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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SANTA TERESINHA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE TIMBAÚBA- FACET

GUILHERME ALEXANDRE XAVIER DE SOUZA


TAYNAH CAVALCANTE DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS ÍNDICES IMPOSTOS PELA LEI DE


RESPONSABILIDADE FISCAL

TIMBAÚBA, 2013
ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR SANTA TERESINHA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE TIMBAÚBA- FACET

GUILHERME ALEXANDRE XAVIER DE SOUZA


TAYNAH CAVALCANTE DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS ÍNDICES IMPOSTOS PELA LEI DE


RESPONSABILIDADE FISCAL

Trabalho de conclusão do Curso de


Ciências Contábeis, com o objetivo
de obtenção do título de Bacharel
em Contabilidade pela Faculdade de
Timbaúba - FACET.

Orientador: Prof.(a) Juliana


Paiva de Oliveira

TIMBAÚBA, 2013
RESUMO

O trabalho analisa os índices impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),


na gestão pública dos municípios da zona da Mata Norte de Pernambuco,
correspondendo a um total de 17 municípios. Tendo como objetivo geral mostrar a
contribuição dos índices impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), para o
melhoramento da Gestão Pública e como objetivo específico a contextualização da
evolução da Gestão Pública, comentando a Legislação Pertinente e apresentando
os benefícios da LRF. Como problemática da pesquisa, qual a contribuição dos
índices impostos pela LRF para o melhoramento da Gestão Pública? Com o
propósito de analisar a aplicabilidade dos índices da LRF, é que ressalta - se a
importância da mesma para a sociedade. A metodologia utilizada é a descritiva, o
método de procedimento a ser utilizado será o teórico-empírico e o método de
abordagem é o quantitativo. Foi observado durante a pesquisa que a maioria dos
municípios da Zona da Mata Norte de Pernambuco estão ultrapassando o limite
máximo de gastos com pessoal e estão sujeitos às sanções cabíveis. Portanto como
a maioria dos municípios pesquisados está com os seus limites estourados,
percebemos que os gestores públicos ainda não dão a devida importância a LRF, no
que diz respeito a uma gestão responsável e acima de tudo com transparência.

PALAVRAS CHAVE: Lei de Responsabilidade Fiscal, Gastos com Pessoal, Gestão


Pública.
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa visa fazer uma análise dos índices impostos pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) para o melhoramento da Gestão Pública nos
municípios do Estado de Pernambuco, ressaltando os 17 municípios pertencentes a
Zona da Mata Norte de Pernambuco.
De acordo com o Art. 18º da Constituição Federal de 1988, a organização
político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Todas essas esferas de governo têm
sua própria autonomia política, administrativa e financeira para oferecer serviços
públicos visando atender as necessidades da população. O administrador público
deverá coordenar a alocação dos recursos da entidade para promover o bem-estar
social usando como guia planos de ação definidos anteriormente. Para a
administração dos entes públicos, os gestores devem obedecer a princípios
constitucionais que têm como objetivo reger suas condutas a frente das
organizações públicas as quais administram. Os princípios que norteiam a
administração pública são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. (CF 1988). O princípio da legalidade determina que o gestor público só
possa fazer aquilo previsto em lei.
Para nortear o administrador público em seu planejamento, a Constituição
Federal em seu Art. 165º, determina a hierarquia dos processos de planejamento do
orçamento como: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e
Lei Orçamentária Anual (LOA).
Tendo como objetivo geral mostrar a contribuição dos índices impostos pela
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), para o melhoramento da Gestão Pública e
como objetivo específico a contextualização da evolução da Gestão Pública,
comentando a Legislação Pertinente e apresentando os benefícios da LRF.
Como problemática da pesquisa, qual a contribuição dos índices impostos
pela LRF para o melhoramento da Gestão Pública?
Com o propósito de analisar a aplicabilidade dos índices da LRF, é que
ressalta - se a importância da mesma para a sociedade.
Com a existência da Lei de Responsabilidade Fiscal os Controles Externos e
Internos podem exercer uma fiscalização mais efetiva, como também a população
pode acompanhar melhor onde estão sendo gastos os recursos públicos.
2 METODOLOGIA
O processo que utilizaremos nesta pesquisa é a descritiva, pois segundo Gil
(1999), uma pesquisa descritiva configura-se como um estudo intermediário entre a
pesquisa exploratória e a explicativa, não é tão preliminar como a primeira nem tão
aprofundado como a segunda. Identificando, relatando, comparando, entre outros
aspectos.
O método de procedimento a ser utilizado nesta pesquisa será a teórica –
empírica, porque nos baseamos em uma pesquisa de campo para melhor análise
dos índices impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal nas Prefeituras da mata
norte de Pernambuco.
Devido à grande quantidade de municípios do estado de Pernambuco,
resolvemos diminuir a abrangência da pesquisa para os municípios da Zona da Mata
de Pernambuco, por ser a região em que os autores da presente pesquisa residem,
utilizando uma técnica de pesquisa documental e bibliográfica para analisar os
dados com mais eficácia.
O material utilizado para a pesquisa será os RREO (Relatórios Resumido de
Execução Orçamentária e os RGF (Relatórios de Gestão Fiscal) enviados pelos
municípios da Zona da Mata de Pernambuco aos Tribunais de Contas e a Secretaria
do Tesouro Nacional durante o ano de 2012.
O método de abordagem que vamos utilizar na pesquisa, é a quantitativa
porque requer uma atenção maior em cima da questão-problema a investigar.

