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AGROTÓXICO X INSALUBRIDADE

DO DIREITO AO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE


O Trabalhador que manipula agrotóxico nas plantações tem o direito ao
Adicional de Insalubridade?

Se você responder SIM, sem pensar, pode ter se equivocado.

O Trabalhador rural que executa atividades de aplicação de agrotóxicos na área de


plantio ou no simples manuseio no preparo da aplicação, somente terá direito se:

1. O Produto – Agrotóxico – aplicado conter agentes


químicos relacionados no Anexo 11 ou no Anexo 13 da
NR-15;
2. Não estiver usando os Equipamentos de Proteção
Individual adequado;

Portanto, se o produto tóxico, embora faça mal á saúde, na sua composição não
apresentar o agente químico relacionado nos anexos 11 ou 13 da NR-15, não terá o
direito ao adicional de insalubridade.

Veja a Tabela abaixo com a relação dos Tipos de Agrotóxicos


JURISPRUDÊNCIAS EM MATÉRIA
DE
AGROTÓXICOS X INSALUBRIDADE
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL DECORRENTE DE
ACIDENTE OU DOENÇA DO TRABALHO. ATIVIDADE EM
LAVOURA. HIPÓTESE DIAGNÓSTICA DE INTOXICAÇÃO
POR CONTATO COM AGROTÓXICO AFASTADA POR
MINUCIOSO PARECER MÉDICO. Caso em que o perito
médico nomeado promove exame minucioso dos documentos
médicos referentes aos atendimentos e às internações do reclamante
desde o seu afastamento das suas atividades laborais na lavoura.
Análise profunda e abrangente, amparada em diversos estudos,
indicando que o reclamante não manteve contato com
organofosforado, tampouco sofreu intoxicação por agrotóxicos.
Constatação de que houve meras suspeitas médicas, as quais
estavam embasadas, principalmente, nas informações prestadas pelo
paciente. Prevalência da conclusão médica de que os problemas de
saúde apresentados pelo reclamante desde então, dentre os quais
espondilartrose (doença degenerativa da coluna vertebral) e hérnia
discal lombar, não se relacionam com a alegada intoxi (...)

(TRT-4 - RO: 659001220075040821 RS 0065900-


12.2007.5.04.0821, Relator: WILSON CARVALHO DIAS, Data de
Julgamento: 18/10/2011, Vara do Trabalho de Alegrete).
ACIDENTE DO TRABALHO. INTOXICAÇÃO POR
AGROTÓXICO E DOENÇA RENAL CRÔNICA.
DESCONSIDERAÇÃO DA CONCLUSÃO PERICIAL.
FORMAÇÃO DO CONVENCIMENTO POR OUTROS
ELEMENTOS E FATOS PROVADOS NOS AUTOS. NEXO
CAUSAL RECONHECIDO. 1. A existência de laudo pericial,
afastando o nexo de causalidade entre a doença apresentada pelo
trabalhador e o acidente do trabalho ocorrido, não resulta em
indeferimento automático do pedido do autor, pois cabe ao Juiz
confrontar as informações e conclusões indicadas no laudo com os
demais elementos e provas constantes dos autos, formando o seu
livre convencimento (artigo 436 do CPC). 2. No caso presente, ficou
evidenciado que o empregador fez uso de produto extremamente
tóxico e, por irregularidades na aplicação e procedimentos
posteriores - proibição de circulação de pessoas no local fumegado -
o autor sofreu os efeitos da intoxicação. 3. Apesar de o laudo
pericial negar nexo causal entre a intoxicação e a doença renal
crônica que aflige o trabalhador, vindo aos autos todo o seu histórico
médico e ficando evidenciado que, antes da intoxicação, jamais tinha
surgido qualquer problema renal, não há como deixar de associar o
acidente com a doença posteriormente surgida, mormente quando o
próprio manual de instruções do produto alerta quanto à
possibilidade da intoxicação causar, entre outros, problemas nos
rins. 4. Tem-se como equivocada a conclusão pericial que afasta o
nexo causal em razão do trabalhador não ter noticiado a existência
de mau cheiro por ocasião do acidente, pois a própria perita
esclarece que o gás tóxico era inodoro, sendo associado com
amônia, que possui cheiro forte e, por isso, é utilizado como gás de
alarme. 5. Em assim sendo, a falta de cheiro prova que o gás de
alarme não estava presente, mas nada evidencia quanto ao gás
tóxico, sendo de se atentar para a recomendação do fabricante, que
alerta para a importância do local expurgado não ser frequentado por
pessoas antes de três dias, contados da fumegação, enquanto o autor
adentrou ao local fumegado treze horas depois e, depois de três
horas de trabalho, começou a sentir os efeitos da intoxicação. 6.
Pelas peculiaridades fáticas dos autos, rejeita-se a conclusão pericial
para reconhecer a existência de nexo causal entre o acidente do
trabalho e a doença renal crônica que vitimou o trabalhador.

