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PAVIMENTOS RODOVIÁRIOS
de Conservação e Reabilitação
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“MISTURAS BETUMINOSAS DE ELEVADA RIGIDEZ PARA CAMADAS DE BASE
DE PAVIMENTOS”
RESUMO
A metodologia de estudo constou basicamente das seguintes fases: Ao nível laboratorial foi
feita a selecção e caracterização do ligante betuminoso e dos agregados utilizados no
estudo. É feita igualmente uma referência aos principais aspectos que caracterizam estas
misturas betuminosas, bem como uma síntese da sua evolução.
INTRODUÇÃO
Poder-se-á definir genericamente uma mistura betuminosa de alto módulo para camadas de
base, como sendo a que se caracteriza por apresentar normalmente uma rigidez
consideravelmente superior às misturas betuminosas convencionais para o mesmo fim (NF
P 98 -140, 1992). Estas misturas betuminosas especiais são normalmente dotadas de uma
maior capacidade estrutural, comparativamente às misturas betuminosas tradicionais para
pavimentação.
Dada a natureza intrínseca deste material, as novas camadas formadas com estas
misturas, não teriam associados os problemas de fissuração por retracção, das bases de
elevada rigidez habitualmente utilizadas, compostas por materiais tratados com ligantes
hidráulicos, que para além desse facto, necessitam dada a sua natureza de ser colocadas
sobre camadas de sub-bases também rígidas.
ARTIGO
1 – Evolução da técnica
2
No início da década de 80, surge em França (País onde se assistiu a uma maior evolução
desta temática) um novo impulso no campo das misturas betuminosas de elevada rigidez,
com o objectivo de utilização em camadas de base de pavimentos, e em que os ligantes
betuminosos a utilizar, embora distintos dos convencionais, seriam à base de betumes
puros, obtidos directamente por destilação do petróleo bruto, e com penetrações nominais
do tipo 10/20 a 25ºC, cuja utilização na altura não tinha qualquer expressão.
1.1 – Normalização
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Em síntese, os fundamentos práticos desta solução traduzem-se no objectivo de poder
colocar em obra estruturas tipo de pavimentos com menor espessura total de camadas
betuminosas, com idêntica capacidade estrutural às soluções tradicionais, e em
consequência de possibilitar a execução de obras de pavimentação com menores custos
globais.
Na maior parte dos países, mesmo evoluídos tecnicamente ainda é escassa a oferta de
betumes de baixa penetração, podendo dessa forma o seu preço condicionar nalguns casos
a viabilidade económica da técnica aqui descrita. No âmbito deste estudo apenas se
abordará a utilização de betumes cuja proveniência seja a destilação directa do petróleo
bruto.
2.2 - Agregados
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CARACTERÍSTICAS RESULTADOS NORMAS
ESPECIFICAÇÕES
E NP’s
10/20 60/70 NLT
Temperatura de amolecimento pelo método do anel e bola, 68,4 50,9 E 34/57 NLT
Temperatura de inflamação em vaso aberto, (ºC) > 300 > 300 E 36/57 NLT
Perda de massa por aquecimento a 163ºC, (%) 0,05 0,04 E 67/60 NLT
Penetração a 25ºC, 100g, 5s, (0,1 mm) (% da penetração do betume 82 72 NP 82/64 NLT
original)
Aumento da temperatura de amolecimento, (ºC) 5,9 3,0 E 34/57 NLT
E ** - Especificação
NP *** - Norma Portuguesa
NLT **** - Normas del Laboratório del Transporte
3. MISTURAS BETUMINOSAS ENSAIADAS
3.1. Introdução
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Nesta fase do trabalho, procedeu-se à formulação das misturas betuminosas em estudo,
tendo-se efectuado a moldagem de provetes pelo método de compactação Marshall. Os
critérios de representatividade que estiveram presentes na selecção dos fusos
granulométricos que fizeram parte do presente estudo, foram essencialmente os seguintes:
Situação de referência que tenha a ver com experiência já adquirida no meio técnico
nacional, ao nível das misturas betuminosas tradicionais.
Tendência internacional que ao nível das misturas betuminosas de elevada rigidez se
observa com maior frequência.
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As amassaduras de qualquer dos provetes moldados foram todas individuais. Para cada
uma das composições, foram determinadas as respectivas massas volúmicas, tendo-se
obtido os valores constantes do quadro 3.2.