3 GESTÃO PÚBLICA
Não podemos falar de Gestão Pública sem fazer uma breve introdução de
como surgiu a contabilidade no Brasil.
De acordo com SCHMIDT, a contabilidade no Brasil surgiu no reinado de D.
João VI. Com a instalação de seu governo provisório em 1808 foi publicado um
alvará obrigando os Contadores Gerais da Real Fazenda a aplicarem o método das
partidas dobradas na escrituração mercantil. Depois disso em 1850, foi promulgado
o código comercial, instituindo a obrigatoriedade da escrituração contábil e da
elaboração anual da demonstração do balanço geral.
Após a proclamação da República em 1889, sentiu-se a necessidade de
maior controle das coisas públicas, sendo aprovado em 1922 o Código de
Contabilidade da União, o qual foi substituído pelo Decreto lei nº 2.416/40, que
institui normas para a elaboração da Contabilidade dos estados e municípios. O
Decreto lei 2.416 determinava um modelo padrão de balanço para as entidades
públicas onde foi substituído pela Lei Complementar nº 4.320/64 que ainda está em
pleno uso pelos entes públicos.

Evolução dos modelos de gestão


O Estado brasileiro era um estado Oligárquico e patrimonial no inicio do
século XX, com o passar de cem anos, tornou-se hoje um Estado democrático entre
burocrático e gerencial, que tem sua economia capitalista globalizada. Portanto a
política deixou de ser escolhida pela elite e passou a ser uma democracia, onde a
opinião pública passou a ter importância crescente, lamentando que os governantes
continuem com suas baixas representatividades para com o Estado.

I) Patrimonialista
Este modelo patrimonialista foi implantado no Brasil pelo Estado colonial
Português, onde uma pequena elite de senhores de terra e de políticos
patrimonialistas quem dominavam o país, portanto não havia distinção de bens
públicos e particulares, tudo pertencia ao Estado, tornando o Estado patrimônio do
seu governante. No Império, foi seguida uma antiga tradição portuguesa de séculos,
formara-se uma elite patrimonialista, que ao invés de viver das rendas de terra,
viviam sustentados das rendas do Estado, e tinham autonomia no poder político.
Essa elite brasileira era formada por juristas, e eles eram autoridades,
funcionários do Estado. Tem razão José Murilo, em especificar que essa elite
política patrimonialista brasileira do Império, faltava poder para poder governar
sozinha, não havia democracia, as eleições uma farsa, a distância educacional e
social da elite política do restante da população, era imensa. Os critérios
administrativos eram pessoais, e não havia preocupações com a eficiência da
máquina estatal.
Quando a burocracia estamental, de caráter aristocrático, começou introduzir
pouco a pouco por elementos externos, com origem social mais baixa, já não
podemos falar de um estamento patrimonial, pois é a administração pública
burocrática que estava surgindo.

