Professional Documents
Culture Documents
Escrita
Síntese
Lê o seguinte texto.
O manifesto do Futurismo é publicado em Paris, no Figaro, em 20/2/1919 – e a notícia que,
entretanto, vai havendo dele em Portugal é alguma, mas escassa. Em 1912 e 1913, Guilherme de Santa-
Rita Pintor, ou Sá-Carneiro, ambos em Paris, interessam-se pelo Cubismo, Futurismo, trazendo depois
para Portugal informações e experiências. E reina a confusão. Publicam-se «poesias futuristas» (há uma,
5 curiosa, assinada por Alípio Castro d’Ayre no Portugal Artístico, de março de 1914, ano que é também
o da difusão do primeiro assomo vanguardista em Portugal, o Paulismo) que não têm nada que ver com
o Futurismo. Entende-se, por uma corruptela semântica, que «futurista» é sinónimo de escrita
ultracomplicada e anfigúrica, e até Pessoa, mais tarde, no Portugal Futurista, em 1917, há de publicar
poemas que são paródias do Simbolismo de Eugénio de Castro e que correspondem ao Futurismo nesta
10 aceção bem portuguesa (género Alípio Castro d’Ayre). De 1914 data a escrita por Pessoa da «Ode
Triunfal», que marca o aparecimento de Campos, heterónimo iluminado pela poética futurista. Ora, a
ode de Campos, se tem características particulares que em parte se desviam do Futurismo, como certos
parêntesis de teor lírico ou irónico ou o tratamento da dimensão temporal, nem por isso deixa de estar
muito próxima das suas estética e atitude. É disso bom exemplo a exaltação da poesia das máquinas, de
15 uma beleza absolutamente moderna, ou a dos «armamentos gloriosamente mortíferos», tema capital do
Futurismo nacionalista. Em 1915 são publicados no Orpheu poemas futuristas: além da «Ode Triunfal»,
a «Manucure», de Sá-Carneiro, cada um em seu número dos dois que a revista teve. O último é um
poema em que se leem traços não futuristas, também, dado que é a mão de Sá-Carneiro que nele se
inscreve, mas existe uma conformação paródica com o Futurismo, incluindo a citação ipsis verbis de
20 palavras de ordem dos manifestos italianos ou, na evidência da sua forma, a utilização dos processos
futuristas típicos da invenção gráfica ou caligramática. No segundo número de Orpheu, Álvaro assina
um novo poema, longo e violento, a «Ode Marítima», que já nada tem de futurista, podendo relacionar-
se antes com a raiz mais antiga de Walt Whitman e Verhaeren, também, aliás, raízes reconhecidas do
movimento de Marinetti. Sá-
25 -Carneiro publica narrativas, A Confissão de Lúcio, em 1914, e Céu em Fogo, em 1915, que cantam a
espaços os temas do Futurismo relacionados com a vida urbana industrial. Mas essa é apenas uma das
linhas que formam o seu texto, entre outras. E não a mais importante. (415 palavras).
Fernando Cabral Martins, «Futurismo», in Fernando Cabral Martins (coord.),
Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português, Caminho, Lisboa, 2008 (com adaptações).
Sintetiza o texto, de cerca de 400 palavras, para cerca de um terço, 130 palavras no máximo.
• Identifica o texto-fonte da tua síntese.
• Por parágrafos, sublinha as ideias principais e as palavras-chave.
• Organiza as sequências do teu texto e articula-as através de conectores.
• Utiliza uma linguagem clara e objetiva, com correção linguística.
No final, relê o teu texto final e faz a sua revisão. Se necessário, faz as correções de modo a aperfeiçoá-lo.
Síntese
Lê o seguinte texto.
O realismo mágico está presente em autores dos mais variados pontos do globo, nomeadamente em
Portugal. Entre os escritores portugueses que utilizam este recurso, encontra-se José Saramago, que,
contudo, propõe uma designação alternativa: «real sobrenatural».
