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P
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Plano de
Plano de
Uso Público da

Patrocínio
Copyright © 2018 by
Instituto de Desenvolvimento Florestal
e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio)
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)
Todos os direitos reservados

EQUIPE TÉCNICA DO IDEFLOR-BIO


Joanísio Mesquita
Gerente da Flota de Faro - Antropólogo
Socorro Almeida
Técnica em Gestão Ambiental - Turismóloga
André Raveta
Técnico em Gestão Ambiental - Biólogo
Raquel Souza
Técnica em Gestão Ambiental - Engenheira Agrônoma
José Carlos Damasceno
Técnico em Gestão de Meio Ambiente - Engenheiro Florestal

EQUIPE TÉCNICA DO IMAZON


Jakeline Pereira
Pesquisadora Assistente II - Engenheira Florestal
Eli Franco Vale
Analista I - Tecnólogo em Gestão Ambiental
Iara Vicente
Pesquisadora Trainee - Socióloga
Silvio Renan Mota Moura
Pesquisador Assistente I - Biólogo

AUTORIA
Nailza Pereira Porto
Consultora do Programa Territórios Sustentáveis - Turismóloga
Socorro Almeida
Técnica em Gestão de Meio Ambiente - Turismóloga

MAPAS E ILUSTRAÇÕES DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


Eli Franco Vale (CIP) DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO
Tecnólogo em Gestão Ambiental
P712 Plano de uso público da Floresta Estadual de Faro / Joanísio
Rômulo Felipe de Aguiar Porto
Publicitário Mesquita, Jakeline Pereira, coordenadores. – Belém, PA:
Imazon: Ideflor-bio, 2018.
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
92 p. : il. color.; 21,5 x 28 cm.
Luciano Silva
www.rl2design.com.br
ISBN 978-85-92612-05-4
COLABORADOR
1. Unidade de conservação – Pará. 2. Plano de uso pú-
Joerisson Fulter Nunes
blico. 3. Flota de Faro – Pará. I. Mesquita Joanísio. II. Pereira,
Professor da comunidade Português na Flota de Faro
Jakeline. III. Porto, Nailza Pereira. IV. Almeida, Socorro. V.
Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade
COORDENAÇÃO GERAL
do Estado do Pará – Ideflor-Bio. VI. Instituto do Homem e
Joanísio Mesquita
Meio Ambiente da Amazônia – Imazon.
Gerente da Flota de Faro - Antropólogo
Jakeline Pereira
CDD (21.ed.) 333.7516098115
Pesquisadora Assistente II - Engenheira Florestal
APRESENTAÇÃO

