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Engenharia Civil
Orientadores
Júri
Junho 2016
ii
Agradecimentos
A elaboração desta dissertação é fruto de muito esforço durante um período, que se veio a
demonstrar bastante decisivo da minha vida. A sua realização não seria possível sem a contribuição,
direta e indireta, de diversas pessoas às quais pretendo deixar os meus sinceros agradecimentos.
Em primeiro lugar, agradeço aos meus orientadores, o Professor Pedro Borges Dinis e o
Professor Dinar Camotim pela sua disponibilidade no decorrer da elaboração deste trabalho. Por
toda a compreensão e preocupação, por todo o tempo disponibilizado para a correção e orientação
de todo o trabalho, o meu muito obrigado.
Quero agradecer também a todos os meus amigos, por toda a compreensão e amizade, e
especialmente por todo o apoio e confiança nos momentos mais difíceis.
Um agradecimento muito especial também à minha família, por toda a paciência, tolerância
e força durante a elaboração deste trabalho. Por todo o apoio que me deram e que me permitiu
chegar a esta fase da minha vida. Sem eles nada teria sido possível.
i
ii
Resumo
iii
Abstract
This master’s thesis presents a study on the behaviour and design of concentrically
compressed Hot-Rolled Steel Angle Columns.
This work starts off with the research work of several authors on the stability, post-buckling
and resisting capacity of plain and lipped steel angles. References are made to the design of columns
by the Direct Strength Method (DSM) and alternative expressions proposed by other authors. It’s also
mention the investigation done by some authors of the effect of residual stresses in resisting capacity
of steel angles
A linear stability analysis on columns with different boundary conditions and cross-section
properties are presented with the goal of observing some already known results and assessing critical
modes and stresses associated with the buckling of those members. Equilibrium paths,
displacements, stress and plastic strain distributions are also used to evaluate the physical and
geometrically non-linear behaviour of fixed-ended columns with critical mode based imperfections.
Throughout the mentioned analysis, the influence of the residual stresses on the behaviour and
resistance of angles is discussed.
Finally, ultimate stresses (obtained through ABAQUS) of fixed-ended columns are compared
to the estimates provided by the Direct Strength Method.
Key Words: Hot-Rolled Steel Angle Columns, Residual Stresses, Ultimante Resistance and Design,
Direct Strenght Method
iv
Índice
Agradecimentos ................................................................................................................................... i
Resumo................................................................................................................................................iii
1. Introdução ................................................................................................................................... 1
1.1 Enquadramento Geral ......................................................................................................... 1
1.2 Objetivos e Metodologia ..................................................................................................... 3
1.3 Organização da Dissertação ................................................................................................ 4
2 Revisão de Literatura .................................................................................................................. 7
2.1 Introdução ........................................................................................................................... 7
2.2 Comportamento de Estabilidade ........................................................................................ 7
2.3 Comportamento de Pós-Encurvadura Elástico ................................................................. 10
2.4 Comportamento de Pós-Encurvadura Elásto-Plástico ...................................................... 16
2.5 Nova Proposta de Dimensionamento Baseada no MRD ................................................... 18
2.6 Cantoneiras de Seção Compacta ....................................................................................... 21
2.7 Efeito das Tensões Residuais............................................................................................. 25
3. Comportamento de Estabilidade .............................................................................................. 31
3.1 Introdução ......................................................................................................................... 31
3.2 Teoria Generalizada de Vigas ............................................................................................ 31
3.3 Análise Linear de Estabilidade e Seleção dos Perfis .......................................................... 32
3.4 Evolução e Influência do Modo de Flexão na Maior Inércia ............................................. 37
3.5 Escolha dos Perfis .............................................................................................................. 42
4. Comportamento de Pós-Encurvadura....................................................................................... 45
4.1 Introdução ......................................................................................................................... 45
4.2 Análise de Elementos Finitos ............................................................................................ 45
4.3 Análises de Pós Encurvadura em Regime Elástico ............................................................ 48
4.4 Análises de Pós Encurvadura em Regime Elasto-Plástico ................................................. 54
4.5 Efeito das Tensões Residuais............................................................................................. 58
5. Resistência Última e Dimensionamento ................................................................................... 65
5.1 Introdução ......................................................................................................................... 65
5.2 Proposta de Dimensionamento ........................................................................................ 65
v
5.3 Resistência Última de Cantoneiras Compactas ................................................................. 70
5.4 Avaliação da Proposta de Dimensionamento para Cantoneiras Compactas ................................ 71
5.5 Índice de Fiabilidade.......................................................................................................... 73
6. Conclusões................................................................................................................................. 75
6.1 Propostas de Investigação Futura ..................................................................................... 77
7. Referências ................................................................................................................................ 79
8 Anexos....................................................................................................................................... 81
vi
Índice de Figuras
Figura 1. 1 – Elementos de aço com secção em L (cantoneiras) 1
Figura 1. 2 – Processo de laminação a quente de um elemento em aço 2
Figura 1. 3 – Torre de telecomunicações com cantoneiras em aço como elemento estrutural 2
vii
Figura 3. 5 – Diagrama de participação modal associada a cantoneiras com b/t= (a) 25, (b) 20, (c) 15, (d) 10,
(e) 7.5. 39
Figura 3. 6 – Diagrama de participação modal associada a cantoneiras com b/t= 15. 39
Figura 3. 7 – Evolução do modo 2 ao longo do patamar flexão –torção para perfis com (a) b/t variavel, (b) b/t
constante. 40
Figura 3. 8 – Comparação da evolução Pcr com Pcrt para a secção 70x70x4.5. 41
Figura 3. 9 – Relação fcr.LT vs b/t de cantoneiras laminadas a quente. 43
viii
Figura 5. 3 – Relação fu/fyvs. 𝜆fte para as metodologias de propostas por Dinis & Camotim 72
Figura 5. 4 – Relação fu/fnfte vs. 𝜆fte para as metodologias de propostas por (a) Dinis & Camotim, [5] e (b)
Justiniano [5] 72
Índice de Tabelas
ix
Índice de Símbolos
x
1. Introdução
As cantoneiras de aço (ver figura 1.1) podem ser obtidas recorrendo a dois processos de
fabrico diferentes: laminadas a quente ou enformadas a frio. Nesta dissertação estuda-se o
comportamento de cantoneiras obtidas através do primeiro destes processos, as quais exibem
habitualmente abas de dimensões (comprimento b e espessura t) superiores às das cantoneiras
enformadas a frio. As abas das primeiras são por isso classificadas/designadas por compactas
(b/t<20) e as segundas por esbeltas (b/t20).
1
temperatura não ser uniforme ao longo da secção, é criado uma distribuição de tensões iniciais auto-
equilibradas, habitualmente designadas por tensões residuais.
2
Contudo, devido à geometria da secção, as cantoneiras não possuem rigidez de torção
associada ao empenamento primário e são, por isso, muito suscetíveis a fenómenos de encurvadura
que envolvem deformações por torção. No entanto, a dificuldade na distinção entre deformações
locais e de torção neste tipo de perfis tem dado origem a que se confunda a instabilidade local das
abas com instabilidade global por torção. Esta diferenciação é importante pois os dois fenómenos
de instabilidade exibem comportamentos de pós-encurvadura distintos, com resistências claramente
significativa em termos locais e diminuta em termos globais.
3
Tendo sido estudado o comportamento e dimensionamento de cantoneiras de aço
enformadas a frio submetidas a compressão centrada, procede-se nesta dissertação ao alargamento
deste estudo a cantoneiras compactas laminadas a quente. O objetivo final do estudo consiste na
criação de uma metodologia de dimensionamento global para cantoneiras independentemente das
características geométricas ou processo de fabrico.
4
No Capitulo 2 apresenta-se uma revisão da literatura disponível sobre cantoneiras de abas
iguais, nomeadamente os estudos realizados no IST. Este capítulo serve essencialmente para
clarificar os fenómenos ligados à instabilidade de cantoneiras submetidas a compressão centrada,
os seus efeitos no comportamento destes perfis e a sua inclusão no método de dimensionamento
proposto. Apresentam-se ainda estudos existentes sobre o efeito das tensões residuais na
resistência última de cantoneiras laminadas a quente.
Por fim, refira-se que o trabalho desenvolvido deu origem a um artigo que será apresentado
numa conferência internacional a decorrer no decurso do presente ano [6].
5
6
2 Revisão de Literatura
2.1 Introdução
7
decomposição da deformada do elemento numa combinação linear de modos de deformação),
representando-se na figura 2.1 seis modos de deformação de uma secção em cantoneira. Os modos
de deformação 1 a 4 correspondem a deformação devido a compressão axial (não representado),
flexão em torno do eixo de maior inércia, flexão em torno do eixo de menor inércia e torção,
respetivamente. Os restantes modos de deformação são locais.
Estas características permitiram distinguir os modos de encurvadura locais e/ou globais das
cantoneiras analisadas, mostrando-se na figura 2.2a a evolução da carga critica com o o
comprimento da coluna para a cantoneira com a secção 70x70x1.2 (mm). Por sua vez, na figura 2.2b
representa-se a evolução com o comprimento da participação de cada modo de deformação na carga
critica.
(a) (b)
Fig Fig
ura ura
5. 5.
2- 1-
Rel Rel
açã açã
o o
fu/ fu/
fnf fnf
te te
vs. de encurvadura (a) Pcr vs L, (b) diagrama com a participação
Figura 2. 2 – Comportamento vs. dos modos.
𝜆ft 𝜆ft
e
Da análise desta figura os autores concluíram que o modo de deformação e dominante para
par par
colunas curtas-a-intermédias é o modo de torção. Além disso, constataram que as deformações
a a
locais têm uma contribuição bastante reduzida na encurvadura da coluna (só são importantes para
as as
colunas muito curtas).
me me
8 tod tod
olo olo
gia gia
s s
Dinis et al. [3] estudaram o comportamento de estabilidade para as condições de apoio
encastrado (F), cilíndrico (PC flexão em torno do eixo de menor inércia livre) e esférica (PS flexão
em torno dos dois eixos livre). A figura 2.3 mostra a evolução da carga crítica e os modos de
deformação presentes na carga critica para os vários comprimentos de coluna.
(a) (b)
Fig Fig
ura ura
5. 5.
4- 3-
Rel Rel
açã açã
o o
fu/ fu/
fnf fnf
te te
vs. vs.
Figura 2. 3 – Comportamento de encurvadura de colunas F, PC e PS (a) Pcr vs L, (b) diagrama
𝜆ft de participação modal.
𝜆ft
e e
par par
Dos resultados obtidos os autores concluíram que:
a a
i- Para asas várias condições de apoio, a instabilidade dos vários comprimentos as de coluna são
cobertos me pelos modos de deformação 2,3,4 e 6. me
tod tod
ii- Por a secção exibir apenas simetria em relação ao um eixo (o de maior inércia) todas as
olo olo
colunas com comprimentos curto-a-intermédio instabilizam em flexão-torção (flexão em
gia gia
torno do eixo de maior inércia), sendo a carga crítica praticamente constante (diagrama Pcr
s s
vs. L comde um patamar). de
iii- Para aspro condições de apoio esférica e cilíndrica as colunas revelam pro comportamentos
semelhantes
po para comprimentos curtos: a deformação provocada popela torção continua a
sta muito importante na instabilidade até comprimentossta
ter um papel longos, para os quais a
s s
instabilidade por flexão em torno do eixo de menor inércia passa a ser preponderante.
iv- Comparandopor as condições de apoio de uma coluna encastrada por com uma coluna com as
(a) (a)
condições de apoio cilíndrica e esférica, estas apenas diferem na parte final do “plateau”.
Din Din
Isto sucede pois o modo de instabilidade 3 entra em ação para comprimentos mais longos
is is
em colunas com apoio bi-encastrado do que as colunas com apoios simples. Assim, para
& &
uma cantoneira
Ca com esta secção, os comportamentos são Caabsolutamente iguais,
independentemente
mo das condições de apoio, para L<420 cm. mo
tim tim
[5] [5] 9
e e
(b) (b)
Jus Jus
2.3 Comportamento de Pós-Encurvadura Elástico
(a) (b)
Fig Fig
ura ura
5. 5.
6- 5-
Rel Rel
açã açã
o o
fu/ fu/
fnf fnf
te te
vs. vs.
Figura 2. 5 – Coluna F9: (a) trajetória P/Pcr vs β, (b) evolução da configuração da deformada.
𝜆ft 𝜆ft
10 e e
par par
a a
as as
Figura 2. 6 – Evolução das tensões na secção transversal com o aumento da carga.
11
Figura 2. 7 – Trajetória P/Pcr vs β das colunas FR, F e L.
12
iv- Pode-se também verificar que que a distribuição de tensões da secção varia mais a ¼ de
vao do que a ½ vão. Este fenómeno foi explicado por Stowell [18], e advém da extensão
axial provocada pela variação rotacional
Figura 2. 9 – Trajetórias (a) P/Pcr vs dM, (b) P/Pcr vs dm das colunas F3, F6 e F9.
Figura 2. 10 – Trajectórias (a) dM /t, (b) dm /t perfis de longitudinais das colunas F3, F6 e F9.
