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ESCOLA SECUNDÁRIA DO MONTE DA CAPARICA

3271- DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA


Curso: Técnico/a de Ação Educativa (761175)
Carga Horária: 50 horas (33 aulas de 90 m = 67 aulas 45 m)

CONTEÚDOS: 
Desenvolvimento: 
 físico e psicomotor 
 socio afectivo 
 cognitivo 
 da linguagem   
 Processo que abrange todo o ciclo vital (inclui a vida intrauterina) 
 Behaviorismo/ comportamentalismo – Watson: corrente que defende a importância do meio 
ambiente para o desenvolvimento da personalidade. 
“Dai‐me 12 crianças, independentemente de onde vieram e eu farei delas o que eu quiser”. 
Comportamento: conjunto de respostas objetivamente observáveis, determinado por um conjunto 
complexo de estímulos (situação) provenientes do meio físico ou social. 

 Maturacionismo ‐ Gesell ‐ dá prioridade ao inatismo, o que nós somos resulta do nosso 
património genético (hereditariedade) 
 Construtivismo – Piaget ‐ cria a conceção construtiva, ou seja, o comportamento de individuo, 
a inteligência; resulta de uma construção progressiva do sujeito em interação com o meio. 
“O comportamento do individuo apresenta‐se como um todo, um contínuo. Cada manifestação 
depende das anteriores e condiciona as seguintes. Há ajustamentos progressivos entre o indivíduo e o 
meio. 
 

FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO 
FATORES BIOLÓGICOS: 

 Genéticos/hereditariedade: 
 Estruturas físicas (sistema nervoso, reflexos, órgãos dos sentidos); 
 Tendências básicas (funções invariantes: adaptação, organização…); 
FATORES SÓCIO‐CULTURAIS: 

 Maturação (física, afetiva, cognitiva); 
 Experiência  
        ‐ Física: ação do sujeito sobre os objetos a fim de abstrair deles as suas propriedades; 
 

 
‐ Lógico‐matemático: conhecimentos resultantes das ações coordenadas do sujeito sobre os 
objetos 

 Transmissão social: estímulos que provêm do meio social. Um meio rico em estímulos e 
informação favorece um desenvolvimento equilibrado. 
 Equilibração: processo contínuo e dinâmico de equilíbrio entre a maturação, experiência e 
transmissão social. 

Mecanismos de adaptação ao meio 
 Esquemas: padrões de comportamento e de pensamento que organizam a interação entre o 
sujeito e o meio. São padrões de ação e estruturas mentais que, organização da nossa 
experiencia, estão envolvidas na aquisição de conhecimentos. A criação dos esquemas é 
possível pela interação entre sujeito e meio e devido a duas atividades complementares: 
assimilação e acomodação  
 Assimilação: é o processo mental que consiste em integrar novas informações/ experiencias 
nos esquemas já existentes. Permite a compreensão de novos objetos, situações e ideias 
mediante esquemas que já possuímos sem que seja necessário modifica‐los significativamente. 
              Sujeito                meio 

 Acomodação: consiste num mecanismo de adaptação de esquemas existentes quando as novas 
informações e experiencias não podem ser assimiladas. Esquemas existentes vão‐se modificar 
em função da experiência do meio. 
                Sujeito                 meio 

 Equilibração: é o processo de auto‐ regulação entre os processos de assimilação e acomodação 
que permite a adaptação do individuo ao meio, permitindo uma progressão no sentido de um 
pensamento mais complexo. Consiste numa compensação ativa entre as novas aquisições e as 
anteriores. 
Todo o equilíbrio induz a um novo desequilíbrio. É precisamente este movimento de equilíbrio‐ 
desequilíbrio que permite o desenvolvimento individual, a adaptação  
 
  

 
 
 
Assimilação   Acomodação
 
 
   
 

 Adaptação: consiste num processo interno de equilíbrio entre o organismo e o meio. Interação 
entre a assimilação e a acomodação  
 

 
 

Sujeito                                 
meio  
Ad
                         ap
taç
                                         
