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20/11/2018 A classe média no espelho - Le Monde Diplomatique

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CAPA

A classe média no espelho


EDIÇÃO - 135 | BRASIL

por Jessé Souza

outubro 1, 2018

Imagem por André Valias

Ao tornar a reprodução de privilégios invisível, a


pseudociência liberal passa a ser manipuladora, pois inverte
causa e efeito, e legitima privilégios injustos como se fossem
“mérito individual”, podendo, inclusive, culpar as vítimas do
abandono por sua própria exclusão

Meu interesse, neste texto, é discutir alguns dos aspectos centrais


desenvolvidos no meu livro mais recente, A classe média no espelho: sua
história, seus sonhos e ilusões, sua realidade, depois da publicação de A

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elite do atraso, em 2017. O livro será lançado ainda em outubro de 2018,


pela Editora Sextante. Ele é o resultado de uma pesquisa empírica e
teórica realizada por mim entre 2015 e 2018. Seu objetivo é compreender
essa classe social fundamental e desvelar sua história, sua diferenciação
e hierarquia interna e seu papel tanto econômico quanto social e político
nos últimos cem anos de história brasileira.

O livro combina a análise histórica e teórica das transformações dessa


classe social fundamental com o resultado de centenas de entrevistas
empíricas realizadas com pessoas de todas as frações da classe média.
As entrevistas foram depois amalgamadas para formar os tipos sociais
mais característicos dessa classe. Tudo isso combinado em linguagem
acessível e compreensível ao leitor, sem, no entanto, implicar nenhuma
concessão à super cialidade. O pressuposto é o de que qualquer
assunto, por mais complexo que seja, pode se tornar compreensível e
atraente ao leitor médio de boa vontade.

Em um país que se acostumou a perceber as classes sociais por seu nível


de renda, é necessário que se diga que classe social é, antes de tudo, um
mecanismo de reprodução de privilégios no tempo, sejam eles positivos
ou negativos. O problema é que muitos privilégios positivos, como a
posse de conhecimento valorizado – precisamente o tipo de capital
monopolizado pela classe média real –, são literalmente invisíveis para a
maioria. Para poder aprender de verdade na escola é necessário ter tido
em casa, desde tenra idade, todos os estímulos emocionais e morais
(também tornados invisíveis), sem os quais não existe real aprendizado.
Ninguém nasce com capacidade de concentração, disciplina e
autocontrole, amor à leitura, pensamento prospectivo ou capacidade de
pensamento abstrato.

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Em seu conjunto, essa “herança imaterial” permite reproduzir o


privilégio da classe média “real” entre gerações que recebem de
“presente”, pela socialização familiar especí ca da classe, o sucesso
escolar e posteriormente o sucesso no mercado de trabalho. A renda
diferencial da classe média em relação às classes populares também
ajuda a aprofundar a desigualdade, na medida em que as famílias de
classe média podem comprar o “tempo livre” dos lhos apenas para o
estudo. Nas classes populares, os lhos começam a trabalhar e a estudar
aos 12 ou 13 anos. Mas a injustiça já começa no berço e se mostra aos 5
anos, quando uns chegam como vencedores e outros como perdedores à
escola.

Ou seja, a “renda” que a classe média adulta aufere só existe por conta
dessa reprodução invisível de privilégios positivos na infância e na
adolescência. É isso que explica a renda diferencial dos indivíduos da
classe média em relação aos das classes populares. Ao tornar a

reprodução de privilégios invisível, a pseudociência liberal passa a ser


manipuladora, pois inverte causa e efeito, e legitima privilégios injustos
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manipuladora, pois inverte causa e efeito, e legitima privilégios injustos
como se fossem “mérito individual”, podendo, inclusive, culpar as vítimas
do abandono por sua própria exclusão.

O foco unilateral na renda distorce toda a percepção das classes sociais


e torna, por exemplo, literalmente invisível a ação dos valores morais no
comportamento prático das pessoas. Assim, além de dinheiro e poder,
como estímulos pragmáticos ao comportamento prático de cada um de
nós, é necessário reconstruir a hierarquia moral “invisível”, composta por
“ideias valorativas” fundamentais, que também nos comandam no dia a
dia tanto ou mais que dinheiro ou poder. Essa dimensão é universal e
está presente em todas as sociedades modernas, ao contrário do que
pensa nosso mito “vira-lata”, que imagina o Brasil como um planeta
verde e amarelo cuja singularidade é comandada pela corrupção apenas
do Estado em tese “patrimonial”.

O indivíduo supostamente livre que se classi ca socialmente pela renda


enigmaticamente produzida esconde, na verdade, o racismo como um
dado universal das relações sociais no mundo inteiro. Racismo, portanto,
não pode ser reduzido ao “racismo racial”, por mais importante que ele
seja. Não perceber esse fato fundamental é se condenar a não
compreender nada de importante no mundo social. O racismo que se
aplica à “raça” é apenas a forma mais visível de um racismo muito mais
amplo e universal. A nal, a operação do “dispositivo de poder racista” se
aplica a qualquer separação entre “gente” e “subgente”.

