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HIPNOSE
Saúde e Cura de Maneira Natural
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Hansruedi Wipf
HIPNOSE
Saúde e Cura de Maneira Natural
1ª Edição
São Paulo
2016
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Traduzido da versão em inglês por Mauricio Melo
Revisado por Michael Arruda
Diagramado por Vivian Hernandez Alamo
ISBN: 9783905958416
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Prefácio por Gerald Kein
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Quando Hansruedi Wipf comprou meu negócio, a Omni
Hypnoisis Training Center, em 2013, eu sabia que ele era uma pes-
soa muito especial, pois tinha como objetivo principal levar a
prática da hipnose a novos níveis de excelência. Ele fez o negócio
crescer a ponto de ser o mais reconhecido e respeitado centro de
treinamento de hipnose do mundo. A Omni Hypnosis Training
Center é a primeira (e até então única) organização de ensino de
hipnose com a certificação ISO 9001. Isso é um marco para a pro-
fissionalização e aceitação global da hipnose e da hipnoterapia
moderna. Eu, pessoalmente, comparo essa conquista à do Dave
Elman quando descobriu uma forma confiável de alcançar o so-
nambulismo.
Ao longo dos anos, Hansruedi comprou praticamente to-
dos os livros que podia achar sobre o tema e descobriu que havia
uma grande lacuna na literatura da área destinada ao público em
geral. Por isso, resolveu escrever este livro que, na minha opi-
nião, é inédito pelo fato dele tê-lo produzido com o público geral
em mente. O Hansruedi sabe que a maioria das pessoas do
mundo desconhece a hipnose e, quando arriscam alguma expli-
cação, geralmente é algo equivocado. O que conhecem está base-
ado em filmes, livros ou hipnoses de palco, que passam impres-
sões distorcidas sobre como a hipnose realmente funciona e o
que ela pode fazer na vida de uma pessoa comum.
Este livro quebra tabus ao desmistificar a prática. Ele nos
leva, passo a passo, ao processo típico da hipnose, discutindo
como as coisas funcionam em cada uma das etapas de uma ses-
são normal. Quando você terminar a leitura, terá um excelente
conhecimento prático, principalmente sobre como a hipnose
pode ajudá-lo a transformar sua vida.
Embora este livro seja escrito principalmente para os indi-
víduos sem formação na área, ainda assim é extremamente vali-
oso para o hipnotista praticante. Aqui, Hansruedi explica várias
técnicas novas e diferentes de hipnose, que outros hipnotistas
provavelmente não aprenderam em seus treinamentos.
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Eu estou particularmente bem empolgado, pois é uma obra
que sempre desejei escrever, mas nunca tomei a iniciativa de
fazê-lo. E está surgindo no momento perfeito do nosso desenvol-
vimento profissional, para ajudar a avançar cada parte da nossa
profissão e promover um maior salto no conhecimento dela,
dando suporte a qualquer pessoa que está considerando visitar
um hipnoterapeuta ou mesmo alguém que pensa em se tornar
um profissional desse tipo. Realmente, acho que este livro deve-
ria se tornar parte do acervo pessoal de todo mundo. Será uma
ótima fonte de referência, que se manterá atualizada por muitos
e muitos anos.
Ao longo do tempo, treinei milhares de estudantes no uso
profissional da hipnose. Em todas as turmas, eu disse a cada um
dos alunos a mesma coisa: “Se tudo o que você fizer for pegar a
informação que estou passando e usá-la, então saia dessa profis-
são, porque você não fará nada para desenvolvê-la. Todos os dias
você deve tentar algo novo, no intuito de contribuir para que o
nosso conhecimento da hipnose cresça”. Hansruedi carrega essa
ideia no coração e este livro reflete um tremendo avanço no
nosso conhecimento da hipnose. Eu gostaria de agradecê-lo por
escrever esta obra necessária e que tem condições de ajudar o pú-
blico em geral a entender de verdade as mudanças positivas
substanciais que as pessoas podem ter por meio do uso da nossa
profissão.
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Sumário
Prefácio ................................................................................................ 5
A hipnose mudou a minha vida .................................................... 13
Introdução......................................................................................... 16
Abra a gaveta! ............................................................................. 27
Hipnose – Esclarecendo dúvidas................................................... 29
Todo mundo pode ser hipnotizado?........................................ 31
Você tem que acreditar em hipnose para que ela funcione? 33
Como é a sensação e quanto tempo demora até que se esteja
em hipnose? ................................................................................. 35
A hipnose de palco é legítima? ................................................. 38
Como a hipnose pode me ajudar? ............................................ 40
Aprender hipnose é fácil ........................................................... 45
Sete dias para tornar-se um hipnoterapeuta .......................... 48
Comportamentos abusivos ....................................................... 50
Casos criminais alegados........................................................... 51
Terminologia da hipnose ................................................................ 52
Palavras equivocadas ................................................................. 53
A nossa “língua” ......................................................................... 55
A aplicação da hipnoterapia em diferentes países ................ 65
História da hipnose ......................................................................... 68
Dave Elman e Gerald F. (Jerry) Kein ....................................... 71
Compreendendo a mente - Três ou quatro níveis? ..................... 77
A mente consciente .................................................................... 81
Memória de curto prazo ....................................................... 82
Força de vontade ................................................................... 83
As faculdades lógicas, analíticas e racionais ..................... 84
O fator crítico ......................................................................... 86
A mente subconsciente .............................................................. 87
Memória de longo prazo ...................................................... 88
Autoproteção ......................................................................... 92
Sentimentos e emoções ......................................................... 95
Hábitos .................................................................................... 96
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A mente inconsciente ................................................................. 98
A mente superconsciente ........................................................ 100
Os sintomas e suas causas ............................................................ 101
ECI, ECS e ECF.......................................................................... 103
O que há por trás do problema ............................................... 103
A biblioteca ................................................................................ 106
A fórmula, como um ECI ocorre ............................................ 110
Medo da perda .......................................................................... 111
Um ECI ou ECS deve ser sempre de natureza terrível? ...... 116
A fórmula de prontidão para a mudança ............................. 118
Compounding negativo........................................................... 121
Compounding positivo............................................................ 124
Como os ECIs e os ECSs são resolvidos? .............................. 125
Exceções na ocorrência de ECIs .............................................. 128
Observações importantes - A primeira consulta ....................... 130
A sessão de hipnoterapia......................................................... 133
Proximidade ......................................................................... 134
Tom de fala ........................................................................... 135
Importância do pre-talk ...................................................... 136
Anamnese ............................................................................. 138
Pre-talk de hipnose.............................................................. 139
Estar em hipnose é estar desperto..................................... 140
E se o meu médico desaconselhar a hipnose? ................. 144
Esclarecendo quaisquer questões em aberto do cliente ...... 148
Como saber se eu estava hipnotizado?.................................. 151
Resumo dos objetivos e expectativas do cliente ................... 153
Hipnose profunda versus leve................................................ 154
Experienciar versus relembrar ................................................ 155
Dicas para hipnose e auto-hipnose ........................................ 157
Sessão individual versus sessão em grupo ........................... 160
Sessão geral versus sessão com tema único .......................... 162
CDs e arquivos MP3 ................................................................. 163
A prática - Indução hipnótica e aprofundamento ............... 164
A hipnoterapia .......................................................................... 166
Tirar alguém da hipnose e conversa pós-hipnótica ............. 167
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Discutir a sessão e, se desejado, agendar mais sessões ....... 168
Feedback .................................................................................... 169
As quatro atitudes em relação a sugestões ................................ 170
Os sete diferentes níveis de hipnose ........................................... 174
O estado hipnoidal ................................................................... 177
Sonambulismo .......................................................................... 178
Hypno-Sleep.............................................................................. 182
O Estado Esdaile ....................................................................... 183
Onde podemos aplicar melhor o Estado Esdaile ou "coma
hipnótico"? ............................................................................ 185
Informações importantes sobre o tema da terapia da dor
................................................................................................ 186
Burnout/Exaustão ............................................................... 188
"Ficar preso na hipnose" ..................................................... 189
Ultra-Depth®/Estado Sichort .................................................. 191
Ultra-Height® ............................................................................ 192
Ultra-Healing® .......................................................................... 194
Exemplo de Ultra-Height®/Ultra-Healing ...................... 195
As crianças e a hipnose ................................................................. 198
Verrugas de passagem .................................................................. 200
Quando e para quem a hipnose não funciona? ......................... 201
Doença em estágio terminal .................................................... 204
Uma história de dor ................................................................. 205
Hipnose no dentista ...................................................................... 209
Áreas de utilização na odontologia........................................ 210
Fobia de dentista acompanhada de vômitos ........................ 213
Possíveis áreas de uso na hipnose moderna .............................. 217
Casos gerais ............................................................................... 221
ELA - Esclerose lateral amiotrófica ........................................ 222
Alergia a frutos do mar............................................................ 224
Depressão pós-parto ................................................................ 227
Hipnose de emergência ........................................................... 229
O título do campeonato ........................................................... 231
Medos e Fobias.......................................................................... 234
Medo de cavalos eliminado em sete minutos ................. 236
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Preocupações éticas com a hipnose instantânea .................. 238
Burnout ...................................................................................... 239
Controle de emoções ................................................................ 242
EM - Esclerose múltipla ........................................................... 246
SII – Síndrome do intestino irritável ...................................... 249
Vidas passadas .......................................................................... 252
Quatro teorias para vidas passadas .................................. 254
Equilíbrio e tremor ................................................................... 256
Hipnose Omni, um caminho seguro ........................................... 258
O menino hiperativo, um caso quase perdido .......................... 261
Resolva problemas com a hipnose e diminua os medicamentos
.......................................................................................................... 264
Crônico, incurável. ................................................................... 267
Aprenda a viver com isso ............................................................. 267
Religião e hipnose .......................................................................... 269
Ao mestre, com carinho ................................................................ 271
50 anos - um clássico em hipnose e hipnoterapia ..................... 272
Observações finais ......................................................................... 274
Dedicatória e apreço ...................................................................... 275
Sobre o autor .................................................................................. 278
Histórico pessoal e principais marcos ................................... 281
Apêndice ......................................................................................... 285
Presença na Internet ................................................................. 286
Informações de contato ............................................................ 286
Hipnose, susceptibilidade hipnótica, questionário
antes/depois ............................................................................. 287
Outras leituras recomendadas ..................................................... 288
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A hipnose mudou
a minha vida
Depoimento de Patrick Meyenberger, cirurgião dentista
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e seus dentes ficariam muito bem. Mas não resolveríamos o pro-
blema original: o medo do dentista, que ainda estaria presente,
apesar do medicamento. Eu passei a procurar uma outra forma
de ajudá-los, mais eficaz e que não me desgastasse tanto.
De vez em quando, tropeçava no termo "hipnose", com-
prava livros e participava de cursos, mas o assunto sempre se
manteve insondável. De duas, uma: ou eu era incapaz de expres-
sar o que a hipnose realmente é e o que acontece de forma exata,
ou os métodos de indução aprendidos levavam tanto tempo que
a prática era simplesmente inadequada na atividade diária de
um consultório dentário. Acima de tudo, eu nunca tinha certeza
se, no final, as pessoas estavam realmente em hipnose ou não.
Até o final de 2009, o meu fascínio por esse assunto havia
diminuído bastante. Foi então que, em um encontro de dentistas,
eu conheci Hansruedi Wipf. Ele possuía uma paixão pelo tema e,
em sua palestra, expôs uma forma moderna de hipnose com
tanta clareza e verdade que, mais uma vez, dei chance ao assunto
e me inscrevi para o treinamento em abril de 2010.
Talvez tenha sido coincidência que no momento exato do
meu treinamento OMNI mais pacientes difíceis apareceram no
consultório. Mas o que aprendi com Hansruedi Wipf me ajudou
muito. A clareza com a qual Dave Elman e Jerry Kein definiram
a hipnose e, logicamente, chegaram a um consenso era de tirar o
fôlego. Na semana seguinte ao curso, eu tinha condição de expli-
car aos meus pacientes, em poucas palavras, que poderia ofere-
cer-lhes algo novo. Eu era capaz de trazê-los para um estado de
relaxamento maravilhoso, totalmente diferente das lágrimas e
espasmos temerosos que tinham. Seus relatos precisos sobre
quão notável essa experiência foi para eles me motivaram a pros-
seguir. Mesmo que eu não use a hipnose com todos os pacientes,
logo de cara ela me ajudou, especialmente com aqueles que ti-
nham muito medo, ou os que apresentavam um reflexo de en-
gasgos, e crianças. Essa formação mudou completamente a mi-
nha prática diária.
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Este livro chega ao coração da hipnose. Nenhum outro co-
munica melhor os fundamentos e a teoria dessa hipnoterapia
moderna, muito eficiente e avançada. Agradeço a Hansruedi
Wipf por simplificar as explicações teóricas e fazer as conexões
lógicas de forma facilmente compreensível. Já era chegada a hora
de explicar ao mundo que a hipnose não é nada misteriosa, difícil
de entender, ou mesmo perigosa e que ela tem condições de aten-
der às necessidades de cada um. Você vai ver aqui como pode-
mos aprender a encontrar o caminho de volta para nós mesmos
e ativar o poder de cura que reside em nosso interior. Por isso,
este título tem condições de se tornar a pedra angular de um
novo tempo.
Desejo a você muitos aprendizados a seguir e espero que
aplique esse conhecimento, seja como um terapeuta ou como um
paciente. A hipnose mudou positivamente a minha vida e eu de-
sejo o mesmo para você.
Agosto de 2014
15
Introdução
16
conto emocionante, sentindo a emoção e tendo total empatia com
os personagens. Se forem chamados, eles dificilmente notam na
primeira vez. Um motorista de carro chega em casa e não se
lembra de nada sobre a viagem por estar tão profundamente
imerso em pensamentos, mas isso não interfere no trajeto, feito
com segurança.
O estado de hipnose tem um espectro tão incrivelmente
amplo de altos e baixos, de percepções e sensações, que qualquer
tentativa de o descrever com precisão é praticamente destinada
ao fracasso. O ideal é que, primeiramente, se experimente a
hipnose intencionalmente para melhor reconhecê-la na vida
diária.
Por isso, faz-se necessário que haja um melhor
entendimento do fenômeno da hipnose. Esta foi a minha
motivação inicial para escrever o livro. Quero que ela seja
compreendida como uma ocorrência natural. Algo do tipo:
“apresentar você ao seu médico interior, aquele que sempre
esteve lá”. Você pode confiar nele para estar sinceramente ao seu
lado, ajudando-o a resolver adversidades e, até mesmo, a curá-lo
de doenças. Nem sempre é fácil de entender, mas o seu poder
puro e inacreditável, e sua eficácia na concretização de mudanças
na mente subconsciente, podem influenciar positivamente sua
vida se utilizados corretamente.
Quando começamos a definir o público-alvo para este
livro, não estávamos todos de acordo. Deveria ser um manual
para hipnotistas ou um livro destinado ao público em geral? Em
princípio, minha ideia era escrever um manual, já que meus
alunos perguntavam sempre por livros sobre hipnose realmente
bons no idioma alemão e eu só tinha recomendações de títulos
em inglês - desses que refletem a minha filosofia de trabalho e
são fáceis de entender.
Ao produzir este material, optamos, então, por uma leitura
abrangente, que alcance o maior número de pessoas possível,
pois é necessário que deixemos de lado as formas nada efetivas
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de resolução de problemas e tornemos a hipnose conhecida e
clara. Eu sempre explico aos meus alunos durante o treinamento
que somos parcialmente culpados pelo fato de o assunto não ser
levado a sério. Afinal, cabe a nós – conhecedores do tema –
disseminarmos a hipnoterapia com responsabilidade,
dissipando equívocos e apresentando a sua real capacidade
terapêutica.
Queremos colocá-la onde ela pertence: no topo da lista dos
métodos que as pessoas consideram quando querem enfrentar os
seus problemas ou desafios. Seja em conjunto com a medicina
convencional, ou como a primeira escolha. Deve ser uma das
opções sobre a mesa, não apenas para os já convencidos de que
se trata de uma boa alternativa, mas também para o público em
geral.
Então, neste livro vou mergulhar profundamente nas
amplas aplicações terapêuticas da hipnose para explicá-la,
desmistificá-la e estabelecê-la como a valiosa forma de
tratamento que é. Infelizmente, há várias pessoas em terapias de
longo prazo, que prolongam desnecessariamente o seu
sofrimento e, muitas vezes, no máximo tornam seus sintomas
mais toleráveis. Em todos os casos, elas poderiam ser ajudadas
de modo mais efetivo e rápido com uma moderna hipnoterapia
focada na causa.
É hora de trazer o tema à baila. Algumas coisas escritas
aqui talvez não sejam politicamente corretas e podem me trazer
mais inimigos do que amigos, mas se alguns dos meus leitores se
sentirem provocados ou inclinados à procura por esse trata-
mento, então eu me darei por satisfeito! Quero – sem ofensas –
incentivar a pensar e, sobretudo, sugerir que o leitor saia da le-
targia do que, por inúmeras convenções, a ele foi apresentado
como exclusivamente correto.
É importante mencionar que no centro da hipnoterapia,
deve haver apenas uma coisa: o bem-estar dos clientes. Se pode-
mos resolver um problema em uma única sessão, então é o que
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faremos. Ponto. Nós não vendemos um pacote ou terapias a
longo prazo: "Oh, isso é complicado. Você tem essa fobia já há
tantos anos! Ok, vamos agendar dez sessões e depois veremos
como você se sente". Não é frustrante?
O que os clientes pensam quando ouvem isso? Provavel-
mente, eles aceitam o julgamento como foi sugerido: trata-se de
um caso complicado. Dificilmente podem imaginar que um pro-
blema já arrastado ao longo de anos poderia ser resolvido em
uma única sessão. Nesse ponto, a mente inconsciente registra dez
sessões e o terapeuta (seja ele hipnotista ou psicoterapeuta) já fez,
sem saber, a primeira sugestão de hipnose em vigília: "Dez ses-
sões. Eu não posso ter expectativa de me sentir melhor mais
cedo".
Eu quero abolir paradigmas assim. Sem balançar o barco,
isso não acontecerá e por isso decidi abrir mão completamente
do politicamente correto, mas o farei de forma tão clara e precisa
quanto possível e com cuidado e responsabilidade, como agem –
certamente – inúmeros terapeutas ao redor do mundo.
Como este livro é para o público em geral, vou explicar cla-
ramente a hipnose e a hipnoterapia, bem como seus funciona-
mentos sem incluir especificidades que possam dificultar o en-
tendimento. Meu desejo é que todos que lerem este livro possam
levar o conteúdo adiante, recomendando sem hesitar esta prática
terapêutica. Isso significa que vou evitar palavras complicadas,
estatísticas e muita argumentação. Que bem iria fazer se eu des-
crevesse a hipnose de tal forma que você ainda continuasse co-
çando a cabeça?
A ciência está lentamente começando a confirmar muitas
coisas que nós sabemos há décadas. Isso é bom, porque minhas
opiniões sobre o óbvio serão reconhecidas e admitidas ainda
mais rapidamente. Existem inúmeros métodos mais ou menos
eficazes aceitos pelas companhias de seguros de saúde, mas a
hipnose ainda não o é em todos os lugares. É um pouco estranho
mas, para mim, nada surpreendente.
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Nosso cérebro, que pode parecer altamente complexo, é or-
ganizado de modo muito mais simples do que imaginamos e,
com sabedoria, o usamos a nosso favor para conseguir mais ra-
pidamente os resultados desejados a longo prazo. Vou apresen-
tar e descrever aqui métodos e técnicas que, para muitos hipno-
tistas tradicionais provenientes da medicina convencional, ou
aqueles que estudam psicologia, abrem novos caminhos ou pa-
recem quase revolucionários, mesmo que eles tenham aprendido
uma ou outra forma de hipnose. De antemão: É muito impor-
tante para mim o que se faz no estado hipnótico. A forma como
se conduz a sessão é que faz toda a diferença.
Os métodos e técnicas descritos e ensinados no meu curso,
bem como as filosofias que os acompanham, circulam por aí
desde os anos 1940. No entanto, eles nunca haviam realmente se
tornados públicos ou sido aceitos até o momento, sobretudo por
conta do famoso treinamento de Milton Erickson. O conheci-
mento do estado de hipnose é realmente antigo, mas apenas
desde os anos 40 sabemos como ela pode ser orientada especifi-
camente para terapia: clinicamente, cirurgicamente, por assim
dizer, e não mais apenas como algo genérico, muito frequente-
mente deixado ao acaso. Para mim, quando orientada, significa:
um processo direcionado claro, reprodutível, simplesmente re-
petível, capaz de ser documentado, fácil de aprender, e, acima de
tudo, objetivo e focado nos resultados.
O Juramento de Hipócrates aplicado de maneira eficiente,
a partir da perspectiva do cliente/paciente. Sem sessões nume-
rosas, sem parábolas morais agradáveis de se ouvir e sem leitura
de roteiros carregada de metáforas ou similares, muitas vezes in-
tervenções inúteis que podem de fato trazer bem-estar no curto
prazo, mas que não têm nenhum efeito a longo prazo, uma vez
que apenas mascaram o problema em vez de eliminá-lo.
A catástrofe, se posso chamar assim, é que desde os anos
1940 tivemos um conhecimento muito determinado sobre como
a hipnoterapia focada na causa funciona e pode ser aplicada, mas
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ignoramos, suprimimos, ou bloqueamos partes desse conheci-
mento; sim, até mesmo lutamos ativamente contra ele. Há grava-
ções em que um certo Dr. Milton Erickson, de uma maneira ex-
tremamente arrogante, tenta tirar sarro de um homem chamado
Dave Elman. Um homem temido por ele, já que o bom doutor
não poderia explicar o sucesso do Sr. Elman. Um homem que es-
tava milhas à frente dele na filosofia e metodologia de como
abordar problemas. Ele não portava o título de doutor mas, pro-
vavelmente, foi o hipnotista mais marcante do século 20 e um
excelente hipnoterapeuta, um inovador criativo, um pioneiro da
hipnoterapia moderna e focada na causa. Que entendeu, melhor
do que ninguém, como ir direto ao coração da terapia.
Dave Elman, a quem dedico um capítulo inteiro, e repeti-
damente menciono, compartilhou seu conhecimento com mais
de 10.000 médicos, psiquiatras e dentistas. Onde é que esse co-
nhecimento está hoje? A glorificação de Milton Erickson, o pre-
sumido "deus da hipnose", acarretou em um prejuízo para aque-
les que necessitam de ajuda. Com a sua atitude de que só os mé-
dicos deveriam ensinar os médicos, o conhecimento valioso caiu
no esquecimento.
Isso teria sido um desastre não fosse o trabalho de um ado-
lescente chamado Jerry Kein, que foi autorizado a acompanhar
Dave Elman e fazer gravações importantes para ele. Jerry Kein
manteve o legado do hipnotista depois de sua morte, em 1967, e
foi o único que lhe deu crédito pelo que realizou. Há também um
capítulo inteiro sobre Jerry Kein, seus desenvolvimentos posteri-
ores e contribuições valiosas para a hipnoterapia, como o Ultra-
Height®, a Terapia Universal1 e a hipnose paliativa única.
Meu objetivo com este livro é que mais pessoas prestem
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alguma atenção séria na hipnose e a deem uma oportunidade ho-
nesta, concreta; que abram as portas a este tema!
"Trabalhamos com o poder elementar do subconsciente e
ninguém realmente sabe a extensão do que é possível, mas pode-
mos imaginar isso. Eu vejo que é meu trabalho testar esses limi-
tes e questioná-los."
Há sempre aqueles que advertem contra a hipnose, conti-
nuamente insistem sobre a possibilidade da chamada retrauma-
tização - a palavra da moda usada para incutir medo e insegu-
rança -, reivindicando que há um enorme perigo e definitiva-
mente não se deve mais mexer com isso por conta de extremas
contra-indicações. Esses opositores vêm, principalmente, dos
campos da psicologia e da medicina, ou são terapeutas que não
lidam realmente com a hipnose (ou com a diferença entre mas-
carar e resolver problemas = métodos de causa e resolução), ou
que não têm regularmente trabalhado com esses métodos. Mui-
tos até se permitiram ser intimidados por seus professores, dei-
xaram sua autoconfiança como terapeutas diminuir sem nunca
ter colocado seus conhecimentos à prova.
Sinceramente, quando foi a última vez que você ouviu ou
leu sobre alguém morrendo durante uma sessão de hipnose ou
como resultado dela? Sobre uma overdose de hipnose ou uma
infecção hipnótica que levou a complicações com um final fatal
infeliz? Nunca? Você nunca vai ouvir nenhuma dessas coisas,
porque a hipnose, tendo em conta apenas algumas regras, é cla-
ramente o método mais seguro, mais natural e mais suave de tra-
zer mudanças rapidamente e, acima de tudo, ela só pode aconte-
cer com o consentimento consciente do cliente. Você não pode
ficar preso em hipnose ou ser hipnotizado contra a sua vontade.
Essa desinformação, muitas vezes, vem da repetição indiscrimi-
nada de algo que se ouve ou lê, ou de filmes em que a hipnose é
usada para fins duvidosos. Mas esse é exatamente o ponto: um
filme é uma história inventada, feita para cativar!
Mesmo entre os hipnotistas, existem diferenças de opinião
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sobre o que a hipnose realmente pode ou não fazer e que contra-
indicações supostamente existem. Há cursos variados de treina-
mento de hipnose que tocam em diferentes princípios, filosofias
e abordagens. Cursos quase que de mundos distintos e com in-
formações mal orientadas que apontam a hipnoterapia como um
processo moroso com resultados que raramente alcançam um
potencial pleno devido aos próprios medos dos hipnotistas, suas
dúvidas e doutrinas limitantes.
Vou fazer afirmações muito claras e pronunciamentos so-
bre o que a hipnose é e o que pode fazer, mas também o que de-
finitivamente não é e o que não pode fazer. A compreensão com-
pleta está faltando no mundo de hoje – a hipnose ou é subesti-
mada ou superestimada mais do que qualquer outro método de
tratamento.
Sem a compreensão adequada, não podemos seguir em
frente Enquanto ainda houver "especialistas" que proclamam na
televisão e em outros meios de comunicação que a hipnose não é
adequada para isto ou aquilo, ou que apenas médicos ou psico-
terapeutas podem praticá-la - porque, caso contrário, seria muito
perigoso -; enquanto ainda for afirmado realmente que sair da
hipnose é um processo complicado (algo que qualquer criança
pode fazer sozinha e, naturalmente, por sinal); enquanto essas
coisas ainda persistirem, haverá demanda para o que apresento
aqui. Este livro deve dar ao leitor informações e munição ade-
quadas para insistir sobre a hipnose como uma terapia de su-
porte opcional quando for consultar o seu médico ou terapeuta,
ou para insistir nisso exclusivamente como um meio eficaz, pro-
curando por um hipnoterapeuta competente.
Além disso, para melhor esclarecimento, vou descrever vá-
rios casos dentre as milhares de sessões que tenho conduzido.
Por si só, essas seriam difíceis de se entender sem uma explicação
do funcionamento da hipnose e hipnoterapia, bem como técnicas
e metodologia. Então, quero te fazer um pedido: por favor, inde-
pendentemente do caminho que adotar, leia o capítulo sobre a
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explicação da hipnose e como ela funciona completamente antes
de ir para o resto do livro. Só assim você será capaz de compre-
ender plenamente as origens de problemas e as abordagens para
resolvê-los.