II) Burocrática
É um período de transição a primeira República, começando com a
Proclamação da República, primeiro golpe militar da história brasileira. Com o passar
do clima provocado pela Proclamação da República, sobre as ideias, nem mesmo a
elite conseguiu chegar a um acordo de qual seria a relação entre o cidadão e o
Estado. Foram fracassados sistematicamente a ação política, as tentativas de
mobilizar e organizar a população de acordo com os padrões conhecidos nos
sistemas liberais. O regime continuava oligárquico, as eleições fraudulentas, a
estrutura econômica e de poder continuavam a mesma, ao contrário, com o
estabelecimento da federação na Constituição de 1891, com a descentralização
política de um Estado, onde no Império era centralizado, o poder dos governantes e
das oligarquias locais, aumentavam não diminuíam.
Em 1930 surge a política dos governantes, eles quem definiam os rumos
políticos do país, mas esse poder desses governadores era contraditório, pois
tinham mais poder em relação a União, já em relação aos coronéis locais dos quais
passavam a depender, tinham menos poder.
Estes problemas eram insatisfatórios para os militares, e para os liberais que
clamavam por democracia. Isso levou a aliança política instável de 1930, que levou
ao Estado burocrático e autoritário do primeiro Vargas, esse governo era intimo
contraditório, de um lado, seu componente civil, era liberal, e era contra as farsas
das eleições, defendia o voto secreto, queria acabar com o poder das oligarquias
locais. De outro lado, era um movimento conservador, onde muitos indivíduos
constituíam as próprias oligarquias estaduais. De um terceiro lado, tinha um forte
componente militar, burocrático e autoritário, com um objetivo de centralizar o poder
nacional, tendo sob controle os coronéis locais e federais.
Getúlio Vargas liderava com excessiva competência política e administrativa
a transição, estabelecendo o poder da União sob os estados federados e as
oligarquias locais, dando um empurrão ao processo de industrialização.
A moderna democracia evoluiu do estamento burocrático patrimonialista.
Diferentemente da passada, a burocracia além de tarefa política e administrativa, a
nova burocracia passava a ter uma função econômica essencial na coordenação
das grandes empresas produtoras de bens e serviços, estaduais ou privadas.
Foi criado um órgão chamado DASP (Departamento Administrativo do
Serviço Público), que passou a ser órgão executor formulando formas de pensar e
organizar a administração pública, onde suas principais realizações segundo Beatriz
Wahrlich, cujo livro A Reforma Administrativa da Era Vargas: ingresso no serviço
público por concursos, critérios gerais e uniformes de classificação de cargos,
organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático,
administração orçamentária, padronização das compras do Estado, racionalização
geral de métodos. Além disso, o DASP ajudou no estabelecimento de alguns outros
órgãos reguladores da época.
O Estado Burocrático, na sociedade capitalista, industrial teve vida curta,
diferente do Estado Patrimonialista que teve longa duração no meio da Sociedade
Mercantil e Senhorial. Tornou-se curta porque chegou tarde e foi atropelada pela
reforma gerencial.
Vargas foi deposto em Outubro de 1945, fazendo com que o DASP no novo
regime perdesse grandes atribuições, os esforços de ter uma administração pública
burocrática no país não tinha impacto algum sobre a administração. A utilização dos
princípios rígidos da administração pública burocrática era um empecilho ao
desenvolvimento do país.
Em 1963, começaram os estudos para uma reforma torna-se eficiente a
administração pública. Com o fim do autoritarismo e o fracasso da burguesia
industrial em liderar politicamente o país, deram sumiço a Sociedade Capitalista
Industrial e o Estado Burocrático, fazendo com quem surgisse uma mal definida
Sociedade Pós-Industrial, abrindo caminho para a reforma gerencial da
administração pública, que visava reconstruir o Estado, dentro de uma política
democrática e de uma economia globalizada.

III) Gerencial
A idéia de uma administração pública gerencial no Brasil começou a
desenhar-se na primeira reforma administrativa em 1930, e surgindo na segunda
reforma de 1967 através do Decreto-Lei 200, sob o comando de Amaral Peixoto e a
inspiração de Hélio Beltrão, o qual seria o pioneiro das novas ideias no Brasil.
Beltrão foi Ministro da Desburocratização entre 1979 e 1983, período este o qual foi
definido o Programa Nacional de Desburocratização, lançado em 1979, como uma
proposta política visando, através da administração pública. “retirar o usuário da
condição colonial de súdito para investi-lo na de cidadão, destinatário de toda a
atividade do Estado” (Beltrão, 1984:11).
A reforma proposta pelo Decreto-Lei 200 foi considerada um primeiro passo
da administração gerencial no Brasil, pelo fato de que todo destaque foi dado à
descentralização mediante a autonomia da administração indireta, junto à rigidez da
administração direta e da maior eficiência da administração descentralizada. Com o
Decreto-Lei distribuiu as atividades de produção de bens e serviços entre as
empresas públicas, autarquias, fundações e sociedades de economia mista,
firmando assim uma característica que já era utilizada na prática. Foi utilizado o
regime privado de contratação de trabalho nas unidades descentralizadas. Foi um
momento de grande expansão nas empresas estatais e fundações, onde através da
flexibilização de sua administração procurava-se obter maior eficiência nas
atividades econômicas do Estado, fortalecendo-se as alianças políticas entre as
burocracias estatal, civil, militar e a classe empresarial.