13
Da análise dos deslocamentos do canto Dinis et al [3] observaram que:
i- Sendo que a flexão em torno do eixo de maior inércia faz parte do modo de deformação é
normal que com o aumentar da carga o dM aumente também. Nota-se ainda que a
deformada longitudinal apresenta a forma natural da deformada de uma coluna encastrada.
ii- Para as colunas curtas e intermédias, os deslocamentos evoluem monotonamente e os
valores dM mantêm-se pequenos (apesar de aumentarem bastante com o aumento do
comprimento). O mesmo não acontece para colunas longas (coluna F9) em que o
deslocamento evolui constantemente até de repente se dá uma inversão no dM. (os
deslocamentos são muito maiores que os das colunas F3 e F6). Esta inversão coincide
com o aumento abrupto dos deslocamentos dm
iii- Conforme os comprimentos vão aumentando as cargas necessárias para que a rotura se
dê por flexão em torno do menor eixo vai-se aproximando da carga crítica do modo de
flexão-torção
iv- Para as colunas F3 e F6 a deformada é composta por três meias ondas e dois quartos de
ondes e o dm e sempre positivo, mesmo na zona convexa.
v- Na coluna F9 começa com 3 meias ondas e, após a carga máxima P/Pcr=1.05, evolui para
uma deformada com uma única onda.
vi- A ocorrência de deslocamentos no eixo de maior e menor inércia, juntamente com os
subsequentes momentos provocados pelas condições de fronteira, explicam praticamente
a distribuição linear de tensões longitudinais. Alem disso, a pequena (F3) ou grande (F9)
assimetria da distribuição de tensões reflete a pequena quantidade de flexão em torno do
eixo de maior inercia e a combinação significante de momento em torno do maior e menor
eixo respetivamente
Colunas apoiadas
Dinis et al. [3] estudaram também os efeitos de retirar a restrição aos momentos nas
extremidades da coluna. As colunas em estudo tem apoios cilíndricos, rotação em torno do eixo de
menor inércia livre e prevenido de empenar (colunas PC)
Para a análise destas, analisou-se a relação P/Pcr vs β, P/Pcr vs dM e P/Pcr vs dm para vários
comprimentos (figura 11). Alem disso, tal como para as colunas F analisou-se os perfis longitudinais
de dM/t e dm/t das colunas PC3 e PC6 (figura 12).Por fim, investigou-se as tensões normais ao longo
da linha média da secção das mesmas colunas.
14
Figura 2. 11 – Trajetórias (a) P/Pcr vs β, (b) P/Pcr vs dM, (c) P/Pcr vs dm de colunas PC.
Figura 2. 12 – Trajetórias (a) dM /t, (b) dm /t perfis de longitudinais das colunas PC3 e PC6.
i- Tal como para as colunas F, a resistência pós encurvadura das colunas PC diminui com o
aumento do comprimento. Como se pode ver na figura 2.10(a) as colunas PC1 e PC2 são
15
claramente estáveis, exibem deslocamentos dM quase desprezáveis e dm pequenos a meio
vão. As colunas PC3 a PC7 são instáveis tendo deslocamentos dm muito maiores a ½ vão
e exibem pontos limite que, ou são abruptos e seguidos por uma inversão da rotação de
torção (PC3 e PC4), ou suaves e sem inversão da rotação torsional (PC5 a PC7).
ii- As trajetórias de equilíbrio das colunas PC exibem algumas semelhanças com as colunas
F. Por exemplo, existem inversões de rotação (colunas PC3 e PC4), devido a mudanças
da rotação torsional, mudando o perfil longitudinal de uma para 3 semi-ondas.
iii- As tensões normais na linha média da secção são uma vez mais completamente diferentes
das formas parabólicas “esperadas”. De facto, a distribuição de tensões das colunas são
ambas lineares mas são bastante diferentes sendo ou simétricas (PC6) ou assimétricas
(PC3).
iv- No entanto, também há diferenças que separam o comportamento pós-encurvadura das
colunas com apoios cilíndricos (PC1 a PC7) em relação às colunas com encastramento em
ambas as extremidades (F1 a F10). De facto: (iv1) a forma longitudinal de dm/t agora exibe
uma única semi-onda; (iv2) a diferença de valores entre dm e dM são muito maiores
independentemente do nível de cargas, enquanto nas colunas F a magnitude de dm e dM
são semelhantes até aparecer flexão em torno do eixo de menor inércia.
v- Olhando com maior atenção as formas longitudinais de dm verificamos que existe uma
região central plana que diminui com o aumento da carga. Esta região central plana
corresponde à combinação de uma dominante forma longitudinal de uma semi-onda e uma
menos relevante forma longitudinal de 3 semi-ondas. Na coluna PC6 este patamar é quase
impercetível porque a segunda componente é quase desprezável.
A figura 2.14 representa uma trajetória de equilíbrio elasto-plástico típica de cantoneira curta.
A figura mostra a trajetória P/Pcr vs β para as relações tensão de cedência e tensão critica de 1.3,
2.5 e 5. Alem disso mostra ainda as deformações plásticas no colapso para fy/fcr=2.5. Por sua vez, a
figura 2.15 diz respeito ao comportamento pós-encurvadura elasto-plástico para uma cantoneira
longa. Tal como na figura 2.14, apresenta-se a trajetória P/Pcr vs β para as mesmas relações de
tensões. Mostra-se a distribuição de tensões aquando o colapso, para a relação fy/fcr=2.5.
16
(a) (b)
Fig Fig
ura ura
5. 5.
8- 7-
Rel Rel
açã açã
o o
fu/ fu/
fnf fnf
te te
Figura 2. 14 – (a) Trajetória P/Pcr vs β para as relações fy/fcr=1.3,2.5,5.0 e ∞, (b) mecanismo plástico fy/fcr=2.5.
vs. vs.
𝜆ft 𝜆ft
e
(a) e
(b)
par par
a a
as as
Fig Fig
me me
ura ura
tod tod
5. 5.
olo
olo
10 9-
gia gia
-
s sRel
Rel açã
de de
açã o
pro
pro
o fu/
po po
fu/
Figura 2. 15 – (a) Trajetória fnfda coluna aquando o
sta P/Pcr vs β para as relações fy/fcr=1.3,2.5,5.0 e ∞, (b) deformaçãosta
fnf colapso para fy/fcr=2.5.
s ste
te vs.
por por
vs. 𝜆ft
(a)
(a)
A observação dos resultados
𝜆ft permite retirar as seguintes conclusões:
Din e
Din
e
i- Enquanto as is colunas F3 com fy/fcr=1.3 e 2.5 colapsam quando é a atingida ispar a carga de rutura,
par &a elasto-plástica. A
as colunas com &
a fy/fcr=5.0 mostram uma pequena reserva de resistência Caas
Ca
coluna F3 a as carga última aumenta significativamente com o aumento do fy.
mo mome
ii- A deformada meA mostra que o colapso acontece a ¼ e ¾ do vão
tim tod
tim
tod da cantoneira longa é praticamente insensível à variação
iii- A carga última olo do fy. De facto,
[5]
[5]
olo5.0 a coluna mantem-se elástica até ao colapso, já que o começo
para fy/fcr=2.5, da plastificação
e egia
gia
apenas acontece s
(b) bem dentro do ramo decrescente da trajetória de equilíbrio. (b)
s de
Jus
Jus
de pro
tini tini
pro po
an an
po osta
o 17
sta s
[5](
[5](
s
a) a)por
por (a)
O mesmo tipo de estudo foi realizado para colunas com apoios cilíndricos. A figura 2.16 mostra a
trajetória de equilíbrio P/Pcr vs β da coluna P2 para a, fy/fcr, de 1.3, 2.5, 5.0, bem como a distribuição de
tensões da coluna P2 imediatamente antes do colapso, quando é utilizada a relação fy/fcr= 2.5.
(a) (b)
Fig Fig
ura ura
5. 5.
12 11
- -
Rel Rel
açã açã
o o
fu/ fu/
fnf fnf
Figura 2. 16 – (a) Trajetória P/Pte
cr vs β para as relações fy/fcr=1.3,2.5,5.0 e ∞, (b) mecanismo
te plástico fy/fcr=2.5.
vs. vs.
𝜆ft
Após a análise dos resultados obtidos os autores retiraram as seguintes conclusões: 𝜆ft
e e
i- Não existe nenhuma parreserva de força elasto-plástica ou ductilidade, par após o nível de
cedência ser atingido. a A plastificação começa a meio da aba vertical a da secção transversal
a ¼ e ¾ de vão, e começa as o colapso as
me meda tensão de cedência.
ii- Existe uma variação muito pequena da carga última com a variação
tod tod
Alem disso, não se justifica aumentar a tensão de cedência mais de 5 vezes, já que para
olo olo
fy/fcr=5 o colapso ocorre abruptamente, na trajetória elástica
gia gia
s s
de de
pro
2.5 Nova Proposta de Dimensionamento Baseada no pro MRD
po po
sta sta
s
Tendo analisado os comportamentos de encurvadura e pós encurvadura s das cantoneiras de
abas esbeltas submetidas a por compressão centrada, Dinis & Camotim [4] porpropuseram uma nova
metodologia baseada no Método(a) da Resistência Direta (MRD) para o dimensionamento (a) destes perfis.
Din Din
is
As actuais curvas de dimensionamento do MRD para colunas de aço is enformadas a frio são
definidas por expressões do tipo & Winter. Estas curvas foram calibradas para & uma grande quantidade
Ca
de resultados numéricos e/ou experimentais e fornecem estimativas seguras Ca e precisas da carga
mo
ultima associada ao colapso por deformação local, distorcional, global e com mo interação local-global
tim tim
18 [5] [5]
e e
(b) (b)
Jus Jus
apenas com base na tensão crítica elástica (fcrl, fcrd, fcre) e na tensão de cedência do aço (f y) as
expressões correspondentes a colapsos com interação local-global são obtidas substituindo a tensão
de cedência pela resistência global . Em contexto das colunas com secção em cantoneira, as tensões
nominais, fnl, fne e fnle, são dadas por:
𝑓𝑦 , 𝜆𝑙 < 0.776
𝑓𝑛𝑙 = { 0.4 0.4
𝑓 𝑓 𝑓 (2.1)
𝑓𝑦 ( 𝑓𝑐𝑟𝑙 ) [1 − 0.15 ( 𝑓𝑐𝑟𝑙 ) ] , 𝜆𝑙 > 0.776 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝜆𝑙 = √𝑓 𝑦
𝑦 𝑦 𝑐𝑟𝑙
2
𝑓𝑦 (0.658𝜆𝑐 ) , 𝜆𝑐 < 1.5
𝑓𝑛𝑒 = 0.877 𝑓𝑦 (2.2)
𝑓𝑦 ( ), 𝜆𝑐 > 1.5 𝑤𝑖𝑡ℎ 𝜆𝑐 = √
𝜆𝑐 2 𝑓𝑐𝑟𝑒
{
Uma vez que as deformações locais são semelhantes às deformações por torção nas
cantoneiras, as duas são muitas vezes confundidas neste tipo de colunas. De facto, as expressões
fnle são usadas por vários autores para estimar a carga de colapso por deformação local-global, não
tendo em conta que estas colunas instabilizam por flexão-torção. Além disso, as características do
modo de flexão-torção variam consideravelmente ao longo do patamar horizontal das curvas Pcr vsL.
Dinis & Camotim [4] desenvolveram uma abordagem de dimensionamento com base no
MRD com fundamentação racional do ponto de vista estrutural que corrigisse as falhas conceptuais
referidas no parágrafo anterior.
Como foi mostrado anteriormente a carga última de ambas as colunas F e P, está fortemente
condicionada pela “localização” do comprimento da coluna dentro do patamar Pcr (L). As colunas
mais curtas, localizadas no lado esquerdo do patamar, exibem (i) um comportamento pós-
encurvadura estável, (ii) muito pouca flexão em torno do menor eixo e (iii) participação da flexão em
torno do eixo de maior inércia quase impercetíveis. Inversamente, as colunas mais longas,
localizadas no lado direito do patamar, exibem (i) uma resistência pós encurvadura quase nula, (ii)
flexão em torno do menor eixo considerável e (iii) valores da flexão em torno do eixo de maior inércia
19
visíveis. Assim, pode-se concluir que a carga de colapso da coluna diminui com o aumento do
comprimento devido a uma combinação da diminuição da resistência pós encurvadura e pelos maiores
efeitos de interação entre dois modos de instabilidade globais: flexão-torção e flexão na menor inércia.
Sendo que nas colunas P o efeito da interação é acentuado devido à inexistência dos momentos nos
encastramentos para contraírem o efeito da alteração do centróide efetivo da seção.
Assim, Dinis & Camotim [4] desenvolveram curvas de resistência baseadas no MRD para
colunas P e F que refletissem os comportamentos estudados anteriormente e definidos em Dinis et
al [2, 3]. Para que isto aconteça as curvas exibem as seguintes características:
i- Dado que que as colunas com secção em cantoneira colapsam maioritariamente pela
interação dos modos de deformação de flexão em torno do menor eixo e flexão-torção
(flexão em torno do eixo de maior inercia), as curvas envolvidas devem ser a curva MRD
de resistência global e as curvas de resistência de flexão-torção, que tem de ser
desenvolvidas para substituir a curva de resistência local utilizada no dimensionamento
MRD atual para colapso por interação local-global.
ii- Várias curvas de flexão-torção devem ser desenvolvidas de modo a detetar a redução
progressiva da resistência pós-encurvadura com o aumento do comprimento
iii- O efeito da alteração do centróide efetivo da seção, que influencia fortemente a carga de
colapso das colunas P, deve ser incorporado no dimensionamento através de um
procedimento ou parâmetro, que apenas é utilizado para as colunas P.
