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• Perspetiva segundo Aristóteles:
Praxis – Corresponde à vida ativa, nomeadamente à ação
política do cidadão na cidade-estado, a que Aristóteles
atribui grande importância. Dirigida para o campo da Teoria Filósofo
Ética e da Política.
Poiesis – Atividade prática no sentido de produção
Ação Política Cidadão
de qualquer coisa (por exemplo, um objeto).
Theoria – Atividade Teórica, de contemplação, só acessível a
uma minoria de indivíduos. Atividade de caráter
divino. Ação Produtiva Todo o ser humano
• Ação e Produção:
Poien (Fazer) – Onde a ação tem por principal fim dominar e organizar uma matéria
exterior. É a ação do Homem sobre as coisas, ação do Homem sobre o Homem no plano
das forças naturais ou produtivas.
Prassein (Agir) – A ação não tem como principal fim a construção de uma obra
exterior, e sim, a formação daquele que executa as duas capacidades, as suas virtudes.
O Agir como revelador da constituição ontológica do Homem – É por ele que o Homem
se afasta do isolamento típico do fazer. Permite a construção de uma identidade. Agir
pressupõe a existência de uma vontade consistente, sendo pura criação e projeção, como
uma razão.
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Contraposição do Acontecer ao Fazer e Agir:
Outros Eu Papel
Quem faz a ação Ativo
Elemento
Eu Passivo
Outros
Consciente/Inconsciente,
Contraposição do Acontecer ao Fazer e Agir: involuntário – Ato do Homem - Bio
• Intenção e Motivo:
Intenção – Deriva do latim (intentio) do verbo intendere que significa estirar ou estender
algo numa dada direção. Quando intentamos algo, colocamo-nos numa certa tensão para
fazermos o que intentamos. As intenções são ideias que cada um quer realizar. Intenção
como antecipação da ação. (“Para quê?”)
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Motivo de uma Ação – Consiste nas razões que impelem o indivíduo a agir, fazendo
uma coisa em vez de outra. (“Porquê?”)
Distinção de Motivo de Causa e de Intenção – Tanto a causa como o motivo antecedem
à ação, porém o motivo explica a razão da ação, para clarificar a ação humana; a causa
não fornece qualquer tipo de explicação, aplicando-se somente ao que antecede; motivo
e intenção respondem a questões diferentes: a intenção responde ao “Para quê?”,
dizendo respeito ao que queremos obter com a nossa ação, e o motivo, ao “Porquê?”,
dizendo respeito ao que está na origem de agirmos como agimos.
• Deliberação e Decisão:
Deliberação – Consiste em pensar/refletir antes de agir. É o processo de reflexão que
antecede a uma ação.
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deliberação distingue-se da decisão, pois, enquanto aquela está mais relacionada com a
reflexão sobre as várias opções, a decisão prende-se mais com a vontade de realizar
efetivamente a alternativa eleita.
Execução/Ação
Deliberação (Agir)
Decisão
• O conceito de Agente:
O Agente – É o que pode responder à pergunta “Quem fez isso?” mediante da resposta
“Eu!”. É o autor das ações.
O Agente é o centro da rede conceptual da ação pois tendo feito as ações de uma forma
voluntária, consciente e intencional pode ser responsabilizado pelos seus atos, ou seja,
tem de assumir as suas ações e responder por eles.
Responsabilizar o agente por uma ação é pressupor que o agente é livre; ele tem o poder
de escolher entre alternativas possíveis aquele que quer realizar, sem ser constrangido
ou coagido.
O Homem e a Ação
• O Determinismo e a Liberdade:
Determinismo – O Determinismo é a doutrina onde qualquer acontecimento tem uma
causa, onde tudo (sem exceções) é resultado ou efeito de causas anteriores. Vendo isto
numa perspetiva determinista, o mundo é um conjunto de causas e efeitos.
Liberdade – Capacidade de escolha e de decisão, referindo assim que a liberdade é a
ideia de que depende de mim o que escolho fazer. É a escolha livre de decisão, cabendo
a cada um escolher o que fazer. Onde se acredita que a escolha depende inteiramente de
mim, da minha vontade.
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Fatalismo Teológico – Fundamenta-se no pretenso antagonismo entre a Presciência
Divina e o exercício da liberdade humana, é conhecido também por predestinacionismo.