F
lorestas Estaduais (Flotas) são uma categoria de Unidade
de Conservação (UC) de Uso Sustentável cujo objetivo é
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sus-
tentável dos recursos, conciliado à presença humana. São
importantes para assegurar o direito e a melhoria da qua-
lidade de vida de povos e comunidades tradicionais que vivem ou de-
pendem dos recursos naturais dessas áreas. Dessa maneira, nas Flotas
só são permitidas atividades como turismo, pesquisa científica etc., que
envolvem coleta e uso dos recursos naturais, desde que sejam mantidos
os recursos ambientais renováveis e os processos ecológicos.
A Flota de Faro foi criada em 2006, com uma área de 613 mil
hectares e aproximadamente 5 mil quilômetros de extensão de igara-
pés, lagos e praias de água doce, distribuídos nos municípios paraenses
de Oriximiná e Faro. Às margens de seu rio principal, o Nhamundá –
cenário da lenda das Amazonas, vistas por Francisco Orellana em sua
expedição pela região em 1542 (Pará, 2011; Veríssimo e Pereira, 2014)
–, habitam as comunidades ribeirinhas Português e Monte Sião, que
utilizam a Flota de forma sustentável. A beleza cênica, sua história e a
riqueza de recursos naturais, associados ao apelo social e ambiental da
região, poderão favorecer a demanda turística na Flota de Faro.
Pensando no potencial da Flota, o Ideflor-Bio e o Programa Ter-
ritórios Sustentáveis uniram esforços para elaborar o Plano de Uso Pú-
blico (PUP) da Flota de Faro, que é parte do Programa de Uso Público,
previsto nas ações estratégicas do Plano de Manejo da UC. O PUP é
um documento oficial que tem como finalidade o ordenamento e a
orientação das diferentes formas de uso público dentro da Flota, bem
como a promoção do conhecimento acerca da importância dessa UC,
que compõe o bloco de Áreas Protegidas da Calha Norte Paraense.
O PUP foi elaborado de forma participativa, com foco na área de
uso das comunidades Português e Monte Sião, em seis etapas: i) inven-
tário dos atrativos; ii) levantamento de atividades turísticas economi-
camente viáveis; iii) elaboração de estratégias de visitação; iv) fomento
a atividades sustentáveis para o turismo responsável e mais sensível; v)
envolvimento da comunidade, empresários, órgãos públicos estaduais,
federais, municipais e outros parceiros para a implementação; e vi) pla-
nejamento das atividades e orçamento a curto, médio e longo prazo. Para
isso, foram realizadas visitas de reconhecimento dos atrativos turísticos,
oficinas comunitárias para definição do grupo de interessados, identifi-
cação de infraestruturas necessárias e levantamento de formações/capa-
citações para a implementação da atividade turística na Flota.
O Plano está dividido em quatro sessões: i) diagnóstico socio-
econômico, ambiental e potencial de visitação na Flota de Faro; ii)
propostas de atrativos e roteiros de visitação; iii) regras de uso; e iv)
cronograma físico-financeiro das atividades a serem desenvolvidas no
curto, médio e longo prazo. Ressalta-se que este PUP é uma ferra-
menta de gestão, podendo ser adaptado e complementado conforme
as necessidades.

Foto: Acervo Imazon


Sumário

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Lista de siglas e abreviaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Termos locais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

SEÇÃO 1 - DIAGNÓSTICO . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 13
1. Diagnóstico da Flota de Faro – rio Nhamundá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1 Área de abrangência do Plano de Uso Público. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
1.2 Localização e acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
1.3 Municípios da Flota de Faro e do entorno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
1.3.1 FARO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
1.3.2 NHAMUNDÁ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
1.3.3 TERRA SANTA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
1.3.4 PARINTINS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
1.3.5 PORTO TROMBETAS . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 19
1.4 Principais eventos municipais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
1.5 Características das comunidades Português e Monte Sião. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
1.5.1 Ocupação do território . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
1.5.2 Infraestrutura nas comunidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
1.5.3 Atividades Econômicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
1.5.4 Culinária Regional. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 26
1.5.5 Artesanato Regional . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 28
1.6 Recursos naturais da Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30
1.6.1 Flora . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 30
1.6.2 Fauna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
1.6.3 Rios e lagos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
1.7 Oportunidades e desafios para o Uso Público na Flota de Faro. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 37
SEÇÃO 2 - ATRATIVOS TURÍSTICOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2. Atrativos turísticos da Flota de Faro – rio Nhamundá. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 40
2.1 Instrumentos de planejamento da Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40
2.1.1 Instrumentos de controle e redução de impactos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
2.2 Levantamento do potencial de atrativos turísticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
2.2.1 Atividades turísticas potenciais na comunidade Português. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47
2.2.2 Atividades turísticas potenciais na comunidade Monte Sião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55
2.2.3 Atividades turísticas potenciais na região do Jacitara. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60
2.2.4 Atividades complementares nas duas comunidades. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62
2.2.5 Mão de obra disponível para o uso público na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64
2.3 Propostas de roteiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66
2.3.1 Roteiro: culinária regional . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 66
2.3.2 Roteiro: pesca esportiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67
2.3.3 Roteiro: praias e observação da natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67
2.3.4 Roteiro: a vida na floresta amazônica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68
2.4 Parcerias para o Uso Público na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68
2.5 Divulgação do Uso Público na Flota de Faro . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 69
2.6 Plano de capacitação: . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 69
SEÇÃO 3 - REGRAS DE USO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3. Regras para Uso Público na Flota de Faro – rio Nhamundá. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 72
3.1 Regras gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72
3.2 Regras para o manejo das trilhas terrestres e aquáticas . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 73
3.2.1 Manutenção e implementação de trilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73
3.2.2 Comportamento do visitante nas trilhas. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 74
3.3 Regras para as pousadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75
3.4 Regras para a pesca esportiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76