Dinis & Camotim [4] propuseram, então, um dimensionamento unificado baseado no MRD
para colunas encastradas e apoiadas que pode ser calculado com base nas seguintes fórmulas:
1
𝛽 × 𝑓𝑛𝑒 , 𝜆𝑓𝑡𝑒 ≤ (0.5 + √0.25 − 𝑏)2𝑎
𝑎 𝑎 (2.4)
𝑓𝑛𝑓𝑡𝑒 = 𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡 𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡 1
𝛽 × 𝑓𝑛𝑒 ( ) [1 − 𝑏 ( ) ], 𝜆𝑓𝑡𝑒 > (0.5 + √0.25 − 𝑏)2𝑎
{ 𝑓𝑛𝑒 𝑓𝑛𝑒
𝑓
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜆𝑓𝑡𝑒 = √𝑓 𝑛𝑒
𝑐𝑟𝑓𝑡
20 (2.6)
0.014𝛥𝑓 + 0.150, 𝛥𝑓 ≤ 7.0
𝑏={
0.248, 𝛥𝑓 > 7.0
1, 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎𝑠 𝐹
0.68 (2.7)
𝛽={ , 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎𝑠 𝑃
𝑑
(𝜆𝑓𝑡𝑒 − 𝑐)
onde
𝑓𝑏𝑡 − 𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡
𝛥𝑓 =
𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡
𝑡2 𝐸𝑡 2
𝑓𝑏𝑡 = 𝐺 2 + 𝜋 2
𝑏 𝐿
12( )2
𝑜𝑛𝑑𝑒: 2
4 2
𝑓𝑐𝑟𝑡 = (𝑓𝑏𝑡 + 𝑓𝑏𝑓 − √(𝑓𝑏𝑡 + 𝑓𝑏𝑓 ) − 2.5𝑓𝑏𝑡 𝑓𝑏𝑓 )
5
𝐸𝑏 2
𝑓𝑏𝑓 = 𝜋 2 𝐿
6(2)2
21
se que o autor avaliou também a metodologia de dimensionamento proposta por Dinis & Camotim
[4] para colunas com secção em cantoneira compacta (b/t <25), mas sem ter em conta o efeito das
tensões residuais.
Análise Elástica
O autor começou-se por analisar colunas com perfis com b/t reduzido e compará-las com
colunas com perfis com b/t elevados (figura 2.17) para condições de apoio encastradas.
(a) (b)
Fig Fig
ura ura
5. 5.
14 13
- -
Rel
(c) Rel
(d)
açã açã
o o
fu/ fu/
Fig Fig
fnf fnf
ura ura
te te
5. 5.
vs. vs.
16 15
𝜆ft 𝜆ft
- -
e e
Rel
Figura 2. 17 – Curva Fcr,ft vs Rel (b) 50x50x1, (c) 30x30x1,
L para colunas com condições de apoio encastradas (a) 70x70x1,
par par
açã (d) 15x15x1. açã
a a
o o
as as
fu/ fu/
me
Justiniano [5] verificou que, com a alteração da relação b/t existiriam me grandes alterações no
fnf fnf
patamar correspondente tod tod
te a instabilidade por flexão-torção, nomeadamente te na redução abrupta do
olo olo
comprimento de transição, vs. (comprimento onde se dá a mudança de flexão-torção vs. para flexão em
gia gia
torno do eixo de menor 𝜆ftinercia), Lt. O autor verificou que este comprimento𝜆ft depende dos valores de
s s
b e t, podendo ser determinadoe a partir da seguinte expressão: e
de de
par par
pro pro
a a
po po
as 2 as
sta √2.1362 x b (3b−4t) sta
me Lt.F = me (2.10)
2t
s s
tod tod
por por
olo olo
(a) (a)
gia gia
Din Din
s s
22 is is
de de
& &
pro pro
Ca Ca
po po
mo mo
Depois da análise dos resultados obtidos por esta expressão o autor verificou que a
alteração da espessura, t, e do comprimento, b, da secção transversal tem efeitos diferentes na
evolução do comprimento de transição. A figura 2.18 mostra a evolução do comprimento de transição
com a mudança, respectivamente, do t e do b.
(a) (b)
Fig Fig
ura ura
5. 5.
18 17
- -
Rel Rel
açã açã
o o
Figura 2. 18 – Evolução
fu/ do comprimento de transição com a mudança para (a) t constante, (b) b constante.
fu/
fnf fnf
Justiniano [5]te concluiu que (i) a variação da espessura temteuma relação não linear com o
vs.
comprimento de transição, enquanto (ii) a variação do comprimentovs. da aba tem uma relação linear
𝜆ft 𝜆ft
com o Lt. Notou, no entanto, que o comprimento de transição não depende unicamente da relação
e e
b/t, uma vez que para perfis com relação iguais (ex: 140/2 e 70/1) se obtêm comprimentos de
par par
transição diferentes.
a a
as as
Do mesmo modo, obteve uma expressão que relaciona o comprimento e a espessura da aba,
me me
b e t, com o comprimento de transição para colunas com apoios cilíndrico.
tod tod
olo olo
gia gia
2
s b x √4,3793 x b − 34.18 x st 2
2
Lt.PC = (2.11)
de 2t de
pro pro
po po
Com recurso sta às expressões [2.10] e [2.11] o autor concluiu questa a relação dos comprimentos
de transição entres colunas com condições de apoio cilíndrico e encastrado, s (Lt.PC/Lt.F) não se altera
independentemente porda relação b/t da secção transversal. por
(a) (a)
Din Din
is is
& &
Ca Ca
mo mo
tim tim 23
[5] [5]
e e
(b) (b)
Dimensionamento de cantoneiras compactas de acordo com a nova metodologia
Justiniano investigou a aplicabilidade das curvas de dimensionamento propostas por Dinis &
Camotim [4] para o dimensionamento de colunas com cantoneiras compactas.
O autor realizou então ensaios numéricos cobrindo uma vasta gama de secções e de
esbelteza normalizada (λft=(fy/fcr.ft)0.5). Na figura 2.19 apresenta-se a evolução da relação f u/fnfte em
função da esbelteza flexo-torsional. A figura apresenta também a comparação dos resultados obtidos com
os resultados esperados pelo método de dimensionamento proposto por Dinis & Camotim [4].
Após a calibração das curvas flexo-torsionais compararam-se os novos valores fu/fnfte obtidos
empiricamente por Justiniano [5], com os ensaios numéricos realizados. Na figura 2.20 mostra a
comparação entre os dois resultados, sendo evidente a melhoria obtida relativamente aos resultados
da figura 2.20.
24
Figura 2. 20 – Evolução da relação fu/fnfte em função da esbelteza flexo-torsional.
Shi et al [19]
Shi et al [19] estudaram o efeito das tensões residuais na carga última de colunas com secção
em cantoneira e apoios esféricos. Este estudo foi efectuado com recurso a um programa
computacional de elementos finitos. Utilizou-se a distribuição de 3 pontos, usada atualmente no
Eurocódigo, que se encontra representada na figura 2.21, sendo que os valores negativos (“-“)
25
corresponde a tensões de compressão e os valores positivos (“+”) a tensões de tração. O valor β é
um coeficiente que relaciona a tensão de cedência do aço com a tensão residual máxima.
Da análise dos resultados Shi et al [19] concluíram que a variação das tensões residuais na
secção tem pouca influência na carga última das mesmas.
Shi et al [20]
Dado que a proposta apresentada pelos códigos europeu, chines e americano para a
distribuição de tensões residuais tem por base ensaios experimentais realizados antes da existência
de aços de alta resistência, bem como da atual tecnologia metalúrgica moderna, Shi et al [20]
investigaram a distribuição de tensões residuais em cantoneiras laminadas a quente com seções de
26
grandes dimensões. Shi et al [20] ensaiaram experimentalmente 5 secções 125x8, 140x10, 160x10,
180x12 e 200x14, tendo sido realizados 3 ensaios para cada secção. A figura 2.23 mostra a
distribuição e magnitude das tensões residuais medida pelos autores. As medições foram obtidas de
ambas as superfícies das abas das cantoneiras, sendo apresentada na figura a média dos valores
obtidos. No canto da secção só a face exterior foi medida devido a problemas de medição. Os valores
positivos significam tração e os negativos compressão.
Dos resultados obtidos os autores concluíram que as tensões residuais nos cantos são
compressões e que nas regiões intermédias são tração, o que é análogo com os modelos de
distribuição atualmente usados (figura 2.23). As tensões no canto interior são maioritariamente de
tração. No entanto os valores obtidos não são fiáveis porque os valores foram apenas retirados da
superfície exterior. Para além disso as tensões medidas nos cantos exteriores foram ligeiramente
inferiores às das regiões intermédias.
Shi et al [19] apresentaram uma proposta para os coeficientes β1e β2, pois os resultados
obtidos experimentalmente foram mais consistentes. Para o β3 decidiram adotar um valor igual ao
β1, tal como é feito no código europeu, americano e chines.
27
A figura seguinte mostra os resultados obtidos experimentalmente e a reta formada a partir
dos mesmos. A figura mostra também os valores definidos pelos códigos em vigor.
Comparando os valores obtidos com os valores definidos pelo código europeu, americano e
chines, os autores verificaram que os valores definidos experimentalmente são significativamente
menores. Com base nos resultados obtidos foi apresentada as seguintes fórmulas de cálculo do β1
e β2 sendo que ambas são relativamente conservativas para os resultados obtidos.
𝑏
0.04 − 0.5, 11 ≤ 𝑏/𝑡 ≤ 13.25
𝛽1 = { 𝑡 (2.14)
𝑏
−0.02, > 13.25
𝑡
𝑏
−0.03 𝑡 − 0.55, 11 ≤ 𝑏/𝑡 ≤ 14
𝛽2 = { 𝑏 (2.15)
0.06, 𝑡
> 14
Može et al [21]
Može et al [21] realizaram também um programa experimental para medir a magnitude das
tensões residuais e a respetiva distribuição em cantoneiras com geometrias grandes. Foram
realizados ensaios com perfis com várias secções, tendo sido medidas as tensões residuais nas
28
faces exterior e interior das cantoneiras. A figura seguinte mostra os resultados obtidos de dois dos perfis,
onde a linha a azul representa as tensões na face exterior e a vermelha a tensões na face interior.
Figura 2. 25 – Tensões residuais medidas em ambas as faces da cantoneira para dois perfis diferentes.
Os resultados obtidos da face interior e exteriores bem como a média têm uma grande
dispersão de valores, no entanto, com a exceção de alguns casos pontuais a média de valores não
ultrapassa 0.2fy.
Com base nos resultados obtidos Može et al [21] estudaram dois modelos de distribuições
de tensões residuais: o modelo de 3 pontos (proposto atualmenteº- no Eurocódigo) e o modelo de 4
pontos, o qual foi definido com base nos resultados obtidos na investigação (em alguns casos o
padrão é mais pronunciado que em outros). A figura 2.26 mostra a média das tensões exteriores e
interiores obtidas em todos os perfis em análise. Por sua vez, a figura 2.27 mostra as distribuições
de tensões de 3 e 4 pontos.
Neste trabalho os autores chamam a atenção para o facto de o modelo de 3 pontos ser mais
severo para a flexão em torno do eixo de menor inercia do que o modelo de 4 pontos. A distribuição
simétrica e preenche a requisição de ser autoequilibrada. Para tal requerimento ser cumprido na
distribuição de 4 pontos tiveram de ser feitos alguns ajustes.
29
Figura 2. 27 – Modelo de 3 e 4 pontos de distribuição de tensões residuais.
Com base nos resultados experimentais obtidos, Može et al [21] realizaram também análises
numéricas, com o objectivo de identificar as diferenças resultantes da consideração nas análises de
distribuições de tensões residuais com 3 ou 4 pontos. A tensão residual de pico considerada foi
sempre de 70 MPa.
Figura 2. 28 – Comparação dos resultados obtidos analiticamente para distribuição de 3 e 4 pontos com as curvas de
dimensionamento propostas pelo Eurocódigo.
Da análise de resultados verifica-se que não existe grande diferença entre os dois modelos,
sendo que em comparação com os dados experimentais existentes parece que tanto a distribuição de 3
como a de 4 pontos são conservativas, sendo que a primeira é a mais conservativa.
30
3. Comportamento de Estabilidade
3.1 Introdução
31
Se o número de comprimentos selecionados for suficientemente variado, é possível obter
uma curva que descreve a evolução da relação Pcr vs L de forma detalhada. Associados a estes
resultados o programa apresenta também um diagrama de participações modal, o qual fornece a
natureza do modo instabilidade para as colunas com os comprimentos selecionados. Além disso, o
programa permite também visualizar a deformada a nível da secção transversal e do elemento. Por
último, os resultados obtidos durante a análise podem ser gravados num ficheiro de texto, permitindo
assim a sua utilização com recurso ao programa Excel.
A facilidade de introdução de dados e rapidez de análise dos mesmos no programa GBT UL,
permitiu realizar uma análise exaustiva de secções transversais que se encontravam no intervalo b/t
definido (b/t entre 7.5 e 20).
Contudo, antes de apresentar os resultados obtidos, convém começar por ilustrar o tipo de
resultados obtidos para cantoneiras encastradas de abas iguais. Assim, a figura 3.1 representa o
andamento “normal” da curva Pcr vs L destes tipo de cantoneiras, na qual se observa que a coluna
inicialmente instabiliza por flexão-torção (modos 2+4), exibindo a curva um patamar para colunas de
comprimentos intermédios. Para comprimentos superiores a LT (comprimento de transição), a
instabilidade da coluna ocorre por flexão em torno do eixo de menor inércia (modo 3).
2+4
As cantoneiras selecionadas exibem abas com os mesmos comprimentos das consideradas nos
estudos realizados por Dinis et al. [2-4], i.e., 50, 70 e 90 mm. A figura seguinte mostra as curvas σ cr
vs L das secções em cantoneira com os comprimentos de aba (i) 50 (b/t= 20, 16.67, 14.3, 12.5, 11.1,
32
10, 9.1, 8.33 e 7.5), (ii) 70 (b/t= 25, 20, 17.5, 15.5, 14, 12.7, 11.7, 10, 8.75, 7.5) e (iii) 90 (b/t= 25, 18,
15, 12.9, 11.25, 10, 9, 8.8 e 7.5).