Na composição "A" foi utilizado o método proposto pela JAE (em alteração ao do
“Department of Defense dos E.U.A”), que consiste no seguinte:
* Peso do betume contido na mistura betuminosa expresso em % do peso do agregado (NF P 98-140).
7
(19,1mm). Desta forma validou-se a moldagem de provetes utilizando o método Marshall,
mantendo o D máx. = 25 mm.
As características obtidas nos provetes, são as referidas no quadro 3.3, sendo cada um dos
valores resultado da média aritmética obtida dum conjunto de 3 provetes ensaiados.
5 2,321 5,1
Composição "B" 5,5 2,343 3,5
6 2,364 2,2
* Relação entre a tensão aplicada e a extensão verificada na direcção de aplicação das cargas.
** O provete cilíndrico é comprimido segundo um plano vertical ao longo do qual se desenvolvem tensões de
tracção na direcção horizontal.
Para um perfeito ajustamento e contacto destas barras com o provete, essa zona é
previamente coberta com uma película delgada de gesso, o qual deverá rigidificar antes de
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se proceder à aplicação das cargas. Antes da introdução do conjunto na câmara do NAT,
deverá ser fixado (montado) ao provete o sistema de medição das deformações horizontais
como o ilustrado na figura 4.2 de tal forma que os transdutores sejam montados fazendo
um ângulo de 90º com o eixo de aplicação de carga.
0,50
0,45
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0 5 10 15 20 25 30
TEMP ERATURA(ºC )
9
efeito, foram seleccionados 3 provetes da composição “B”, para um teor em betume de 5,5
%, tendo o ensaio sido efectuado à temperatura ambiente (aproximadamente 20 ºC). O
valor obtido para a média dos 3 provetes foi de 23,2 KN.
Não se tendo verificado alterações significativas na resposta gráfica, para “pressure scale”
superiores a 7, optou-se em manter este valor por uma questão de não colocar o
equipamento a trabalhar nos limites das cargas a aplicar, uma vez que se tratava da
execução de algumas centenas de ensaios.
De acordo com estudo efectuado por Nunn, M.E.; Bowskill, G, no ensaio de compressão
diametral sob carregamentos cíclicos o rise time de valor igual a 125 milisegundos é
equivalente a um carregamento sinusoidal com uma frequência de 2,5 Hz. Em
consequência, todos os valores dos módulos de rigidez apresentados neste trabalho e
obtidos a partir de ensaios efectuados no NAT, serão referentes à temperatura do ensaio (a
indicar em cada caso), e a uma frequência de 2,5 Hz.
Identificação do provete:
Identificação do provete em estudo, de acordo com terminologia previamente definida e
referindo o plano segundo o qual o ensaio foi executado.
*Tempo que decorre desde o instante zero, em que se começa a aplicar a carga, até ao valor do pico. O valor de
pico da carga deverá ser ajustado de modo a ter uma deformação horizontal de pelo menos 5 µm (Manual NAT).
Altura do provete:
1
Introdução do valor médio em (mm). A determinação da altura média do provete, bem como
o seu diâmetro, devem ser rigorosos, com uma precisão de 1 mm, em três pontos
diferentes, que façam aproximadamente um ângulo de leitura entre eles de 60º.
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4.1.3. Execução do ensaio
É recomendável que o valor médio do módulo de rigidez numa direcção, não difira 10% do
valor do módulo na outra direcção, sob pena de indiciar a existência de problemas com
anisotropia do provete.
O valor do módulo de rigidez (Sm) da mistura betuminosa em MPa será determinado pela
seguinte equação:
Sm = F x (ν + 0,27) em que:
(D x t)
Os resultados dos módulos de rigidez obtidos, são os constantes do quadro 4.1. Cada um
dos valores, são o resultado da média do conjunto de 3 provetes ensaiados, sendo por sua
vez a média de cada provete o resultado dos valores obtidos em cada uma das duas
direcções ensaiadas.
As sensibilidades registadas para cada uma das composições à evolução dos módulos de
rigidez, em função da temperatura de ensaio e do teor em betume da mistura, indiciam o
seguinte comportamento:
1
MÓDULOS DE RIGIDEZ ( MPa )
TEORES EM TEMPERATURAS
BETUME
5 5,5 % E 5,5 6% E 5 6% E
A tendência observada face aos resultados obtidos é a de que os maiores valores do
módulo de rigidez para qualquer das misturas ensaiadas e temperatura de ensaio se
obtêm sempre para um teor em betume de 5,5%.
