito comparador, o que resultou em uma saída digital.
Utilizou-se dois divisores de tensão, o primeiro responsável em variar a
tensão entre o LDR e um resistor de 51 KΩ, o segundo destinado em alterar a
tensão entre um potenciômetro de 50 KΩ e um resistor de 2 K2Ω.

Figura 21 - Circuito divisor de tensão.

RPOT R2
50k 51K

+
Vcc
-

R1 V(3) RLDR V(2)


2K2

Fonte: O autor.

A equação abaixo demostra matematicamente como encontrar os valores de


V(2) e V(3):

(15)

(16)

As tensões resultantes são comparadas nas entradas do amplificador


operacional LM 324. Quando a tensão V(3)+ é maior que tensão V(2)- a saída do
comparador fornece em sua saída o valor da tensão de alimentação do circuito. Para
obter-se na saída do amplificador operacional 0 V é necessário que a tensão em V(2)-
seja maior que em V(3)+.
72

Figura 22 - Amplificador Operacional.

3
Entrada +
1
Saída

2
Entrada
-
Fonte: O autor.

Conforme demonstrado na Figura 22, foi acoplado o LM 324 no circuito divisor


de tensão, a fim de se obter o sinal digital na saída do circuito. A variação da
iluminância percebida pelo LDR muda o nível lógico na saída do circuito.
Com o intuito de regular a sensibilidade do LDR para o acionamento do
microcontrolador instalou-se o potenciômetro de 50 KΩ.

Figura 23 - Circuito comparador.


Vcc

RPOT R2
50k 51K

3
+
4 1 Saída
2 11
-

R1 RLDR
2K2

Fonte: O autor.

Como exposto anteriormente, o sistema em questão utilizou dois sensores


LDR, porém foi adaptado apenas um LM 324 nos circuitos divisores de tensão, já
que o componente possui quatro amplificadores operacionais.
73

Figura 24 - LM 324.

Fonte: http://www.hobbytronics.co.za/content/images/thumbs/0001686_lm324_opamp.jpeg

3.4.1.2 Sensor de barreira ativo com feixe infravermelho

Segundo Dos Santos e Bonkoski (2012), os sensores ópticos de barreira ativa


possuem alta confiabilidade e facilidade em detectar superfícies irregulares. Citado
por Simoni (2008) em sua dissertação a metodologia utilizada por Ueda et al. (1997),
que aplica pulsos de feixe enviados por um diodo laser infravermelho para contagem
de eixos de carros e caminhões. Outra técnica estudada foi a barreira a laser, onde a
interrupção óptica ocasionada pela passagem do veículo resulta no monitoramento
dos eixos.
Amplamente utilizado em centrais de alarme patrimoniais, os sensores de
barreiras ativos funcionam como circuitos digitais. Por ser opticamente acoplado, o
receptor está suscetível à radiação infravermelha do emissor, quando o feixe de luz
infravermelho é interrompido seu estado lógico modifica.
Geralmente seu feixe de luz não é contínuo, ajudando a diferenciar da luz
incidida no ambiente, proporcionando a correção de eventuais falhas de
acionamento.
Conforme já citado no capítulo 2, a radiação infravermelha tem sua faixa do
espectro eletromagnético compreendida aproximadamente entre os comprimentos
de onda 780 nm a 1 mm, ou seja, está fora da faixa do comprimento de onda da luz
visível no espectro eletromagnético, que vai de 380 nm a 780 nm, e portanto é
imperceptível aos olhos humanos, podendo ser notado somente em forma de calor
pelos termorreceptores da pele humana.
74

O sistema do sensor de barreira ativo é composto de duas unidades, sendo


elas a transmissora e a receptora, que depende do alinhamento entre as tais para
que possa ocorrer a interrupção do feixe infravermelho.

Figura 25 - Sensor de barreira ativo.

Fonte: http://www.connectparts.com.br/arquivos/sensor-barreira-connect-parts.png.

Figura 26 - Bornes de ligação do sensor de barreira ativo.

-+
12 Vcc
NA NF C
Saída
-+
12 Vcc

Transmissor Receptor

Fonte: O autor.

Para contagem de automotores foram empregados dois pares de sensores,


Com as seguintes especificações técnicas:
 Tensão de alimentação 12 V DC a 24 V DC ou 12 V AC a 24 V AC.
 Frequência infravermelho de transmissão: 1.92 KHz.
 Comprimento de onda: 940 nm.
 Entrada: Receptor (RX) 15 mA e Transmissor (TX) ~ 30 mA.
 Temperatura de operação: -20 ° C a 70 ° C.
 Relé de saída: 1A a 30 V no máximo.
 Ângulo de sensor: <+ -10 °.
 Campo de detecção: < 20 m.

Figura 27 - Sensor infravermelho de feixe único.

Fonte: O autor.
75

Os módulos receptores foram ligados em série, a fim de evitar a enumeração


de pessoas que transitam no corredor de acesso do estacionamento da faculdade. A
saídas dos sensores foram adaptados há um circuito pull up e posteriormente
acoplado na entrada digital do microcontrolador.

Figura 28 - Diagrama elétrico de ligação dos sensores de barreira ativa.


5V
5V

10K

PIC

12V

-+
12 Vcc
NA NF C
Saída
-+
12 Vcc
-+
12 Vcc
NA NF C
Saída
-+
12 Vcc

Transmissor Receptor Transmissor Receptor

Fonte: O autor.

Foram feitos os testes com os sensores simulando a largura do corredor de


acesso do estacionamento da faculdade utilizando dois carros de passeio e uma
motocicleta. Os veículos utilizados foram:
 Motocicleta CG 150 modelo 2007
 Celta 4 Portas Super 2004
 Gol G6 2013

Os resultados obtidos a partir da passagem dos veículos pelos feixes de


radiação infravermelha dos sensores são mostrados nas Tabelas 10 e 11.
76

Tabela 10 - Resultados com os sensores fixados a 90 cm do piso e 120 cm equidistantes.


Motocicleta Gol Corsa
Parado em frente os sensores Êxito Êxito Êxito
Passando a 10 Km/h pelos sensores Falha Êxito Êxito
Passando a 20 Km/h pelos sensores Falha Êxito Êxito
Passando a 30 Km/h pelos sensores Falha Êxito Êxito
Passando a 40 Km/h pelos sensores Falha Êxito Êxito
Fonte: O autor.

Tabela 11 - Resultados com os sensores fixados a 70 cm do piso e 105 cm equidistantes.


Motocicleta Gol Corsa
Parado em frente os sensores Êxito Êxito Êxito
Passando a 10 Km/h pelos sensores Êxito Êxito Êxito
Passando a 20 Km/h pelos sensores Êxito Êxito Êxito
Passando a 30 Km/h pelos sensores Êxito Êxito Êxito
Passando a 40 Km/h pelos sensores Êxito Êxito Êxito
Fonte: O autor.

3.4.1.3 Sensor de corrente

Para mensurar a corrente elétrica consumida no circuito de iluminação do


protótipo utilizou-se o sensor de corrente ACS712, também conhecido como “Módulo
Medidor Leitor de Corrente ACS712”. Este tem o propósito de monitorar a grandeza
elétrica absorvida pela carga de iluminação e enviar o sinal elétrico ao
microcontrolador, que consequentemente comparará com o valor de corrente elétrica
que o circuito deveria estar consumindo a partir da dimerização, informando ao
supervisório as seguintes condições: lâmpada(s) apagada(s), lâmpada(s) acesa(s),
porcentagem de economia e circuito com excesso de consumo de corrente.

Figura 29 - Módulo Medidor Leitor de Corrente ACS712.

Fonte: O autor
77

O sensor escolhido é um componente semicondutor que funciona através do


efeito hall, podendo ler tanto corrente elétrica alternada quanto contínua de até 5 A.
Os semicondutores alteram facilmente sua resistividade com variações de
temperatura. Outra propriedade importante é o efeito de campo magnético
ocasionado pela passagem de corrente elétrica. Quando não há presença de
campos magnéticos externos a corrente flui uniformemente pelo semicondutor sem
que seja detectada tensão. Segundo a Lei de Lorentz as distribuições das cargas se
modificam ao ficar exposta a uma força perpendicular a ela (campo magnético
externo). Caso o material semicondutor for submetido a uma Diferença de Potencial
(DDP), então, ao fluxo de corrente e ao campo magnético aparecerá no componente
uma tensão elétrica.

Figura 30 - Efeito do campo magnético externo.

Fonte: http://www.newtoncbraga.com.br/images/stories/artigos10/art1050_05.jpg.

As principais características do sensor ACS712 são:


 Tempo de resposta de 5 μs;
 Largura de banda de 80 kHz;
 Margem de erro na saída de 1,5% a 25°C;
 Resistência interna de 1,2 mΩ;
 Tensão de alimentação de 5V;
 Tensão mínima de isolamento de pinos 1-4 para os pinos 5-8 de 2,1
kVrms;
 Sensibilidade de saída entre 66 e 185 mV por Ampère;
 Baixíssima histerese magnética.
78

3.4.2 Microcontrolador

Um microcontrolador é uma pequena pastilha de material semicondutor


usualmente desenvolvido a partir do composto químico Silício (Si), onde são
empregados inúmeros componentes nessa pequena pastilha por meio da técnica de
desenvolvimento de circuitos integrados (CI). Os microcontroladores em geral são
produtos munidos de memória de dados e programa, de uma Central Processing
Unit (CPU), em português Central Única de Processamento, e por também
periféricos. (MIYADAIRA, 2012).
O microcontrolador empregado no projeto foi o Programmable Interrupt
Controller (PIC) desenvolvido pela empresa norte-americana Microchip Technhology
Inc, da família 18F e modelo 4520, com 40 pinos. Esse tipo de microcontrolador
possui um encapsulamento Plastic Dual In-line Package (PDIP), onde os respectivos
pinos são catalogados como 33 terminais de portas Input/Output (I/O), alimentação,
reset e demais periféricos. (ALECRIM, 2012).

Figura 31 - PIC 18F4520.

Fonte: http://2.imimg.com/data2/GK/XN/MY-3187696/pic18f4520-microcontroller-dip-250x250.jpg.

O microcontrolador PIC18F4520, da empresa Microchip emprega uma


tecnologia denominada Reduced Instruction Set Computer (RISC), em português
Computador com um Conjunto Reduzido de Instruções, esta arquitetura proporciona
um considerável aprimoramento na velocidade de processamento do
microcontrolador, desta forma as instruções submetidas são executadas em apenas
um único período de clock do cristal ressonador onde são multiplicados por 4, sendo
assim a frequência máxima de clock para esta categoria de equipamento é de 40
MHz. Este microcontrolador ainda possui uma inovadora tecnologia CMOS13
FLASH/EEPRON14 que tem como atributo economia de energia, e possibilita o

13
Do inglês Complementary Metal-Oxide-Semiconductor, em português “Semicondutor Metal-Óxido
Complementar”.
14
Do inglês Electrically Erasable Programmable Read-Only Memory, em português “Memória Só de
Leitura Eletricamente Apagável e Programável”.
79

armazenamento de dados na memória EEPROM ao mesmo tempo em que está


rodando os dados. (OLIVEIRA, 2010).
De acordo Alecrim (2012) os microcontroladores quase sempre não dispõem
de muita memória interna, consequentemente isso acaba restringindo o uso do
componente, entretanto o microcontrolador PIC18F4520 possui uma memória
EEPROM de 256 bytes, memória Flash ROM15 de 32K e 1536 bytes de “Memória de
Acesso Aleatório”, do inglês Random Access Memory (RAM).
O microcontrolador PIC18F4520 ainda concede a oportunidade de até 20
interrupções no mesmo código isso acontece, em razão do dispositivo possuir 3
timers com 16 bits e mais um com 8 bits, uma velocidade de processamento de até
10 MIPS (Million Instructions Per Second, em português “milhões de instruções por
segundo”), 08 canais A/D de 10 bits, disponibiliza 2 módulos Capture/Compare/PWM
(CCP), o equipamento ainda oferece suporte para comunicação Serial Peripheral
Interface (SPI), em português Interface Serial Periférica; Inter-Integrated Circuit (I2C),
traduzindo ao português Circuito Inter-integrado; RS232 e também RS485, e até
100.000 ciclos de escrita\leitura na memória de programa. (OLIVEIRA, 2010).

Figura 32 - Diagrama de pinos do PIC 18F4520.

Fonte: Data Sheet PIC18F2420/2520/4420/4520, 2004.

15
Do inglês Read Only Memory, em português “Memória Somente de Leitura”.
80

Foram empregadas as seguintes funções às portas do microcontrolador:


 Pino 01: Saída do Botão Reset
 Pino 02: Entrada do Bit de desvio
 Pino 03: Saída para o motor de acionamento do MCU DALI
 Pino 04: Saída do Bit de desvio
 Pino 05: Saída para o pulso MCU DALI
 Pino 06: Não utilizado
 Pino 07: Entrada do Sensor de Barreira
 Pino 08: Não utilizado
 Pino 09: Não utilizado
 Pino 10: Não utilizado
 Pino 11: Alimentação positiva 5 V
 Pino 12: Alimentação negativa 0 V
 Pino 13: Oscilador (OSC1)
 Pino 14: Oscilador (OSC2)
 Pino 15: Entrada interrupção externa TMR1 (Interrupção por pulso
externo)
 Pino 16: Não utilizado
 Pino 17: Não utilizado
 Pino 18: Não utilizado
 Pino 19: Saída drive do motor de passo
 Pino 20: Saída drive do motor de passo
 Pino 21: Saída drive do motor de passo
 Pino 22: Saída drive do motor de passo
 Pino 23: Não utilizado
 Pino 24: Não utilizado
 Pino 25: Não utilizado
 Pino 26: Não utilizado
 Pino 27: Entrada sensor LDR luminosidade artificial
 Pino 28: Entrada sensor LDR luminosidade natural
 Pino 29: Entrada do sensor barreira
 Pino 30: Entrada do status do MCU DALI (On/Off)
81

 Pino 31: Alimentação negativa 0 V


 Pino 32: Alimentação positiva +5 V
 Pino 33: Entrada de interrupção externa
 Pino 34: Saída display 7 segmentos
 Pino 35: Saída display 7 segmentos
 Pino 36: Saída display 7 segmentos
 Pino 37: Saída display 7 segmentos
 Pino 38: Saída display 7 segmentos
 Pino 39: Saída display 7 segmentos
 Pino 40: Saída display 7 segmentos

Neste protótipo foi utilizado um cristal ressonador de 4 MHz permitindo que os


ciclos de máquina oscilem a aproximadamente em 1 MHz, fazendo com que boa
parte das instruções seja executada a cerca de 1μs.