3000
L50x2.5
L50x3.0
2000 L50x3.5
σ (MPa)
L50x4.0
(a)
L50x4.5
1000 L50x5.0
L50x5.5
L50x6.0
0
10 100 1000 L50x6.67
L (cm)
3000
L70x2.8
L70x3.5
L70x4.0
2000
L70x4.5
σ (MPa)
(b) L70x5.0
1000 L70x5.5
L70x6.0
L70x7.0
0 L70x8.0
10 100 1000 L70x9.333
L (cm)
3000
L90x3.6
L90x5.0
2000 L90x6.0
σ (MPa)
(c) L90x7.0
1000 L90x8.0
L90x9.0
L90x10.0
0
10 100 1000 L90x11.0
L (cm)
Figura 3. 2 – Curva σcr vs L com comprimento de aba constante (a) 50, (b) 70, (c) 90mm.
33
Numa primeira análise dos resultados obtidos conclui-se que:
i - A tensão critica, σcr, e por consequência a carga critica, Pcr, decresce com o aumento do
comprimento das colunas.
ii - Quanto menor a relação b/t, (i1) menor e menos horizontal é o patamar correspondente
a instabilidade por flexão-torção (modos 2+4), (i2) maior é a tensão de transição para a
instabilidade por flexão na menor inércia, (i3) maior peso tem o modo 2 e por
consequência menor influencia tem o modo 4.
iii - As características descritas anteriormente devem-se ao facto de a variação da
espessura ter um impacto reduzido na variação da menor inercia por comparação com
o aumento da constante de empenamento secundário. De facto, pode-se verificar que
as curvas correspondentes a instabilidade por flexão em torno do eixo de menor inercia
são praticamente coincidentes, independentemente da espessura. Por outro lado, verifica-
se um salto no patamar análogo à instabilidade por flexão-torção.
iv - A tensão crítica de instabilidade por flexão-torção pode ser calculada analiticamente,
através das fórmulas definidas por Dinis et al [2] para colunas com condições de apoio
encastradas e apoiadas (Anexo 3.1).
4 2
𝑓𝑐𝑟𝑡 = (𝑓𝑏𝑡 + 𝑓𝑏𝑓 − √(𝑓𝑏𝑡 + 𝑓𝑏𝑓 ) − 2.5𝑓𝑏𝑡 𝑓𝑏𝑓 )
5
𝐸𝑏 2
𝑓𝑏𝑓 = 𝜋 2
𝐿 2 (3.1)
6( )
2
𝑡 2 𝐸𝑡 2
𝑓𝑏𝑡 = 𝐺 2 + 𝜋 2 𝐿
𝑏 12( )2
2
34
1200
1000
800
L90x4.5
σ (MPa)
600 L80x4.5
L70x4.5
400
L60x4.5
200 L50x4.5
0
10 100 1000
L (cm)
Da observação dos resultados obtidos, conclui-se que, quanto maior é a dimensão da aba,
35
2000 2000
1500 1500
L50x2.0
σ (MPa)
σ (MPa)
0 Fig 0
Fig
10 ura
100 1000 10 ura
100 1000
L (cm) L (cm)
5. 5.
2000 20 2000
19
- -
1500 Rel 1500 Rel 50*4
L50x3.33 (d)
σ (MPa)
σ (MPa)
1000
açã açã 70*5.6
(c) L70x4.67 1000
o o 90*7.15
500 fu/ L90x6 fu/
500
Fig
fnf fnf
0 Fig 0 ura
10 te100 1000 te
ura 10 100
5. 1000
Lvs.
(cm) Lvs.
(cm)
5.𝜆ft 21
2000 𝜆ft
22e -
e
- par 1500 Rel
par
Rel L50x6.67 açã
a a
σ (MPa)
1000 L70x9.33o
açãas (e) as
ome 500 L90x12.0 fu/
me
fu/ fnf
tod tod
fnf 0 te
olo 10 Fig 100 1000
olo
tegia L (cm) vs.
ura gia
vs. 𝜆ft
Figura 3. 4s– Curva σcr vs L para cantoneiras
5. s 15, (d) 10, (e) 7.5.
com relação b/t (a) 25, (b) 20, (c)
𝜆ft e
de 23 de
epro par
- pro
Da análise destes par resultados pode concluiu-se que: a
po Rel po
a sta as
açã da secção, a curva correspondente sta
i - Com oasaumentar das dimensões me à instabilidade
s o s
flexãome no eixo de menor inércia desloca-se para a direita. tod
por fu/ por
tod
ii - Para relações olo
de b/t iguais, a transição da instabilidade por flexão-torção para flexão na
(a) fnf (a)
menorolo inércia gia
Din dá-se para valores te
de tensão semelhantes. Din
iii - Comogia foi concluído nas análises anteriores, o aumento da s
espessura da secção, t,
is vs. is
s & a resistência à flexão-torção. de
aumenta 𝜆ft &
deCa pro
iv - Por outro lado, verifica-se que e o aumento do comprimento das Ca abas, b, provoca uma
pro po
reduçãomo par
da resistência à flexão-torção. De facto, verifica-se quemo no caso de se aumentar
po sta
tim a tim
sta s
[5] as [5]
se por
me e
36 por (a)
(b) tod (b)
(a) Din
Jus olo Jus
Din is
tini gia tini
is &
as dimensões da secção mantendo a relação b/t, a resistência à flexão-torção aumenta
ligeiramente.
v - Observa-se também que se se aumentar as dimensões da secção proporcionalmente,
o efeito do aumento da constante de empenamento secundário devido ao incremento
da espessura combinado com o aumento da inercia maior devido a variação de
comprimento da aba, se sobrepõem à diminuição de resistência à flexão-torção
provocado pela redução da constante de empenamento secundário devido ao aumento
da aba.
vi - Com o aumento do comprimento e da espessura, para b/t iguais, o patamar torna-se
mais longo e horizontal
vii - O comprimento do patamar de flexão-torção decresce visivelmente com o b/t, sendo que
para b/t<10 o plateau é praticamente inexistente.
𝐸
fcr, LT = (3.2)
𝐾
𝐾𝜋 2
𝑓𝑏𝑓 = 𝑏√ (3.3)
6
𝑏 2
𝑜𝑛𝑑𝑒: 𝐾 = (1 + 𝜈)[2.25 ( 𝑡 ) − 4.0]
37
i - Utilização de comprimentos de aba semelhantes aos estudados por Dinis et al [2];
ii - Um perfil em cada limite do intervalo da relação b/t em estudo e três com uma relação
b/t intermédia;
iii - Três perfis com relação b/t igual, mas com geometrias diferentes.
Secção Area IM Im I0
b/t
Transversal (mm2) (mm4) (mm4) (mm6)
50x50x3,33 15,0 333 138919 33457 256431
70x70x2,8 25,0 392 320274 80174 418308
70x70x3,5 20 490 400442 100317 817007
70x70x4,67 15,0 653,8 534590 134137 1940762
70x70x7,0 10 980 802532 202282 6536056
70x70x9,33 7,5 1306,2 1071936 271889 15476279
90x90x6 15,0 1080 1459780 366280 8748000
38
(a) (b)
1 1
6 6
pi 0,5 3 0,5 4
4 3
2 2
0 0
10 100 1000 10 100 1000
(c) (d)
1 1
6 6 5
4 0,5
pi
0,5 3 4 3
2 2
0 0
10 100 1000 10 100 1000
(e)
1
6 5
0,5 4 3
pi
2
0
10 100 1000
Figura 3. 5 – Diagrama de participação modal associada a cantoneiras com b/t= (a) 25, (b) 20, (c) 15, (d) 10, (e) 7.5.
(a) (b)
1 1
6 6
0,5 0,5
pi
4 3 4 3
2 2
0 0
10 100 1000 10 100 1000
(c)
1
6
0,5
pi
4 3
2
0
10 100 1000
39
12
10 L70x2.80
% do modo 2
8 L70x3.50
(a)
6
L70x4.67
4
2 L70x7.00
0 L70x9.33
0 0,5 1
x/Li
12
10
8 L50x3.33
% do modo 2
6
(b) L70x4.67
4
L90x6.00
2
0
0 0,5 1
x/Li
Figura 3. 7 – Evolução do modo 2 ao longo do patamar flexão –torção para perfis com (a) b/t variavel, (b) b/t
constante.
Tabela 2 – Participação do modo 2 no modo de instabilidade 2+4 para colunas com comprimento LT
Secção
%max Lt
Transversal
50x50x3,33 10,4 163
70x70x2,8 10,5 383
70x70x3,5 10,5 321
70x70x4,67 10,4 228
70x70x7,0 10,4 151
70x70x9,33 10,3 112
90x90x6 10,5 294
i - A instabilidade das colunas envolve apenas quatro modos de deformação (2,3,4,6), com
o modo 4 a ter uma participação altamente dominante no modo de instabilidade crítica,
expeto para colunas longas.
40
ii - O modo de instabilidade muda abruptamente de flexão-torção (2+4), para flexão na
menor inércia (3), dependendo o comprimento de transição, Lt, da geometria da secção
(b e t).
iii - A evolução do modo de flexão na maior inércia ao longo do patamar, correspondente a
instabilidade por flexão-torção, não se altera com a variação da espessura ou do
comprimento da secção. De facto, como se pode ver pelas figuras 3.5, 3.6 e 3.7 a
influência da flexão na maior inércia (modo 2) é inicialmente muito reduzida, sendo que
aumenta visivelmente com a variação do comprimento.
iv - A influência máxima, que ocorre imediatamente antes da mudança do modo crítico de
2+4 para 3, do modo 2 não se altera com a variação da espessura ou do comprimento
da aba. De facto, como se pode verificar pelos resultados indicados na tabela 2, a
percentagem máxima de influência do modo 2 aquando a instabilidade acontece por
flexão-torção, não se altera independentemente da geometria da secção.
v - Finalmente, nota-se uma pequena contribuição do modo local simétrico 5 no modo de
instabilidade de flexão na menor inércia para colunas com relação b/t <10. Esta
participação tem um valor máximo aquando o comprimento de transição, L t, e tende a
decrescer com o aumentar do comprimento da coluna. A influência do modo 5 é maior
para secções mais compactas.
800
600
400
P (kN)
Pcr
Pcrt
200
0
10 100 1000
L (cm)
Figura 3. 8 – Comparação da evolução Pcr com Pcrt para a secção 70x70x4.5.
41
Tabela 3 – valores f.GBTUL e f.a.
Da analise dos valores indicados na tabela pode concluir-se que, tal como esperado, a
mudança da geometria da secção não provoca qualquer alteração nos valores de f. Salienta-se
ainda que a relação f não é igual pois o ponto em que a relação é feita não corresponde ao
comprimento exato de transição do modo 2+4 para o modo 3.
As geometrias das colunas em cantoneira laminadas a quente que vão ser utilizadas nos
próximos capítulos para ilustrar os comportamentos de pós-encurvadura e de resistência última de
cantoneiras de abas compactas foram retiradas do catálogo da empresa ArcelorMittlal [19] e tiveram
como principais critérios de escolha que:
A figura 3.9 mostra a relação entre f cr.LT vs b/t para todo o conjunto de secção transversais
existentes em [22].
42
2500
2000
fcr.LT 1500
1000
700
500
0
5,0 10,0 15,0 20,0
b/t
Da análise da figura é possível concluir que apenas 79 das 177 geometrias existentes,
satisfazem as condições estabelecidas. Estas colunas encontram na zona a sombreado e tem uma
relação de b/t entre 10 e 20.
As três famílias de colunas analisadas nos próximos capítulos foram selecionadas das 79
colunas mencionadas anteriormente, sendo que as suas características geométricas (b, t, L=LT) e
os correspondentes valores de tensão critica se encontram nas tabelas 4 e 5. Para além destes
perfis, selecionaram-se ainda um segundo conjunto de perfis, os quais exibem dimensões comuns
nos dias de hoje devido a modernização metalúrgica (com dimensões maiores). Estes perfis foram
retirados dos modelos comerciais produzidos pela empresa Steel Plate & Sections [23] e as suas
dimensões encontram-se na tabela 5. Finalmente, refira-se que, para avaliar a relevância da
interação entre a instabilidade por flexão-torção e a flexão no menor eixo no comportamento de pós-
encurvadura de cantoneiras laminadas a quentes, consideraram-se colunas com 4 comprimentos
normalizados para cada secção selecionada, L/LT=0.25, 0.5, 0.75, 1.
43
Tabela 4 – Propriedades das colunas em estudo (dimensões em mm, tensões em MPa).
44
4. Comportamento de Pós-Encurvadura
4.1 Introdução
45
esbelteza, a modelação foi realizada com recurso a elementos de casca de quatro nós, designados
no ABAQUS por elementos S4.
A aplicação do carregamento de compressão foi feita através de uma “carga de faca” (FL-1)
aplicada nos elementos de extremidade e com valor igual à espessura da secção, o que equivale a
gerar no perfil um estado de tensão de valor unitário.
Importa referir que a modelação da coluna foi realizada, não recorrendo ao interface gráfico
do programa, mas antes através de ficheiros de texto que serviram como “input” (ficheiros INP) dos dados
das colunas em estudo. Assim, através da escrita de linhas de código foi possível definir nós da
secção, tipos de elementos, propriedades do material, condições de apoio, etc (figura 4.1).
Quanto ao número de elementos finitos usados, todas as secções foram modeladas com 12
elementos, o que corresponde a 13 nós por secção.