ã
                                           
 
Assimilação  ‐ o bebé utiliza o esquema inato da sucção para retirar leite do  
biberão ou do peito 
Adaptação ‐ o bebé esta adaptado ao meio 
Situação nova ‐ o bebé encontra um pequeno copo com leite pela 1ª vez 
Desequilíbrio ‐ o esquema da sucção não funciona 
Acomodação ‐ o bebé modifica o esquema da sucção de forma significativa para se alimentar
Base do desenvolvimento 

 Céfalo‐caudal: cabeça para os pés 
 Próximo‐distal: do tronco para os membros 
 

Desenvolvimento físico e psicomotor 
Recém‐nascidos ‐ reflexos subcorticais 
1º mês ‐ segue a luz 
2 meses ‐ sorri, balbucia 
3 meses ‐ sustenta a cabeça 
4 meses ‐ agarra objetos 
5 meses ‐ roda o abdómen 
6 meses ‐ mantem‐se sentado 
7 meses ‐ preensão palmar 
8 meses ‐ pinça digital 
9 meses ‐ senta‐se 
10 meses ‐ gatinha 

 

 
11 meses ‐ de pé, dá passos com apoio 
12 a 14 meses ‐ anda sozinho 
 

Evolução da postura e da descoberta do corpo 
1º mês: o bebé vai ter os braços dobrados e as mãos quase sempre fechadas. Vai começar a rodar 
a cabeça e o levanta‐la durante alguns segundos quando esta deitado de barriga para baixo e vai 
dormir grande parte do tempo, a sua visão ainda é limitada. Vai mostrar‐se sensível aos tons 
agudos em especial à voz. O bebé reage as sensações através do choro/riso. 
2º mês: o bebé vai começar a controlar as suas ações; aprende a distinguir as formas simples; 
acompanha com o olhar objetos sonoros, que se movem lentamente ou de cores vivas. Escuta com 
mais atenção as vozes suaves e sorri para toda a gente, sem distinção. Vai passar mais tempo 
acordado e atento a tudo o que acontece e assusta‐se quando ouve barulhos estranhos. 
3º mês: já e capaz de abrir as mãos e agarrar um brinquedo. Fixa mais o olhar e segue o 
movimento com os olhos e com a cabeça e também responde à voz com os sons espontâneos e 
torna‐se muito curioso. Segura a cabeça enquanto sentado. 
4º mês: leva objetos à boca. Vai tentar agarra tudo o que lhe mostram e levá‐lo à boca. 
5º mês: segura o objeto entre os dedos e a palma da mão, utiliza ambas as mãos de forma 
indiferenciada 
6º mês: coloca o polegar de forma oposta para segurar os objetos; mantem‐se sentada com ajuda. 
7º e 8 mês: preensão palmar cada vez com maior precisão. 
9º mês: senta‐se com equilíbrio; põe‐se em pé sem equilíbrio e cai…. 
10º mês: por isso anda de gatas (quadrúpede) e com apoio…. 
11º mês: dará os primeiros passos apoiada. 
12º mês mantém‐se em pé… o seu equilíbrio é ainda instável. 

 A partir daí a coordenação, o arremessar e agarrar são gestos que vão sendo cada vez mais 
refinados. 
 A fixação e focalização estão ainda em desenvolvimento 
 Aumenta a capacidade de atenção, a criança ouve e segue mais indicações. 
 Melhora o tempo de reação e fixa as situações com mais facilidade. 
18/24 meses‐ 3/4 anos: criança cria imagem mental dos objetos, pode referir situações e objetos 
ausentes, inteligência representativa, capacidade de imaginar, linguagem adquirida; pensamento 
egocêntrico, fases dos “porquês?” 
3 /4ª nos‐ 6/7anos: crescimento esquelético rápido, muito ativa e com limites de atenção 
reduzidos; melhor coordenação, vários movimentos e manipulação de objetos grandes. 

 Criança já possui noções de espaço e de tempo; imitação de movimentos. 

 

 
 A criança vai tocar as diferentes partes do corpo, produzindo a sensação do tato pelo 
movimento das mãos e também a perceção do espaço cutâneo percorrido. Assim vai 
adquirindo a consciência do seu próprio corpo 
 É por volta dos 3 /4 anos que a criança tem perceção de si própria, perceciona o seu EU, vê‐
se como um ser exterior aos outros e aos objetos. 
 