3.4.3 Motor de passo

O motor de passo foi utilizado no presente trabalho por obter precisão no


movimento angular. O objetivo de sua aplicação é de rotacionar o eixo do controle
DALI, resultando no envio de sinais digitais de dimerização para o reator. Seu
funcionamento ocorre a partir de pulsos elétricos endereçados em sequência nos
terminais do motor de passo, determinando a velocidade e sentido de giro.
O motor escolhido é constituído de duas bobinas e dois enrolamentos por
fase, originando em três terminais cada. Os terminais do centro de cada fase são
aterrados formando um único fio. O diagrama elétrico é ilustrado na Figura 33.

Figura 33 - Diagrama elétrico das bobinas do motor de passo.


Rosa

M
Laranja
Vermelho

Amarelo Azul
Fonte: O autor.
82

Figura 34 - Motor de passo.

Fonte: http://robocraft.ru/files/datasheet/28BYJ-48.pdf.

Por possuir duas bobinas e dois sentidos possíveis de circulação da corrente,


o motor apresenta quatro fases. A sequência em que as bobinas são alimentadas
determina o sentido angular do eixo do motor.

Tabela 12 - Sequência de alimentação dos terminais no sentido horário.

Azul Amarelo Laranja Rosa

0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 0
1 0 0 0
Fonte: O autor.

Tabela 13 - Sequência de alimentação dos terminais no sentido anti-horário.

Azul Amarelo Laranja Rosa

1 0 0 0
0 1 0 0
0 0 1 0
0 0 0 1
Fonte: O autor.

Para que o eixo do motor atinja 360º são necessários 2048 pulsos
sequenciais. Cada passo do motor está defasado em 0,17578125º.
Instalou-se um driver com o circuito impresso ULN2003 com a finalidade de
proteger os I/O do microcontrolador que suportam em seu pino de saída no máximo
25 mA. A corrente consumida pelo motor de passo é de aproximadamente 140 mA.
O ULN2003 é capaz de comutar cargas indutivas de 0,5 A através transistores
Darlington, quando recebem sinais em seus pinos de entrada.
83

Figura 35 - Circuito interno do ULN2003.

Fonte: http://www.ti.com/lit/ds/symlink/uln2003a.pdf.

Figura 36 - Driver ULN2003.

Fonte: O autor.

3.4.4 Controle DALI

O sistema de controle do fluxo luminoso das lâmpadas está descritos neste


capítulo. Optou-se em utilizar o protocolo de controle de iluminação DALI devido à
compatibilidade de aplicação de outras unidades de diferentes fabricantes e pela
possibilidade de operar com um único par de cabos em diversos reatores.
Dentre os diversos modelos de controle DALI encontrados no mercado, o
MCU DALI se adequou melhor ao projeto. Possui simples funcionamento, não
necessita de interface de programação para estabelecer as cenas de luminosidade e
é economicamente viável quando comparado aos demais dispositivos.
84

O MCU é um potenciômetro digital que pode atuar sobre 25 reatores


eletrônicos convertendo o deslocamento angular em sinais DALI. Tem uma tensão
nominal de 230.00 V e uma potência do sistema de 2 W. Na Figura 37 mostra-se o
potenciômetro rotativo representado pela letra A e as conexões de alimentação e
controle representadas pela letra B.

Figura 37 - DALI MCU.

Fonte: http://www.osram.com.br/media/resource/hires/334686/dali-mcu--digital-rotary-dimmer.pdf,
2014.

O sistema pode operar com mais reatores endereçados na mesma interface,


desde que seja instalada a linha DALI outros controles ligados à rede de energia.
Caso o controle for apenas inserido ao barramento DALI, o sistema não suportará
acréscimo de reatores, servindo apenas como gerenciador das cenas de iluminação.
A capacidade de reatores acoplados a linha são limitados a uma extensão
não superior a 300 metros. O número de reatores controlados pelo mesmo
barramento é igual à multiplicação entre a quantidade de controle e múltiplos de 25
reatores, sendo que o número de controle não pode ser superior a 4 unidades.
Então a rede está restringida em operar com 25, 50, 75 e 100 reatores.
Nesse arranjo os reatores ficam alimentados à rede elétrica constantemente e
o acionamento das lâmpadas ocorrem a partir de um pulso mecânico enviado ao
eixo do potenciômetro. O esquema elétrico é visualizado na Figura 38, onde controle
ativo é representado pela letra C e controle passivo pela letra D.
85

Figura 38 - Diagrama elétrico do DALI MCU.

Fonte: http://www.osram.com.br/media/resource/hires/334686/dali-mcu--digital-rotary-dimmer.pdf.

O protocolo oferece uma proteção adicional ao sistema. Se porventura a


comunicação entre o controle e o reator falhar, o dispositivo atuará com 100% da
capacidade, evitando o desligamento das lâmpadas.

3.4.5 Reator DALI

Os reatores propostos precisam ter comunicação digital através do protocolo


DALI, eficiência e durabilidade.
Os reatores eletrônicos POWERTRONIC® OUTDOOR PTo ECG16 substituem
com eficácia os reatores eletromagnéticos. Foram fabricados com o intuito de
aproveitar o máximo das lâmpadas de descarga, aumentando a vida útil e reduzindo
as perdas do fluxo luminoso. Os reatores eletrônicos monitoram o funcionamento da
lâmpada e não precisam de equipamentos auxiliares de ignição e correção do fator
de potência, tornando mais fácil a sua instalação na luminária. A compactação do
equipamento em uma única peça é visualizada através da Figura 39.
16
Electronic control gear (ECG), em português reator eletrônico.
86

Figura 39 - Reator POWERTRONIC® OUTDOOR PTo ECG.

17
Fonte: http://www.osram.com

Para que a lâmpada tenha seu perfeito funcionamento, o equipamento


transforma a tensão alternada em ondas de grandeza quadrada, com frequência que
variam entre 100 e 240 Hz. As características da corrente e tensão na saída do
reator são exibidas na Figura 40.

Figura 40 - Sinal na saída do reator eletrônico.

18
Fonte: http://www.osram.com .

17
OSRAM, Technical Application Guide POWERTRONIC®, 2014, p. 39. Disponível em:
< http://www.osram.pt/media/resource/hires/334206/technical-guide---powertronic-for-hid-lamps-
gb.pdf?search_result=%2fosram_pt%2fsearch%2fadvanced_search.jsp%3faction%3ddosearch%26in
p_searchterm_1%3dPOWERTRONIC%2bOUTDOOR%2bPTo%2b%26website_name%3dosram_pt
>. Acesso em: 10 de mar. de 2014.
18
Id.,2014, p. 6.
87

As lâmpadas de descarga recebem ignição de até 4,5 kV quando precisam


ser acionadas. Caso ela esteja com temperatura elevada o reator eletrônico se
precaverá inibindo esta ignição, até que a lâmpada se esfrie. Uma lâmpada quente
necessita de aproximadamente 30 kV de ignição para acender. A lâmpada de
descarga demora de 3 a 20 minutos para ser resfriada e posteriormente acionada,
dependendo da temperatura ambiente e da luminária que se encontra alojada. Tal
procedimento minimiza a queima dos componentes do reator, diferentemente dos
dispositivos eletromagnéticos, que enviam pulsos de alta tensão constante para
lâmpada toda vez que percebe que ela se encontra apagada.
Fora os benefícios já mensurados, os reatores da família EGG possuem as
seguintes vantagens quando comparados aos reatores eletromagnéticos:
 Eleva a vida útil da lâmpada em até 30%.
 Consome metade do tempo para estabelecer 90% do fluxo luminoso
nominal da lâmpada.
 Possui controle inteligente de desligamento da lâmpada no final da vida
útil.
 Inibe ignição de 4,5 kV após 20 minutos.
 Independe da temperatura e variação na tensão (198 V – 260 V) para
obter perfeito funcionamento.
 Fornece potência constante a lâmpada ao longo da vida útil.
 Fator de potência ≥ 0,95.
 Menor geração de ruído.
 Troca de dados bidirecional através do protocolo de iluminação.

3.4.5.1 Características de funcionamento do reator

Os reatores ECGs foram projetados para operar com frequências entre 50 e


60 Hz e uma faixa de tensão senoidal de 220 a 240 V, porém admitem uma
subtensão de 198 V. Tensões abaixo desse valor não garantem o funcionamento da
lâmpada.
As lâmpadas de descarga recebem tensões diferenciadas. Há uma distinção
entre o funcionamento normal do reator e a fase de ignição. No instante de
acionamento da lâmpada há emissão de tensão temporária de 4,5 kV, já no
88

funcionamento normal do reator eletrônico a tensão jamais excede o valor que o


dispositivo é alimentado. Essa tensão varia entre 80 e 140 V, dependendo do
modelo e tempo de vida útil da lâmpada. As tensões de saída estão de acordo com
a norma europeia EN 61347-2-2:201219, que estabelece requisitos para corrente
alternada e contínua proveniente de reatores eletrônicos de lâmpada de descarga.
A relação entre a potência efetiva e a aparente do reator é mínima,
apresentando pequena defasagem entre tensão e corrente, não havendo
necessidade de correção do fator de potência. Pequenas distorções na rede,
resultante da presença de harmônicas podem surgir, porém dentro das tolerâncias
aceitáveis pela norma para equipamentos EMC (Electromagnetic compatibility, em
português, Compatibilidade Eletromagnética) IEC 61000-3-2, que estabelece limites
para emissões de correntes harmônicas na entrada do equipamento ≤ 16 A por fase.
O efeito da temperatura na vida útil do equipamento e os mecanismos de
proteção, são duas questões importantes a ressaltar sobre os reatores ECGs, nos
tópicos a seguir são tratados com maiores detalhes.
 Efeito da temperatura na vida útil do equipamento: existem duas
temperaturas a serem analisadas a fim de obter elevada vida útil do dispositivo. Elas
são ilustradas na Figura 41.

Figura 41 - Temperaturas relacionadas com a vida útil do reator.

Fonte: http://www.osram.com.

Um valor de grande relevância para segurança do material é a temperature


casing (tc), ou em português, temperatura do invólucro. Conforme a EN 60598-1 a
19
Norma criada pelo Comité Européen de Normalisation Électrotechnique (CENELEC), em por-
tuguês, Comité Europeu de Normalização Eletrotécnica. É uma organização europeia sem fins
lucrativos sediada na Bélgica, criada ao abrigo da legislação belga responsável pela normalização
técnicas dos produtos do domínio da engenharia de eletrotécnica na Europa.
89

variável tc é a máxima temperatura permitida, que pode ocorrer durante a operação


normal sob a tensão nominal (ou no valor máximo de uma faixa de tensão nominal)
em um determinado ponto de teste tc do ECG. Outro valor a ser analisado segundo a
mesma norma supracitada é a Ambient temperature (ta), ou em português,
temperatura ambiente. A ta é o mais elevado valor de temperatura constante em que
a luminária (ou ECG) pode trabalhar de forma adequada, significando que esta
temperatura não pode exceder a temperatura tc.
Para que o equipamento de controle eletrônico ECG, trabalhe de forma
correta é necessário observar se o mesmo está armazenado dentro de valores
típicos de ta onde o mínimo é de -40 °C e o máximo de 80 °C, ainda leva-se em
conta a umidade do ar que tem que está variando de 5% até o máximo de 85%, não
condensado.
A variável tc do reator depende do auto-aquecimento resultante das perdas do
equipamento, do acoplamento térmico o qual o dispositivo está instalado e da
temperatura ambiente da luminária.
Estima-se uma vida útil mediana de 60000 horas para os reatores eletrônicos
ECGs, com uma taxa de falha menor que 10%.
A Figura 42 mostra claramente o aumento da vida útil do equipamento
quando a temperatura em seu invólucro é menor.

Figura 42 - Relação entre vida útil e temperatura.

Fonte: http://www.osram.com
90

 Mecanismos de proteção: diferentemente dos reatores


eletromagnéticos, o eletrônico possui sistema de proteção inteligente capaz de
perceber o mau funcionamento e o final da vida útil da lâmpada de descarga. Há um
monitoramento constante da tensão que está sendo enviada à lâmpada. O
dispositivo é capaz de se desligar caso a tensão a ser fornecida à lâmpada
ultrapasse ou não atinja o seu valor específico. Outra proteção que o mecanismo
oferece é a limitação da ignição durante um período de tempo, evitando diversos
pulsos de alta tensão na lâmpada.

3.5 Supervisório

O monitoramento para verificação do estado da iluminação pública em tempo


real foi desenvolvido a partir do programa Microsoft Visual Basic 2010 Express.
Utilizamos o circuito integrado MAX232 para converter o sinal Transistor-Transistor
Logic (TTL), ou em português “Lógica Transistor-Transistor”, em sinal serial,
aproveitando a interface através do padrão RS-232 para a comunicação entre o
microcontrolador e a CPU.
As variáveis empregadas no supervisório estão listadas a seguir:
 Período (diurno ou noturno);
 Status (normal ou atenção);
 Classificação da iluminação (porcentagem de economia ou se há
necessidade de manutenção da iluminação pública).

