Professional Documents
Culture Documents
ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA
1
“ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA LIGA DE ALTA ENTROPIA
CrFeMnNiSix”
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
Prof. Dr. Jorge Otubo - Orientador
Universidade Federal de São Paulo / Instituto Tecnológico de Aeronáutica
_________________________________________________________
Profa. Dra. Danieli Aparecida Pereira Reis
Universidade Federal de São Paulo / Instituto Tecnológico de Aeronáutica
_________________________________________________________
Prof. Dr. Marcos Massi
Universidade Federal de São Paulo / Instituto Tecnológico de Aeronáutica
2
Sumário
“ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA LIGA DE ALTA ENTROPIA
CrFeMnNiSix” ......................................................................................................................... 22
1. Introdução ........................................................................................................................ 76
2. Objetivo ............................................................................................................................. 87
3. Revisão bibliográfica..................................................................................................... 87
3.1. Definição de ligas de alta entropia HEAs............................................................. 87
3.2. Principais efeitos nas ligas de alta entropia ....................................................... 98
3.2.1. Alta entropia ............................................................................................................ 98
3.2.2. Distorção severa na rede ................................................................................. 1110
3.2.3. Difusão lenta........................................................................................................ 1110
3.2.4. Efeito da mistura de elementos (efeito Cocktail) ....................................... 1312
3.3. Formação de soluções sólidas simples nas ligas de alta entropia .......... 1312
3.3.1. Estrutura cristalina da solução sólida simples .......................................... 1514
3.3.2. Efeitos do Ni, Cr e Si.......................................................................................... 1615
4. Materiais e métodos .................................................................................................. 1817
4.1. Materiais ................................................................................................................... 1817
4.2. Caracterização microestrutural .......................................................................... 1918
................................................................................. Resultados preliminares e discussões
................................................................................................................................................. 2019
5. Resultados preliminares e discussões ................................................................ 2019
5.1. Análise DRX ............................................................................................................. 2019
5.2. Análise MEV ............................................................................................................. 2321
5.3. Dureza Vickers ........................................................................................................ 2523
6. Conclusão .................................................................................................................... 2624
7. Cronograma de trabalho .......................................................................................... 2725
8. Referências .................................................................................................................. 2725
3
LISTA DE FIGURAS
Formatted: Line spacing: 1.5 lines
Figura 1: Variação da entropia atingindo um máximo na composição equiatômica de Field Code Changed
4
intermetálicas. A região limitada por traços indica as condições para formar fases
simples. (Guo et al., 2011) .................................................................................................. 1514
Figura 6: Relação entre VEC e as fases FCC e BCC para várias ligas de alta entropia
(Guo et al., 2011).................................................................................................................. 1615
Figura 7: Provável diagrama de fase para a liga AlCoCrxFeMo0,5Ni para diferentes
valores de Cr (Hsu et al. 2011). ......................................................................................... 1716
Figura 8: (a) Forno a arco utilizado para fusão dos elementos (b) lingotes produzidos
de acordo com a porcentagem atômica. .......................................................................... 1817
Figura 9: Difratograma das amostras de acordo com a porcentagem de silício. ....... 2120
Figura 10: Imagens obtidas no MEV através de elétrons retroespalhados (A) Si 0%, (B)
Si4%, (C) Si 8%, (D) Si 10%, (E) Si 12% e (F) Si 20%. ................................................. 2422
Figura 11: EDS em linha do ponto escuro da amostra Si4%. ....................................... 2523
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Entalpia de mistura dos binários, ∆Hmisij (kJ/mol) para os pares de átomos Formatted: Line spacing: 1.5 lines
6
1. Introdução
Esta nova abordagem para ligas cria certos efeitos que não são
observados nas ligas convencionais, tais como: alta entropia, difusão lenta,
distorções severas na rede e mistura de efeitos. Entre estes efeitos a alta
entropia é o mais importante, pois favorece a formação de soluções sólidas
desordenadas e parcialmente ordenadas com estruturas CFCC, BCCC e
HCP, além de suprimir a formação de compostos intermetálicos, parâmetros
importantes para aplicação destas ligas.
7
evaporação de elementos com baixo ponto de fusão, dificultando o controle
da composição da liga.
2. Objetivo
3. Revisão bibliográfica
8
Figura 2: Entropia de mistura como uma função do número de
elementos para uma liga equiatômica no estado sólido (Yeh 2004).
Com isso as ligas de alta entropia foram definidas como uma solução
sólida que contém mais de cinco elementos principais em proporções
equiatômicas ou próxima da equiatômica variando entre 5% - 35% at.
