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DIEGO MEDEIROS GUEDES

Os 7 erros
comuns da
terapia
medicamentosa
Por que você precisa se apropriar

desses conceitos?

VOCÊ SABIA?
De acordo com a Organização Mundial de

Saúde, cerca de 50% das prescrições são

inapropriadas e podem conter erros.


O
AUTOR
Diego Medeiros Guedes

Farmacêutico pela UFPE (2009)

Mestrando em Inovação Terapêutica (UFPE)

Especialista em Farmácia Hospitalar

Membro da Comissão de Farmácia Clínica (CRF-PE)

Coordenador do Núcleo de Farmácia IDE Cursos

Docente de Pós-graduação (IDE Cursos)

Docente na UNINASSAU (PE)

Farmacêutico do NATJUS (TJPE)

Proprietário de Consultório Farmacêutico


INTRODUÇÃO
Diego Medeiros Guedes

Comumente nos deparamos com diversas situações que

requerem a intervenção do farmacêutico, seja no âmbito

ambulatorial ou no âmbito hospitalar. É preciso estar apto a

identificá-las, bem como o conhecimento necessário para

intervir, quando necessário.

Neste e-book traremos os sete erros mais comuns na

terapia medicamentosa para que você possa na prática

clínica identificá-los e saná-los.

Boa Leitura!
DIEGO MEDEIROS GUEDES

01
TERAPIA
DESNECESSÁRIA
Quando a terapia farmacológica não

é necessária
TERAPIA
DESNECESSÁRIA
Diego Medeiros Guedes

Consideraremos como um medicamento desnecessário ,


todo e qualquer medicamento que não venha a prover

benefício definido ao seu paciente e que pode ser suprimido

da terapêutica sem gerar prejuízo ou danos a ele.

Tomaremos como exemplo aquele Omeprazol que seu

paciente usa todas as manhãs antes do desjejum, que fora

recomendado por seu médico há 5 anos atrás por conta de

uma dor no estômago que ele melhorou, mas desde então

nunca mais voltou ao médico, nem deixou de tomar o

medicamento.

É importante o farmacêutico no momento da dispensa

identificar se o paciente possui prescrição para adquirir

aquele medicamento e questionar-lhe há quanto tempo faz

uso do mesmo.
TERAPIA
DESNECESSÁRIA
Diego Medeiros Guedes

Além disso, podemos citar aquela Vitamina C (Ácido

Ascórbico) que seu paciente vai buscar na farmácia ao

primeiro sinal de gripe ou resfriado. Cabe ao farmacêutico

informar mas este medicamento se tornará totalmente inútil

se a intenção for combater os sintomas gripais. A Vitamina

C pode auxiliar na prevenção no contágio da gripe por

estimular o sistema imunológico, mas tal benefício não será

perceptível quando o vírus já estiver em seu ciclo.

Muitos são os exemplos de medicamentos desnecessários

na terapia medicamentosa. A pergunta que sempre deve ser

feita é:

"A terapia farmacológica para essa condição é


necessária?"

Se a resposta for negativa, estamos diante de um

medicamento desnecessário.
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02
MEDICAMENTO
ERRADO
Quando o medicamento utilizado

precisa ser trocado (às vezes

chamado de medicamento ineficaz)


MEDICAMENTO
ERRADO
Diego Medeiros Guedes

Inúmeras vezes nos deparamos com os pacientes relatando

a ineficácia de determinados medicamentos. Entretanto,


seriam estes medicamentos os corretos para uso pelo
paciente? O f a r m a c ê u t i c o p o d e t e r a r e s p o s t a d e s s a
pergunta através de uma breve anamnese junto ao paciente

no momento da dispensa.

Como exemplo, cito aquele paciente com a garganta

inflamada, com várias placas purulentas, e que requer de

pronto um antibiótico. É importante você saber que grande

parte das infecções orofaríngeas não são de origem

bacteriana, mas sim de origem viral!

Desta forma, o uso de um antibiótico nestes casos poderia

ser considerado ineficaz do ponto de vista clínico, uma vez

que não acaba com as placas purulentas e também

considerado errado pois a finalidade de uso do antibiótico é

de combate a microrganismos bacterianos e não virais.