Numa entrevista à investigadora brasileira Beatriz Berrini, Saramago defende que o realismo mágico
5 não é exclusivo da América Latina e que está presente em autores clássicos como Homero, Guy de
Maupassant e Eça de Queirós. Saramago argumenta que é possível ser realista e maravilhoso
simultaneamente e considera que o «real sobrenatural» sempre esteve presente na sua obra, desde as
crónicas que escrevia para o diário A Capital, em 1969, e para o semanário Jornal do Fundão, em 1971
e 1972. Diz o autor a Berrini: «Não é que eu queira ser “maravilhoso” à força, para aproveitar a maré,
10 simplesmente me parece que a literatura não pode respirar fora dessa quarta dimensão que é a
imaginação fértil. Para ser ainda mais claro: custa-me tanto a compreender, para dar só este exemplo,
um surrealista que não seja realista, como um realista que não seja surrealista».
Saramago não aprofunda com frequência a sua relação com o realismo mágico ou «real
sobrenatural», mas ao longo dos anos dá exemplos que nos ajudam a compreender melhor a sua
15 perspetiva. Por exemplo, em 1986, numa entrevista ao Jornal de Letras, afirmava: «Não acredito em
magias ou feitiços de espécie alguma. Mas se somos todos diferentes, uns mais morenos do que outros,
uns mais inteligentes do que outros, também posso conceber que haja pessoas que veem o mundo como
se estivessem simultaneamente dentro e fora dele».
Podemos, portanto, concluir que, para Saramago, o realismo mágico não é supranatural nem está fora
20 do mundo. As capacidades podem ser singulares, mas são inerentes aos homens e não são dadas por
entidades superiores. Há, assim, uma convergência num único ponto entre o real e o extraordinário, num
processo integrante. Daí que Saramago tenha declarado à revista Vértice, em 1989: «Sou mais realista
do que todos os romancistas que há. Mesmo que eu ponha nos meus livros coisas fantásticas».
Nas suas obras, encontramos facilmente marcas do realismo mágico ou «real sobrenatural». As mais
25 conhecidas são a capacidade de Blimunda Sete-Luas, protagonista de Memorial do Convento, ver por
dentro os corpos humanos e os seus males quando está em jejum; a separação da Península Ibérica da
Europa e a sua transformação em ilha que se move até meio do oceano Atlântico, em A Jangada de
Pedra; ou a cegueira generalizada dos habitantes do planeta sem causas físicas, em Ensaio sobre a
Cegueira. (425 palavras).
30
Isabel Araújo Branco, «La recepción del realismo mágico en la literatura portuguesa contemporánea:
el “real sobrenatural”», de José Saramago»,
in Actas del XVII Congreso de la Asociación Internacional de Hispanistas:
Rumbos del Hispanismo en el umbral de cinceuntenario de la AIH,
Roma, 19-24 de julho de 2010, pp. 338-343.
Sintetiza o texto, de cerca de 400 palavras, para cerca de um terço, 130 palavras no máximo.
• Identifica o texto-fonte da tua síntese.
• Por parágrafos, sublinha as ideias principais e palavras-chave.
• Organiza as sequências do teu texto e articula-as através de conectores.
• Utiliza uma linguagem clara e objetiva, com correção linguística. Relê o texto final.
280 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano
Ficha de trabalho 3
Escrita
Lê os seguintes textos.
Texto A
Texto B
«O bem pressentido localiza-o às vezes o poeta no passado, numa infância remota. Mas essa infância,
em regra, aparece despojada de todo e qualquer conteúdo de experiência biográfica do autor.»
Jacinto Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa, Verbo, Lisboa, 1987.
A partir do poema de Fernando Pessoa e da citação de Jacinto Prado Coelho, elabora um texto
expositivo, de cento e trinta a cento e setenta palavras, sobre o tratamento do tema da nostalgia da
infância na poesia de Fernando Pessoa ortónimo.
Considera os seguintes tópicos:
• A importância da infância na poesia de Pessoa ortónimo.
• Transfiguração da memória.
Deves ser elucidativo quanto ao tema que estás a tratar e fundamentar as tuas ideias, através de
exemplos significativos.
No final, faz a revisão do teu texto, verificando a construção das frases, a utilização correta dos
conectores e a clareza do discurso. Se necessário, faz as correções de modo a aperfeiçoar o texto final.
Lê os seguintes textos.
Texto A Texto B
[…] Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Ascensão e invasão no altar do templo Jazas, remoto, sente-te sonhado,
Contemplo tribos e legiões, viajantes do tempo E ergue-te do fundo de não-seres
Que todos venham testemunhar a mensagem divina Para teu novo fado!