Quando for capaz de explicar, coerentemente, a hipnose
para os outros, então o objetivo foi atingido. Você poderá ajudar
a estabelecê-la aos olhos do público para ser o que ela realmente
é: um método rápido e eficiente de tratamento para muitos pro-
blemas. Auxiliará os outros a encontrarem uma nova opção em
suas vidas, apoiando-os assim para enfrentar seus problemas e,
no melhor dos casos, resolver, ou pelo menos diminuir, o seu so-
frimento.
Este livro pode realmente ser visto como uma provocação
amigável. Eu quero que você questione as regras estabelecidas,
que olhe o outro lado. Apenas veja esses pontos de vista e analise
como se parecem. Deixe-se inspirar pelas experiências e resulta-
dos escritos aqui para ver a hipnose como ela realmente é e usá-
la desta forma. Você pode até mesmo apreciá-la, a menos que
você pertença àquele segmento da indústria da terapia que não
se concentra de fato diretamente no cliente, porque está domi-
nado por um medo existencial e o seu maior desafio está na cons-
tante aquisição de novos pacientes.
"Tudo é possível em apenas uma única sessão. Dê uma
chance à hipnoterapia.”
"Um problema só é realmente resolvido quando é remo-
vido da mente subconsciente, o que só pode acontecer por meio
de comunicação direta com a mente inconsciente; a hipnose de
elucidação faz isso - automaticamente, naturalmente, e de forma
direcionada!"
Um grande número de médicos, dentistas, psiquiatras e
psicólogos concluiu o treinamento OMNI - todos eles saíram ani-
mados e disseram que gostariam de ter adquirido esse conheci-
mento muito mais cedo. É sobre ele que vou me debruçar aqui.
24
Quero surpreender e impressionar, despertar a curiosidade so-
bre algo que é comum e totalmente natural, mas mal percebido,
muitas vezes transfigurado, e visto de forma equivocada.
Oitenta por cento das hipnoterapias que ocorrem até agora
se parecem muito com isto: você agenda uma sessão de terapia
com um hipnotizador que encontrou online, ou com alguém que
escreveu um artigo que você leu, ou que lhe foi recomendado.
Chega na clínica, que lhe dá uma impressão mais ou menos pro-
fissional. Sua informação é tomada com maiores ou menores de-
talhes, e você pode ou não ouvir uma pequena palestra sobre o
tema da hipnose. Em seguida, se deita sobre uma mesa de mas-
sagem, ou, se tiver sorte, senta em uma confortável poltrona re-
clinável ou cadeira. Posteriormente, o hipnotizador lhe diz para
fechar os olhos, e pelos próximos 30 a 45 minutos, ou mais, você
vai ouvi-lo falar, provavelmente lendo algum texto preparado,
enquanto toca ao fundo algum tipo de música que deveria ter um
efeito hipnótico em você. Em algum momento você pode come-
çar a se sentir desconfortável.
Durante todo o processo, pensamentos entram em sua
mente, como: "eu posso ouvir tudo! Como isso pode ser? Eu po-
deria simplesmente abrir os olhos, se eu quisesse". Talvez você
se pegue dormindo durante o procedimento e é dito mais tarde
que isso não é nenhum problema, que é eficaz de qualquer ma-
neira - o que você corretamente julga como não sendo verdade.
Certo? Milhares de sessões de hipnose foram realizadas assim ou
de forma semelhante. Isso é o que eu chamo de Hipnose "lave-
me, mas não me molhe"2, que produz principalmente um resul-
tado: a desculpa "tentei hipnose, mas não funcionou". Infeliz-
mente, essa é uma epidemia que durante décadas tem dado à
25
prática uma má reputação que ela não merece! Esses são os cha-
mados "scriptnotistas" - hipnotistas ou hipnoterapeutas que lêem
um ou outro texto preparado, também chamado script, carregado
de esperança de que algum pingo de benefício estaria escondido
nele. Problemas reais são tratados ou resolvidos somente no mais
raro dos casos. De fato, há alguns em que esses scripts podem ser
bem-sucedidos, já que eles soam tão maravilhosos e fazem você
se sentir muito bem, mas são, nesses casos, apenas paliativos. Os
textos se originam, na maioria das vezes, na internet, mas a abor-
dagem "tamanho único" está fadada ao fracasso, porque todos
são indivíduos com diferentes experiências de vida. A maioria
das pessoas nem sequer têm a impressão de que elas estavam
realmente em hipnose. Isso precisa mudar.
Para ser justo, deve-se dizer neste ponto que obviamente
há exceções positivas em que tal intervenção ajudou o cliente
com sucesso, mas a porcentagem é baixa, e se o meu dinheiro
(como cliente) está em jogo, é demais para se deixar ao acaso.
Essa forma de hipnoterapia é realmente melhor do que nada,
mas muitas vezes é uma oportunidade perdida para o cliente que
estava esperando algo a mais. Se você já teve essa experiência e
ficou desapontado, encontre um hipnotista mais competente que
entenda os métodos e técnicas atuais focados na causa e saiba
como aplicá-los. Você vai aprender mais adiante neste livro como
fazer isso. E se você se encontra em uma terapia “lave-me, mas não
me molhe”, como descrito acima, e não está progredindo, leia este
livro até o fim e em seguida decida se realmente deseja continuar
dessa maneira. É importante ressaltar que eu não emprego qual-
quer um que trabalhe com a hipnose da forma que mencionei
anteriormente, ou que aplique conscientemente esses métodos
ineficientes e ineficazes. Sei, que na maioria dos cursos a respeito,
esses são os métodos repassados e apreendidos como os corretos,
mas eu não posso compactuar com eles.
26
Abra a gaveta!
27
sentem que deve haver uma nova saída que não a apresentada
pela medicina tradicional. O que a hipnose moderna oferece é o
despertar do médico interior, promovendo a cura de forma eficaz
e perene.
São muitas as possíveis áreas de aplicação da prática e,
quanto mais tempo trabalho no tema, percebo o crescimento de
novas oportunidades. Você pode encontrar, na página 217 deste
livro, algumas sugestões e, talvez, dar-se conta de uma nova
aplicabilidade quando aprofundar-se no estudo das mentes
consciente e subconsciente, crucial para o bom desempenho
como profissional da área.
28
Hipnose
Esclarecendo dúvidas
“A hipnose é um estado da mente em que a faculdade crítica da mente
humana é atravessada, e um pensamento seletivo aceitável é
estabelecido”
29
a esse estado. Deve-se respeitar o ritmo de cada um. Em hipótese
alguma a pressão poderá ajudar nesses casos. Vale lembrar
também, que a rapidez com que as pessoas se permitem ser
conduzidas em um estado hipnótico depende muito da
experiência e competência de percepção do hipnotista. Quando
a pessoa a ser hipnotizada não confia neste profissional,
duvidando de sua competência ou integridade, será difícil
desempenhar o trabalho com sucesso.
30
Todo mundo pode ser
hipnotizado?
31
informados que não poderiam ser hipnotizados. Ignorem essa
informação, pois não é verdade! Isso depende apenas da
experiência, competência e percepção do hipnotista e,
ocasionalmente, da situação na qual os clientes se encontram
naquele momento de suas vidas (por exemplo, quando eles ainda
não estão prontos para serem ajudados ou há um benefício
secundário adquirido ao estar doente). Já tive clientes em que
absolutamente nada funcionou. Nesses momentos, pensei onde
eu poderia ter errado, mas em nenhum momento culpei o cliente
por ser incapaz. Pode ser que alguém seja enviado a um
hipnotista por recomendação (do cônjuge, por exemplo), mas
realmente não queira ir. Não há nenhuma iniciativa própria.
Então, é bastante provável que a hipnose não vá funcionar.
Naturalmente, também pode ser apenas a química entre duas
pessoas, mas o resumo é: todo mundo pode ser hipnotizado, se
realmente quiser.
32
Você tem que acreditar
em hipnose para que ela
funcione?
33
de bons livros e novos treinamentos. Quanto ao cliente, é
necessário encontrar o profissional adequado, conhecedor da
prática e responsável.
34
Como é a sensação e
quanto tempo demora
até que se
esteja em hipnose?
35
processo demorado e cansativo, que tem de ser o mais silencioso
possível ou que música e iluminação suaves são necessárias.
Uma indução hipnótica normal leva de quatro a sete minutos. Na
maioria dos casos, é seguida por uma técnica de aprofunda-
mento antes que o cliente esteja pronto para a parte terapêutica.
Há, também, induções que levam não mais do que alguns
segundos e, dentro do menor tempo, podem conduzir a um bom
estado de sonambulismo. A esses casos dá-se o nome de hipnose
instantânea ou indução rápida. Qualquer coisa que leva menos
de dez segundos é ótima e sobra muito mais tempo para se tra-
balhar sobre as mudanças reais que o cliente está procurando.
No entanto, de quatro a sete minutos é completamente aceitável
e normal. Nem todos os hipnotistas gostam de trabalhar com in-
duções mais rápidas. Há alguma liberdade na abordagem.
Então, quanto mais rápido pudermos ajudar os clientes em
hipnose, mais confortável e benéfico será para eles. Aliás, ne-
nhum deles veio reclamar que a hipnose instantânea tenha sido
de algum modo desagradável. Muitos são extremamente gratos
por terem entrado rapidamente nesse estado. Existem métodos
demorados, baseados em técnicas de relaxamento progressivo,
que são frustrantes para muitos clientes cuja entrega poderia ser
mais breve, no entanto o hipnotista ainda sente que é necessário
seguir o programa de indução até o fim. E tem, também, técnicas
para induzir a hipnose - sendo usadas hoje - que levam de 20 a
45 minutos! Elas estão totalmente fora de moda e tomam um
tempo valioso de terapia!
Nós temos uma responsabilidade para com os clientes e se
há técnicas conhecidas assimiláveis no mercado que atingem o
objetivo mais rápido, então somos obrigados a colocá-las em prá-
tica! Se um hipnotista ainda não domina aquelas que são mais
recentes e eficientes, é seu dever aprendê-las. Trata-se, também,
de uma questão de custos e sofrimento: custos, pois alguém tem
de arcar com as despesas não importa se é o cliente ou o plano
de saúde; e sofrimento porque ele poderia ter sido encurtado
36
com uma terapia mais breve e eficaz. Ambos se enquadram nas
áreas de responsabilidade e influência do terapeuta, que deve le-
var esses dois pontos em consideração ao iniciar qualquer traba-
lho. Manter um cliente em um tratamento mais longo do que o
necessário, é antiético e repreensível. Tendo em vista que a hip-
noterapia atende aos pré-requisitos de eficácia a curto prazo, pre-
cisamos torná-la mais conhecida e respeitada para que não ocupe
o lugar de tratamentos que não trazem resultado, mas apenas
mais sofrimento ao paciente.
37
A hipnose de palco
é legítima?
38
universo ainda se aplicam, mesmo quando a hipnose está envol-
vida.
39
Como a hipnose
pode me ajudar?
40
1. Acidentes – cair de um cavalo, rolar da escada, acidente de
trânsito ou acidentes semelhantes.
Em tais casos, não há nada melhor do que um médico trei-
nado para lidar com o trauma. Os médicos executam verdadeiros
milagres ao trazer as vítimas de volta à vida, e estão entre os pri-
meiros a serem solicitados para obter ajuda. Depois desse aten-
dimento imediato, entretanto, a hipnose pode ser uma ferra-
menta para colocar a pessoa em pé outra vez mais rápido, sa-
nando traumas. Ela também pode ser usada em caso de emer-
gência para aliviar dores e parar sangramentos.
2. Toxinas – consumir algum tipo de veneno, ou comida do qual
é alérgico, sofrer uma picada de cobra, ou de alguma forma in-
gerir uma substância nociva.
Aqui, também, não há alternativa se não a intervenção mé-
dica. Mas, por opção, é possível apoiar positivamente o processo
de cura com a hipnose. No entanto só depois de passar por um
tratamento inicial com um médico qualificado.
41
Importante: muitas vezes, mas naturalmente nem sempre,
o abuso sexual experienciado quando criança pode ser uma fonte
de problemas. Como afirmado antes, nem sempre é assim, mas
há uma infinidade de casos documentados. Seria errado, no en-
tanto, conduzir uma sessão sob essa premissa, pois você iria cor-
rer o risco de perder a fonte real e, assim, ser incapaz de resolver
totalmente o problema. Frases como "seu problema certamente
vem de abuso" são extremamente perigosas e oriundas de tera-
peutas irresponsáveis, incompetentes ou oprimidos pelo pro-
blema. Tais declarações podem desencadear uma caça às bruxas
inteira na família e suas extensões. Devemos evitar mencionar
quaisquer sentimentos e pensamentos negativos que o cliente
possa experimentar.
Importante notar: "contanto que você não tenha nascido
com o problema, a hipnose pode ajudar a resolvê-lo ou atenuá-
lo"
Como em qualquer terapia, existem limites, mas quanto
mais cedo se pode apoiar o processo de recuperação com a hip-
nose, maiores são as chances de sucesso. Em qualquer caso, de-
vemos tentar apoiar e acompanhar todas as aflições com a hip-
nose. Não há garantias, mas quando a mente está em harmonia,
o corpo se cura muito mais rápido.
Na minha estimativa, cerca de 80% de todas as doenças fí-
sicas podem ser rastreadas até os ECIs (eventos causadores inici-
ais, sobre os quais falarei mais adiante) na mente subconsciente.
No entanto, até que esses ECIs sejam descobertos e resolvidos,
estamos apenas combatendo os sintomas e perdemos a chance
de chegar à raiz da doença. De fato, pode fazer sentido ter um
tumor canceroso removido. Isso é o que está ao nosso alcance no
nível físico, o que salva muitas vidas, mas negligenciar o compo-
nente mental seria um erro. Ele é, na maior parte das vezes, igual-
mente crucial. Mesmo quando o câncer foi removido, a condição
mental - um pré-requisito para o desenvolvimento do câncer –
ainda não está em equilíbrio.
42
Tomar medicamentos prescritos também pode fazer sen-
tido, mas, em muitos casos, apenas trata os sintomas. Depois de
uma sessão de hipnoterapia bem-sucedida, os medicamentos po-
dem muitas vezes ser reduzidos ou suspensos devido às mudan-
ças significativas que ocorreram. Se uma pessoa está tomando
antidepressivos e já não se sente deprimida após a hipnose, então
certamente ela deve conversar com seu médico sobre alterar a
dosagem, diminuí-la gradativamente, ou encerrar o uso dessa
droga.
Predisposições genéticas são, em grande parte, superesti-
madas. Sabemos hoje que, de fato, elas existem, mas se efetiva-
mente têm influência direta sobre nossa saúde, é algo que vem
sendo questionado, especialmente por conta de estudos com gê-
meos univitelinos. Há inúmeras pesquisas que apontam vários
fatores como responsáveis para a manifestação de uma doença.
Quando uma pessoa é submetida a uma ou mais situações de es-
tresse com frequência, é bastante provável que o sistema se torne
tão fraco que o corpo reaja adoecendo. Já aquela que é mental-
mente equilibrada, por outro lado, torna-se resistente a qualquer
sintoma.
É principalmente o enfraquecimento prolongado no nível
mental que promove a fragilização da saúde. Hipnose e outras
técnicas de redução de estresse oferecem uma excelente proteção
contra uma doença que já está se instalando. Com a prática, po-
demos influenciar a programação celular e, até mesmo, a ativa-
ção ou desativação do DNA. Por mais incrível que possa parecer,
é extremamente possível. Nós não estamos mais presos por al-
guma maldição herdada da família (epigenética). Agora somos,
em grande medida, capazes de impactar o nosso destino! É er-
rado pensar que se a doença está na família há gerações, ela tam-
bém vai afligí-lo.
Mais importante que a predisposição hereditária, é a forma
como alguém é criado, como ele aprende a lidar com o estresse e
43
o ambiente em que cresce. Padrões de crença e inúmeras percep-
ções são passados por anos e estabelecem comportamentos.
Como lidamos com isso? Nós reproduzimos gestos, do micro ao
macro, de nossos pais, que – por sua vez – os absorveram de seus
pais promovendo um impacto trans-geracional visível. Mas não
precisamos permanecer enredados nesse roteiro. Temos muito
mais influência sobre o nosso destino do que podemos supor.
Atenção: É extremamente importante notar aqui que um
hipnotista não é um substituto para um médico. Na melhor das
hipóteses, a hipnose é uma forma complementar de terapia, es-
pecialmente quando se lida com doenças graves como o câncer,
a esclerose múltipla e doenças semelhantes. Recomendações con-
tra medicamentos, vacinas ou aconselhamento médico não de-
vem ser feitas! Tirar proveito da situação de uma pessoa debili-
tada é condenável. Ninguém pode garantir nada quando se trata
de questões complexas, como as citadas acima. Um hipnotista
não faz diagnóstico, porque não somos autorizados nem capazes,
exceto aqueles que têm a formação adequada. Também não te-
mos o direito de prescrever medicamentos, nem de alterar uma
dosagem.
Sintomas e doenças são alertas e devemos prestar atenção
neles. Uma consulta ao médico, seguindo seu conselho, é, por-
tanto, recomendável em todos os casos, especialmente quando
há dor. Como a hipnose é uma ferramenta extremamente eficaz
no combate a esses incômodos, caso ela seja a primeira opção,
poderá embotar algo que, mais tarde, talvez pareça com agravan-
tes.
Uma vez que cada doença possui um componente emocio-
nal, o uso da hipnose é universalmente conveniente, desde que o
problema tenha sido diagnosticado e certos fatores eliminados.
Ela pode ser útil sempre ao lado de qualquer tratamento médico
convencional ou alternativo.
44
Aprender hipnose é fácil
45
em uma série de experiências, tanto no que diz respeito às ses-
sões em si, como aos inúmeros treinamentos que ministrei e mi-
nistro, há anos, e me dão essa auto-confiança. Tenho convicção
de que o que estamos fazendo funciona.
Você sabe, há muitos cursos de formação no mercado e eu
descobri durante o treinamento que tive - e hoje repasso aos alu-
nos - que é realmente necessário se posicionar de forma contun-
dente e assertiva sobre as nossas atividades.Temos métodos e
técnicas claramente definidos e exclusivos e as suas amplas apli-
cabilidades nos dão retorno positivo por meio de muitos depoi-
mentos. Veja o princípio K.I.S.S. – Keep It Short and Simple
(Manter Curto e Simples), por exemplo. Ele é o fio condutor de
todo o nosso treinamento, fundamental para o bom desempenho
do trabalho, e se trata de um conteúdo exclusivo. Não aparece
em nenhum outro curso. Apenas quando algo é estruturado por
meio de regras simples, sendo facilmente reprodutível e com lar-
gos benefícios, é que possui valor. Se um método é baseado em
coincidência, sorte ou esperança, nada se pode esperar a não ser
isso: coincidência, sorte ou esperança. Mas, sinceramente, quem
está procurando por isso quando pede ajuda para resolver pro-
blemas?
Naturalmente, existem alguns hipnotistas talentosos que
podem trabalhar de forma intuitiva e com sensibilidade para
com as pessoas, mas eles são poucos. Além disso, por conta da
subjetividade que envolve suas abordagens, os métodos deles
não são facilmente reproduzíveis ou aprendidos. Milton Erick-
son, por exemplo, possuía um grande talento. Tentar copiá-lo é
frustrante, já que é muito difícil entender e, mesmo, alcançar o
gênio. Suas técnicas funcionaram exclusivamente para ele, mas e
os outros? E aqueles que não são capazes de “ler” as pessoas? Por
isso é fundamental o que realizaram Dave Elman e Jerry Kein.
Eles sistematizaram a prática, tornaram o processo reprodutível
a muita gente e de forma segura.
46
Apesar de haver, em algum momento, hesitação com rela-
ção à hipnoterapia, faz-se necessário o estabelecimento de uma
autoconfiança saudável e um ar distinto de segurança em si
mesmo. Isso é de suma importância para uma presença bem-su-
cedida no mercado e para ser capaz de ajudar efetivamente as
pessoas - seja como professor ou como terapeuta. Esse “espírito”
é o que deve nortear os treinamentos, portanto. A personalidade
e o carisma de um hipnotista podem ter um enorme impacto na
terapia, seja positiva ou negativamente. A falta de autoconfiança
com certeza não ajuda.
Ao trabalhar de uma forma orientada para o processo, au-
tomaticamente desenvolvemos segurança, porque a chance de
sucesso é simplesmente maior do que em abordagens arbitrárias.
Depois de uma sessão, refletimos sobre o que poderíamos ter
feito melhor ou de forma diferente, nos tornando assim ainda
mais competentes. Dave Elman sempre disse que podemos
aprender mais com as sessões que não dão certo do que com as
que funcionam. Tudo o que não deu certo nos fornece pistas para
o que fazer melhor ou de diferente da próxima vez.
Inegavelmente, há algumas outras escolas e formas de hip-
noterapia que entregam resultados, mas elas são uma raridade.
Infelizmente, não é fácil para alguém que queira treinar hipnose,
ou está à procura de um hipnoterapeuta, chegar a um lugar se-
guro, longe das inúmeras ilusões ofertadas. Sem dúvida, a reco-
mendação pessoal de um hipnotista qualificado e experiente é a
melhor publicidade. A mais confiável e eficaz. Felizmente, este
conhecimento está se espalhando, e cada vez mais professores
estão adotando esses métodos diretos, objetivos e orientados
para os resultados.
47
Sete dias para tornar-se
um hipnoterapeuta
48
estes cursos de formação mais longos são frequentemente inca-
pazes de fazer o que os meus alunos fazem depois de uma se-
mana. Eu realmente não sei como poderia ensinar às pessoas a
hipnose por um, dois, ou mesmo três anos. Meu professor sem-
pre disse que é fácil e eu sempre assumi que é. Também é exata-
mente como eu a apresento: o mais simples possível - tudo de
acordo com o princípio K.I.S.S.3
Em qualquer caso, tenho treinado centenas de estudantes,
entre eles inúmeros psicólogos, psiquiatras, médicos e dentistas.
Mais de 70% dos meus alunos vêm por causa de recomendações
de antigos graduados. Com isso em mente, os críticos já não me
incomodam. Minha experiência mostra que funciona. Quando os
alunos realmente aceitam a hipnose e o que é ensinado, eles vão
inevitavelmente ser bem-sucedidos. O sistema e o processo en-
tregam o que prometemos. A coisa mais importante é que todos
os dias meus alunos utilizam o que aprenderam para ajudar com
sucesso as pessoas a melhorarem suas vidas. Isso é o que real-
mente importa: os resultados.
Gostaria de esclarecer uma coisa aqui: Sou extremamente
grato a cada psicólogo, psiquiatra, médico e dentista que con-
cluiu o nosso treinamento; isso mostra que eles podem ignorar,
em parte, as barreiras artificiais, não têm reservas, e estão abertos
a aprender alguma coisa com os outros, independentemente do
seu status. Eu respeito muito esses participantes e também estou
ciente de que isso nem sempre é fácil para eles em seu ambiente.
Eles merecem um agradecimento especial e respeito.
49
Comportamentos
abusivos
50
Casos criminais alegados
51
Terminologia da hipnose
52
Palavras equivocadas
53
Tentar e esperar: risque essas palavras do seu vocabulá-
rio - não apenas quando utiliza a hipnose, mas também no seu
discurso geral. Elas implicam uma possível falha, uma vez que
não se está totalmente convencido, tem dúvidas, se sente inse-
guro, ou supõe; implicam a possibilidade de que o que está sendo
feito no momento poderia dar errado. Como você se sentiria
como cliente, se o hipnotizador dissesse: "vou, agora, tentar hip-
notizá-lo. Nós podemos de bom grado tentar e ver se funciona.
Vamos esperar o melhor". Não é especialmente convincente,
certo? Esse é o momento em que você deve se levantar, sair e ir
procurar outro hipnotista.
A importância das palavras na hipnoterapia não deve ser
subestimada. Pode parecer um pouco pedante e eu não quero di-
zer que é por isso que uma sessão de hipnose não funciona, mas
para que aumentar voluntariamente a chance de fracasso? Se nós
sabemos a importância das palavras e percebemos o quanto a se-
mântica (o estudo delas e seus significados) nos aprofunda, por
que não eliminar essas fontes potenciais de erro desde o início?
Hipnotismo é realmente fácil, eu não quero complicá-lo,
mas há algumas coisas a serem observadas e essas pequenas di-
ferenças podem ser o fator decisivo entre o sucesso e o fracasso
de um trabalho. O bem-estar do cliente sempre tem preferência
e se eu sei que minhas palavras estão erradas, simplesmente não
as uso por mais tempo.
54
A nossa “língua”
55
todos os casos, deve permitir que a hipnose ocorra. A auto-hip-
nose é fácil de aprender.
Boinking: o ato de cutucar de leve o meio da testa do cli-
ente, com dois ou três dedos, como uma distração ou para au-
mentar a sua atenção (foco).
Catalepsia: uma forma de alta sugestionabilidade, na qual
os músculos de uma pessoa - tanto em todo o corpo, quanto em
uma região específica - ficam muito rígidos ou extremamente re-
laxados.
Cliente: na hipnose, falamos de clientes em vez de pacien-
tes. A palavra paciente pode ter uma conotação negativa. Além
disso, você pode ir a um hipnotista sem estar doente.
Compounding (negativo): por meio da experiência repetida
de abordar, ou falar sobre uma questão de um evento infeliz ou
trágico no nível consciente, é possível que as emoções e os senti-
mentos negativos talvez sejam intensificados, o que, por sua vez,
pode levar a exacerbar o problema e, possivelmente, agrave os
sintomas, prejudicando o processo de recuperação. Mudanças
positivas são afetadas, muitas vezes evitadas, enquanto a progra-
mação negativa e o comportamento indesejado permanecerem
no local.
Compounding (positivo): a multiplicação, repetição e in-
tensificação de uma ou mais sugestões. Uma técnica extrema-
mente eficaz para ajudar uma pessoa a internalizar sentimentos
recém-desejados, uma maior conscientização, ou hábitos novos e
positivos.
Contrato hipnótico: o consentimento que alguém dá a ou-
tra pessoa para hipnotizá-la ("Posso te hipnotizar?" / "Sim").
Convincer: um tipo de prova ou evidência de que uma pes-
soa realmente está ou estava em hipnose. Não é possível nem
sensato em todos os casos, mas, sempre que possível, é uma parte
importante de uma sessão.
56
Deslocamento de sintoma: o foco em um sintoma, bem
como a sua repressão, em certos métodos de terapia. Pode levar
a mente subconsciente a buscar outra forma de enviar uma men-
sagem de que algo está errado, depois de achar a primeira tenta-
tiva infrutífera (por exemplo, primeiro uma fobia, agora uma
erupção cutânea). Desencadeado principalmente por métodos
repressivos ou que encobrem o sintoma.
Distanciamento / Separação / Afastamento: quando esta-
mos cientes do nosso ambiente, mas não nos importamos de par-
ticipar dos eventos que acontecem ao nosso redor. Isso é comum
em hipnose.
ECF: Evento Causador Final - o momento que alguns clien-
tes têm armazenado na memória e acreditam estar relacionado
ao sintoma que se seguiu. Normalmente, é apenas a “gota d’água
que faz o barril transbordar”, não é realmente o gatilho que co-
meçou a “enchê-lo”.
ECI: Evento Causador Inicial - o evento inicial desencade-
ador (a razão real para um sintoma).
ECS: Evento Causador Subsequente – um evento sensibili-
zante posterior, que confirma, bem como aumenta / intensifica
o ECI.
Estado Esdaile: um estado que pode provocar euforia
mental e produzir uma anestesia automática e espontânea. En-
contra-se um nível abaixo do sonambulismo profundo. Desco-
berto por James Esdaile em 1850 e que Dave Elman, nas décadas
de 1940 e 1950, demonstrou ser facilmente reproduzível.
Estado hipnoidal: um estado leve de hipnose.