O princípio básico das ligas de alta entropia está relacionado com a alta
variação da entropia de mistura das fases sólidas que aumenta sua
estabilidade quando comparada com compostos intermetálicos,
principalmente em alta temperatura. De acordo com a segunda lei da
termodinâmica um sistema tende a minimizar a energia livre de Gibbs (G),
ou seja, o equilíbrio do sistema é atingindo quando G atinge o menor valor.
A alta entropia reduz a energia livre da solução sólida de acordo com a
9
relação ∆𝐺𝑚𝑖𝑥 = ∆𝐻𝑚𝑖𝑥 − 𝑇∆𝑆𝑐𝑜𝑛𝑓 , assim estabilizando a solução sólida. Yeh
mostrou isso em seu trabalho com as ligas CoCrCuFeNi e AlCoCrCuFeNi
no estado fundido que resultou em uma única fase CFCC para a liga
CoCrCuFeNi e uma mistura de duas estruturas simples CFCC e BCCC para
a liga AlCoCrCuFeNi. O trabalho revelou que as fases em alta temperatura
formam soluções sólidas que podem sofrer transformações de fase, como
decomposição espinodal, onde uma única fase quando resfriada separa-se
em duas diferentes composições da mesma fase, ou precipitação durante o
resfriamento. A diminuição da temperatura reduz o efeito da alta entropia de
mistura desestabilizando a solução sólida. Porém, a difusão lenta que
ocorre nas ligas de alta entropia reduz a difusão substitucional diminuindo a
taxa de nucleação e crescimento e assim dificultando as transformações de
fase em temperaturas baixas.
10
Tabela 1: Entalpia de mistura dos binários, ∆Hmisij (kJ/mol) para
os pares de átomos da liga AlCoCrCuFeNi (Boer et al., 1988)
Al -19 -10 -1 -11 -22
-19 Co -4 6 -1 0
-10 -4 Cr 12 -1 -7
-1 6 12 Cu 13 4
-11 -1 -1 13 Fe 2
-22 0 -7 4 2 Ni
A rede cristalina das ligas de alta entropia ée composta por vários tipos
de elementos, cada um com tamanho atômico diferente. Esta diferença no
raio atômico de cada elemento que compõe a liga cria uma tensão e
deformação na rede. Diferença nas energias de ligação e estrutura cristalina
entre os elementos constituintes também causam uma alta distorção na
rede.
11
igual. A figura 3 mostra a difusão do Ni no metal puro e nas ligas FeCrNi e
CoCrFeMnNi. Através do padrão das energias potenciais das ligas e do
metal puro, (Tsai et al. 2013), observou que a energia potencial dos sítios
da rede para a liga CoCrFeMnNi é 50% maior do que na liga FeCrNi, esta
diferença na energia leva a tempos mais longos de ocupação do sítio para
sítios com energias baixas.
Outro aspecto que faz com que a difusão seja mais lenta nas ligas de
alta entropia é que cada elemento da liga possui taxas de difusão
diferentes. Portanto, nas transformações de fase, que necessitam de uma
difusão coordenada dos átomos, para nucleação e crescimento de grãos, a
lenta movimentação dos elementos faz com que este processo seja
dificultado. Porém este efeito pode ser utilizado como controle da
microestrutura e das propriedades do material.
12
3.2.4. Efeito da mistura de elementos (efeito Cocktail)
A formação de uma solução sólida com uma única fase é favorecida nas
ligas onde a maioria dos pares binários constituintes possui uma
solubilidade sólida mútua e uma entalpia de mistura pequena. Muitas das
ligas de alta entropia possuem fases CFCC, BCCC ou uma mistura destas
13
duas fases. Estas fases simples são derivadas da alta entropia como
mencionado anteriormente. Entretanto, fases complexas ordenadas, como
fases σ, μ e compostos intermetálicos tem sido observados em diferentes
tipos de ligas de alta entropia.
𝐴𝐵 𝐴𝐵
onde Ω𝑖𝑗 = 4∆𝑚𝑖𝑠 , ∆𝑚𝑖𝑠 e a entalpia de mistura do liquido binário AB da liga;
̅ 2 (3)
𝛿 = 100√∑𝑛𝑖=1 𝑐𝑖 (1 − 𝑟𝑖 ⁄𝑟)
(Zhang et al., 2008 e Guo et al., 2011 Ano) estudaram o efeito desses Formatted: Portuguese (Brazil)
14
Figura 5: Efeito do ∆Hmis, δ e ∆Smis nas ligas de alta entropia. O
símbolo ○ representa as ligas equiatômicas com fase amorfa; ●
representa as ligas não equiatômicas com fase amorfa; □ representa
fases simples e ∆ representa as fases intermetálicas. A região limitada
por traços indica as condições para formar fases simples. (Guo et al.,
2011)Colocar cores nos símbolos
15
Figura 6: Relação entre VEC e as fases FCC e BCC para várias ligas
de alta entropia (Guo et al., et al., 2011).