O sistema em conformidade indica se o circuito está aguardando escurecer


para o acionamento da IP, e quando escuro informa se há economia de energia
(12%, 23% e 34%). Quando a iluminação apresenta anomalia o símbolo (!) aparece
na tela do supervisório solicitando a manutenção da iluminação. A mensagem
apresentada informa se há lâmpada(s) acesa(s) no período diurno ou se há
lâmpada(s) apagada(s) no período noturno.
As Figuras 43 e 44 mostram a imagem do supervisório criado, demonstrando
as condições do circuito de iluminação em tempo real.
91

Figura 43 - Iluminação em conformidade.

Fonte: O autor.

Figura 44 - Iluminação necessitando de manutenção.

Fonte: O autor.
92

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo apresenta os resultados obtidos durante a elaboração deste


projeto. Primeiramente testou-se em laboratório o reator DALI buscando encontrar
os níveis de dimerização da lâmpada, depois se testou reatores eletrônicos a fim de
comparar as grandezas elétricas entre os reatores eletrônicos e eletromagnéticos.
Estabeleceu a relação entre potência e o fluxo luminoso da lâmpada, para dar
andamento aos estudos luminotécnicos, que foram feitos em campo e em software
de iluminação. Após os valores coletados foram os mesmos confrontados e
analisados para o desenvolvimento do trabalho em questão. Também é analisado
economicamente o consumo de energia elétrica da iluminação pública da Avenida
Tiradentes no trecho entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima e a Avenida Otávio
Braga de Mesquita

4.1 Testes realizados com o reator DALI

Este tópico aborda os testes realizados em laboratório a fim de identificar os


níveis de dimerização da lâmpada a partir do controle e do reator DALI.
Para obter-se a curva característica da potência dissipada pelo conjunto
(reator e lâmpada) em função do pacote de byte de dados do protocolo DALI utilizou
os seguintes equipamentos:
 Multimedidor AC modelo ET Z0080A da Anzo;
 Watímetro monofásico;
 Osciloscópio digital MO-2061 da Minipa.

Figura 45 - Equipamentos utilizados para medições de tensão, corrente e potência.

Fonte: O autor.
93

A lâmpada a vapor de sódio empregada neste teste foi o modelo Vialox NAV-
T 150 W SUPER 4Y da fabricante OSRAM GmbH. A seguir são descritos os dados
elétricos, luminotécnicos, de temperatura e sobre a expectativa de vida da lâmpada:

 Potência nominal de 150 W


 Tensão nominal de 100 V
 Corrente da lâmpada de 1.8 A
 Potência de construção de 152.00 W
 Tensão de ignição de 3.3 / 5.0 kVp
 Eficiência luminosa em condições normais de 115 lm/W
 Consumo de energia de 168 kWh/1000h
 Fluxo luminoso 17500 lm
 Índice de reprodução de cor Ra ≤ 25
 Temperatura de cor 2000 K
 Temperatura máxima admissível no bulbo externo de 310 °C
 Temperatura máxima admissível na extremidade base de 210 °C
 Expectativa de vida mediana 32000 h
 Modo de operação para a vida útil de 50 Hz.

O sinal de mensagem enviado do controle ao reator ocorre através do start bit


(período que ocorre a primeira borda de descida) e finaliza quando ocorrem dois
stop bits (dois períodos com nível lógico alto). Cada trem de pulso ocorre a cada 5
segundos ou quando o controle muda de posição. As Figuras 46 e 47 ilustram a
mensagem solicitando fluxo luminoso máximo e mínimo que as lâmpadas a vapor de
sódio conseguem ser dimerizadas e representam os bytes de dados 254 e 235
respectivamente.
94

Figura 46 - Byte de dados 254 (fluxo luminoso máximo - 100%).

Fonte: O autor.

Figura 47 - Byte de dados 235 (fluxo luminoso mínimo - 56%).

Fonte: O autor.

O que diferencia o estado de cada bit é analisado em cada período


(representado pelo tempo do start bit). Se no período estudado ocorreu uma borda
de subida o nível lógico deste bit será um, caso ocorra uma borda de descida seu bit
será zero. Na Figura 47 nota-se que nos bits de dados da dimerização as sete
95

primeiras bordas são de subida e a última borda é de descida representando o byte


254.
A composição dos valores encontrados é visualizada na Tabela 14 e no
Gráfico 5.

Tabela 14 - Resultados das grandezas elétricas em relação à dimerização.


Byte de
Tensão Corrente Potência FP VPP (V) Veficaz (V)
Dados
(V) (A) (W) (cos∅) lâmpada lâmpada
(bits)
254 203,30 0,78 159 1,00 220 95,16
253 203,40 0,77 156 1,00 216 93,77
252 203,40 0,74 151 1,00 212 91,80
251 202,70 0,73 147 1,00 210 90,50
250 202,90 0,71 145 1,00 208 89,52
249 203,00 0,70 144 1,00 204 88,25
248 203,00 0,69 139 1,00 202 88,91
247 203,20 0,67 135 0,99 200 85,16
246 203,20 0,65 132 1,00 196 83,74
245 203,20 0,64 129 1,00 196 82,70
244 203,30 0,63 128 1,00 194 82,17
243 202,60 0,62 125 1,00 192 81,24
242 202,70 0,60 122 1,00 190 80,25
241 202,40 0,58 118 1,00 188 78,90
240 202,40 0,57 117 1,00 188 78,15
239 202,00 0,57 115 0,99 184 77,02
238 201,70 0,56 112 1,00 184 76,11
237 203,40 0,55 110 0,99 184 75,66
236 202,10 0,53 108 0,99 180 74,30
235 204,80 0,52 105 1,00 180 73,50
234 204,60 0,52 105 1,00 180 73,50
233 203,20 0,52 105 1,00 180 73,50
232 204,00 0,52 105 1,00 180 73,50
231 203,70 0,52 105 1,00 180 73,50
Fonte: O autor.
96

Gráfico 5 - Byte de dados por potência dissipada.

Fonte: O autor

Analisando o pacote de byte de dados na Tabela 14, percebe-se que a partir


de 235 bits as características elétricas não se modificam. A potência dissipada pelo
conjunto (lâmpada e reator) é capaz de ser reduzida em aproximadamente 34%.
Embora os valores da frequência na lâmpada não são mostrados na tabela, a
frequência não se alterou com a dimerização, resultando sempre em 167 Hz. O sinal
na saída do reator e os valores obtidos pelo osciloscópio podem ser vistos através
das Figuras 48 e 49 respectivamente.

Figura 48 - Sinal na saída do reator DALI.

Fonte: O autor.
97

Figura 49 - Grandezas apresentadas pelo reator DALI – máxima dimerização.

Fonte: O autor.

4.2 Testes realizados com reator eletromagnético

Com finalidade de comparar as grandezas elétricas entre os reatores


eletrônicos e eletromagnéticos, fizemos as mesmas medições com o dispositivo
eletromagnético. O resultado exposto na Tabela 15 indica que o reator não dissipa a
potência necessária para gerar o máximo do fluxo luminoso da lâmpada quando está
alimentado abaixo da tensão nominal.

Tabela 15 - Resultados das medições do reator eletromagnético.


Corrente Potência VPP(V) Veficaz (V) FP Freq.
Tensão (V)
(A) (W) lâmpada lâmpada cos (∅) (Hz)
205,2 0,69 149 276 91,04 0,98 60,1
Fonte: O autor.

Na especificação do fabricante, o conjunto deveria consumir 168 W, sendo


que 18 W referem-se às perdas do reator. O consumo limitou-se a 149 W devido à
baixa tensão que o equipamento estava sendo alimentado.
Apesar indicar alto fator de potência, o dispositivo eletromagnético teve
resultado inferior ao do reator eletrônico. Outra diferença notória é que a frequência
na lâmpada é igual a da rede, diferente do eletrônico que apresentou frequência de
167 Hz.
98

Figura 50 - Sinal na saída do reator eletromagnético.

Fonte: O autor.

4.3 Curva característica do fluxo luminoso da lâmpada Vialox Nav-T 150 W


Super 4y

Para que seja feito o estudo luminotécnico através de um software de


iluminação é necessário informar o fluxo luminoso emitido de uma fonte puntiforme.
A relação entre a potência e o fluxo luminoso da lâmpada é fornecida pelo
fabricante.

Figura 51 - Características do reator PTO 150 3DIM.

Fonte: OSRAM GmbH. Technical Application Guide POWERTRONIC®. Disponível em:


<http://www.osram.de/media/resource/HIRES.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2014
99

Através dos dados fornecidos pela OSRAM GmbH visto na Figura 51,
levantou-se os demais pontos necessários para dimerização da lâmpada,
relacionando-as com a potência consumida pelo conjunto formado pela lâmpada e
reator (PS). A Equação 17 aplicada é:

(17)

Gráfico 6 - Curva característica levantada da lâmpada VIALOX NAV-T 150 W SUPER 4Y.

Fonte: O autor.

Os pontos em vermelho do Gráfico 6 são resultantes do data sheet do


fabricante, enquanto que os pontos azuis foram calculados a partir das potências
encontradas na Tabela da Figura 51. Esses fluxos luminosos foram utilizados
posteriormente para simulação da iluminação no estacionamento, prevendo a
dimerização do sistema.

4.4 Estudo luminotécnico

Nesta etapa são apresentados os resultados dos níveis de iluminação obtidos


a partir de medições realizadas em campo e através de software de iluminação
DIALux, dos seguintes locais:
100

 Avenida Tiradentes em frente ao número 3343, na cidade de Guarulhos


no estado de São Paulo.
 Estacionamento externo do Campus 1 da Faculdades Integradas Torricelli
Anhanguera Educacional.

4.4.1 Situação atual da Avenida Tiradentes

As primeiras medições foram realizadas na Avenida Tiradentes, próximo ao


Hospital Municipal de Urgências na cidade de Guarulhos no estado de São Paulo a
fim de justificar nossa proposta. Utilizamos um luxímetro da fabricante Minipa
modelo MLM – 1332 para obter os valores de iluminância.
O trecho da via onde fizemos as medições possui quatro luminárias públicas
por poste e lâmpadas a vapor de sódio de 250 W com fluxo luminoso médio de
27000 lúmens por lâmpada. A altura de montagem correspondente é de 10 metros e
espaçamento entre poste no local possui 31 metros.
Os critérios de inspeção recomendados pela norma ABNT NBR 5101:2012
foram obedecidos para criação da malha de medições. Os níveis de iluminação na
via é exibido através das Tabelas 16, 17 e 18.

Tabela 16 – Medições do sistema atual na calçada da Avenida Tiradentes.


Iluminância (lux)

46,6 30 28,3 34,6 44,9


Fonte: O autor.

Tabela 17 - Medições do sistema atual nas faixas de rolamento da Avenida Tiradentes.


Iluminância (lux)
C1 C2 C3 C4 C5
L1 181,5 73,2 53,8 69,4 149,2
L2 156,2 65,2 52,7 66,0 149,4
L3 118,6 51,3 45 66,2 139,6
L4 95,2 51,8 46,8 63,0 117,4
L5 68,3 41,7 38,8 51,1 86,3
L6 40,4 33,0 30,6 39,2 52,2
Fonte: O autor.
101

Tabela 18 - Cálculo luminotécnico do sistema atual da Avenida Tiradentes.

E med,min (lux) E min (lux) U = Emin/Emed

Calçada 36,28 28,3 0,78


Rua 76,44 30,6 0,40
Fonte: O autor.

Os requisitos mínimos exigidos pela norma ABNT NBR 5101:2012 foram


atendidos tanto para rua quanto para calçada, porém percebeu-se o
superdimensionamento da iluminação do local. Posteriormente se fez os cálculos
através do software de iluminação DIALux, pois através do mesmo conseguiu-se
calcular também a luminância na via. Os resultados obtidos através do software
DIALux (Tabela 19) e das medições em campo (Tabela 20) foram comparados com
os índices mínimos exigidos pela norma em questão.

Tabela 19 - Resultados do sistema atual com quatro lâmpadas a vapor de sódio 250 W na
Avenida Tiradentes, obtidos com software DIALux.
E med,min E min (lux) U Lm (cd/m2) Uo UL
(lux)
Calçada 48 35 0,74 - - -
Rua 92 44 0,48 8,75 0,48 0,21
Fonte: O autor.

Tabela 20 - Estudo luminotécnico do sistema atual com quatro lâmpadas a vapor de sódio
250 W na Avenida Tiradentes.
Calçada Rua
E med,min U E med,min U Lmed Uo UL
(lux) ≥ (lux) ≥ (cd/m2) ≥ ≤
NBR 5101:2012 10 0,25 20 0,3 1,5 0,4 0,7
Medições 36,28 0,78 76,4 0,4 - - -
Software DIALux 48 0,74 92 0,48 8,75 0,48 0,21
Fonte: O autor.

Considerando os números da Tabela 20, pode-se observar que a Avenida


Tiradentes encontra-se com a iluminação acima dos exigidos pela norma ABNT NBR
5101:2012, embora os resultados apresentem excesso de luminosidade.
102

4.4.2 Proposta futura para a Avenida Tiradentes.

Nesta etapa recorremos somente ao software DIALux para colher os valores


luminotécnicos, uma vez que é inviável elaborar projetos fazendo diversas medições
com lâmpadas de fluxos luminosos diferentes.
Inicialmente foram feitos testes aproveitando a mesma disposição dos
suportes das luminárias, substituindo apenas as lâmpadas de 250 W pelas de 150
W. Inclinamos as luminárias em 10º em relação ao solo. Essa alteração aumenta os
fatores de uniformidade, tanto para a iluminância em determinado plano (U) quanto
para a uniformidade global da luminância (Uo). Posteriormente diminuiu-se o fluxo da
lâmpada de 150 W para verificar o comportamento do resultado quando o sistema é
dimerizado ao máximo.
Os resultados amostrados na confirmaram a perda do fluxo luminoso do
sistema, porém os valores ficaram um pouco acima do exigido pela norma.