SEÇÃO 4 - CRONOGRAMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4. Cronograma físico e financeiro das atividades a serem desenvolvidas no curto,
médio e longo prazo na Flota de Faro. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 80

5.Bibliografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

Anexo 1 - Protocolo de funcionamento do Centro Comunitário de Gestão Integrada


da Floresta Estadual de Faro.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Anexo 2 - Ementa do Curso de Condutores de Visitantes em Atrativos Naturais e


Pesca Esportiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Lista de Figuras
Figura 1: Vias de acesso às comunidades Português (57°02’55,64”O 1°52’32,85”S) e
Monte Sião (57°3’40,85”O 1°49’32,04”S), na Flota de Faro. .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 16
Figura 2: Comunidades do interior e entorno da Flota de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 22
Figura 3: Área destinada ao Contrato de Concessão de Direito Real de Uso na Flota de Faro. . . . . .23
Figura 4: Comunitários tecendo paneiros na comunidade Monte Sião, na Flota de Faro. . . . . . . 29
Figura 5: Vegetação na Flota de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 30
Figura 6: Praias mais conhecidas na Flota de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 33
Figura 7: Igarapés e lagos na área de uso da Flota de Faro permitidos e proibidos pelas
comunidades Português e Monte Sião para pesca esportiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 8: Zoneamento da Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 9: Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas
na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 10: Trilha da Castanheira, na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 11: Trilha da Copaíba, na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 12: Trilha aquática do Piraquara, na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 13: Manejo de copaibeira realizado por comunitários na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 14: Criação de abelha sem ferrão na comunidade Português, na Flota de Faro . .. . .. . .. . 52
Figura 15: Viveiros de mudas de espécies florestais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 16: Centro Comunitário de Gestão Integrada da Flota de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 55
Figura 17: Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas na
Comunidade Português, na Flota de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 56
Figura 18: Trilha terrestre do Angelim, na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 19: Árvore de angelim localizada na trilha do Angelim, na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 20: Peixe ornamental acará-disco coletado na comunidade Monte Sião,
na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 21: Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas na
comunidade Monte Sião, na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 22: Planejamento de construção da pousada no lago Jacitara, na Flota de Faro . . . . . . . . . . 61
Figura 23: Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas
no lago Jacitara, na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

8 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


Lista de Quadros
Quadro 1: Calendário de eventos culturais nos municípios de Faro, Terra Santa,
Nhamundá e Parintins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Quadro 2: Principais produtos florestais e agrícolas utilizados pelas comunidades
Português e Monte Sião, na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Quadro 3: Cardápio de alimentação na Flota de Faro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Quadro 4: Artesanato fabricado nas comunidades Português e Monte Sião, na Flota de Faro. . . . 28
Quadro 5: Espécies de aves de interesse para birdwatchers, registradas por levantamento
qualitativo em observação e captura durante o diagnóstico da biodiversidade na
Flota de Faro entre 14 e 28 de janeiro de 2008 . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 32
Quadro 6: Principais peixes capturados para consumo e comercialização por moradores das
comunidades Português e Monte Sião, na Flota de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 36
Quadro 7: Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (FOFA) observadas
na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Quadro 8: Classificação dos atrativos turísticos potenciais conforme a sazonalidade
na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Quadro 9: Classificação simbólica das infraestruturas e atividades turísticas instaladas
e previstas na Flota de Faro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Quadro 10: Comunitários interessados em oferecer produtos e serviços para a cadeia
turística na Flota de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. 64