Evolução da ideia, do espaço e do tempo  
 
 À medida que se vai desenvolvendo, a criança vai adquirindo e assimilando conceitos, ela 
vai formando no seu cérebro ideias, estas inicialmente muito simples e com o avançar da 
idade mais elaboradas 
 A criança desenvolve a sua ideia de espaço de forma ascendente, ou seja, ela primeiro 
adquire a noção de um espaço pequeno e gradualmente vai assimilando espaços maiores. 
 A criança inicialmente conhece o seu quarto, depois conhece a sua casa, seguindo‐se o 
espaço da escola, em seguida a rua, passando mais tarde a conhecer a sua cidade 
 O tempo é embora de forma subjetiva conhecido para a criança desde o seu nascimento, a 
sua necessidade de comer permite o contato inicial 
 A criança ao longo do seu desenvolvimento vai tendo perceção de que é tempo de dormir, 
comer ir e sair da escola. 
 

Lateralidade 
Segundo Oliveira (2008) a lateralidade é definida pela propensão do ser humano utilizar 
preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em 3 níveis: mão, olho e pé. 

 É uma sensação interna de que o corpo tem dois lados; que existem duas metades do corpo e 
de que estas são exatamente iguais 
 A lateralidade representa o predomínio normal por um lado do corpo 
 Primeiro, a criança utiliza, indiferencialmente, os dois lados do corpo e, com a maturação do 
organismo vai estabelecendo preferências por um dos lados. Isto é, a dominância lateral 
prolonga‐se naturalmente ao longo do crescimento. 
 Acontece por volta dos dois anos o controlo das pernas e dos braços, o controlo da velocidade 
juntamente com o controlo do equilíbrio. Por volta dos 3‐4 anos estabelecem‐se alguns aspetos 
de lateralidade. 
 Quanto mais estimulada, mais movimentos e experiencias a criança viva com cada um dos 
lados, mais rapidamente irá optar por um deles. 
 Modificar a preferência lateral da criança é provocar‐lhe uma violência que não afeta um 
simples hábito ou mania, mas que entra em contradição com a organização do seu cérebro. 
“Deve surgir naturalmente, da própria criança, e não ser imposta. Deve surgir dela mesma, graças à 
imagem propriocetiva que ela tem de seu corpo e as suas preferências naturais pelo uso das mãos” 
(Oliveira, 2008) 

 A lateralidade só ocorre definitivamente entre os 6 e 8 anos 

 

 
 Apesar de ser inata, predileção por uma das mãos, um dos pés ou um dos olhos não se 
manifesta de súbito na criança. 
 Meur e Staes (1989) apresentam três tipos diferentes de nomenclaturas: 
                     ‐Lateralidade homogénea. A criança é destra ou canhota do olho, da mão e do pé 
                    ‐ Lateralidade cruzada: a criança é por exemplo, destra da mão e do olho, canhota do pé 
                   ‐ Lateralidade ambidextra: a criança é tão forte e destra do lado esquerdo como do direito 
 

Perceção 
 É a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir do histórico de 
vivências passadas. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das 
informações obtidas pelos sentidos 
 Através da perceção a criança organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para lhes 
atribuir significado. 
 A perceção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico, 
envolvendo estímulos elétricos provocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos. 
 

Fatores que influenciam a perceção 
 Intensidade (quanto mais intenso for o estimulo mais depressa capta a atenção. Ex. sirenes, 
ambulâncias) 
 Contraste (quanto maior for o contraste mais atenção desperta. Ex. passadeiras) 
 Movimento (quanto mais um objeto se mexer, mais facilmente capta a atenção, as crianças são 
atraídas por brinquedos com muito movimento) 
 Incongruência (a atenção despertada por coisas bizarras. Ex. A maneira de vestir das pessoas) 
 Motivação (a atenção fica mais desperta por alguma coisa que realmente gostamos). 
 Experiência (presta‐se mais atenção ao que já se conhece). 
  

Tipos de perceção 
Perceção visual 

 Perceção de formas, cores e intensidade luminosa 
 Perceção de relações espaciais, ex. profundidade. Relacionado com a perceção espacial 
Perceção auditiva 

 Perceção de timbres, 
 Perceção da intensidade sonora ou volume 
 Perceção rítmica, relacionado coma perceção temporal; 
 Localização auditiva (perceber a origem do som), relacionado também com a perceção espacial. 
 