Fator Crítico: funciona como um filtro entre a mente cons-
ciente e a mente subconsciente. Controla quais sugestões estão
autorizadas a ser registradas na mente subconsciente e quais são
rejeitadas desde o início.
Fobia: um medo enorme do medo.
57
Fracionamento: o melhor método para aprofundar o es-
tado hipnótico. A pessoa hipnotizada é convidada a abrir os
olhos e fechá-los novamente, permanecendo em transe o tempo
todo. Dave Elman reconheceu a técnica logo no início e a incor-
porou à sua indução hipnótica bem-sucedida (“Três visitas a Ber-
nheim”)4.
Ganho Secundário: quando a solução é pior do que o pro-
blema em si. Pode ficar no caminho da recuperação (por exem-
plo, perda de simpatia ou apoio financeiro, ter que voltar ao tra-
balho, enfrentar um problema, etc.).
Hipermnésia: a capacidade em hipnose de melhorar a re-
cuperação da memória e lembrar-se de experiências que acredi-
tava estarem esquecidas há muito tempo. De outra forma, não
seriam conscientemente lembradas.
Hipersugestionabilidade: alta sugestionabilidade provo-
cada por meio da hipnose profunda.
Hipnoanálise: a abordagem utilizada durante a hipnose
para localizar a fonte real de um problema. Isso normalmente
ocorre por meio de regressão.
Hipnose Clínica: o uso da hipnose no tratamento da de-
pressão, de fobias, compulsões e problemas e distúrbios seme-
lhantes.
Hipnose de emergência: o uso de técnicas especiais de hip-
nose em situações de emergência por bombeiros, técnicos de
emergência médica, policiais e militares (para parar sangramen-
tos, reduzir ou evitar choque, aliviar dores, queimaduras, etc.).
Hipnose de palco: hipnose para fins de entretenimento. O
estado real de hipnose é, no entanto, o mesmo que se experi-
menta em uma terapia. Não há diferença. Tais espetáculos não
58
são bem vistos por muitos hipnoterapeutas que realmente deixa-
ram de analisar os fenômenos e suas possibilidades. Existem
tanto shows bons e de alta classe, quanto sessões de hipnoterapia
amadoras e malconduzidas.
Hipnose instantânea: a indução da hipnose dentro de ape-
nas alguns segundos ou frações de segundo, por meio de técnicas
práticas, para aqueles com uma vontade declarada de serem hip-
notizados. A grande arte das induções hipnóticas que só alguns
realmente dominam.
Hipnose médica: o uso da hipnose nas áreas de terapia da
dor durante operações, bem como o apoio pré e pós-operatório
com problemas físicos, tais como câncer, esclerose múltipla, etc.
Hipnose: um estado natural do ser humano que pode ocor-
rer espontaneamente ou ser induzido. Ela acontece quando a
mente subconsciente vem para o primeiro plano, atravessando o
fator crítico da mente consciente.
HypnoDent®, HypnoSport®, HypnoSlim®, HypnoKids®,
Hypno-Fertility®, HypnoSex®, HypnoSleep®, HypnoLearn®,
Hypno-Care®, HypnoMed®, HypnoForensics®: programas bási-
cos e avançados de treinamento para especialização dentro da
ampla gama de aplicações da hipnose moderna.
Hipnose em vigília: a ativação dos efeitos hipnóticos, du-
rante o estado de vigília real de uma pessoa, que são aceitos e
implementados.
IDE: acrônimo para a Indução de Dave Elman.
Ideomotor: qualquer movimento involuntário dos múscu-
los causado por uma ideia ou uma sugestão hipnótica.
Indução de Elman: a indução de hipnose mais conhecida,
mais rápida e mais bem-sucedida no mercado hoje. Quando uti-
lizada por um hipnotista competente, cerca de 85% dos indiví-
duos podem já estar hipnotizados na tentativa inicial. Desenvol-
vida pela primeira vez por volta de 1912, por Dave Elman, foi
59
ampliada mais tarde para incluir todas as versões atualmente
aplicadas. Permite a indução da hipnose dentro de qualquer lu-
gar entre 1 e 6 minutos. As formas abreviadas são possíveis,
mesmo dentro de 10 a 30 segundos.
Indução: o processo, técnica ou ritual de indução e causa-
ção de hipnose.
Letargia: estado de hipnose em que um relaxamento geral,
uma quietude, são atingidos e a pessoa se concentra na voz do
hipnotista.
Mente consciente: aquela parte da nossa mente/cérebro re-
lacionada aos processos mentais, racionais e analíticos, ou à força
de vontade.
Mente subconsciente: aquela parte da nossa mente/cérebro
envolvida com os processos mentais e com a marca resultante de
padrões comportamentais. Independente e despercebida pela
mente consciente. A sede de nossas emoções, sentimentos, hábi-
tos, memória de longo prazo, etc. Essa é a verdadeira casa do ego.
Mente inconsciente: aquela parte de sua mente/cérebro
que controla as funções corporais automáticas, como: respiração,
digestão, batimentos cardíacos, pressão arterial, produção de
hormônios, sistema imunológico, etc.
Mente superconsciente: quando a mente (pensamentos) se
destaca do nosso corpo, obtemos acesso ao nosso campo de ener-
gia e seu armazenamento de informações. Isso fornece uma visão
e perspectiva especiais para os nossos problemas e ajuda a en-
contrar soluções por meio de estados altamente focalizados,
como o Ultra-Height® e o Ultra-Healing®. A mente superconsci-
ente também pode ser vista como um componente adicional da
mente subconsciente.
Obsessão: um impulso ou ideia, às vezes até irresistível.
Quando combinada com as emoções, pode resultar em atos com-
pulsivos, que são repetidos com frequência, indefinidamente.
60
OMNI Hypnosis: A hipnose / hipnoterapia baseada nos
métodos de Dave Elman e Gerald F. "Jerry" Kein. Os métodos e
técnicas OMNI são atualmente ensinados em mais de 20 locais,
em cinco continentes. "OMNI" é o nome oficial do instituto de
hipnose fundado em 1979 por Jerry Kein. A OMNI Hypnosis
apresenta as técnicas de hipnoterapia reprodutíveis e orientadas
a processos, direcionadas para resultados e objetivos, com a
maior probabilidade de soluções sustentáveis dentro de um
curto espaço de tempo.
Pharsing: a tendência da mente subconsciente de "ignorar"
uma palavra negativa, dando assim um novo significado, possi-
velmente não intencional a uma sentença. A mente subconsci-
ente não entende realmente a palavra "não", ou tem a tendência
de ignorá-la. Esse pode ser o caso das crianças especialmente,
mesmo sem hipnose. Por exemplo: "não toque no forno quente!".
Essa ordem direta pode ser interpretada como "... toque o forno
quente!" ou: "não coma fast food!". Torna-se: "...coma fast food!".
Pre-talk: a explicação do hipnotista para o cliente sobre o
que a hipnose é e o que não é. Serve ao propósito de eliminar
quaisquer possíveis medos, dúvidas, desinformação, bloqueios,
ou preconceitos existentes, bem como demonstrar a experiência
do hipnotista. Contribui com cerca de 80% para o sucesso da ses-
são de hipnose. Quanto mais um cliente for esclarecido, melho-
res, mais inteligentes e auto-confiantes serão suas decisões du-
rante a sessão de hipnose para que o processo alcance os objeti-
vos pretendidos.
Progressão: processo no qual um cliente é levado adiante
no tempo e imagina a situação no futuro, incluindo a forma como
ele se sente, o que ele sente, como age ou reage em situações es-
pecíficas, depois de ter desistido do comportamento indesejado
do passado.
Psicossomático: doença física provocada por pensamentos
negativos.
61
Questionário de anamnese: um questionário preenchido
pelo cliente ou pelo hipnotista, sozinho ou em conjunto. Usado
para coletar e compilar detalhes importantes ou relevantes, bem
como servir de documentação para as sessões subsequentes.
62
cos, tais como: analgesia, regressão e muitos mais. Pode ser atin-
gido em poucos minutos ou em apenas alguns segundos.
Sugestão pós-hipnótica: dada durante um estado hipnó-
tico e que é posta em prática em um momento posterior; após o
cliente emergir da hipnose.
Sugestão pré-hipnótica: dada antes da indução formal da
hipnose, que assume controle quando a pessoa está em um es-
tado hipnótico.
Sugestão: dada pelo hipnotista durante a sessão de hip-
nose. Ela é um incentivo, uma recomendação, palavra ou frase
de aconselhamento, formulada individualmente para a pessoa,
situação e tema em questão. As sugestões podem ser simples-
mente aceitas ou rejeitadas pelo cliente.
Sugestionabilidade: a medida da receptividade de uma
pessoa a uma sugestão dada.
Terapia com hipnose/hipnoterapia: utilização de técnicas e
métodos terapêuticos no estado hipnótico. Termo genérico para
todos os tipos de intervenções nesse estado. Ambas as variações
do termo significam a mesma coisa.
Terapia de partes: uma técnica, na hipnoterapia, que nos
permite abordar diferentes partes do corpo ou emoções (por
exemplo, a parte que representa o medo, ou a dor, ou a tristeza,
ou o fígado, ou o corpo, ou a mente, etc.).
Terapia de ab-reação: a provocação intencional e direcio-
nada de uma ab-reação para acelerar o processo da terapia.
Ultra-Height®/Ultra-Healing®: dois estados no reino do
“eu superior”, também chamado de mente superconsciente. Eles
permitem insights profundos e análises pormenorizadas do que
se passa internamente no cliente, bem como tornam a cura es-
pontânea, a autocura, possível. Podem trazer inspiração ou rea-
lização sem a participação ativa do hipnotista. Algumas pessoas
têm experiências espirituais profundas nesses estados, também
63
conhecidos por “a disciplina suprema" da hipnose. Desenvolvi-
dos por Jerry Kein e Hansruedi Wipf.
Vida Passada: se você acredita em tais coisas ou não, mui-
tas vezes há momentos durante a hipnoterapia em que um pro-
blema parece ter sua origem nas assim chamadas vidas pregres-
sas e os clientes, independentemente de suas próprias crenças
centrais ou convicções, regridem espontaneamente para esse lu-
gar no passado. Esse fenômeno também pode ser induzido in-
tencionalmente. Uma prova genuína e cientificamente compro-
vada ainda tem de ser fornecida. O debate, que poderia conti-
nuar para sempre, baseia-se mais em crença e ideologias do que
em fatos. No entanto, continua a ser um assunto altamente fasci-
nante e controverso com quatro teorias principais, que serão ci-
tadas mais à frente.
Existem inúmeros outros termos na hipnose, mas, para
nossos propósitos, certamente seria ir longe demais enumerar to-
dos aqui. Os que foram elencados acima, bem como suas defini-
ções, são suficientes para entender completamente o que é apre-
sentado neste livro.
64
A aplicação da
hipnoterapia
em diferentes países
65
de forma indireta ou, até mesmo, dando ao trabalho um outro
nome. Por conta disso, não é de se admirar que os estudos e mé-
todos desenvolvidos neste país estejam atrasados com relação a
tantos outros ao redor do mundo. A exclusividade da prática por
parte da classe médica leva ao fortalecimento de técnicas anti-
quadas, prolongadas e ineficientes.
Brasil: Não há uma regulamentação ou legislação sobre o
uso da hipnose. Ela é considerada uma terapia alternativa. Po-
rém, há conselhos de classes com normas e práticas específicas
para profissionais partícipes dos seus grupos. Existe, também,
um conselho de “autorregulamentação” de terapias holísticas
que engloba a hipnose, porém ele exerce pouca influência sobre
as atividades dessa ordem no país.
Canadá: Não tem regulamentação governamental oficial
de hipnose e hipnoterapia. A prática costumava ser limitada a
médicos, dentistas e psicólogos legalmente habilitados, bem
como a alunos da área, mas a lei foi revogada em 1997. Há grupos
que formaram associações de "autorregulamentação" numa base
voluntária.
EUA: A maioria dos estados exerce pouca ou nenhuma re-
gulamentação direta sobre a prática da hipnose ou hipnoterapia,
embora outras leis, que geralmente afetam o funcionamento de
qualquer negócio, sejam aplicadas normalmente (por exemplo,
relacionadas à publicidade e práticas comerciais desleais). Al-
guns estados (Colorado, Connecticut e Washington) exigem o li-
cenciamento obrigatório ou registo, enquanto outros (Califórnia,
Flórida, Illinois, Nova Jersey, Texas e Utah) não possuem este re-
gisto, mas dispõem de regulamentos específicos para a prática
do hipnotismo e diretrizes para a isenção de licenciamento. Resi-
dentes dos EUA devem verificar com a sua associação de hipnose
ou com órgãos reguladores estaduais quais as condições de seu
estado em particular.
66
Nova Zelândia: Não tem regulamentação ou legislação ofi-
cial que rege a hipnoterapia. Em outras palavras, qualquer pes-
soa pode se estabelecer como um hipnoterapeuta e começar a
praticar imediatamente. Isso destaca a importância de um rigo-
roso treinamento e supervisão para os clínicos, bem como a au-
torregulamentação profissional e ética do ofício
Reino Unido: Atualmente, não tem leis em vigor que indi-
cam o nível de formação que um indivíduo deve ter para praticar
a hipnose ou hipnoterapia profissionalmente. No entanto, exis-
tem várias sociedades regulamentadas, onde os hipnoterapeutas
podem se inscrever. Esses grupos definem as suas próprias nor-
mas em matéria de formação e qualificação.
Suíça: Tem a legislação mais liberal e avançada da Europa
o que é uma vantagem maravilhosa. Isso levou o país a se desen-
volver consideravelmente nos aprofundamentos das práticas e
difundí-las a outros lugares. Os suíços são bem abertos à hipnose
e, portanto, podem se beneficiar mais de sua utilização.
.
67
História da hipnose
68
interesse para muitas pessoas. Dr. Franz acreditava que a hip-
nose tinha algo a ver com correntes magnéticas, por isso a ex-
pressão ”magnetismo animal“.
O período em que esteve na França, e atendeu a inúmeros
pacientes, foi significativo. Sob pressão dos médicos locais, que
se sentiam ameaçados pelo seu sucesso, foi formada uma comis-
são para acompanhar e avaliar, cientificamente, o trabalho dele.
Um dos integrantes do grupo era o renomado Benjamin Franklin.
As conclusões do inquérito provaram que não dava para descar-
tar totalmente certos resultados que Mesmer obteve junto aos pa-
cientes, mas – mesmo assim – as suas atividades foram rotuladas
como charlatanismo e ele teve de interrompê-las. Essa oposição,
no entanto, não impediu as pessoas de investigarem mais o tema
e fazerem descobertas interessantes. James Esdaile, por exemplo,
que usou o estado Esdaile (coma hipnótico) para realizar cirur-
gias sem dor em Calcutá, será abordado em um capítulo poste-
rior.
Há muitos outros nomes influentes na história da hipnose,
mas quero destacar um: Sigmund Freud (1859-1939).
Fundador da psicanálise, ele atuou com a hipnose e com
outros métodos, comprovando o êxito dessas práticas em seu tra-
balho. Ele notou, por exemplo, que por meio da psicoterapia ob-
tinha melhor rendimento, pois os pacientes tratados pela hipnose
eram capazes de retornar aos sentimentos e comportamentos
normais muito mais rápido do que se os tivesse conduzido pela
psicanálise. A ele é atribuída a frase: "hipnose é a psicoterapia do
homem pobre". Era uma forma de dizer que, se a pessoa não ti-
nha dinheiro para pagar a psicanálise, ela se utilizava da hipnose
– que a ajudava em menos tempo.
A ideia de que a prática não tem nenhum valor relevante
em psicoterapia, no entanto, influenciou gerações de psiquiatras
e psicólogos que efetivamente tinham conhecimento do tema,
mas devido aos ensinamentos prevalecentes da psicanálise, o ig-
noraram ou o consideraram como ineficiente. Assim continuou
69
até que com o trabalho de dois americanos, Dave Elman e Milton
Erickson, a hipnose recebeu a atenção devida. Eles desenvolve-
ram abordagens que não eram apenas novas e mais eficientes,
mas também aceitáveis para seus pares e para o público em geral.
Importante: tem havido uma grande quantidade de textos
sobre Milton Erickson (1901–1980) e suas técnicas, por isso não
vou me aprofundar muito em sua vida ou abordagens, algumas
certamente úteis. Existem inúmeros hipnotizadores e institutos
que trabalham e ensinam de acordo com os princípios Ericksoni-
anos. A glorificação de Milton Erickson e seus métodos, porém,
levou a hipnose a ser vista por médicos interessados como inefi-
caz, complicada e ineficiente. Este psiquiatra e psicoterapeuta
norte-americano, tinha um talento especial ao trabalhar com pa-
lavras, metáforas e histórias, sendo capaz de conectá-las às carac-
terísticas específicas de personalidade, habilidades e memórias
do cliente. Mas seu método de prática funcionou muito bem ape-
nas para ele, pois nem todos os hipnotizadores têm condições de
implementar seu estilo, especialmente se eles não viveram uma
vida tão difícil quanto a dele, possuem suas habilidades particu-
lares ou lidam com a hipnose diariamente.
70
Dave Elman e Gerald F.
( Jerry) Kein
71
Nos últimos 20 anos, no entanto, essa situação mudou, e eu
continuo a trabalhar ativamente para que mais transformações
aconteçam. Graças a Jerry Kein, o nome de Dave Elman não foi
relegado às sombras e, hoje, mais de 50 anos após a publicação
de seu livro Findings in Hypnosis, que está disponível agora sob o
título Hypnotherapy, esses novos métodos e técnicas estão sendo
aplicados por mais e mais hipnotistas ao redor do mundo.
Quando era garoto, Jerry Kein (nascido em 1939) ajudou
Dave Elman com gravações de áudio de suas apresentações e de-
monstrações, e durante este tempo foi treinado por ele. Esse ma-
terial ainda está por aí e é o exemplo perfeito do quão Dave El-
man trabalhou de forma exemplar. Ele foi um mestre, generoso,
que não quis manter o seu conhecimento a sete chaves, optando
por compartilhá-lo massivamente por acreditar que ele poderia
ajudar a aliviar o sofrimento de muitas pessoas.
Elman trouxe estrutura à hipnoterapia e também explicou
como avançar para os níveis mais profundos de hipnose. Hoje,
ainda usamos muitas de suas técnicas, refinadas a ponto de difi-
cilmente conseguirmos aprimorá-las. Para Jerry Kein, não havia
outros métodos além dos de Dave Elman. Quando mais tarde ele
participou de outros cursos de treinamento, foi extremamente
desiludido pela forma ineficientemente como a hipnose e a hip-
noterapia estavam sendo ensinadas. Assim, em 1979, 12 anos
após a morte de Elman, ele decidiu criar sua própria escola (a
OMNI Hypnosis Training Center, na Flórida, EUA), a fim de ga-
rantir que os métodos e técnicas de Dave Elman sobrevivessem.
Kein expandiu e aprimorou ainda mais esses novos desen-
volvimentos. Com a proliferação da internet na década de 1990,
assuntos relacionados a Elman começaram a se espalhar. Mais e
mais pessoas tiveram acesso ao seu trabalho, porém muitas ape-
nas o associaram à indução de hipnose que leva o seu nome. Ele
representa muito mais do que isso. Apesar de tudo isso, ainda
hoje há especialistas em seus campos que o subestimam e ao seu
trabalho, ou nunca ouviram falar dele.
72
Dave Elman foi um pioneiro da hipnose moderna e da hip-
noterapia. Sua visão sobre como os problemas se formam na
mente subconsciente e como eles podem ser resolvidos é genial.
E tudo foi minuciosamente explicado de forma simples e prática.
Ele sabia o quanto era importante enfatizar a seus estudantes que
usassem seus ensinamentos como base para o próprio desenvol-
vimento pessoal e ver a falha ocasional como uma chance de
aprimorarem-se. Além disso, ele prezava muito a relação entre o
cliente e o hipnotista, pois sem uma parceria, a chance de sucesso
no trabalho seria escassa.
Daí o fato de mirar o cliente nos olhos e não de cima para
baixo. A maioria das pessoas reage positivamente quando se sen-
tem reconhecidas, ouvidas. O tempo dedicado aos clientes, por-
tanto, é de extrema importância. E ele pode ser breve. O que
Dave Elman já havia entendido antes de 1960 é ainda mais im-
portante e relevante hoje: "um médico não vai usar a hipnose se
a indução demora mais do que uma injeção". Há hipnotizadores
que utilizam métodos de Erickson e obtêm resultados. Afirmar o
contrário seria errado. Mas, não com a eficiência, velocidade e
eficácia que seria possível - como Dave Elman demonstrou nos
anos 1950 e 60, enquanto treinava mais de 10.000 médicos, den-
tistas e psiquiatras. Isso não é colocar um método contra o outro,
ambos têm seus pontos positivos e cada um poderia se beneficiar
dos aspectos da outra abordagem. É que um deles é claramente
dominante. No topo de tudo, a glorificação de Erickson por dois
homens chamados Zeig e Rossi, bem como por seus alunos e ou-
tros, levou a hipnose a ser tratada com uma certa falta de respeito
no mundo de hoje, limitando assim a sua maior aceitação e utili-
zação.
Enquanto existirem hipnotizadores que pensam que uma
indução rápida pertence somente aos shows de hipnose de palco
e não tem nada a ver com hipnoterapia, continuará havendo uma
necessidade de esclarecimento. As pessoas não vêm a nós por
causa da hipnose. Elas vêm pelo que podemos fazer para ajudá-
73
las enquanto estão nesse estado. Por que devemos permitir que
um cliente pague por uma sessão de uma hora, levando de 20 a
40 minutos só para a indução de hipnose, quando é possível fazê-
la em qualquer lugar entre 10 segundos, talvez cinco minutos?
Os clientes, por sinal, são gratos quando podem entrar em hip-
nose mais rápido, porque teremos então mais tempo para o que
eles vieram fazer: a abordagem terapêutica, ou a trans(e)forma-
ção5.
Os métodos de Elman são muito mais eficientes e direcio-
nados do que qualquer coisa que esses hipnotizadores que prati-
cam de acordo com Erickson jamais poderiam suspeitar. O que
eles aprenderam não foi satisfatório em geral, porque era algo
tedioso e muitas vezes frustrante. Por que funcionava para Erick-
son e não para os outros? Porque seu gênio particular não pode
ser reproduzido. A situação foi agravada por meio de uma reco-
mendação errada para o cliente, a opinião predominante de que
tais métodos diretos seriam "muito agressivos" e muito rápidos
e, ao fazê-los, você pode afetar a alma, o que seria perigoso (uma
bobagem completa, apenas mostra a ignorância e a falta de com-
preensão do assunto!).
Não é de se admirar, então, que a hipnose moderna, focada
na causa, e a hipnose em geral, nunca conseguiram uma oportu-
nidade! Estamos, no entanto, no limiar de colocar a hipnose e
suas várias formas de terapia sob uma luz inteiramente nova e
torná-la um dos mais reconhecidos e sustentáveis métodos de
cura naturais disponíveis, estabelecendo-a definitivamente como
uma alternativa muito antes das terapias prolongadas, dos me-
dicamentos ou outros tratamentos tornarem-se necessários. A
hipnoterapia moderna é focada na causa e deve se tornar uma
74
opção padrão quando alguém está pensando em ir a um tera-
peuta ou médico. Neste sentido, este livro é também alimento
para o pensamento com o intuito de incentivá-lo a romper para-
digmas.
Jerry Kein treinou milhares de hipnotistas e recentemente
se aposentou. As técnicas que ele desenvolveu e aperfeiçoou con-
tinuam a conquistar mais e mais médicos e psicólogos. É uma
honra para mim ser autorizado a continuar a sua obra. Jerry Kein
sempre permaneceu fiel ao núcleo dos ensinamentos de Dave El-
man e seu princípio orientador: "regredir à causa e corrigí-la". Eu
também aderi à sua filosofia e a passo para meus alunos. Jerry
Kein, que encontrei pela primeira vez em seus vídeos instrutivos,
em 1997, fez repetidas declarações e afirmações cristalinas em
seu treinamento, que eu terminei nos EUA em 2006. Ele sempre
afirmou que seus métodos são simples, que qualquer pessoa
pode aprender se ela estiver realmente interessada; e se aplicar-
mos corretamente o que nós apreendemos, o sucesso virá auto-
maticamente. Ele estava certo, como em muitas outras de suas
declarações.
Em 2007, Jerry Kein me disse que sempre haverá aqueles
que não compreendem esses métodos e, na verdade, vão lutar
contra eles porque são demasiado radicais. Ele me pediu para ig-
norar os críticos, para insistir sobre os princípios fundamentais e
nunca desistir. A resistência foi exatamente como ele previu e os
cursos de hipnose e hipnoterapia OMNI têm desfrutado de
grande popularidade à medida que mais e mais terapeutas e ou-
tras pessoas interessadas são instruídas sobre essas práticas sim-
plificadas de hipnose eficiente e moderna. Existem agora mais de
vinte localidades do mundo onde os métodos estão sendo ensi-
nados.
Dave Elman e Jerry Kein disponibilizaram uma base ampla
e sólida de conhecimentos que tornou possível para centenas de
hipnotistas realizarem todos os dias um trabalho excepcional e
75
efetuarem intervenções reais no menor tempo possível. É a mi-
nha opinião, mas muito mais do que apenas isso. É também uma
filosofia, uma ética de trabalho, e tudo para o benefício do cliente.
“Tudo é possível em uma única sessão”. “Regredir à causa e cor-
rigir”.
Para aqueles interessados em ir mais a fundo na trajetória
de Dave Elman e sua metodologia, eu recomendo o seu livro
Hypnotherapy ou o conjunto de DVDs em quatro partes que eu
gravei junto do filho dele, Larry Elman, em 2012, na cidade de
Zurique. Lá, você vai encontrar um olhar profundo sobre a sua
história, bem como um vasto material sobre suas técnicas e mé-
todos de trabalho.
Esses itens podem ser encomendados online em muitos lu-
gares. Um deles é esse aqui: HypnoShop.NET.
76
Compreendendo a mente
Três ou quatro níveis?
77
Quando algo é entendido, o medo diminui automaticamente e a
curiosidade aumenta.
Qualquer pessoa que não tenha medo e queira entrar em
hipnose, de fato o faz. Por isso, o mais importante é: explicar às
pessoas, de forma clara e objetiva, do que se trata para que a con-
siderem um método possível de obtenção de ajuda, de permane-
cerem saudáveis ou de experimentarem a cura.
78
Quando vemos uma representação gráfica desta definição,
ela se torna mais compreensível (ver ilustração 2).
79
que a maioria das pessoas imagina e, sim, até mesmo diaria-
mente! É por isso que o medo é completamente equivocado; es-
tamos entrando e saindo desse estado a toda hora. Basta a nossa
mente consciente ir para o banco de trás da mente subconsciente.
Isso acontece sem pensar, por assim dizer, e as fronteiras
são muitas vezes fluidas, nem sempre tão claramente delineadas.
Por consequência, um hipnotizador experiente sabe e usa técni-
cas de hipnose de vigília, a fim de ajudar os clientes a alcançar o
sucesso ainda mais rápido. Aqui estão as descrições dos níveis
individuais de consciência.
80
A mente consciente
81
Memória de curto prazo
82
Força de vontade
83
As faculdades lógicas,
analíticas e racionais
84
não é a razão pela qual alguém se torna depressivo. Essas histó-
rias me interessam muito pouco, quando interessam. Eu normal-
mente não presto muita atenção. Se fosse verdade tudo o que as
pessoas me dizem sobre de onde elas acham que seu problema
vem e por que elas o tem, a maioria dos seus problemas não exis-
tiriam. Eu faço hipnose, não psicoterapia. Há outros que fazem
terapias da conversa. Quanto mais tempo eu ouvisse suas racio-
nalizações, mais eu poderia me permitir ser influenciado e gui-
ado pelo caminho errado. Eu não quero isso e também não faz
qualquer bem real ao cliente. Muitos até já passaram por algumas
sessões antes em que falaram mais de uma vez sobre seus pro-
blemas. Se tivesse funcionado, eles não teriam que vir até mim.
