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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS - CCJS


UNIDADE ACADÊMICA DE DIREITO

TURMA: 7º manhã

1. (IV Exame OAB/ 2011) A sociedade empresária XYZ Computação Gráfica S.A. teve sua
falência decretada. Na correspondente sentença, foi autorizada a continuação provisória das
atividades da falida com o administrador judicial, fato esse que perdurou por um período de
10 (dez) meses. Como são juridicamente qualificados os titulares dos créditos trabalhistas
relativos a serviços prestados durante esse interregno posterior à decretação da falência?
A) Credores concursais.
B) Credores concorrentes prioritários.
C) Credores reivindicantes.
D) Credores extraconcursais.

Resposta: Créditos extraconcursais são aqueles que não estão sujeitos a regra do concurso,
são créditos dotados de um privilegio especial na ordem de recebimento, por ter uma
hierarquia na categoria dos credores, e entre estes estão os Titulares de créditos trabalhistas
que surgiram após a decretação da falência, contraídos diretamente pelo administrador
judicial. Com fundamentação na Lei nº 11.101/05, arts. 83 e 84, I.

2.(Exame OAB/2010.3) A sociedade empresária denominada KLM Fábrica de Móveis Ltda.


teve a sua falência decretada. No curso do processo, restou apurado que a sociedade, pouco
antes do ajuizamento do requerimento que resultou na decretação de sua quebra, havia
promovido a venda de seu estabelecimento, independentemente do pagamento de todos os
credores, ao tempo, existentes, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, e sem
que lhe restassem bens suficientes para solver o seu passivo. Diante desse quadro, é correto
afirmar que a alienação é:

A) Revogável por iniciativa do administrador judicial.


B) Ineficaz em relação à massa falida.
C) Nula de pleno direito.
D) Anulável por iniciativa do administrador judicial.

Resposta: É defeso ao falido praticar qualquer ato que se refira direta ou indiretamente aos
bens após a abertura da falência, e a eficácia de qualquer alienação depende do pagamento de
todos os credores ao tempo existentes, do consentimento expresso ou tácito destes, e da
manutenção de patrimônio suficiente para solver o seu passivo. Portanto, conforme Arts. 94,
III, ”a” e 129, VI, da Lei Falimentar, a alienação restará ineficaz quanto à massa falida.

3. (OAB/2010.2) Delta Ltda. teve sua falência decretada em 11/01/2010. Delta possuía um
imóvel hipotecado ao Banco Junior S/A, em garantia de dívida no valor de R$ 1.000.000,00 O
imóvel está avaliado em R$ 1.200.000,00. A Fazenda Pública Estadual tem créditos a receber
de Delta Ltda. relacionados ao ICMS não pago de vendas ocorridas em 03/01/2008.Com base
no exposto acima, assinale a afirmativa correta.

A) A Fazenda tem direito de preferência sobre o credor com garantia real, em virtude de seus
privilégios
B) A Fazenda não pode executar o bem, em função de ter havido a quebra da empresa,
prevalecendo o crédito com garantia real.
C) A Fazenda tem direito de preferência uma vez que a dívida tributária é anterior à hipoteca.
D) A Fazenda respeitará a preferência do credor hipotecário, nos limites do valor do
crédito garantido pela hipoteca.

Resposta: A fazenda respeitará a preferência do credor hipotecário, no limites do valor do


credito garantido pela hipoteca, pois se trata de obediência aos critérios legais de preferência
no pagamento dos credores. Como preceitua o art. 186, parágrafo único, I, do CTN o crédito
tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passiveis de restituição,
conforme lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no valor do bem gravado.

4. (OAB/ Exame Unificado – 2007.2 – 2ª fase) Uma sociedade empresária manejou pedido de
recuperação judicial, com o objetivo de suspender o curso de sua falência, à semelhança do
pedido de concordata suspensiva. No que se refere à situação hipotética descrita, elabore um
texto, devidamente fundamentado e com menção a legislação pertinente, esclarecendo se o
atual estágio do direito falimentar brasileiro admite a recuperação suspensiva de falência. (10
linhas)

Resposta: No caso em tela não será possível pedir a conversão da falência em recuperação de
empresas. Tendo em vista que não existe mais a modalidade de recuperação suspensiva, como
existia na lei anterior a concordata suspensiva. E conforme segundo o Art. 48, inciso I, da Lei
nº. 11.101/2005, poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido,
além de exerçer regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos, deve atender aos
requisitos da lei supra, e um desses requisitos é não ser falido e, se o foi, estejam declaradas
extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes.

5- (OAB/ Exame Unificado – 2009.2 – 2ª fase) Sara e Ana, que constituíram a sociedade
Sarana Lanches, para atuar no ramo de venda de alimentos do tipo fast food, não inscreveram
os atos constitutivos da sociedade no registro competente. Visando aumentar a produção, Ana
adquiriu, em nome da sociedade e em vultosas parcelas mensais, máquinas industriais para
preparar alimentos. Como as prestações se tornaram excessivamente onerosas, as sócias não
conseguiram solvê-las, razão pela qual o credor decidiu promover execução judicial a fim de
receber o valor devido. Em face dessa situação hipotética, responda de forma fundamentada,
aos seguintes questionamentos:
A) Ana poderá ter seu patrimônio pessoal executado antes dos bens da sociedade?

Resposta: Sim, de acordo com o art. 990, do Código Civil, todos os sócios respondem
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto
no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. Portanto, os bens de Ana responderão já
que contratou pela sociedade, perdendo, assim, o benefício da subsidiariedade.

B) A sociedade constituída por Sara e Ana tem capacidade processual? Está sujeita ao
processo falimentar?

Resposta: Conforme preceitua o art. 987, do CC/02, os sócios, nas relações entre si ou com
terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros
podem prová-la de qualquer modo. Desta forma, a sociedade constituída por Sara e Ana tem
capacidade processual, e sujeita ao processo falimentar, sendo sua existência provada por
terceiro de qualquer modo, com fundamento no dispositivo supra, sendo que seus bens
constituirão patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum (art. 988, CC/02).

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