46
análise linear de estabilidade inicial, a qual gerou um ficheiro (ficheiros FIL) com essa informação
para utilização posterior em análises de pós-encurvadura. As configurações das imperfeições vêm
normalizadas, i.e., têm valor máximo de deslocamentos igual a 1 e são posteriormente ajustadas à
amplitude requisitada pelo utilizador (10% da espessura).
Análises Realizadas
47
geométrica das colunas. Para além disso, esta primeira fase permite a validação do
modelo criado por comparação com os resultados obtidos no GBTUL
ii - Análises não-lineares que são o centro do estudo do presente capítulo.
A figura 4.3 mostra as trajetórias de equilíbrio P/Pcr vs β de quatro colunas com a mesma
seção (b=70mm, t=4.67mm) e comprimentos L/LT=0.25; 0.5; 0.75 ;1, tendo LT o valor 2280 mm.
1,2 L/LT=0.5
L/LT=0.25
1 L/LT=0.75
P/Pcr L/LT=1
0,8
0,6
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
β (rad)
Figura 4. 3 – Trajetória de equilibrio P/Pcr vs β da coluna 70x4.67 para L/LT=0.25, 0.5, 0.75, 1.
48
Da analise desta figura pode conclui-se que:
Posteriormente, procedeu-se à comparação de colunas com b/t diferentes mas com relações
L/LT iguais (figura 4.4). As colunas analisadas apresentam a mesma dimensão da aba (70mm) e
espessuras t= 3.5, 4.5 e 5.6mm. Além disso, averiguou-se também a deformada da secção
transversal a ¼ e ½ vão (figura 4.5), bem como a distribuição de tensões longitudinais na secção a
meio vão (figura 4.6). Da análise destes resultados é possível retirar as seguintes conclusões:
(a) (b)
1,2 1,2
1 Fig 1 Fig
P/Pcr ura P/Pcr ura
0,8 5. 0,8 5.
25 24
0,6 - -
0,6
0,0 Rel 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,0 Rel
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
açã β (rad) açã β (rad)
1,2 (c)
o 1,2 (d)o
fu/ fu/
fnf fnf
1 1
te
Fig Figte
P/Pcr vs. P/Pcr vs.
ura ura
0,8 5.𝜆ft 0,8 5.𝜆ft
e
27 26e
0,6 -par - par
a 0,6 a
0,0 Rel0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 Rel
β (rad) 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
as
açã açãas β (rad)
ome me
Figura 4. 4 – Trajectória de equilibrio pós encurvadurda da colunas com osecção (a) 70x70x3.5, (b) 70x70x4.5, (c) 70x70x5.6.
tod
fu/ fu/tod
49
olo
fnf fnfolo
gia
te tegia
s
vs. vs.s
de de
½ Vão
1,2
1 2 3
1
P/Pcr
0,8 ¼ Vão
0,6 1 3
2
0 0,1 0,2 0,3 0,4
β (rad)
Figura 4. 5 – Evolução da deformada da secção transversal a ¼ e ½ de vao da coluna com secçaõ 70x70x4.5.
2
1,2
0
1
P/Pcr
0.9
σ/σcr
(a) 0,5 1 1
0,8 1.0
1.25
0,6
Fig
0 0,1 0,2 0,3 0,4
ura 0
β (rad)
5. 0 0,5 1
28
-
Rel
1,2 2
açã
o
fu/ 1 0
P/Pcr
(b)
fnf 0.9
σ/σcr
0,5 1 1
te 0,8 1.0
vs. 1.03
𝜆ft
Fig 0,6
e
ura 0 0,1 0,2 0,3 0,4
0
par
5. β (rad)
0 0,5 1
a
29
-as 4. 6 – Evolução das tensões na secção ½ vão nas colunas com secção 70x4.67 com comprimento (a) L/LT=0.25, (b) 0.75.
Figura
me
Rel
tod
açã
oolo
50
gia
fu/
s
fnf
de
te
pro
vs.
i - As colunas com valores de b/t e L/LT semelhantes exibem trajetórias de equilíbrio de pós
encurvadura praticamente coincidentes. Para além disso, vale a pena notar que o
comportamento de pós encurvadura é semelhantes ao observado para cantoneiras
enformadas a frio (b/t>20).
ii - No entanto, são observadas diferenças no comportamento de pós encurvadura quando
a relação b/t diminui nomeadamente (ii1) as trajetórias de equilíbrio tornam-se mais
flexíveis e (ii2) os pontos limite ocorre para valores de P/Pcr maiores. (anexo 4.1).
iii - Analisou-se também a evolução das tensões longitudinais na secção a meio vão ao
longo da trajetória pós encurvadura. De facto, verifica-se que até P/Pcr=0.9 as tensões
mantém-se relativamente uniformes ao longo de toda a secção. Com o aumento da
carga as tensões passam a ter uma distribuição não uniforme, passando a apresentar
uma variação linear ao longo da secção.
iv - Contudo, esta evolução é diferente no caso de a trajetória pós encurvadura ser estável
(L/LT=0.25; 0.5) ou instável (L/LT=0.75;1). Assim, no primeiro caso, verifica-se que que
a distribuição de tensões é praticamente simétrica, o que significa que existe flexão em
torno do eixo de maior inércia. No segundo caso, onde as colunas têm uma trajetória
pós encurvadura instável, é possível observar que a distribuição de tensões é
assimétrica. Este facto comprova que para este tipo de colunas a flexão em torno do eixo
de menor inércia, pelo que se assume que a mudança de comportamento pós encurvadura
se deve à crescente influência da flexão em torno do eixo de menor inércia.
De modo a analisar com maior detalhe a influência dos deslocamentos de canto provocados
pela flexão em torno do eixo de maior e menor inércia, analisou-se então a trajetória pós-encurvadura
de P/Pcr vs dM/t e P/Pcr vs dm/t (figura 4.7), sendo que dM e dm são os deslocamentos no eixo de
menor inércia e no eixo de maior inércia respetivamente, e a os perfis longitudinais dos
deslocamentos dM/t e dm/t para várias cargas.
51
1,4
1,2 L/LT=0.25
P/Pcr
L/LT=0.75
0,8
0,6
0,4
0,0 0,6 dM/t 1,2 1,8
1,4
L/LT=0.25
1,2
1
P/Pcr
L/LT=0.75
0,8
0,6
0,4
0,0 0,6 dm/t 1,2 1,8
1.25 1.25
(a) (b)
1.1 1.1
0,04 0,05
1.0 1.0
0,02 0,025
Fig 0.9 Fig 0.9
0 ura 0 ura
0 5.0,5 1 0 5.0,5 1
31 30
- -
Rel Rel
0,4 açã 1,5 açã
1.02 o 1.02
o 1
0,2 fu/ 1.0 fu/ 1.0
0,5
fnf fnf
0.9 0.9
0 0 te
te
0 0,5 1 0 0,5 1
vs. vs.
Figura 4. 9 – Perfis longitudinais dM/t e dm/t da cantoneira 70x4.67 para comprimentos (a) L/LT=0.25, (b) L/LT=0.75.
𝜆ft 𝜆ft
52 e e
par par
a a
as as
Da observação destas figuras podem retirar-se as seguintes conclusões:
i- Os deslocamentos segundo eixo de menor inercia, dM, crescem com o aumento da carga
aplicada. Estes resultados eram os esperados já que o modo de instabilidade da coluna
é flexo-torsional e estes deslocamentos são provocados pela flexão em torno do eixo de
maior inércia.
ii - As colunas com comprimentos curtos, L/LT=0.25; 0.5, têm uma evolução dos
deslocamentos dM monótona e tem valores muito reduzidos. No entanto, isto não
acontece para colunas longas (L/LT=0.75; 1). No caso das colunas longas os
deslocamentos crescem regularmente até que atingem a carga máxima, após a qual
acontece uma inversão repentina do deslocamento d M.
iii - As colunas curtas, L/LT=0.25; 0.5, os valores dm mantem-se quase inexistentes. Isto deve-
se ao facto de a flexão em torno do eixo de menor inercia ser quase desprezável. O perfil
longitudinal dm/t destas colunas tem uma configuração de 3 semi-ondas. Verifica-se ainda
que os valores máximos de dm dão-se a ¼ e ¾ do vão do elemento.
iv - Para colunas com comprimentos localizados no final do patamar flexo-torsional
(L/LT=0.75), os deslocamentos dm são consideravelmente maiores, sendo que o seu
crescimento cresce muito após ser atingida a carga máxima. Este aumento dos
deslocamentos dm coincide com a inversão de deslocamentos dM referidos no ponto (ii).
v- O crescimento acentuado dos deslocamentos dm coincide igualmente com a alteração do
perfil longitudinal dm/t, o qual passa de 3 semi-ondas para uma única meia onda.
vi - A razão mecânica por detrás do aparecimento e desenvolvimento dos deslocamentos no
eixo de menor inercia, dm, é dada por Stowell [18]. Estes deslocamentos são provenientes
das tensões longitudinais não lineares existentes na linha média da secção devido à
variação de rotação torsional. Nas colunas curtas estes deslocamentos são responsáveis
pelos deslocamentos no eixo de menor inércia.
vii - Nas colunas mais longas (L/LT=0.75 e 1.0), o impacto mencionado no ponto anterior é
ofuscada pela ocorrência de uma interação relativamente forte com a encurvadura em
torno do menor eixo de menor inercia. Esta interação é devida ao facto da carga que
causa instabilidade por flexão-torção e a carga que causa a instabilidade flexão em torno
do eixo mais fraco serem semelhantes. Isto sucede porque a resistência axial reduz-se
devido comportamento pós-encurvadura de flexão-torção. Para confirmar esta justificação
pode-se verificar na figura 4.9, que os deslocamentos dm rapidamente mudam de uma forma
de 3 semi-ondas para uma semi-onda após se atingir a carga critica.
viii - A ocorrência de deslocamentos no eixo de maior e menor inércia, juntamente com os
subsequentes momentos provocados pelas condições de fronteira, explicam
praticamente a distribuição linear de tensões longitudinais. Além disso, a pequena
(L/LT=0.25) ou grande (L/LT=1.0) assimetria da distribuição de tensões reflete a pequena
53
quantidade de flexão em torno do eixo de maior inercia e a combinação significante de
momento em torno do maior e menor eixo respetivamente. Estas últimas são num caso
(L/LT=0.75) seguidas de inversão da rotação torsional e noutro não (L/LT=1).
ix - Pode-se então afirmar que dois comprimentos de pós encurvadura diferentes podem ser
observados: uma para colunas curtas (L/LT =0.25;0.5) que implica deslocamentos
pequenos do canto e uma clara resistência pós encurvadura, e uma para colunas longas
(L/LT=0.75;1) associada a deslocamentos de canto relevantes e com resistências limites bem
definidas.
54
A figura 4.11 mostra a trajetória de pós encurvadura P/Pcr vs β de colunas com (i) três valores
de b/t (10, 15 e 20), (ii) comprimentos com L/LT=0.5 e (iii) com as relação de fy/σcr iguais a 1.0, 1.8 e
2.5. Por sua vez, na figura 4.12 mostra-se a evolução das deformações plásticas para a coluna
70x4.67 com fy/fcr=1.8.
1,6
1,4
10
1,2 b/t 15
20 I
P/Pcr
1
II
III
0,8
0,6
0,4
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
β (rad)
fy /fcr =1.0
fy /fcr =1.8
fy /fcr =2.5
fy /fcr =
I
Pu /Pcr
II
0 1.8 2.5
91 1.11 1.32
93 1.09 1.29
94 1.08 1.23 III
(b)
Figura 4. 12 – Evolução das deformações plásticas na coluna 70x4.67 com fy/fcr=1.8.
55
Dos resultados obtidos podem retirar-se as seguintes conclusões:
i- Para cantoneiras curtas de abas compactas e fy/fcr>1, existe sempre uma reserva
resistência elasto-plástica e ductilidade até á cedência.
ii - A alteração da tensão de cedência tem uma grande influência na carga última da coluna,
a qual sobe cerca de 20% quando se duplica o valor da tensão de cedência.
iii - A resistência elasto-plástica aumenta com a redução da relação b/t.
iv - Os diagrama das deformações plásticas mostra que a plastificação se inicia no canto
interior da secção a ¼ e ¾ de vão. Isto acontece pois este é o local onde as tensões
longitudinais e as tangenciais devido à torção são maiores. Nota-se ainda que as deformações
se alastram primeiramente ao resto da secção a ¼ e ¾ de vão, aquando se atinge a carga
última, e depois ao longo do canto interior ao longo de todo o elemento.
1,4
1,2 10
b/t 15
20 3
1
P/Pcr
2
1
0,8
0,6
0,4
0 0,2 0,4 0,6 0,8
β (rad)
Figura 4. 13 – Trajetória de equilibrio elasto-plástico da coluna em cantoneira 70x4.67 com fy/fcr=1.0, 1.8, 2.5.
56
1
Figura 4. 14 – Evolução das deformações plásticas da coluna 70x4.67 com comprimento L/LT=0.75 para fy/fcr=1.0.
Figura 4. 15 – Evolução das deformações plasticas para a coluna 70x4.67 com comprimento L/LT=0.75 e fy/fcr=2.5.
i- Não existe reserva de resistência elasto-plástica para colunas com comprimento intermédio.
ii - Para fy/fcr, a plastificação começa a meio da aba da cantoneira ¼ e ¾ de vão, sendo que
em seguida se propaga para o resto da secção nas mesmas zonas do elemento.
iii - A carga última quase não sofre variação com o aumento da tensão de cedência, sendo
que para gamas de tensão de cedência de 2.5fcr o colapso ocorre elasticamente.