É como um barril com o escoadouro tampado por uma ro-
lha, que vai se enchendo, gota a gota. Em algum momento, uma
única gota transborda o barril. Por que deveríamos nos concen-
trar nesta última gota (sintoma)? Seja o que for que está obstru-
indo o escoadouro, tem que ser removido para que a água possa
fluir normalmente. A causa e não a última gota fez o barril trans-
bordar. Mas é disso que a maioria das pessoas se lembra e é nisso
que muitas outras formas de terapia focam. Na hipnose, usando
os métodos de elucidação, essas gotas desempenham um papel
menor.
A causa real, a rolha, encontra-se profundamente enter-
rada na mente subconsciente, e em 95% dos casos, as teorias
auto-estabelecidas da pessoa ou os diagnósticos que pode ter re-
cebido estão totalmente errados. Um problema só é realmente
eliminado quando é resolvido ou neutralizado no subconsciente,
e isso funciona de forma muito mais simples do que geralmente
se aceita ou do que é dito.
85
O fator crítico
86
A mente subconsciente
87
Memória de longo prazo
88
me adulto ou isso irá manter a minha boca fechada". O que quer
que esteja armazenado lá, é comparado com a sugestão "Eu vou
parar de fumar por causa de x ou y". A programação de longo
prazo não se correlaciona com a sugestão. Qual delas vence no
final? Sim, exatamente, a mente subconsciente. Afinal, ela é res-
ponsável por 90% a 95% de quem, o quê, e como nós somos. As-
sim, a sugestão será rejeitada, e nada muda. Fumantes que real-
mente querem parar, estão presos à programação antiga. Para o
que eles podem se voltar, então? Naturalmente, para a vontade.
Mas, todos nós sabemos como a força de vontade funciona. O
sucesso a curto prazo pode acontecer mais de uma vez, mas
quando se trata de períodos mais longos de tempo, é quase sem-
pre a programação a longo prazo que se sobressai e diz: "eu sou
fumante".
O mesmo acontece com as pessoas que querem perder
peso. Por algumas semanas, talvez até um par de meses, elas po-
dem lutar como ex-fumantes. Mas, como a palavra já diz, eles são
mais ex-fumantes do que não-fumantes. Não-fumantes não sen-
tem a necessidade de compensar. Ex-fumantes, no entanto, mui-
tas vezes devem encontrar alguma compensação. Talvez eles ga-
nhem peso, roam as unhas, tornem-se inquietos, ou adquiram
outros maus hábitos como alternativas para os cigarros. Em al-
gum momento, eles entram em uma situação de estresse, combi-
nada com a oferta de um cigarro, e a próxima coisa você já sabe:
estarão com um cigarro na boca. O ciclo começa novamente. Eles
conseguem parar por algumas semanas ou meses e depois reco-
meçam. Isso pode ser repetido duas, três, talvez quatro vezes an-
tes de se resignarem e dizerem internamente: "a vida é assim
mesmo, eu sou um fumante". Isso também é uma sugestão que
passa pelo filtro do fator crítico, é comparada com a memória de
longo prazo, onde se encontra a afirmação: "eu sou um fumante".
O que isso traz? A longo prazo, a programação é afirmada e re-
forçada, ao mesmo tempo.
89
Quanto mais vezes alguém para e começa a fumar nova-
mente, mais forte será a programação no subconsciente, resul-
tando em ainda menos resistência para começar de novo. Além
disso, os intervalos são geralmente mais curtos, também.
Quando os fumantes conseguem passar, digamos que seis meses
antes de retomar o vício, o próximo intervalo pode ser de apenas
seis semanas antes de uma recaída. Com a terceira tentativa, po-
deria ser de apenas seis dias e, pela quarta vez, eles podem dizer
a si mesmos no café da manhã que é realmente hora de parar.
Mais tarde, no carro a caminho do trabalho, eles já estão com um
cigarro pendurado em seus lábios. Eles se conformam com o fato
e a declaração "eu sou um fumante" é ainda reforçada com cada
tragada, enquanto o subconsciente se deleita no fato de que a
programação a longo prazo foi mantida.
Imagine só: tudo o que você já percebeu com os seus senti-
dos, ouviu, viu, provou, cheirou, sentiu ou experimentou está ar-
mazenado em sua mente subconsciente. Talvez você já teve essa
sensação. Você ouve um determinado trecho de música ou cheira
uma comida e de repente é transportado para um ponto no seu
passado. Você pensa: "uau, essa é a música que dançávamos no
jardim de infância" ou "oh, isso é o que a minha avó cozinhava"
ou reações semelhantes. As emoções são despertadas, talvez ima-
gens apareçam, e é como se tudo estivesse acontecendo nova-
mente. É tão real apesar do fato de você ter pensado que tivesse
esquecido há muito tempo essas memórias. Elas são levadas para
dentro da mente consciente, devido a um estímulo externo - um
perfume, um som, um toque ou uma imagem que promoveu a
ativação de determinadas sinapses em seu cérebro. Isso traz lem-
branças que você acreditava que há muito tempo haviam sido
perdidas, e você quer saber como isso poderia acontecer. Todas
essas sensações foram armazenadas em seu subconsciente. Este
é um fenômeno puramente aleatório, no entanto. Quando traze-
mos a hipnose para o processo, podemos eliminar o acaso. Pode-
mos voltar, de forma orientada, a qualquer momento da nossa
90
vida e reviver tudo de novo, como se fosse a primeira vez. Essa
é a memória de longo prazo. Muito fascinante!
91
Autoproteção
92
As pessoas com fobias são muitas vezes repreendidas e ori-
entadas a se acalmar, mas elas ficam realmente muito impotentes
nessas circunstâncias. O componente de autoproteção do seu
subconsciente tem uma função, que é: SOBREVIVER. Isso acon-
tece lutando, fugindo ou fingindo-se de morto. Esse mecanismo de
autodefesa ou instinto de sobrevivência é extremamente vital
para todos os seres vivos. Se nós não o tivéssemos, estaríamos
constantemente fazendo coisas que poderiam ser fatais e nossa
espécie correria o risco de entrar em extinção. Só que em certas
pessoas, essa reação é hiperativa. Talvez houvesse uma razão
para tal reação há muito tempo, mas se o perigo já passou, então
por que o medo ou pânico permanecem?
Por que a programação negativa entra no cérebro de forma
muito mais fácil do que a programação positiva? Isso é relativa-
mente simples de explicar. Temos de ser capazes de reconhecer
e processar coisas negativas, como o perigo, muito mais rápido
do que coisas positivas. Isso possivelmente seja o resultado da
evolução, de quando se deveria evitar um tigre dentes-de-sabre,
porque o último encontro havia lhe custado um braço; ou não
comer aquele cogumelo vermelho com os pontos brancos de
novo, porque da última vez alguém ficou doente; ou ficar fora do
caminho de uma cobra depois que alguém foi mordido e morreu.
Isso é muito mais vital para nós do que desfrutar de um pôr do
sol ou confiar em alguém. Aprendemos, ao longo de milhares de
anos, a reagir a estímulos negativos muito mais rápido do que a
experiências positivas. A fim de garantir o efeito de aprendiza-
gem, as sinapses no cérebro disparam rapidamente. Para inter-
romper essas conexões novamente é necessária uma grande
quantidade de esforço. O esforço deve muitas vezes ser maior do
que o gatilho. Isso é possível em hipnose.
Fóbicos realmente não têm fobia de cobras, aranhas, ou do
que quer que seja. Essas fobias e medos não existem na realidade.
Há apenas medo do medo e em algum momento, em um momento
de emoção, o subconsciente projeta o sentimento de medo em
93
algo. Uma hora é de voar, outra hora é de aranhas, injeções, den-
tista, o que for, mas, no final, é sempre apenas o medo da emoção
do medo. O tratamento para resolver essa questão geralmente
leva cerca de meia hora, no máximo, três horas. Naturalmente,
existem casos mais complexos, mas eles são um pouco raros.
Um mecanismo de autoproteção inato normal, não o hipe-
rativo ou falsamente programado, também funciona muito bem,
por sinal, nos mais profundos estados hipnóticos. Se, durante a
hipnose, eu fosse solicitar algo de você que considera imoral ou
perigoso, nada poderia acontecer. De novo: eu simplesmente não
posso forçar você a fazer algo que de outra forma não iria querer
fazer. Não é confortante?
94
Sentimentos e emoções
95
Hábitos
96
queremos manter os bons hábitos e os úteis também. A boa notí-
cia sobre os maus hábitos é:
“Todo hábito que você pode criar, você também pode eli-
minar” Gerald F. Kein
As pessoas não nascem com medo de voar ou com uma
vontade irresistível de fumar um cigarro. Sua mãe não tentou
acalmar você com um cigarro quando tinha três anos de idade.
Não. Pessoas decidem se querem fumar em um momento de "de-
sarranjo mental absoluto", quando atingem uma certa idade. Em
seguida, vem o dia em que eles querem largar o hábito. Mas um
não-fumante já foi um fumante para a mente subconsciente por
um longo tempo. Daí a dificuldade de abandonar o vício se não
por meio de algo que acesse essa nossa porção mais profunda.
Agora nós temos um pequeno problema. Embora o
subconsciente seja altamente inteligente, também é
relativamente preguiçoso, lento e feliz na zona de conforto. Ele
realmente não quer mudar o status quo porque mudança exige
um esforço que não tem apelo nesta parte da nossa mente. Um
esforço considerável para fixar a programação existente já foi
feito. Não há quase nenhum desejo de reprogramar agora. É
nesse momento que o hipnotista tem de usar sugestões
plausíveis a fim de obter êxito naquilo com o que se propôs
trabalhar.
97
A mente inconsciente
98
rápida se encontre dentro de suas possibilidades.
Com as pessoas que sofrem de câncer ou outros desafios
semelhantes, podemos acompanhar as abordagens médicas
normais com hipnose e dar suporte a esses pacientes de uma
forma muito positiva, fortalecendo o sistema imunológico, bem
como ajudando a gerenciar o estresse que segue o diagnóstico.
Além disso, descobrir e resolver as causas mentais e emocionais
que poderiam ter desencadeado a doença. A hipnose pode fazer
muita coisa. Nós ainda temos muito a aprender, mas é possível
construir em cima do que já sabemos. Boa parte do que está
sendo pesquisado em universidades e outras instituições, já era
sabido por nós há muito tempo. A hipnose funciona e a temos
usado com sucesso na vida diária.
99
A mente
superconsciente
100
Os sintomas
e suas causas
101
alguém nos diz ser a causa de um problema. Só ela tem conhecimento a
respeito.
102
ECI, ECS e ECF
O que há por trás do
problema
103
Claro, entender essa lógica, para não mencionar resolvê-la
por conta própria, não é uma tarefa fácil para leigos. Se psicote-
rapeutas, psiquiatras e médicos abordam um problema concen-
trando-se apenas sobre o sintoma, como, pois, uma pessoa que
não é da área seria capaz de chegar à causa raiz? Hipnotistas não
fazem diagnósticos - isso é algo para médicos e outras pessoas
qualificadas, mas um diagnóstico, em muitos casos, não é nada
mais do que um rótulo com o qual o cliente vagueia procurando
aconselhamento e cura.
Os diagnósticos são baseados em algo perceptível. Mas que
bem realmente fazem a alguém quando indicam um quadro de
"depressão" ou algo semelhante? Eles, em si, ajudam apenas par-
cialmente. Com demasiada frequência, as pessoas acabam fre-
quentando palestras incontáveis e longas que as confundem so-
bre o problema e formam hipóteses sobre qual poderia ser a
questão real, a causa do que as aflige, e qual seria a melhor abor-
dagem possível para resolvê-la..Isso tudo, no entanto, tem lugar
naqueles 5% do nível consciente em que o sintoma é experimen-
tado, enquanto o motivo ainda está incorporado à lógica do sub-
consciente.
104
1. ECI cria as primeiras impressões no cérebro. Aqui, o escoa-
douro é obstruído
2. ECS 1, 2 e 3 reforçam o ECI. Eles “enchem o barril até a borda”
3. ECF traz o problema para a consciência. É a última gota que
faz o barril transbordar
Eu gostaria de descrever a você um exemplo que eu uso
sempre para explicar aos estudantes ou clientes a função e a in-
teração entre a mente consciente e a mente inconsciente. Isso de-
monstra a natureza diferente, no que diz respeito à lógica de cada
uma.
105
A biblioteca
106
operar um elevador, pressiona o botão mais alto que pode alcan-
çar. O elevador o leva até o 5º andar - ainda que a seção infantil
seja no 12º.
Ele sai no 5º andar e vaga brevemente sem rumo entre as
muitas pilhas de livros. Na primeira, não consegue encontrar um
lugar vazio para o seu livro. Em seguida, quatro filas mais adi-
ante, ele acha um ponto, mas é muito alto para ele alcançar. En-
tão, decide apertar o livro na prateleira ao nível dos olhos ao lado
de um outro título. Ops, não cabe, então ajoelha-se e, com algum
esforço, consegue enfiar os “Contos de Fadas” ao lado de um
com a capa da mesma cor. Tarefa concluída! E melhor ainda, dois
livros da mesma cor juntos! Ótimo!
Um par de meses mais tarde, outro pai carinhoso quer ler
o mesmo livro para seu filho. Ele vai à seção infantil no 12º andar
da biblioteca e começa a procurar, mas não encontra o que deseja.
Pede, então, ajuda à bibliotecária e ela, naturalmente, o leva de
volta ao 12º andar. Depois de não encontrar o livro onde ele de-
veria estar, eles começam a caçar em ordem alfabética de acordo
com o título, em cada andar, observando cuidadosamente cada
pilha com a letra "C" e não obtém sucesso. Talvez ele poderia ter
sido arquivado pelo nome do autor... mas mais uma vez a busca
é infrutífera. Talvez esteja arquivado por engano entre os sus-
penses...
Veja: nós nunca vamos entender a lógica de uma criança
como a de um adulto. 5º andar, porque o guri só poderia alcançar
essa altura. Não encaixou na prateleira ao nível dos olhos, por-
que não havia espaço, mas logo abaixo, onde havia uma brecha
ao lado de um livro com a capa da mesma cor.
Simbolicamente, a criança representa nossa mente sub-
consciente, espontânea, juvenil, e nem sempre disciplinada. O
pai e a bibliotecária representam a mente consciente adulta e ra-
cional, que tenta analisar o problema e resolvê-lo usando sua
própria lógica e experiência de vida. Sem envolver a criança e
107
perguntar a ela o que aconteceu, nós nunca, nunca podemos en-
contrar a solução. A criança fez tudo corretamente no momento:
livro devolvido, missão cumprida. No entanto, ser capaz de com-
preender isso 20, 30, 40 ou 50 anos mais tarde torna-se pratica-
mente uma missão impossível, a menos que nós empreguemos a
hipnose. Com ela, temos a capacidade de usar o nosso poder de
recordação de uma forma muito mais específica (hipomnésia)
para rastrear a raiz do problema. Assim que encontramos o livro
usando a lógica da criança, o colocamos de volta no seu devido
lugar, resolvendo o problema.
Podemos descrever este livro não intencionalmente extra-
viado como um ECI. ECIs ocorrem principalmente nas idades de
12 anos ou menos. Após isso, os cérebros dos jovens mais velhos
parecem ser mais maduros e capazes de classificar de maneira
diferente aquelas coisas que acontecem com eles e em torno de-
les, compreendendo e processando a vida melhor do que alguém
mais novo.
Baseado na minha experiência, eu diria que mais ou menos
95% de todos os ECIs (problemas causadores) ocorrem antes dos
13 anos de idade. Os meus alunos que trabalham com hipnose
confirmaram minha estimativa. Seria interessante compilar cien-
tificamente os números exatos, mas estou certo de que quaisquer
conclusões refletiriam esse percentual.
Não faz diferença alguma, a propósito, o que os outros nos
dizem ou o que acreditamos ser a causa. Não devemos encontrar
a verdade na mente consciente, nem onde o terapeuta pensa ou
interpreta que ela esteja. Não, a verdadeira causa está armaze-
nada na mente subconsciente. É lá que podemos encontrar e re-
solver o problema!
Nós ainda temos condição de acreditar plenamente, com a
nossa lógica, que compreendemos ou resolvemos um problema.
Terapeutas podem nos dizer muito sobre por que devemos ter
ou não ter essa dificuldade, mas enquanto o nosso subconsciente
não aceitar tudo isso, o problema permanece, ou, pior ainda, é
108
agravado devido a uma ruminação constante. Falar repetida-
mente dele, ainda que seja com boas intenções, é mais obstrutivo
do que benéfico ao longo do tempo, porque as pessoas têm uma
tendência natural a esquecer ou reprimir as coisas e apenas se-
guir com a vida.
109
A fórmula, como um ECI
ocorre
110
Medo da perda
111
gramação (vamos supor que o medo da perda, tristeza). Dez mi-
nutos mais tarde, tudo é supostamente esquecido e você está
brincando de novo, depois de se distrair com algo.
Um ano mais tarde, é hora de começar o jardim de infância.
Mamãe te leva à escola, você se encontra com seus colegas de
classe e, em seguida, vem o momento da verdade: a mamãe vai
embora e você é simplesmente deixado para trás com todas as
outras crianças, que provavelmente não conhece, e com um
adulto também desconhecido. Você chora. Seu coração dói!
Onde está a mamãe?
Mais uma vez, temos um evento (mamãe te deixa sozinho
no jardim de infância) + emoções (medo da perda, tristeza), e isso
tudo é levado à programação em seu cérebro infantil que ainda
não pode avaliar completamente a situação. Só agora o cérebro
percebe que esse sentimento é familiar: eu tive esse medo da
perda antes. Ele começa agora a reconhecer e categorizar por as-
sociação e, novamente, as mesmas sinapses são acionadas. Só
que dessa vez, ele não está registrado como o primeiro evento
(ECI), mas como o segundo (ECS1). Temos, pela primeira ve, um
incidente que confirma os sentimentos no ECI, reforçando-os e
consolidando-os. Depois da escola, quando você está de volta
para casa com a mamãe, tudo é esquecido. Supostamente.
Algum tempo depois, quando está com 10 anos de idade,
o seu pai deixa a família. Ele se separa de sua mãe. Não é a me-
lhordas fases, as emoções na família estão no limite. Você teve
um super relacionamento com o seu pai e sente muita falta dele.
Um ECS2 é criado como resultado. Evento (separação dos pais)
+ emoções (medo da perda, tristeza) levam aos ECI e ECS1, que
são confirmados (novamente o cérebro reconhece o sentimento)
e reforçados. No nível consciente, você aprende a viver com a
situação. Sua mãe acredita que você tem tudo sob controle e que
está lidando bem com o problema. O subconsciente, por sua vez,
não se esqueceu de nada.
112
Então, aos 18 anos, tornou-se um adulto. Os desafios da
vida são totalmente diferentes. É chegada a hora do seu primeiro
grande relacionamento amoroso. Você está cegamente apaixo-
nado, é um momento incrível, até a sua nova namorada trocá-lo
por um de seus amigos. Mais uma vez, temos um evento (par-
ceira roubada) + emoções (medo da perda, tristeza), o que leva a
uma confirmação renovada e um reforço dos sentimentos do
ECI, bem como dos ECS1 e 2. O ECS3 é, assim, registrado no sub-
consciente.
*Todo mundo sabe que essas coisas acontecem na vida.
Elas fazem parte da trajetória do ser humano, afinal de contas. E,
em si mesmos, esses eventos não são realmente tão trágicos.
Vamos avançar: você está agora com 42 anos e, de repente,
perde o emprego, ou sua parceira chega com a notícia de que o
casamento acabou. Realmente não importa o que seja, mas um
evento como esse te leva à depressão e você acha que é impossí-
vel manter novas relações, porque o ciúme, agora, se tornou um
problema. Essa perda mais recente gera um ECF, a gota que
transborda do seu barril.
A partir de agora, você sofre de depressão e medo de
perda. Assim que um novo relacionamento surge, tudo se des-
morona devido ao ciúme excessivo, desencadeado pelo medo de
perder alguém, juntamente com o sentimento de tristeza. O pro-
blema se manifesta no nível consciente, com a chegada dos pri-
meiros sintomas. Em algum momento, você procura ajuda, por-
que percebe que não pode resolver isso sozinho. A primeira per-
gunta que o terapeuta faz é: "quando isso tudo começou?" e você
responde: "quando eu tinha 42 anos, minha parceira me deixou.
Desde então, tenho estado deprimido e me tornei extremamente
ciumento".
Hipótese aparentemente correta. Para sua mente consci-
ente, essa é a explicação lógica e racional, mas ela está errada. O
que virá a seguir, então, será possivelmente, uma abordagem
113
completamente equivocada para resolver o problema. Tudo co-
meçou com o ECI - na caixa de areia - e enquanto esse ECI e todos
os ECSs subsequentes não forem suficientemente resolvidos e
neutralizados, o problema no nível subconsciente permanecerá.
É preciso um esforço enorme no nível consciente, e meses, se não
anos de terapia, para resolver esse problema com algum grau de
sucesso, se o tiver.
114
115
Um ECI ou ECS
deve ser sempre de
natureza terrível?
116
com as experiências anos mais tarde. Do contrário, tais eventos -
aparentemente banais - poderão influenciar consideravelmente a
vida delas 20, 30, 40, 50 anos depois.
Claro, isso não significa que cada ECI leva necessariamente
a sintomas. Absolutamente. Para algumas pessoas, um único
ECS pode se tornar automaticamente o ECF, enquanto outros
exigem um grande número de ECSs antes da aflição transbordar
do inconsciente para o consciente.
Claramente, todos os hipnotistas que trabalham como eu
para descobrir a causa e resolvê-la, tiveram vários casos com
ECIs e ECSs realmente terríveis, tais como acidentes, morte de
familiares próximos, estupro, guerra, abuso sexual ou mental na
escola ou igreja, frieza emocional, pais que discutem quando o
álcool e/ou a violência estão envolvidos. Há algumas coisas de
fato incrivelmente horríveis que as crianças têm de passar, mas
mesmo quando a causa é bastante trágica, não há nenhum pro-
blema que não possa ser resolvido numa única sessão. Isto é o
que a minha experiência mostra, assim como a dos meus profes-
sores e alunos que estão trabalhando ativamente com esses mé-
todos. Tudo é possível em uma única sessão.
117
A fórmula de prontidão
para a mudança
118
uma unidade interior, um desejo de mudança, bem como a dis-
ponibilidade para permitir que isso aconteça e te estimule.
A hipnose não é simplesmente uma pílula que pode ser
prescrita por um médico. Pode funcionar como um comprimido
- mas o ingrediente ativo na hipnopílula é fornecido pelo cliente.
O hipnotista apenas te apoia no processo de melhora. Você tem
que fornecer os elementos necessários: nível de sofrimento + de-
sejo de mudança. Suas expectativas e a percepção de competên-
cia do hipnotista desempenham papéis igualmente importantes,
mas eles vêm somente na segunda etapa.
Isso tem sido atribuído ao efeito placebo por muitos - que
é, com certeza, apenas parcialmente correto. Um placebo é um
remédio sem ingredientes ativos, mas que não deixa de ser eficaz
devido à crença no poder da medicina de que ele vá atender ao
que é necessário. Na hipnose, você é o único que fornece o ingre-
diente ativo e o hipnotista faz o resto ao guiá-lo por meio do pro-
cesso da terapia. Cada sessão de hipnose bem-sucedida é, no fim
das contas, nada mais do que autocura.
Dave Elman disse que toda hipnose é auto-hipnose, e dá ao
cliente a responsabilidade que lhe é devida numa sessão de hip-
noterapia. Claramente, um hipnotista hábil pode influenciar po-
sitivamente isso, e um pre-talk completo e adequado também
contribui para o sucesso. Mas ele só acontece, de verdade, se os
clientes permitirem. Todas as fantasias de poder ilimitado que
alguns terapeutas anunciam ou lhe são atribuídas, não passam
de ilusão. A força real, o poder que permite uma verdadeira mu-
dança, encontra-se dentro das próprias pessoas que buscam
apoio. É uma questão de potência transferida, que os clientes nos
dão temporariamente, desde que seja aceitável para eles. Muitas
vezes, depois de uma sessão bem-sucedida, eu os agradeço a eles
por terem me permitido guiá-los por esse processo.
"Nós não curamos ninguém, apenas usamos a hipnose
para ajudar as pessoas a se curarem"
119
Orientar os clientes, guiando-os e convencendo-os das van-
tagens de se ter uma atitude positiva, cooperativa e saudável, por
vezes, faz toda a diferença em atingir ou não o ponto de se per-
mitir e saber que eles podem ser saudáveis novamente. Como
hipnotistas, nós motivamos os clientes para que possibilitem que
a mudança ocorra. A nossa experiência, competência social, apa-
rência pessoal e aparência do nosso espaço - em suma, a impres-
são geral que damos, tudo isso desempenha um papel enorme
no sucesso global. Levar os clientes a sério e ajudá-los é a tarefa
que nos é dada; devemos realizá-la com o maior respeito possí-
vel.
120
Compounding negativo
121
Seria uma expectativa realista? Eu fico às vezes um pouco inse-
guro quando ouço que os psicoterapeutas geralmente têm de
completar cursos de hipnose extremamente chatos e, em seguida,
realizar terapias igualmente chatas na sua clínica..."
Essa questão não me surpreende em nada. Embora bem-
intencionada, ela revela o ponto crucial do problema: quanto
mais você colocar abordagens psicológicas na hipnoterapia, mais
complexas, complicadas e ineficientes as sessões serão. Os méto-
dos e técnicas empregados na psicoterapia hoje são principal-
mente de natureza de mascaramento, ou melhor, eles tentam ali-
viar o sintoma em vez de, consequentemente e sem piedade, ras-
trear a verdadeira razão - o ECI - e neutralizá-la, juntamente com
eventuais ECSs.
Esses métodos têm origem nos anos 1940 e apesar de se ori-
ginarem no século passado, ainda são o padrão na maioria dos
cursos de hipnose oferecidos hoje. Eles se concentram principal-
mente em contar boas histórias de bem-estar e metáforas de mo-
ralidade, esperando que os clientes cheguem às conclusões certas
e resolvam o problema por conta própria. Essa abordagem até
pode funcionar, mas está longe de ser tão eficiente e eficaz como
a abordagem R2C (Regressão à Causa) de Dave Elman e Jerry
Kein, ensinada hoje por mim e pelos meus colegas. Com a gente,
o cliente não vai embora decepcionado dizendo: "eu tentei a hip-
nose, mas não funcionou".
Acima de tudo, as pessoas perdem a paciência durante lon-
gas e tediosas abordagens de terapia e uma falta de progresso as
leva a quebrá-la. Esses e outros métodos carinhosos e técnicas
gentis de "lave-me, mas não me molhe"6 são muitas vezes nada
mais do que apenas isso - bem-intencionados, mas não são nem
orientados aos objetivos e resultados, nem eficazes. No pior dos
casos, eles também podem resultar em deslocamento do sintoma
122
em que a mensagem do subconsciente, de que algo está errado,
é suprimida.
Como terapeuta, se eu acreditar que um problema e sua
solução são complicados, quem ficaria surpreso se eu escolhesse
abordagens igualmente complicadas? Complicado e difícil está
longe de ser eficiente ou eficaz. Trata-se também de uma atitude
interna, uma filosofia de vida e de trabalho. Se eu passar a vida
vendo apenas problemas em vez de me concentrar em soluções,
é porque me tornei parte das dificuldades e me distancio da re-
solução.
