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TEOLOGIA
DAS REALIDADES
CELESTES
Manual de Ascética e Mística
HOMENAGEM JUBILAR.
Nota do editor
Prólogo
1
TPAqui o autor fala de “Teologia das Realidades Terrestres”: se-
PT
ria esse o título que tinha pensado para a sua obra? Por que na edi-
ção final temos “Teologia das Realidades Celestes”?
Não tendo à disposição os textos originais, pude a-
penas rever o que me pareceu falha gramatical e estilísti-
ca ou engano de quem datilografou o original (Fl. Castro)
9
eterno.
“A transformação do mundo em uma comunidade
fraterna de amor, justiça e paz é tarefa vossa (dos religio-
sos monges)... e como desempenhar-se dela, se falta es-
se gosto do Absoluto, que é fruto de certa experiência de
Deus?” (Paulo VI na Evang. Testif. nº. 52, cf. 34).
Encerrado no estreito horizonte do momento que
passa, o homem de hoje não sabe mais ver sua existên-
cia à luz de Deus.
O comerciante, o industrial avaliam tudo à base do
dinheiro. A jovem dificilmente se eleva acima dos seus
vestidos e da moda. Um “milagre” seria a mãe de família
descobrir que seu filhinho tem uma alma e não só um
corpo. Um véu espesso, um smog espiritual rouba aos
homens o sentido divino das coisas.
Certa amiga aconselha a outra a leitura da vida de
Cristo, de Papini, e começa a contar episódios e passa-
gens do livro. “Não conte nada , interrompe a outra pois,
se souber como termina, perco o interesse!”...
Eis como voamos por cima das realidades como
borboletas, guiados por ilusões. E isso é fatal um vez que
Cristo é o Primeiro e o Último o último capítulo da história
humana e da nossa em particular também! Os grandes da
história humana passaram todos. Mas Cristo “é de ontem,
de hoje de toda a eternidade” (Hb 13,8). Ele foi posto
“como ruína e salvação” (Lc 2, 34). A cada um cabe esco-
lher.
Ele sobreviverá a todos e sem ele, “o mundo é como
um relógio sem números. Gira, anda dia e noite, mas nin-
guém sabe para onde e para que” (Langbehn).
O Credo do Povo de Deus de Paulo VI, orienta-nos:
“Confessamos que o Reino de Deus, iniciado aqui na ter-
ra, na Igreja, não é deste mundo, cuja imagem passa. Seu
crescimento não pode ser confundido com o progresso da
civilização e da ciência ou da técnica humanas mas con-
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1. DESTINO
PARAÍSO TERRESTRE
Cultura
Escritura
Seriado Adão-Eva.
T T
Terra nova.
T T
O Limbo
T T
DESTINO DO MUNDO
No Princípio
Expo-Universo
Vaticano I
Escritura:
Tradição
DESTINO DO HOMEM
22
CÂNTICO DO SOL
LOUVAI A DEUS
A Voz
Logos
Festival
28
Canção
Mistério da fé
O máximo da glória, júbilo, louvor, honra e gratidão,
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DESTINO: FELICIDADE
Nostalgia eterna
Vozes pagãs
Vozes Cristãs
Imagem de Deus
Pranto do deserto
Eldorado
Terra da promissão
Maran Atá
Fim
Parábola
Analfabetos
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Porta fechada
A marca
O dono
Servir
Vontade de Deus
Retorno
Legionário
2. DEUS
“Deus, o ser único, o ser por excelência, o único que
merece este nome” (Cavallera)
PARÁBOLA
QUEM É DEUS?
Mistério
Revérberos
Fragmentos
Encontros
Desencontros
DEUS ESPÍRITO
DEUS PLENITUDE
Sinai
Plenitude
Pléroma
Javé
Imenso
Perfeição
DEUS AMOR
OS VIDENTES
Um passeio
ÂNGELA DE FOLIGNO
LUCIE CHRISTINE
3. GRAÇA
“Eu vim para que tenham a vida. E a tenham em a-
bundância” (Jo 10,10)
A LUZ DO CRUZADO
GRAÇA
A origem
Elevação cristã
VIDA DIVINA
FILHOS DE DEUS
Dom de Deus
Valor
Imagem
VER DEUS
Sta. Teresa d’Ávila, foge aos sete anos, com seu ir-
mão mais velho, a fim de em Marrocos morrer mártir pela
fé. Interrogada explica-se: “Parti porque quero ver Deus e
para ver Deus é preciso morrer antes”. Antes de morrer
obteve a graça de ver a majestade divina: “Toda a graça,
toda a nossa graça, não vem do alto do céu, mas do ínti-
mo da alma, onde Deus mora no centro do castelo dos
sete patamares”. Nessa ocasião Sta. Teresa descobriu
também “experimentalmente” (Vida 18) que Deus está
presente na alma como criador do corpo e da alma, ver-
dade que ela ignorava, pois havia lhe ensinado um teólo-
go ignorante que Deus está presente só pela graça santi-
ficante.
Tudo subsiste em Deus (At 17,28). Deus cria a alma
humana tornando-a imagem de Deus Uno e Trino, ou me-
lhor, tornando-a figura, esboço, rascunho, ser, intelecto,
vontade. E Deus passa, uma segunda vez, pelo centro da
alma, e desta vez imprime-lhe uma imagem perfeita. Não!
imprime-lhe sua própria vida divina, a graça santificante.
Então sim, mora no centro da alma o Rei e de lá, desse
fundo ou ápice, age sobre ela. E neste fundo foi derrama-
do o amor de Deus pelo Espírito (Rm 5,5). Deste centro
interior é que ele fala e nos pede para deixarmos por sua
conta a direção de nossa alma, segundo Rm 8,14: “Aque-
les são filhos de Deus, que se deixam guiar pelo Espírito
de Deus”.
Essa presença divina opera uma união experimen-
tal, especialmente a partir da quinta morada, união pro-
gressiva a invadir a alma da gente até transformá-la em
Deus.
A alma “vê a Santíssima. Trindade” por uma visão
intelectual... Vê a distinção entre as pessoas divinas...
entende serem todos as três uma substância, um poder,
81
Teologia Experimental
(Cântico 38,1).
“Torna pois, a alma deiforme e Deus por participa-
ção” (Cântico 39,1). Portanto, “ama a Deus por Deus
mesmo” (Llama 3,6).
“Brilha-me na alma uma luz espiritual cheia de amor,
pela qual conheço plenamente o mistério da união dessa
nossa carne com Deus” (Ângela de Foligno).
“Senti-me penetrada pela glória de Deus, que me in-
troduziu no conhecimento, pelo qual ele mesmo se co-
nhece, e no amor, no qual ele mesmo se ama. Percebi...
que as três pessoas da Santíssima. Trindade renovaram
tudo em mim e fizeram comigo uma aliança de amor e
misericórdia”.
“Tornei-me uma coisa com Deus... fiquei repleta do
conhecimento de Deus em seu próprio entendimento” (A-
na Madalena Remuzat)
“Senti como a minha alma foi investida pela Santís-
sima. Trindade. Quantas vezes ouvi as palavras: não são
graças que te dou; mas o próprio autor da graça... Retribui
o que me deves, em amor” (Maria da Conceição, 1920)
MORADA DE DEUS
Contato divino
Em Deus
Laudem Gloriae
Maria da Trindade
O Corpo Místico
O mistério
Morte e Vida
Alma
Evangelhos
Sto. Agostinho
O novo plano
Revesti-vos
Enxertados
coração de Jesus.
Camila Varani vê como o pecado arranca pedaços
de carne viva do corpo de Jesus.
Ida de Lovaina sente-se incorporada a Cristo de tal
maneira que não sabe mais onde Jesus acaba e onde ela
começa. Às vezes, seus membros se transformam em
outros tantos corações, todos cheios de Deus.
Sta. Gertrudes sente-se como uma árvore que sai da
ferida do coração salvador, florida e oloroza.
Sta. Matilde sente que Cristo é a voz que em seu ín-
timo louva Deus e adora. Cristo vive nela de um modo tão
real que ele lhe diz: “Meu coração é o teu e o teu é meu”.
“Jesus deves viver para mim tão plenamente que
possa atribuir a mim todas as tuas ações... numa palavra:
sejas um manto debaixo do qual eu me escondo e sob o
qual eu posso agir”.
Freqüentemente na literatura mística, há a troca do
coração por Cristo. Tudo isso são figuras simbólicas de
uma realidade espiritual.