 

 
Perceção olfativa 

 Discriminação de odores, diferencia um odor de outros e o efeito de sua combinação; 
Perceção gustativa 

 O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação é a discriminação 
de sabores; 
Perceção táctil 
 
 Discriminação táctil (distinguir objetos de diferentes tamanhos) 
 Perceção de calor; 
 Perceção da dor; 
Perceção temporal 

 Perceção das durações, da ordem temporal e da simultaneidade, 
 Perceção e a produção de ritmos. 
Perceção espacial 

 Perceção da distância e do tamanho relativo dos objetos. 
 A perceção espacial é compartilhada pelos outros tipos de perceção, e utiliza elementos da 
perceção auditiva, visual e temporal. Assim é possível distinguir se um som é originado de um 
objeto visto e se esse objeto (ou um som) esta a aproximar‐se ou a afastar‐se. 
 
DESENVOLVIMENTO SÓCIO‐AFETIVO 
INTERAÇAO MAE/FILHO 
VINCULAÇAO  

 Necessidade de estabelecimento de contato e de laços emocionais. 
 Na espécie humana as relações são necessariamente de carater afetivo, os cuidados familiares 
e as trocas que a criança vai tendo com os elementos externos manifestam‐se sempre 
mediante emoções e sentimentos, sejam eles positivos ou não. 
 Do clima emocional das primeiras vivências depende o maior ou menor equilíbrio psicológico 
da criança no que respeita ao relacionamento social. 
 Se as experiencias vividas na vinculação inicial são agradáveis, a criança ganhará otimismo e 
confiança, garantindo relações com outras pessoas 
 Se forem desagradáveis, a criança pode tender para a desconfiança, hesitando relativamente a 
novos contatos sociais. 
 Carência afetiva: resulta de insuficiência ou distorção da relação mãe/ filho 
 A perda da figura materna gera angústia.  
 
 
HARLOW E A VINCULAÇÃO 
 

 
 Harry Harlow (1905‐ 1981) foi um psicólogo conhecido pelas experiencias sobre a privação 
maternal e social em macacos Rhesus, e que demostram a importância dos cuidados, do 
conforto e do amor nos primeiros anos de vida 
 Com as suas experiencias foi possível verificar‐se a separação entre vinculação e a satisfação 
das necessidades alimentares 
 Para além dos laços afetivos com alguém, o bebé precisa de viver num meio social estimulante 
onde possa interagir com os outros e aprender a comportar‐se em sociedade. 
 
BOWLBY E A VINCULAÇAO 

 Jonh Bowlby (1907‐1990) foi um psicólogo, psiquiatra e psicanalista, desenvolveu de forma 
pioneira Teoria da Vinculação. 
 Observou que as crianças quando afastadas da família por períodos superiores a três meses 
vêm a sofrer de perturbações como o desespero, irritação e cólera, até apatia e indiferença 
(crianças agarradas à barra da cama, ou baloiçando‐se em movimentos repetidos e sem 
sentido, assumindo um rosto inexpressivo). 
 Assim a qualidade da relação de vinculação influencia as relações posteriores. 
 
COMPORTAMENTOS INATOS  
 
Para Bowlby existem 5 comportamentos inatos que ligam a mãe ao bebé e vice‐versa. 
 Chorar e sorrir: aproximam a mãe do bebé; 
 Sução. Agarra, seguir com os olhos: aproximam a mãe do bebé. 
 
 
FASES DE DESENVOLVIMENTO DA VINCULAÇÃO 
Pré‐vinculação‐ do nascimento às 8/12semanas 

 Bebé responde com particular vivacidade às pessoas, mas não as distingue 
Fim da fase anterior até 7/8 meses a/1 ano 

 A intensidade das respostas sociais aumenta, dirigidas as pessoas conhecidas 
Fim da fase anterior até ao 2/3 ano 

 Bebé deixa a mãe para ir explorar o mundo à sua volta, retorna quando precisa de segurança 
Fim da fase anterior em diante 

 Começa a compreender os objetivos, sentimentos e pontos de vista da mãe, ajustando‐se a 
eles. 
 