Relação entre a Física Clássica e o Determinismo – Foi a partir da Física Clássica e das
Descobertas do contexto da mesma, nomeadamente de algumas leis científicas que
serviram de ponto de partida para a ideia de um universo como que mecânico, em que
tudo funciona segundo relações de causa-efeito, que se partiu para o determinismo
universal aplicado ao ser humano.
Aplicação do Determinismo à Ação Humana – O ser humano, como ser natural, e as
suas ações, como todos os acontecimentos, também estão envolvidos nestas relações de
causa-efeito segundo as quais tudo ocorre de forma determinada. O termo
“determinismo” é uma designação ontológica, pois se refere à natureza do mundo, ao
passo que “previsibilidade” é um termo epistemológico, relativo à capacidade que temos
de conhecer o futuro. Segundo o determinismo radical, e em analogia com o mundo
físico, as nossas ações estão submetidas causalmente aos impulsos provenientes das
experiências de vida e dos traços de caráter que caracterizam a personalidade, pelo que
os seres humanos não têm livre arbítrio. Assim, todos os acontecimentos (e ações
humanas) são causadas por acontecimentos anteriores.
Agir
Liberdade
Radical Moderada Libertismo
Condicionada
Teorias Incompatíveis
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Distinção entre ações livres e ações não livres (segundo o determinismo moderado) –
Ações não livres resultam de causas exteriores, coerção ou constrangimento. Ações
livres resultam de causas interiores ou psicológicas, como desejos ou crenças, pelo que
o determinismo pode ser compatível com a defesa do livre-arbítrio.
• O Indeterminismo:
Indeterminismo – Não é compatível com uma explicação científica do tipo causa-efeito.
Corrente que defende a impossibilidade de prever os fenómenos a partir de causas
determinantes, introduzindo as noções de acaso e aleatoriedade.
Indeterminismo como Negação da Liberdade Humana – Se admitirmos que o
indeterminismo que rege o mundo das partículas também se aplica ao cérebro humano,
então a ação humana não está submetida a leis determinísticas, mas à indeterminação e
à imprevisibilidade. Em relação ao ser humano, não podemos prever, com rigor, como
ele irá agir. Ele age e não é possível determinar o que levou a agir. Porém, se é o acaso
que conduz as ações humanas imprevisíveis, então elas não são resultado do que o ser
humano quer, atendendo que não provêm do próprio, mas sim de causas externas. Logo,
as ações também não são livres.
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homem pode até ter consciência dos seus desejos, mas ignora as causas, não sabe que a
causa desses mesmos desejos se situa para além da sua vontade. A experiência dá-nos
disso vários exemplos, quantas vezes quando estamos indecisos entre duas opções
escolhemos aquela que a consciência não nos aconselha porque um impulso nos conduz
(Determinismo Físico-Biológico).
Distinção entre Necessidade e Constrangimento – Necessidade diz respeito à própria
natureza de determinado objeto ou ser, ao que é próprio da sua maneira de ser ou agir.
Por exemplo, no caso do homem, faz parte da sua natureza agir de acordo com a sua
razão. Agir por necessidade não consiste numa negação da liberdade. Constrangimento
diz respeito aos fatores exteriores ao próprio ser que condicionam a sua ação, agir
constrangido significa não agir livremente.
Porque é que Deus pode ser considerado livre? – Deus representa o Todo, é criador de
todas as coisas, como tal, nada existe que lhe seja anterior ou exterior. Portanto, não
podem existir condicionantes exteriores a si mesmo que perturbem a sua ação. Todas as
outras coisas, criadas por Ele, incluindo o próprio homem são finitas e encontram-se
encadeadas com outras coisas, que as determinam na sua maneira de ser e de agir, pelo
que não são absolutamente livres.
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antecedentes (por terceiros, neste caso, os nossos pais) e, uma vez no mundo, somos nós
que fazemos as nossas próprias escolhas.
A importância da noção de projeto nesta conceção de liberdade – A noção de projeto é
importante, é subjetivo; ao longo da vida, estabelecemos metas, objetivos, escolhas a
alcançar, que nos vão definindo enquanto pessoas, de várias maneiras, assim que
conquistos, alcançados.
Em que medida a noção de liberdade, em Sartre, se encontra indissociavelmente ligada
à de responsabilidade? Qual a dimensão dessa responsabilidade? – O Homem é
responsável por aquilo que faz/é, dando a possibilidade para este fazer escolhas próprias
e independentes. Conforme as decisões que for tomando, terá que lidar com as
consequências que virão futuramente.