123
Compounding positivo
124
Como os ECIs e os ECSs
são resolvidos?
125
coisas velhas em um curto período de tempo, geralmente com
pouco esforço.
Aqui, a fórmula: evento + emoções = (re)programação en-
tra em jogo mais uma vez. Problemas de natureza relativamente
intensa, muitas vezes exigem sessões intensas. Por vezes, podem
ficar bastante emocionais, e é exatamente o que queremos. Esta
é, afinal, a parte das emoções na equação. Muitas vezes acontece,
aliás, que após um ECI ser resolvido corretamente, a influência
negativa de certos ECSs simplesmente desaparece sem ser neces-
sário qualquer trabalho adicional. O cérebro é verdadeiramente
uma criação notável!
126
Uma vez que a causa de um sintoma é elucidada, o sub-
consciente tem a tendência de reverter para uma condição que é
mais natural e saudável para o corpo e a mente. É emocionante
observar a transformação que as pessoas fazem. Elas vêm à clí-
nica aflitas e saem como se tivessem renascido, com energia e po-
der renovados. Geralmente, elas estão física e mentalmente
muito cansadas depois dessa sessão, mas felizes mesmo assim,
porque percebem que a intensidade do que sentiram durante a
hipnoterapia deu ao sistema delas um recomeço que ajudou a
colocá-las de volta no caminho certo.
Não é o objetivo deste livro, e seria necessário muito tempo
para isso, entrar em detalhes de como o processo de neutraliza-
ção funciona usando essas técnicas, mas eles devem, definitiva-
mente, ser uma parte de qualquer programa de treinamento ade-
quado.
"Tudo que pode ser causado por palavras pode ser resol-
vido com palavras."
127
Exceções na ocorrência
de ECIs
128
Não vou descrever as técnicas exatas usadas em cada caso,
uma vez que o propósito deste livro não é ensinar, mas relatar e
explicar. No entanto, veja você: ECIs que ocorrem mais tarde na
vida também podem ser resolvidos. Como isso se dá, é parte do
treinamento. Não é necessário dizer que se libertar de eventos
passados é uma cota importante desta técnica. Por favor, tenha
em mente que se libertar de algo conscientemente é bem dife-
rente de quando isso acontece no subconsciente, algo possível
apenas no estado hipnótico.
129
Observações importantes
A primeira consulta
Para uma primeira sessão, você deve calcular até três ho-
ras. Sim, é um esforço, um investimento de tempo e pode se tor-
nar bastante intenso. Se vai levar todas as três horas ou não, isso
pode ser deixado em aberto. A média é entre duas e duas horas
e meia, dependendo do assunto, da complexidade, e da forma
como o cliente aceita e reage à hipnose.
Eu não defendo primeiras consultas que duram apenas 50
minutos, e muitas vezes necessitam de várias sessões de acom-
panhamento. Simplesmente não há tempo suficiente para o tra-
balho profundamente enraizado. Estou convencido de que a in-
tensidade alcançada nas duas a três horas junto do cliente, geram
a energia necessária para provocar mudanças dramáticas no me-
nor tempo. Um rapport mútuo é estabelecido e torna-se conside-
ravelmente mais pessoal. Como terapeuta, eu consigo ficar muito
mais perto do problema e o cliente também. É por isso que tantos
desafios podem ser superados em apenas uma única sessão.
Caso a primeira sessão não traga os resultados desejados, o que
certamente pode acontecer, então uma segunda consulta deverá
ser marcada, mas não de antemão. Se um problema pode ser re-
solvido De uma vez, num único encontro.
130
A experiência demonstrou que, em média, não se leva mais
de três sessões para resolver um problema comum. Se demorar
mais, o profissionalismo do hipnotista e/ou suas intenções de-
vem ser questionados. Com isso bem claro, eu coloquei pressão
intencionalmente sobre os meus alunos, bem como a mim
mesmo, assim como meu professor fez comigo: não permitir uma
intervenção de curto prazo para se transformar em uma terapia
de longo prazo. Por favor, não me entenda mal aqui; eu estou
falando sobre problemas comuns. Naturalmente, pode haver ca-
sos que requerem cinco, até seis sessões, mas esses são realmente
exceções. Assim que o primeiro problema estiver resolvido,
quaisquer outras questões que vierem à tona podem ser aborda-
das.
Alguns hipnotistas passam primeiro por todos os pontos
até chegar à hipnoterapia e então, em vez de uma sessão comum,
eles fazem uma espécie de ensaio para que o cliente possa expe-
rimentar como se sente ao estar em hipnose. Quando isso acon-
tece, o cliente agenda uma segunda consulta para a terapia de
fato. Isso pode fazer sentido em alguns casos, mas para mim é
muito trabalho e ineficaz.Se o cliente puder chegar a um estado
profundo de hipnose e a hipnoterapia for suficientemente inten-
siva, uma segunda sessão para o mesmo problema raramente é
necessária. Isso varia de pessoa para pessoa. Na minha clínica,
foram poucas as vezes em que alguém veio mais de três vezes
pelo mesmo problema.
Por favor, tenha sempre em mente: um hipnotista sério não
faz qualquer tipo de promessa de cura, nem um médico faz isso.
Há questões que podem ser facilmente resolvidas em uma única
sessão, principalmente quando elas são isoladas, como fobias,
enxaquecas, bloqueios, baixa autoestima, etc. Com questões mais
complexas como o câncer, esclerose múltipla, etc. naturalmente
faz sentido agendar mais sessões, a fim de ter certeza de que você
pode ajudar o cliente a limpar a mente subconsciente e iniciar
programas de apoio, tais como a auto-hipnose para que ele possa
131
fazer um trabalho posterior de forma independente, sem a sua
presença. Um cliente deve, por todos os meios, tornar-se inde-
pendente do apoio de um terapeuta. Isso pode ser depois de uma
sessão ou quando o problema foi resolvido por completo.
É importante, também, que o profissional mostre a ele
como pode se fortalecer utilizando recursos próprios, sem que
haja necessidade da intervenções constantes por meio da hipno-
terapia.
Para alguns clientes, fica claro imediatamente que o pro-
blema foi resolvido. Eles se sentem bem e não resta nenhuma dú-
vida. Esse é o melhor cenário. Para outros, as mudanças são gra-
dativas: os velhos padrões caem por terra e mudanças substanci-
ais de comportamento vão são percebidas aos poucos; há mais
serenidade onde antes havia apenas desespero. Essa nova pos-
tura é notada pelos outros e interfere diretamente nos relaciona-
mentos. A forma como se dirigem a parentes, amigos, colegas de
trabalho, etc, passa agora por novos filtros, todos eles sustenta-
dos na auto-confiança, tornando a vida mais leve e feliz, uma vez
que a energia foi renovada.
132
A sessão de hipnoterapia
133
Proximidade
134
Tom de fala
135
Importância do pre-talk
136
se estivesse em outras condições. O êxito é uma questão de reci-
procidade; a base do que se estabelece no pre-talk responde por
80% do sucesso. Para estar pleno, entregue e seguro, portanto, o
cliente deve exigir respostas a todas as questões. O acesso à in-
formação, de modo transparente, é um direito seu.
"Um pre-talk bem conduzido não deve ser negligenciado.
Podemos dizer que 80% do sucesso de uma sessão de hipnose
depende disso."
137
Anamnese
138
Pre-talk de hipnose
139
Estar em hipnose
é estar desperto
140
fim de atingir um desempenho extra, por isso se destacam dos
demais. Muitas vezes, não sabem dizer como tudo acontece, eles
apenas sabem que acontece. Vê-se, portanto, é possível pensar e
raciocinar de uma forma totalmente normal em estado de hip-
nose.
É possível ouvir tudo durante a sessão. Muitas pessoas
acreditam que não ouvem o que está acontecendo ao seu redor.
Isso simplesmente não é o caso. Claro, o cliente está totalmente
concentrado na minha voz, mas se um caminhão ou um carro
passar lá fora, ele ouvirá, assim como passos ou vozes na sala de
espera. Isso é absolutamente normal. Se não me ouvir, então pro-
vavelmente adormeceu e, como sabemos, isso não produz resul-
tados. Portanto, é absolutamente normal que perceba outros
sons. Há terapeutas que dizem: "você vai ouvir apenas o som da
minha voz", o que pode até mesmo sabotar uma sessão, porque
a pessoa ouve outros sons e acha que não estava realmente hip-
notizada. Por causa disso, a mudança não pode tomar seu lugar;
ou seja, a tentativa é rejeitada pelo subconsciente como um fra-
casso.
Depois da sessão, o cliente se lembra de tudo de que estava
ciente e que experienciou durante a hipnose. Algumas pessoas
acreditam quevá haver amnésia, mas isso é errado. Pode aconte-
cer que na sequência de um estado hipnótico profundo, chegue
um momento em que não consegue se lembrar de tudo o que foi
dito ou aconteceu, mas definitivamente não se esqueceu. Há inú-
meros momentos na vida em que não nos lembramos imediata-
mente de alguma coisa, mas certamente não a esquecemos. É
bem possível que, quando um cliente chega em casa e diz ao seu
parceiro como foi a sessão de hipnose, de repente algo ocorra a
eles: "Oh, sim, exatamente", e então se lembram de alguma coisa
ou outra que foi dita, ou alguns outros assuntos que surgiram.
Assim, cada detalhe importante pode vir à tona.
141
Também é absolutamente normal pensar e raciocinar em
estado hipnótico, decidindo se irá ou não aceitar um pensa-
mento, uma ideia ou uma sugestão. Quando algo não está certo
para o cliente, sempre pode rejeitar o que quer que seja.
É possível falar em estado hipnótico como em outras circunstân-
cias. Quando eu faço uma pergunta, preciso de uma resposta.
Afinal, não sou equipado com algum tipo de bola de cristal, nem
estou jogando um jogo de adivinhação. Não, eu preciso de uma
resposta. Ela não tem de ser lógica, ou aquilo que acredita ser a
resposta correta. O cliente pode dar isso a qualquer pessoa, sem
ter que ir a um hipnotista. Não, eu preciso de suas respostas e
reações emocionais espontâneas; os primeiros pensamentos e
sentimentos que surgem. Eles podem ou não ter uma conexão
direta com a razão pela qual ele está ali no momento, mas certa-
mente são o material de que precisamos.
Quando as emoções vêm à tona, por qualquer razão ou maneira,
é preciso apenas deixá-las que se manifestem. Suprimí-las é um
jogo de poder que esgota a energia. Quanto mais você tenta reter
uma emoção, mais energia tem de gastar. Quanto mais energia
usa para suprimir essa emoção, mais peso ela ganha na vida di-
ária. Quanto mais forte se torna o sentimento, mais profunda-
mente ele se enraiza e será necessário esforçar-se sobremaneira
para dominá-lo. Assim começa o círculo vicioso. Costumamos
nos concentrar apenas em coisas que não queremos na vida, em
vez daquilo que realmente desejamos! É preciso dizer ao cliente
que apenas deixe as emoções saírem, independentemente do que
elas possam ser. O progresso será muito mais rápido com essa
entrega e, se não for ali, onde ele irá desfazer esses nós que tanto
o incomodam?
A hipnose não tem nada a ver com religião, esoterismo ou
sobrenatural. Não. De fato, há grupos que a pintam com esse pin-
cel, usam-na nesse quadro ou até mesmo a glorificam, mas isso é
tudo um monte de farsa.Ela também não é um soro da verdade.
142
Muitas pessoas se preocupam que possam, de alguma forma, re-
velar seus segredos mais íntimos enquanto estão em estado
hipnótico. Por exemplo, passar a senha do cartão de crédito! Não,
isso definitivamente não acontece. Você pode até mesmo dizer
uma mentira, se você quiser! Eu estou lhe dizendo, é muito mais
fácil descobrir as coisas pessoais em seu atual estado de espírito
do que na própria hipnose. Se eu fosse fazer uma pergunta em
hipnose e você pensasse "Hans, isso não é da sua conta", então
você diria isso, pura e simplesmente. Como já me referi, não
posso forçá-lo a fazer algo que não quer fazer.
Você também não pode "ficar preso" em hipnose. Volta-se
com a mesma naturalidade com a qual pode entrar em estado
hipnótico. Imagine só, seria impossível não ter notícia das pes-
soas que teriam ficado presas. Há uma questão com relação a isso
porque há um estado de hipnose que é tão agradável que as pes-
soas gostariam de permanecer por lá. Trata-se de uma certa dose
de euforia da qual ela não quer se afastar. Um hipnotista hábil
pode induzir seletivamente tal estado, mas também terminá-lo
propositadamente.
Muitas vezes me perguntam: "será que vou ser a mesma
pessoa depois?". Sim, é claro, com a única diferença de que essas
coisas que você queria mudar podem agora ser alteradas. Seus
amigos, família, colegas de trabalho, ainda vão reconhecê-lo
mesmo que você pareça mais auto-confiante e determinado do
que antes, ou que a sua rinite alérgica tenha ido embora, ou que
você não tenha mais enxaquecas, entre outras coisas. Em seu ín-
timo, você permanece a pessoa que sempre foi.
143
E se o meu médico
desaconselhar a
hipnose?
144
cida após o pre-talk, poderia ter decidido não seguir adiante. Es-
ses clientes mal-aconselhados optaram em favor da hipnose de-
pois de obterem uma segunda opinião de um especialista.
A hipnose é frequentemente subestimada ou não é levada
a sério nos círculos médicos. A maioria dos profissionais da área
que têm um pouco de experiência com ela, ou que talvez tenham
concluído cursos de hipnose, aprendeu métodos que ineficientes
e dificilmente pode imaginar que diferença a real hipnose mo-
derna pode fazer. Pouquíssimos deles, que eu tive o privilégio de
treinar depois de terem estudado a hipnose em outros lugares,
ficaram bastante espantados com as mudanças rápidas e intensi-
vas que são possíveis apenas com um curso totalmente diferente,
de ação mais direta e uso habilidoso da abordagem de Regredir à
Causa e Resolver. Como não conheciam nada melhor, sua relutân-
cia parcial era naturalmente compreensível.
Os médicos que aprenderam os métodos OMNI são conta-
tos extremamente importantes para mim quando eu quero uma
opinião médica profissional em um caso. Fico muito grato que
eles ajudem pelo fato de adotarem a hipnose como bandeira a
fim de torná-la mais conhecida. Aliás, eu nunca recebi um pare-
cer negativo ou preventivo de qualquer um - eles são sempre so-
lidários, motivadores e positivos independentemente de qual
sintoma ou problema lhes leve.
Se você já leu tudo neste livro até aqui, então está suficien-
temente informado sobre a hipnose, bem como sobre o modelo
de mente e seu funcionamento. No caso de o seu médico ou tera-
peuta ainda não recomendar a hipnose, esclareça-o você mesmo,
ou empreste a ele este livro.
Se você foi tocado e acredita que a hipnose seja um cami-
nho para a resolução de algum problema, procure um hipnotista
competente e entregue-se a esse tratamento.
Mantenha a seguinte imagem em mente:
145
Ilustração 7: Relação consciente e subconsciente
Se você tivesse só uma chance de apostar tudo em apenas
uma única jogada, em que gostaria de colocar a sua aposta? Na
mente consciente ou na subconsciente? Qual delas tem o maior
potencial para a mudança?
Uma mudança de 10% na mente consciente é uma mu-
dança de 0,5% no total.
Uma mudança de 10% na mente subconsciente é uma mu-
dança de 9,5% no conjunto.
Até mesmo uma mudança de 1% no subconsciente é maior
do que a mudança de 10% no consciente - portanto, faz muito
mais sentido se concentrar na parte em que a maior transforma-
ção pode ocorrer.
Felizmente, ninguém tem de apostar todo o seu dinheiro
em uma única jogada. Talvez essa seja uma analogia pobre, mas
nos ajuda a compreender a relação entre as duas mentes. Há
muita coisa que podemos realizar com a nossa mente consciente.
Podemos construir carros e aviões, levar as pessoas à lua, admi-
rar galáxias distantes e cavar túneis sob o mar. No entanto, nós
falhamos demasiadas vezes em coisas supostamente mundanas,
146
como o medo de aranhas. A hipnose não é um bicho de sete ca-
beças! Na sua simplicidade reside o segredo para o seu sucesso.
Não devemos complicá-la apenas porque pensamos que méto-
dos (supostamente) simples são menos eficientes. Mantenha-os
simples e concentre-se no subconsciente, onde os problemas re-
ais e as soluções reais devem ser encontrados.
Steven C. Parkhill, um colega muito bem-sucedido nos
EUA que trabalha principalmente com pacientes com câncer,
apresenta a seguinte comparação parafraseada em seu livro
Answer Cancer (capítulo 18, página 67): “Quando você faz chá,
naturalmente deseja usar a água mais pura e as ervas de melhor
qualidade. Isso não fará nenhuma diferença se a xícara de chá
não foi completamente limpa. Então, é apenas ligeiramente efi-
caz ter pensamentos saudáveis e fazer sugestões positivas se sua
mente ainda tem resíduos impuros sob a forma de uma progra-
mação indesejável e prejudicial. Tal como acontece com a xícara
suja, eles devem ser limpos primeiro. Só então faz sentido intro-
duzir pensamentos benéficos.
De fato, ele está correto. É por isso que os métodos de aco-
bertamento e abordagens que tentam resolver um problema com
lógica simplesmente nunca são tão eficientes como os métodos
de elucidar e neutralizar, especialmente nas comparações de
longo prazo. Essas abordagens não vão funcionar porque os pen-
samentos saudáveis são automaticamente contaminados por ve-
lhos pensamentos negativos e dúvidas do passado. O passado
simplesmente permanece dentro de nós.
Essa lógica é tão simples, tão fácil de compreender, que se
poderia pensar tudo isso só com o raciocínio. Existem, no en-
tanto, vários obstáculos substanciais, associados com a totali-
dade do problema. Naturalmente, entre eles estão certos interes-
ses especiais, como os proponentes da terapia a longo prazo e
medicamentos que são diametralmente opostos à hipnose efici-
ente.
147
Esclarecendo quaisquer
questões em aberto do
cliente
148
"E agora, se me permite, vou guiá-lo na hipnose. Eu vou te
mostrar como você pode ir para esse maravilhoso estado. Você
vai sentir um relaxamento físico e agilidade mental. Se me per-
mite, vou mostrar como você pode permanecer em hipnose até
terminarmos. Se, por qualquer motivo, sentir que não quer ficar
no maravilhoso estado de hipnose, tudo que precisa é um sim-
ples pensamento para esse efeito e você vai voltar para o aqui e
agora. No entanto, como observado anteriormente, se me permi-
tir e seguir as instruções simples que te forem repassadas, eu vou
te mostrar como chegar e ficar em hipnose pelo tempo que qui-
ser. "
"Você tem mais alguma dúvida?"
O chamado pre-talk chega ao fim com esta questão. Caso o
cliente tiver dúvidas remanescentes, é claro que elas serão res-
pondidas. Isso é o mínimo que ele pode esperar do seu hipno-
tista. Apenas um cliente esclarecido e livre de medos é um bom
cliente. Se o pre-talk é conduzido ou não, não é decisão do cliente,
mas é claramente a responsabilidade do hipnotista. Também não
cabe ao cliente expressar seus medos e preocupações. Pelo con-
trário, é o nosso trabalho ajudar a resolver esses problemas uma
vez que alguns deles têm reservas sobre trazer à tona coisas que
os tornam inseguros. O hipnotista tem de demonstrar um mí-
nimo de competência durante o pre-talk. Ali, o relacionamento
entre os dois é consolidado, de modo que o cliente seja levado ao
processo terapêutico plenamente consciente de que ele não pode
ser forçado a qualquer coisa que não queira fazer.
A hipnose é fácil. Posso repetir isso quantas vezes forem
necessárias. Você não precisa ser um cientista para entender. Ela
deve ser explicada da forma mais simples possível para que es-
teja acessível às pessoas. Quando elas entenderem o que ela real-
mente é, o que pode e não pode fazer, perderão suas preocupa-
ções e reservas e estarão abertas para vê-la como uma ferramenta
valiosa.
149
Releia estes últimos tópicos. Talvez note mais detalhes. Re-
torne à ilustração do Modelo da Mente para ter uma imagem
mais clara da parte do cérebro a qual me refiro. Você vai concor-
dar; a hipnose não é difícil de explicar e – se dita com clareza – é
fácil de entender, induzir e concluir, pois se trata de um estado
humano natural e que temos utilizado a nosso favor há milhares
de ano.
150
Como saber se eu estava
hipnotizado?
151
As técnicas modernas, como a tomografia por emissão de
pósitrons (TEP) ou a ressonância magnética funcional (RMF) até
nos permitem medir se alguém está ou não no estado hipnótico,
mas o espectro da hipnose é tão grande, e nosso cérebro tão com-
plexo, que tais técnicas de imagem podem levar a erros de inter-
pretação. Para a certeza, basta ter em mente que se o cliente se
sentiu bem e se o seu problema foi resolvido, é provável que es-
tava em hipnose. Um hipnotista experiente reconhece os sinais
(a pessoa hipnotizada "fala" constantemente por meio de expres-
sões faciais, gestos, e muitas outras características sem pronun-
ciar uma única palavra) e, em seguida, pode dar o feedback ao cli-
ente sobre essas ocorrências, a fim de afastar qualquer dúvida.
152
Resumo dos objetivos e
expectativas do cliente
153
Hipnose profunda
versus leve
154
Experienciar versus
relembrar
155
No entanto, se eu sei como posso levar rapidamente um
cliente ao sonambulismo estável, por que deveria perder tempo
com um estado hipnótico leve? Para problemas mais complexos,
é imperativo que os níveis mais profundos de hipnose sejam
atingidos. Além disso, o processo de resolução de problemas é
acelerado tremendamente e aberto um caminho para outras
abordagens terapêuticas que simplesmente não são possíveis
com a hipnose leve.
156
Dicas para hipnose e
auto-hipnose
157
pode ser possível; mais não. Tudo o que ele aprende contribui
para se tornar um jogador melhor, bem equilibrado e mais hábil.
O mesmo também serve para hipnotistas. Seu negócio
principal deve ser a hipnose. Claro, existem várias técnicas e mé-
todos no campo da hipnose e assuntos relacionados que um hip-
notista pode captar ao longo do caminho para se tornar mais ver-
sátil, assim como o jogador de futebol. Meu professor usou o
exemplo de um músico que não pode se tornar um virtuoso do
violino se também está estudando trompete, guitarra, flauta e ba-
teria. Ele tem que ser capaz de tocar violino de trás para frente, e
fazê-lo como quase ninguém mais pode; reproduzir notas e me-
lodias habilmente. Só então é que ele está pronto para o Carnegie
Hall. Seu foco deve ser no violino. O violino e nada mais. Alguém
que não faz nada mais do que a hipnose o dia inteiro é claramente
mais versátil do que alguém que pratica a hipnose uma vez por
semana ou um par de vezes por mês. Isso é algo a se considerar.
Técnicas práticas, suplementares ou complementares que
também podem ser utilizadas com sucesso durante o estado
hipnótico incluem, entre outros, Eye Movement Desensitization
and Reprogramming (EMDR), bem como métodos derivados,
tais como Wingwave ou HypnoWave®; técnica de liberação emo-
cional (EFT – Emotional Freedom Technique); Programação
Neurolinguística (PNL) e várias formas de trabalho energético.
Estes são, em si mesmos, métodos muito interessantes, mas
quando usados em conjunto com a hipnose podem realmente
turbinar o processo e ampliar as várias técnicas de hipnose.
Há algumas pessoas no campo da hipnose que nascem
para ajudar os outros; eles simplesmente têm aquele algo a mais.
Essas pessoas têm um dom especial com a terapia. Depois, há
outros que diligentemente desenvolvem a sua experiência e se
tornam terapeutas bastante excepcionais. Esses dois tipos de hip-
notistas desfrutam de muito mais notoriedade, uma vez que são
entusiasticamente recomendados por seus clientes.
158
Depois de ter decidido sobre um hipnotista, pergunte a ele
se está familiarizado e usa ativamente as técnicas descritas neste
livro, como a regressão (R2C). Se não, eu recomendo que você
siga procurando. Há um site listado na parte final deste livro,
onde pode encontrar hipnotistas e suas informações básicas. É
importante, no entanto, que você se sinta confortável com sua
escolha. Enquanto a técnica e a metodologia contam bastante,
elas certamente não são toda a história. Experiência, empatia, in-
tuição, e muitos outros critérios contribuem um pouco, mas a téc-
nica e a metodologia respondem pela maior parte.
Você sabia, a propósito, que os melhores hipnotistas são
aqueles que nem mesmo estão cientes disso? Os médicos. Além
de terem, provavelmente, uma das melhores educações, um bom
conhecimento do corpo humano, e excelente credibilidade de-
vido ao seu status na sociedade, eles são capazes de curar com
meras palavras, através da utilização específica da hipnose em
vigília sem qualquer tipo de indução formal de hipnose. Se usas-
sem intencionalmente a hipnose em sua clínica, certamente já es-
tariam prontos para isso.
159
Sessão individual versus
sessão em grupo
160
tabilização. A hipnose em grupo não é substitui uma sessão in-
dividual. Em média, uma consulta individual é simplesmente
mais intensa e o terapeuta pode adaptar o processo em confor-
midade com o cliente.
161
Sessão geral versus
sessão com tema único
162
CDs e arquivos MP3
163
A prática
Indução hipnótica e
aprofundamento
164
de aprofundamento, um máximo de dez minutos é normal, e de-
pois o trabalho real deve começar, a menos que a pessoa tenha
vindo para a hipnose de relaxamento, mas isso é um pouco raro.
Minha indução de hipnose pessoal é, naturalmente, a indução
Elman que, quando devidamente aplicada, leva de quatro a seis
minutos. Se eu notar que alguém já está em hipnose, quebro a
indução e sigo diretamente para a terapia. Ou quando está tendo
problemas para se deixar ir, pode-se levar mais tempo para aju-
dar o cliente a entrar em hipnose. Mas uma vez que ele aprender
como pode ser simples, irá muito mais rápido nas sessões subse-
quentes.
165
A hipnoterapia
166
Tirar alguém da hipnose
e conversa pós-hipnótica
167
Discutir a sessão e,
se desejado, agendar
mais sessões
168
Feedback
169
As quatro atitudes em
relação a sugestões
170
saudável, adaptadas individualmente para você, bem como para
o assunto e para a situação em questão.
Nota: quando uma pessoa está em hipnose e ouve uma su-
gestão, pode escolher apenas uma das quatro possíveis atitudes
mentais em relação a ela. Dessas, a escolhida determinará se a
sugestão é aceita ou rejeitada. A pessoa hipnotizada deve esco-
lher uma das atitudes elencadas abaixo quando ouve uma suges-
tão. Tenha sempre em mente que as sugestões devem ser adap-
tadas para cada um, bem como ao assunto e à situação em ques-
tão.
171
você ainda pode usá-los por algum tempo. Mas à noite, quando
os tirar, provavelmente terá bolhas em seus pés.
Vamos dizer que você adota essa atitude. A sugestão será
rejeitada, nada muda, e a programação antiga continua em vigor.
Talvez você se lembre de eu já ter dito que você pode pensar e
falar em hipnose. Então, se eu fosse lhe dar uma sugestão que
acha que é boa, mas algo sobre ela não se encaixa, talvez uma
palavra ou um detalhe, você me diria e poderíamos formular um
conjunto para que ao final me dissesse: "ok, eu gosto dessa sugestão
e eu sei que ela vai funcionar para mim".