 
 
 

 

 
Mary Ainsworth e a vinculação 
 A relação mãe/ filho estão relacionadas com o nível de reação das mães manifestadas nos 
primeiros meses dos filhos 
 Sistema criado: The Strange Situation (a situação estranha), para avaliar as diferenças 
individuais, nas reações das crianças, a diferentes tipos de separações e uniões com as 
respetivas mães, 
 Classificou as reações em 3 categorias: 
                 ‐ Vinculação ansiosa de evitamento (exploração independente); 
                  ‐ Vinculação securizante (desenvolvimento social); 
    ‐ Vinculação ansiosa resistente (pobreza de exploração). 
 

  Vinculação ansiosa de  Vinculação securizante       Vinculação ansiosa 


evitamento              resistente
Reação à saída da mãe    Separa‐se facilmente        Separa‐se facilmente mas  Estão presos à mãe
partilha com ela     
Reação com estranhos       São simpáticos              Reagem menos mal          Reagem mal
Reação ao regresso da  Rejeição   Felicidade    Rejeição
mãe    
 
CONSTRUÇÃO DO OBJETO 

 
ID  EGO  SUPEREGO 
Inato, instintivo  Formado a partir do ID  Formado a partir do EGO 
Amoral  Moral, pragmático  Hipermoral 
Inconsciente  Consciente  Funciona de forma não 
consciente 
Princípio do prazer  Princípio da realidade  Princípio do dever 
 

 

 
Segundo Freud, o bebé quando nasce é todo ele ID, à medida que cresce vai desenvolvendo as outras 
áreas em interação com o meio. 
  

                                                                                Sujeito‐objeto 
                                                                                    Eu‐não eu 
 
Experiência do prazer‐      experiência do não prazer 
SATISFAÇAO                     FRUSTAÇÃO 

EX bem alimentado, acarinhado         privação, ausência de algo 
Ex. falta de carinho       
 
 
Melanie Klein e a construção do objeto 
A construção do EU‐NÃO EU é realizada pelo bebé estando completa por volta dos 8 meses, nesta 
altura poderá surgir o sentimento de satisfação ou frustração. 

FASE PRÉ OBJETAL

BOA MÃE              /          BOM FILHO

ALIMENTA O SEU FILHO CONSEGUE PEDIR COISAS Á MÃE

MÁ MÃE                  /              MAU FILHO
SEM CONSTRUÇÃO DO MUNDO INTERNO E EXTERNO‐ SÓ 
AUSÊNCIA/PRIVAÇÃO
FRAGMENTOS
 
 
  
POSIÇÃO   ESQUIZOPARANÓIDE  
 
  

Porque se pode regredir ou fixar‐se nesta  Indiferenciação entre o EU e NÃO EU 
posição em qualquer idade e momento    Clivagem entre o interior e o exterior, 
  Clivagem entre B.M/B.F e M.M./M.F 
       
         Mecanismo de defesa associado à negação de uma das partes 
 
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Clivagem da realidade permite fragmentar a realidade e não permite reconhecer o objeto total (nega 
sempre uma das partes) 
Ambivalência: ligado ao desejo, a criança está indecisa entre as partes 
Com a evolução do sistema perspetivo (evolução dos órgãos sensoriais) a criança consegue captar e organizar as 
suas representações. 

Leva a que a criança identifique que a MÁ MAE é a mesma BOA MÃE‐ dá‐se a união das coisas boas e 
más 
 
POSIÇÃO ESQUIZOPARANÓIDE  POSIÇÃO DEPRESSIVA 
                                              
                                         
 
                
Relações totais: o objeto é um todo com partes 
diferenciadas. 
Relações parciais: desfragmentação da 
realidade A criança tem a ilusão de  Destruição da ilusão, entra na fase da desilusão‐ 
que controla o mundo  1ª frustração 

 
 
 
 
  Ambivalência e culpabilidade 

  (a mãe que dá carinho á a mesma que 
ataco quando faço birra) 
 
 
ÁREA TRANSACIONAL DE CONTATO COM A REALIDADE – WINNICOTT 

 Quando a criança começa a reconhecer que não é ela que controla o mundo exterior, para 
que não deprima cria‐se uma área de contato com a realidade, envolve os dois mundos – 
interno e externo 
 Surgem os objetos transitivos/transacionais 
 