16
Figura 7: Provável diagrama de fase para a liga AlCoCrxFeMo0,5Ni
para diferentes valores de Cr (Hsu et al. 2011).
17
Tabela 2: Entalpia de mistura dos binários, ∆Hmisij (kJ/mol) Formatted: Subscript
(Akira Takeuchi, 2005)
Cr -1 2 -7 -37
-1 Fe 0 -2 -35
2 0 Mn -8 -45
-7 -2 -8 Ni -40
4. Materiais e métodos
4.1. Materiais
18
Formatted: Centered, Indent: Left: 0"
19
contraste, como contraste em função do relevo e do número atômico dos
elementos presentes no material, sendo possível observar as fases
presentes. A composição química foi obtida por EDS e foi feito o
mapeamento da microestrutura e de cada fase presente.
Apresente de como foi calculado os parâmetros termondinâmicos, e Formatted: Normal, None, Line spacing: single, No bullets
or numbering
depois apresente os dados mostrados na tabela 4.
20
do padrão de DRX das amostras. A figura 98 mostra o difratograma das
ligas produzidas. Através dele é possível observar a presença de
intermetálicos, especialmente nas amostras com Si10%, Si12% e Si20%,
que aumenta a fragilidade das ligas e dificulta a produção dos lingotes.
Quais são os picos relacionados às fases CFC e CCC e quais são
relacionados aos intermetálicos fazendo comparações com dados
existentes na literatura...
21
observar no padrão de DRX das ligas com Si8%, Si10%, Si12% regiões
amorfas, indicando que os critérios para prever a formação de fase sólida
devem ser melhorados. O VEC mostra a formação de duas fases cúbicas,
CFCC e BCCC, e compostos intermetálicos, a princípio este resultado esta
de acordo com o difratograma das amostras, figura 8, porém ainda é
necessária uma identificação mais precisa dos picos do padrão de DRX das
amostras.
Tabela 4: Raio atômico, eletronegatividade de Pauling e VEC para cada Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt
elemento da liga (Guo et al., 2011) Formatted: Line spacing: Multiple 1.15 li
Mn 25 1,350 1,55 7
Ni 28 1,246 1,91 10
Si 14 1,153 1,9 4
. O que você encontrou? Uma fase, duas fases... Formatted: Caption, Keep with next
Tabela 5:Tabela 4: PCálculo dos parâmetros ∆S, ∆H, δ e VEC para Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt
as ligas CrFeMnNiSixX Formatted: Line spacing: single
Liga ∆𝑆𝑚𝑖𝑠 (𝐽⁄𝑚𝑜𝑙 ∗ 𝐾) ∆𝐻𝑚𝑖𝑠 (𝑘𝐽⁄𝑚𝑜𝑙) δ(%) VEC Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt
Formatted: Not Superscript/ Subscript
Si0% 11,52 -4 3,57 7,75
Formatted: Font: (Default) +Body (Calibri), 9 pt
Si4% 12,46 -9,72 3,96 7,60
Si8% 12,96 -14,94 4,29 7,45
Si10% 13,07 -17,37 4,43 7,38
Si12% 13,19 -19,68 4,57 7,30
Si20% 13,37 -27,68 5,01 7,00
22
5.2. Análise MEV
23
Figura 1010: Imagens obtidas no MEV através de elétrons
retroespalhados (A) Si 0%, (B) Si4%, (C) Si 8%, (D) Si 10%, (E) Si 12% e
(F) Si 20%.
24
Figura 1111: EDS em linha do ponto escuro da amostra Si4%.
Tabela 66:Tabela 5: Dureza Vickers para as ligas CrFeMnNiSiX. Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt
Liga Meio Borda Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt
Formatted: Check spelling and grammar
Longitudinal Transversal Longitudinal Transversal
Formatted: Font: Not Bold, Font color: Auto
Si0% 161 154 154 14027 Field Code Changed
Formatted: Font: (Default) +Body (Calibri), 9 pt
Si4% 386 390412 386 386
Si8% 341 340 366 348
Si10% - 659 701 757
Colocar valores médios na tabela e descartar valores muito fora, por exemplo, 127 HV
6. Conclusão
Através dos parâmetros estudados por Zhang e Guo, ∆S, ∆H, δ e VEC, é
possível prever inicialmente a formação de duas fases, FCC e BCC, que
serão confirmadas pela análise do padrão de DRX das amostras, além da
26
formação de compostos intermetálicos e regiões amorfas para Si acima de
4%, como analisado nos difratogramas das amostras.