Maria Cecília de Roma, da Congregação de Jesus,
morta em 1929, em Casa (Quebec), aos trinta e três anos
de vida terrestre e nove anos de vida religiosa, escreve na
sua Autobiografia Espiritual, pg. 126: “Jesus mostrou-me
um altar bastante alto, sobre o qual se erguiam chamas
luminosas: era o altar de seu amor. Eu vi em sua mão
meu coração, aquele meu coração que ele tinha tirado no
retiro do postulantado (dois anos antes). Ele o mostrou
longamente, a fim de dar-me a oportunidade de me entre-
gar mais uma vez inteiramente e livremente a Ele. Depois
colocou-o sobre o altar. O fogo envolveu-o, eu o vi quei-
mar até a última fibra. Não restou nada, absolutamente
nada.
Em seguida Jesus me convidou a subir eu mesma
ao altar. Havia cinco degraus em honra das cinco santas
chagas. Impossível dizer o que se passou em meu íntimo.
96
3
TPA mesma visionária precedeu a astronáutica, por
PT
DESTINO (Bis)
A tarefa
Crescer
Transformação
Residência de Deus
Santidade
Amor divino
Oração
Virtudes
Subir
Amor
Jesus, por sua vez, ama o Pai junto, com e por meio
do Espírito Santo. O Pai é a grande devoção de Jesus.
Vive e morre por Ele, literalmente. Ele “vive pelo Pai” (Jo
6,57). Só procura a honra do Pai (Jo 9,30; 11,4).
O amor perfeito consiste em fazer a vontade de
Deus. Por isso declarou, ao entrar no mundo (Hb 10,5):
“Eis que venho cumprir a tua vontade”. Reafirma em Jo
8,29: “Faço o sempre o que é do seu agrado”. Sua missão
107
Graça de auxílio
Graça externa
Graça interna
108
Necessitamos
Precisamos
Perseverar
Natureza
Origem
TRANSFORMAÇÃO EM DEUS
Tauler
Sta.Gema Galgani
Sta.Margarida Alacoque
Matilde de Helfta
Droste -Vischering
Sta.Catarina de Sena
Teresa d’Avila
Gertrudes Maria
A VIA DE DEUS
1. SANTIDADE CRISTÃ
Portanto:
2. “INFÂNCIA ESPIRITUAL”
3. HUMILDADE
4. ESPÍRITO SANTO
O Primogênito
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Maria Santíssima
A Igreja
Os Filhos de Deus
Míriam de Abellin
4. AMOR DE DEUS
PREFÁCIOS
A melodia misteriosa
Um convite
Mensagem: 1Jo 4
Deus é amor.
9
P Eis como se manifestou entre nós o amor de Deus:
P
mamos a Deus; foi ele que nos amou e enviou seu Filho
como vítima de expiação por nossos pecados.
11
P Caríssimos! Se Deus nos amou assim, nós também
P
5,2
P Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus,
P
seus mandamentos”.
“O MISTÉRIO”
Amor forte
O GRANDE MANDAMENTO
Antiga Aliança
Nova aliança
145
Êxtase
Coração
Crescendo sempre
Sempre mais
nhece refluxo.
E Deus paga o nosso amor (mesquinho). Paga logo.
Pelo aumento da graça santificante, da qual um grau vale
mais que todo o universo.
Cada aumento é uma vinda na da Santíssima Trin-
dade. Uma verdadeira antecipação do céu. Porque desde
já estão conosco não só alguns dons de Deus, mas o
próprio Deus Tri-pessoal. Desde o instante da nossa justi-
ficação, ele é nosso. “Deus nos pertence”.
E cada ato de amor é um novo contato divino na al-
ma. Até os nossos pensamentos são atos de amor, iguais
em valor às mais difíceis ações, penitências e sofrimen-
tos. “Não por sermos bons é que Deus nos ama, mas
porque ele nos ama é que somos ou ficamos bons” (Um
trapista de 32 anos).
Medíocres
Inquietos
Fruto da prece
A tarefa final
VÍTIMAS DO AMOR
João da Cruz)
AMOR AO PRÓXIMO
Prólogo
“Temos dois pés para ir ao céu: o amor de Deus e o
amor ao próximo”. “E será um Cristo só amando a si mes-
mo” (Sto. Agostinho)
“Todos os pobres levam escrito na testa o nome de
Jesus” (São Paulo da Cruz)
“Amar o homem por amor de Deus foi até agora o
sentimento mais nobre e mais elevado que a humanidade
alcançou” (Nietzsche)
“Ó amigo, não lhe dou amor, porque tenho pouco e
este pouco quero dar a Deus. Mas dou-lhe bons afetos,
boas palavras e obras, e principalmente uma paciência
sem limites” (HB)
“O primeiro e mais necessário dom é a caridade com
que amamos a Deus acima de tudo, e por causa dele ao
próximo... Caridade, para com Deus e para com o próxi-
mo, é o sinal do cristão verdadeiro” (Vat. II, LG 42a).
Crise
Sempre novo
Em Cristo
Trampolim
Escalas
Amor Teologal
ANTOLOGIA
O Sufi
Sto. Agostinho
São Bento
Sta.Margarida de Cortona
Ângela de Foligno
Sta. Brígida
Matilde de Helfta
mais vantajosa”.
Jesus: “Tu deves suportar toda pena corporal ou es-
piritual, não por ti, mas por mim, como seu eu padecesse
em ti. Não sejas mais do que um vestido, com o qual eu
me revista, e sob o qual eu possa coordenar e executar
as tuas ações”.
Rezando Matilde por uma pessoa aflita, Jesus res-
ponde: “Por que essa pessoa não quer aceitar o que eu
desejo lhe dar? Minha santa e inocente vida na terra, eu
lha ofereço todinha e de boa mente. Ela que a tome para
suprir tudo o que lhe falta...”
Matilde: “Se tu, Jesus, gostas tanto que a gente se
apodere do que é teu, dize-me por favor, ó Deus bondoso,
dize-me como fazê-lo?”
Jesus: “A alma ofereça ao meu Pai, todos os dese-
jos e orações. Toda oração penetra o céu, mas não tem o
mesmo valor se não está unida à minha. O mesmo vale
para as ações”. Matilde: “Apoderemo-nos da santa vida
de Cristo, a fim de suprir o que nos falta”...
Jesus: “Oferece-me cada manhã teu coração a fim
de que nele derrame o divino amor”. Matilde: “Mestre, o
que fazes tu, quando rezo ou recito Salmos?” “Fico escu-
tando. Quando cantas, ajusto minha voz à tua. Quando
trabalhas, descanso. Quando te alimentas, eu trabalho,
porque eu me alimento de ti e tu de mim. Quando dormes,
vigio e te guardo”.
Jesus: “Na Santa Missa ofereço-me com todo o a-
mor de meu coração para suprir tudo quanto falta aos
homens”.
Jesus: “A face de tua alma é imagem da Santíssima.
Trindade. Tua alma deve contemplá-la sem cessar. Ocu-
pando a mente com pensamentos terrestres e inúteis, a
imagem fica manchada”.
Jesus: “Se o homem compreendesse o quanto pode
merecer num só dia, mal esteja acordado, seu coração se
178
Madalena Vigneron
Esprite
Marcelina Pauper
Crescência Hoess
Sta.Margarida Alacoque
Mírian de Abellin
Clement Roux
Droste-Vischering
Visitandina, 1910
F. W. Faber
Sta. Teresinha
plendor, toda esta beleza vinha dele; que era obra sua.
Ele fizera tudo isso, num pequeno nada impuro... Parecia
triunfante pelo que fizera. Ao mostrar-me que tudo provi-
nha dele e que eu era nada, foi como uma luz ofuscante a
inundar-me a alma”.
“Ele quer que eu abandone todas as criaturas para
ocupar-me só dele e do meu dever; que me abandone
para amar só a ele. Repreende-me quando tenho ainda
mesmo que só um pouquinho de cuidado de minha alma.
E diz: Deixa aí teus interesses, minha filha, e não te ocu-
pes senão com os meus. Minhas pequenas esposas de-
vem pensar mais em amar-me do que em santificar-se. Tu
és o pequeno nada e eu sou tudo”.
“As criaturas parecem-me todas tão pobres, verda-
deiros nadas. Não me atraem mais”. “Creio que agora
toda afeição natural me será impossível. Mas sinto que
por isto mesmo posso amá-las tanto melhor. Agora todo o
amor em mim é caridade. É o que procuro realizar de ma-
nhã à noite”. “Compreendi que Jesus é tão louco de amor,
que agora não estranho mais nada da parte dele. O que
estranho é minha lentidão, minha lerdeza em amá-lo”.