 

 
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OBJETOS TRANSITIVOS/TRANSACIONAIS 

 Primeira posse da criança; 
 É um objeto moldável, agradável ao tato, que é insubstituível; 
 Acalma o bebé – é procurado quando vai dormir ou quando está inseguro; 
 É tanto amado como odiado, mas é indestrutível; 
 É usado a partir do 6º mês para ligar a criança ao mundo interior, é destruído quando perde 
as suas funções. 
Só é objeto transitivo quando a criança faz um drama quando fica sem ele. 

SPITZ E O SORRISO 
 Os sorrisos iniciais do bebé (enquanto dorme, ou quando tem os olhos fechados) são 
reflexos automáticos 
 Segundo o autor entre as 6 e as 12 semanas o sorriso surge com a 1ª manifestação 
comportamental ativa e intencional da criança – comunicação mãe/filho. 
 O sorriso é o comportamento que une o fisiológico e o emocional 
 Aos 3 meses o bebé já tem um sorriso para pessoas preferenciais – sorriso social e 
intencional 
 Entre o 6º e o 8º mês o bebé distingue o amigo do estranho. 

Depressão anaclítica 
Privação parcial de cuidados maternos 

 1ºmês (de separação da mãe) – choro persistente sempre que alguém se aproxima 
 2ºmês – guinchos. Paragem do desenvolvimento. Perda de peso 
 3ºmês – recusa de contato – posição patognomónica (barriga para baixo). Insónia. Perda de 
peso. Atraso motor generalizado. Rigidez na expressão facial 
 Após o 3º mês rigidez facial. Não chora. Letargia  
 Entre os 3 e os 5 meses – período critico‐ se a privação materna terminar o quadro anterior 
é reversível. 
Hospitalismo 
Privação total de cuidados maternos 
 1º Depressão anaclítica 
 2º Marasmo (desinvestimento de tudo) 
 3º Morte ou graves atrasos de desenvolvimento 
 Nesta situação a separação materna é contínua e irreversível, 
 Os bebés ficam com aspeto envelhecido, não comem e perdem a interação com o meio. 
                   Separação ≠  carência   
Entrada no grupo 
Isolamento social 
“O individuo é essencialmente social. É‐o não em consequência se contingências exteriores, mas 
em consequência de uma necessidade intima. É‐o geneticamente.” 

 
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Henri Wallon, 1946 
A sociabilidade, a tendência natural para viver em sociedade, é desenvolvida através do processo 
de socialização. 
O isolamento social é a ausência de contatos sociais. 
 

Desenvolvimento da linguagem 
“(…)é a necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento da 
linguagem”, OLIVEIRA (1999,pag.42) 
Linguagem como forma de comunicação  

 A palavra “comunicar” provém do latim Comunicare e significa “pôr em comum”. 
Comunicar é um ato fundamental da vida humana, não podemos não comunicar, estamos 
sempre em interação com alguma coisa ou com alguém. A comunicação é o mecanismo 
através do qual as relações humanas existem e se desenvolvem. 
 COMUNICAÇÃO é a capacidade de construir mensagens, segundo um código/mensagem 
aceite e compreendida pelo emissor e pelo recetor, que pode ser submetida a ruídos até 
chegar ao recetor, que por sua vez dará o feedback a essa mesma mensagem. 
 LINGUAGEM: sistema complexo e dinâmico de símbolos convencionais, usado em 
diferentes circunstâncias para permitir comunicar e pensar 
 FALA: modo de comunicação que pressupõe a produção oral para transmissão de 
mensagens e envolve a coordenação precisa e a maturação do sistema nervoso e cordas 
vocais para a produção de unidades linguísticas. 
 

Tipos de comunicação 
 
 Verbal‐ “aquilo que se diz”, palavras ou frases escritas ou faladas, pode ser: 
‐ verbal escrita‐livros, cartazes, jornais, cartas, telegramas; 
‐ verbal oral‐diálogo entre duas pessoas, radio, televisão, telefone. 
 Não‐ verbal‐ demostrada pelo olhar, expressão facial, postura corporal, gestos ou 
movimentos, tons ou volume da voz, velocidade com que falamos e nos movemos, 
desenho, pintura, música ou outros símbolos. 
 