Das terras distantes do Vaticano à cidade da Medina […]
5 Poder do cetro, ao vivo e em direto 5 Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,
O pentágono está alinhado, o portal está aberto Excalibur do Fim, em jeito tal
Versos materializam-se algures entre o mental e o físico Que sua Luz ao mundo dividido
Sincronia perfeita, transe coletivo Revele o Santo Graal!
Levamos-te a um sítio onde nunca foste antes Fernando Pessoa, «O Desejado»,
10 Fecha os olhos e concentra-te só por instantes in Mensagem (ed. Fernando Cabral Martins),
Sente-o denso de mais, um pensamento profundo Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, p. 74.
Redigido algures entre o Paraíso e as Trevas deste mundo
Já estava escrito, profética segunda vinda Texto C
Dealema, legacia que não finda
É o que eu me sonhei que eterno dura,
15 Espírito naval, ancestral de conhecimento É Esse que regressarei.
Expande a tua perspetiva, chegou agora o momento
Fernando Pessoa, «D. Sebastião», op. cit., p. 71.
[…].
Dealema, «V Império», in V Império (CD), 2008.
Texto D
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
Fernando Pessoa, «Nevoeiro», op. cit., p. 91.
A partir dos excertos apresentados, e atentando especialmente nos pontos de contacto entre o
excerto do poema do grupo de hip-hop Dealema e os versos de Fernando Pessoa, elabora um texto
expositivo, de cento e trinta a cento e setenta palavras, sobre as temáticas do Quinto Império e do
Sebastianismo.
Considera os seguintes tópicos:
• Propósito de Pessoa ao escrever Mensagem.
• Sebastianismo enquanto fonte de força e renovação de forças.
• Apelo a uma nova fase gloriosa de Portugal.
Deves ser elucidativo quanto ao tema que estás a tratar e fundamentar as tuas ideias, através de
exemplos significativos.
No final, faz a revisão do teu texto, verificando a construção das frases, a utilização correta dos
conectores e a clareza do discurso. Se necessário, faz as correções de modo a aperfeiçoar o texto final.
282 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano
Ficha de trabalho 5
Escrita
Apreciação crítica
Elabora uma apreciação crítica, de duzentas a trezentas palavras, a propósito da pintura que te é
apresentada, relacionando-a com a unidade de Fernando Pessoa ortónimo.
Introdução
1.o parágrafo – descrição objetiva da pintura.
Desenvolvimento
2.o parágrafo – simbologia inerente à pintura.
3.o parágrafo – relação com os poemas de Fernando Pessoa ortónimo.
Conclusão
4.o parágrafo – comentário crítico sobre a imagem.
Apreciação crítica
Elabora uma apreciação crítica, de duzentas a trezentas palavras, a propósito do cartoon apresentado.
Introdução
1.o parágrafo – descrição objetiva do cartoon.
Desenvolvimento
2.o parágrafo – simbologia inerente ao cartoon.
3.o parágrafo – pertinência da sua temática.
Conclusão
4.o parágrafo – comentário crítico sobre a imagem.
No final, faz a revisão do teu texto, verificando a construção das frases, a utilização correta dos
conectores e a clareza do discurso. Se necessário, faz as correções de modo a aperfeiçoar o texto final.
Texto de opinião
«Portugal é o país que revela maior abertura ao acolhimento de refugiados, mas é um dos que mais
se opõe à imigração, revela um estudo europeu que envolveu 18 países.
Os dados do European Social Survey (ESS), recolhidos em 2002/03 e 2014/15, revelam que, «apesar
de tudo, continua a haver alguma oposição à imigração na Europa e que Portugal está entre os países
que apresenta mais oposição», disse à agência Lusa a investigadora Alice Ramos.»
Jornal de Notícias, 30 de novembro de 2016.
Partindo da imagem e do texto que te são apresentados, elabora um texto de opinião bem
estruturado, no qual apresentes o teu ponto de vista sobre a questão do movimento de refugiados
que migram para a Europa, procurando uma nova oportunidade longe da sua pátria, e a forma como
governos e povos europeus têm lidado com a situação.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles
com, pelo menos, um exemplo significativo.
Texto de opinião
Lê o seguinte texto.
Fundamenta o teu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles
com, pelo menos, um exemplo significativo.
No final, faz a revisão do teu texto, verificando a construção das frases, a utilização correta dos
conectores e a clareza do discurso. Se necessário, faz as correções de modo a aperfeiçoar o texto final.