4 LEGISLAÇÃO PERTINENTE

Orçamento Público
Conforme PIRES (1996, P.55), orçamento público é um processo de
planejamento contínuo e dinâmico de que o Estado se utiliza para demonstrar seus
planos e programas de trabalho, para determinado período. O orçamento abrange a
manutenção das atividades do Estado, o planejamento e a execução dos projetos
estabelecidos nos planos e programas de governo.
Segundo FILHO (2010, P. 05), orçamento público é uma ferramenta legal de
planejamento das entidades de Administração Pública onde são apresentadas as
receitas previstas e despesas fixadas que serão realizadas pelo ente, em um
determinado período, objetivando a execução de programas de governo, bem como
as transferências, os pagamentos de dívidas, etc.
Existem vários tipos de orçamento público, o utilizado atualmente é o
orçamento-programa. O orçamento-programa é um instrumento de ação do governo
que permite a identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades
que o governo pretende trabalhar, além de estabelecer objetivos e metas a serem
postas em prática, prevendo os custos e os resultados esperados, oferecendo maior
transparência dos gastos públicos. O orçamento evoluiu ao longo da história,
deixando de ser orçamento tradicional com ênfase nos gastos, passando ao
orçamento desempenho que é denominado hoje de orçamento programa, com
ênfase nas realizações.
A elaboração do orçamento, classificação das despesas e receitas como
também a criação do plano de contas é realizada de acordo com o que preceitua a
Lei nº 4.320 de 17 de março de 1964. Em seu Art. 1º, a Lei 4.320 estatui normas
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o
disposto no Art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

Lei 4.320/64
A Lei 4.320 de 17 de março de 1964 conhecida também como Lei do
Orçamento estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle
dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal. Portanto esta Lei tem como objetivo o controle sistemático dos recursos
econômico-financeiros do Governo, utilizando ações administrativas da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
De acordo com a Lei 4.320 a Contabilidade Pública é a parte da
contabilidade que coleta, registra, controla e analisa os atos e os fatos da Fazenda
Pública, acompanha e demonstra a execução do orçamento, como também, verifica
as variações do Patrimônio Público.
A contabilização dos atos e fatos da administração pública, como também a
elaboração dos balanços e dos vários demonstrativos contábeis seguem os modelos
e normas definidos pela Lei 4.320/64.

Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) - Lei Complementar nº 101/2000.

É uma lei que veio para tentar controlar os gastos dos Estados e Municípios,
tentando por condições na arrecadação de tributos desses entes públicos. Esta lei
também veio promovendo a transparência dos gastos públicos. A lei obriga que os
entes públicos apresentem detalhadamente suas finanças ao Tribunal de Contas (da
União dos Estados ou dos Municípios), onde esses órgãos podem aprovar ou não as
contas, se caso a conta for reprovada, será instaurada uma investigação em relação
ao poder Executivo, gerando multa ou a proibição de poder disputar nova eleição. A
LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na
gestão fiscal, tendo como amparo o Capítulo II, do Título VI, da Constituição Federal.
Embora seja o Poder Executivo o principal agente responsável pelas
finanças públicas e, por isso, o foco da Lei de Responsabilidade Fiscal, os Poderes
Legislativo e Judiciário também são submetidos à referida norma.
Essa lei veio para renovar a contabilidade e a execução do Orçamento
Público, à medida que estabelece limites de gastos, seja para as despesas do
exercício, ou para, o grau de endividamento.
Criada no governo de Fernando Henrique Cardoso, a LRF provocou uma
mudança fundamental na maneira de como a gestão financeira se conduzia dos três
níveis de governo, sabendo planejar antes o que será executado, controlando os
custos envolvidos, cumprindo com o programa dentro deste custo previsto, onde sua
criação foi promovida pelo governo Federal para estabilizar a economia brasileira a
partir do plano Real.
O objetivo da LRF é melhorar a administração das contas públicas no Brasil
fixando limites para despesas com pessoal, dívida pública e ainda criando metas
para controlar receitas e despesas. Outro ponto importante da LRF é que nenhum
governante pode criar uma nova despesa por mais de dois anos, sem indicar a
origem de sua receita ou sem reduzir outras despesas já existentes. Com isso o
governante consegue sempre pagar suas despesas sem comprometer o orçamento
do ente público.