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03
DOSAGEM
BAIXA
Quando a dose do medicamento não

é suficiente para promover os efeitos

terapêuticos
DOSAGEM
BAIXA
Diego Medeiros Guedes

Quando identificamos o uso de um medicamento em dose

abaixo daquela preconizada para benefícios esperados,

consideramos que há uma dose subterapêutica.

É importante frisar que a dose subterapêutica pode ser

encontrada de diversas formas:

Seu paciente teve um medicamento prescrito em dosagem

abaixo daquela que é necessária para ação terapêutica.

Como exemplo, os pacientes insulino-dependentes que,

mesmo adotando bons hábitos alimentares e praticando

atividades físicas, apresentam glicemia elevada. Muito

provavelmente a dosagem de insulina (seja a de ação lenta

ou rápida) precisa ser corrigida para um melhor controle.


DOSAGEM
BAIXA
Diego Medeiros Guedes

Há pacientes que, por questões genéticas, podem

apresentar quantidade bem maior de enzimas

metabolizadoras (como a Citocromo P450) e com isso têm

um metabolismo mais acelerado, sendo necessário um ajuste

de dosagem nestes casos. É praticamente impossível

detectar se o paciente tem um perfil hipermetabolizador.

Cabe ao farmacêutico sugerir a titulação de doses nestes

casos.

Além disso, uma das causas que podem levar a uma

dosagem abaixo da esperada é o não cumprimento da

pauta terapêutica prescrita. O esquecimento de doses e o

espaçamento entre as doses compreendem estas causas.

Por isso uma boa anamnese é fundamental para


entender as prováveis causas da baixa dosagem. Por
muitas vezes os pacientes relatam a ineficácia de
alguns medicamentos, quando na verdade o problema
pode estar na baixa dosagem. Investigue as possíveis
causas.
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04
REAÇÃO
ADVERSA AO
MEDICAMENTO
Quando o medicamento apresenta

problemas não relacionados à dose.


REAÇÃO
ADVERSA
Diego Medeiros Guedes

Reação Adversa do Medicamento, Segundo Laporte,

podemos considerar como “qualquer efeito prejudicial ou

indesejado que se apresente após a administração de doses

normais utilizadas no homem para a profilaxia, diagnostico

ou o tratamento de uma enfermidade”

Na prática clínica dispomos de inúmeros exemplos e é

preciso o farmacêutico conhecê-los, sobretudo os de

relevância e de alta incidência para que possa oferecer

uma correta orientação ao paciente.

Temos como exemplos clássicos a tosse seca provocada

pelo uso de inibidores da enzima conversora de

angiotensinidase (IECA), sendo o Captopril o maior dos

exemplos. Além disso, podemos citar o aparecimento de

enjôos concomitante ao uso do antidiabético oral

Metformina.
REAÇÃO
ADVERSA
Diego Medeiros Guedes

O farmacêutico deve ter a ciência de que estes efeitos são

comuns e tendem a ser transitórios. Caso persistam, oriente

o paciente a buscar um prescritor para que a terapêutica

possa se r avaliada.

Desta forma, antecipar as possíveis reações adversas


se torna uma atividade fundamental do farmacêutico.
Através da farmacovigilância podemos monitorar o uso
dos medicamentos, bem como o surgimento de reações
adversas (sejam aquelas esperadas ou aquelas não
esperadas)
DIEGO MEDEIROS GUEDES

05
DOSAGEM
MUITO ALTA
Quando o medicamento apresenta

problemas relacionados à dose.


DOSAGEM MUITO
ALTA
Diego Medeiros Guedes

Quando identificamos o uso de um medicamento em dose

acima daquela preconizada para benefícios esperados,

consideraremos que há uma dose supraterapeutica ou

sobredose.

É importante frisar que a sobredose pode ser encontrada

mediante diversas causas, como por exemplo:

O paciente teve um medicamento prescrito em dosagem

acima daquela que é necessária para ação terapêutica.

Podemos citar os mesmos pacientes insulino-dependentes

que após a administração da insulina apresentaram um

perfil hipoglicêmico elevado. Cabe destacar o perigo da

hipoglicemia em pacientes diabéticos, sobretudo se a

mesma se apresentar de forma abrupta, podendo ocasionar

inúmeros problemas ao paciente.