Etapas na aquisição da linguagem 
 
 1 a 3 meses ‐ presta atenção aos sons e acalma‐se com a voz da mãe. Chora, faz alguns 
sons, dá gargalhadas. Observa o rosto, sorri quando alguém fala com ele, 
4 a 6 meses ‐ procura de onde vem o som. Grita faz alguns sons como se estivesse 
conversando e imita sua voz 
7 a 11 meses ‐ encontra de que lado vem o som. Faz alguns sons. Repete palavras. Bate 
palmas, aponta o que quer e dá tchau. 

 
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12 meses ‐ começa a falar as 1ªs palavras, imita a ação de outras pessoas 
18 meses ‐ pede as coisas usando uma palavra. Já sabe falar cerca de 20 palavras. 
2 anos ‐ consegue dizer frases curtas com duas palavras. Já sabe falar cerca de 200 palavras. 
3 anos ‐ é possível entender tudo o que ele fala, mas às vezes ele conjuga errado. Conhece 
cores 
4 anos ‐ inventa histórias. Compreende regras de jogos simples. 
5 anos ‐ forma frases completas, fala corretamente. 
6 anos ‐ aprende a ler e a escrever. 
 

Estádios de desenvolvimento da linguagem 
 Pré‐linguístico: quando o bebé utiliza como forma de comunicação os sons, sem palavras ou 
gramatica (recém‐nascido; 3 meses; 6 meses, 9 meses; 12 meses) 
 Linguístico: quando usa palavras (18 meses; 2 anos; 3, 4, 5 anos 
 
Pré‐linguístico 
 
 A criança utiliza o choro para comunicar 
 Ao nascer o choro ainda é indiferenciado, porque nem a mãe sabe o que ele significa 
 Depois de começar a ter vários significados, a mãe consegue saber se o bebé chora porque 
tem fome, se tem cólicas, se está desconfortável, se quer colo, estre outros. 
 A vinculação estabelecida entre a mãe/bebé dá‐lhe elementos para compreender o seu 
choro. 
 O gaguejo/ balbucio ocorre de repente, por volta dos 6‐10 meses, e caracteriza‐se pela produção e 
repetição de sons de consoante e de vogais como “ma‐ma‐ma‐ma”, que por vezes é confundido com a 
1ª palavra do bebé. 
O jogo vocal repetitivo, de sílabas ou de palavras chama‐se ecolália. 
A criança repete‐as pelo prazer de falar, não existe a preocupação de fazer sentido ou de a 
mensagem ser direcionada a alguém 
Nesta fase a criança ainda não tem a intenção de comunicar  
 Aos 10 meses, os bebés imitam deliberadamente os sons que ouvem, deixando clara a 
importância da estimulação externa para o desenvolvimento da linguagem. 
 Aos 12 meses o bebé já tem alguma noção de comunicação e possui um conjunto de sinais 
para comunicar‐se com os cuidadores 
 Os bebés imitam os sons que ouvem, por isso caso existam dificuldades de audição vai 
refletir‐se na comunicação oral. 
 
Linguístico 
   
 A criança já possui maturação do cérebro e também dos músculos necessários à 
comunicação a partir da fala 
 Aos 18 meses a criança já deverá ter um vocabulário de cerca de 20‐50 palavras, no entanto 
ainda apresenta características da fala pré‐linguística e não revela frustração se não for 
compreendida. 