5 BENEFÍCIOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL


A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é uma ferramenta de extrema
importância para a Contabilidade Pública porque representa um grande avanço na
forma de administrar os recursos que os contribuintes colocam a disposição dos
governantes.
Com a LRF os governantes obedecem às regras e os limites impostos pela
Lei para administrar as finanças de maneira transparente e equilibrada, pois estão
sujeitos as penalidades e sanções determinadas pela lei. Dessa forma temos uma
maior responsabilidade na gestão fiscal dos recursos públicos.

Principais características
O objetivo principal da LRF é a transparência como um princípio de gestão
que deve ser colocado em prática nos Poderes Executivo, Legislativo, Tribunais de
Conta e Poder Judiciário.
São características que a LRF presa:
 Transparência na gestão
 Mudança de cultura
 Conflitos organizacionais
 Gestão participativa
 Habilidades e atitudes apropriadas a um novo modelo de gestão

Segundo Cruz, 2001, a inclusão e o tratamento em documentos legais do


tema transparência é uma experiência nova no Brasil. E em suas argumentações
sobre os motivos da inclusão do tema na LRF, esse autor continua, dizendo que
“dentre as finalidades da transparência da gestão fiscal, há o intuito de prover o
Estado com o arcabouço legal necessário à institucionalização, no país, de um
sistema de informações em dia com os padrões e as demandas internacionais”, e
que, “traduzindo o princípio da transparência, este sistema busca franquear ao
público acesso a informações relativas à política fiscal, divulgando-as segundo
padrões de confiabilidade, abrangência e comparabilidade”.
Para prevenir riscos e corrigir desvios que virão a afetar o equilíbrio entre
receitas e despesas a LRF estabelece regras a serem observadas quanto a:
 Cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas;
 Obediência a limites e condições, nos casos de:
o Renúncia de receitas;
o Geração de despesas (pessoal, seguridade, etc);
o Despesas com dívidas consolidada e mobiliária;
o Realização de operações de crédito, inclusive por antecipação
da receita;
o concessão de garantia;
o Inscrição em restos a pagar.
6 LIMITES DA LRF

Receita Corrente Líquida


Todos os limites impostos pela LRF têm como parâmetro a receita corrente
líquida – RCL. O valor total da RCL não expressa o volume de recursos disponíveis
para livre alocação. Esse montante serve apenas como base de cálculo para todos
os limites exigidos.
A composição da RCL é feita pelas seguintes contas de receita:
 Receitas Tributárias;
 Receitas de Contribuições;
 Receitas Patrimoniais;
 Receitas Industriais;
 Receitas Agropecuárias;
 Receitas de Serviços;
 Transferências correntes;
 Outras receitas correntes.
De acordo com o ente da Federação algumas receitas são deduzidas na
apuração da RCL, são elas:
União
 Valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação
constitucional ou legal;
 Contribuições do empregador e do trabalhador e demais segurados
para a seguridade social;
 Contribuições para o Programa de Integração Social – PIS e para o
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PASEP;
 Contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social;
 Receitas provenientes da compensação financeira entre os diversos
regimes de previdência social.

Estados
 Parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional;
 Contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social;
 Receitas provenientes da compensação financeira entre os diversos
regimes de previdência social.

Municípios
 Contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social;
 Receitas provenientes da compensação financeira entre os diversos
regimes de previdência social.

Distrito Federal e Estados do Amapá e Roraima


 Recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV, do
art. 21 da Constituição Federal e do art. 31 da Emenda Constitucional
nº 19, para custear despesas com pessoal.

PPA, LDO e LOA


A Constituição Federal estabelece três instrumentos orçamentários: o Plano
Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária
Anual (LOA).
A LRF abrange apenas a LDO e a LOA, pois o artigo que trata do PPA foi
vetado pelo Presidente da República.

LDO
Na LDO devem constar dois anexos, o de Metas Fiscais e o de Riscos
Fiscais.