172
"ok, eu gosto dessa sugestão e eu sei que ela vai funcionar
para mim"
Em todos os casos, a responsabilidade sobre qual dessas
atitudes você terá é do cliente e somente dele. Isso significa que
ele tem um papel bastante grande a desempenhar para saber se
teremos ou não uma sessão bem-sucedida.
173
Os sete diferentes níveis
de hipnose
174
uma pessoa em um bar barulhento. Talvez ela esteja de pé no
meio de um grupo assistindo outra sendo hipnotizada. Não há
relaxamento aí, porém em alguns momentos seria possível pre-
senciar uma hipnose profunda.
175
Portanto, exclua a idéia de que tem que ser calmo e tran-
quilo. Naturalmente, isso seria vantajoso num ambiente terapêu-
tico, mas estamos falando aqui sobre se alguém ter que ser rela-
xado ou não. O relaxamento não é necessariamente obrigatório,
mas em um ambiente terapêutico faz sentido, embora existam
casos de pessoas que são extremamente tensas e nervosas. Um
hipnotista habilidoso pode lidar com tais situações.
176
O estado hipnoidal
177
Sonambulismo
178
porque a anestesia química não foi utilizada. A necessidade de
medicação após uma operação também pode ser reduzida. Os
cirurgiões que realizam operações apenas com a hipnose relatam
menos complicações. Os pacientes ficam muito mais calmos, re-
laxados e controlados. Além disso, um médico que utiliza a hip-
nose, tem a tendência de estabelecer um melhor relacionamento
com os pacientes, o que por si só já é benéfico.
Minha experiência nas situações de emergência nos espor-
tes de alta performance, como por exemplo o caso de um mús-
culo da coxa rasgado durante um jogo de handebol, mostram
que a hipnose pode ser muito útil em lesões agudas. Nesses ca-
sos, o sonambulismo foi induzido quase que instantaneamente e
- acreditem - os jogadores lesionados eram tudo, menos calmos e
relaxados. A dor fica imediatamente administrável (aliviada); a
fase de recuperação pode começar e, em comparação com o tra-
tamento sem hipnose, foi reduzida a cerca de 50%. Tais casos re-
querem uma intervenção imediata, no entanto, a fim de ajudar
ao máximo.
Pode-se levar de alguns segundos a alguns minutos para
chegar ao estado hipnótico de sonambulismo. Especialmente se
alguém tiver sido previamente hipnotizado e tiver respondido
bem. Se alguém é particularmente suscetível a sonambulismo,
pode levar apenas um par de segundos para chegar a esse estado.
Normalmente, nesses casos, a abordagem terapêutica pode já co-
meçar dentro de dois a três minutos.
179
Ilustração 9: Gráfico do estado de sonambulismo
180
A amnésia seletiva pode ocorrer no sonambulismo em que
uma pessoa já não consegue se lembrar do que foi dito ou feito.
MAS - reitero - ela não se esquece de nada! Se algo feito ou dito
for absurdo ou indecente, o impulso de autoprotecção ainda
ativo irá intervir. Pode ser que a pessoa depois fale sobre a sessão
de hipnose em um ambiente social e, de repente, as lembranças
estejam lá. Isso também é totalmente normal e não um problema.
181
Hypno-Sleep
182
O Estado Esdaile
183
ok aliviar a dor das pessoas. É assim com muitas coisas. Se al-
guém não inventou algo, ou não pode reproduzir e, mesmo,
compreender, então tende a criticar e opor-se.
Assim que a pessoa atinge Estado Esdaile, ela experimenta
uma anestesia espontânea (ausência de dor), sem que sugestões
sejam necessárias. Ali, ela se encontra em uma euforia mental e
espiritual que descreve como extremamente confortável e rela-
xante.
Esdaile levava, naquela época, de várias horas a vários dias
para conseguir que seus pacientes atingissem este nível. Hoje,
podemos realizar o processo muito mais rápido e, acima de tudo,
de uma forma mais específica. Para aqueles que são extrema-
mente receptivos à hipnose, ou a praticam bem, este estado pode
ser alcançado em poucos minutos, ou até mesmo alguns segun-
dos. Minha experiência tem mostrado que entre 70% e 100% dos
alunos em meus cursos experimentam este estado, dependendo
da dinâmica de classe. É, certamente, um dos estados mais fasci-
nantes da hipnose conhecidos pelo homem, também para os es-
pectadores, porque pode ser provado por demonstrações. Médi-
cos em meus cursos ficam especialmente impressionados
quando testemunham alguém que tenha chegado aqui, ou me-
lhor ainda, experimentam por si próprios. A maioria gostaria de
ter aprendido sobre isso muito mais cedo.
184
Onde podemos aplicar
melhor o Estado Esdaile
ou "coma hipnótico"?
185
Informações importantes
sobre o tema da terapia
da dor
186
podemos trabalhar para reduzi-la ou eliminá-la por meio da hip-
nose. Não há mais uma razão para sentir dor, porque o sinal de
que algo não está certo, de fato, foi entregue. "Muito importante:
toda dor deve primeiro ser verificada por um médico. Só depois
pode ser tratada de forma segura com a hipnose"
Membros podem ser completamente amputados no Estado
Esdaile sem que a pessoa sinta a menor dor. Alcançar esse estado
não é algo que talvez se consiga facilmente, e nem todo mundo
reage do mesmo jeito. Alguns chegam de forma relativamente
rápida, enquanto outros exigem um pouco de prática. Basica-
mente, porém, todos nós possuímos a capacidade de chegar lá.
O estado Esdaile tem uma desvantagem: como os clientes
experimentam uma euforia mental nele, tendem a ignorar o que
está acontecendo ao redor. Não querem ouvir ninguém ou reagir
a todas as sugestões. Eles não gostam de falar (e geralmente não
o fazem). Eles só querem ser deixados em paz.
No momento em que estou fazendo terapia, que é quando
foco na interação com os clientes, esse estado é apenas marginal-
mente funcional, uma vez que os clientes têm de ser trazidos de
volta da profundidade do Esdaile (pelo menos para o sonambu-
lismo profundo), para que eu seja capaz de me comunicar com
eles de novo.
O Estado Esdaile é também o melhor ponto de partida á
jornada para o eu superior, os níveis Ultra-Height® e Ultra-Hea-
ling® - as disciplinas supremas da alta arte da hipnose.
187
Burnout/Exaustão
188
"Ficar preso na hipnose"
189
fico de indução para a profundidade do coma hipnótico foi de-
senvolvido por Dave Elman e sua esposa. Pauline Elman encon-
trou uma maneira muito simples de sair do coma hipnótico / es-
tado Esdaile, que ainda está em uso hoje e deve ser dominada
por todo hipnotista.
No início, gritavam com os clientes, sacudiam, jogavam
água, mas nenhuma dessas medidas era bem-sucedida. Eles per-
maneciam ali, porque era muito agradável. Então, se há razões
para o boato de que uma pessoa pode ficar presa em hipnose,
provavelmente são as experiências com o estado Esdaile
Como sabemos: não há nenhuma necessidade de se preocupar
quando alguém atinge o estado Esdaile. Pelo contrário, é mais
uma razão para estarmos contentes porque aqueles que são ca-
pazes de entrar ali podem ser ajudados terapeuticamente muito
mais rápido, uma vez que estão completamente livres do medo.
190
Ultra-Depth®/
Estado Sichort
191
Ultra-Height®
192
sonambulismo profundo, desaparece. Isso traz uma perspectiva
mais clara para o problema, bem como a sua solução.
Um aspecto interessante desse processo é que o hipnotista
raramente tem de intervir ativamente. O cliente é levado por um
caminho pré-definido, mas flexível, e pode, então, resolver qual-
quer problema que desejar, sem o hipnotista ter que saber o que
é. É claro, também é possível que uma interação muito intensiva
ocorra, mas isso pode ser conduzido pelo cliente.
Ultra Height® é praticamente uma obrigação para as pes-
soas com problemas graves, como câncer, esclerose múltipla, ou
esclerose lateral amiotrófica (ELA). Como sempre, apenas depois
de todos ECIs e ECSs terem sido "esclarecidos" no subconsciente.
Depois disso, este estado pode contribuir para a ocorrência do
que chamaríamos de milagre. Naturalmente, isso não deve ser
mal interpretado, e longe de mim tentar explicar tal estado, mas
quando eu quero maximizar as chances de uma recuperação, o
meu processo compreende o estado Ultra Height® e o que se se-
gue no próximo parágrafo.
193
Ultra-Healing®
7
Autor de The Healing Experience: Remarkable Cases from a Professional Healer
: www.southwoodhealing.com
194
Exemplo de Ultra-
Height®/Ultra-Healing
195
aparento exteriormente. Pode ser, mas eu faço apenas o que te-
nho condições, e o que eu faço, qualquer um pode aprender, se
quiser.
Em qualquer caso, trabalhar com esses estados não é exa-
tamente lucrativo (como se isso fosse importante nesse mo-
mento), porque eu sempre perco clientes que não precisavam vir
a mim, em primeiro lugar, mas é a coisa certa a se fazer no en-
tanto. Também é fantástico ser capaz de orientar as pessoas atra-
vés do processo de auto-cura. Fico satisfeito cada vez que isso
®
acontece. As coisas que ocorrem no Ultra-Height /Ultra-Hea-
®
ling fazem fronteira com o miraculoso, ou tocam no verdadeiro
potencial de nossas mentes subconscientes e superconscientes.
Ainda há muito o que descobrir!
"Quando mudamos os limites do que é supostamente pos-
sível, descobrimos o que está além"
Eu gostaria de mencionar mais uma vez que hipnotistas só
podem ser úteis na medida em que ajudam seus clientes a se aju-
darem. Quando uma mudança acontece, é apenas porque os cli-
entes permitiram e não porque o hipnotista tem algum tipo de
poder especial ou “super-sentido”. Não, mas simplesmente por-
que os clientes conseguiram naturalmente, com a ajuda do hip-
notista, gerar poderes e energias aparentemente impossíveis e
usá-los para o seu próprio bem-estar.
As pessoas percebem e descrevem tanto o Ultra-Height®
quanto o Ultra-Healing® de forma diferente. Alguns falam de
uma intensa experiência física e mental, enquanto outros reve-
lam uma experiência espiritual, quase religiosa. Estou conven-
cido de que a percepção de uma pessoa tem muito a ver com a
sua filosofia de vida geral e experiência anterior. Em qualquer
caso, é claro: a coisa bonita sobres esses estados é que apenas o
bem pode vir deles, e todos são livres para experimentar tudo o
que é bom para cada um e tudo o que estão dispostos a aceitar.
196
O que vem depois? Eu não tenho ideia, mas um bom amigo
meu já surgiu com um novo conceito. Vamos permanecer entu-
siasmados porque tenho certeza que ainda há muito o que des-
cobrir!
Então, agora você tem uma visão geral e está mais familia-
rizado com a diversidade dos vários níveis de hipnose. Existem
mais nuances e detalhes, mas eles podem ser aprendidos em um
bom curso de hipnose. Este livro deve ajudar as pessoas em geral
a se interessarem pela hipnose e não pretende ser um manual de
instrução.
197
As crianças e a hipnose
198
ir à escola livre de medo, lidar melhor com a ansiedade da sepa-
ração e construir autoconfiança, trazer para casa notas melhores,
enfim eliminar todas aquelas coisas que podem ser tão estressan-
tes para uma criança!
É um tanto chocante ver quantas vezes os problemas co-
muns dos pequenos acabam sendo tratados com medicamentos,
ou como eles são enviados de um terapeuta a outro tornando-se
ainda mais inseguros. Infância não é uma doença. Naturalmente,
há casos em que um apoio é chamado para introduzir uma estru-
tura e, talvez, ajudar as crianças a aprenderem as coisas que não
foram ensinadas em casa ou aprendidas suficientemente no
curso da vida, mas eu estou falando sobre questões cotidianas.
Algumas crianças são simplesmente mais animadas. Nós
apenas temos que dedicar tempo suficiente para elas e inteligen-
temente canalizar suas energias. Duvido muito que drogas como
a Ritalina sejam a solução. Há especialistas notáveis, como o Dr.
Gerald Hüther8 e o Dr. Allen Frances9 que põem em dúvida o di-
agnóstico de TDA/TDAH e afirmam que não existe tal trans-
torno; que se trata apenas de um sinal dos tempos, porque as cri-
anças de hoje são muito menos ativas fisicamente do que antes.
Ambos falam de diagnósticos psiquiátricos exagerados, que
transformam em pacientes pessoas com problemas normais.
A hipnose é uma forma totalmente natural e muitas vezes
lúdica de ajudar as crianças a se encontrarem, a utilizarem me-
lhor os seus próprios recursos, a resolverem problemas cotidia-
nos, a acreditarem nas suas capacidades e promoverem uma
vida relaxada em casa e na escola.
O mesmo serve para os adultos; nem todo problema deve
ser imediatamente considerado um transtorno.
199
Verrugas de passagem
200
Quando e para quem
a hipnose não funciona?
201
Se você acha que tem de ter tudo sob controle em todos os mo-
mentos, e se deixar ir é um horror de se imaginar, então é mais
provável que o escritório do hipnotista seja o lugar errado e a
hipnose não seja a ferramenta certa para você.
Basta lembrar, "se deixar ir" não significa exatamente per-
der o controle. Sempre digo às pessoas que são um pouco céticas
que quanto mais elas podem se deixar ir, mais controle elas ga-
nham em sua vida. Na situação ideal, você recupera o controle
sobre a parte que de alguma forma tem estado fora de controle.
O objetivo deve ser sempre a melhoria. Autoiniciativa é impor-
tante. Motivação externa pode ser bom, mas também pode ser
contraproducente.
De vez em quando eu recebo consultas nas quais desejam
saber se a hipnose pode fazer alguma coisa em relação à homos-
sexualidade. Eu não recebo essas perguntas dos próprios gays,
mas daqueles ao seu redor. A homossexualidade é algo normal e
deve ser respeitada como tal. A vida já pode ser suficientemente
complicada sem tentar curar algo que não é nem mesmo uma
doença.
Eu já tive, até agora, o prazer de ajudar dois clientes a en-
contrar a força e a coragem para "sair do armário" e, finalmente,
terem a possibilidade de serem eles mesmos. A hipnose é uma
forma de apoiar as pessoas a fazerem isso. Reprimir a sua própria
identidade por anos ou mesmo décadas, por qualquer motivo,
pode deixá-lo doente - e ninguém merece isso. A hipnose pode
ajudar a lidar com o que está em seu caminho e a viver a sua vida
livremente.
Desafios congênitos, como a síndrome de Down e outras
deficiências físicas ou mentais são, como o nome sugere, inatos.
Contanto que elas cumpram os requisitos mentais mínimos, es-
sas pessoas também podem ser ajudadas com a hipnose para li-
dar melhor com sua condição, mas o problema em si permanece.
202
As pessoas que já não conseguem acompanhar ou serem
entendidas, tais como aquelas com demência avançada, ou outra
deficiência mental grave, não podem ser ajudadas com a hip-
nose.
"Quanto mais você é capaz de se deixar ir em hipnose, mais
controle você vai recuperar sobre essa parte de sua vida que es-
tava fora de controle"
203
Doença em
estágio terminal
204
Uma história de dor
205
Foi então que eu soube que ela estava recebendo uma pen-
são por invalidez e que seu único sonho era ter um dia uma pe-
quena casa no campo, com um jardim de ervas e algumas cabras
e galinhas. Ela me disse, de forma intencionalmente chocante, so-
bre como ela começou a se prostituir quando tinha 16 anos e
como lenta, mas seguramente, a sua vida se tornou um inferno
levando-a à sua primeira tentativa de suicídio. Quando criança,
ela tinha sido abusada por um membro da família; um capítulo
terrível de sua vida, e uma história, infelizmente, muito comum.
É um pouco chocante o que as crianças têm de passar às vezes, e
apesar de tudo, elas desejam nada mais do que o amor e o reco-
nhecimento de sua mãe e seu pai, apesar dos espancamentos e
abusos sexuais. Seu marido sabia tudo sobre seu passado e eu
podia ver o quanto ele a amava. A história dessa mulher era cer-
tamente muito especial. Em todo caso, eu estava maravilhado
com a forma como seu marido estava lá para ela em todos os sen-
tidos.
Ela tinha cerca de 35 anos, mas parecia muito mais velha e
entrou em hipnose facilmente. Não me lembro de todos os deta-
lhes, mas conseguimos fazer alguns progressos. Além disso, dei-
lhe uma série de sugestões que a ajudariam a aliviar a dor. Havia
muito mais dor na alma dessa pessoa do que em seu corpo físico.
Eu ainda posso ver claramente seu rosto quando ela saiu
da hipnose. Tenha em mente, essa mulher mal conseguia andar,
mancava, estava corcunda e seu rosto estava torcido de dor o
tempo todo antes de entrar em hipnose. Então, quando ela saiu
da hipnose, parecia dez anos mais jovem. As rugas haviam desa-
parecido. Havia um sorriso em seu rosto. Ela estava genuina-
mente feliz. Tal transformação fantástica só a hipnose pode tra-
zer tão rapidamente. Como é geralmente o caso, depois de uma
sessão tão longa e intensa, ela teve que ir com urgência ao ba-
nheiro. Ela se levantou da cadeira com facilidade, caminhou
ereta e sem mancar. Parecia flutuar para fora da sala.
206
Virei-me para o marido, que tinha estado na sala o tempo
todo e quase não podia acreditar na mudança notável. Quando
ele viu como sua esposa estava livre da dor, ele começou a chorar
e eu tive que pensar se não tinha dito ou feito algo errado. Per-
guntei a ele qual era o problema. Ele disse que já tinha passado
um longo tempo desde que havia visto sua esposa tão feliz, des-
preocupada e agora completamente sem dor. Ok, foi um alívio
para mim e, naturalmente, eu estava feliz por ele.
Cinco minutos mais tarde, sua esposa voltou, ainda na me-
lhor forma. Viu lágrimas nos olhos do marido e perguntou por
que estava chorando. Ele disse a ela como sentia-se feliz de final-
mente vê-la livre de dor e como isso iria mudar todo o futuro
deles.Houve uma pausa curta e silenciosa. O rosto da mulher co-
meçou a mudar de volta para a careta familiar, torcida de dor.
Seu corpo caiu para frente. Tudo o que tinha conseguido fora em
vão.
Foi-se a pequena casa no campo com o jardim de ervas. Fo-
ram-se as cabras e as galinhas. Foi-se a pensão por invalidez!
Sem medo, nós imediatamente providenciamos um novo com-
promisso. Eu sabia que como fomos capazes de ajudar essa mu-
lher em sua primeira sessão, poderíamos, eventualmente, conse-
guir estabilizá-la ao ponto de ficar livre da dor. No final, a sua
pensão por invalidez não deve realmente importar, pensei. No
caminho de casa, o marido me ligou para dizer que eles não que-
riam quaisquer outras sessões.
Neste caso, a solução era pior do que o problema. Nós po-
demos ajudar os clientes apenas quando há desejo real de mu-
dança. Eu nunca vou esquecer deste casal; seu destino me toca
até hoje. Esta mulher e seu caminho brutal indescritível durante
a infância e adolescência e o homem amoroso admirável que cui-
dadava dela. Talvez o medo de perder sua pensão tenha desem-
penhado um papel fundamental na sua decisão. A razão exata eu
nunca vou saber, mas eu teria gostado de ajudar. Nós provamos
em nossa sessão que era realmente possível.
207
"A cura pode não ocorrer se o cliente não tiver nenhuma
necessidade ou desejo de cura ou se a solução trouxer consigo
uma presumida desvantagem. A cura é um processo, vem de den-
tro; a dor e o sofrimento vêm antes de cada cura, seja mental ou
física"
Como hipnotista ou terapeuta, geralmente é importante se
distanciar para evitar tomar as dores dos outros e deixar que in-
fluenciem a sua própria vida. Pode não funcionar sempre, mas a
sua saúde mental pessoal é importante e você somente pode aju-
dar os outros quando você mesmo está saudável. Trabalhar com
pessoas que têm problemas de todo tipo, caso contrário não es-
tariam buscando a nossa ajuda, é um trabalho de amor. Observar
em primeira mão as mudanças nas pessoas é uma bênção. Nós
ganhamos a vida com isso, mas a verdadeira satisfação vem de
ajuda-las a transformarem suas vidas, acompanhá-las em seus
caminhos. Isso não é meramente uma ocupação; é um chamado.
208
Hipnose no dentista
209
Áreas de utilização na
odontologia
210
Dor: Um dentista experiente pode tratar pacientes de
forma totalmente indolor usando hipnose, em alguns casos re-
nunciando até mesmo a um anestésico local, reduzindo maciça-
mente a dose ou eliminando sua necessidade. Os dentes podem
ser perfurados até a raiz ou extraídos, próteses podem ser im-
plantadas, o colo do dente pode ser trabalhado, e até mesmo
grandes procedimentos cirúrgicos no maxilar podem ser levados
a cabo sem que haja dor. Quando induzida adequadamente, a
hipnose pode prolongar os efeitos da anestesia após a operação
e a medicação para dor pode ser reduzida ou completamente eli-
minada.
Cicatrização de feridas: As feridas podem se curar até 50%
mais rápido quando influenciadas positivamente por meio da
hipnose.
Reflexo de vômito: Uma outra vantagem da hipnose é que
o dentista pode reduzir ou eliminar inteiramente o reflexo de vô-
mito nos pacientes. Isso é especialmente uma vantagem ao fazer
impressões dentárias.
Salivação: De vez em quando a quantidade de salivação
pode ser um incômodo e tem de ser constantemente sugada. Este
fluxo pode ser levado a uma paralisação completa com a hip-
nose.
Controlar sangramento: A hipnose ajuda o dentista a parar
o sangramento de um paciente. Também é possível, quando ne-
cessário, reativar o fluxo de sangue para limpar a ferida. É sim-
plesmente incrível o que pode ser feito com a hipnose.
Extração dentária simples: Muitos dentistas relatam que
extrações dentárias são mais fáceis enquanto os pacientes estão
em um estado relaxado de hipnose.
Crianças no dentista: As crianças respondem à hipnose de
maneira extraordinária. A maioria vem livre do medo da hip-
nose, o que pode fazer da sua primeira consulta ao dentista uma
211
experiência lúdica, ou ajudar a superar quaisquer más experiên-
cias anteriores que possam ter tido no consultório dentário.
A odontologia é um campo ideal para o uso da hipnose.
Naturalmente, há muitas diferenças nas técnicas aplicadas. Para
um dentista, a indução não deve demorar muito ou ser compli-
cada e exigir um terceiro. Uma vez que os dentistas já descobri-
ram as vantagens de usar a hipnose, eles realmente não querem
desistir dela. Eu conheço alguns que realizam a prática cinco ou
seis vezes por dia. Eles estão felizes e permanecem muito mais
relaxados, porque podem reduzir o estresse que resulta muitas
vezes do tratamento de pacientes nervosos e com medo. Isso é
uma enorme vantagem para eles próprios.
O número de dentistas treinados em HypnoDent® está au-
mentando o tempo todo. Pergunte ao seu dentista se ele teve ou
não o treinamento adequado. Você pode se beneficiar da hipnose
também.
212
Fobia de dentista
acompanhada
de vômitos
213
possível. O reflexo foi tão completamente condicionado que foi
acionado mesmo em meu escritório, que não se parece em nada
com uma clínica odontológica. O estado de seus dentes estava
lamentável, já que a situação piorou ao longo dos anos. Com o
tempo, ele não podia nem escovar os dentes ou até mesmo boce-
jar sem ser afligido. Ele estava obviamente perturbado. Tinha
feito terapia por muitos anos, sendo tratado por seu medo clara-
mente identificável de dentistas. Felizmente, nosso dentista mú-
tuo sabia do meu trabalho.
Ficou claro para mim que a verdadeira razão devia estar
em outro lugar. Eu fiz a indução de hipnose e focamos na sensa-
ção que sempre vinha quando ele estava no dentista. Esse senti-
mento era muito intenso. Através do processo de regressão, ras-
treamos o sentimento de volta para a primeira infância. Ele tinha
quatro ou cinco anos de idade e brincava na caixa de areia com
dois amigos. Eu imediatamente suspeitei que ele estava prestes
a ser alimentado com uma torta de areia que iria desencadear no
reflexo de engasgos. Mas, como muitas vezes acontece, o meu
próprio pensamento lógico e analítico estava completamente
equivocado. É a prova, mais uma vez, de que a verdade está no
subconsciente do cliente. Todo o resto é pura conjectura.
Como de costume, o homem na cadeira de repente come-
çou a tossir e engasgar - o que estava acontecendo? Lá, na caixa
de areia, uma mosca acabara de voar para dentro da boca do me-
nino e começou a zumbir por ali. Ele ficou tão enjoado que ele
começou a engasgar e tossir, tentando fazer com que aquela coisa
revoltante saísse de sua boca. Nós tínhamos encontrado o ECI. O
problema foi resolvido para o jovem, alguém pode pensar. Esse
episódio anterior em sua vida foi esquecido e ele iria crescer nor-
malmente como o resto de seus colegas. Então, seguimos a trilha
(ainda em hipnose) para a próxima vez em que ele experimentou
esse sentimento de repulsa.
Mudança de cena: ele agora tem nove anos, virtualmente
revivendo tudo na sua cabeça. A classe está recebendo a visita do
214
dentista da escola. Chega a vez dele. O dentista pede a ele para
abrir a boca, descobre algumas cavidades e começa a perfuração.
Boca aberta e vem a broca. Ela começa a zumbir e girar - soando
como uma mosca na mente subconsciente do menino. Ele re-
corda vividamente o zumbido alto de anos antes. Essa é a corre-
lação calamitosa ao sentimento de nojo que ele teve na época.
Agora, totalmente nauseado, aos nove anos de idade começa a
engasgar e tossir, e o que ele vê aparecendo ameaçadoramente
em sua frente? Um dentista! Seu subconsciente agora faz uma li-
gação ainda mais trágica e equivocada: ele projeta a sensação de
náusea na figura sinistra diante dele e, pela primeira vez em sua
vida, ele vomita em um dentista. A situação se torna extrema-
mente emocional e constrangedora e a reação do dentista tam-
bém não é exatamente agradável. O destino segue seu curso; 40
anos e a mesma coisa em cada consulta ao dentista.
Foi, então, simples de esclarecer toda a situação através da
hipnose, eliminando a programação errada que ocorreu devido
à lógica do subconsciente, que é difícil para a mente consciente
compreender plenamente, e depois ancorando a programação
corrigida. Problema resolvido. Desde então, este homem que ti-
nha sofrido por 40 anos pode ir ao dentista completamente livre
de seus males anteriores e não requer mais narcose completa.
Conscientemente, ele sabia que realmente não tinha medo de
dentistas ou do procedimento dentário, mas ninguém tinha dei-
xado isso bem claro em sua mente subconsciente, até aquele dia.
O sentimento era um medo do medo - sua mente subcons-
ciente, em uma situação extremamente emocional, tinha proje-
tado este sentimento de medo sobre o que estava presente no mo-
mento. Mais uma vez vemos a fórmula funcionando: Evento +
Emoção = Programação.
Ele me perguntou mais tarde se eu iria acompanhá-lo em
um agendamento futuro que tinha para um implante. Embora
ele tivesse certeza de que não precisaria de mim, pensou que, de-
pois de 30 anos de aflição, valeria a pena apenas por segurança.
215
Então, eu concordei. Foi um procedimento relativamente sim-
ples, mas nosso dentista mútuo, com base na experiência, tinha
reservado duas horas como medida de precaução. Ele foi hipno-
tizado ali na cadeira do dentista. Em menos de meia hora, o que
poderia ter sido um pesadelo havia acabado sem incidentes. Pa-
ciente aliviado, dentista também.