Lista de Anexos Foto: Acervo Imazon

Anexo 1. Protocolo de funcionamento do Centro Comunitário de Gestão Integrada


da Floresta Estadual de Faro . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 86
Anexo 2. Ementa do Curso de Condutores de Visitantes em Atrativos Naturais e
Pesca Esportiva . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 90

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 9


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Amaceff Associação de moradores da área de conservação e entorno da flota de Faro “Luiz


Cortez de Moura”

CCDRU Contrato de Concessão de Direito Real de Uso

CCGI Centro Comunitário de Gestão Integrada da Flota de Faro

Embratur Empresa Brasileira de Turismo

Flota Floresta Estadual

Ideflo-Bio Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará

Imazon Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

OMT Organização Mundial de Turismo

PUP Plano de Uso Público

Rovap Rol de Oportunidades para Visitantes em Áreas Protegidas

SAF Sistema Agroflorestal

Sebrae Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas

Semas-Pará Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade

Senac Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Snuc Sistema Nacional de Unidades de Conservação

UC Unidade de Conservação

10 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


TERMOS LOCAIS

Beiju - Iguaria de origem indígena parecida com uma panqueca dura, feita com o amido da
mandioca espalhado sobre uma chapa ou frigideira aquecida.
Beiju cica - Feito com a massa da mandioca misturada com sal e castanha-do-pará (Berthol-
letia excelsa).
Cará (peixe) - Gênero de peixe de água doce pertencente à família Cichlidae, presente nos
rios e igarapés do Norte da América do Sul.
Cará (raiz) - Tubérculo comumente consumido cozido.
Crueira - Grãos mais grosseiros da massa de mandioca, retidos durante a peneiração.
Cupuaçu - Fruto de uma árvore originária da Amazônia (Theobroma grandiflorum), da mes-
ma família do cacau.
Farinha-de-mandioca - Produzida a partir da raiz de mandioca ralada e torrada num tacho.
É a base da alimentação dos ribeirinhos da Amazônia.
Jirau - Estrutura de madeira a meia altura, usada nas cozinhas como pia para lavar louças e
preparar alimentos.
Macaxeira - Conhecida como o aipim da Amazônia, é uma raiz consumida cozida ou frita.
Mandioca - Raiz usada na dieta alimentar da população amazônica, muito semelhante ao
aipim, mas com alta concentração de ácido cianídrico. Utilizada para produção de farinha
de mandioca, farinha de tapioca, tucupi e outros.
Paneiro - Cesto grande de palha de arumã (Ischnosiphon spp.).
Pato no tucupi - Prato típico da culinária paraense feito com pato, tucupi (líquido de cor
amarela extraído da raiz da mandioca brava) e jambu (Acmella oleracea, erva que causa
sensação de dormência nos lábios ao ser ingerida).
Peneira - Utensílio doméstico usado para coar alimentos, feito de palha tecida em uma ar-
mação circular de madeira ou taquara.
Piquiá - Fruto de uma árvore típica da floresta pluvial da Amazônia (Caryocar villosum). É
consumido cozido.
Piracuí - Farinha de peixe seco bastante consumida na Amazônia.
Rabeta - Termo utilizado para uma canoa (feita de madeira) movida por motor de popa com
capacidade de 3 a 7 Hp (Horse-power).
Tucumã - Fruto de uma palmeira amazônica (Astrocaryum aculeatum), de polpa grudenta e fibrosa.
Tucunaré - Palavra de origem Tupi que significa “amigo da árvore” (Cichla spp.), é um peixe
presente nos rios da América do Sul, em especial do Brasil, muito apreciado pelos amantes
da pesca esportiva por ser um peixe brigador.
Tupé - Esteira grande produzida com os talos da embaúba-puruma (Pourouma acuminata) e
arumã (Ischnosiphon polyphyllus).