“Encontrei-me diante da Santíssima Trindade. Era o
infinito... Não via nada. Somente o intelecto via, admirava,
adorava. Eu não era mais nada. Jesus fez-me entender
que ele seria meu mediador junto ao Pai e ao Espírito
Santo em prol das almas”.
Jesus: “Para provar-me teu amor, vi que eras capaz
de sofrer”.
“A vida da alma está na oração. Porque aí ela se
une plenamente a Deus”.
“Parecia-me que Jesus me revestira de sua santida-
de, como uma esposa ornada com suas jóias. Jesus per-
gunta: quem és tu? Respondi por três ou quatro vezes:
um nada. Depois me disse: tu és a minha esposa. Vi que
ele me tratava como esposa e que seus tesouros eram
203
meus”.
Jesus: “Quanto mais uma alma se sente miserável,
tanto mais tem direitos sobre o meu coração”.
“Jesus tem tanta necessidade de almas que queiram
sofrer por seu serviço.”
“A vida de união é o que há de mais importante, e é
a menos compreendida. Tudo se baseia na oração”.
“Para elevar-se ao amor é necessário crucificar sem
cessar o que não é amor. Amor sem cruz é impossível”.
Jesus: “Peço-vos o sofrimento como meio de amor”.
“Jesus sabe, às maravilhas, moer seu trigo e tratá-lo,
para dele fazer um pão bem branco que se tornará hós-
tia”.
“Nada esperar de nós, tudo esperar de Deus”.
“Rezemos à Santíssima Virgem, pois ela torna suas
filhas agradáveis a Jesus”.
“Queria transformar todas as almas em almas de
luz... Toda a minha vida será amar a Jesus e torná-lo a-
mado”.
Martucchi
EPÍLOGO
1. GRANDES DESEJOS
2. CONFIANÇA
3. PRESENÇA DE DEUS
5. ORAÇÃO
ORAÇÃO
Evangelho
PLUS - Valor
Igreja Antiga
Raios de Sol
Caminho do Céu
Honra do Amor
Como rezar
A SÚPLICA
232
Alavanca
Pai Nosso
História Humana
O Mistério
234
ORAÇÃO APOSTÓLICA
Árvore de Chuva
Apostolado da Oração
Os Precursores
Outrora e Hoje
Alta Política
Almas
Cartas de Recomendação
Números
243
A ORAÇÃO DO REINO
O Reino
Monges e Monjas
MARIA BROTEL
precioso”.
“Continue rezando”, repete-me Jesus sempre de no-
vo. “Vi o Pai. Impossível descrever a imensa bondade de
Deus Pai”.
“Eu pensava que no Pai havia sobretudo majestade
e onipotência. Mas eu vi, sobretudo e acima de tudo, a-
mor”. Ele me disse: “Filha, os homens não me conhecem.
Por isso, eles me servem com temor de escravo, julgan-
do-me severo. Mas tu estás vendo meu amor pelas criatu-
ras, e meu desejo de vê-las felizes...” Ele falou de sua
bondade paternal para comigo, de seu amor pelas criatu-
ras, durante quatro ou cinco horas. Jesus apareceu, esta-
va triste e disse-me: “Desde muito tempo ando à procura
de uma alma que queira entreter-se comigo por longo
tempo na oração, e não encontro. Ninguém quer entrar
dentro de si e de mim. Não há ninguém que queira con-
versar comigo. Ou não têm tempo, ou acham o tempo
longo. Procuram a si próprios e não ao Pai nem a mim.
Assim também não chegam à santidade... tempo perdi-
do... graças perdidas”.
“Jesus, toca essas almas, falei, modifica-as”. “Mas
como fazer, se só na oração posso dar luz e amor?” En-
tão Jesus fez-me ver melhor a triste cegueira de tantas
almas. Fiquei espantada vendo-as afundar-se dia por dia
numa noite profunda; precipitar-se no inferno por si mes-
mas, sem que os demônios tivessem muito a fazer. Jesus
estava profundamente triste, chorava ao mostrar-me tudo
isso. Ele recomeçou: “Afirma-se que Deus não reclama o
que não deu. Mas eu vou exigir dessas almas tudo o que
não lhes dei. Porque elas privam-se das graças por sua
preguiça, por pouco caso. Porque não querem incomodar-
se, mortificar-se. Exigirei tudo o que lhes teria dado se
tivessem sabido querer. Reclamarei delas as almas que
teriam salvo”.
“Parecia-me, posso dizer, que é difícil ir ao céu sem
260
ORAÇÃO – PROBLEMA
Meditação
Oração Afetiva
Simplicidade
Noite
Clarões
Purificação
Sinais
tudo quanto existe neste mundo. Tanto lhe faz lugar, ocu-
pação, ambiente em que tem de viver. Mesmo a atividade
profissional, que antes lhe dava satisfação e estímulo,
perdeu todo o interesse natural. Cumpre suas obrigações
por dever perante Deus. Sente só o desejo de estar tran-
qüilamente na presença de Deus. E, encontrando em tudo
só aridez, sente-se um tanto desesperada por essa im-
possibilidade (aparente) de progredir na união com Deus.
Progressos
Segunda noite
Penas e Dores
Aflições
Antonieta de Geuser
Gema Galgani
teus superiores”.
“O céu tornar-se-á para ti de bronze. Jesus parecerá
aos teus olhos tão severo. Irás fazer oração e nada con-
seguirás. Quererás recolher-te e eu te distrairei. Chama-
rás e clamarás por Maria Santíssima e todos os santos,
mas nenhum terá piedade de ti... Irás receber a santa
Comunhão, irás confessar-te e não sentirás nada; sentirás
ódio por tudo... Praticarás todos os exercícios de devo-
ção, mas tudo de modo forçado e tudo te parecerá tempo
perdido... Terás sempre esperança, mas será como se
não a tivesses.”
“Amarás Jesus, mas será como se não O amasses:
porque durante esse tempo ele nunca se fará sentir...
E mais, terás nojo de ti e de tua vida. Terás medo da
morte. E faltará até o desabafo de chorar.”
“Disse-me que quer tratar-me da mesma maneira
como o tratou seu Pai celeste”. E a resposta de Gema:
“Jesus foi o homem das dores; eu quero ser a filha das
dores”.
E Jesus continua: “Vê, minha filha. No céu há pou-
cos de tua idade, aos quais eu tenha dado gozar todos os
meus sofrimentos”. “Vê filha! O maior presente que eu
possa fazer a uma alma, que me ama e que me é muito
cara, é dar-lhe o dom de sofrer”.
“Filha, olha para mim e vê como se ama. Não sabes
que o amor me matou? Vê estas chagas, este sangue,
estes açoites, esta cruz: é tudo obra do amor”.
E a resposta de Gema: “Bem sei, sou uma grande
pecadora, e ouço de ti mesmo que pior do que a mim não
podias encontrar. Concordo”.
Passada a noite, segue-se a aurora da vida eterna.
272
6. A DOR
A CRUZ
Mistério
doar o sofrimento”.
Idêntico, só mais brutal, o protesto de Nietzsche. A
dor é um mal no plano natural. Mas aos olhos da fé, no
plano sobrenatural, realizada a redenção; o único mal a-
inda existente é o pecado. Tudo o mais, morte, doença,
sofrimento transformou-se num bem, num valor positivo.
O sofrimento atraiu a Deus para a terra. Bens ele os
possuía de sobra no céu e não invejava o paraíso terres-
tre. A criatura humana tem inveja dos bens da terra e tem
medo dos sofrimentos. Com Deus deu-se justamente o
contrário. Ele tinha, por assim dizer, inveja do sofrimento,
até realizar-se a Encarnação. Por trinta e três anos parti-
cipou da nossa sorte. E ainda não contente, incorporou os
remidos ao Corpo místico, e assim os sofrimentos huma-
nos tornaram-se sofrimentos de Deus, até ao fim do mu-
no. Agora, o Deus do céu está satisfeito. O maior valor da
terra é seu, a pérola grande da parábola.
Amor
MORTIFICAÇÃO
E Cristo?
Paulo
Tradição
não tem oitava, o que quer dizer que até o nosso último
suspiro temos de purificar-nos. Portanto, é preciso termos
duas resoluções iguais. Uma, de ver crescer sempre as
ervas más em nosso jardim. A outra, de ter coragem de
arrancá-las”.
São Vicente de Paulo: “Se alguém acredita que já
está com um pé no céu e omite a mortificação, este está
no supremo perigo de despencar logo que puxar o outro
pé”.
F. W. Faber: “Vede a fileira dos santos. Para a maio-
ria deles foi a dor que lhes abriu os tesouros do amor divi-
no. A dor conduziu-os àquela paragem venturosa.