Uma análise global das tendências obtidas indica-nos que a composição “B” é a que regista
maiores valores dos módulos de rigidez. A composição “A”(recorda-se), de acordo com os
resultados indicados no quadro 3.3, é a que tem as baridades mais baixas, e as
porosidades mais elevadas para qualquer dos teores em betume. Das duas composições
para cada uma das temperaturas de ensaio, é possível definir com algum rigor os intervalos
de variação para os módulos de rigidez apresentados no quadro 4.2.
1
TEMPERATURA (ºC) MÓDULO DE RIGIDEZ (MPa) MÓDULO DE RIGIDEZ (MPa)
(intervalo total) (para 5,5 % betume)
A análise do intervalo correspondente ao teor em betume de 5,5% foi incluída uma vez que
é a que conduz a maiores valores do módulo de rigidez. De acordo com os valores que se
obtiveram para as duas composições em estudo, comparativamente a uma mistura
betuminosa tradicional para camadas de base, com betume do tipo 60/70, poderemos
considerar uma relação do tipo:
Esta relação foi estimada, tendo como referência o módulo de rigidez de 4000 MPa para o
macadame betuminoso tradicional, e o valor médio obtido no intervalo de 5,5 % de teor em
betume dos módulos de rigidez a 25º C.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mezclas de Alto Módulo, Madrid.
Brown, S.F. (1990) - “Bituminous Materials. Elastic Stiffness and Permanent Deformation”.
Residential Course on Bituminous Pavements: Materials, Design and Evaluation, Lecture I,
University of Nottingham.
1
Corté, J.- F. ; Michaut, J.P (1995) - “Le Développement d´une innovation: Les Enrobes a
Module Elève”. XXº Congrès Mondial de la Route, Montréal.
Dueñas, A.P. ; Caba, J.S. (1994) - “Ligantes para Bases de Alto Módulo”. Jornada sobre
Mezclas de Alto Módulo, Madrid.
Orue-Echevarria, A.B. (1994) - “Bases de Alto Módulo”. Jornada sobre Mezclas de Alto
Módulo, CEDEX y Centro de Investigación Elpídio Sanchez Marcos, Madrid.
Ruiz, A. (1994) - “Caracterización de las Mezclas de Alto Módulo”. Jornada sobre Mezclas
de Alto Módulo, CEDEX y CIESM, Madrid.
Serfass, J.P. ; Bauduin, A. ; Garnier, J.F. (1992) - “High modulus asphalt mixes. Laboratory
evaluation, practical aspects and structural design”. 7 th International Conference on Asphalt
Pavements, Volumen 1, pp. 275 - 288, Nottingham.
Van der Poel, C. (1954) - “A general System Describing the Viscoelastic Properties of
Bitumens and its Relation to Routine Test Data” , Journal of Applied Chemical, nº4, pp. 221 -
236.
1
ARGAMASSA BETUMINOSA ANTI-FISSURAS
• D e s g a s t e n a má q u i n a d e L o s A n g e l e s ( gr a n . B ). . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. . ≤ 3 5 %
• Í n d i c e s d e l a m e l a ç ã o e a l o n g a m e n t o .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . . ≤ 3 0 %
• E q u i v a l e n t e d e ar e i a .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . . ≥ 5 0 %
• A z u l d e m et i l e n o . . . .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .. ≤ 0 , 8
C a r a c t e r í s t i c a s d o Li g a n t e B e t u m i n o s o
É uma mistura betuminosa que visa ser utilizada em camadas intermédias (não possui
características de desgaste), de forma a constituir uma membrana elástica que retarde ou
anule o aparecimento de fissuras nas camadas posteriores. Casos de camadas de base
tratadas com ligantes hidráulicos e fenómenos de fadiga em camadas betuminosas.
Características Fundamentais
Fabrico e Aplicação
1
São emulsões de natureza catiónica, rotura rápida, de elevada viscosidade, ligante residual
de elevada coesão e grande elasticidade.
• Maior flexibilidade.
A eficácia deste tipo de membranas foi testada no Laboratoire Régional des Ponts et
Chaussées d´Autun, especializado em sistemas anti-propagação de fissuras.
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BETÃO BETUMINOSO DRENANTE
P a v i m e n t o s d e E l e v a d a Qu a l i d a d e
A opção de Segurança
1
. Índices de lamelação e de alongamento..................................................... ² 15%
. Coeficiente do polimento acelerado............................................................ ³ 0,50%
. Equivalente de areia da mistura de agregados (sem a adição de filer)... ³ 60%
. Valor do azul de metileno (material de dimensão inferior a 75um) ...... ² 0,8%
. Absorção de água para cada fracção garnulométrica componente ....... ² 2%
* Caso se utilize a cal hidráulica poderá ser reproduzido para 1%.