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 11


SEÇÃO I

DIAGNÓSTICO

Foto: Acervo Imazon


S e ção I
D iagnóstico

1. DIAGNÓSTICO DA FLOTA
DE FARO – RIO NHAMUNDÁ
1.1 ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PLANO DE USO PÚBLICO

Nome Floresta Estadual de Faro


Unidade gestora Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do
responsável Estado do Pará (Ideflor-Bio)
Endereço da sede Avenida Papa João Paulo II, s/nº. Parque Estadual do Utinga, Bairro
Curió-Utinga, Belém – PA, CEP 66.610-010
Área destinada ao uso 40.236 hectares (quarenta mil, duzentos e trinta e seis hectares),
público representando 7,7% da Flota de Faro
Zoneamento Zona de Intervenção Alta – 15.691 hectares
Zona de Intervenção Moderada – 24.545 hectares
Município Faro
Limites ao norte, com a Floresta Nacional de Saracá-Taquera e com os
Territórios Quilombolas Mãe Domingas e Cachoeira Porteira recém
titulada;
a oeste, com a Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana, em processo de
homologação;
a leste, com a Floresta Nacional de Saracá-Taquera;
ao sul, com o município de Nhamundá.
Bioma Amazônia
Tipos de vegetação Floresta ombrófila densa submontana
Floresta ombrófila densa de terras baixas
Floresta ombrófila densa aluvial
Formação pioneira
Cerrado
Instrumento de Plano de Manejo – Portaria n.º 2.673/2011-GAB/Sema – 09 de
ordenamento territorial dezembro de 2011
Contrato de Concessão de Direito Real de Uso (em processo)
Organização comunitária Associação de moradores da área de conservação e entorno da flota de
Faro “Luiz Cortez de Moura” (Amaceff )
População envolvida Comunidade Português: 18 famílias: 83 pessoas
Comunidade Monte Sião: 9 famílias: 11 pessoas

14 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

1.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSO

A Flota de Faro está localizada nos e negras. O tempo de viagem nesse trecho
municípios de Faro e Oriximiná. Em Faro, é de 20 horas e custa aproximadamente R$
abrange o Alto Nhamundá, rio que divide 100,00 (cem reais). Por Manaus, o tempo de
os estados do Pará e Amazonas. Nessa área viagem também é de 20 horas (percorrendo
da Flota há duas comunidades: Português, os rios Negro, Amazonas e Nhamundá), com
que dista 62 quilômetros do centro urbano custo aproximado de R$ 100,00 (cem reais).
de Faro, e Monte Sião, distante 65 quilô- Via terrestre, o acesso é somente por
metros. Em seu entorno há outros quatro meio de veículos particulares a partir de
centros urbanos: Nhamundá (Estado do Porto Trombetas, por um trecho de aproxi-
Amazonas), Terra Santa (Estado do Pará), madamente, 120 quilômetros (percorrendo
distrito de Porto Trombetas (município de a rodovia PA-254) não pavimentado e com
Oriximiná, no Estado do Pará) e Parintins baixa trafegabilidade.
(Estado do Amazonas). Via aérea, os acessos regulares à cida-
O acesso à zona urbana do municí- de de Faro são por: i) Parintins (Amazonas),
pio de Faro pode ser via fluvial, terrestre e/ que recebe voos da empresa MAP Linhas
ou aéreo. Via fluvial há diversas rotas, com Aéreas que saem de Manaus, Santarém e
saídas regulares dos municípios que ficam às Porto Trombetas às segundas, quartas e sex-
margens do rio Amazonas, tanto no Estado tas-feiras; ii) via Porto Trombetas, que recebe
do Amazonas, quanto no Pará. Os meios voos originários de Belém e Santarém, ope-
mais comuns são lanchas e barcos partindo rados pela companhia MAP Linhas Aéreas;
de Parintins, Santarém e Manaus. De Pa- e iii) via Santarém, com voos diários originá-
rintins partem diariamente seis lanchas co- rios de Brasília, Belém e Manaus, operados
merciais para os municípios de Nhamundá pelas companhias Gol Linhas Aéreas, Latam
e Faro, cujos trajetos duram em média uma Airlines, Azul Linhas Aéreas e MAP Linhas
hora, a um custo de R$ 60,00 (sessenta reais) Aéreas. Além disso, na sede municipal, há
por pessoa. Em dias alternados há também uma pista de pouso para aviões particulares
barcos regionais, a R$ 30,00 (trinta reais), de pequeno porte. O frete de um avião bi-
cujo percurso dura aproximadamente cinco motor (com capacidade para até 6 pessoas)
horas. Via Santarém a viagem é mais longa, desde Parintins até Faro é de aproximada-
porém mais interessante para visitantes dis- mente R$ 4.000,00 (quatro mil reais).
postos a aventuras. Nesse trajeto navega-se O acesso à Flota de Faro (às comuni-
pelos rios Tapajós, Amazonas e Nhamundá, dades Português e Monte Sião) a partir do
possibilitando a observação de suas diferen- centro urbano do município de Faro é ex-
tes características, como águas claras, brancas clusivamente via fluvial, pelo rio Nhamun-