A dor formou as coroas que ornam suas cabeças. A
dor profunda, prolongada, fá-los contemplar, agora, a gló-
ria”.
“O ponto em que os nossos contemporâneos ficam
evidentemente atrás dos antigos, é o apreço e a prática
da mortificação” (Saudreau)
Escritor ascético, moderno, criterioso, Zimmermann
SJ, escreve: “Não há dúvida que dentro de nós há forças
contrárias à perfeição. Se nós não as impedimos, elas é
que impedem a perfeição, e isto em todos os seus de-
graus, desde o simples estado da graça até o mais alto
vôo do amor... Ou mortificação ou perda da perfeição, e
com isso perda de maior felicidade aqui e acolá... E não
valem escusas. A natureza defende-se e esconde-se a-
trás de mil pretextos corriqueiros. Quando não prefere
contestar a submissão e obediência abertamente. Mas
não há como fugir...”
“Ao céu, via-se com um pequeno pedregulho no sa-
pato” (L. Veuillot)
Finalidade
Finalidade da mortificação:
278
Reservas
Cristo
Magistério
SOFRIMENTO E FÉ
284
A Parábola
L. Bloy
O Problema
Mensagem
Liberdade
Intervenção
Providência
Sofrimento-amigo
Jesus
Mensagem Doutrinal 4
TP PT
4
Cf. COMBES, Dieu et souffrance, 1961, pág. 52-65)
291
14,25.
2. E Jesus se explica: se o grão de trigo não morrer
na terra, não dará fruto (Jo 12,14). Quem ama a sua vida
aqui na terra, vai perdê-la. Sofrimento é condição de fe-
cundidade sobrenatural. Sofrer e morrer na seqüela de
Cristo significa trazer como Ele, e com Ele, muito fruto.
3. Jesus se explica em Mt 5,10: “Bem-aventurados
os que sofrem perseguição pelo reino”. É a única bem-
aventurança repetida e ampliada em dupla via, e remata-
da por um júbilo incontido: pois alegrai-vos, vosso prêmio
será grandioso. Ora, isto é o martírio, graça excepcional e
rara. E as nossas dores, doenças, useiras e vezeiras?
Leia adiante:
4. Bem-aventurados os tristes, porque serão conso-
lados. Bem-aventurados os pacientes, pois possuirão a
terra da promissão (Mt 5, 4.5).
5. A Eucaristia põe-nos em contato com a paixão e
morte de Jesus; é seu memorial (1 Cor 11). Alimentados
pela eucaristia, todo o nosso sofrer é co-redentor. Co-
mungando, entramos em contato com Cristo-vítima, e par-
ticipamos fatalmente dessa mesma tarefa, do mesmo des-
tino. Verdade é que, enquanto o cristão não chegou a ser
santo, acha-se numa situação pouco confortável. Sente a
dor e seus problemas filosófico-teológicos, sem participar
da alegria de sofrer.
Conclusão
São Paulo
Loucura
É de São Bernardo a palavra. Mas já era praticada
na Igreja de Cristo desde as origens. Pudera! Jesus deu o
exemplo. Entrando no mundo já se ofereceu, logo de en-
trada, à cruz (Hb 9,13). E com ardor, como lemos em Lc
22,15: “Ansiosamente desejei comer esta ceia pascal an-
tes de sofrer”.
São Pedro anima os fiéis: “Sendo que Cristo pade-
ceu segundo a carne armai-vos também vós, do mesmo
pensamento” (1Pd 4,1).
São Paulo, amante da cruz de Cristo, exclama: “Fol-
go de sofrer” (Cl 1,24). “Tenho prazer na minha fraqueza,
nos ultrajes, privações, perseguições e angústias por a-
mor a Cristo; porque quando sou fraco, então é que sou
forte” (2 Cor 12,10).
Completa a Imitação (3,56) a frase do apóstolo: “Não
carregamos a cruz sozinhos; Jesus fica ao lado como
nosso Cireneu”.
E ainda São Francisco de Sales: “O Calvário é a
montanha dos amantes. Todo amor que não toma sua
origem na paixão de Nosso Senhor é fútil e perigoso”.
Entusiasmos
Século XX
OS AMIGOS DA CRUZ
Amor da Cruz
As duas coroas
Margarida de Cortona
Ângela de Foligno
Henrique Suso, OP
Verônica Giuliani
Madalena Vigneron
Inez de Langeac
Madalena Orsini
Paulo da Cruz
Marcelina Pauper
Crescência Hoess
Clara Moes
Gema Galgani
Isabel da Trindade
Gertrudes Maria
Sta. Teresinha
Carlos de Foucauld
Eva Lavalliere
Maria Cecília
O Filho de Deus
Escreve Montalembert:
“Mas quem é este amante? Invisível, morto num pa-
tíbulo há dezoito séculos, e que ainda atrai a si a juventu-
de, a beleza, o amor?
Que aparece às almas com tal brilho e atração, que
elas não conseguem resistir? Que se atira sobre as almas
e faz delas sua presa?
Prende por toda a vida a carne de nossa carne (a fi-
lha predileta, fez-se religiosa...). É um homem? Não! É um
Deus. Só Deus é capaz de colher tais frutos”.
311
7. EXPIAÇÃO
NA ESCRITURA
Sangue a gotejar
Cristo Vítima
Paulo vítima
Cristãos vítimas
Seqüela de Cristo
Discípulo
fício universal”.
Os Mártires não são apenas a maior expressão do
amor (Jo 15,13), mas são também vítimas redentoras co-
mo Jesus; seu sangue faz germinar conversões.
Após a era dos mártires, elevaram os monges o es-
tandarte da redenção penitencial, vivendo “a vida apostó-
lica” (discipulado, sem apostolado externo), até a idéia da
reparação expiatória surgir do estado latente no segundo
milênio. Desde as origens o monge sente-se incumbido
de rezar, em nome do povo de Deus, e pelo povo de
Deus, numa espécie de divisão de trabalho entre os di-
versos membros do corpo místico. E assim também na
cruz do Salvador cabem-lhes as primícias. O monge quer
ser discípulo do Mestre em maior plenitude; portanto,
maior seja também seu quinhão. “Quem quer seguir após
mim, tome sua cruz cada dia e venha atrás de mim” (Lc
14,25). A fim de que haja sobras de graça para os mem-
bros mais necessitados do Cristo místico.
O valor redentor-expiatório do sofrimento (e da peni-
tência), unido à Paixão de Cristo não está declarado em
texto nenhum do primeiro milênio com nitidez teológica,
mas vive em estado latente. Aqui, acolá apontam alguns
indícios.
Sto. Inácio mártir deseja oferecer seu martírio por
seus irmãos na fé (Carta à Igreja de Êfeso). “Minha vida e
minhas cadeias sejam por vossas almas” (Carta à Igreja
de Smirna).
Clemente Alexandrino: “A partir de um só e por um
só foram salvos (os cristãos), e salvam outros”.
Orígenes
Tertuliano
São Cipriano
São Jerônimo
Sto. Ambrósio
Sto. Agostinho
Cassiano
São Bento
Concluindo
São Bernardo
Sta. Lutgarda
Sta. Hildegardis
São Francisco
EXPIAÇÃO E MAGISTÉRIO
329
Pio XI
Dedicou ao assunto toda a encíclica Miserentíssimus
Redemptor, 1928: “A tarefa da expiação suplente é de
todo o gênero humano”. Portanto, não só os místicos,
mas todos os cristãos comuns podem e devem oferecer a
Deus desagravo pelos pecados da humanidade. “Nenhu-
ma criatura poderia expiar os crimes da humanidade”. Por
isto, Cristo se ofereceu (Hb 10,5).
Podemos, e até devemos, juntar nossas preces e
expiações às de Cristo. “Principalmente na Santa Missa
os fiéis ofereçam-se como hóstias vivas, santas, agradá-
veis a Deus (Rm 12,1). São Cipriano não hesita em afir-
mar que o sacrifício do Senhor não se celebra com devida
santidade se a nossa oblação e nosso sacrifício não lhe
correspondem”.
Jesus pediu a Hora Santa e a comunhão reparadora.
“A paixão expiatória de Cristo é renovada, continua-
da e completada em seu corpo místico, como disso dá
mostras o Senhor Jesus, dizendo a Saulo: por que me
persegues? (Atos 9,5)... É justo, pois, que Cristo, pade-
cendo ainda em seu corpo místico, deseje ter-nos como
sócios em sua expiação. E nossa ligação com ele exige-o.