"Os clientes não vêm até nós pela hipnose em si. Eles vêm
pelo que podemos fazer para ajudá-los em hipnose"
216
Possíveis áreas de uso
na hipnose moderna
217
Enxaqueca Perda de cabelo (calvície
Epilepsia masculina)
Esclerose lateral amiotrófica Pré-operatório/Pós-opera-
(ELA) tório
Esclerose múltipla (EM) Pressão alta
Exaustão Ranger os dentes (bru-
Fertilidade xismo)
Fibromialgia Relaxamento
Fobias Rinite alérgica
Foco / Concetração Roer as unhas
Forense (interrogatório de Saúde preventiva
testemunha) Sensibilidade do corpo
Frigidez Síndrome de Tourette
Gagueira (problemas da Síndrome do intestino irri-
fala) tável (SII)
Impotência TDA / TDAH
Incontinência urinária Tiques nervosos
Instabilidade emocional Transpiração
Letargia Transtorno de estresse pós-
Lúpus traumático (TEPT)
Luto Transtorno de personali-
Mal de Parkinson dade borderline
Medos / Fobias Transtorno de puxar o ca-
Melhoria de desempenho belo
(esporte / escola / trabalho) Transtornos alimentares
Motivação (anorexia, bulimia, compul-
Mudanças de humor são alimentar)
Neurodermatite Verrugas
Obesidade Vícios (álcool/dro-
Parar de fumar gas/jogo/sexo)
Parto (sem dor) Tinnitus (Zumbido no ou-
Pensamentos negativos vido)
218
Esta não é de modo algum uma lista completa das áreas
que podem ser influenciadas de forma positiva e tratadas com
hipnose. Se o seu problema não estiver listado, pergunte a um
hipnotista se tal terapia também pode ajudá-lo. Em caso de dú-
vida, procure uma segunda opinião de outro hipnotista, já que
alguns especialistas não podem imaginar todas as coisas que são
possíveis com a hipnose.
As áreas listadas na Tabela 1 são aquelas em que a hipnose
tem sido usada com sucesso até agora. A lista permanecerá in-
completa já que novas áreas estão sendo adicionadas o tempo
todo. "Usada com sucesso" significa que o problema foi comple-
tamente resolvido ou algum alívio foi alcançado. Algumas das
áreas foram cientificamente reconhecidas como sendo influenci-
áveis através da hipnose, enquanto outras são vistas como ainda
experimentais. A minha trajetória mostra que a hipnose pode ser
útil em todos esses domínios, bem como em muitos outros. Se
você recordar a máxima "cada sintoma tem uma causa", então
todo problema deve ser capaz de ser influenciado positivamente
através da hipnose. Ela pode não funcionar em todos os casos,
mas é sempre válido tentar naquelas áreas que já se revelaram
bem-sucedidas. Quem vai dizer, então, que nós ainda não temos
muito a aprender e que não podemos continuar a melhorar e
aperfeiçoar nossos métodos, a fim de um dia sermos ainda mais
bem-sucedidos?
Os seguintes exemplos de algumas das minhas sessões de
hipnose são oferecidos aqui somente para fins didáticos. Meu ob-
jetivo é promover uma maior compreensão do funcionamento
íntimo do cérebro e mostrar mais precisamente como a nossa
mente subconsciente faz ligações que, muitos anos mais tarde,
podem causar problemas que dificilmente seriam resolvidos sem
os métodos de elucidação da hipnose. Longe de mim extrapolar
qualquer promessa de cura para outros casos. Definitivamente
não é minha intenção. Cada pessoa é um indivíduo e responde
um pouco diferente à hipnose e seu hipnotista. Entre todas as
219
minhas milhares de sessões, há sempre algumas que se destacam
na memória mais do que outras.
Tem de ficar claro que nós hipnotistas realmente nunca cu-
ramos ninguém com hipnose – os clientes é que fazem isso! Te-
mos condição, no entanto, de apoiá-los na superação de seus pro-
blemas ou controlar melhor certos desafios. Embora possa ser co-
locada em uso universalmente, a hipnose não é uma panaceia.
De fato, há momentos em que nenhum benefício pode ser deri-
vado da hipnose. Pode ser porque o cliente não teve a atitude
certa, ou porque qualquer mudança não poderia ser implemen-
tada na situação em particular.
Naturalmente, com a hipnose, estamos sujeitos às mesmas
leis naturais como todos os outros. Nós simplesmente temos que
aceitar que não podemos ajudar a todos, e que a morte é uma
parte da vida. Podemos, no entanto, ajudar as pessoas a fazerem
a passagem livre de medo e dor, para aceitar e controlar melhor
a situação.
220
Casos gerais
221
ELA - Esclerose lateral
amiotrófica
222
prias funções. Uma vez que fomos capazes de restaurar o equilí-
brio e fazer as pazes entre o corpo e a alma, a mulher encontrou
uma nova calma ao lidar com sua doença.
Às vezes, só temos de nos considerar sortudos se podemos
"pelo menos" ajudar a reduzir o sofrimento. De vez em quando,
isso é tudo o que se espera de nós. De qualquer forma, eu nunca
vou me esquecer daquele sorriso em seu rosto feliz, alegre e,
acima de tudo, livre da dor após a sessão. Ela será sempre uma
inspiração para mim com sua vontade de viver e seu entusiasmo
pela vida. Sua natureza e sua alegria, apesar da gravidade do seu
destino, foram exemplares.
223
Alergia a frutos do mar
224
Nós resolvemos este conflito no subconsciente, bem como
o mal-entendido resultante e, desde então, ele tem sido capaz de
comer frutos do mar sem nenhum problema. Assim aconteceu a
minha primeira sessão de hipnose. Eu fiquei animado, tanto
quanto ele, é claro. Foi então que eu percebi que tinha pegado o
que eles chamam de hipnofebre – me viciei. Poderia ser real-
mente tão simples quanto o meu professor tinha dito e ensinado
desde 1979, e como Dave Elman tinha instruído profissionais
desde os anos 1950?
Eu tinha lido muito sobre hipnose e tive o privilégio de es-
tudar com Jerry Kein - o mesmo treinamento que eu ensino hoje
- mas poderia realmente ser tão fácil? Pode o subconsciente, na
hipnose, encontrar a verdadeira razão tão facilmente e, ao
mesmo tempo ligar e ancorar as informações novas e corretas?
Poderia esta abordagem direta, sem considerações biológicas ou
psicológicas complicadas ou mais delongas, ser realmente tão
simples? Uma única sessão? E está terminado?
Sim, e milhares de sessões mais tarde, eu ainda estou con-
vencido por esta abordagem e a idéia por trás dela. O caso do
meu colega não foi isolado e nem um acaso. Não, os resultados
evoluem de acordo com a regra que está sempre sendo confir-
mada pelas exceções.
E assim, meu caro amigo que nunca teve uma alergia, eu
permaneço até hoje eternamente grato por você ter me dado essa
oportunidade e confiado em mim para ajudá-lo em seu desafio.
Você sabe quem você é. Obrigado. Você tornou a minha iniciação
muito mais fácil.
A maioria de nós pode apenas desejar tal começo, mas,
desde então, tenho testemunhado um sucesso similar em muitos
dos meus alunos. Aqueles corajosos o suficiente para saltar im-
pávidos e aplicar o que aprenderam na sua formação, muitas ve-
zes experimentam o mesmo sucesso logo na primeira vez. O meu
caso não foi um caso isolado. Nem um pouco. É uma questão de
abordagem, processo, técnicas e metodologias que são aplicadas.
225
Eles trabalham, em grande medida, com facilidade. As histórias
de sucesso são muitas vezes incompreensíveis para todos os en-
volvidos.
226
Depressão pós-parto
227
êxito, o tormento havia acabado. Sua depressão pós-parto era
apenas o ECF e não tinha nada a ver com o problema real. O ver-
dadeiro culpado se encontrava na sua infância quando sua mãe
tentou cortar o cordão umbilical. Isso foi mais tarde reafirmado
e reforçado por um par de ECSs. O barril transbordou com o nas-
cimento de seus gêmeos. O sintoma, ECF, foi elaborado, tratado
com terapia, medicamentos prescritos e exercícios, e meses de
consultas - tudo ao nível consciente, lógico e analítico. Ali mesmo
eliminamos a programação defeituosa anterior, estabilizamos a
situação inteira, trazendo para sua compreensão de adulta na
hipnose e instalando um mundo de emoções correto, saudável e
estável.
Levou apenas uma única sessão para elucidar a verdadeira
causa do sintoma. A grande questão sobre este tipo de aborda-
gem é que nós não tratamos o sintoma em si. Ele é apenas mar-
ginalmente interessante e concentrar-se sobre ele só iria nos dis-
trair da raiz do problema. A mente subconsciente sempre tem
sua própria lógica, como fez neste caso.
Ela permaneceu no sofá por cerca de dez minutos a mais -
simplesmente para pensar sobre as coisas - então entrou na sala
de estar, de faces rosadas, totalmente esgotada, mas sabia que o
problema havia sido resolvido e ela poderia agora levar uma
vida feliz e produtiva e desfrutar de seus filhos ainda mais.
Obrigado, querida irmã, por me permitir ajudar e me des-
culpe por ter demorado tanto tempo para encontrar a coragem.
Você tem filhos lindos que são como meus próprios. Certamente
eles vão crescer com a atitude correta para com a hipnose.
228
Hipnose de emergência
229
uma lesão muscular. Isso foi no dia 14 de dezembro. Por terem
sido dadas sugestões para que imaginasse uma cura rápida e in-
ternalizasse um processo de recuperação completa, ele foi posi-
tivamente preparado para os próximos dias e estava de volta aos
treinos já no final de janeiro. No dia 2 de fevereiro, ele jogou pela
primeira vez após sua lesão. O médico ficou pasmo.
Essas técnicas de hipnose de emergência são ensinadas es-
pecialmente para policiais, bombeiros, técnicos de emergência
médica e médicos da sala de emergência por um de nossos espe-
cialistas, ele próprio um ex-policial estadual. Elas podem salvar
vidas e prevenir traumas posteriores. Esse instrutor teve a sua
própria experiência demonstrando a eficácia dessas técnicas
quando se deparou com uma cena da emergência, em que um
motociclista havia sido atropelado. Quando o médico chegou,
pediu ao policial para continuar, porque percebeu quão bem a
vítima do acidente estava respondendo à hipnose de emergência,
tornando o resto da tarefa muito mais fácil.
230
O título do campeonato
231
que isso não poderia continuar e que tais flutuações iriam refletir
negativamente em seu registro.
Naturalmente, após a derrota retumbante, era minha vez
de fazer algo, então eu levei a hipnose esportiva mais uma vez e
mencionei todas as coisas que poderiam ser realizadas com ela
se eu tivesse a chance. Bem, o treinador decidiu finalmente abrir
espaço para mim.
Toda a equipe se reuniu no salão. Para surpresa de todos,
16 de 18 membros da estavam presentes (era numa base volun-
tária). Então, começamos com um pre-talk para explicar exata-
mente o que a hipnose é e o que não é. Tivemos um total de três
sessões. Os resultados foram muito melhores do que qualquer
um dos participantes poderia ter imaginado.
Na qualificação para os play-offs, a equipe tinha ganhado
apenas 0,4 pontos em média por jogo no ranking (2 pontos por
vitória, 1 ponto por empate). Depois de nossas sessões de Hyp-
noSport®, a média de pontos por jogo subiu para 1,4. A equipe
foi o time de maior sucesso nos play-offs e ganhou mais pontos
do que as equipes mais qualificadas da época.
O ponto alto veio na qualificação para a final da Taça da
Suíça. Tínhamos que derrotar um adversário que, pelo menos no
papel, era classificado como muito melhor. Uma outra sessão de
HypnoSport® com a equipe trouxe o resultado desejado. A
equipe estava preparada como nunca antes. Ganhamos o título
e, provavelmente, pela primeira vez na história desportiva da Su-
íça, um hipnotista foi premiado com uma medalha de campeo-
nato, juntamente com os jogadores. Certamente um dos meus
pontos altos nos esportes, embora sendo "apenas" como um hip-
notista, mas ainda assim foi bastante satisfatório.
Conseguimos muitos outros sucessos graças ao apoio da
hipnose. As fases negativas foram quebradas, lesões rapida-
mente curadas, bloqueios mentais removidos, e um ou dois ou-
232
tros assuntos abordados. Após o treinador testemunhar tanto su-
cesso, ele participou do meu curso de formação de hipnose e tor-
nou-se um hipnotista brilhante (e amigo), em esportes de elite.
Desde então, como um hipnoterapeuta qualificado, ele tem
ensinado as técnicas sofisticadas do HypnoSport®. Um de seus
jogadores também decidiu completar a formação, a fim de se be-
neficiar da experiência e ser capaz de aumentar suas habilidades
mentais. A hipnose esportiva tem sido uma parte permanente do
time titular desde 2010 e agora é impossível imaginar o jogo sem
ela. O treinador aprendeu com certeza que a hipnose esportiva
não é “abracadabra”, mas sim uma contribuição valiosa para os
esportes e para a vida em geral.
Nesse meio tempo, temos tido o privilégio de apoiar vários
outros atletas de diferentes modalidades esportivas. Entre os su-
cessos, estão os novos recordes suíços, ouro nos Jogos Olímpicos
de Inverno da Juventude e muitas vitórias e colocações que pro-
vam que o desempenho mental superior é uma necessidade ab-
soluta para atingir o nível ideal. A hipnose funciona aqui como
um turbo e acelera a melhoria do desempenho, maximiza o po-
tencial, limpa bloqueios e outros fatores perturbadores ou inibi-
dores.
Mesmo com toda a empolgação sobre a hipnose esportiva
e os sucessos que ela traz, os jogadores ainda têm que jogar cada
jogo, ser desafiados no treino, puxar ferro, seguir o conselho tá-
tico do treinador e marcar os gols. Mas, quando o aspecto mental
é otimizado, podem ser obtidos resultados que fazem fronteira
com o que poderia ser descrito como a condição ideal. Os mús-
culos mais fortes e a jogada perfeita só são pouco eficazes se a
mente não está jogando junto. Isso é verdade não só no handebol,
mas em todos os tipos de esporte.
Às vezes é preciso uma crise para que um hipnotista espor-
tivo tenha uma chance. Persistência é importante também, se
quiser que até mesmo lhe seja dada essa oportunidade. Obri-
gado!
233
Medos e Fobias
234
não estivesse pronta. Nós aprendemos mais com nossos fracas-
sos. Eles nos fazem repensar as coisas e questionar a nossa abor-
dagem, a fim de encontrar novas formas de eventualmente ser-
mos capazes de ajudar. Nós só podemos ser tão úteis quanto o
cliente nos permite ser. Minha experiência e dos meus colegas
mostra dia após dia que a maioria dos casos pode ser rapida-
mente resolvida.
Em todo caso, há novas fobias e medos que são "classifica-
dos" o tempo todo a taxas sem precedentes. Vou repetir aqui: não
existem fobias de aranhas, cobras, contato social, etc. Há apenas
o medo do sentimento de medo, que pode ser tratado muito bem
com hipnose e outras técnicas, como EMDR.
235
Medo de cavalos
eliminado
em sete minutos
236
onde ela estava. Um pouco surpresa que isso poderia ser possí-
vel, ela concordou sem hesitação e depois de uma rápida indução
ela foi direto para o sonambulismo estável. Associando com a
técnica de pressão em pontos da palma de Moshé Zwang10, de-
morou apenas sete minutos desde a indução até ela já não ser
capaz de imaginar os ataques de pânico ao redor de cavalos ou
mesmo lembrar da emoção antiga. Simples.
No dia seguinte, recebi um telefonema do meu amigo que
me disse que sua conhecida tinha acabado de voltar para casa
andando com seu cachorro na floresta e compartilhou com ele a
mais maravilhosa experiência. Ela estava em um caminho es-
treito quando um cavalo com seu cavaleiro veio trotando em sua
direção. Antigamente, ela teria entrado em pânico e saltado atrás
de uma árvore para se proteger. Mas dessa vez, nada aconteceu.
Nada. Isso era exatamente o que nós queríamos que ocorresse.
Eventualmente se tornou possível para ela acariciar um cavalo,
algo que surpreendeu totalmente seus amigos e família, e foi um
alívio para ela. Algumas semanas mais tarde, recebi uma boa
garrafa de vinho acompanhada de uma nota com uma imagem
de um cavalo me agradecendo por tê-la ajudado tão espontane-
amente.
237
Preocupações éticas com
a hipnose instantânea
238
Burnout
239
idade. Estava brincando na sala de estar rodeada por sua família,
tentando mover um espelho colossal, e seus irmãos estavam
rindo dela porque era pequena demais para ser capaz de movi-
mentá-lo. Isso foi desafiador o suficiente. Ela sacudiu o espelho
um pouco mais, dessa vez com mais força, e então o espelho se
soltou e caiu com todo seu peso em cima dela. Ela ficou chocada
e paralisada naquele momento. O espelho estilhaçado foi espa-
lhado sobre ela e ao seu redor. Esse foi o ECI.
Nós também descobrimos alguns ECSs menores e volta-
mos para o ECF, aquele momento dramático no escritório em que
o chefe dela a insultou ao ponto de sua mente subconsciente re-
cordar o momento em que ela era uma menina que se encontrava
sob o espelho, impotente e paralisada de choque.
Resolvemos todos esses momentos, neutralizamos as ener-
gias negativas ligadas a essas memórias e reprogramamos seu
subconsciente para que ela pudesse reunir forças a partir de toda
a experiência. Por ela ser tão facilmente hipnotizável, já na pri-
meira sessão eu a ajudei mais profundamente no estado Esdaile,
em que ela poderia simplesmente desfrutar de meia hora de re-
cuperação profunda. Após a sessão, ela se sentiu super bem e nós
providenciamos uma segunda reunião para reforçar o novo pro-
grama. Aqui, também, ela aprofundou-se em hipnose e nós tra-
balhamos para recarregar suas baterias, o que ela conseguiu fa-
zer. Eu, então, lhe mostrei algumas técnicas de auto-hipnose para
que ela pudesse continuar a repor seus estoques de energia em
casa.
A maioria das pessoas que sofrem de burnout se sente im-
potente, desmotivada, deprimida e triste. Tudo se torna demasi-
ado complicado. Isso às vezes pode acontecer, mas ninguém
pede por isso. Você simplesmente não acorda um dia e diz para
si mesmo que já é hora de faltar com a motivação e estar depri-
mido só porque você está um pouco atrasado com o seu trabalho.
O mundo parece estar se movendo cada vez mais rápido. Somos
240
praticamente acessíveis o tempo todo pelo celular. Nós nos exer-
citamos menos do que antigamente e nossos hábitos alimentares
se tornaram mais pobres em muitos casos. Estresse, pressão e ex-
pectativas no trabalho e em casa têm crescido continuamente. A
velocidade da mudança pode deixar uma pessoa tonta, levando
muitos a criarem os seus próprios problemas. Desacelerar nem
sempre é fácil; contas têm de ser pagas. Encontrar um momento
calmo – tomar, de propósito, um tempo para si nunca fica mais
fácil. Você realmente tem que lutar contra horários cada vez mais
rigorosos apenas para encontrar um pouco de paz e sossego! Pes-
soas que sofrem de burnout precisam ser compreendidas. Elas
precisam de tempo e oportunidade para recarregar as baterias. A
hipnose pode certamente ajudar com isso.
241
Controle de emoções
242
que, obviamente, queria uma menina. Em seu momento de nas-
cimento, ele se sentiu rejeitado, não desejado, e de alguma forma
fora de lugar.
Nós tínhamos encontrado o ECI. O problema surgiu du-
rante ou logo após o seu nascimento. Agora, você pode pergun-
tar: "como isso é possível?". Eu não posso lhe oferecer qualquer
explicação científica exata, mas o que sei é que a nossa mente
subconsciente é um enorme reservatório de memórias de tudo o
que já experimentamos, sentimos, ouvimos e vimos. Como um
recém-nascido poderia entender as palavras que foram ditas e
como exatamente esse tipo de informação é comunicada não é
totalmente explicável, mas para mim, não é tão crucial. Encontrar
a informação no subconsciente que pode desencadear sentimen-
tos e emoções negativas mais tarde na vida de uma pessoa é o
mais importante.
Muitas vezes eu tenho casos em que o ECI ocorreu no útero
e o cliente pode repetir palavra por palavra o que a mãe ou o pai
disseram e como se sentiam em relação à criança. Eu não posso
explicar como um feto pode entender as palavras, mas estou
longe de ser o único a ter lidado com tais casos. Eu tenho uma
teoria, mas não é mais do que uma teoria: considero a relação
naturalmente íntima que temos com a nossa mãe, enquanto esta-
mos no útero. Há uma ampla pesquisa científica provando que
as emoções de uma mãe são transmitidas para o seu filho e já
podem deixar vestígios no cérebro do feto. Mas entender pala-
vras e ser capaz de recuperá-las 20, 30, 40, até mesmo 50 ou 60
anos mais tarde? Eu suspeito que, nessa fase inicial de desenvol-
vimento, não podemos realmente entender a linguagem. Pode-
mos, no entanto, perceber as emoções que as palavras transmi-
tem, sem ter compreendido o conteúdo. Após o nascimento, nós
aprendemos um idioma em algum momento e entendemos todas
as suas nuances. Muitos anos mais tarde, talvez em uma sessão
de hipnose, seguimos uma emoção de volta à sua origem. Se a
origem está no útero, nós experienciamos uma proximidade
243
muito emocional e mental daquele momento, mas não esquece-
mos o que aprendemos desde então, incluindo a linguagem. De
repente, os sons e as emoções associadas, detectados pelo feto,
têm palavras que lhes são inerentes. Palavras que agora, depois
de ter aprendido a língua, fazem sentido e nos ajudam a entender
a situação como foi. Em um estado normal, sem hipnose, isso ja-
mais seria possível. É assim que nos deparamos com informações
que podemos usar para ajudar as pessoas.
Eu tive um número de casos em que um dos pais vivo con-
firmou que um cenário específico realmente ocorreu. Até mesmo
toda uma discussão sobre se deveriam ou não fazer um aborto
foi repetida em hipnose e mais tarde confirmada por eles. O
aborto não foi realizado, mas o momento extremamente emocio-
nal na vida da mãe foi transmitido para o feto e estabeleceu um
ECI. Realmente muito interessante e não racionalmente explicá-
vel, mas o mais importante é que os clientes obtêm alguns bene-
fícios a partir do processo e o problema pode ser resolvido no
aqui e agora.
De volta ao nosso cliente que deveria ter sido uma Margret.
Ele percebeu que cada vez que não se sentia totalmente aceito no
escritório, ele ficava com raiva e desapontado e vinham à tona as
emoções sobre as quais não tinha controle. Na verdade, elas o
controlavam. Seu subconsciente continuou a se sentir tão desam-
parado quanto logo após seu nascimento. A decepção de sua
mãe, com quem ele teve um relacionamento saudável, foi insta-
lada em sua mente subconsciente. Esta emoção foi reforçada ao
longo dos anos cada vez que ele estava em uma situação em que
se sentia rejeitado, até o dia em que se tornou evidente para os
outros que ele já não podia mais controlar suas emoções.
Corrigimos toda a situação, ajudando-o a entender que a
decepção expressa no momento do seu nascimento foi apenas
temporária, um breve desentendimento na vida de duas pessoas.
Foi uma sessão intensiva de três horas. Em tais casos, nem sem-
pre é imediatamente claro o quão bem-sucedidos seremos.
244
Como se vê, algumas semanas mais tarde recebi um e-mail
dele me dizendo como tinha voltado para casa montado em sua
motocicleta depois da sessão, cantando na chuva, feliz e aliviado
e que, desde então, toda a confusão no trabalho tinha se aliviado.
A situação no trabalho não era o problema. As repercus-
sões de algo que teve importância no início de sua vida tinham
começado a ter consequências no nível consciente. A verdadeira
razão ocorreu em um momento que poderíamos nunca, nunca
ter sido capazes de descobrir por meio de técnicas de questiona-
mento e análise inteligente no nível consciente, mas que inter-
rompeu totalmente a vida deste homem 50 anos mais tarde. Si-
tuação remediada em uma única sessão.
245
EM - Esclerose múltipla
246
coisas mais fáceis. Eu repeti a oferta e disse que se precisasse da
minha ajuda, ela deveria entrar em contato.
Um ano depois, ela fez exatamente isso. Sua situação não
melhorou muito e ela precisava de um cochilo de três horas todas
as tardes. Ela tinha problemas de visão e dificuldade em manter
o equilíbrio. Havia passado um tempo desde que fora capaz de
trabalhar, e isso era uma coisa com a qual ela poderia realmente
se identificar. O trabalho era importante para ela.
Em todo caso, para resumir, a sessão foi excepcionalmente
boa. Sua prontidão para ser ajudada era clara. Nós descobrimos
vários assuntos culturais relacionados e conflitos enraizados em
seus anos de infância e adolescência, e fomos capazes de resolvê-
los. A EM foi apenas um sintoma de sentimentos negativos e
emoções que se amontoaram em seu subconsciente ao longo dos
anos. Não é algo que deve ser tratado em apenas uma única ses-
são. Ao invés de tratar a própria EM, lidamos apenas com a
causa. No entanto, era suficientemente grave para exigir várias
sessões até realmente ter certeza que o subconsciente tinha sido
esclarecido e fortificado. É uma questão de ajudar a pessoa a mi-
nimizar ou eliminar totalmente os efeitos da aflição. Vale a pena
se esforçar para qualquer melhoria. Evitar uma possível deterio-
ração adicional vale sempre todo o esforço necessário e por isso
tivemos um total de seis sessões.
Ela tomava várias medicações ao longo dos anos e perma-
necia sob os cuidados de seu médico o tempo todo. Tenha em
mente que nesses dois anos antes de ter vindo a mim, ela não
tinha feito quase nenhum progresso. Já depois de nossa terceira
sessão, o nível de sua energia era melhor, tinha menos tonturas,
e sua visão havia clareado. E o mais importante, ela foi capaz de
voltar a trabalhar em meio período.
O médico disse que os medicamentos finalmente fizeram
efeito, já que a hipnose não poderia ser a razão. Claro, ele não
estava presente durante as sessões intensivas em que nós eluci-
dávamos o subconsciente. Ele não podia imaginar que a hipnose
247
poderia trazer essas mudanças significativas em tão pouco
tempo. Certamente tinha que ser o remédio. Eu entendo o que
ele queria dizer. Eu não tenho nenhuma prova definitiva sequer
de que era a hipnose em vez dos medicamentos, mas quem se
importa? O importante é que ela está melhorando. Hoje, está de
volta ao trabalho em tempo integral e tem todos os sintomas sob
controle. Ela está convencida de que foi a hipnose que ajudou
com o avanço após dois anos de abordagens puramente conven-
cionais. Eu também. Eu não posso provar isso, mas não importa.
Sou grato por ela ter depositado sua confiança na hipnose.
"É como se você pudesse tocar a alma de uma pessoa, se-
gurá-la, senti-la"
248
SII - Síndrome
do intestino irritável
249
Sua curiosidade infantil o levou cada vez mais perto, até que che-
gou à beira da vala onde continuou brincando com seus carros
pequenos. De alguma forma, ele sentia instintivamente que era
perigoso lá e começou a sentir fraqueza na boca do estômago. Ele
se sentiu enjoado, inseguro e com medo. Esses sentimentos fo-
ram indelevelmente registrados em sua mente subconsciente.
Eles fizeram todo o sentido no momento, porque o avisaram so-
bre o perigo de cair na vala.