DOSAGEM MUITO
ALTA
Diego Medeiros Guedes

Há pacientes que, por questões genéticas, podem

apresentar quantidade bem menor de enzimas

metabolizadoras (como a Citocromo P450) e com isso têm

um metabolismo mais lento, sendo necessário um ajuste de

dosagem nestes casos. É praticamente impossível detectar

se o paciente tem um perfil hipometabolizador.

É importante o farmacêutico ter o olhar apurado para


compreender que aquela reação apresentada pode
estar relacionada à dose elevada. Isso torna
fundamental que se conheça os limites máximos de dose
diária e se o paciente precisa fazer algum ajuste de
dosagem.
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06
CUMPRIMENTO
INAPROPRIADO
Quando o problema não está no

medicamento
CUMPRIMENTO
INAPROPRIADO
Diego Medeiros Guedes

Não há um consenso, mas estima-se que 50% dos

pacientes crônicos tratados com medicamentos não aderem

corretamente à terapêutica, seja através do uso

medicamentos ou dos hábitos de vida. Mudar esse panorama

é uma tarefa árdua e que demanda muito tempo, algo que

em muitos casos o prescritor não dispõe no momento da

consulta.

Desta forma, surge um nicho para a atuação do

farmacêutico clínico no sentido de garantir que a

terapêutica proposta seja cumprida à risca pelo paciente e

que os resultados imaginados pelo prescritor sejam

atingidos da melhor forma.


CUMPRIMENTO
INAPROPRIADO
Diego Medeiros Guedes

Podemos citar por exemplo de não-adesão ao tratamento

proposto, o fato do paciente iniciar uma antibioticoterapia

e encerrá-la antes do prazo estabelecido, o que pode gerar

uma resistência bacteriana ao antibiótico utilizado.

Para tratamentos crônicos, é comum que os pacientes não

adiram completamente ao tratamento proposto e as causas

podem ser diversas, incluindo propositais e não-propositais.

É importante o farmacêutico, sempre que possível,


certificar-se de que o tratamento crônico está sendo
cumprido a contento, devendo avaliar os critérios
prescritos e se o paciente está seguindo tais
recomendações.
DIEGO MEDEIROS GUEDES

07
NECESSIDADE
DE TERAPIA
ADICIONAL
Quando o medicamento precisa ser

acrescido ao tratamento
NECESSIDADE
ADICIONAL
Diego Medeiros Guedes

Nem sempre estar fazendo uso de medicamentos significa

que a terapia está plena. Pode ocorrer a necessidade do

paciente fazer uso de uma ou mais drogas visando a

otimização do plano terapêutico.

Frise-se que o acréscimo de uma nova droga deve estar

respaldado em critérios bem definidos e que não interajam

com outras drogas, de preferência.

Um grande exemplo que podemos citar são pacientes que

possuem inúmeros fatores de risco cardiovasculares

agregados como hipertensão, tabagismo, sedentarismo,

diabetes e dislipidemia que fazem uso de medicamentos

para tais condições de forma isolada.

Contudo, o farmacêutico pode sugerir ao prescritor a

inclusão de um medicamento cardioprotetor para prevenir

possíveis eventos cardiovasculares neste paciente.


DIEGO MEDEIROS GUEDES

CONCLUSÃO
Por que avaliar a farmacoterapia?
CONCLUSÃO
Diego Medeiros Guedes

Tendo em vista tais situações relatadas acima, resta claro

o papel do farmacêutico em ser o gestor da terapêutica do

paciente, orientando-o e municiando os prescritores de

informações que em geral não são relatadas pelos usuários

e que podem ser de grande valia no momento de avaliar

uma terapêutica ou eleger um novo plano.

Portanto, o farmacêutico é o profissional de saúde


mais habilitado a gerenciar a terapia medicamentosa
dos pacientes, identificando e prevenindo ou resolvendo
problemas relacionados a medicamentos.
BIBLIOGRAFIA
Diego Medeiros Guedes

Laporte J.R, Tognoni G, Princípios de epidemiologia


del medicamento. 2001
Rovers J.P., Currie, J.D., Guia prático da Atenção
Farmacêutica: Manual de Habilidades Clínicas. Ed.
Pharmabooks. 2010
CONTATOS
Diego Medeiros Guedes

diegomedeirosguedes@gmail.com

(81) 99727-8564

@farmaceuticodiego

Farmacêutico Diego

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DIEGO MEDEIROS GUEDES
2019
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