57
4.5 Efeito das Tensões Residuais
Como foi referido anteriormente, os perfis metálicos laminados a quente tem tensões iniciais
provenientes do arrefecimento dos mesmos após fabrico. Estas tensões, juntamente com as
imperfeiçoes geométricas, tem uma grande influência na carga última dos perfis. No caso das
colunas, essa influência encontra-se incorporada nas curvas de dimensionamento em todos os
códigos existentes.
No que diz respeito a colunas com secção em cantoneira, foram realizados estudos
experimentais nos anos 70 que levaram à adoção, praticamente universal (e.g., Eurocódigo 3), de
um diagrama linear de 3 pontos (figura 4.16). No entanto, devido à utilização cada vez mais comum
de cantoneiras com abas relativamente “grandes” produzidas com aços de alta resistência (ex:
b/t=300/35), foram realizadas recentemente novas investigações de índole experimental com o
objectivo de determinar a distribuição de tensões residuais para estes novos perfis, apresentando-
se na figura 4.17 a distribuição linear de 4 pontos proposta por Može [20].
O programa utilizado para a análise de pós encurvadura não tem nenhuma função que permita
a introdução automática de tensões iniciais num elemento. A introdução destas tensões no programa
de elementos finitos ABAQUS faz-se através de uma sub-rotina em FORTRAN que é considerada na
análise por meio do comando “INITIAL CONDITIONS, TYPE=STRESS, USER” (ver figuras 4.18 e
4.19). Nesta sub-rotina faz-se a atribuição em cada ponto de integração numérica (pontos de Gauss)
do elemento finito de casca de uma tensão inicial de acordo com a sua “posição” na secção.
59
Na figura 4.20 indica-se a discretização por cada elemento finito da distribuição linear de 3
pontos proposta pelo Eurocódigo e da distribuição linear de 4 pontos proposta por Može [20]. Nas
análises, a secção é composta por 12 elementos, 6 em cada aba, pelo que as tensões inseridas em
cada elemento provem da média ponderada das tensões existentes ao longo do elemento.
- .094fy .10fy
.13fy
.13fy
+
.103fy
. 008fy
+
.148fy
.148fy .10fy
.13fy .13fy
- -
. 008fy
+ + .061fy
.13fy .103fy .94fy
60
1,2 1,2
(a) (b)
1
1 1
P/Pcr
P/Pcr
2
0,8 0,8
0,6 0,6
0 0,2 β (rad) 0,4 0,6 0 0,2 β (rad) 0,4 0,6
1,2 1,2
(c) (d)
1 1
P/Pcr
0,8 P/Pcr
0,8
0,6 0,6
0 0,2 β (rad) 0,4 0,6 0 0,2 β (rad) 0,4 0,6
Figura 4. 22 – Comparação com e sem tensões da coluna 70x4.67 com o comprimento L/LT (a) 0.25, (b) 0.5, (c) 0.75,
(d) 1.
Figura 4. 23 – Evolução das deformações plásticas da coluna 70x4.67 com comprimento L/LT=0.5 e fy=500 MPa ,
distribuição de 3 pontos .
61
ii - Tal como esperado há uma redução da carga máxima aquando da introdução das tensões
iniciais. Além disso, é possível verificar que o diagrama linear de 3 pontos provoca uma queda
maior no valor da carga de colapso do que a distribuição linear de 4 pontos.
iii - A evolução das deformações plásticas e os respetivos mecanismos de colapso para
colunas com e sem tensões iniciais são semelhantes.
As figuras 4.24, 4.25 e 4.26 mostram a variação do fator de redução com a esbelteza crítica
(λft=(fy/fcr.ft)0.5), com o comprimento L/LT e com a relação b/t, respectivamente.
λft
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
0%
2%
ti3p
4%
ti4p
6%
8%
10%
12%
62
L/LT
0 0,25 0,5 0,75 1 1,25
0%
2%
ti3p
4%
ti4p
6%
8%
10%
12%
b/t
0 5 10 15 20 25
0%
2%
ti3p
4%
ti4p
6%
8%
10%
12%
i. Para a maioria dos casos as tensões residuais tem um efeito quase desprezável na
variação da carga última (<4%).
ii. A distribuição de 3 pontos causa uma redução da carga última superior à que se obtém
com a distribuição de 4 pontos, sendo que a média de variação de carga última é de 3
e 1%, respetivamente.
iii. Tal como esperado as tensões residuais têm maior efeito na redução da carga última
para colunas com uma esbelteza normalizada próxima de 1, chegando a atingir um valor
máximo redução 11,5% da carga.
iv. A influência das tensões residuais na carga última das colunas depende não só da
esbelteza normalizada da coluna mas também da localização da mesma no patamar de
63
flexão-torção, atingindo valores máximos para comprimentos próximos ao do
comprimento de transição (LT).
v. As colunas para as quais a variação da carga última é superior a 4% exibem uma relação
de b/t igual a 7.5 ou 10.
64
5. Resistência Última e Dimensionamento
5.1 Introdução
Tal como foi referido no capítulo 2, as atuais curvas do Método da Resistência Direta
fornecem estimativas seguras e precisas da carga última de colunas de aço enformadas a frio associada a
colapsos envolvendo deformações locais, distorcionais, globais ou com interação local-global.
65
incoerências conceptuais detectadas nas anteriores propostas de Young [14], Rasmussen [16,17] e
Silvestre et al. [25].
Como foi mostrado anteriormente, a carga última das colunas encastradas está fortemente
condicionada pela “localização” do comprimento da coluna dentro do patamar P cr (L). As colunas
mais curtas, localizadas no lado esquerdo desse patamar, têm um comportamento pós-encurvadura
estável, com muito pouca flexão em torno do menor eixo e participação do modo 2 quase
impercetíveis. Inversamente, as colunas mais longas localizadas no lado direito do patamar têm uma
resistência de pós encurvadura quase nula, flexão em torno do menor eixo considerável e valores
de participação de modo 2 visíveis. Assim, pode concluir-se que a carga de colapso da coluna diminui
com o aumento do comprimento devido a uma diminuição da resistência pós encurvadura resultante
da interacção entre dois modos de instabilidade globais: flexão na menor inércia e flexão-torção.
Dinis & Camotim [4] desenvolveram curvas racionais baseadas no MRD para colunas F que têm em
conta os comportamentos estudados anteriormente e definidos em Dinis et al [2, 3]. Para que isto
aconteça as curvas exibem as seguintes características (posteriormente detalhadas):
i- Dado que que as colunas com secção em cantoneira colapsam maioritariamente pela
interação dos modos de deformação de flexão (em torno do menor eixo) e torção ou
flexão-torção (em torno do eixo de maior inercia), as curvas envolvidas devem ser a curva
MRD de resistência global e as curvas de resistência de flexão-torção.
ii - Várias curvas de flexão-torção devem ser desenvolvidas de modo a detetar a redução
progressiva da resistência pós-encurvadura com o aumentar do comprimento.
iii -
66
Figura 5. 1 – Valores das relações de tensão última de flexão-torção fu/f+ vs λft.
i- Não existe nenhuma diferença aparente no que diz respeito aos valores f u/fy associados
aos três perfis analisados
ii - A grande “dispersão vertical” dos valores f u/fy faz com que seja fácil concluir que não
existe uma curva Winter que consiga prever com segurança e precisão todos os valores.
Alem disso, é claro que existe uma vasta gama de valores que se encontra abaixo da
atual curva de resistência local MRD, o que significa que os valores correspondentes às
correspondentes cargas de colapso são sobrestimados consideravelmente por esta curva
iii - A dispersão vertical de valores está ligada ao comprimento da coluna. De facto,
independentemente da secção transversal considerada, os valores fu/fy decrescem
gradualmente com o aumento do comprimento da coluna. Alem disso, concluiu-se que
independentemente da geometria da secção, a resistência pós-encurvadura das colunas
com o canto restringido reduz com o aumentar do comprimento.
i - Agrupar as colunas de acordo com a relação entre os esforços de flexão pura (f bt) e a
flexão-torção (fcrdt), que está diretamente ligada com a participação do modo 2. Estas duas
tensões de encurvadura podem ser analisadas através das seguintes fórmula analíticas
67
𝑡2 2
𝐸𝑡 2
𝑓𝑏𝑡 = 𝐺 + 𝜋 (5.1)
𝑏2 𝐿
12(2)2
4
𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡 = (𝑓𝑏𝑡 + 𝑓𝑏𝑓 − √(𝑓𝑡 + 𝑓𝑏𝑓 )2 − 25𝑓𝑏𝑡 𝑓𝑏𝑓 (5.2)
5
)
ii - Propor então um conjunto de curvas, definidas por expressões do tipo Winter, para
estimar a resistência flexão-torção com a maior precisão possível. Esse conjunto de
curvas toma a forma de:
1
𝑓𝑦 , 𝜆𝑓𝑡𝑒 ≤ (0.5 + √0.25 − 𝑏)2𝑎
𝑓𝑛𝑓𝑡𝑒 = 𝑎 𝑎 (5.3)
𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡 𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡 1
𝑓𝑦 ( ) [1 − 𝑏 ( ) ], 𝜆𝑓𝑡𝑒 > (0.5 + √0.25 − 𝑏)2𝑎
{ 𝑓𝑦 𝑓𝑦
𝑓𝑦
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜆𝑓𝑡𝑒 = √𝑓
𝑐𝑟𝑓𝑡
𝑓𝑏𝑡 − 𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡
𝛥𝑓 =
𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡
68
A figura 5.2 mostra então as curvas para Δf=0.16 1.80 e 7.20, bem como as cargas de
colapso obtidas numericamente. A observação destes resultados mostra que as curvas preveem
razoavelmente bem a resistência flexo-torsional das colunas, no sentido em que elas fornecem mais
ou menos estimativas precisas (conservativas) das cargas ultimas obtidas numericamente.
A abordagem proposta baseada no MRD para colunas com apoio encastrado com secção
em cantoneira, que geralmente colapsam pela interação dos modos flexão-torção/flexão, consiste
na combinação da Eq. 5.3 com a atual curva de resistência global MRD. Seguindo o método adotado
de dimensionamento MRD para colapso por interação local-global, substitui-se o fy por fne na Eq. 5.3,
obtendo-se então:
1
𝛽 × 𝑓𝑛𝑒 , 𝜆𝑓𝑡𝑒 ≤ (0.5 + √0.25 − 𝑏)2𝑎
𝑓𝑛𝑓𝑡𝑒 = { 𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡 𝑎 𝑓𝑐𝑟𝑓𝑡 𝑎 1
𝛽 × 𝑓𝑛𝑒 ( ) [1 − 𝑏 ( ) ], 𝜆𝑓𝑡𝑒 > (0.5 + √0.25 − 𝑏)2𝑎
𝑓𝑛𝑒 𝑓𝑛𝑒
𝑓
(5.6)
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝜆𝑓𝑡𝑒 = √𝑓 𝑛𝑒
𝑐𝑟𝑓𝑡
69
mostra a média, o desvio padrão, valor máximo e valor mínimo dos resultados numéricos obtidos
com recurso à nova proposta de dimensionamento. Verifica-se então que os resultados obtidos são
maior fidelidade que os métodos de dimensionamento anteriormente utilizados.
70
realizado um estudo paramétrico com o objetivo primário de adquirir uma base de dados
relativamente grande de valores de resistência última de cantoneiras de abas compactas.
Este estudo envolve colunas encastradas com as dimensões e comprimentos indicados nas
tabelas 4 e 5 (despreza-se o efeito dos cantos arredondados). Analisou-se então um total de 252
colunas com as seguintes características:
A figura 5.3 mostra a relação fu/fy vs 𝜆fte obtidas para o conjunto das colunas analisadas, sendo
também representada a curva local-global do MRD. Por sua vez, a figura 5.4 mostra as relações
fu/fnfte vs 𝜆fte obtidas para o conjunto das colunas analisadas considerando a metodologia proposta
por Dinis & Camotim [4] (fig. 5.4(a)) e à proposta de Justiniano [5] (fig. 5.4(b)).
71
1,2
1,0
0,8
fu/fy
0,6
0,4
0,2
0,0
0 1 λfte 2 3
Figura 5. 3 – Relação fu/fy vs. 𝜆fte para o conjunto das colunas analisadas.
1,5
1,25
Fu/Fnfte
(a)
1
Fig
ura 0,75
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00
5.
Esbelteza fte
32
-
1,5
Rel
açã
o
fu/ 1,25
Fu/Fnfte
fnf
te
(b)
vs. 1
𝜆ft
e
(b)
par 0,75
a 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00
Esbelteza fte
as
Figura 5. 4FigRelação fu/fnfte vs. 𝜆fte para a metodologia proposta por (a) Dinis & Camotim [4], (b) por Justiniano [5].
–me
ura
tod
5.
olo
72 34
gia
–
s
Rel
de
açã
pro
Tabela 8 – Proposta DSM-F: média, desvio padrão, máximo e mínimo para a metodologia proposta por Dinis &
Camotim [4] e por Justiniano [5]..
i- A maioria dos valores fu/fy são inferiores à curva do MRD representada na figura 5.3,
confirmando assim que a atual curva local-global do MRD não consegue estimar a
resistência última destas cantoneiras.
ii - As curvas de dimensionamento MRD-F propostas por Dinis & Camotim [4] fornecem
resultados relativamente precisos das cargas ultimas das colunas, sendo que a relação
fu/fnfte tem um valor médio e de desvio padrão de 1.07/0.06. Este resultado é lógico, dado
que a cantoneiras compactas laminadas a quente (b/t<20), exibe o mesmo
comportamento que esteve no origem do modelo de dimensionamento MRD-F (interação
entre instabilidade por flexão-torção e flexão na menor inércia).
iii - A proposta de Justiniano [5] fornece também bons resultados, mas inferiores aos da
proposta anterior. O facto de o conjunto de cargas últimas que estiveram na origem da
calibração das curvas não ter sido determinado considerando a existência de tensões
residuais pode estar na origem da menor qualidade da proposta. Além disso, o facto de
terem sido usadas tensões de cedência irrealistas (muitos altas) pode também ter
contribuído para a menor qualidade da proposta.