Visto que pertencemos ao seu corpo (1 Cor 12, 27), é
preciso que tudo quanto a cabeça sofra, seja partilhado
por todos os membros”.
Em 1934, Pio XI retorna ao tema: “A alma crucifica-
da com Cristo por um martírio do coração adquire, para si
e para os outros, abundantes frutos de salvação. São es-
tas almas puras e sublimes que padecendo, amando, re-
zando, realizam na Igreja um apostolado silencioso, pro-
veitoso para todos”.
330
Pio XII
Concílio
Sofrer?
Ressuscitou
Agostinho.
2. Semanalmente repetimos no saltério: “O impropé-
rio partiu-me o coração. Desfaleci. Esperei por quem se
apiedasse de mim, mas não veio ninguém. Por quem me
confortasse, mas não encontrei” (Sl 68,21).
3. Cristo na terra continua perseguido. Como ele
mesmo em pessoa explicou a São Paulo, no caminho a
Damasco: “Por que me persegues?”
4. Cristo na terra continua sofrendo, ferido, chagado
por nossos pecados. Nossos pecados são outras tantas
feridas no corpo de Cristo. Merecem especial amor os
pecadores porque são a parte mais doente, mais dolorida
do corpo místico de Jesus. São feridas que pedem o bál-
samo do bom samaritano. Pedem o sofrimento expiatório
de almas vítimas. A agonia de Cristo continua até o fim do
mundo.
5. Assim como os nossos pecados do século XX a-
charam um jeito de se apresentar no ano trinta do século
I, no horto, na Via-Sacra, no Calvário, assim também os
nossos desagravos, nossos sofrimentos de expiação,
nossas pobres palavras de consolo a Jesus encontrarão
também o jeito de retroceder os 1900 anos, e acompa-
nhar a Cristo em sua Paixão.
6. Não somente o Cristo doloroso é objeto de desa-
gravo, mas toda a Santíssima Trindade, que é ofendida e
injuriada todos os dias, e a todas as horas, pelos pecados
das criaturas. E é um assunto sempre atual, não é remi-
niscência histórica.
Dolorismo
Crueldade?
Recapitulando
Colaboração
redenção.
Todo o povo de Deus está convidado a colaborar
nesta tarefa. “A graça de Cristo tem um duplo peso: o pe-
so da glória que dirige à divindade e abre espaço para a
plenitude da habitação da Santíssima Trindade. E o peso
da cruz que arrasta à seqüela de Cristo para remir com
ela o mundo.” (Journet) “O amor inclina os cristãos a se-
guir o itinerário traçado pelo Salvador. É um dos grandes
pensamentos de São Paulo que as etapas da vida de
Cristo, paixão, morte, ressurreição, deveriam reproduzir-
se de algum modo em seus membros, pois afinal somos
co-herdeiros de Cristo (Rm 8,17). A Igreja é continuação,
plenitude, pleroma do Redentor” (Berulle)
Vítimas Suplentes
Redenção Objetiva
Redenção Subjetiva
Obras
Vaidade
Presunção
Como expiar
Concluindo
Pecados
Justiça - Amor?
Meditando
Final
8. AS FONTES DA SALVAÇÃO
“No céu sempre se agradece. Na terra sempre se
pede, e cada coisa de arrepiar o cabelo dos anjos! Não
podíamos abrir uma pequena, gentil exceção e, em vez
de pedir sempre, dar?” (F. W. Faber). Já que ganhamos
afinal alguns presentes, presentes gratuitos, de elevado
valor: o precioso sangue de Cristo, as cinco chagas, o
Coração de Jesus, a Santa Missa.
A fim de expiar o pecado do mundo, devemos haurir
nestas fontes da salvação. Aproveitar o trabalho já feito. O
mundo não se converte em razão das nossas penitências
e mortificações que são perfeitamente nulas, sem valor,
mas em razão da Paixão da vítima divina.
E daí se segue que o primeiro ato é oferecer o que
Jesus padeceu. Jesus a Sta. Margarida Alacoque: “Ofere-
ce-me a meu Pai Eterno, para que aplaque sua justa ira e
incline sua misericórdia”. Margarida escusava-se de não
possuir nada a oferecer. Jesus: “Toma este coração e
oferece-O ao teu Deus. Por ele podes pagar todas as dí-
vidas. Apresenta muitas vezes a meu Pai o sangue do
meu coração. Ofereça todo o meu sangue divino; seu
preço é infinito”.
Semelhantes pedidos faz Jesus a Josefa Menendez,
que ofereça os méritos da Paixão e da Santa Missa. O
único que agrada ao Pai é seu Filho Unigênito, no qual
pôs todas as suas complacências.
Elisabet Caroni-Mora reza: “Por favor, Senhor, dize-
me que devo fazer para compensar as injúrias que rece-
bes de mim e de tantos pecadores?” “Nada mais que ofe-
recer meus méritos ao Pai Eterno”.
Gertrudes diz em nome de Cristo: “Todo pecador,
por enorme que seja o peso dos seus pecados, pode res-
pirar aliviado na esperança do perdão, oferecendo a Deus
349
1. CINCO CHAGAS
1841-1907.
Sua Missão
Irradiando
Aula Celeste
Palavras finais
2. A SANTA FACE
A Sagrada Face
Sta. Teresinha
3. SAGRADO CORAÇÃO
Matilde de Magdeburgo
Matilde de Helfta
sado”.
Gertrudes de Helfta
Século XV
Maria da Encarnação
Margarida Alacoque
4. SANGUE PRECIOSO
2. O Sangue é salvação.
O sangue do Cordeiro pascal salva e protege contra
o anjo exterminador. O sangue de Deus purifica nossa
alma no sacramento.
Ângela de Foligno passou o último dia de sua vida
em êxtases contínuos. “Minha alma foi lavada e purificada
no sangue de Cristo. Estava quente, como se saísse na
376
ANTOLOGIA
Mediator Dei
Crisóstomo
Juliana de Norwich
Catarina de Gênova
Marta Chambon, OV
Josefa Menendez
Sta. Teresinha
5. A CEIA DO CORDEIRO
Triste Realidade
Um boato
Gólgota Perene
Infinita
Presença
Oferecemos - Sacrificamos
“Mediator Dei”
As Vítimas
Mortos em Cristo
Vítimas em Cristo
6. SACERDOTE DE CRISTO
Santidade
Sal da Terra
Vítima
Recapitulando
Co-Salvadora
Magistério
8. VÍTIMAS
Povo de Deus
Discípulos
Consagrados
Efeitos
409
Escolha
Candidatos
Sede de sofrer
“Vamos ver quem joga mais alto”. Suas flores recaem so-
bre a terra. As de Rosa ficam penduradas no ar e formam
uma cruz bonita.
Números
samente da expiação.
Quando ao gênero literário da revelação particular,
vale a judiciosa orientação da Sta. Teresa d’Ávila: “Chu-
pando uvas... chupa-se o caldo, mas põe-se de lado a
casca; assim, aproveita-se o conteúdo doutrinal, abstrain-
do da sua origem supostamente divina”.
faça converterem-se”.
Em 1245, seu último ano de vida, Jesus pede-lhe
três coisas: 1. Agradecer por todos os dons recebidos. 2.
Que te entregues totalmente em oração ao Pai, por meus
pecadores. 3. Desejar o céu. (T. MERTON, Que são estas
chagas, Vozes, 1959).
São Francisco
duração...”
Livro do Diálogo
Teresa d’Ávila
de todos os homens”.
Na quaresma de 1631, ela acompanha em visões
todas as fases da Paixão. Olhando as cordas que amar-
ram Jesus, ele chama sua atenção: “Olha, antes, meu
Coração; não é este cordame que me tem acorrentado,
mas os laços de amor”.
“Não pretendo fazer-te estas promessas à maneira
dos homens, mas à maneira de Deus”.
A cena do Pretório, Jesus cuspido, esbofeteado:
“Não é tua alma a imagem da minha face divina? As cria-
turas, que são amadas com uma afeição desordenada,
são como um escarro que fazem sobre esta imagem de
minha santa face. Todas as vezes que cedes a uma afei-
ção desregrada, estás cuspindo em meu rosto”.
Vendo Jesus na coluna da flagelação, pergunta por
que ele sofria tormento tão grande por criaturas tão ingra-
tas. Reiterou a pergunta várias vezes. Por fim, Jesus res-
pondeu: “Quem ama, atura”. Ela insistiu para sofrer junto.
Então Jesus colocou-a ao pé da coluna, dizendo: “Eu sou
a árvore da vida, carregada de frutos, descansa em sua
sombra”.