Resolvemos as emoções negativas, que foram bastante ra-
zoáveis naquele momento, de modo que já não podiam afetá-lo
no aqui e agora, quando elas não eram mais necessárias nesse
sentido. A sessão foi bastante intensa para ele, mas estava rela-
xado depois. Ocasionalmente, ouvimos falar novamente dos alu-
nos após algum tempo passado; nem sempre acontece, mas toda
a classe recebeu a seguinte mensagem:
"Já se passaram dois meses desde que eu tive a permissão
para desempenhar o papel de cobaia no final do nosso treina-
mento. Lembro-me de ver um monte de rostos ansiosos e tam-
bém alguns olhares que de alguma forma diziam: ’estou contente
por não ter que sentar lá na frente’. Depois da nossa semana ins-
piradora, diversificada e, acima de tudo informativa, tive o pri-
vilégio de experimentar em primeira mão o que significa passar
por um R2C. Vocês devem se lembrar que era uma SII. Ela desa-
pareceu com praticamente nada mais do que um estalar de de-
dos. Depois de 44 anos! E até hoje ela se foi! Vocês esperavam
algo diferente?"
Nesse meio tempo, muitos meses passaram. Este homem
ainda está feliz por ter se voluntariado em sala de aula. A palavra
equivalente para "cobaia" em alemão é "Versuchskaninchen", que
é usada para descrever um animal usado na pesquisa, um "coe-
lho de testes", por assim dizer. No nosso caso, isso é, natural-
mente, um equívoco, porque "testar" significa que há uma chance
de fracasso.
250
Terapias de sucesso podem cegar um terapeuta e levá-lo a
falsas conclusões sobre suas próprias capacidades e significância.
Sem a permissão dos clientes, sem a sua participação ativa, so-
mos apenas anões impotentes. Juntos, no entanto, podemos mo-
ver montanhas.
"Você nunca é grande demais para ser pequeno"
251
Vidas passadas
252
Ao longo dos anos, e com muita prática – sobretudo em
função das demandas trazidas pelos alunos – venho aperfeiço-
ando certa sensibilidade. Mas longe de mim dizer que sou vi-
dente! Uma boa parcela das minhas análises estão baseadas tam-
bém na lógica. O importante, no final das contas, é funcionar
para o cliente. Resolver o problema de forma efetiva, sem que ele
precise retornar à clínica alegando que a prática não surtiu efeito.
253
Quatro teorias para vidas
passadas
254
cartão de memória de computador para transferir informações
específicas sobre experiências de uma pessoa através do DNA de
uma geração para outra que, então, vem à tona no estado hipnó-
tico. Assim, somos capazes de recordar e reviver uma parte do
que nossos antepassados experimentaram. Igualmente intri-
gante.
3. É pura fantasia. Nós sabemos por ora as capacidades pu-
ramente ilimitadas possibilitadas pela nossa mente subconsci-
ente. Por que também não teria a capacidade de gerar mundos
de fantasia realistas que nos parecem enganosamente reais e ge-
nuínos? Em qualquer caso, as regressões com base em pura curi-
osidade são principalmente experiências e histórias vagas e im-
plausíveis. Isso não significa necessariamente que elas são menos
emocionantes.
4. É verdade. Nós temos, de fato, uma vida anterior, e nossa
alma mantém essa informação, com todas as suas memórias ar-
mazenadas dessa vida. Nós somos então capazes de recuperar
essas informações no estado hipnótico. De alguma forma, é um
pensamento agradável - isso significaria que, pelo menos, a nossa
alma é imortal. Seria um pensamento reconfortante para muitas
pessoas saber que a alma assume uma nova forma após a sua
morte. Para outros, talvez um pouco inquietante.
255
Equilíbrio e tremor
256
A mulher tinha espontaneamente caído em uma vida pas-
sada. Nessa vida, ela tinha quatro anos e teve de ver como as
pessoas estavam sendo enforcadas em algum lugar no século 17.
Este choque, que seu subconsciente tinha interpretado como em
uma vida anterior, foi o ECI dos sintomas em seu dia presente.
Naturalmente, nós resolvemos esse problema onde seu subcons-
ciente havia localizado e a trouxemos a salvo de volta para o aqui
e agora.
Após a sessão, ela estava absolutamente desconcertada.
Deu-me um olhar que parecia dizer "se você me dissesse de an-
temão que algo assim era possível, sendo uma médica esclare-
cida, eu não teria acreditado em nada". Não havia lugar em sua
concepção de mundo para algo assim, mas o que ela havia expe-
rimentado tinha sido tão realista que, quando se levantou, os tre-
mores tinham ido embora e ela podia andar mais firmemente.
Seu marido notou imediatamente e teve de apontar isso para ela,
que ainda estava perplexa com o episódio que tinha acabado de
acontecer.
257
Hipnose Omni,
um caminho seguro
258
dagem de Regredir à causa e Resolver. É exatamente essa autocon-
fiança que eu gostaria de inspirar em meus alunos: radical, sem
rodeios, bem orientada e com estrita atenção para o sucesso do
cliente. É animador como muitos deles tenham incorporado essa
filosofia para alcançar o sucesso. Para mim, este é um dos mais
valiosos tipos de feedback - ouvir que os meus alunos são bem-
sucedidos e têm ajudado os outros a melhorarem suas vidas com
nosso conhecimento compartilhado.
Alguns estudantes que foram treinados em hipnose antes
de assistirem aos meus cursos tendem a voltar a esses métodos e
técnicas que aprenderam inicialmente; os que são mais confortá-
veis. Um colega próximo a mim tem observado isso com vários
terapeutas e posso confirmar. Embora eles tenham aprendido os
métodos mais altamente eficazes, eventualmente recaem nos ve-
lhos estudos, quer seja a velha forma de hipnose ou outro tipo de
terapia com a qual tenham entrado em contato. Eu posso enten-
der isso até certo ponto. É a mesma coisa no desenvolvimento da
maioria das profissões, quando há grandes mudanças. Algumas
coisas que aprendemos ao longo do caminho podem não coinci-
dir com o que somos. Eu aprendi inicialmente as técnicas com-
plicadas, lentas, e estava desiludido. Foi minha sorte me deparar
provavelmente com o melhor hipnotista dos nossos tempos, que
me mostrou um mundo inteiramente novo. Tão convincente, tão
eficiente e que se encaixa tão perfeitamente em meu caráter e ex-
periência profissional.
Eu não quero dizer que todo terapeuta deveria necessaria-
mente trabalhar com qualquer problema. Certamente faz sentido
trabalhar com questões com as quais ele se sente mais confiante.
Mas, deixar todo mundo louco e com medo não é propício para
a nossa causa. Se os nossos clientes, os meus alunos, ou eu, ou-
víssemos apenas os negativistas e os que duvidam da hipnose,
haveria muito mais pessoas, hoje, ainda precisando de ajuda.
Porque eu não concordo com a ideia de limitações, estou aberto
a conceber novos caminhos e dar à prática uma chance em cada
259
caso. Mais e mais frequentemente, até eu fico surpreso com a
forma como problemas aparentemente complexos podem ser re-
solvidos no menor tempo possível.
260
O menino hiperativo,
um caso quase perdido
261
Quando o psiquiatra ouviu que o garoto ia ver um hipno-
tista, um "hipnotista leigo", ele entrou em contato com o meu co-
lega de imediato. O médico lhe disse que ele também foi treinado
em hipnose e acreditava firmemente que essa abordagem não
poderia ajudar de forma alguma. Com uma dose de sarcasmo,
acrescentou que se o meu amigo pudesse realmente ajudar este
menino, ele iria enviar todos os seus casos difíceis e, dessa forma,
abandonaria o seu emprego.
Meu colega, um terapeuta muito autoconfiante, íntegro e
sem medo, não se permitia ser abalado por esta afirmação que
não era nada mais do que uma flagrante tentativa de zombar e
fazê-lo se sentir inseguro.
Logo após a primeira sessão, o menino estava livre dos sin-
tomas e foi capaz de retornar à escola, mas o avanço veio na ter-
ceira sessão. No dia seguinte, o telefone de meu amigo tocou e
do outro lado era a mãe do garoto, excessivamente eufórica. Ela
não podia acreditar. Pela primeira vez em dois anos, seu filho
havia tomado banho e alegremente apareceu para o café da ma-
nhã apenas dez minutos depois de acordar. Pouco depois, estava
em seu caminho para a escola, onde ele tem ido regularmente
desde então, livre da enxaqueca e cheio de energia. Demorou
apenas mais uma sessão até que o quadro fosse definitivamente
estabilizado.
O psiquiatra ficou tão chocado que não podia fazer nada
além de acusar o rapaz de ter falsificado os sintomas o tempo
todo. O médico não deixou seu emprego como prometido, nem
foi buscar mais treinamento em hipnose, o que é lamentável.
Esse é um caso único e não é representativo, muitos outros
psicólogos e psiquiatras com experiências semelhantes interessa-
ram-se em saber como tal coisa poderia ser possível. Alguns até
se inscreveram no treinamento para que eles, também, pudessem
aprender essas técnicas. Em geral, não é sobre o próprio ego, mas
mais sobre focar no bem-estar do cliente. Imagine se os pais, por
262
qualquer razão, não tivessem dado uma chance à hipnose. O fi-
lho deles será eternamente grato pelo que fizeram.
"O medo é um mau companheiro na terapia! Este mundo
precisa de mais terapeutas corajosos e proativos!"
Ouça a sua intuição e não o que os outros dizem ser ou não
possível. Se ouvirmos muitas vezes o que os outros falam, seja
certo ou errado, um dia seremos como eles. Essa abordagem, de
todo o coração, muitas vezes leva a clientes satisfeitos e felizes
que de bom grado nos recomendam a outras pessoas que possam
ter ouvido previamente para não ligarem para a hipnose.
263
Resolva problemas com a
hipnose e diminua os
medicamentos
264
Uma vez conheci um psicólogo, durante as férias, e contei
a ele as minhas experiências com a hipnose e tudo o que pode-
mos fazer com ela. Expliquei a rapidez com que as mudanças são
possíveis, especialmente para os problemas mais comuns. Sua
resposta foi: "se tudo o que você acabou de me dizer for verdade,
eu ficaria sem trabalho amanhã".
Conversas informais com políticos têm mostrado que eles
seriam muito surpreendidos se minhas alegações fossem verda-
deiras, especialmente quando eu lhes digo que poderíamos eco-
nomizar bilhões apenas pela redução do uso de medicamentos e
empregando terapias mais eficientes.
Um hipnotista de sucesso precisa de cerca de dois a quatro
clientes novos a cada dois ou três dias. Pensar que eles simples-
mente caem em seu colo seria uma ilusão. É um trabalho duro e
precisa de algum tempo para ser construído, mas eu tive perío-
dos de ter entre três e seis clientes por dia. Claro, eles não eram
todos novos, alguns vinham tanto para uma segunda sessão so-
bre o mesmo assunto que precisava de mais trabalho, como para
abordar uma questão separada. Seis clientes por dia, no modo
como eu trabalho, é naturalmente muito rigoroso, mas em algum
ponto a publicidade se torna desnecessária, pois os antigos clien-
tes fazem isso para você.
Autorresponsabilidade. Sim, isso mesmo. Somos responsá-
veis por tudo o que fazemos. Temos de assumir mais responsa-
bilidades e também criar a necessidade para o que fazemos. Se
não for solicitada explicitamente, a hipnose não será necessaria-
mente oferecida como uma opção.
Eu não sou fã de teorias da conspiração, mas é óbvio que a
indústria farmacêutica faz o que tem que fazer: inventar, produ-
zir e comercializar remédios. Eles fazem isso porque esse é o seu
negócio principal. Também é claro que vão usar todos os recur-
sos disponíveis para serem bem-sucedidos. Eles têm possibilida-
des financeiras completamente diferentes e fazem lobby em
grande escala. Milhares de empregos dependem da indústria e
265
muitas drogas fazem absoluto sentido. Contudo, enquanto até
metade da renda de um médico for derivada da venda de remé-
dios, não temos que perguntar por que a vontade de mudar é
relativamente fraca. A transformação só virá quando os pacien-
tes quiserem hipnose, ou melhor ainda, a exigirem. Nós só mu-
damos quando há pressão suficiente para fazê-lo. Isso é apenas o
modo como as coisas são, não devemos ter ilusões a esse respeito.
Isso pode muito bem ser a maneira como funciona o mer-
cado hoje, mas todos os mercados podem mudar. Oferta e de-
manda, é simples assim. Não há muito mais a dizer sobre o as-
sunto, uma vez que depende de cada paciente ou cliente promo-
ver a mudança desejada. Afinal de contas, nós somos o mercado.
266
Crônico, incurável.
Aprenda a viver com isso
267
reinterpretar os sinais de dor. As ligações que ocorrem no cére-
bro, particularmente com dor prolongada conduzindo ao que se
chama dor crônica, podem ser reprogramadas ou totalmente des-
ligadas, dependendo da profundidade da hipnose e as técnicas
utilizadas. Há muitos estudos com resultados científicos docu-
mentados que atestam esse fenômeno. Essa reprogramação mui-
tas vezes pode ocorrer em apenas algumas sessões. O cérebro
pode aprender a esquecer a dor exatamente da mesma maneira
que aprendeu a percebê-la. Ou seja, as ligações no cérebro podem
ser interrompidas de tal maneira que a chamada memória da dor
é apagada. Não há simplesmente nenhuma razão para não usar
a hipnose nesses casos. Ela deve, de fato, se tornar obrigatória!
Muitos especialistas julgam mal o poder da hipnose ou
nem sequer levam isso em consideração porque ninguém os in-
formou de todas as coisas que ela pode realmente realizar. Se,
depois de tudo ter sido medicamente verificado, ainda não hou-
ver progresso, eu recomendo de todo o coração que você procure
um hipnotista que seja especializado no controle da dor. Simples-
mente se recuse a aceitar o "aprenda a viver com isso" e, pelo me-
nos, dê à hipnose uma chance de provar o contrário. Continue
firme; não desista cedo demais. Às vezes pode demorar um
pouco mais nesses casos, mas você pode esperar ver algum su-
cesso já após a primeira sessão.
268
Religião e hipnose
269
forma vil de manipulação. Medo e culpa sob o disfarce de salva-
ção - métodos utilizados na Idade Média aqui, nos tempos mo-
dernos.
Acontece de vez em quando de eu ou meus alunos sermos
avisados de que o que fazemos é perigoso e contra a vontade de
Deus. Bem, se ajudar as pessoas é contra a vontade de Deus,
quem quer seguir esse tal Deus? Esse não é o meu entendimento
de Deus ou religião. Cada um com a sua própria realidade. Caso
você se depare com essas pessoas, pode ignorar todas as preocu-
pações e seguir seu próprio caminho. Elas vivem em outro
mundo e podem legitimamente permanecer lá.
270
Ao mestre, com carinho
271
50 anos - um clássico em
hipnose e hipnoterapia
272
como ninguém antes, foi capaz de elucidar as verdadeiras razões
para um sintoma e, como sabemos, cada sintoma tem uma causa.
Dave Elman foi um pioneiro, um inovador, um grande pro-
fessor e terapeuta. Seu livro, "Hypnotherapy" ou "Findings in Hyp-
notherapy", como era originalmente chamado, foi escrito há 50
anos. Foi um divisor de águas em 1964 e ainda é o melhor livro
disponível sobre o assunto. Insuperável até hoje. Um livro não
sobrevive por 50 anos se o seu conteúdo não for portador de va-
lor. Esse é o livro que ainda hoje carrega as lições mais valiosas e
insights sobre o funcionamento da hipnose. Dave Elman - um
verdadeiro gênio e um homem honrado, que servirá como mo-
delo para muitas gerações de hipnotistas que virão.
273
Observações finais
274
Dedicatória e apreço
275
fácil, mas você é muito importante para mim, para sempre. De-
dico este livro a você, porque sempre me apoiou. É bom saber
que está ao meu lado. Eu te amo.
Baba, irmã querida, você abriu tantas portas, me moti-
vando e me apoiando a me esforçar ainda mais, para crescer, me
desenvolver e expandir. Obrigado por acreditar em mim. É tão
bom ter você morando perto novamente. Amo seus filhos loucos,
marido e cachorro também!
Suíça, Brasil e EUA: o que teria acontecido comigo se eu
não tivesse chegado a conhecer e gostar de vocês? Crescer na Su-
íça não é um privilégio para se subestimar. Passar o tempo como
um jovem no Brasil foi tanto um abridor de olhos como um so-
nho. Estudar nos EUA foi uma lição aprendida. Ser capaz de jun-
tar todas essas mentalidades em uma, conhecer e me tornar
amigo de pessoas de diferentes nacionalidades e ser capaz de
me sentir em casa com todas elas, tem sido uma mina de ouro
para mim.
Sigma Chi & Irmãos: Eu acredito na justiça, na decência e nas
boas maneiras. Vou me esforçar para manter o espírito da juventude.
Eu digo estas palavras com toda a sinceridade: a Sigma Chi me concedeu
graça e distinção; o vínculo da nossa irmandade é recíproco. In Hoc
Signo Vinces. Valeu, caras.
Jerry Kein, seus ensinamentos e caráter me inspiraram.
Você me mostrou que a hipnose realmente funciona e que é fácil.
Continuar o seu trabalho é uma grande honra, mas também uma
grande responsabilidade, que de bom grado assumo - porque é
a coisa certa a se fazer. Seu legado está em boas mãos e eu pro-
meto manter a abordagem de Regredir à Causa e Corrigir mais
do que apenas viva. A comunidade da hipnose deve muito a
você, que merece respeito. O nome OMNI vai se perpetuar por
muito tempo. Obrigado pela amizade.
Agradeço a todos os OMNIs, os quais tive o prazer de en-
sinar, e aqueles que eu ainda irei treinar. Sem vocês, nada disso
276
iria funcionar. Tenho aprendido muito com cada um - mais do
que eu poderia lhes ensinar. Vocês são os melhores! É uma
grande alegria para mim inspirá-los e contaminá-los com o hip-
novírus. O sucesso de cada um é a minha motivação e não se es-
queçam: vocês são os melhores embaixadores da hipnose escla-
recida e funcional!
Obrigado Sandra Blabl pela sua revisão valiosa da versão
original deste livro e seu feedback construtivo. Sei apreciar isso
imensamente e seu trabalho conosco contribuiu de forma indis-
pensável para a promoção ativa da hipnose. A sua contribuição
para o avanço da hipnose é exemplar. Obrigado.
Agradeço a Adi e Patrick não só pelas suas críticas hones-
tas e construtivas, mas também por seu apoio para que eu pu-
desse realmente conceber tal projeto. É ótimo ter ao meu lado
amigos e parceiros competentes no mundo da hipnose.
Agradeço à minha editora Sabine Giger, que acreditou em
mim (e na hipnose e seu verdadeiro potencial), me motivou a es-
crever este livro e agora está me ajudando a levar luz à hipnose
da forma que ela merece, para que seja melhor aceita e conhecida.
Obrigado a todos aqueles que até agora têm apoiado e au-
xiliado a mim e a meus colegas, aqueles que me motivaram e me
estimularam, aqueles que também, ocasionalmente, me critica-
ram, fizeram parte do meu trabalho, ou tiraram um peso de mi-
nhas costas. Se eu ainda puder contar com vocês, será o melhor
presente.
277
Sobre o autor
278
Minha carreira profissional começou em 1992 na Merce-
des-Benz, em sua sede na cidade de Stuttgart, Alemanha, onde
atuei no departamento de compras, que, em 1994, me levou de
volta ao Brasil como um expatriado e, em seguida, novamente
aos EUA e, finalmente, para a Turquia. Fiz mudanças interconti-
nentais sete vezes no prazo de doze anos, o que despertou em
mim uma necessidade de plantar algumas raízes. Voltei para a
Suíça em 2003 e entrei na indústria automobilística e setor finan-
ceiro local. Em 2010, o que tinha sido apenas um hobby se tornou
minha profissão.
Relativamente cedo na vida, como um menino que cresceu
na Suíça, eu demonstrei um grande interesse, e até talvez um
pouco de talento na área da hipnose. Meu primeiro encontro com
um hipnotista foi quando eu tinha oito anos de idade e depois só
quando eu era um calouro na Emory, onde fiquei estupefato por
ver um hipnotista de palco.
Na verdade, eu cheguei até a hipnose por meio da mágica,
como muitos outros fazem, e fui incapaz de usá-la por vários
anos. Tudo o que eu sabia eram os métodos lentos e progressivos
- o que é um desperdício de tempo - até que eu me deparei com
os ensinamentos de Jerry Kein pela primeira vez, em 1997, e con-
cluí o curso de hipnoterapia em 2006. Foi aí que começou a via-
gem, mas de uma natureza diferente das outras! Fui para o trei-
namento pensando que iria me tornar um hipnotista responsá-
vel. Quando o curso de sete dias terminou, eu tinha sido trans-
formado em um hipnoterapeuta. Tudo graças a Jerry Kein.
Hoje eu sou o CEO da HYPNOSE.NET GmbH e do Hyp-
nosis Center em Effretikon, onde sete colegas usam a hipnose
para ajudar as pessoas a lidarem melhor com seus problemas e
desafios. Além disso, eu sou o editor da HypnoMag, uma revista
internacional bilíngue sobre o assunto da hipnose. Eu também
sou um dos coorganizadores do congresso anual internacional
de hipnose em Zurique e Londres.
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Desde 2007, sou responsável pela OMNI Hypnosis Training
Center da Suíça(checar itálico nos outros nomes), onde eu me con-
centro na educação dos hipnoterapeutas potenciais e dedico meu
tempo ao avanço e pesquisa da hipnose.
Desde agosto de 2012, sou responsável por todas as OMNI
Hypnosis Training Centers no mundo e tenho ensinado a mais
nova geração de treinadores. Já temos mais de 20 unidades em
todo o mundo.
Meus clientes incluem pessoas de todas as regiões geográ-
ficas, escolas de pensamento e profissões com o mais diversifi-
cado mix de experiências e desafios.
Eu faço apresentações, palestras, workshops e cursos na Eu-
ropa, nos EUA, e no Brasil, ou onde quer que minha hipnose e
competências linguísticas me levarem.
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Histórico pessoal
e principais marcos
1978
Primeiro contato com a hipnose
1987
Primeira vez que hipnotizei (com sucesso) outra pessoa
1990–1992
Zurique, Suíça - o serviço militar: realizei muitas sessões de
hipnose com os colegas durante este tempo; primeira regressão
realizada
1997
Adquiri o primeiro curso em vídeo de Jerry Kein
2006
Treinamento formal de hipnoterapia por Jerry Kein nos
EUA
2007
Concluí o curso para me tornar um treinador da OMNI
Hypnosis e hipnoterapia
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Primeiro centro internacional no programa SF1-TV Eins-
tein com Mario Torriani sobre o assunto da hipnose
Publiquei um livro sobre hipnose de palco na língua alemã
(primeiro do tipo!)
2008
Treinei os primeiros alunos como hipnoterapeutas OMNI
com certificação NGH
Primeira vez como assistente para os melhores atletas em
poder mental, treinamento físico e recuperação de lesões
2010
Transformei a minha vocação em uma carreira. 100% de-
dicado a hipnose, hipnoterapia e treinamentos
Primeiros cursos oferecidos na Áustria e Alemanha
Campeonato Suíço como coach mental para o time de han-
debol Pfadi Winterthur
2011
Mais de 190 hipnotistas participantes do curso até a data
Primeiros cursos realizados em Munique e Berlim, com
certificação NGH como "Board Certified Hypnotist" nos EUA
Abertura do Hypnosis Center em Effretikon com três salas
de tratamento
Fundação da divisão da NGH da grande região de Zurique
2012
Apresentei o seminário sobre Dave Elman com Larry El-
man, filho do lendário Dave Elman
Primeiro seminário deste tipo em idioma alemão, inclu-
indo tradução simultânea e produção de vídeo
Me tornei sucessor de Jerry Kein – responsável mundial-
mente por todos os cursos de treinamento OMNI e dos seminá-
rios de treinamento de treinadores
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Fui designado Diretor de Formação e Certificação OMNI
EUA
Lançamento da HypnoShop.NET
Palestrante convidado na Danube Private University para
120 estudantes de odontologia em cooperação com o Prof. Dr.
med. dent. Ilan Golan
2013
Primeiro Congresso Internacional de Hipnose realizado
em Zurique
Primeira edição da HypnoMag – revista internacional so-
bre hipnose
2014
Expansão e desenvolvimento do centro de hipnose em
Effretikon para 5 salas de terapia e uma sala de seminários com
capacidade para 50 pessoas
400 estudantes OMNI treinados até a data
Lançamento do OMNI-Finder – uma plataforma para en-
contrar hipnotistas competentes e qualificados
2015
Compra de 100% das ações da OMNI pela Hypnose.NET
GmbH na Suiça. Gerald Kein fica ligado à empresa como con-
sultor e Presidente honorário.
Implementação da ISO 9001 na empresa Hypnose.NET
GmbH, no treinamento OMNI e o processo terapeutico OMNI.
São os primeiros no mundo a receber este certificado de quali-
dade mundialmente reconhecido e respeitado.
Congresso de hipnose international em Zurique.
Mais de 570 novos alunos OMNIs treinados no mundo in-
teiro em 2015
Adição de vários novos instrutores OMNIs. Adição do
treinamento HypnoSex, HypnoHPP
Mais um titulo de handebol na copa da Suíça pelo Pfadi
Winterthur Handball com apoio de hipnose
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Primeiro curso OMNI na America Latina - São Paulo, Brasil
2016
Mais de 840 alunos treinados pelo Hansruedi Wipf desde
que começou a treinar o processo e método OMNI em 2008.
Mais de 850 alunos treinados mundialmente em 2016 por
todos os instrutores OMNIs no mundo inteiro (30 instrutores em
22 paises)
Inicio dos canais YouTube Internacaional e Brasil
Inicio do projeto “Sleep!” em Nova York, Flórida, Londres,
Zurique, Berlim e São Paulo
Lançamento do projeto OMNI-Kids, OMNI-Teens, OMNI-
Versity, OMNI-Empowerment
Participação da Hypnose.NET GmbH na Perform Punkt
AG com 40% na Suiça.
Extensão do projeto congresso de hipnose para Londres e
Berlim, realizando a quarta edição agora em 2 paises.
284
Apêndice
HYPNOSE.NET GmbH:
Produtos e marcas
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Presença na Internet
www.omnihypnosis.com.br – Site oficial da OMNI no Brasil
www.hypnose.net – Portal international sobre hipnose
www.omnifinder.net – Encontre seu terapeuta OMNI em todo o
mundo
Informações de contato
Hypnosecenter Effretikon Poststrasse 2
CH-8307 Effretikon/Switzerland
www.hypnosecenter.net
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Hipnose, susceptibilidade
hipnótica, questionário
antes/depois
287
Outras leituras
recomendadas
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. Biologie der Angst. Wie aus Stress Gefühle werden.
Vandenhoeck & Ruprecht, 2014
. Die Macht der inneren Bilder. Wie Visionen das Gehirn,
den Menschen und die Welt verändern. Vandenhoeck &
Ruprecht, 82014
Lipton, Bruce: Intelligente Zellen. Der Geist ist stärker als
die Zellen. Video. Koha, 2008
Newton, Michael: Life Between Lives: Hypnotherapy for
Spiritual Regression, Llewellyn Publications, 2004
Parkhill, Stephen C.: Answer Cancer. Miraculous Healings
Explained, 1995
Weiss, Brian L.: Many Lives, Many Masters: The True Story
of a Prominent Psychiatrist, His Young Patient, and the Past-Life
Therapy That Changed Both Their Lives, A Fireside Book/Simon
& Schuster, 1988.
What the Bleep do We Know!?, Phoenix, 2004
289
290