** 26% em granitos.
Ligante Betuminoso
O ligante betuminoso a utilizar nestas misturas, é um betume modificado com polímeros,
especialmente formulado para este tipo de misturas.
A presença de betumes modificados na mistura betuminosa, introduz nesta uma série de
características melhoradas que passam pela modificação da reologia do ligante base, e que
comparativamente aos betumes normais se podem traduzir em:
- Aumento da espessura da película de ligante.
- Aumento do intervalo de plasticidade.
- Baixa susceptibilidade da térmica (inferior à de uma mistura convencional).
- Maior durabilidade.
- Maior resistência à desagregação, tanto em seco como em húmido.
- Melhor comportamento à deformação plástica.
- Diminuição do risco de escorrimento do ligante, no processo de fabrico e transporte.
A adesividade passiva, condição muito importante numa mistura deste tipo, é muito superior
à que se obtém com um betume convencional. Esta característica detecta-se claramente no
ensaio “CANTABRO” após imersão em água.
Formulação da mistura betuminosa
Na formulação deste tipo de misturas devem ser evidenciadas quais as propriedades e
características mais importantes que devem ser optimizadas, visando naturalmente obter um
bom comportamento a médio e longo prazo.
Falamos por um lado da resistência à desagregação e por outro da sua porosidade.
O problema que se coloca é o de as duas propriedades serem contrapostas. Um aumento
da porosidade supõe à partida uma perda de coesão e uma menor resistência à
desagregação da mistura fabricada. Desta forma torna-se difícil chegar a uma solução de
compromisso utilizando ligantes convencionais, sendo necessário recorrer a ligantes
especiais com o objectivo de melhorar as suas propriedades e conseguir ao mesmo tempo
uma elevada porosidade e uma adequada coesão.
Daí que o ligante betuminoso desempenhe um papel fundamental: o de assegurar, por um
lado, a coesão do conjunto e, por outro, dotar a mistura da necessária resistência.
Granulométricamente, esta mistura betuminosa caracteriza-se por possuir um elevado
conteúdo de agregado grosso (75 – 85%) e baixo conteúdo em agregado fino.
C r i t é ri o s d e f o r m ul a ç ã o
1
importante garantir uma porosidade sempre superior a 20%, de forma a que permeabilidade
se mantenha no tempo, a níveis satisfatórios.
2
Este tipo de misturas são fabricadas em centrais betuminosas utilizadas para o fabrico de
misturas betuminosas convencionais, devendo a temperatura de fabrico ser rigorosamente
controlada (max.160ºC), de forma a que não se produzam fenómenos de escorrimento em
virtude da mistura conter poucos finos. A temperatura do betume não deverá, em qualquer
circunstância, exceder os 190°C, de modo a evitar a degradação do próprio polímero e a
oxidação do betume.
A sua aplicação é feita igualmente com os meios normalmente mobilizados para o transporte
e espalhamento das misturas tradicionais, devendo o tempo de transporte ser o menor
possível, de forma a evitar eventuais problemas de segregação do material, escorrimento do
ligante e o arrefecimento da mistura betuminosa. Os camiões deverão ser obrigatoriamente
cobertos.
Preferencialmente, dever-se-á utilizar pavimentadoras em paralelo ligeiramente desfasadas,
de forma a abranger a largura da faixa de rodagem, efectuando-se o tratamento das juntas
longitudinais em quente.
No caso da compactação é usual prescindir-se do cilindro de pneus, utilizando somente os
cilindros de rasto liso metálicos. O processo de compactação (130/140°C) deve ser rápido e
eficaz, uma vez que este tipo de misturas, dada a sua elevada porosidade e a pouca
espessura em que são aplicadas, rapidamente arrefecem, perdendo a sua trabalhabilidade.
Campos de aplicação
Estas técnicas, são particularmente recomendadas como camadas de desgaste nos casos
em que:
• Se procure melhorar a segurança da circulação:
- Pela menor tensão a que está submetido o condutor
- Mantendo a superfície do pavimento sem água.
- Redução da água projectada e pulverizada pela passagem dos veículos.