Tabela 21 - Estudo luminotécnico com quatro lâmpadas a vapor de sódio 150 W na Avenida
Tiradentes.
Calçada Rua
Fluxo Luminoso E med,min U E med,min U Lmed Uo UL
2
(lux) ≥ (lux) ≥ (cd/m ) ≥ ≤
NBR 5101:2012 10,00 0,25 20,00 0,30 1,50 0,40 0,70
17442 lm 32,00 0,74 58,00 0,50 5,51 0,50 0,23
9687 lm 18,00 0,74 32,00 0,50 3,06 0,50 0,23
Fonte: O autor.

Na expectativa de tentar obter valores mais coerentes com a norma foi feito
alteração na configuração, diminuindo uma luminária e substituindo os suportes de
quatro pétalas por três pétalas. Cada poste passou a ter três luminárias com
lâmpadas a vapor de sódio de 150 W. Todos os requisitos foram atendidos. Vide
Tabela 22.
103

Tabela 22 - Estudo luminotécnico com três lâmpadas a vapor de sódio 150 W na Avenida
Tiradentes.
Calçada Rua
Fluxo Luminoso E med,min U E med,min U Lmed Uo UL
2
(lux) ≥ (lux) ≥ (cd/m ) ≥ ≤
NBR 5101:2012 10,00 0,25 20,00 0,30 1,50 0,40 0,70
17442 lm 22 0,65 37 0,42 3,51 0,42 0,17
14722 lm 18 0,65 31 0,42 2,96 0,42 0,17
12220 lm 15 0,65 26 0,42 2,46 0,42 0,17
9687 lm 12 0,65 20 0,42 1,95 0,42 0,17
Fonte: O autor.

A fim de testar a configuração com quatro luminárias com lâmpadas a vapor


de sódio de 100 W e suporte de quatro pétalas, simulou-se novamente a iluminação
através do software DIALux. A Tabela 23 resume os resultados obtidos da
configuração proposta.

Tabela 23 - Estudo luminotécnico com quatro lâmpadas a vapor de sódio 100 W na Avenida
Tiradentes.
Calçada Rua
Fluxo Luminoso E med,min U E med,min U Lmed Uo UL
(lux) ≥ (lux) ≥ (cd/m2) ≥ ≤
NBR 5101:2012 10,00 0,25 20,00 0,30 1,50 0,40 0,70
10670 lm 20,00 0,74 35,00 0,50 3,37 0,50 0,23
8020 lm 15,00 0,74 27,00 0,50 2,53 0,50 0,23
6550 lm 12,00 0,74 22,00 0,50 2,07 0,50 0,23
5085 lm 9,39 0,74 17,00 0,50 1,61 0,50 0,23
Fonte: O autor.

Pode-se notar que quando o fluxo luminoso da lâmpada é 5085 lúmens a


iluminância média mínima para pedestres não é satisfatória, porém para essa
configuração podemos variar entre 10670 a 6550 lúmens.
As representações de cores falsas visualizadas nas Figuras 52 e 53 mostram
as diferenças entre as duas configurações, percebe-se melhor uniformidade quando
é utilizado quatro luminárias de 100 W, porém a iluminância média mínima é menor.
104

Figura 52 - Representação de cores falsas para três lâmpadas a vapor de sódio 150 W.

Fonte: O autor.

Figura 53- Representação de cores falsas para quatro lâmpadas a vapor de sódio 100 W.

Fonte: O autor

4.4.3 Estacionamento externo (local onde as luminárias foram instaladas).

O estacionamento serviu como base de teste, com intuito de verificar a


diferença entre os valores obtidos através do luxímetro e do software DIALux para
iluminação. O Gráfico 7 e a Tabela 24 identificam as iluminâncias médias resultantes
a partir do byte de dados do protocolo DALI.
105

Gráfico 7 - Relação entre o byte de dados do controle e a iluminância média no pátio.

Fonte: O autor.

Tabela 24 - Byte de dados do controle por Emed/min (pátio).


(continua)
Luxímetro Software
Byte de
Dados Rua Calçada Rua Calçada

(bits) Emed (lux) Emed (lux)

254 40,7 17,9 43 16


253 39,9 17,2 42 16
252 38,5 16,5 41 15
251 37,2 16,4 40 15
250 36,4 15,9 39 14
249 35,3 15,4 38 14
248 33,7 14,8 37 14
247 32,4 13,6 35 13
246 31,7 12,4 34 13
245 31,2 12,5 33 12
244 30,0 12,6 33 12
243 28,9 12,4 32 12
242 28,0 11,9 30 11
241 26,7 10,9 29 11
240 26,0 10,4 29 11
239 25,6 11,3 28 10
238 24,4 10,4 27 10
106

Tabela 25 - Byte de dados do controle por Emed/min (pátio).


(conclusão)
Byte de Luxímetro Software
Rua Calçada Rua Calçada
Dados
(bits) Emed (lux) Emed (lux)

237 23,6 10,2 26 9,7


236 22,9 10,1 25 9,5
235 22,2 9,8 24 9,0
Fonte: O autor.

Considerando os resultados expresso na Tabela 24, conclui-se que a


divergência existente entre o software e o luxímetro é de 6,53%.

4.4.4 Níveis de dimerização no estacionamento

A escolha dos níveis em que o sistema deveria dimerizar no pátio da


Faculdade Integradas Torricelli da Anhanguera Educacional, foi selecionada com
base nos resultados obtidos na Tabela 24. Optou-se em trabalhar com quatro
categorias diferentes, sendo os níveis máximo, mínimo e dois intermediários, que
representariam o tráfego de veículo intenso, médio alto, médio baixo e leve.
A Tabela 25 demonstra a iluminância média máxima e mínima dos resultados
obtidos através do luxímetro e do software.

Tabela 26 - Valores de iluminância máxima e mínima obtidos na Tabela 24.


Luxímetro Software
Rua Calçada Rua Calçada
Emed – máx (lux) 40,7 17,9 43 16
Emed – min (lux) 22,5 9,8 24 9
Fonte: O autor.

 Rua (luxímetro):
 Calçada (luxímetro):
 Rua (software):
 Calçada (software): .
107

O byte de dados do controle que apresentaram valores próximos ao da


Tabela 26 foi escolhido para atuar sobre os níveis de iluminação do estacionamento
externo das Faculdades Integradas Torricelli Anhanguera Educacional.

Tabela 27 – Iluminância média calculada para determinar do byte de dados do controle.


Luxímetro – Emed (lux) Software – Emed (lux)
Rua Calçada Rua Calçada
Intenso 40,7 17,5 43 16
Médio alto 34,63 15,2 36,47 13,67
Médio baixo 28,56 12,5 30,34 11,34
Leve 22,5 9,8 24 9
Fonte: O autor.

Observando a Figura 54, verifica-se que os resultados mais condizentes com


os níveis médios (alto e baixo) são os bits do pacote de byte dados cujos valores são
de 248 e 242. Os níveis máximos e mínimos possuem valores iguais aos calculados,
pois são os extremos dos valores da tabela de iluminância média do pátio. A Tabela
24 mostrada ilustra os bits do byte de dados do protocolo DALI escolhidos
influenciando no consumo de energia do protótipo.

Figura 54 - Imagem das Tabelas 26 e 24 respectivamente.

Fonte: O autor.
108

As Figuras 55, 56, 57 e 58 elaboradas pelo autor da obra mostram as linhas


isográficas (E) referentes aos bits do byte de dados fornecidos pelo controle DALI.

Figura 55 - Linhas isográficas (E) no pátio para 254 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 17442 lm.

Fonte: O autor.

Figura 56 - Linhas isográficas (E) no pátio para 248 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 14722 lm.

Fonte: O autor.
109

Figura 57 - Linhas isográficas (E) no pátio para 242 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 12220 lm.

Fonte: O autor.

Figura 58 - Linhas isográficas (E) no pátio para 235 bits do byte de dados com fluxo
luminoso da lâmpada 9687 lm.

Fonte: O autor.

A Tabela 27 demonstra a relação entre as potências dissipadas e a


iluminância média no pátio do estacionamento externo das Faculdades Integradas
Torricelli Anhanguera Educacional, utilizando reatores eletrônicos e
eletromagnéticos.
110

Tabela 28 - Influência dos reatores na iluminância do pátio.


Reatores (2 peças) Rua Calçada
Modelo DIM (%) Potência (W) Emed (lux)
Eletrônicos 0 315,0 40,71 17,88
Eletrônicos 16 277,4 33,72 14,84
Eletrônicos 30 243,5 28,00 11,9
Eletrônicos 44 211,5 22,15 9,76
Eletromagnéticos*20 - 261,4 30,28 13,48
Fonte: O autor.

Gráfico 8 - Influência dos reatores na iluminância do pátio.

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40% Potência (w)
30% Emed Rua (lux)
20%
10% Emed Calçada (lux)
0%

Fonte: O autor.

Percebe-se que a lâmpada não dissipa a potência apropriada quando o reator


eletromagnético está submetido à tensão abaixo da nominal do reator, interferindo
na iluminância média no pátio da faculdade. O fabricante informa que cada conjunto
de lâmpada e reator consome 168 W. Considerando dois pontos, a potência que o
circuito deveria consumir seria de 336 W, representando uma queda de 22,20 % da
potência nominal. Também é notório que a diminuição do fluxo luminoso na lâmpada
não é proporcional à queda da potência dissipada pelo conjunto composto entre a
lâmpada e reator. Enquanto que a iluminância média no pátio caiu 45,5% a potência
reduziu apenas 32,86%.

20
No momento das medições a tensão da rede era 202 V, para os valores dos reatores
eletromagnéticos* tanto na Tabela 27 como Gráfico 8.
111

4.5 Análise econômica do consumo de energia elétrica na Avenida


Tiradentes.

Neste subcapítulo é analisado economicamente o consumo de energia


elétrica da iluminação pública da Avenida Tiradentes no trecho entre a Avenida
Brigadeiro Faria Lima e a Avenida Otávio Braga de Mesquita, na cidade de
Guarulhos do estado de São Paulo. Onde é feita uma análise de consumo atual e
futuro, relacionando a primeira proposta, que conta com um sistema de iluminação
pública com três luminárias com lâmpadas a vapor de sódio de 150 W por poste, e a
segunda proposta que conta com quatro luminárias com lâmpadas a vapor de sódio
de 100 W por poste. Ainda são analisados os investimentos para aquisição dos
materiais do sistema proposto e o tempo de retorno do investimento.

4.5.1 Análise econômica do consumo atual de energia elétrica da Avenida


Tiradentes.

O trecho da Avenida Tiradentes que fica entre a Avenida Brigadeiro Faria


Lima e a Avenida Otávio Braga de Mesquita, possui o maior índice de poluição
luminosa de toda a avenida, o que gera um grande desperdício de energia elétrica.
O sistema de iluminação pública atual é composto por quatro luminárias com
lâmpadas a vapor de sódio de 250 W por poste. Em toda extensão da Avenida
Tiradentes estudada no presente trabalho, possui uma iluminação pública
ornamental instalada no canteiro central da via. Atualmente o sistema é composto de
46 postes metálicos de 10 metros de altura, 184 luminárias públicas com relés
fotoelétricos acoplados, reatores eletromagnéticos e lâmpadas a vapor de sódio de
250 W.
Considerando-se a Resolução Homologatória número 1.641/2013, que
homologa as Tarifas de Energia (TE) e as Tarifas de Uso dos Sistemas de
Distribuição (TUSD) referentes à Bandeirante Energia S.A.
O grupo que a Prefeitura se enquadra no sistema tarifário de Iluminação
Publica é o B4a, que somados aos impostos, custam ao município R$ 207,82 MWh.
Segundo Amorim (apud ABNT NBR 5123:2013) o consumo máximo de 1,2 W
por relé fotoelétrico. As Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc) cita em
112

2012 no seu manual que a perda máxima à quente do reator de 250 W admissível
pela norma da ABNT NBR 13593:2011 é de 28,8 W.
O consumo mensal gerado pela iluminação é definido pela somatória das
potências dos equipamentos vezes a quantidade de horas que a iluminação fica
acesa no período noturno multiplicado por 30 dias.
Para quantificar as horas que a iluminação fica acesa no período noturno,
embasou-se no artigo 24 da Resolução Normativa Nº 414, de 9 de setembro de
2010 da ANEEL, que determina o tempo de 11 horas e 52 minutos para o
faturamento diário, no caso de não se necessitar de iluminação permanente.
O consumo mensal é dado através da Equação 18:

∑ (18)

Portanto o valor a ser pago mensalmente por Iluminação Pública à


concessionária por esse trecho da avenida estudada é estimado em R$ 3.826,22
mensal da conta de energia, conforme a Tabela 28 e a Equação 19 a seguir:

Tabela 29 - Potência dos equipamentos de iluminação pública utilizados da Avenida.


Potência Consumo total Horas
Quant. Equipamento
(W) (KW) por dia
184 Relé fotoelétrico 1,2 0,22 24
184 Reator eletromagnético 28,8 5,3 11,86
184 Lâmpada a vapor de sódio 250 46 11,86
Fonte: O autor.

(19)
113

4.5.2 Análise econômica do consumo futuro de energia elétrica da Avenida


Tiradentes.

A análise assim como estudo anterior ocorre no trecho da Avenida Tiradentes


que fica entre a Avenida Brigadeiro Faria Lima e a Avenida Otávio Braga de
Mesquita. Além da substituição dos reatores e lâmpadas, a modificação ainda prevê
a utilização de sensores de barreiras ativos, controles de iluminação MCU DALI e
painéis com sistema embarcado.
Para declarar as potências exatas consumidas pelos reatores e lâmpadas,
utilizou-se o estudo fornecido pela Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) do
Município de Guarulhos solicitado através do Processo Administrativo nº
10256/2014.
Com o intuito de se obter resultados mais aferidos possíveis, o trecho da
Avenida Tiradentes foi divido em quatro:

 Avenida Brigadeiro Faria Lima - Avenida Bom Clima;


 Avenida Bom Clima - Avenida José Antônio Zeraibe;
 Avenida José Antônio Zeraibe - Praça Arima;
 Praça Arima - Av. Otávio Braga de Mesquita.