A avaliação da fiabilidade da metodologia proposta por Dinis & Camotim [4] e por Justiniano
[5] é efectuada determinando o fator de resistência ϕ do Load and Resistance Factor Design (LRFD)
incluído no regulamento Norte Americano para elementos de aço enformados a frio [24]. O factor de
resistência é dado pela expressão:
2 +𝑣 2 +𝑣 2 +C 𝑣 2
−β0 √𝑣𝑚
ϕ = Cϕ (Mm Fm Pm )𝑒 𝑓 𝑞 p 𝑝 (5.7)
em que Cp, o factor de correção que tem em conta a dimensão da amostra considerada na proposta,
é dado por:
73
1 𝑚
Cp = (1 + 𝑛 ) × 𝑚−2 (5.8)
Tabela 9 – Proposta DSM-F: fator de resistência 𝛟 do LRFD para a metodologia proposta por Dinis & Camotim [4] e
por Justiniano [5].
74
6. Conclusões
O estudo realizado nesta dissertação, que deu origem a um artigo que será apresentado numa
conferência internacional a decorrer no decurso do presente ano [6], envolveu a análise do
comportamento e o dimensionamento de cantoneiras compactas de aço laminadas a quente, de
abas iguais e secções extremas encastradas. O estudo foi dividido em três partes, designadamente
1. Comportamento de estabilidade:
2. Comportamento de pós-encurvadura;
3. Resistência última e o dimensionamento.
O estudo do comportamento de pós encurvadura das colunas foi subdividido em 3 partes: (i)
comportamento de pós-encurvadura elástico, (ii) comportamento de pós-encurvadura elasto-plástico
sem tensões residuais, (iii) comportamento de pós-encurvadura elasto-plástico com tensões
residuais.
Comportamento de Estabilidade
75
iii - A redução da relação b/t provoca uma redução do comprimento de transição da
instabilidade por flexão-torção para a instabilidade por flexão na menor inércia.
iv - O aumento do comprimento de aba provoca o aumento do comprimento de transição do
modo 2+4 para o modo 3.
v - Para colunas com relação b/t<10, aquando a transição dos modos 2+4 para o modo 3,
aparece ainda que com participação diminuta o modo simétrico local 5.
vi - A evolução da flexão em torno do eixo de maior inércia (modo 2) ao longo do plateau é
igual independentemente da geometria da secção.
Comportamento de Pós-Encurvadura
v- A redução da carga está não só ligada à esbelteza normalizada da coluna, mas também
da relação do seu comprimento relativamente ao comprimento de transição. Para
comprimentos próximos do comprimento de transição a redução da carga chega a valores
de 11,5%.
76
Dimensionamento
Por fim, foi também denotado, ao longo desta dissertação, a inexistência de resultados
experimentais envolvendo cantoneiras laminadas a quente com as extremidades encastradas. A
realização destes ensaios, estando claramente fora do conteúdo numérico desta dissertação, é uma
lacuna importante para a validação da proposta de dimensionada proposta por Dinis & Camotim [4].
77
78
7. Referências
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walled members with arbitrarily ‘branched’ open cross- sections. Thin-Walled Structures
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[2] Dinis PB, Camotim D, Silvestre N. On the local and global buckling of angle, T-section and
cruciform thin-walled members. Thin-Walled Structures 2010; 48 (10-11): 786-797.
[3] Dinis PB, Camotim D, Silvestre N. On the mechanics of thin-walled angle column instability. Thin-
Walled Structures 2012; 52: 80-89.
[4] Dinis PB, Camotim D. A novel DSM-based approach for the rational design of fixed-ended and
pin-ended short-to-intermediate thin-walled angle columns. Thin-Walled Structures 2015; 87: 158-
182.
[6] Dinis PB, Camotim D, Preto V. Behaviour and Design of Short-to-Intermediate Hot-Rolled Steel
Angle Columns, The International Colloquium on Stability and Ductility of Steel Structures 2016,
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Journal of Structural Engineering (ASCE) 1987; 113(4):721–39.
[8] Kitipornchai S, Albermani FGA, Chan SL. Elastoplastic finite-element models for angle steel
frames. Journal of Structural Engineering (ASCE) 1990; 116(10): 2567–81.
[9] Popovic D, Hancock GJ, Rasmussen KJR. Axial compression tests of cold- formed angles. Journal
of Structural Engineering (ASCE) 1999; 125(5):515–23.
[10] Popovic D, Hancock GJ, Rasmussen KJR. Compression tests on cold-formed angles loaded
parallel with a leg. Journal of Structural Engineering (ASCE) 2001; 127(6):600–7.
[11] Trahair NS. Lateral buckling strengths of steel angle section beams. Journal of Structural
Engineering (ASCE) 2003; 129(6):784–91.
[12] Trahair NS. Buckling and torsion of steel unequal angle beams. Journal of Structural Engineering
(ASCE) 2005; 131(3):474–80.
79
[13] Mohan SJ, Rao NP, Lakshmanan N. Flexural and local buckling interaction of steel angles.
International Journal of Structural Stability and Dynamics 2005; 5(2):143–62.
[14] Young B. Tests and design of fixed-ended cold-formed steel plain angle columns. Journal of
Structural Engineering (ASCE) 2004; 130(12):1931–40.
[15] Ellobody E, Young B. Behavior of cold-formed steel plain angle columns. Journal of Structural
Engineering (ASCE) 2005; 131(3):457–66.
[16] Rasmussen KJR. Design of angle columns with locally unstable legs. Journal of Structural
Engineering (ASCE) 2005; 131(10):1553–60.
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Journal of Structural Engineering (ASCE) 2006; 132(2):204–11.
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(NACA) Report No. 1029; 1951.
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on the local buckling of 420 MPa steel equal angle columns under axial compression.2011
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Composite Structures (Eurosteel 2014 Naples, 10-12/9), R. Landolfo, F. Mazzolani (eds.), ECCS
(Brussels), 175-176, 2014. (full paper in USB Key Drive Proceedings).
[24] AISI (American Iron and Steel Institute).North American Specification for the Design of Cold-
Formed Steel Structural Members(NAS),WashingtonDC;2012.
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angles, J. Struct. Eng., 2013, 139, 680-694.
80
8 Anexos
Anexo 3.1
fcrt fcrt
b (mm) t (mm) L (mm) fbf fbt (GBTUL)
(Dinis & Camotim)
50 2,5 100 345436,15 633,72 633,28 675,31
50 2,5 300 38381,79 249,90 249,29 253,94
50 2,5 400 21589,76 228,91 228,00 230,67
50 2,5 500 13817,45 219,19 217,89 219,65
50 2,5 600 9595,45 213,92 212,12 213,40
50 2,5 700 7049,72 210,74 208,36 209,35
50 2,5 800 5397,44 208,67 205,62 206,42
50 2,5 900 4264,64 207,25 203,43 204,11
50 2,5 1000 3454,36 206,24 201,56 202,14
50 2,5 1500 1535,27 203,84 193,39 193,76
50 2,5 2000 863,59 203,00 184,26 184,55
50 5 100 345436,15 2534,87 2527,88 2700,68
50 5 200 86359,04 1239,49 1232,79 1277,29
50 5 300 38381,79 999,60 989,78 1010,96
50 5 400 21589,76 915,64 900,93 914,10
50 5 500 13817,45 876,78 855,60 865,12
50 5 600 9595,45 855,67 826,46 834,01
50 5 700 7049,72 842,94 804,12 810,49
50 5 800 5397,44 834,68 784,63 790,23
50 5 900 4264,64 829,02 766,11 771,18
50 5 1000 3454,36 824,96 747,55 752,23
70 3,5 100 677054,86 1048,24 1047,63 1130,52
70 3,5 200 169263,72 413,50 413,12 433,59
70 3,5 300 75228,32 295,96 295,52 304,58
70 3,5 400 42315,93 254,82 254,24 259,36
70 3,5 500 27082,19 235,78 235,00 238,32
70 3,5 600 18807,08 225,43 224,42 226,76
70 3,5 700 13817,45 219,19 217,89 219,65
70 3,5 800 10578,98 215,15 213,50 214,89
70 3,5 900 8358,70 212,37 210,34 211,48
70 3,5 1000 6770,55 210,39 207,92 208,88
70 3,5 1500 3009,13 205,68 200,33 200,86
70 3,5 2000 1692,64 204,04 194,56 194,95
70 3,5 2500 1083,29 203,28 188,40 188,72
81
fcrt fcrt
b (mm) t (mm) L (mm) fbf fbt (GBTUL)
(Dinis & Camotim)
70 4,5 100 677054,86 1732,81 1731,14 1868,78
70 4,5 200 169263,72 683,55 682,51 716,65
70 4,5 300 75228,32 489,24 488,04 503,27
70 4,5 400 42315,93 421,23 419,65 428,34
70 4,5 500 27082,19 389,75 387,64 393,35
70 4,5 600 18807,08 372,65 369,87 373,97
70 4,5 700 13817,45 362,34 358,76 361,90
70 4,5 800 10578,98 355,65 351,13 353,65
70 4,5 900 8358,70 351,06 345,48 347,58
70 4,5 1000 6770,55 347,78 341,00 342,80
70 4,5 1500 3009,13 340,01 325,23 326,33
70 4,5 2000 1692,64 337,29 311,03 311,88
70 7 100 677054,86 4192,97 4183,21 4521,69
70 7 200 169263,72 1654,01 1647,94 1733,26
70 7 300 75228,32 1183,83 1176,82 1215,87
70 7 400 42315,93 1019,27 1010,01 1033,09
70 7 500 27082,19 943,10 930,68 946,46
70 7 600 18807,08 901,73 885,33 897,19
70 7 700 13817,45 876,78 855,60 865,12
70 7 800 10578,98 860,59 833,83 841,84
70 7 900 8358,70 849,49 816,35 823,33
70 7 1000 6770,55 841,55 801,22 807,46
70 7 1500 3009,13 822,74 733,95 738,42
90 5 100 1119213,14 1976,47 1975,16 2145,27
90 5 200 279803,28 681,08 680,46 722,51
90 5 300 124357,02 441,20 440,61 459,20
90 5 400 69950,82 357,24 356,55 367,01
90 5 500 44768,53 318,37 317,52 324,26
90 5 600 31089,25 297,26 296,20 300,93
90 5 700 22841,08 284,54 283,20 286,74
90 5 800 17487,71 276,27 274,63 277,40
90 5 900 13817,45 270,61 268,61 270,86
90 5 1000 11192,13 266,56 264,16 266,03
90 5 1500 4974,28 256,96 251,92 252,92
90 5 2000 2798,03 253,61 244,80 245,49
90 5 2500 1790,74 252,05 238,33 238,88
90 5 3000 1243,57 251,21 231,37 231,85
90 5 3500 913,64 250,70 223,54 223,97
90 7 100 1119213,14 3873,88 3868,85 4204,63
82
fcrt fcrt
b (mm) t (mm) L (mm) fbf fbt (GBTUL)
(Dinis & Camotim)
90 7 200 279803,28 1334,92 1332,53 1415,96
90 7 300 124357,02 864,75 862,49 899,68
90 7 400 69950,82 700,18 697,55 718,72
90 7 500 44768,53 624,01 620,74 634,58
90 7 600 31089,25 582,64 578,53 588,42
90 7 700 22841,08 557,69 552,55 560,09
90 7 800 17487,71 541,50 535,16 541,18
90 7 900 13817,45 530,40 522,69 527,67