- Mantendo elevada a resistência ao deslizamento debaixo de chuva e eliminando ou
reduzindo significativamente a possibilidade de que se produza o fenómeno de
"aquaplaning".
- Possibilitando uma macrotextura adequada a velocidades mais elevadas em tempo de
chuva.
• Se procure melhorar o conforto de circulação:
- Através duma redução do nível de ruído.
- Melhoria das condições de visibilidade nocturna com pavimento molhado.
Pese embora o facto deste tipo de pavimentos drenantes possuir uma textura bastante
melhorada, comparativamente às misturas betuminosas convencionais, que se traduz na
sua elevada macrorugosidade, o efeito do contacto pneu-pavimento evidencia uma redução
do nível sonoro.
Este facto traduz-se inevitavelmente num maior conforto de circulação, não só para os
ocupantes do veículo como para o meio envolvente, tornando este tipo de pavimentos
idóneos particularmente em zonas urbanas e zonas sensíveis, como sejam
estabelecimentos hospitalares, escolas, bibliotecas, etc., desde que esteja garantida a
fluidez da circulação, de forma a possibilitar o efeito de auto limpeza por sucção e, desta
forma, retardar o efeito da colmatação.
Dadas as características específicas deste tipo de misturas betuminosas, é naturalmente
importante analisar a perda da porosidade no tempo (colmatação), resultante da acção
2
conjunta do tráfego e das intempéries. De forma a manter níveis aceitáveis de escoamento
das águas, existem disponíveis no mercado máquinas especializadas na lavagem de
misturas porosas.
A excelente performance atingida por este tipo de pavimentos é comprovada através do
ensaio de determinação da permeabilidade in situ, baseando-se na norma Espanhola NLT
327/88, "Permeabilidad in situ de pavimentos drenantes con el permeámetro LCS".
2
MICROBETÃO BETUMINOSO RUGOSO
1 - DESCRIÇÃO SUMÁRIA
O projecto e execução de misturas betuminosas delgadas para camadas de desgaste têm sido sem
dúvida uma das preocupações dominantes no meio técnico rodoviário. A inovação tecnológica nesta
matéria tem procurado dar resposta a questões tão diversas como:
Desta forma é possível por um lado obter boa resistência à fadiga, mantendo o bom comportamento
às deformações plásticas, e por outro aliar uma máxima dimensão do agregado pequena, a uma boa
macrorugosidade.
2 - MATERIAIS
2.1- AGREGADOS
. Absorção de água para cada uma das fracções granulométricas componentes .............. 2 %
** 30 % em granitos.
2
2.2 - LIGANTE BETUMINOSO
VALORES
ENSAIOS
MÍNIMO MÁXIMO
SOBRE O LIGANTE
TEMPERATURA DE AMOLECIMENTO, (º C) 60 --
DUCTILIDADE, 5º C; 5 cm/min, ( cm ) 25 --
ESTABILIDADE AO ARMAZENAMENTO
VARIAÇÃO DE MASSA ( % ) -- 1
DUCTILIDADE, 5º C; 5 cm/min, ( cm ) 12 --
VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DE -5 + 10
AMOLECIMENTO, (º C)
2
3 - FORMULAÇÃO DA MISTURA BETUMINOSA
FUSO GRANULOMÉTRICO
Peneiros ASTM % acumulada de material que passa
12,5 mm (1/2") 100
4,75 mm (nº 4) 30 - 42
- Porosidade .................................................................................................................. 3 - 6 %
Conhecida que é a granulometria dos agregados que compõem a mistura betuminosa, calculam-se os
factores de superfície específica (F.S.E.) através da seguinte fórmula:
2,5
F . S . E .= ´A onde:
D´d
F.S.E. = Factor de superfície específica.
2
A = Factor de correcção do peso específico da mistura de agregados.
Por diferença calcula-se a percentagem retida entre peneiros e multiplica-se pelos F.S.E. obtidos pela
fórmula. A soma destes produtos parciais determinados por:
S . E .=
∑ F .S . E . onde:
100
L=K 5 S . E . onde:
Para este tipo de misturas betuminosas, é usual considerar um valor de K igual a 3,5. Esta constante
é um valor fixado pela experiência obtida após comprovação em estudos laboratoriais, assim como
pelo comportamento deste tipo de misturas em obra.
Através deste método, para o fuso granulométrico proposto e para uma curva granulométrica
equilibrada, é comum obter-se percentagens de betume na ordem dos 5,5 %, garantindo uma maior
durabilidade da mistura, função das excelentes propriedades reológicas do betume modificado.