Levou-se em conta a quantidade de veículos que trafegam na via, em uma


única pista, como sugere a norma ABNT NBR 5101:2012, para efeito do controle dos
níveis de iluminação. Como a iluminação está localizada no canteiro central e as
alterações do fluxo luminoso das lâmpadas interferem igualmente nos dois sentidos,
aplicou-se o pior caso de tráfego. O projeto prevê estudo do trânsito a cada 15
minutos. Os valores coerentes com índices normativos para 15 minutos estão
expostos na Tabela 29.

Tabela 30 - Tráfego de veículos no período de 15 minutos.


Classificação Quantidade de veículos
Leve (L) 0 a 125
Médio (M) 126 a 300
Intenso (I) Acima de 300
Fonte: O autor.
114

Para aplicação na avenida dividimos o nível médio em duas partes. A Tabela


30 mostra a potência do conjunto formado pela lâmpada e reator em relação à
quantidade de veículos que passam pelo leito carroçável no período de 15 minutos.

Tabela 31 - Tráfego de veículos pela potência do conjunto lâmpada e reator.


Potência (W)
Classificação Motorizados
Lâmpadas 100 W Lâmpadas 150 W
Máximo 0 a 125 106,1 159
Intermediário máximo 126 a 213 92,3 139
Intermediário mínimo 214 a 300 80,9 122
Mínimo Acima de 300 73,4 105
Fonte: O autor.

4.5.2.1 Sistema com reatores DALI e configuração utilizando 3 lâmpadas a


vapor de sódio de 150 W por poste.

Nesta configuração foi implementado o sistema de dimerização com três


luminárias de 150 W por poste, mudando somente os reatores, lâmpadas e
acionamento. Na implementação desse sistema o número de poste continua o
mesmo, contudo a quantidade de luminária diminui de 184 para 138, reduzindo
consequentemente o número de reatores e lâmpadas.
O quantitativo dos equipamentos, as potências consumidas e seus
respectivos períodos de consumo são expressos na Tabela 31.

Tabela 32 - Potência dos equipamentos de iluminação pública com o sistema proposto.


Potência Consumo total Horas
Quant. Equipamento
(W) (KW) por dia
6 Circuito 1 0,006 24
6 MCU DALI 3 0,018 11,86
6 Sensor de barreira (par) 0,63 0,00378 11,86
138 Reator (standby) 0,5 0,069 12,14
138 Reator + lâmpada (17500 lm) 159 21,942 11,86
138 Reator + lâmpada (14722 lm) 139 19,182 11,86
138 Reator + lâmpada (12220 lm) 122 16,836 11,86
138 Reator + lâmpada (9687 lm) 105 14,49 11,86
Fonte: O autor.
115

O custo mensal alcançado com essa configuração é estimado entre R$


1.079,16 e R$1.630,17, pode-se então observar que o custo com a conta de energia
elétrica pode variar consideravelmente dependendo do tráfego na avenida.
Em nenhum instante a quantidade de veículos excedeu 300 automotores e o
maior período em que a iluminação fica acesa pode-se aplicar o fluxo luminoso
mínimo. Através das variáveis fornecidas pela STT foi possível calcular o consumo
estimado mensal para essa configuração.

(20)

O custo mensal para prefeitura com conta de energia de iluminação pública


referente ao trecho da avenida citada é de R$ 1.176,73.

(21)

O custo dos materiais para aplicação da proposta é mostrado na Tabela 32.

Tabela 33 - O custo dos materiais para aplicação da proposta.


Item Quant. Un. Descrição dos materiais Preço R$ Total R$ Part.%
Total 50215,0 100,0

1 6 Un. Sensor de barreira 49,9 299,4 0,6


2 6 Un. MCU DALI 205,45 1.232,70 2,5
3 6 Un. Quadro e Comando IP54 300x300x200mm 180 1.080,00 2,2
4 6 Un. Sistema Embarcado 91,03 546,18 1,1
5 46 Un. Suporte Y para 3 Luminária 67 3.082,00 6,1
6 138 Un. Lâmpada Nav T Super 4Y 17,82 2.459,16 4,9
7 138 Un. Reator PTo 150 3Dim 288,12 39.760,56 79,2
8 3900 m Cabo 1,5mm 750V – Nambei 0,45 1.755,00 3,5
Fonte: O autor.
116

4.5.2.2 Sistema com reatores DALI e configuração utilizando quatro lâmpadas


a vapor de sódio de 100 W por poste.

A proposta prevê a mesma quantidade de luminárias por poste aplicadas no


sistema atual, porém com reatores e lâmpadas dimerizáveis de potência de 100 W.
A Tabela 33 mostra a quantidade de equipamentos a potência consumida e tempo
de consumo no período de 24 horas.

Tabela 34 - Potência dos equipamentos de iluminação pública com o sistema proposto.


Potência Consumo total Horas
Quant. Equipamento
(W) (KW) por dia
8 Circuito 1 0,008 24
8 MCU DALI 3 0,024 11,86
8 Sensor de barreira (par) 0,63 0,00504 11,86
184 Reator (standby) 0,5 0,092 12,14
184 Reator + lâmpada (10670 lm) 106,1 19,5224 11,86
184 Reator + lâmpada (9420 lm) 92,3 16,9832 11,86
184 Reator + lâmpada (8020 lm) 80,9 14,8856 11,86
184 Reator + lâmpada (6550 lm) 73,4 12,8929 11,86
Fonte: O autor.

(21)

(22)

Aplicando essa configuração na avenida o custo aos cofres do município de


Guarulhos com consumo de energia passaria a ser R$ 1.072,96.
117

Com a implantação do sistema foi levantado o custo dos materiais para esse
trecho da Avenida Tiradentes, conforme ilustrado na Tabela 34:

Tabela 35 - O custo dos materiais para aplicação da proposta.


Item Quant. Un. Descrição dos materiais Preço R$ Total R$ Part.%
Total 60735,48 100,0

1 8 Un. Sensor de barreira 49,9 399,2 0,7


2 8 Un. MCU DALI 205,45 1643,6 2,7
3 8 Un. Sistema Embarcado 91,03 728,24 1,2
4 8 Un. Quadro e Comando IP54 300x300x200 mm 180 1440 2,4
5 184 Un. Reator PTo 100 3Dim 279,84 51.490,56 84,8
6 184 Un. Lâmpada Nav T Super 4Y 17,82 3.278,88 5,4
7 3900 m Cabo 1,5 mm 750 V – Nambei 0,45 1755 2,9
Fonte: O autor.

O investimento com a segunda proposta representa um aumento 21,16% para


aquisição dos materiais, porém há uma economia de 8,82% com as contas de
energia. Levando em consideração o aspecto técnico, a proposta com quatro
luminárias com lâmpadas a vapor de sódio de 100 W por poste apresenta
vantagens, além de melhor uniformidade, a anomalia de um ponto indica apenas
25% do total existente em um poste, diferentemente da utilização com três
luminárias, que a má funcionalidade de uma luminária representa 33,33% da
iluminação ornamental concebida pelo poste.

4.5.2.3 Cálculo de retorno de investimento para as duas propostas

Nesta parte do trabalho é analisado o consumo total em kW, levando em


consideração a atual situação de consumo da iluminação pública no trecho entre a
Avenida Brigadeiro Faria Lima e Avenida Otávio Braga de Mesquita e a situação
futura com as duas propostas apresentadas logo acima nos subcapítulos 4.5.2.1 e
4.5.2.2. Através dessas informações será realizado o cálculo de retorno de
investimento conhecido como payback.
118

Tabela 36 - Consumo de energia elétrica dos sistemas propostos.


Atual Proposta 1 Proposta2
Horas no dia 11,87 11,87 11,87
Dias no mês 30,42 30,42 30,42
Dias no ano 365,00 365,00 365,00
Horas ao ano 4.331,00 4.331,00 4.331,00
Quantidade de postes 46,00 46,00 46,00
Quantidade de lâmpadas 184,00 184,00 138,00
Consumo médio (kWh) 0,28 0,08 0,11
Consumo kWh/ano 223.150,00 67.947,00 61956,00
Tarifa (R$/kwh) 0,20782 0,20782 0,20782
Total mensal (R$) 3.864,59 1.176,73 1.072,97
Total anual (R$) 46.375,09 14.120,80 12.875,62
Fonte: O autor.

Para calcular o payback, é necessário saber o tempo no qual o dinheiro


investido é pago, a Tabela 36 logo abaixo resume os dados totais de investimento
para as propostas 1 e 2, através dessas informações calcula-se o tempo para que as
propostas deem o retorno do investimento, que obtido pela Equação 23 a seguir:

(23)

Tabela 37 - Total de investimento.


Proposta 1 Proposta 2
Investimento (R$) 50.215,00 60.735,48
Fonte: O autor.

Na proposta 1, o retorno de investimento deve ser em 1,56 anos (valor


resultante da divisão de R$ 50.215,00 pela diferença entre R$ 46.375,09 e R$
14.120,80), a Tabela 37 simula o retorno no período de dois anos.

Tabela 38 - Payback da proposta 1.


Ano Investimento (R$) Retorno (R$) Acumulado do valor
presente (R$)
1º -50.215,00 32.254,30 -17.960,70
2º -17960,7 32.254,30 14.293,60
Fonte: O autor.
119

Para a proposta 2, o retorno de investimento deve ser em 1,81 anos (valor


resultante da divisão de R$ 60.735,48 pela diferença entre R$ 46.375,09 e R$
12.875,62), a Tabela 38 simula o retorno no período de dois anos.

Tabela 39 – Payback da proposta 2.


Acumulado do valor
Ano Investimento (R$) Retorno (R$)
presente (R$)
1º - 60.735,48 33.499,47 - 27.236,01
2º - 27.236,01 33.499,47 6.263,47
Fonte: O autor.

Diante dos resultados apresentados o investimento se mostra viável, pois o


retorno é considerado rápido levando-se em consideração a média do período de
retorno dos investimentos no Brasil.
120

5 RESULTADO DO PROTÓTIPO

Embora se saiba dos níveis de iluminação no pátio do estacionamento da


faculdade em relação à quantidade de veículos que trafegam na rampa de acesso,
faltava correlacionar o consumo de energia do sistema utilizado atualmente com o
sistema proposto.
O equipamento instalado passou a funcionar no dia 07 de maio de 2014,
porém as medições do consumo de energia iniciaram-se no dia 10 de maio de 2014
às quatorze horas e doze minutos. Os 12 dias de testes apresentaram amostras
indicadas na Tabela 39.

Tabela 40 - Medições do consumo de energia.


Consumo (KWh) Economia (%)
Data Horas Reator Reator DALI Periódica Total
Eletromagnético
10/05/2014 14h10min 0 0
12/05/2014 17h51min 4 3,1 22,5 22,50
13/05/2014 18h05min 5,9 4,6 21,05 22,03
14/05/2014 18h02min 7,8 6,2 15,79 20,51
15/05/2014 19h57min 10 8,2 9,09 18,00
16/05/2014 20h58min 12,1 10 14,29 17,35
19/05/2014 19h46min 17,8 14,4 22,81 19,10
20/05/2014 19h13min 19,7 16 15,78 18,78
21/05/2014 19h03min 21,6 17,6 17,59 18,52
Fonte: o autor.

Observa-se que o medidor de consumo de energia referente à luminária


dimerizável apresentou economia de 18,52%. Os resultados mais significativos
ocorreram justamente nos finais de semana (dias 10 a 12 e dias 16 a19 do mês de
maio), período em que não possui fluxo de carros na área interna da faculdade.
Analisando o resultado final, nota-se que a economia ficou bem abaixo do
limite que o sistema pode atingir que é de 34%. Tal fato é justificado pelo simples
fato do reator eletromagnético não dissipar a potência esperada devido à baixa
tensão fornecida pela faculdade (208 V).
121

6 CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou resultados satisfatórios, tanto na parte da aplicação


do hardware desenvolvido, que indicou economia de energia, quanto na viabilidade
do projeto a ser implantado na Avenida Tiradentes, sito cidade de Guarulhos.
Os testes realizados no estacionamento externo do Campus 1 da Faculdades
Integradas Torricelli Anhanguera Educacional apresentou economia de 18,52%,
ressaltando que o valor poderia ter aumentado para 26,85% caso o reator
eletromagnético que foi submetido a uma tensão de 208 V fosse alimentado com a
tensão que o fabricante especifica de 220 V.
As duas propostas apresentadas para a Avenida Tiradentes são atrativas. As
economias previstas para a primeira e segunda proposta seriam de 69,25% e
71,96% respectivamente. Os valores estão bem acima da capacidade que o
conjunto formado pela lâmpada e reator pode economizar (34%), devido a
necessidade de diminuirmos significativamente o fluxo luminoso das lâmpadas da
avenida, substituindo reatores e lâmpadas de 250 W por de 150 W e 100 W,
dependendo da proposta, a fim de eliminar a poluição luminosa oriunda do
superdimensionamento luminotécnico atual.

6.1 Comentários finais

Apesar da tecnologia Dali não estar totalmente difundida no mercado,


principalmente na América Latina, tornando os equipamentos caros, sua aplicação
em projetos de iluminação pública promove economia tanto na manutenção quanto
nos gastos com contas de energia.
O projeto aqui proposto foi aplicado em luminárias com lâmpadas de descarga
a vapor de sódio, porém o nosso sistema pode se adequar a tecnologia LED, devido
à utilização do protocolo DALI. A luminária a LED vem se destacando
significativamente no segmento de iluminação pública, apesar de haver algumas
controvérsias referentes ao elevado preço e eficiência não muito superior às
lâmpadas a vapor de sódio.
122

6.2 Melhorias futuras

Prevendo melhorias e sofisticação do projeto aqui apresentado, selecionamos


alguns itens que podem ser acrescentados e aprimorados em trabalhos futuros.
 Desenvolvimento do protocolo de iluminação e autorização do uso do
logotipo DALI;
 Adaptação do sistema utilizando sensores ultrassom ou sensores
magnéticos para contagem de automotores;
 Interface de comunicação via GSM;
 Monitoramento através de supervisório que armazene informações.
123

REFERÊNCIAS

AMORIM, Leonardo Gomes de Paiva. Utilização de Sistemas Dedicados e


Protocolos de Rede Aplicados à Eficiência Energética da Iluminação Pública.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação da UFRN.
Natal, 2011. Disponível em:
<http://repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/1/10638/1/Leonardo_GPA_DISSERT.p
df>. Acesso em: 04 ago. 2013.

