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As sone semidticas la mestigagem* ros i Cafes Lopes Tat Cloude Zilberberg Séminaire ig es de Paris e Centre de Recherches Sémiotiques da Université de Limoges | «em vegetal séo prticas antigas e recorrentes, conctituindo, Giro tas, objeto de uma rigorosa gramitica. Reduzida a seu imo © a sua genericidade, qual seja, a mistura, a mesticagem & portanto uma pratica semistica figural, alhela em si mesmna & temporalidade, esta vitima s6 reaparece no campo cfscursivo sob duas restrgBes: a novidade, aparente ou efetve, de alguma mistura em um certo dominio e, eventualmente, o estilo da mistura efetuada, se um dia for proposta uma tipologia analitica das misturas. waVidedt dG unt wetle do ovlatur 1. Tonicidade e mistura 1.1 A coracteristica extensiva da mesticagem ie barra ene eei a ca ears ata ene Sensnnateetnnemer enema : e; ite, a progressividade de tal composigao ‘S80 no minimo tao pertinentes quanto o 1+ Heimstev:“] por denis entendemas uma dso seja do conteido de um Fa ae exPressto deum sono" Proegdimanas aun torts do necaver ‘Tad. J. Tebeira Coetho Netto, Sbo Paulo, Perspectiva, 1975, p. 94, OP kareena mega n 10 de oposi¢go — algado, na década de 1960, a cate- _ de “constante concéntrica” ~ ou talvez até mats pert _ntes do que este. A hipdtese do esquematismo tensivo, expresso em principio preferivel a “semidtica tensiva’ con- siste precisamente em " ra Ser ‘mos mais exatos, duas dimens6es: a dimenséo d: de, do sensivel, ea dimensdo da extensi Como uma teoria $6 vale pela delicadeza de Suas andlises, cada dimenséo é analisdvel em valéncia#_que segmentam _ "Um intervalo de referncia: (i) um valor conjuga uma valéncia intensiva e uma valénda extensiva; (Ii) a dimenséo da inten: -sidade_tem,como intervalo_de_referéncia, [impactante_vs. fraco], € sua sintaxe pode ser, conforme o caso, ascendente ou decadente; (iii) a dimensdo da extensidade tem, como. intervalo de refer fconcentrado_vs difuso],. ou. ainda Simpuro], isto 6, justamente, miscigenado, mistura- iante catalise, misturado com... A sintaxe da -extensidade-operaria-exclusivamente por triagens e mistl= ‘fas, de tal sorte que cada operacao teria sempre a outra por Sasa ‘misturas que ela desfaz, na @xata medida em que.a mistura incide sobre as resultantes de triagens anteriores..Assim, a estrutura canénica seria do sseguinte tipo: lune axk ascendéncia decadéneia twiagem mistare fconcentragio) — ***R*4ade——difusto} intensidade rn z mo, ver J, Fontanille & C. Zilberbera, Tensio e 2. Quanto a0 sentido desse termo, er slo © das, S50 Paul, ificacdO. ‘Iv Carlos Lopes, Luiz Tatite Waldit Esto Lay na obra de Casgirer que nal uments 201, p15. Save : e iro /propriamente’Semictica: vocdbulo "Valence recebe pala primeira vez ima acco prop Bo atrbuidas aos diferentes. momentos do devir fuga (.. formes symboliques, tomo 3, Paris, Les Editions de Minuit, 2, hvala passage gue tece uma ona Paris, Les Editions de Minuit, 1986, p. 105. ates pphilosophie 5, P. 178; no tomo slog rots ene salina “8 dlferengas de Valencia’ proprias 20 mito, assim como hi originais de ‘elor para a l6gia ou a ética’, La philasophie des formes symboliques, tomo 2, lace - in dele — co hactawe % froco er 1oro0 5. A.J. Greimas &3. ~Aconstituicao do sentido estaria situada na jungao entre Juma sedida intensiva @ um numero extensivo. Em nome da “exigéncia de simplicidade”, terceiro e decisivo componente do “principio de empirismo” de Hjelmslev, admitimos que o afeto, aqui considerado como unidade de contagem imagi- nria do sensivel, é definido em primeiro lugar por sua valéncia intensiva vivenciada, Para dizé-lo sem rodeios: se, de acordo ‘com Cassirer, “a dificuldade é menos 0 contetido da mitolo- gia do que a intensidade com a qual ele é vivido [...]”, nao se vé bom como 0 afato poderia, desce ponto de visto, per manecer relegado ao segundo plano, quando comparado ao mito. O presente do afeto é sua medida constatada e procla- ‘mada pelo sujeito. Com isso, nada fazemos senéio transpor ~ampliar @ nogao de “regulacdo” concebida por Greimas acer- ca das paixées, nas paginas finais do texto intitulado “De la colére”*. A nosso ver, o ndimero esté para.a extensidade as- ‘sim-como.a medida esta para a intensidade. ‘Aextensidade verifica a diviséio das grandezas em clas- ses enumerdveis e a instabilidade dessa divisdo. Uma dada classe compreende [1] termos, mas pode “ganhar” outros @ passar a valer como [n + 1] ou, ao contrério, “perder” outros € apresentar-se entao como [n — 1], enquanto permanecer potencializada a situacao anterior. Como aponta o Diciondrio de semidtica: “Na lingllstica, as coisas se sucedem de outro modo: ai 0 discurso conserva os tracos das operacbes sintdxicas anteriormente efetuadas [...]’5. Em nossa opinigo, a divisdo em classes deve ser tratada pelas categorias com que Saussure especifica sua concepco do signo no Curso, a saber, 2 atbltrariedade ¢ a rutabilidade: isso equivale a as- ‘sumir que uma dada classe € efetiva, da ordem do é assim e no de outro modol Uma classe pode entao ser comparada a um recinto bem guardado, ou ainda a um templum, na acepcao etimolégica do vocdbulo, que veda a saida para aque- les que esto dentro, bem como profbe a penetragio daque- les que estio fora. A composicao de uma classe em uma E. Cassirer, La philasophie des formes symboliques, tomo 2, op. ott, p20. 4. A.J, Greimas, “De la colére, étude de sémantique lexicale’, in Du sens Hf, Paris, Les Ecltions du Seuil, 1983, p. 241. \Courtés, Dicionério de semistica. Trad, Alceu Dias Lima et al, S50 aUlo, Cult cd. [1983], p. 366. Eaza temporatizagio, por sua ves, pede una aspectualizaco complexa ia qual se encadelam: ja» meméria do esquecimento -» esquecimento do esquecimento -» esquecimento. AconicessS0 permite postular, como um posshvel, a remiiscénela.

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