 
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 Entre os 12 e os 18 meses, aparecem as primeiras palavras com valor de mensagem 
completa ‐ a chamada fase da holófrase, isto é, uma única palavra que como é produzida 
num contexto funcional adquire vários significados segundo as variantes da sua utilização. 
 Se uma criança diz “ua” isto poderá significar: “vamos à rua”, a palavra‐frase ao mesmo 
tempo é o sujeito e predicado. 
 Os outros termos gramaticais aparecem no gesto e na expressão facial da criança. 
 É a chamada fala telegráfica, em que o comprimento médio de enunciado é de um 
morfema. 
 Entre os 18 e os 24 meses a criança começa a produzir pequenos enunciados, 
maioritariamente compostos por substantivos, alguns verbos, raros advérbios, geralmente 
sem a presença de artigos, pronomes, conjunções e proposições. 
 Quando a criança começa a vivenciar a fase da função simbólica através do jogo simbólico. 
Esta começa a assimilar que determinado objeto tem uma função própria (ex. o copo é para 
beber, o garfo é para comer…) ela própria quer utilizar os objetos nas suas funções. 
 Entre os 2 e os 3 anos as crianças começam a adquirir os 1ºs fundamentos da sintaxe, 
preocupam‐se com as regras gramaticais, no entanto não consideram as exceções. 
 É por isso que a criança diz “fazi”, “eu ouvo”… 
 Aos 6 anos a criança fala utilizando frases longas, tentando utilizar corretamente as normas 
gramaticais. 

Como estimular o desenvolvimento da linguagem 
0‐6meses 

 A comunicação com o bebé deve ser calma e calorosa, ria, cante; 
 Chame a atenção e explique os sons que o bebé ouve; 
 Diga o nome das pessoas e dos objetos familiares; 
 Descreva o que está a fazer. 
12 meses 
Brinque com a sua própria voz, o discurso melódico ajuda a compreender e a utilizara linguagem de 
forma eficaz; 

 Encoraje todas as formas de interações, expressões faciais, olhar, risos; 
18 meses 

 Expresse palavras simples, mas evite um discurso infantil; 
 Leia livros apelativos e converse sobre eles 
2 anos 

 Explique o significado de palavras que a criança não entende; 
 Repita as palavras que ele não pronuncie bem, mas não insista para que as repita; 
3 anos 

 Ensine a criança a contar histórias; 
 Ajude‐a a clarificar pensamentos e sentimentos. 

 
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4 anos 

 Leia histórias coma criança, contem a história de forma alternada; 
 Explore as imagens e associe as imagens às palavras; 
 Deixe que a criança a observe a ler (as crianças precisam de um modelo), 
 A partilha do exemplo encoraja uma atitude positiva face à linguagem e também à leitura. 
 

Cognição e linguagem 
 Chowshy defende a ideia de que a estrutura da linguagem é, em grande parte, especificada 
biologicamente (nativista). 
Skinner afirma que a linguagem é aprendida inteiramente por meio de experiencia 
(empirista). Piaget consegue chegar mais perto de uma compreensão completa do 
desenvolvimento da linguagem. 
 Apesar de haver diversas teorias relativamente ao desenvolvimento da linguagem é 
importante reter que os fatores inatos relacionam‐se com fatores cognitivos, sociais e 
comportamentais. 
 
Piaget e a linguagem 

 Para Piaget tanto a genética (o sujeito) quando as interações com o mundo social (o meio) 
são importantes para o desenvolvimento da linguagem, 
 O aparecimento da linguagem decorre de algumas das aquisições do período sensório‐
motor (pensamento simbólico) e também da capacidade de aprendizagem por imitação; 
 As primeiras palavras são intimamente relacionadas com os desejos e ações da criança. 
 Piaget admite uma interação reciprocas entre pensamento e linguagem, porque se a 
linguagem procede de uma inteligência parcial, estruturada, também ela exerce uma ação 
estruturante sobre a inteligência. 
 Quando a linguagem é dominada pela criança é um instrumento do pensamento e 
proporciona o raciocínio verbal. A criança pode utilizar de forma adequada a linguagem, 
mas não quer dizer que domine a estrutura logica da linguagem, o que só acontece por 
volta dos 11‐12 anos, com as operações logico‐formais. 
 A linguagem costuma refletir o pensamento e pode ser tida como o elo final da cadeia de 
processos psíquicos que se iniciam com a perceção e terminam com a palavra falada ou 
escrita. 
 Podemos afirmar que não existem pensamentos que não sejam formulados por uma 
determinada expressão verbal. É por isso que não se estabelecem diferenças entre as 
perturbações do pensamento e as alterações da linguagem. 
O desenvolvimento humano depende de fatores biológicos ‐ hereditariedade/maturação /genética 
                                                                                            ‐ psicológicos‐cognitivos 
                                                                                             ‐ ambientais 

 
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