“Quando te afeiçoas a uma criatura, tu me fazes so-
frer a mesma violência que senti quando me arrancaram
as vestes depois da flagelação”.
“Minhas chagas são portas abertas”.
“Despregar Jesus da Cruz significa retirar o próximo
do pecado”, diz-lhe Maria Santíssima.
morte.
Lourdes e Fátima
Profética
Extática
Mortificada
Estigmatizada
Anexo
T
sem olhar para trás. E essa união irá atrair as graças pa-
5
TP PT
5
Sic. Não consegui recuperar a frase.
482
Jesus".
"Isto não me impede de sentir o sofrimento, até bem
vivamente. Mas em meio de tudo isto, sou feliz. O bom
Deus faz-me encontrar a felicidade por toda a parte. É
verdade que esta alegria vem dele só, somente dele.
Creio mesmo poder dizer que é ele".
"Não gosto de pessoas que falam continuamente de
sofrimento, crucifixão, esquecimento das criaturas, pois
me parece que o amor suporta tudo isto com alegria. Mais
ainda: estima como tesouro precioso. Saboreia-se um
tesouro a sós, sem divulgar muito por fora" .
"Tantas almas agitam-se nas trevas, atoladas num
caos horrível. Eu queria transformá-Ias todas em almas
de luz. Queria não recusar nada a Deus, ainda que para
salvar uma só alma. Padeço por vê-Ias nas trevas. Vejo
só algumas que estão em plena luz. E este número é tão
pequeno, que eu bem gostaria de estar enganada. Espe-
táculo cruel! O bom Deus fez-me carmelita, salvadora de
almas. Felizmente todos os seus méritos são meus. E
minha vocação é oferecê-Ios a seu Pai. E de lá, eles re-
caem sobre as pobres almas em forma de graças.
E quanto mais Jesus penetra este pequeno e mes-
quinho instrumento, mais maravilhas realizam-se. E não
há limites ao seu poder a não ser o poder de Deus...
Tudo consegue uma carmelita santa. Seu poder não
tem limites. Um suspiro, uma palavra de sua parte são
suficientes para fazer descer do céu, torrentes de graças
sobre as almas. Ó que bem-aventuradas são estas elei-
tas!...
Uma carmelita deve ter o coração de Deus, infinita-
mente sensível ao mal das almas. Muitas vezes pede-me
para sofrer, e sempre respondi que sim. Já faz treze anos.
Mas agora posso dizer que todo sofrimento é doce para
mim. Esse sofrimento é o ouro com o qual compro al-
mas... Jesus não me quer recusar nada. Ele não é exigen-
483
Zelo apostólico
Pelos moribundos
O peso do pecado
Itinerário
amar".
"Eu sou a grande vítima. Tu, a pequena, bem pe-
quena. Mas unida a mim, o Pai te atende".
Numa visão infernal, uma voz grita: "Não deveis a-
marrar seus pés, mas o coração.” O demônio responde:
“Aquele não é meu".
Jesus: "Não preciso de tuas forças, mas do teu a-
bandono. A força está em meu Coação". "Sentindo-te fra-
ca e medrosa, vem aqui buscar força".
Jesus aparece, segurando na mão seu coração: "O
meu amor e minha misericórdia para com as almas caídas
não têm limites. Desejo perdoar. Repouso perdoando.
Estou sempre esperando almas. Sou seu pai".
Maria Santíssima: "Para salvar almas é preciso so-
frer. Bem-aventuradas as almas que Jesus encarrega de-
las".
Jesus: "Dize-me outra vez que me amas. E vou con-
fiar-te um segredo. É loucura de amor que tenho pelas
almas".
"Que seria do mundo sem reparação... Faltam víti-
mas. Faltam vítimas".
"Toma, miséria do meu coração, esposa que amo.
Toma minha coroa".
"A alma, que faz de sua vida uma união constante
com a minha, me glorifica e trabalha em proveito das al-
mas. Seu trabalho tem pouco valor. Mas, banhando-o em
meu sangue, que fruto obterá para as almas! Maior talvez
do que se estivesse pregando no mundo inteiro. Quer es-
tudes, fales, escrevas, quer costures, varras, descanses,
não é a ação em si que tem valor; é a intenção. Quando
eu varria ou trabalhava na oficina de Nazaré, dava a meu
Pai tanta glória quanto com minhas pregações na vida
pública. Do nada as almas podem tirar grandes tesouros,
fazendo com amor seu dever, hora por hora, momento por
momento. Que tesouros não acumulam em um só dia".
492
Santíssima".
Diante do grande Crucifixo, no corredor do seminá-
rio, duas velas acesas e dois silenciosos rezadores: Pop-
pe e seu amigo José. De repente, Poppe se levanta, pega
uma vela e ilumina as chagas abertas e sangrentas do
Salvador crucificado. Parando na chaga do coração, ex-
clama: "Olha, José! Quão fundas são as chagas! Não tens
medo? É o que nos espera. Mas coragem! É o Mestre".
Escreve no diário: "Jesus, faze de mim um crucifica-
do". E foi atendido, caindo doente, desde o segundo ano
do sacerdócio.
Para a ordenação sacerdotal reza: "Longe de mim
oferecer-te, ó Jesus, na Santa Missa, sem oferecer-me a
mim mesmo no mesmo altar".
Pensamentos de 1916: "Senhor, quero ficar santo;
por isso quero sofrer. Senhor, quero santificar outros, e
por isso devo sofrer. Senhor, quero santificar os sacerdo-
tes, por isso devo sofrer. Senhor, quero converter os pe-
cadores da paróquia, por isso devo sofrer". Seu desejo na
última doença: "Ser escravo na cruz junto com Jesus".
Crucificados atraem. Seu sofrimento fecunda seu
apostolado pela santificação do clero. "Costuma-se dizer:
não há suficientes sacerdotes. Não é bem assim. Não há
bastantes sacerdotes santos".
De uma carta aos seus colegas no sacerdócio cita-
mos: "Cristo é o caminho. Portanto: pobreza, humildade,
sofrimento. Não nos deixemos iludir por palavras ou por
bonitos propósitos do nosso retiro. Christus passus est.
Cristo padeceu, sofreu, irmãos. Se queremos tornar-nos
sacerdotes santos e fecundos, é preciso sofrer, sofrer
muito, com a mesma vontade com que dizemos ‘quero
tornar-me um bom sacerdote, um santo’, pois é a mesma
coisa.
Neste propósito de sofrer temos de manter-nos sem-
pre, agarrar-nos como a uma tábua de salvação. Por ve-
495
mais poderosa".
Dizia no fim da vida: "Minha oração é como eu, cheia
de rugas e desdentada" (mas eficaz pela confiança).
(GARRIGOU-LAGRANGE, Madre Francisca de Jesus,
trad. port., Petrópolis,1939).
Século XX
sangue" .
A uma filha espiritual: "Não posso esquecer-te. A ti
que tantos sacrifícios me custaste; que te criei para Deus
no meio de dores extremas".
Poucas semanas depois, após a estigmatização vi-
sível, a 20 de setembro de 1918, escreve: "A violência das
dores não me deixa falar. Paralisam-se os membros...
Reza para que minha alma não se perca nesta terrível
provação".
Dos últimos anos: um fotógrafo bateu um flash às
escondidas. Ao revelar a chapa, aparece Frei Pio com
uma coroa de espinhos na foto. Julgando ser castigo, o
fotógrafo correu a Frei Pio pedindo desculpas. Este con-
tentou-se em dizer: "Poderia ser de outro modo, do jeito
como hoje estão as coisas?"
506
10. CÉU
“Receberemos uma casa edificada por Deus, não
por mãos humanas, um edifício eterno no céu” ( 2Cor 5,1)
“Na casa de meu Pai há muitas moradas” (Jo 14,2)
“Alegrai-vos e exultai: grande será a vossa recom-
pensa no céu” (Mt 5,12)
“Derramar-vos-ão no seio uma medida cheia, recal-
cada, coagulada” (Lc 6,29)
IDÉIAS
ONDE?
QUANDO
CIDADE CELESTE
PORTA ABERTA
DESCANSO ETERNO
"VIDEBIMUS"
"AMABIMUS"
"LAUDABIMUS"
deiro" (14,1).
Alguns flashes na pobre linguagem dos mortais De
bom grado entoamos com o salmista o jubiloso "Aleluia".