No Ocidente, a noção de “gente” é sempre associada ao “espírito”, como


lugar da inteligência, da disciplina e da moralidade, e a noção de

“subgente” é sempre associada ao “corpo”, como emoção irracional e


trabalho animalizado. O racismo “racial” é, portanto, apenas uma das
formas possíveis de racismo. A mesma separação operada entre o branco
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percebido como “espírito” e do negro percebido como “corpo” se aplica


às classes superiores em relação às classes populares, aos homens em
relação às mulheres, e às culturas ditas superiores, do Norte global, em
relação às ditas atrasadas, do Sul global.

Por conta desse racismo generalizado e tornado invisível, toda a


dimensão “simbólica” da desigualdade que permite e justi ca a renda
diferencial é tornada secundária. Além disso, a renda nunca é o único
privilégio que vive do racismo não percebido. Tão importante quanto ele
é o prestígio social, que condiciona tanto o reconhecimento social dos
outros em relação a nós quanto nossa própria autoestima e
autocon ança. Na verdade, as noções de “personalidade sensível” e
“produtividade útil” comandam nossa vida e nossas escolhas tanto ou
mais que dinheiro e poder. Toda legitimação da desigualdade social
assume a forma compósita da “sensibilidade diferencial”, exibida nos
hábitos de consumo, na forma de andar, falar e se expressar, e do
“desempenho diferencial”, explicitando a maior importância relativa do
conhecimento em relação ao esforço muscular.

Admira-se o “bom gosto” de quem entende de vinhos, de quem anda de


modo elegante, de quem fala de modo articulado, de quem se expressa
sem di culdades. Isso cria uma “solidariedade” imediata e invisível entre
todos que compartilham desse “estilo de vida”. Cria também uma
animosidade e um preconceito contra todos os “animalizados” que não
compartilham do mesmo mundo. Assim, o “racismo de classe” funciona
de modo invisível e, precisamente por conta disso, de modo muito
e ciente.

A “ética do desempenho”, por sua vez, repete, no mundo do trabalho, a


mesma oposição que enseja solidariedade entre os de cima e o
preconceito contra os de baixo. As classes do trabalho intelectual se
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o. média
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veem como “superiores” às classes do trabalho manual. Tudo de modo


invisível e “inconsciente” para funcionar melhor. Assim, temos um
racismo de classe que torna invisível todos os fatores que constroem
todos os privilégios e que nem sequer é percebido como racismo.

Essa moralidade invisível está por trás de todo o nosso comportamento


prático. Diz-nos, por exemplo, de quem devemos ser amigos, com quem
devemos nos casar, com quem devemos fazer negócios e quem são
nossos parceiros na manutenção da vida como ela é. Por oposição, diz-
nos quem devemos evitar e com quem devemos ter apenas relações
passageiras de serviços. O livro desvela de modo claro e compreensível,
sempre utilizando exemplos concretos retirados da vida cotidiana, como
somos comandados por essa “hierarquia moral” que separa as classes do
privilégio, como a classe média, das classes populares.

A ideia subjacente é a de que nosso comportamento concreto é muito


mais importante, para de nir quem somos e como agimos do que as
ideias conscientes que temos na cabeça. Se essas hierarquias morais são
universais, a forma como esses princípios funcionam em uma sociedade
de passado escravocrata como a nossa ajuda a explicar – mais do que
qualquer culturalismo “vira-lata” – nossa distância em termos de
aprendizado moral em relação às sociedades mais igualitárias.

A segunda parte do livro se refere à gênese histórica da classe média no


Brasil. O livro mostra como a oposição entre “alta classe média” e “massa
da classe média” se constrói no começo do século XX e opõe essas
frações tanto na dimensão econômica quanto na dimensão política.

Nesse sentido, as clivagens verticais na classe média são mais


importantes que as clivagens horizontais, como a reconstrução histórica
de longa duração dessa classe, levada a cabo no livro, demonstra. O mais
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interessante é que essas clivagens entre as frações de classe da classe


média explicam em boa medida a conjuntura atual que atravessamos.

Esses elementos combinados precisam ainda ser acrescidos de um


aspecto fundamental: o “espírito da época”, representado pela revolução
simbólica neoliberal posta em prática pelo capitalismo nanceiro, hoje
dominante. O livro analisa a combinação complexa desses elementos em
linguagem acessível e clara para qualquer leitor. O instante histórico
atual é simbolizado pelo auge da dominação simbólica, social e
econômica do capital nanceiro. O capitalismo nanceiro cria não só
uma forma especí ca de acumulação de capital, com um ritmo e uma
lógica peculiar, mas também uma semântica, uma concepção de
felicidade pessoal e uma “narrativa” de vida social inteiramente nova.
Essa narrativa se aplica aos trabalhadores, mas também aos gestores e
supervisores do trabalho, de níveis superiores e intermediários, que
perfazem boa parte da classe média, seja a alta, seja a massa da classe
média.