Metas Fiscais
A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece metas fiscais trienais. Com isso
o gestor pode planejar as receitas e as despesas, corrigindo problemas que venham
a surgir durante sua gestão.
As metas fiscais contribuem também para uma melhor prestação de contas
para a sociedade do que está sendo feito e como está sendo feito.
Riscos Fiscais
O ARF (Anexo de Riscos Fiscais) avalia os passivos contingentes
(obrigações incertas) e outros riscos capazes de afetar as contas públicas,
mostrando as medidas a serem tomadas, caso cheguem a acontecer.

LOA
A Lei Orçamentária Anual (LOA) terá que vir acompanhada do demonstrativo
da compatibilidade da programação dos orçamentos, com os objetivos e metas
constantes do Anexo de Metas Fiscais; demonstrativo regionalizado do efeito sobre
as receitas e despesas decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia; medidas de compensação a
renúncias de receitas e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado.
Na LOA deverá conter a Reserva de Contingência, como também evidenciar
o refinanciamento da dívida pública.

Despesas com Pessoal


As despesas com pessoal são obtidas com o resultado da soma dos gastos
do gestor com ativos, inativos, pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos,
funções ou empregos, civis militares e de membros de Poder, com qualquer tipo de
remuneração.
Ao cálculo das despesas com pessoal também se acrescenta os contratos
de terceirização de mão-de-obra, que são contabilizados como Outras Despesas de
Pessoal.
Lembrando que para a realização desse cálculo adota-se o regime de
competência, considerando os valores do mês em referência e somando os onze
meses anteriores.
Os limites de gastos com pessoal são distribuídos entres os três poderes da
seguinte forma:

União – o limite máximo para gastos com pessoal é de 50% da Receita


Corrente Líquida:
 2,5% para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas;
 6% para o Judiciário;
 0,6% para o Ministério Público da União;
 3% para custeio de despesas do Distrito Federal e de ex-territórios;
 37,9% para o Poder Executivo.

Estados – o limite máximo para gastos com pessoal é de 60% da Receita


Corrente Líquida:
 3% para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas;
 6% para o Judiciário;
 2% para o Ministério Público;
 49% para o Poder Executivo.

Municípios – o limite máximo para gastos com pessoal é de 60% da Receita


Corrente Líquida:
 6% para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas;
 54% para o Poder Executivo.

Dívida Pública
De acordo com o inciso I do art. 30 da LRF, o Senado Federal estabelecerá
limites para a dívida pública, por proposta do Presidente da República. Esses limites
serão definidos também como percentuais das receitas da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.
O § 4º do art. 30 da Lei de Responsabilidade fiscal determina que: Para fins
de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida
consolidada será efetuada ao final de cada quadrimestre.
Caso seja verificado que o ente público ultrapassou os limites de
endividamento, o governante deverá tomar providências imediatas para se
enquadrar no prazo de doze (12) meses. Nos primeiros quatro (04) meses o excesso
deverá ser reduzido em pelo menos 25%. Mas se os excessos continuarem a existir
o ente público ficará impedido de contratar novas operações de crédito.

7 RELATÓRIOS DA LRF
A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal terão que publicar
todo quadrimestre o Relatório de Gestão Fiscal – RGF, e cada bimestre o Relatório
Resumido da Execução Orçamentária – RREO. Os municípios com menos de
50.000 habitantes podem divulgar o RGF semestralmente.
Esses relatórios são publicados na internet e também nos quadros de avisos
dos órgãos responsáveis pela elaboração dos mesmos, aumentando assim a
transparência na gestão pública. Dessa forma todos interessados em saber com
estão as contas do governo terão acesso a essas informações com o objetivo de
garantir a boa gestão do dinheiro público.
O RREO deverá ser publicado trinta dias após o encerramento de cada
bimestre e o RGF trinta dias após o encerramento de cada bimestre ou semestre
para os municípios com menos de 50.000 habitantes.
O ente público que não cumprir com os prazos de publicação estará sujeito à
suspensão do recebimento de transferências voluntárias e proibição de contratar
operações crédito, exceto aquelas destinadas ao refinanciamento da dívida
mobiliária.