ANDRADE, Sílvio. Projeto de controle da iluminação pública desenvolvido pela


UFRN possibilita economia de até R$ 2,5 milhões por ano. NOVO JORNAL, Natal,
06 de mar. de 2013. Disponível em:
<http://www.novojornal.jor.br/_conteudo/2013/03/economia/8274-projeto-
desenvolvido-na-ufrn-acende-luz-para-a-gestao-publica.php>. Acesso em: 17 out.
2013.

AVER, Ana. A relação Iluminação Pública e Criminalidade. Pós-graduação em


Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós-graduação – IPOG. [S. l.: s. n.],
2013. Disponível em:
<http://www.ipog.edu.br/uploads/arquivos/7e766f5534244d2d51fc7fe1b55f9444.pdf>
. Acesso em: 26 fev. 2014.

BEDIN, Juliano. Reatores Eletrônicos Dimerizáveis para Lâmpadas


Fluorescentes com Elevado Fator de Potência. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica UFSC. Florianópolis, 2008. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/91076/251941.pdf?sequence
=1>. Acesso em: 05 set. 2013.

BRASIL. Eletrobras/Procel. Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética


- Procel Info. Iluminação pública será destaque na Expolux 2014. Rio de Janeiro,
2014. Disponível em:
<http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View=%7BF5EAADD6-CCB0-4E29-A0C4-
482D3D66BB65%7D&Team=&params=itemID=%7BB7F6C9FF-FC9D-47D1-899A-
4EE614A2D2A9%7D;&UIPartUID=%7BD90F22DB-05D4-4644-A8F2-FAD4803C88
98%7D>. Acesso em: 25 fev. 2014.

BRASIL. Eletrobras/Procel. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica -


PROCEL. Iluminação Pública. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em:
<: http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID=%7BEB94AEA0-B206-43DE-8F
BE-6D70F3C44E57%7D>. Acesso em: 08 dez. 2013.

_____. PROCEL. Apresentação. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:


< http://www.eletrobras.com/elb/main.asp?TeamID={9EB141B5-8878-4A5A-A2CD-
6B95E6B97296}>. Acesso em: 20 fev. 2013.

_____. PROCEL. Assessoria de Comunicação da Eletrobras. Projeto sobre


iluminação pública com tecnologia LED. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em:
124

<http://www.eletrobras.com/dicionariodaenergiaeletrica/data/Pages/LUMISEB7EA1A
1ITEMIDEE2182124FBB4ACE94BB6CA950AB7908PTBRIE.htm>. Acesso em: 25
fev. 2013.

BRASIL. Eletrobras/Procel. Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética


- Procel Info. Novas normas de iluminação pública buscam trazer eficiência e
economia na utilização da energia elétrica. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:
<http://www.eletrobras.com/PCI/main.asp?View=%7B8D1AC2E8-F790-4B7E-8DDD-
CAF4CDD2BC34%7D&Team=&params=itemID=%7B11886A45-575F-47B5-8D0E-
CB6F979476F7%7D;&UIPartUID=%7BD90F22DB-05D4-4644-A8F2-
FAD4803C8898%7D>. Acesso em: 15 fev. 2014.

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética - EPE.


Anuário estatístico de energia elétrica 2013. Rio de Janeiro, 2013. 87 p.
Disponível em:
<http://www.epe.gov.br/AnuarioEstatisticodeEnergiaEletrica/20130909_1.pdf>.
Acesso em: 05 mar. 2014.

_____ EPE. Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica. Rio de Janeiro, n.


77, 2014. 87 p. Disponível em:
<http://www.epe.gov.br/Documents/Resenha%20Mensal%202-
%20janeiro%202014%20(20140228).pdf>. Acesso em: 05 mar. 2014.

COSTA, Gilberto José Corrêa da. Iluminação Econômica: cálculo e avaliação. 4.


ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. 37p.

COSTA, Rafael Eduardo Da. Sistematização do Projeto de Reatores Eletrônicos


para Alimentação de Lâmpadas a vapor de sódio em Alta Pressão para
Iluminação Pública. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da
UFSM. Santa Maria, 2009. Disponível em:
<http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/7/TDE-2009-05-06T125546Z-
2029/Publico/COSTA,%20RAFAEL%20EDUARDO%20DA.pdf>. Acesso em: 01 ago.
2013.

DALI Ag. Manual DALI. Disponível em: <http://www.dali-ag.org/discover-dali.html


>. Acesso em: 09 NOV. 2013.

DOS SANTOS, Elton Ricardo; BONKOSKI, Rodrigo. Desenvolvimento de


Dispositivo Automático para Corte de Pescoço em Linha de Produção de
Perus. Trabalho de Conclusão de Curso da UTFPR. Pato Branco, 2012. Disponível
em:
<http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/575/1/PB_COMIN_2012_1_01.p
df>. Acesso em: 05 set. 2013.

ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO. Blogger Nayum. Disponível em:


<http://magnetiismo.blogspot.com.br/2012/04/espectro-eletromagnetico.html>.
Acesso em: 05 mar. 2014.

FAGUNDES, Carlos Eduardo Uchôa. Expolux Realease do evento. Iluminação


Pública Será Destaque na Expolux 2014, Brasília, 2014. Disponível em:
125

<http://www.expolux.com.br/Multimidia/Releases-do-evento/ILUMINACAO-
PUBLICA-SERA-DESTAQUE-NA-EXPOLUX-2014/>. Acesso em: 25 fev. 2013.

FEIL, Alex Sandro. Seminário Ouvidoria Pública: Participação Social e Gestão


Pública. Ouvidorias no Setor Regulado: Práticas e Resultados. ANEEL. Disponível
em: <http://www.anatel.gov.br/hotsites/seminarioouvidoria/Alex-ANEEL.pdf>. Acesso
em: 5 fev. 2014.

GIOIELLI, Alfredo; ROSITO, Luciano Haas. Iluminação Pública: Gestor é


responsável por licitação sem exigências da ABNT. Revista Consultor Jurídico,
São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2014-fev-06/gestor-
responsabilizado-iluminacao-fora-normas-abnt>. Acesso em: 16 fev. 2014.

JÚNIOR, Antonio G. T.; KOPTE, Gabriel A.; FEITOSA; Marcilio A. F. Aplicação de


Sistema Fuzzy na Redução do Consumo de Energia na Iluminação Pública com
Lâmpadas Vapor de Sódio. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da
Energia da Escola Politécnica de Pernambuco. Recife, 2012. Disponível em:
<http://www.eletrica.ufpr.br/anais/cba/2012/Artigos/99847.pdf>. Acesso em: 17 ago.
2013.

JÚNIOR, Sergei Luiz Xavier. Análise de Viabilidade da Utilização do Protocolo


DALI em Projetos de Eficiência Energética. Projeto de diplomação engenharia
elétrica na UFRGS. Porto Alegre, 2011. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/33109>. Acesso em: 05 set. 2013.

KIRCHNER, Carlos Augusto. Transferência da iluminação pública para prefeituras


pode deixar a conta de luz 47% mais cara. Sindicato dos Engenheiros no Estado
de São Paulo - SEESP, São Paulo, 2013. Disponível em:
<http://www.seesp.org.br/site/imprensa/aviso-de-pauta/item/4421-
transfer%C3%AAncia-da-ilumina%C3%A7%C3%A3o-p%C3%BAblica-para-
prefeituras-pode-deixar-a-conta-de-luz-47-mais-cara.html>. Acesso em: 20 dez.
2013.

MARTINS, Juliana. O papel social da luz urbana. Revista O Setor Elétrico, São
Paulo,ed.60, 2011. Disponível em:
<http://www.osetoreletrico.com.br/web/colunistas/jose-starosta/745-o-papel-social-
da-luz-urbana.html>. Acesso em: 05 fev. 2014.

MICROCHIP TECHNOLOGY INC. 2004. PIC18F2420/2520/4420/4520 Data Sheet


28/40/44-Pin Enhanced Flash Microcontrollers with 10-Bit A/D and nanoWatt
Technology. California - USA: [s. n.] , 2004. 2 p.

MIYADAIRA, Alberto Noboru. Microcontroladores PIC18: Aprenda e Programe


em Linguagem C. 4. ed. São Paulo: Érica, 2012.

NEGRELLI, Thiago. Dispositivo de Controle Automático de Iluminação. Projeto


de Graduação da UFES. Vitória, 2006. Disponível em:
<http://www2.ele.ufes.br/~projgrad/documentos/PG2005_2/thiagonegrelli.pdf>.
Acesso em: 04 set. 2013.
126

OSRAM GmbH. Technical Application Guide POWERTRONIC®. Munich -


Germany: [s. n.], 2014. 18p. . Disponível em:
<http://www.osram.ru/media/resource/HIRES/334206/3559984/technical-guide---
powertronic-for-hid-lamps.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2014

PEREIRA, PhD Fernando Oscar Ruttkay; SOUZA, Dr. Marcos Barros de. Apostila
de Conforto Ambiental – Iluminação da UFSC. Florianópolis, 2005. 6-12p.
Disponível em: < http://www.labcon.ufsc.br/anexosg/140.pdf >. Acesso em: 05 mar.
2014.

RAUTEMBERG, Alexandre. Lighting Now Realease do evento. Iluminação Pública


Será Destaque na Expolux 2014, Curitiba, 2014. Disponível em:
<http://lightingnow.com.br/blog/iluminacao-publica-sera-destaque-na-expolux-2014>.
Acesso em: 25 fev. 2013.

ROSITO, Luciano Haas. Desenvolvimento da Iluminação Pública no Brasil. Revista


O Setor Elétrico, 36. ed São Paulo, p.31, jan. 2009. Disponível em:
<http://www.osetoreletrico.com.br/ose/assets/2c688ee8/ed.36_fasciculo_capitulo_1_
desenvolvimento_da_iluminacao_publica_no_brasil.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2014.

SIMONI, Leonardo. Contagem de Eixos de Veículos com Sensores Indutivos.


Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial da
UFPR. Curitiba, 2008. Disponível em:
<http://files.dirppg.ct.utfpr.edu.br/cpgei/Ano_2008/dissertacoes/Dissertacao_482_200
8.pdf >. Acesso em: 05 set. 2013.
127

APÊNDICES

APÊNDICE A – Análise do trânsito Avenida Tiradentes da cidade de


Guarulhos- SP.

O trecho proposto para implantação do projeto de controle de níveis de


iluminação viária a partir do fluxo de veículos, e da interseção da Avenida Tiradentes
com a Avenida Bom Clima sentido Avenida Otavio Braga de Mesquita.

Figura 59 - Interseção Avenida Tiradentes com a Avenida Bom Clima.

Fonte: Adaptado do site da Google Maps Street View. Disponível em: <
https://www.google.com.br/maps >. Acesso em: 02 maio 2014.

Os movimentos contados nessa interseção são:

 1 > 2 Avenida Bom Clima conversão à esquerda (Avenida Tiradentes


sentido bairro).
 2 > 1 Avenida Tiradentes Conversão à direita (Avenida Bom Clima sentido
bairro).
 2 > 4 Avenida Tiradentes em frente sentido Centro.
 3 > 2 Avenida Bom Clima conversão à direita (Avenida Tiradentes sentido
bairro).
 4 > 2 Avenida Tiradentes em frente sentido bairro.
128

A partir destes movimentos foi gerada uma composição de valores para o


fluxo da Avenida Tiradentes sentido Centro e sentido bairro. Com os valores de
tráfego informado pela Secretaria de Trânsito e Transporte do Munícipio de
Guarulhos referentes à contagem compreendida entre as 14 h do dia 31 de agosto
de 2011 até as 14 h do dia 1 de setembro de 2011, foi criado o Gráfico 9 como pode
ser visto a seguir.

Gráfico 9 - Fluxo de veículos na Interseção da Avenida Tiradentes com a Avenida Bom


Clima.

Fonte: Valores adaptados da Secretaria de Transito e Transporte de Guarulhos.

Podendo então observar-se que neste trecho o maior volume de veículos por
hora esta no sentido bairro da Avenida Tiradentes.
A Figura 60 na página seguinte exibe a interseção da Avenida Tiradentes com
a Avenida Otavio Braga de Mesquita, este ponto trata-se do trecho final para
implementação do projeto. Neste caso os movimentos contados foram os seguintes:

 1 > 4 Avenida Otávio Braga de Mesquita conversão à direita (Avenida


Tiradentes sentido Centro).
 2 > 4 Rua Constantino Burato em frente (Avenida Tiradentes sentido
Centro).
 4 > 1 Avenida Tiradentes conversão à esquerda.
 4 > 2 Avenida Tiradentes em frente.
 4 > 3 Avenida Tiradentes conversão à direita.
129

Figura 60 - Interseção da Avenida Tiradentes com a Avenida Otavio Braga de Mesquita.

Fonte: Adaptado do site da Google Maps Street View. Disponível em: <
https://www.google.com.br/maps >. Acesso em: 02 maio 2014.

O Gráfico 10 exibe o total de veículos no cruzamento e nos sentidos bairro e


Centro.

Gráfico 10 - Fluxo de veículos na Interseção da Avenida Tiradentes com a Avenida Otavio


Braga de Mesquita.

Fonte: Valores adaptados da Secretaria de Transito e Transporte de Guarulhos.


130

ANEXOS

ANEXO A – Equipamentos de Iluminação Pública.

A.1 - Lâmpadas.

