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A EVOLUÇÃO DAS PLANTAS

Hoje a Terra está coberta de campos e bosques, porque, milhões de anos atrás, algumas
algas da costa avançaram cada vez mais para a terra firme, aquele ambiente inundado de
luz, mas proibitivo para os organismos que viviam na água. A passagem da água para a
terra apresentava enormes problemas, porém não insolúveis. O primeiro era a
disponibilidade de água e o risco de dessecação. Uma alga tem uma disponibilidae de
água praticamente ilimitada. A água e os minerais nela dissolvidos, simplesmente,
atravessam a parede e a membrana das células mais externas, entrando, assim, no corpo
da alga por todos os lados. Devido à abundância de água no ambiente em que vive, uma
alga não precisa de meios para retê-la. Colocada em terra firme, ela logo morre, em
conseqüência da desidratação. Uma planta que vive na terra, entretanto, não morre,
porque desenvolveu meios de obter água do solo e de evitar sua perda por evaporação.

Outros problemas eram a sustentação e o transporte. Uma alga pode flutuar na água sem
a necessidade de um aparelho de sustentação. Uma planta terrestre, porém, precisa de
um corpo mais rígido para se desenvolver em direção à luz sem ficar prostrada sobre o
solo. No interior desse corpo rígido deve existir um sistema de transporte que leve a
água do solo até as folhas.

Finalmente havia o problema da reprodução. O encontro dos gametas é fácil para


as algas, que vivem na água: é suficiente que pelo menos um dos gametas, o masculino,
nade com seu flagelo ao encontro do gameta feminino. Como pode um gameta
movimentar-se no ar? Para a reprodução fora da água é preciso modificar radicalmente
as modalidades de reprodução.

Esses problemas não foram resolvidos de uma só vez, mas por várias "tentativas",
durante um longo período de tempo. A evolução das plantas é uma extraordinária
história em etapas, revelada, em parte, pelos fósseis e, em parte, pelas próprias
características das espécies que povoam atualmente a Terra.
Os restos fósseis indicam que as primeiras plantas terrestres apareceram há cerca de 400
milhões de anos. Provalvelmente, as algas dos quais se originaram eram verdes. Essa
hipótese é sustentada pelo fato de as plantas terrestres terem muitas características em
comum com as algas verdes, como os mesmos tipos de pigmento - clorofila e xantofila -,
o mesmo tipo de parede celular - composta da celulose - e o mesmo material de reserva

- o amido.

Acredita-se que as primeiras algas em condições de abandonar o ambiente aquático


foram aquelas que tinham a parede celular dotada de um revestimento ceroso,
semelhante à atual cutina, o material impermeável que reveste as partes aéreas das
plantas terrestres, formando uma película.
Dessa forma resolveu-se o primeiro problema, a dessecação. Até hoje uma maçã,
um tomate, um cacho de uva mantêm o seu frescor pela presença de uma fina camada
de cutina, a cutícula, que impede que a água dos tecidos abaixo da superfície se disperse
no ar. Se uma maçã fresca for imersa por algum tempo em um solvente de ceras, como a
benzina, ela resseca e murcha.

Biologia Para o Ensino Médio - Volume único, Alba Gainotti e Alessandra Modelli,
Editora Scipione, págs. 112-113.

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