8 FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO
A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas pela Lei de
Responsabilidade Fiscal será de competência do Poder Legislativo em conjunto com
os Tribunais de Contas e Controles Internos.
Os órgãos fiscalizadores de posse do RREO, RGF e demais demonstrativos,
irão analisar o cumprimento das metas estabelecidas na LDO, os limites e condições
para operações de crédito e inscrição dos restos a pagar, as ações adotadas para o
retorno da despesa total com pessoal ao respectivo limite, as medidas adotadas
para o caso de extrapolação do limite de endividamento da dívida consolidada e
mobiliária e o cumprimento do limite de gastos dos Poderes Legislativos municipais.
Os Tribunais de Contas também possuem competência para alertar aos
gestores as seguintes situações:
 A realização de receita não atingir o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal;
 O total da despesa com pessoal ultrapassar os 90% do limite
estabelecido;
 O total das dívidas consolidada, mobiliária, das operações de crédito
e da concessão de garantia ultrapassar o limite de 90%;
 O montante dos gastos com inativos e pensionistas ultrapassar o
limite estabelecido;
 Indícios de irregularidades diversas na gestão orçamentária.

Todas as infrações do que é determinado pela Lei de Responsabilidade


Fiscal serão punidas de acordo com o Decreto-Lei nº 2.848/40, Lei nº 1.079/50,
Decreto-Lei nº 201/67, Lei nº 8.429/92 e Lei nº 10.028/00.

9 ANÁLISE DOS ÍNDICES


Conforme explicado no início desta pesquisa os municípios escolhidos para
análise dos índices, são os municípios da Zona da Mata Norte do Estado de
Pernambuco. Os municípios analisados são os seguintes: Aliança, Buenos Aires,
Camutanga, Carpina, Condado, Ferreiros, Goiana, Itambé, Itaquitinga, Lagoa de
Itaenga, Lagoa do Carro, Macaparana, Nazaré da Mata, Paudalho, Timbaúba,
Tracunhaém e Vicência.
Como explicamos anteriormente, a Lei de Responsabilidade Fiscal
estabelece vários índices, metas a serem atingidas e limites a serem respeitados.
Para a nossa pesquisa iremos focar nos gastos com pessoal que cujo limite para os
municípios é de 54% da Receita Corrente Líquida.
Escolhemos os limites de gastos com pessoal do ano de 2012, pois foi o
único índice que conseguimos de todos os municípios pesquisados.
Os índices encontrados no sítio do Tesouro Nacional foram os seguintes:
Prefeitura Percentual
Aliança 61,60
Buenos Aires 53,79
Camutanga 50,27
Carpina 61,95
Condado 61,86
Ferreiros 55,08
Goiana 56,06
Itambé 52,03
Itaquitinga 56,99
Lagoa de Itaenga 49,53
Lagoa do Carro 65,41
Macaparana 48,28
Nazaré da Mata 83,33
Paudalho 48,91
Timbaúba 62,64
Tracunhaém 55,17
Vicência 58,28
Tabela 1 – Percentual de Despesas com Pessoal
Fonte: Elaboração do Autor

Como podemos observar na Tabela 1, os municípios que ultrapassaram o


limite de 54% estão de vermelho. Podemos observar também que apenas seis
municípios dos dezessete estão dentro limite estabelecido pela LRF.
Além do limite analisado, a LRF fixa também o limite prudencial que tem por
objetivo impedir que o município de ultrapassar o limite máximo permitido.
Caso o Poder ou órgão ultrapassar 95% do limite máximo (limite prudencial),
o mesmo fica impedido de conceder vantagens, aumento ou reajustes a qualquer
funcionário ou classe de funcionários; fica impossibilitado de criar cargo, emprego ou
função; fica impedido de admitir ou contratar funcionário; não pode fazer alteração
de estrutura de carreira que acarrete aumento de despesas; fica também impedido
de efetuar o pagamento de horas extras, exceto em situações prevista na LDO.
Os municípios que ultrapassarem o limite máximo sofrerão as mesmas
proibições quando se ultrapassa o limite prudencial e também terão que tomas as
seguintes medidas:
 Reduzir em torno de 20% as despesas com cargos de comissão ou
em função de confiança;
 Exonerar servidores não estáveis (comissionados ou contratados);
 Exonerar servidores estáveis.
De acordo com a LRF, os municípios listados na Tabela 1 que ultrapassaram
o limite prudencial e máximo, terão que enquadrar-se nos dois quadrimestres
subsequentes, ou seja, janeiro a abril e maio a agosto de 2013.
Caso esses municípios não consigam reduzir o limite de gastos com pessoal
no prazo fixado pela LRF, os mesmos sofrerão as seguintes sanções:
 Não receberão transferências voluntárias;
 Não poderão obter garantia direta ou indireta, de outro ente;
 Não poderão contratar operações de crédito, exceto para o
refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das
despesas com pessoal.
Portanto, como vemos a LRF possui vários mecanismos para punir os
municípios que ultrapassam o limite de gastos com pessoal, mas como podemos
perceber os municípios da Zona da Mata Norte de Pernambuco estão em sua
maioria com seus limites de gastos com pessoal estourados.