Pode-se considerar a lâmpada como o equipamento de maior influência para


as características de um ponto luminoso. Ela é a principal responsável pelo fluxo
luminoso, consumo de energia e reprodução de cores do local iluminado. Existem
dois princípios básicos de funcionamento que podem ser utilizados pelas lâmpadas:
o princípio da incandescência e o da descarga elétrica. As lâmpadas que utilizam a
incandescência são a incandescente e a halógena. As demais, fluorescentes, vapor
metálico, vapor de mercúrio e vapor de sódio em alta pressão, citando apenas as
mais usadas, são lâmpadas de descarga. Existem ainda as lâmpadas mistas, que
combinam as duas tecnologias, incandescência e descarga.

A.2 - Lâmpadas a vapor de sódio.

Lâmpadas de vapor de sódio, assim como as lâmpadas de vapor de mercúrio


e vapor metálico, utilizam o princípio de descargas em meio gasoso para produzir
luz. Existem duas variantes para esse tipo: lâmpadas vapor de sódio de baixa
pressão (LPS) e lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão (HPS). Esse tipo de
lâmpada causa menos poluição luminosa que outras tecnologias utilizadas na
iluminação pública, como por exemplo, manter a visibilidade do céu noturno ou onde
for necessário reduzir a iluminação para proteger a biodiversidade. As lâmpadas a
vapor de sódio emitem uma luz monocromática. Como resultado tem-se que os
objetos iluminados adquirem uma luminosidade incomum e cores dificilmente
distinguíveis, resultado da reflexão da pequena largura de banda de luz amarelada
emitida pela lâmpada. A eficiência de produção de luz das lâmpadas a vapor de
sódio faz delas uma ótima escolha quando se pretende iluminar com um mínimo de
consumo energético, mas a sua estreita banda de emissão apenas permite o seu
uso para iluminação exterior ou em casos que a distinção das cores não seja
importante.
131

A.3 - Lâmpadas a vapor de sódio sob baixa pressão.

A lâmpada de vapor de sódio de baixa pressão consiste em um invólucro de


vidro transparente, capaz de manter o vácuo interno, revestido interiormente por
uma fina camada de material transparente para a luz visível. Este invólucro permite
manter a atmosfera extremamente rarefeita e permite a saída da luz visível
mantendo a radiação infravermelha no seu interior. No interior do invólucro existe um
fino tubo de vidro borosilicatado, em forma de ‘U’, contendo sódio sólido e uma
pequena quantidade de uma mistura gasosa de néon e árgon. As lâmpadas a vapor
de sódio de baixa pressão estão disponíveis nas potências de 10 W a 180 W, se
assemelham as lâmpadas fluorescentes pois partilham uma forma linear, baixa
pressão, baixa intensidade de corrente elétrica e não há formação de um arco
voltaico. As vantagens em relação às lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão
são que elas nas se apagam quando ocorre redução na tensão da rede elétrica,
acontece apenas uma redução na intensidade luminosa, sendo recuperado assim
que a tensão é normalizada. Outra vantagem é que esse tipo de lâmpada mantém o
fluxo luminoso constante durante toda a vida útil, que chega a ser aproximadamente
18.000 horas.

A.4 - Lâmpadas a vapor de sódio sob alta pressão.

As lâmpadas de vapor de sódios de alta pressão ou HPS geralmente são


menores e contém elementos químicos adicionais como o mercúrio. Devido a isso
produzem uma luminosidade rosada quando acesas, evoluindo gradualmente para
uma luz suave de cor alaranjada quando aquecem. Alguns modelos produzem uma
luz azulada quando são ligadas, resultante da emissão do mercúrio antes do sódio
estar suficientemente aquecido e ionizado. Assim como no modelo de baixa pressão,
a principal fonte de luz é a emissão espectral do sódio. Contudo, nesse caso, a
largura de banda da emissão é substancialmente alargada pela ressonância
induzida pela alta pressão de vapor no interior da lâmpada e pelas emissões do
mercúrio. Em consequência esse tipo de lâmpada permite uma boa distinção das
cores dos objetos iluminados. Uma variação dessa tecnologia são as lâmpadas
SON, que tem um maior enriquecimento do mercúrio e possui uma luz
esbranquiçada com grande largura espectral, o que permite uma excelente
132

discriminação das cores. Essa lâmpada possui temperatura de cor de 2.700 K, com
índice de reprodução de cor de 85, que são valores muito próximos aos obtidos em
lâmpadas incandescentes. Esse tipo de lâmpada é mais cara e menos eficiente, é
usada para iluminar grandes espaços interiores. As lâmpadas a vapor de sódio de
alta pressão utilizam o sódio misturado com mercúrio, que é colocada em uma
cápsula de vidro, com gás xenônio ou argônio em seu interior. Estes gases nobres
ativam o arco voltaico que é formado entre os eletrodos colocados nas extremidades
da cápsula e iniciam a ignição da lâmpada. Durante o aquecimento inicial da
lâmpada, o sódio e o mercúrio gradativamente se vaporizam, fazendo com que uma
tênue luz seja emitida pela lâmpada. A pressão aumenta a seguir e a luz produzida é
de alta intensidade. A exemplo das outras lâmpadas de descarga, o arco emite raios
UV, invisíveis ao olho humano, mas a ampola é montada no interior de um bulbo
revestido internamente com uma camada de fósforo, que passa a emitir luz assim
que recebe os raios UV. Com exceção das lâmpadas SON a luz dessas lâmpadas
possui tonalidade amarelada. O índice de reprodução de cor das lâmpadas varia
muito conforme o tipo e modelo, para lâmpadas comumente aplicadas na iluminação
pública esse valor gira em torno de 20 e para lâmpadas com rendimento de cor
melhorado esse valor atinge 70. Sua temperatura de cor gira em torno de 2.000 K a
3.200 K. Com o tempo de uso, pode ocorrer variação na tonalidade da luz emitida.
As lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão estão disponíveis numa grande
quantidade de formatos, como as tradicionais formas ovoide e tubular até a forma
refletora parabólica. A eficiência luminosa varia de 80 lm/W, para lâmpadas de 70 W,
a 150 lm/W para lâmpadas de 600 W. Considerando estas mesmas potências, a vida
útil também varia, de 16.000 horas a 32.000 horas, sendo por isso consideradas
lâmpadas de longa durabilidade. Os reatores e fiação devem ser projetados levando-
se em conta o pulso de tensão necessário à partida. Alguns modelos exigem a
utilização adicional de um ignitor transistorizado que provoca a elevação do
transiente da tensão necessária à partida, cerca de 2.500 V. Estas lâmpadas são
extremamente úteis em diversas aplicações, dentre elas portos, rodovias, ferrovias,
estacionamentos, iluminação exterior, iluminação de segurança e iluminação pública
em geral, casos em que a reprodução de cores não é um fator importante. Além das
vantagens já citadas, estas lâmpadas possuem a característica de atrair menos
insetos, em virtude do comprimento de onda da luz que emitem ser diferente do das
outras lâmpadas. Por ser a tecnologia de lâmpada com a maior eficiência luminosa
133

(lm/W) e vida útil da atualidade, as lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão são
recomendadas para o uso em iluminação pública.

Figura 61 - Esquema interno de uma lâmpada a vapor de sódio.

Fonte: AMORIM, Leonardo Gomes de Paiva. Utilização de Sistemas Dedicados e Protocolos de


Rede Aplicados à Eficiência Energética da Iluminação Pública. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica e Computação da UFRN Natal, 2009.

A.5 – Reatores.

Reatores são equipamentos auxiliares necessários para o acendimento de


lâmpadas de descarga (fluorescentes ou HID). Servem para limitar a corrente e
adequar as tensões ao perfeito funcionamento das lâmpadas. Podem ser
eletromagnéticos ou eletrônicos.
A correta aplicação dos reatores garante melhor desempenho para os
projetos elétricos e luminotécnicos, contribuindo diretamente para a manutenção do
fluxo luminoso e vida útil da lâmpada.
Para iluminação pública, temos ainda as opções de reatores internos,
alojados na luminária, e externos, encaixados através de uma alça ao poste, como
mostra a Figura 63.
134

Figura 62 - Reator 400 W MH/HPS utilizados para uso externo ou interno.

Fonte: http://www.hortaurbana.com.br/iluminacao/reatores/reator400w.html.

A.6 - Reatores Eletromagnéticos

Os eletromagnéticos fazem parte da primeira geração de reatores. São


constituídos por um núcleo de aço silício (com baixas perdas) e bobinas de fio de
cobre esmaltado, impregnados com resina de poliéster adicionado com carga
mineral, tendo grande poder de isolamento e dissipação térmica. Conhecidos como
reatores “pesados”, são divididos em duas categorias por princípio de
funcionamento:
 Partida convencional: precisam de um starter para o acendimento da
lâmpada. Indicados para locais úmidos, de baixa temperatura ou sem condições de
aterramento.
 Partida rápida: não há necessidade de starter e a lâmpada acende
rapidamente (desde que associado ao uso de uma luminária de chapa metálica
devidamente aterrada). Neste tipo, os filamentos são aquecidos constantemente
pelo reator, o que facilita o acendimento da lâmpada em curto espaço de tempo.
Indicados para ambientes agressivos como, por exemplo, em locais onde se faz
galvanoplastia.
Há divergências quanto ao futuro dos reatores eletromagnéticos. Alguns
fabricantes acreditam que acabarão sendo definitivamente substituídos, pois a
tecnologia dos reatores eletrônicos está em plena evolução e conquista cada vez
mais espaço. Há fabricantes, entretanto, que afirmam que há, sim, o que evoluir
ainda na tecnologia eletromagnética, mas reatores deste tipo ainda serão
135

largamente consumidos por um bom tempo. Defendem que, analisando-se, por


exemplo, reatores HID, a família dos eletrônicos está limitada industrialmente à
potência de 150 W e restringe-se, na maioria dos casos, à iluminação interna. O
“serviço pesado” fica por conta dos eletromagnéticos que, além de atenderem a
todas as potências (até 3500 W), são extremamente resistentes tanto às intempéries
atmosféricas quanto às oscilações da rede elétrica, com vida média superior a 20
anos. Esta é uma das razões pelas quais em lâmpadas de descarga a alta pressão –
como as de vapor de mercúrio, vapor de sódio ou multivapores metálicos, entre
outras de potências superiores a 150 W, são normalmente utilizados reatores do tipo
eletromagnético.

A.7 - Reatores Eletrônicos

Os reatores eletrônicos são aqueles constituídos por componentes eletrônicos


(capacitores, indutores, resistores, circuitos integrados e outros). Operam em alta
frequência (de 20K Hz a 50 KHz), proporcionando economia de energia, pois os
reatores eletrônicos têm menores perdas elétricas, comparados com os reatores
eletromagnéticos.
Surgidos comercialmente em meados dos anos 80, são o que há de mais
moderno em termos de reatores para lâmpadas de descarga. Conhecidos como
reatores “leves”, os eletrônicos apresentam inúmeras vantagens em relação aos
eletromagnéticos, entre as quais:

 São mais compactos


 Mais leves
 Consomem menos energia
 Aumentam a vida útil das lâmpadas
 Eliminam efeitos estroboscópicos
 São mais eficazes
 Apresentam versões diferenciadas de acendimento
 Proporcionam uma luz com cor mais estável
 Melhor manutenção lumínica
136

Quanto ao acendimento da lâmpada, podem ser de:


 Partida rápida ou programada: o acendimento controla eletronicamente o
sistema de pré-aquecimento dos filamentos da lâmpada. O reator gera uma pequena
tensão em cada filamento e, em seguida, uma tensão de circuito aberto entre os
extremos da lâmpada. O tempo entre a energização do reator e o acendimento das
lâmpadas fluorescentes ocorre em torno de 1 a 2,5 segundos.
 Partida instantânea: neste sistema não há o pré-aquecimento dos
filamentos. O reator gera diretamente a tensão de circuito aberto para o acendimento
instantâneo das lâmpadas fluorescentes.
Independente do tipo de partida, o reator deve assegurar as características
necessárias para o correto funcionamento da lâmpada, sem comprometer sua vida
útil ou mediana.
Suas principais características são:

 Alto fator de potência (os de qualidade superior);


 Alta freqüência (elimina o efeito estroboscópico e o de cintilação);
 Baixa carga térmica, que resulta em economia de energia;
 Aumento de vida útil da lâmpada em 50% (os de alta performance);
 Economia de energia em torno de 50%;
 Possibilidade de dimerização e utilização de sistemas inteligentes, com
redução no consumo de energia de até 70% na comparação com os
eletromagnéticos.

Figura 63 - Reatores Eletrônicos.

Fonte: http://4280.br.all.biz/reatores-eletrnicos-g12104.
137

Os reatores eletrônicos de baixa performance são conhecidos como


“acendedores eletrônicos”, porque acendem a lâmpada única e exclusivamente,
gerando harmônicos na corrente elétrica. Normalmente são mais baratos, de baixo
fator de potência e reduzem a vida útil da lâmpada em 50%. Nesta linha mais barata
de reatores existem alguns que até são de alto fator de potência o que não deve ser
confundido com alta performance.
Os reatores eletrônicos de alta performance possuem alto fator de potência,
filtros harmônicos e proteções contra sobretensão, sobrecorrente e condições
anormais. Um de seus indicadores de qualidade é a Taxa de Distorção Harmônica
(THD), cujo valor deve ser menor que 30% (mínimo exigido pela ABNT). Quanto
menor a taxa, melhor.
Uma enorme vantagem dos reatores eletrônicos é poderem ser dimerizáveis
em uma ampla faixa. Este avanço tecnológico permite o controle do nível da
iluminação fluorescente o que era impossível até então. Pode-se conseguir uma
economia de energia de até 70% em relação a um sistema com os reatores
eletromagnéticos.
Os modelos dimerizáveis podem ser usados em conjunto com sensores de
presença e de movimento, possibilitando a integração a sistemas de controle e
gerenciamento inteligentes.

Figura 64 - Relação entre reatores eletromagnéticos e eletrônicos.

Fonte: http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/Reatores.pdf.
138

A.8 - Ignitores e capacitores.