(TRT-24 - RO: 4400037200852491 MS 44000-37.2008.5.24.91,


Relator: ABDALLA JALLAD, Data de Julgamento: 18/03/2010,
Data de Publicação: DO/MS Nº 744 de 05/04/2010, pag.)
AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. A agravante não apresenta
argumentos capazes de desconstituir a juridicidade da decisão
agravada, uma vez que o Tribunal Regional, valorando fatos e
provas, entregou a prestação jurisdicional na forma prescrita no art.
93, IX, da Constituição Federal, concluindo ser devido o adicional
de insalubridade, porque o laudo técnico deixou evidente o trabalho
do reclamante em contato com agrotóxicos, e os EPIs fornecidos não
eram capazes de eliminar o agente insalubre. Nesse contexto, revela-
se correta a denegação do recurso, ante o óbice da Súmula nº 126 do
TST, em ordem a inviabilizar o reconhecimento da violação dos arts.
191, I, e 194, da CLT, na forma da alínea c do art. 896 da CLT.
Agravo a que se nega provimento .

(TST - Ag-AIRR: 126005820095150143 , Relator: Walmir Oliveira


da Costa, Data de Julgamento: 14/05/2014, 1ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 23/05/2014)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
DANOS MATERIAIS E MORAIS. INDENIZAÇÃO. DOENÇA
OCUPACIONAL. INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICO . 1. O
Tribunal Regional, com base na prova pericial, consignou que o
reclamante - que sofreu intoxicação por agrotóxicos no exercício da
atividade laboral - se encontra incapaz - total e permanente para o
exercício do seu labor habitual.- Afirmou que o -laudo pericial foi
claro em apontar a existência da patologia alegada pelo reclamante
(polineuropatia periférica crônica crural secundária a intoxicação por
agrotóxico), bem como o nexo causal entre tal moléstia e o acidente
de trabalho ocorrido em 13/11/1997 (intoxicação por agrotóxico).
Importante ressaltar que a reclamada não nega, em seu recurso, a
ocorrência do acidente de trabalho em 13/11/1997, bem como a
patologia apresentada pelo reclamante, limitando-se a negar o nexo
entre o acidente e a patologia. No caso, existe evidente nexo de
causalidade entre a lesão experimentada e o trabalho, o que torna
inegável a existência da moléstia profissional. Ademais, como as
atividades desenvolvidas pelo autor pode ser qualificada de risco
específico, e pelo risco do ambiente criado pelo método de trabalho,
poderia ser aplicada a teoria da culpa presumida, fruto da teoria do
risco da atividade, exigindo-se do empregador, pois, prova efetiva da
adoção de todas as medidas necessárias à eliminação do risco da
atividade-. Ressaltou, ainda, que -a incontroversa ocorrência do
acidente de trabalho e a existência do nexo causal conforme
robustamente defendido pelo i. perito torna bastante clara a culpa da
reclamada-. 2. Diante do contexto ofertado pelo acórdão regional, a
partir do qual se extrai o fato lesivo e o nexo de causalidade entre o
dano e a atividade desempenhada, o deferimento de indenização por
danos morais não implica afronta aos artigos 7º, XXVIII, da Carta
Magna; 818 da CLT; 333, I, do CPC; 186, e 927 do Código Civil .
DANOS MATERIAIS E MORAIS. DOENÇA OCUPACIONAL.
VALOR DA INDENIZAÇÃO. 1. Na hipótese, o Tribunal de origem
noticiou que - o reclamante apresenta polineuropatia periférica
crônica crural secundária a intoxicação por agrotóxico, da qual
resulta em incapacidade total e permanente para o exercício do seu
labor habitual. No caso dos autos é patente não só o sofrimento
físico do trabalhador, com limitação de seus membros inferiores,
como também o sofrimento moral pelos problemas de saúde
sofridos. A culpa pelo evento por parte da reclamada resta
caracterizada -. 2. Ao tratar do valor da indenização por danos
morais, a Corte de origem ponderou que - levando-se em conta os
fatos apurados nos autos, a intensidade do sofrimento do ofendido,
sua situação econômica, a situação econômica da empregadora, a
punição ao infrator e a necessidade de induzir o empregador a evitar
acontecimentos semelhantes, considero razoável o valor de R$
60.000,00 (sessenta mil reais) arbitrados na origem de forma
parcimoniosa-. 3. Acerca da indenização por danos materiais, o e.
TRT esposou a tese de que - o laudo médico acostado aos autos
assevera que o autor está total e permanentemente incapacitado para
execução do trabalho anteriormente exercido, o que implica
existência de lucros cessantes em razão da inegável perda de
chances de acesso a novas oportunidades de trabalho ao longo da
vida profissional. De fato, como já discorrido anteriormente, tanto
pela culpa como pelo risco da atividade responde o empregador, a
quem compete suportar os riscos da atividade e reparar os danos
causados a outrem pelo exercício dessa mesma atividade.- Nesse
contexto, o TRT concluiu: - sopesando a perda total e permanente da
capacidade laboral entendo adequada a condenação da reclamada ao
pagamento de pensão mensal vitalícia no valor equivalente ao seu
último salário base mensal-. 4. Diante do cenário ofertado no
acórdão regional, considerando, especialmente o grau de perda da
capacidade laborativa do autor, e o salário recebido à época, não se
divisa a notória desproporcionalidade passível de ensejar a redução
do quantum, razão pela qual incólumes os arts. 5º, V, X e XXII, da
Lei Maior e 944 do Código Civil. Agravo de instrumento conhecido
e não provido.

(TST - AIRR: 512008920075150056 , Relator: Hugo Carlos


Scheuermann, Data de Julgamento: 30/04/2014, 1ª Turma, Data de
Publicação:

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