90 7 1000 11192,13 522,46 513,21 517,45
90 7 1500 4974,28 503,65 484,08 486,59
90 7 2000 2798,03 497,07 462,69 464,60
90 7 2500 1790,74 494,02 440,21 441,84
83
Anexo 3.2
84
Secção b (mm) t (mm) L (mm) fbf fcre fbt fcrt f
70,0 7,0 250 108328,8 54164,4 1349,3 1343,0 0,5
70x70x7,0 70,0 7,0 500 27082,2 13541,1 943,1 930,7 1,3
85
Anexo 4.1
86
Anexo 5.1
b t L
b/t λfte fy fu fu/fy Fnfte, F fu/fnfte
(mm) (mm) (mm)
50 5 10 1080 0,59 300 247 0,82 253 0,976
50 5 10 1080 0,72 500 376 0,75 377 0,998
50 5 10 1080 0,81 700 473 0,68 446 1,060
50 5 10 540 0,60 300 285 0,95 288 0,991
50 5 10 540 0,77 500 465 0,93 466 0,998
50 5 10 540 0,90 700 631 0,90 591 1,068
50 5 10 810 0,60 300 268 0,89 273 0,983
50 5 10 810 0,75 500 425 0,85 427 0,996
50 5 10 810 0,86 700 565 0,81 512 1,103
50 5 10 270 0,61 300 296 0,99 297 0,997
50 5 10 270 0,78 500 489 0,98 491 0,995
50 5 10 270 0,92 700 663 0,95 617 1,075
50 3,33 15 1630 0,80 300 193 0,64 195 0,991
50 3,33 15 1630 0,91 500 248 0,50 223 1,113
50 3,33 15 1630 0,94 700 254 0,36 230 1,103
50 3,33 15 815 0,88 300 268 0,89 259 1,035
50 3,33 15 815 1,10 500 352 0,70 302 1,164
50 3,33 15 815 1,26 700 386 0,55 326 1,183
50 3,33 15 1222,5 0,85 300 235 0,78 223 1,052
50 3,33 15 1222,5 1,02 500 312 0,62 259 1,204
50 3,33 15 1222,5 1,12 700 321 0,46 274 1,173
50 3,33 15 407,5 0,91 300 286 0,95 269 1,065
50 3,33 15 407,5 1,16 500 376 0,75 353 1,066
50 3,33 15 407,5 1,36 700 437 0,62 418 1,046
50 2,5 20 2180 0,91 300 135 0,45 126 1,070
50 2,5 20 2180 0,94 500 135 0,27 129 1,044
50 2,5 20 2180 0,94 700 134 0,19 129 1,036
50 2,5 20 1090 1,13 300 197 0,66 173 1,141
50 2,5 20 1090 1,38 500 219 0,44 192 1,143
50 2,5 20 1090 1,54 700 237 0,34 202 1,175
50 2,5 20 1635 1,04 300 169 0,56 147 1,147
50 2,5 20 1635 1,17 500 169 0,34 158 1,073
50 2,5 20 1635 1,22 700 166 0,24 160 1,036
50 2,5 20 545 1,20 300 212 0,71 205 1,034
50 2,5 20 545 1,52 500 280 0,56 263 1,063
50 2,5 20 545 1,78 700 356 0,51 308 1,157
70 7 10 1510 0,59 300 248 0,83 253 0,979
70 7 10 1510 0,72 500 377 0,75 377 1,000
87
b t L
b/t λfte fy fu fu/fy Fnfte, F fu/fnfte
(mm) (mm) (mm)
70 7 10 1510 0,81 700 474 0,68 446 1,062
70 7 10 755 0,60 300 286 0,95 288 0,995
70 7 10 755 0,77 500 467 0,93 466 1,002
70 7 10 755 0,90 700 634 0,91 591 1,072
70 7 10 1132,5 0,60 300 270 0,90 273 0,990
70 7 10 1132,5 0,75 500 427 0,85 427 1,001
70 7 10 1132,5 0,86 700 567 0,81 513 1,106
70 7 10 377,5 0,61 300 296 0,99 297 0,997
70 7 10 377,5 0,78 500 489 0,98 491 0,995
70 7 10 377,5 0,92 700 663 0,95 617 1,075
70 4,67 15 2280 0,80 300 193 0,64 195 0,990
70 4,67 15 2280 0,91 500 247 0,49 223 1,108
70 4,67 15 2280 0,94 700 251 0,36 230 1,089
70 4,67 15 1140 0,88 300 267 0,89 259 1,031
70 4,67 15 1140 1,10 500 346 0,69 302 1,144
70 4,67 15 1140 1,26 700 375 0,54 326 1,149
70 4,67 15 1710 0,85 300 234 0,78 224 1,047
70 4,67 15 1710 1,02 500 308 0,62 259 1,188
70 4,67 15 1710 1,12 700 315 0,45 274 1,150
70 4,67 15 570 0,91 300 286 0,95 269 1,065
70 4,67 15 570 1,16 500 376 0,75 353 1,066
70 4,67 15 570 1,36 700 437 0,62 418 1,046
70 3,5 20 3060 0,91 300 134 0,45 126 1,064
70 3,5 20 3060 0,94 500 134 0,27 129 1,039
70 3,5 20 3060 0,94 700 132 0,19 129 1,023
70 3,5 20 1530 1,13 300 194 0,65 172 1,125
70 3,5 20 1530 1,38 500 213 0,43 191 1,113
70 3,5 20 1530 1,54 700 219 0,31 201 1,088
70 3,5 20 2295 1,03 300 169 0,56 147 1,149
70 3,5 20 2295 1,17 500 169 0,34 157 1,074
70 3,5 20 2295 1,22 700 166 0,24 160 1,037
70 3,5 20 765 1,20 300 212 0,71 205 1,035
70 3,5 20 765 1,52 500 280 0,56 263 1,064
70 3,5 20 765 1,78 700 356 0,51 307 1,158
90 9 10 1950 0,59 300 247 0,82 253 0,977
90 9 10 1950 0,72 500 375 0,75 376 0,997
90 9 10 1950 0,81 700 471 0,67 445 1,058
90 9 10 975 0,60 300 285 0,95 287 0,991
90 9 10 975 0,77 500 464 0,93 466 0,996
88
b t L
b/t λfte fy fu fu/fy Fnfte, F fu/fnfte
(mm) (mm) (mm)
90 9 10 975 0,90 700 630 0,90 591 1,066
90 9 10 1462,5 0,60 300 268 0,89 273 0,983
90 9 10 1462,5 0,75 500 424 0,85 426 0,995
90 9 10 1462,5 0,86 700 564 0,81 511 1,104
90 9 10 487,5 0,61 300 296 0,99 297 0,997
90 9 10 487,5 0,78 500 489 0,98 491 0,996
90 9 10 487,5 0,92 700 663 0,95 617 1,075
90 6 15 2940 0,80 300 193 0,64 195 0,992
90 6 15 2940 0,91 500 247 0,49 222 1,110
90 6 15 2940 0,94 700 253 0,36 230 1,101
90 6 15 1470 0,88 300 268 0,89 259 1,035
90 6 15 1470 1,10 500 351 0,70 302 1,162
90 6 15 1470 1,26 700 385 0,55 326 1,181
90 6 15 2205 0,85 300 234 0,78 223 1,049
90 6 15 2205 1,02 500 312 0,62 259 1,206
90 6 15 2205 1,12 700 320 0,46 273 1,170
90 6 15 735 0,91 300 286 0,95 268 1,065
90 6 15 735 1,16 500 376 0,75 353 1,066
90 6 15 735 1,36 700 437 0,62 417 1,047
90 4,5 20 3930 0,91 300 135 0,45 126 1,071
90 4,5 20 3930 0,94 500 135 0,27 129 1,046
90 4,5 20 3930 0,94 700 133 0,19 129 1,030
90 4,5 20 1965 1,13 300 197 0,66 172 1,142
90 4,5 20 1965 1,38 500 219 0,44 191 1,144
90 4,5 20 1965 1,54 700 237 0,34 201 1,177
90 4,5 20 2947,5 1,03 300 169 0,56 147 1,148
90 4,5 20 2947,5 1,17 500 169 0,34 157 1,073
90 4,5 20 2947,5 1,22 700 166 0,24 160 1,037
90 4,5 20 982,5 1,20 300 212 0,71 205 1,035
90 4,5 20 982,5 1,52 500 280 0,56 263 1,064
90 4,5 20 982,5 1,78 700 355 0,51 307 1,155
100 10 10 2000 0,59 300 263 0,88 266,0 0,989
100 10 10 2000 0,73 500 411 0,82 407,9 1,008
100 10 10 2000 0,82 700 535 0,76 483,8 1,106
100 6,67 15 3000 0,81 300 207 0,69 210,9 0,981
100 6,67 15 3000 0,94 500 272 0,54 244,5 1,113
100 6,67 15 3000 1,00 700 276 0,39 257,2 1,073
100 5 20 4000 0,96 300 148 0,49 138,8 1,066
100 5 20 4000 1,02 500 148 0,30 147,1 1,006
89
b t L
b/t λfte fy fu fu/fy Fnfte, F fu/fnfte
(mm) (mm) (mm)
100 5 20 4000 1,02 700 146 0,21 147,7 0,988
150 15 10 3000 0,59 300 252 0,84 266,0 0,947
150 15 10 3000 0,73 500 387 0,77 407,9 0,949
150 15 10 3000 0,82 700 495 0,71 483,8 1,023
150 10 15 4500 0,81 300 229 0,76 210,9 1,086
150 10 15 4500 0,94 500 304 0,61 244,5 1,244
150 10 15 4500 1,00 700 302 0,43 257,2 1,174
150 7,5 20 6500 0,92 300 136 0,45 133,1 1,021
150 7,5 20 6500 0,95 500 136 0,27 139,3 0,976
150 7,5 20 6500 0,95 700 135 0,19 137,5 0,982
200 20 10 4000 0,59 300 267 0,89 266,0 1,004
200 20 10 4000 0,73 500 418 0,84 407,9 1,025
200 20 10 4000 0,82 700 546 0,78 483,8 1,129
200 13,33 15 6500 0,80 300 216 0,72 203,7 1,061
200 13,33 15 6500 0,91 500 277 0,55 234,5 1,181
200 13,33 15 6500 0,95 700 279 0,40 245,1 1,138
200 10 20 8500 0,93 300 146 0,49 134,6 1,085
200 10 20 8500 0,96 500 142 0,28 141,4 1,005
200 10 20 8500 0,96 700 138 0,20 140,2 0,984
250 25 10 5000 0,59 300 263 0,88 266,0 0,989
250 25 10 5000 0,73 500 411 0,82 407,9 1,008
250 25 10 5000 0,82 700 535 0,76 483,8 1,106
250 16,67 15 8000 0,80 300 213 0,71 205,1 1,038
250 16,67 15 8000 0,92 500 266 0,53 236,5 1,125
250 16,67 15 8000 0,96 700 265 0,38 247,5 1,071
250 12,5 20 10500 0,93 300 147 0,49 135,5 1,085
250 12,5 20 10500 0,97 500 144 0,29 142,5 1,010
250 12,5 20 10500 0,97 700 140 0,20 141,8 0,987
100 10 10 1500 0,60 300 279 0,93 280,4 0,995
100 10 10 1500 0,75 500 446 0,89 446,6 0,999
100 10 10 1500 0,87 700 603 0,86 551,4 1,094
100 6,67 15 2250 0,86 300 243 0,81 239,9 1,013
100 6,67 15 2250 1,04 500 320 0,64 276,8 1,156
100 6,67 15 2250 1,16 700 331 0,47 292,9 1,130
100 5 20 3000 1,06 300 178 0,59 157,0 1,134
100 5 20 3000 1,23 500 182 0,36 168,6 1,079
100 5 20 3000 1,30 700 182 0,26 173,1 1,051
150 15 10 2250 0,60 300 274 0,91 280,4 0,977
150 15 10 2250 0,75 500 437 0,87 446,6 0,978
150 15 10 2250 0,87 700 583 0,83 551,4 1,057
90
b t L
b/t λfte fy fu fu/fy Fnfte, F fu/fnfte
(mm) (mm) (mm)
150 10 15 3375 0,86 300 258 0,86 239,9 1,075
150 10 15 3375 1,04 500 343 0,69 276,8 1,239
150 10 15 3375 1,16 700 357 0,51 292,9 1,219
150 7,5 20 4875 1,04 300 166 0,55 151,4 1,096
150 7,5 20 4875 1,18 500 167 0,33 162,8 1,026
150 7,5 20 4875 1,23 700 166 0,24 166,8 0,995
200 20 10 3000 0,60 300 282 0,94 280,4 1,006
200 20 10 3000 0,75 500 452 0,90 446,6 1,012
200 20 10 3000 0,87 700 612 0,87 551,4 1,110
200 13,33 15 4875 0,85 300 252 0,84 229,0 1,101
200 13,33 15 4875 1,02 500 336 0,67 266,5 1,261
200 13,33 15 4875 1,12 700 344 0,49 282,5 1,218
200 10 20 6375 1,04 300 177 0,59 152,9 1,158
200 10 20 6375 1,19 500 178 0,36 164,3 1,083
200 10 20 6375 1,25 700 174 0,25 168,4 1,033
250 25 10 3750 0,60 300 276 0,92 280,4 0,984
250 25 10 3750 0,75 500 441 0,88 446,6 0,987
250 25 10 3750 0,87 700 594 0,85 551,4 1,077
250 16,66 15 6000 0,85 300 249 0,83 231,2 1,077
250 16,66 15 6000 1,02 500 319 0,64 268,6 1,188
250 16,66 15 6000 1,13 700 328 0,47 284,6 1,153
250 12,5 20 7875 1,05 300 177 0,59 153,7 1,151
250 12,5 20 7875 1,20 500 179 0,36 165,2 1,084
250 12,5 20 7875 1,26 700 176 0,25 169,4 1,039
100 10 10 1000 0,61 300 291 0,97 291,1 1,000
100 10 10 1000 0,77 500 477 0,95 475,5 1,003
100 10 10 1000 0,90 700 654 0,93 629,1 1,040
100 6,67 15 1500 0,89 300 272 0,91 268,8 1,012
100 6,67 15 1500 1,11 500 356 0,71 318,9 1,116
100 6,67 15 1500 1,28 700 397 0,57 348,7 1,139
100 5 20 2000 1,15 300 201 0,67 181,0 1,110
100 5 20 2000 1,41 500 228 0,46 205,5 1,110
100 5 20 2000 1,59 700 256 0,37 219,8 1,165
250 25 10 2500 0,61 300 291 0,97 291,1 1,000
250 25 10 2500 0,77 500 477 0,95 475,5 1,003
250 25 10 2500 0,90 700 654 0,93 629,1 1,040
250 16,67 15 4000 0,88 300 275 0,92 266,2 1,033
250 16,67 15 4000 1,11 500 347 0,69 312,3 1,111
250 16,67 15 4000 1,27 700 384 0,55 338,3 1,135
250 12,5 20 5250 1,14 300 195 0,65 178,1 1,095
91
b t L
b/t λfte fy fu fu/fy Fnfte, F fu/fnfte
(mm) (mm) (mm)
250 12,5 20 5250 1,39 500 228 0,46 199,9 1,141
250 12,5 20 5250 1,56 700 251 0,36 212,1 1,183
92