Serve para dar a partida de uma lâmpada de descarga, o ignitor sobrepõe um


ou mais pulsos de alta tensão, normalmente de 0,7 a 4,5 KV, sobre a tensão nominal
da lâmpada para que se produza a descarga. Uma vez acesa a lâmpada, o ignitor
para automaticamente. O circuito eletrônico do ignitor possui componentes sensíveis
à temperatura, sendo a temperatura máxima permitida na carcaça de 85°C. Portanto
devem ser instalados em local abrigado de intempéries.

Figura 65 - Ignitor para lâmpada de iluminação pública.

Fonte: http://www.serwal.com.br/produtos_ignitor.asp.

No caso do capacitor, ele não afeta as condições da lâmpada, mas da rede


elétrica. Ele é usado apenas em conjunto com reatores eletromagnéticos, servindo
para elevar o fator de potência dos mesmos para cerca 0,92. Normalmente eles
estão embutidos nos reatores. Com isso é possível reduzir em até 50% os valores
de corrente de linha, proporcionando desta forma redução da bitola de fio e
diminuições das perdas do sistema de iluminação.

A.9 - Relés fotoelétricos.

O relé fotoelétrico, também conhecido como fotocélula, é um dispositivo de


controle que possui a função de acender e apagar uma única lâmpada, ou circuito
de iluminação, de acordo com o nível de iluminância do ambiente. Isto permite que
uma lâmpada seja ligada automaticamente quando o ambiente em questão está com
baixo nível de luz desejado no entardecer, por exemplo, e desligada
automaticamente quando o ambiente está com nível de luz suficiente (como no
amanhecer).
139

A.10 - Luminárias

Outro equipamento que sempre está presente num ponto de iluminação


pública é a luminária. Ela tem a função de abrigar a lâmpada, para protegê-la contra
intempérie e vandalismo. Também refletem a luz da lâmpada no sentido do solo, de
modo a proporcionar maior luminosidade no ambiente onde estiver instalada.
Existem vários fatores que devem ser considerados na especificação de uma
luminária para iluminação pública. Dentre eles os mais importantes são: corpo
refletor, porta-lâmpada, fechamento, alojamento para equipamentos auxiliares e
tomada para relé.
Especificação municipal de Guarulhos para iluminação pública de luminária
pública para lâmpada a vapor de sódio 150 W fechada com alojamento interno para
equipamentos auxiliares, com as seguintes características:
 Corpo em alumínio injetado, com dimensões máximas: altura 220 mm,
comprimento: 610 mm e largura: 320 mm, constituído de uma base e uma tampa;
 Grau de proteção do corpo óptico IP 65 no mínimo, e do alojamento dos
equipamentos auxiliares IP 33 no mínimo;
 Encaixe para fixação dos braços com diâmetro variando de 40,8 mm até
60,3 mm, incorporado à base, constituindo-se parte integrante da luminária, sem
fixação na parte externa através de abraçadeira;
 Sistema de fixação e travamento da luminária ao braço que propicie o seu
nivelamento e evite a rotação da mesma;
 Tampa basculável para cima, com dispositivo de travamento quando
aberto para manutenção;
 Dispositivo de fechamento da luminária, entre a tampa e a base,
constituído de fecho de pressão em aço inoxidável ou, em alumínio de alta
resistência;
 Acabamento com pintura de proteção na cor cinza;
 Potência da lâmpada identificável na base da luminária e visível a olho nu,
a partir da superfície a ser iluminada;
 Alojamento para equipamentos auxiliares incorporados na base da
luminária;
140

 Conector universal de três vias, com selo de vedação e interface, utilizado


para facilitar a remoção do reator, ignitor e capacitor, com os cabos identificados e
conectados no dispositivo fêmea. As duas fases de alimentação, lâmpada e relé
fotoelétrico estarão conectados no dispositivo macho, com seus cabos devidamente
identificados;
 Os cabos do conector devem ter secção de 1,5 mm², isolação em PVC
105º c e 750 V, sendo que o cabo de alimentação da lâmpada deve ter isolação em
silicone 200º C e 750 V;
 Corpo óptico com refletor em alumínio anodizado e multifacetado para
lâmpada tubular, com rendimento luminotécnico maior ou igual a 72%;
 Refrator em vidro cristal temperado plano, resistente a choques térmicos;
 Soquete e-40 em porcelana reforçada e vitrificada com dispositivo
antivibratório;
 Kit removível com reator integrado para lâmpada a vapor de sódio de alta
pressão de 150 W, com fator de potência maior ou igual a 0,92, 230 V, 60 Hz, com
dados de placa impressos de forma indelével, constando no mínimo as seguintes
informações: nome ou marca do fabricante; tipo de lâmpada a que se destina; sua
respectiva potência e tensão nominal; fator de potência, corrente nominal, data de
fabricação (mês e ano); valor de elevação máxima de temperatura nos enrolamentos
(∆t < 65ºC) e da temperatura máxima de operação nos enrolamentos do reator ( tw =
130ºC) em condições normais e esquema de ligação atendendo a norma NBR-
13593. Ignitor com pulsos compatíveis para acendimento da lâmpada, mesmo com
variação de 5% da tensão nominal da rede elétrica de alimentação e capacitor
compatível para correção do fator de potência. O kit removível composto por reator,
ignitor e capacitor deverá ser instalado ou retirado do compartimento integrado da
luminária através de engate rápido, por sua base, facilitando assim a sua
manutenção, sem a utilização de ferramentas. Garantia mínima de dois anos.
 Tomada para relé fotoelétrico incorporada à tampa da luminária, com
vedação apropriada contra intempéries;
 Garantia mínima de cinco anos; e
 Fornecedor deverá apresentar certificados emitidos por laboratórios
acreditados pelo INMETRO ou por laboratórios de reconhecimento público, para os
141

seguintes ensaios: luminotécnico (incluindo-se o rendimento), grau de proteção,


térmico e de vibração.

Figura 66 - Luminárias públicas.

Fonte: Adaptado de http: //www.andraluz.com.brwp-contentuploads201104iluminacao-


480x373.jpg.

A.11 - Braços

Os braços são usados na iluminação pública para que a luminária seja


projetada um pouco à frente do poste, de modo que a luz seja mais bem distribuída.
Caso os braços não fossem utilizados, como era feito antigamente, grande parte da
luz emitida pela lâmpada seria desperdiçada iluminando uma face do poste. Os
braços podem ser fixados nos postes de duas maneiras, dependendo do tipo de
poste. Se o poste for circular, a fixação é feita através de uma cinta metálica que fica
abraçada ao poste. Para postes em formato quadrado, a fixação é feita através de
parafusos e outras ferragens. Há também luminárias que são instaladas diretamente
nos postes, não necessitando de braços. Para saber o comprimento ideal e
inclinação dos braços, devem-se seguir as normas da ABNT, existem também as
normas da COPEL que trata de braços para iluminação pública é a NTC 0044, que
são baseadas nas normas da ABNT. Segundo essa norma, os braços devem ser
adequados para operar a uma altitude de até 1000 metros, em clima tropical com
temperatura ambiente de -5°C até 40°C, média diária não superior a 35°C, umidade
142

relativa de até 100%, precipitação pluviométrica média anual de 1500 a 3000


milímetros, sendo que ficarão expostos ao sol, à chuva e à poeira. Quanto ao
acabamento, devem ser isentos de rebarbas, cantos vivos, achatamento de seções
ou outros defeitos incompatíveis com o seu uso. A zincagem deve ser feita após a
fabricação, furação, soldagem e identificação da base. Quanto ao aspecto visual, as
partes zincadas devem estar isentas de áreas não revestidas e irregularidades tais
como inclusões de fluxo de borras ou outros defeitos. A zincagem deve ser
executada por imersão a quente, conforme a NBR 6323, sendo que a espessura
exigida da camada de zinco varia de 54 a 86 μm. Ao instalarmos uma lâmpada
diretamente no poste haverá dispersão da luz em todos os sentidos, iluminando
apenas uma pequena área próxima ao pé do poste, o que configura um sistema,
muito pouco eficiente. Na Figura 68 podemos observar que apenas pequena parte
de uma das calçadas é iluminada.

Figura 67 - Lâmpada instalada diretamente no poste e área iluminada pelo poste.

Fonte: AMORIM, Leonardo Gomes de Paiva. Utilização de Sistemas Dedicados e Protocolos de


Rede Aplicados à Eficiência Energética da Iluminação Pública. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica e Computação da UFRN Natal, 2009.

Para melhorar a distribuição de luz, a primeira medida é afastar a lâmpada do


poste, o que se consegue por meio de um braço com inclinação adequada. Ainda
assim teremos grande dispersão do fluxo luminoso da lâmpada com iluminação
efetiva da pista apenas em área próxima do poste como pode ser visto na Figura 69.
143

Figura 68 - Lâmpada instalada afastada do poste, com pouca inclinação e área iluminada
pelo poste.

Fonte: AMORIM, Leonardo Gomes de Paiva. Utilização de Sistemas Dedicados e Protocolos de


Rede Aplicados à Eficiência Energética da Iluminação Pública. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica e Computação da UFRN Natal, 2009.

Nos dois casos até aqui descritos, a lâmpada ficava exposta a intempéries.
Com isso, tinha sua vida útil reduzida e quebrava-se com frequência, devido ao
choque térmico que lhe era imposto. Em função das ocorrências descritas aqui,
foram desenvolvidos vários tipos de luminárias especialmente para Iluminação
Pública, visando melhorar o rendimento, otimizar a distribuição de luz e proteger a
lâmpada contra as intempéries. Para corrigir esses problemas cada luminária
deveria ser instalada no braço com um ângulo e na altura para os quais fora
projetada como pode ser visto na Figura 70, para dessa maneira se obter o máximo
rendimento luminoso.

Figura 69 - Lâmpada instalada com braço e ângulo de inclinação usando as


medidas ideais e área iluminada pelo poste.

Fonte: AMORIM, Leonardo Gomes de Paiva. Utilização de Sistemas Dedicados e Protocolos de


Rede Aplicados à Eficiência Energética da Iluminação Pública. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica e Computação da UFRN Natal, 2009.
144

Atualmente, por norma, os braços de iluminação pública são classificados em


três tipos: BR-01, BR-02 e BR-03. O tipo BR-01 tem um metro de comprimento e
diâmetro externo do tubo de 25 a 26,5 mm, e é usado quando as lâmpadas são de
descarga de 70 W. O tipo BR-02 tem três metros de comprimento e diâmetro externo
do tubo de 45 a 49 mm, usado quando as lâmpadas são de descarga de 100 a 250
W. O tipo BR-03 tem três metros de comprimento e diâmetro externo do tubo de 59 a
62 mm, usado quando as lâmpadas são de descarga a partir de 400 W. A Figura 71
exemplifica um ponto de iluminação pública comum, utilizando braço BR-02.

Figura 70 - Exemplo de montagem utilizando o braço no padrão BR-02.

Fonte: AMORIM, Leonardo Gomes de Paiva. Utilização de Sistemas Dedicados e Protocolos de


Rede Aplicados à Eficiência Energética da Iluminação Pública. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica e Computação da UFRN Natal, 2009.

A.11 - SUPORTE PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA – 03 PÉTALAS (120°).

Suporte para luminária de iluminação pública, com ângulo de inclinação de


cinco graus, para encaixe em topo de poste com diâmetro externo de 114 mm; em
aço carbono, galvanizado ao fogo; espessura mínima de 3 mm; barra circular central
limitadora de ø = 1/2”; acabamento externo na cor cinza, com parafusos de fixação o
e porcas em aço zincado. configuração para 03 pétalas. garantia de 05 anos contra
defeitos de fabricação. Vide Figura 72.
145

Figura 71 - Suporte para iluminação pública – 03 pétalas (120°).

Fonte: Prefeitura Municipal de Guarulhos.

A.12 Suporte para iluminação pública - 04 pétalas (H).

Suporte para luminária de iluminação pública, com ângulo de inclinação de 5


graus, para encaixe em topo de poste com diâmetro externo de 114 mm; em aço
carbono, galvanizado ao fogo; espessura mínima de 3 mm; barra circular central
limitadora de ø = 1/2”; acabamento externo na cor cinza, com parafusos de fixação e
porcas em aço zincado. configuração para 04 pétalas, tipo H. Garantia de 05 anos
contra defeitos de fabricação. Vide Figura 73.

Figura 72 - Suporte para iluminação pública - 04 pétalas (H).

Fonte: Prefeitura Municipal de Guarulhos.


146

A.13 Chave de comando para iluminação pública 30 A – 220 V.

Chave automática para comando de iluminação pública, caixa de alumínio a


prova de intempérie com tomada para rele fotoelétrico, contatos de carga na
(normalmente aberto) e relé fotoelétrico normalmente fechado. Proteção: disjuntor
bipolar de 30 A – 220 V.

A.14 Poste em aço reto - 10 metros.

Poste em aço soldável e zincável por imersão à quente sem imperfeições


(NBR 6323), cônico contínuo, circular, reto, com 10 m de altura livre, fornecido em
uma única peça e flangeado nas dimensões: df = 330 mm, dc = 260 mm, ød2 = 25
mm e s = 12 mm. Deverá possuir ponteira para fixação do suporte das luminárias
nas dimensões: l = 171 mm e ød = 114mm. Possuir janela de inspeção na altura em
relação à base de 500 a 600 mm, nas dimensões: hj = 250 mm e lj = 80 mm.
chumbadores (4), formato em “J”, com porcas, arruelas lisas e de pressão, de
acordo com as normas NBR 10091 e 8800, nas dimensões hc = 600 mm e ød1 = M
20 (3/4”). O fabricante deverá identificar o poste de forma visível e indelével, com as
seguintes características mínimas: logomarca ou logotipo do fabricante; data de
fabricação (mês e ano); altura útil do poste e carga característica. O poste deverá
atender a NBR 14744 e no fornecimento apresentar planilha e certificado de ensaio.

You might also like