"Louvai ao Senhor nos céus. Louvai-o todos os anjos e
santos, sol, lua e estrelas de luz" (SI 148ss). E, em meio
deste mar de sons e júbilos, está o Cordeiro, o Redentor a
dizer ao Pai: "Cumpri a obra que me deste" (Jo 17,4). Por
isso "tudo lhe está sujeito". E agora, o Filho "se submete-
rá... para que Deus seja tudo em todas as coisas" (1Cor
15,26-28). E nós nos recordamos: "Por ele e com ele e
nele é a ti, Pai onipotente, em união com o Espírito Santo,
toda honra e glória'"
Isabel de Turíngia, três dias antes de morrer de uma
morte santa, sua empregada escutou-a cantar. "Como
cantou bonito". "Sabe, respondeu Isabel, sabe, o doce
Amor me obrigou. Veio um passarinho e cantou tão boni-
to, que por fim tive de cantar junto". Música da primavera
do céu.
cido de tudo.
Esta é a resposta de Deus a todas as dúvidas e an-
gústias dos mortais "ó abismo de riqueza, sabedoria e
ciência de Deus. Quão insondáveis teus planos e incom-
preensíveis teus caminhos. Quem conhece o pensamento
de Deus? Ou quem lhe dá primeiro para receber em tro-
ca? Porque tudo é dele, por ele e para ele. A ele seja da-
da a glória, pelos séculos, Amém" (Rm 11,33). "Esta é a
sabedoria de Deus. Não sabedoria dos filhos deste mun-
do, mas sabedoria de Deus, misteriosa, oculta, que Deus
trazia reservada para nossa glória antes que o mundo
existisse. Sabedoria que os grandes deste mundo não
compreendem... Pois olho não viu, nem ouvido ouviu,
nem coração sentiu o que Deus tem preparado para a-
queles que o amam" (1Cor 2,6-9). "A nós revelou Deus
pelo seu Espírito... Porque não recebemos o espírito do
mundo, mas o Espírito que é Deus, a fim de que conhe-
çamos toda a grandeza que Deus nos tem dado" (1Cor
2,10-12).
"Eu te bendigo, ó Pai do céu e da terra, que tens es-
condido isto aos sábios e prudentes, mas o revelaste aos
pequenos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado" (Mt
11,25). "Porque o que é loucura de Deus é mais sábio que
os homens. E o que é fraqueza de Deus é mais forte que
os homens... Por ele é que estais em Cristo Jesus, que
por Deus tem vindo trazer nossa sabedoria, justiça, san-
tificação e redenção. Quem se gloria, gloria-se em Deus"
(1Cor 1,25ss).
Ouçamos de novo o cântico dos cânticos da Boa
Nova: Bem-aventurados os pobres, porque deles é o reino
do céu. Bem-aventurados os tristes, porque serão conso-
lados. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a
terra da Promissão. Bem-aventurados os famintos e se-
dentos de santidade, porque serão saciados. Bem-
aventurados os misericordiosos, porque serão tratados
526
Medíocres
Belém
As trevas
Bem-aventurados
(Mt 5,19).
Resta ainda o resumo final: Entrai pela porta estreita
(Mt 7, 13). O cristianismo não é a estrada larga das gran-
des massas, das grandes maiorias, mas a vereda estreita,
íngreme, da montanha, da minoria; é a via sacra. O mun-
do engana com a maçã do paraíso. Cristo desengana,
autorizado como ninguém a dizer: "Dou atestado que suas
obras são más" (Jo 7,7). "Andai cautelosos", avisa São
Paulo (Ef 5,15).
Dura
2. O MUNDO
O Mundo é passageiro
O Mundo é desterro
3. DOM TOTAL
Dom Eterno
Chamada
O absoluto
ESCADA BRANCA
O Medianeiro
Mãe espiritual
Ex-votos da gratidão
Consagração
6
Canonizado em 1982.
547
Conclusão
EPÍLOGO
"Eu sou o alfa e o ômega, o primeiro e o último, o
princípio e o fim" (Ap 22, 13)
"Dele, por Ele, para Ele são todas as coisas"(Rm 11,
36)
APÊNDICES
1. APOSTOLADO
Tomamos a palavra apostolado no seu atual signifi-
cado (e usado no Vaticano II) de tarefa apostólica, imi-
tação da tarefa dos apóstolos de Cristo, isto é, da trans-
missão da Palavra, Ação Católica, Ação Missionária e
termos equivalentes. Apostolado no sentido de imitação
da vida ascética dos apóstolos, de pobreza, de castidade
e oração (EUSÉBIO, História Eclesiástica) era termo usado
até a chegada dos mendicantes. Estes professaram viver
a vida pública de Jesus. Este sentido prevaleceu; aposto-
lado é pregação e ação pastoral pela difusão do reino de
Deus.
Distingue-se: apostolado externo e apostolado in-
terno. O apostolado interno pode ser apostolado do amor
(ou santidade), apostolado da oração e apostolado do
sofrimento.
O apostolado interno tem atuação indireta. Por isto,
apostolado propriamente dito, costuma chamar-se ao a-
postolado externo, ou ao apostolado de ação. O apostola-
do externo, ou de ação, atua de um modo direto na
transmissão da mensagem. Praticamente tudo se reduz
ao apostolado da palavra: vivido (bom exemplo, testemu-
nho), falado ou escrito. È graça externa (Truhlar), no con-
junto da providência divina, seja natural, seja sobrenatu-
ral.
Vida apostólica é missão divina. É carisma que atin-
ge seu máximo quando o apóstolo oferece também a gra-
ça interna que move o coração humano. Principalmente
se sua mão, que oferece a graça de Deus, está marcada
pela chaga de Cristo, como no caso do Padre Felipe Je-
550
Vocação apostólica
Recapitulamos
SANTIDADE
Apostolado santificante
Espiritualidade apostólica
OS PERIGOS
OS MEIOS
Santidade apostólica
Sofrimento apostólico
Oração apostólica
AÇÃO APOSTÓLICA
CONCLUSÃO
2. VIDA CONSAGRADA
HISTÓRICO DOS VOTOS
Elvira
segues após Cristo; se dizes: vivo, mas não sou mais eu,
vive em mim Cristo; se a nossa alma arde em desejo por
voltar e estar com Cristo... e não mais se compraz nos
gozos deste mundo; se cumpre toda a lei dada para os
nazireus de um modo espiritual. Assim se faz a oblação
da alma a Deus. E quem vive em castidade, dedica o seu
corpo a Deus segundo 1Cor 7.
Santos são chamados os que se deram a Deus. O
carneiro, o vitelo é santo, consagrado a Deus. Ilícito fazer
deles uso profano: concluamos daí o que significa o ho-
mem consagrar-se a Deus. Voltando-te a Deus, deves
imitar o vitelo (de sacrifício), o qual não pode mais servir a
obras humanas. Mas tudo quanto diz respeito à alma, à
obediência e à observância do culto divino, isto tem de ser
a tua agenda e o teu pensamento" (PG 12,760).
Aprofundando mais essa doação total a Deus, Orí-
genes compara os ascetas-virgens com os holocaustos
do A.T. em Números 24: "Como Jesus foi vitima de expia-
ção, cordeiro de Deus pela humanidade, assim também
os santos profetas e apóstolos foram vitimas de expiação,
conforme o dizer explicito de São Paulo: “Desejo ser aná-
tema” (Rm 9,3); “sou vitima e o tempo da minha des-
truição se aproxima” (2Tim 4,2)... “assim, enquanto há
pecado é necessário que haja vitimas pelo pecado"
(12,757).
Orígenes
sua vida pessoal. Todavia, ele não esconde que seu ideal
é a virgindade, a qual segundo ele, implica uma consa-
gração total a Deus, abrangendo portanto, todo o campo
da ascese cristã. O compromisso através de voto formal,
aparece com nitidez.
Mas não ficamos sabendo se existe já uma homolo-
gação oficial por parte da Igreja. Seria então, voto público,
não apenas particular. Favorável é um texto em Números
2,1: Orígenes recorda o bom exemplo do clero e sua im-
portância: "Eis tal o bispo, tal o presbítero, tal o diácono. E
o que então dizer das virgens, dos continentes ou de to-
dos que se destinam à profissão da piedade?" (12,591).
Ascetas e virgens professam piedade, devoção, religio-
sidade; e aparecem misturados aos quadros da hierar-
quia. Já são, portanto, categoria eclesiástica.
Metódio de Olimpo
Cartas às Virgens
nunciei".
O texto não indica limite de prazos; vale, pois, para
sempre. O teor espiritual é de principiantes. Mas foram
admiráveis no rigor da penitência (trabalho manual) e na
recitação assídua dos Salmos.