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que o objetivo da pesquisa foi concluído, o qual consistiu em
analisar os índices impostos pela lei de Responsabilidade Fiscal tendo como foco o
limite de gastos com pessoal.
Como foi observado durante a pesquisa a maioria dos municípios da Zona
da Mata Norte de Pernambuco estão descumprindo o Art. 20, inciso III da Lei de
Responsabilidade Fiscal, pois os mesmos estão ultrapassando o limite máximo de
gastos com pessoal e estão sujeitos às sanções cabíveis. Segundo a Secretaria do
Tesouro Nacional ultrapassar o limite de Despesa Total com Pessoal em cada
período de apuração (LRF, Art. 19 e 20), a punição será cassação do mandato
(Decreto-Lei nº 201, art. 4º, inciso VII).
Todos esses municípios que ultrapassaram os limites estão aguardando o
julgamento de suas prestações de contas anuais para em seguida serem
comunicados oficial mente pelo Tribunal de Contas do Estado para apresentarem
suas defesas.
Diante desse quadro onde a maioria dos municípios pesquisados está com
os seus limites estourados, percebemos que os gestores públicos ainda não dão a
devida importância a LRF, no que diz respeito a uma gestão responsável e acima de
tudo com transparência.
Para pesquisas posteriores, acreditamos que o ideal é que seja feito um
estudo de caso considerando os últimos cinco anos e não apenas um único ano,
com o objetivo de descobrir se esses índices vêm aumentando ou diminuindo.
11 ABSTRACT

The paper analyzes the indexes imposed by the Fiscal Responsibility Law, in public
administration of the municipalities of the Northern Forest region of Pernambuco
State, with a total of 17 municipalities. Having as main objective to show the
contribution of the indices imposed by the Fiscal Responsibility Law, for the
improvement of public management and how specific aim to contextualize the
evolution of Public Management, commenting on Relevant Legislation and
presenting the benefits of Fiscal Responsibility Law. How research problem, the
contribution of the Fiscal Responsibility Law tax rates for the improvement of public
management? In order to analyze the applicability of the indices of the Fiscal
Responsibility Law is sticking out if its importance to society. The methodology used
is descriptive, the method of procedure to be used will be the theoretical and
empirical approach and method is quantitative. Was observed during the survey that
the majority of municipalities in the Northern Forest region of Pernambuco are
exceeding the maximum personnel expenses and are subject to applicable penalties.
So like most municipalities are surveyed with its burst limits, we realize that public
managers still do not give due importance to Fiscal Responsibility Law, with regard to
responsible management and above all with transparency.

KEY-WORDS: Fiscal Responsibility Law, Personal Expenses, Public Management.


12 REFERÊNCIAS

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BEZERRA FILHO, João Eudes, Contabilidade Pública: teoria, técnica de elaboração


de balanços e 300 questões.

BEUREN, Ilse Maria (Org.), Como Elaborar Trabalhos Monográficos em


Contabilidade: Teoria e Prática.

SLOMSKI, Valmor, Manual de contabilidade pública: um enfoque na contabilidade


municipal, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

KHAIR, Amir Antônio, Lei de Responsabilidade Fiscal Guia de Orientação para as


Prefeituras.

BRESSER, Luiz Carlos, Da Administração Pública Burocrática à Gerencial, Revista


do Serviço Público, 47(1) janeiro-abril 1996.

Conselho Federal de Administração, A Lei de responsabilidade fiscal: uma


abordagem gerencial: a prática da gestão e o dirigente.

BRASIL. Lei do Orçamento, Lei nº 4.320 de 17 de março de 1964. Estatui Normas


Gerais de Direito Financeiro para elaboração dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.

BRASIL, Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar nº 101, de 04 de maio


de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
na gestão fiscal e dá outras providências.

FIGUEIRÊDO, Carlos Maurício Cabral, Lei de Responsabilidade Fiscal: Teoria,


Jurisprudência e questões. 4ª Edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

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