A grande novidade da estratégia de poder do capitalismo nanceiro é


que ela se vende como “liberdade” e como “autorrealização”. A
colonização de todo vocabulário “expressivista” e da ética da
autenticidade individual, transformados de sua dimensão ética e nalista
em pragmática e instrumental, serve precisamente a esse m. O
mecanismo de poder mais e ciente é o que se vende como “liberdade
individual”. O trabalhador rede nido como “colaborador” ou como
“empresário de si mesmo” serve para mostrar que o antigo capataz e o
vigilante do trabalho, juntamente com a subordinação explícita que ele

ensejava, nalmente morreram. Hoje, no capitalismo nanceiro


triunfante, somos todos, nalmente, empresários. Como muitos são
“autônomos” – observe o nome que evoca liberdade e autonomia, como
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q
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,
tudo na semântica da nova época hoje em dia, inclusive na classe média
– e devem ao banco o início de sua atividade ou negócio, o patrão se
torna crescentemente abstrato e imaterial.

Por conta disso, se temos metade das empresas brasileiras e a maior


parte da população endividada até o pescoço, hoje em dia1 isso não
provoca reação nem rebelião organizada nas pessoas. O novo dispositivo
e as novas estratégias de poder do capitalismo nanceiro são invisíveis
para suas vítimas, daí sua extraordinária e cácia. É um poder que se
exerce de modo sutil e “sedutor”, que se vende como liberdade e
autonomia individual. O Facebook é a metáfora perfeita para esses novos
tempos e suas novas estratégias. Todo o aparato de vendas comerciais
construído com precisão de alfaiate para as necessidades de cada um de
nós é produzido por “curtidas” que nós próprios fazemos sem nenhum
custo para a plataforma comercial. Isso tudo sob a aparência ingênua e
con ável da troca de informações entre amigos e familiares. Ninguém
precisa invadir mais de modo ilegal nossa privacidade, ainda que isso
também aconteça. Nós a oferecemos, agora de graça, para quem lucra
com ela.

A nova opressão do capitalismo nanceiro é e caz, posto que se vende


como liberdade. Ela não censura, não silencia, não impede, não proíbe.
Ela não ativa nenhum dos dispositivos de dominação que normalmente
associamos ao exercício do poder. Ao contrário, ela nos estimula a
contar nossa vida, a nos comunicarmos, a mostrar nossos desejos e
preferências; somos nós mesmos que nos entregamos a quem nos

explora sem custo. Isso tudo como se estivéssemos curtindo, gostando,


fruindo nossa liberdade individual. Esse é o novo ambiente de um poder
que é tanto mais e caz precisamente porque não se mostra como
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“poder”. As trajetórias de vida discutidas no livro permitem adentrar de


modo concreto e cotidiano na nova forma de dominação econômica,
social e política que se tornou hegemônica.

Por que não percebemos o potencial patológico desse novo capitalismo?


Para esclarecer essa questão é necessário partir de uma re exão
fundamental de um dos maiores lósofos do capitalismo: o pensador
alemão Georg Simmel. Em um de seus textos seminais,2 Simmel percebe
que a “sensação de liberdade” só é possível quando estamos transitando
de uma situação social para outra. A nal, não existe “liberdade”
enquanto tal, ou seja, enquanto ausência de qualquer tipo de
constrangimento. Estamos sempre inseridos em um contexto que nos
limita, nos constrange e nos obriga.

A “sensação de liberdade”, portanto, é peculiar a épocas de transição,


como a nossa, quando as antigas limitações percebidas como
aprisionamento são substituídas por outros tipos de constrangimento.
Nesse meio-tempo, entretanto, enquanto os novos constrangimentos
não são ainda percebidos enquanto tais, eles podem ser tanto
percebidos por suas vítimas quanto “vendidos” por seus algozes como se
fossem liberdade real e efetiva. Esse livro, talvez o melhor e o mais claro
que tenha escrito na minha vida intelectual, procura compreender o que
há de mais universal e abstrato para iluminar, com exemplos concretos,
a vida que a classe média brasileira vive cotidianamente, sem ter tempo
de re etir sobre ela.

*Jessé Souza é sociólogo e autor, entre outros, de A elite do atraso: da


escravidão à Lava Jato (Leya, 2017) e A classe média no espelho: sua
história, seus sonhos e ilusões, sua realidade (Sextante, 2018), a ser
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20/11/2018 (
A classe média no espelho - Le Monde Diplomatique )
lançado em outubro.

1 Vitor Abdala, “Percentual de famílias endividadas sobe de 59% para


62,2%”, Agência Brasil, 5 jan. 2018.

2 Georg Simmel, Das Individuum und die Freiheit [O indivíduo e a


liberdade], Essais, Wagenbach, 1992.

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Mauro Duarte
O LULA está preso para que a nossa elite possa se olhar no
espelho!
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Luciana Vilela
Libera logo este texto!!!! Tou louca pra ler!!!
Curtir · Responder · 1 · 2 sem

Lenildo Martins
Esse texto no s leva a reflexão de quem realmente somos e
onde realmente estamos.
Curtir · Responder · 2 sem

Inês Esmeraldo
Nossa classe média é hipócrita e tenta esconder os problemas

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