São Basílio
Calcedonia
São Bento
TEOLOGIA
Teologia do deserto
Teologia do martírio
Realismo
Século XX
Dublanchy
Royo Marin
Guerrero
Aguilar
Nicolas M. J.
Martelet
Tillard
Lavaud
Thils
Hausherr
Hertling
Truhlar
Périnelle
Galot
Ciappi
Carpentier
vontade do Pai.
Objeção: Filho de Deus é também o cristão leigo. Ele
também é sinal visível da filiação divina.
2. O núcleo central da vida consagrada é o batismo
na morte de Cristo.
Objeção: Certo, mas os leigos foram batizados na
morte de Cristo. Não se vê porque o monge tem de fazer
algo a mais
3. Dentro da Igreja das massas (Massenkirche) os
religiosos constituem o núcleo fervoroso. Ou, digamos
com mais humildade, são militantes e ativistas do reino,
em destaque da grande multidão.
Boaventura Kloppenburg
Mascarenhas Roxo
Rahner
Concílio
Paulo VI
conservaria o nome..."
“No exemplo de Sta. Teresinha, pela sua interces-
são, queiram os leigos haurir o gosto pela vida interior, o
dinamismo de uma caridade sem falhas, sem jamais se-
parar sua obra terrestre da realidade do céu. No exemplo
de Sta. Teresinha, os religiosos e religiosas sintam-se
reafirmados na sua doação total ao Senhor. Os sacerdo-
tes, peIos quais ela rezou tanto, compreendam a beleza
do seu ministério a serviço do amor do Senhor.
E os jovens, cuja generosidade ou cuja fé hesita hoje
em dia diante de uma consagração absoluta e definitiva,
descubram a possibilidade e o preço sem igual de uma tal
vocação... Ela não se arrependeu de ter-se entregue ao
Amor... A Igreja necessita, antes de tudo o mais, de santi-
dade". (Mensagem pelo centenário de Sta. Teresinha).
Sto. Tomás
Contemplação
Amor central
Amor ao próximo
30,1,4).
Na teologia tomista, a vida religiosa é um modo de
praticar o amor de Deus, já que a perfeição cristã consiste
na perfeição do amor. Os três votos dão a nota especifica:
fazem com que o progresso espiritual "seja mais fácil,
mais expedito, mais seguro, mais firme" (Quod. 1. 4,24).
Os votos removem obstáculos. Limpam o terreno sobre o
qual se deva erguer o edifício espiritual, todo feito de a-
mor; outro material não é aceito pelo arquiteto. E no ali-
cerce, para começar, três grandes atos de amor, os três
conselhos evangélicos.
Os três votos monásticos não são essência da san-
tidade. Sua tarefa é desembaraçar o terreno, criar espaço
para livre expansão do amor divino. São a estrutura ex-
terna, mas com atos de amor de Deus. Só assim é que o
Pai aceita a entrega do edifício.
Holocausto
com todo o seu amor a Deus; e seus votos, suas três re-
núncias, são estímulos a afervorá-Io cada vez mais. O
monge dá ao Corpo místico, dá e deve dar, maior amor,
maior prece, maior penitência (LG 44; PC 7). Mais desim-
pedido, mais desembaraçado das preocupações terres-
tres, cabe ao monge cultivar o "fervor da caridade" (LG
44) com a totalidade de sua entrega a Deus. Pois, ele se
fez propriedade "do Deus sumamente amável" (LG 44).
A todo o povo de Deus, Nosso Senhor oferece essa
via. Mas, de um modo peculiar, propõe aos discípulos, no
evangelho, a observância dos múltiplos conselhos evan-
gélicos (LG 42). Aos seus discípulos, Jesus recomenda a
via escatológica, descrita pelo Concílio em LG 48, a via
das renúncias para mais de perto seguir-lhe as pegadas.
Todo o povo de Deus, como Igreja peregrinante, tem par-
ticipação na via escatológica segundo LG 48. Mas ao es-
tado religioso incumbe a espiritualidade escatológica de
uma maneira formal e total.
Sto. Tomás denomina essa entrega total a Deus
com o nome bíblico de holocausto. Em II II 186,7, resume
o estado religioso num esquema de três pontos: 1) É uma
via do amor de Deus. 2) Para seu livre exercício a ele se
liga pelos votos. 3) "É, de certo modo, um holocausto pelo
qual alguém se oferece a si próprio e todos os seus have-
res, a Deus".
Sto. Tomás completa aqui um texto de Sto. Agosti-
nho na De Civitate Dei (10,6): "O homem consagrado a
Deus e ligado a Deus por voto é um sacrifício”. Em segui-
da, Sto. Agostinho expõe que todo cristão batizado é víti-
ma e sacrifício. Pelo voto batismal ele é oferecido como
vítima no sacrifício de Cristo. Mas o religioso, o monge é
vítima em maior plenitude. Sto. Tomás acrescenta: "Os
que vivem no mundo reservam algo para si e algo doam a
Deus. Mas os que vivem no estado religioso entregam-se
totalmente a Deus e entregam-lhe tudo quanto possuem"
622
BASE BIBLICA
Pobreza
Virgindade
Obediência
631
Voto
não pode ficar sob voto. Pois, ele já é suprema lei. E pro-
meter e amar a Deus de todo o coração, com todas as
forças, dá vertigem. Não sabemos quando podemos parar
um pouco e tomar fôlego... Mas não é para parar mesmo.
Ainda no fim da carreira (ou vôo) temos de acusar-nos,
como faz de vez em quando na confissão uma criança,
com aquela singela delicadeza: "quanto ao primeiro man-
damento, não amei a Deus de todo o coração." Sorrindo,
respondemos que isto é pecado de todos nós, seres hu-
manos, com poucas exceções.
Os três votos monásticos não são a essência da vi-
da espiritual, da santidade cristã. São meios para alcançá-
Ia pelo caminho mais curto. Sua tarefa é desembaraçar o
terreno, criar espaço para a livre expansão do amor divi-
no. São estruturas externas da vida monástica. Mas o en-
chimento das paredes deve ser feito, não com atos de
virtude, mas com atos de amor de Deus. Só assim é que
o Pai aceita a entrega do edifício.
FORMAS VARIANTES
Vida ativa
Vida mista
Vida contemplativa
Solidão
Prece
Penitência
Valor apostólico
O coração da Igreja
Vida apostólica
Conclusão
ÍNDICE
1. DESTINO
Prólogo Paraíso Terrestre
Destino do Mundo
Destino do Homem
Cântico do Sol
Louvai a Deus
Destino: felicidade
Deus, Primeiro e Último
2. DEUS
Parábola
Quem é Deus
Deus Espírito
Deus Plenitude
Deus Amor
Os Videntes
Ângela de Foligno
645
Lucie Christine
3. GRAÇA
A luz do Cruzado
Graça
Vida Divina
Filhos de Deus
Imagem
Ver Deus
Morada de Deus
Invadida pelos Três
Jesus Cristo Místico
Destino (bis)
Transformação em Deus
Marie des Vallées
A Via de Deus
1. Santidade Cristã
2. Infância Espiritual
3. Humildade
4. Espírito Santo .
4. AMOR DE DEUS
Prefácios
O Mistério
O grande Mandamento
O amor de Deus dentro de nós
Vítimas do Amor
Amor ao Próximo
Antologia
Epílogo
1. Grandes Desejos
2. Confiança
3. Presença de Deus
5. ORAÇAO
646
Oração
A Súplica
Oração Apostólica
Oração do Reino
A devoção pelos pecadores
Maria Brotel
Oração – Problema
6. A DOR
A Cruz
Mortificação
Renúncia total
Sofrimento e Fé
Os Amigos da Cruz
Através dos Séculos
7. EXPIAÇÃO
Na Escritura
Expiação na Tradição Eclesial
Expiação e Magistério
Expiação na Reflexão Teológica
8. AS FONTES DA SALVAÇÃO
1. Cinco chagas
2. A Santa Face
Sagrado Coração
Sangue Precioso
A Ceia do Cordeiro
Sacerdote de Cristo
Maria Santíssima Co-Redentora
Vítimas
10. CÉU
647
1. Idéias
2. Onde
3. Quando
4. Cidade Celeste
5. Porta Aberta
6. Descanso Eterno
7. "Videbimus
8. "Amabimus
9. "Laudabimus
10. "In Fine Sine Fine
APÊNDICES
1. Apostolado
Santidade
Os perigos
Os meios
Vida Contemplativa Apostólica
Ação Apostólica
Padroeira das Missões
2. Vida Consagrada
1. Histórico dos Votos
2. Teologia
3. Base Bíblica
4. Formas Variantes
648