A relação filer/betume deve apontar normalmente para valores entre 1,4 e 1,6.
Os critérios de formulação baseados na metodologia Marshall, não são usuais para este tipo de
misturas betuminosas, embora possam ser utilizados caso sejam definidos os critérios de aceitação.
Nos gráficos em anexo, pode-se observar os resultados comparativos que se obtêm nos ensaios de
resistência à tracção indirecta e à fadiga.
2
ENSAIO DE TRACÇÃO-INDIRECT A
100
RESISTÊNCIA (kgf)
10
B 60/70
1 T elcolastic
0,1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
TEMPERATURA (ºc)
No caso da resistência à tracção verifica-se que não só os valores absolutos são maiores no caso das
misturas betuminosas modificadas, como também a perda relativa de resistência ao aumentar a
temperatura é muito menor.
ENSAIO DE FADIGA
1,0E-03
DEFORMAÇÃO
1,0E-04
TELCOLASTIC
B 60/70
1,0E-05
1,E+03 1,E+04 1,E+05 1,E+06 1,E+07
CICLOS
Quanto à fadiga, observa-se que comparativamente, as misturas modificadas admitem até dez vezes
mais ciclos antes da rotura.
Numa primeira fase e após as operações de limpeza, é aplicada uma rega de colagem com uma
emulsão betuminosa modificada com elastómeros, de forma a garantir por um lado a
impermeabilização da camada de suporte, e por outro assegurar uma excelente interface de colagem.
Trata-se de uma emulsão betuminosa catiónica de rotura rápida, modificada com elastómeros, de alta
viscosidade, ligante residual de elevada coesão a altas temperaturas, grande elasticidade e
resistência ao envelhecimento, e em que as especificações técnicas a respeitar deverão ser as
constantes do quadro anexo:
2
VALORES
ENSAIOS
MÍNIMO MÁXIMO
AMOSTRA DA EMULSÃO
SEDIMENTAÇÃO, (%) -- 5
TEMPERATURA DE AMOLECIMENTO, (º C) 45 --
As taxas de aplicação dependem do estado do suporte, mas como valores orientativos poderá oscilar
entre 500 e 700 g/m2 de emulsão, sendo taxas um pouco mais elevadas que nas regas de colagem
tradicionais, sem risco de eventuais refluimentos dado tratar-se de um ligante residual modificado.
Este tipo de misturas são fabricadas em centrais betuminosas utilizadas para o fabrico de misturas
betuminosas convencionais, devendo a temperatura de fabrico ser um pouco mais elevada que a das
misturas tradicionais (160 a 180 ºC), em virtude da elevada viscosidade do betume modificado. No
entanto a temperatura não deverá exceder os 190 ºC, de modo a evitar a degradação do próprio
polímero e a oxidação do betume.
A sua aplicação é feita igualmente com os meios normalmente mobilizados para o transporte e
espalhamento das misturas tradicionais, devendo o tempo de transporte ser o menor possível, de
2
forma a evitar eventuais problemas de segregação do material, escorrimento do ligante e o
arrefecimento da mistura betuminosa. Os camiões deverão ser obrigatoriamente cobertos.
5 - CAMPOS DE APLICAÇÃO
Pese embora o facto deste tipo de pavimentos rugosos possuírem uma textura bastante melhorada
comparativamente às misturas betuminosas convencionais, que se traduz na sua elevada
macrorugosidade, o efeito do contacto pneu-pavimento evidencia uma redução do nível sonoro de 2 a
4 db.
Este facto traduz-se inevitavelmente num maior conforto de circulação não só para os ocupantes do
veículo como para o meio envolvente, tornando este tipo de pavimentos idóneos particularmente em
zonas urbanas, e zonas sensíveis como sejam estabelecimentos hospitalares, escolas, bibliotecas
etc..
As excelentes performances atingidas por este tipo de pavimentos, e comprovadas através dos
ensaios de Circulo de areia e Pêndulo Britânico, como se verifica no quadro anexo comparativo,
colocam-no sem dúvida na primeira linha das opções relacionadas com a segurança.
Este sistema de pavimentação, é para além do mais particularmente recomendado como camada de
desgaste em:
2
Comparativamente às técnicas tradicionais para camadas de desgaste, apresenta as seguintes
vantagens:
- Excelente rugosidade.
- Adequada drenabilidade superficial.
- Baixo nível sonoro.
- Maior segurança.
- Menor relação custo-benefício