Trimestre 4º 1º 2º 3º
Corte da amostra com 4% de Si para analise no
DSC
Analise DSC do material para identificar efeito de
memória de forma.
DRX dos elementos utilizados na síntese da liga
para melhor análise dos difratogramas das
amostras.
Analise das fases presente na liga com 4% de Si
através de EDS.
Elaboração do relatório e apresentação dos
resultados finais.
8. Referências
27
[1] Bo Ren, Rui-Feng Zhao, Zhong-Xia Liu, Shao-Kang Guan, Hong-
Song Zhang. Microstructure and properties of Al0.3CrFe1.5MnNi0.5Tix and
Al0.3CrFe1.5MnNi0.5Six high-entropy alloys. Rare Met. (2014) 33(2):149–
154.
[2] Ming-Hung Tsaia and Jien-Wei Yehb. High-Entropy Alloys: A Critical
Review. Mater. Res. Lett., 2014 Vol. 2, No. 3, 107–123,
http://dx.doi.org/10.1080/21663831.2014.912690.
[3] B.S. Murty, J.W. Yeh and S. Ranganathan. High-Entropy Alloys,
2014.
[4] Sheng GUO, C. T. LIU. Phase stability in high entropy alloys:
Formation of solid-solution phase or amorphous phase. Progress in Natural
Science: Materials International 21(2011) 433−446.
[5] S. Praveen, B.S. Murty, Ravi S. Kottada. Alloying behavior in multi-
component AlCoCrCuFe and NiCoCrCuFe high entropy alloys. Materials
Science and Engineering A 534 (2012) 83– 89.
[6] Akira Takeuchi and Akihisa Inoue. Classification of Bulk Metallic
Glasses by Atomic Size Difference, Heat of Mixing and Period of Constituent
Elements and Its Application to Characterization of the Main Alloying
Element. Materials Transactions, Vol. 46, No. 12 (2005) pp. 2817 to 2829.
[7] Yeh, J.W., 2006. Recent progress in high-entropy alloys. Ann. Chim.
Sci. Mat. 31, 633_648.
[8] Yeh, J.W., Chen, S.K., Lin, S.J., Gan, J.Y., Chin, T.S., Shun, T.T., et
al., 2004b. Nanostructured high-entropy alloys with multiple principal
elements: novel alloy design concepts and outcomes. Adv. Eng. Mater. 6,
299_303.
[9] Huang KH. MS thesis, Department of Materials Science and
Engineering, NTHU, Taiwan; 1996.
Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt, Font color: Auto,
[10] Zhang, Y., Zhou, Y.J., Lin, J.P., Chen, G.L., Liaw, P.K., 2008b. Solid- English (United States)
solution phase formation rules for multi-component alloys. Adv. Eng. Mater. Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt, Font color: Auto,
English (United States)
10, 534_538. Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt, Font color: Auto,
English (United States)
[11] de Boer, F.R., Boom, R., Mattens, W.C.M., Miedema, A.R.,
Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt, Font color: Auto,
Niessen, A.K., 1988. Cohesion in Metals: Transition Metal Alloys (Cohesion English (United States)
Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt, Font color: Auto,
and Structure). North Holland, North Holland Physics Publishing. English (United States)
Formatted: Font: (Default) Arial, 12 pt, Font color: Auto,
Amsterdam, The Netherlands. English (United States)
28
[12] Tsai KY, Tsai MH, Yeh JW. Sluggish diffusion in Co–Cr–Fe–Mn–Ni
high-entropy alloys. Acta Mater. 2013;61:4887–4897.
[13] Juan, C.C., Hsu, C.Y., Tsai, C.W., Wang, W.R., Sheu, T.S., Yeh,
J.W., et al., 2013. On microstructure and mechanical performance of
AlCoCrFeMo0.5Nix high-entropy alloys. Intermetallics 32, 401_407.
[14] Hsu, C.Y., Juan, C.C., Wang, W.R., Sheu, T.S., Yeh, J.W., Chen,
S.K., 2011. On the superior hot hardness and softening resistance of
AlCoCrxFeMo0.5Ni high-entropy alloys. Mater. Sci, Eng. A 528, 3581_3588.
[15] Takeuchi, A., Inoue, A., 2005. Classification of bulk metallic glasses
by atomic size difference, heat of mixing and period of constituent elements
and its application to characterization of the main alloying element. Mater.
Trans. 46, 2817_2829.
29