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 15


S e ção I
D iagnóstico

dá, por embarcações particulares (Figura rápidas para realizarem fretes até as comuni-
1). O tempo de viagem depende do tipo de dades ou fazerem uma rota regular, cobran-
embarcação e período do ano (cheia e seca), do um preço justo de acordo com o mercado.
variando de 6 a 10 horas por rabeta regio- Portanto, partindo dos dois maiores
nal e de 50 minutos a 3 horas por lancha centros urbanos próximos, Manaus e Be-
com motor 250 Hp. O frete de uma lancha lém, o custo de transporte para uma pessoa
para até 15 pessoas é de aproximadamente acessar as comunidades Português e Monte
R$ 2.260,00 (Dois mil e duzentos e sessen- Sião variam de R$ 850,00 (oitocentos e cin-
ta reais), se a lotação for completa. Existem quenta reais) a R$ 9.000,00 (nove mil reais),
lanchas de porte menor, mas que não ofe- incluindo passagens aéreas, fluviais e terres-
recem os equipamentos de segurança com- tres. Vale ressaltar que o custo de transpor-
pletos. É importante incentivar a formação te das embarcações e aeronaves particulares
de um grupo de condutores de embarcações pode ser dividido por até 15 pessoas.

Figura 1:
Vias de acesso às comunidades Português (57°02’55,64”O 1°52’32,85”S)
e Monte Sião (57°3’40,85”O 1°49’32,04”S), na Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

16 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

1.3 MUNICÍPIOS DA FLOTA DE FARO E DO ENTORNO

1.3.1 FARO ruim. Há também um hospital com disponi-


bilidade de onze leitos e sete postos de saúde,
O município de Faro está localizado situados nas zonas urbana e rural, os quais
na zona fisiográfica do Baixo Amazonas, às prestam atendimento médico à população lo-
margens do rio Nhamundá, microrregião de cal. Os moradores da zona rural também re-
Óbidos, a aproximadamente 920 quilôme- cebem visitas periódicas de agentes de saúde.
tros em linha reta de Belém, Estado do Pará.
Faz fronteira com o Estado do Amazonas 1.3.2 NHAMUNDÁ
(município de Nhamundá) e com a Guiana
Inglesa, e ainda com os municípios de Ori- O município de Nhamundá está loca-
ximiná e Terra Santa, no Pará. Possui área lizado na zona fisiográfica do Baixo Ama-
territorial de 11.770 quilômetros quadrados zonas, às margens do rio Nhamundá, mi-
e população de 8.177 habitantes (0,69 habi- crorregião de Parintins, a aproximadamente
tante por quilômetro quadrado), dos quais 382 quilômetros em linha reta de Manaus,
75% residem na zona urbana e 25% na zona capital do Estado do Amazonas. Limita-se
rural (IBGE, 2010). ao sul com o município de Parintins (Estado
A história conhecida de Faro ini- do Amazonas), a oeste com Urucará (Esta-
ciou com uma aldeia dos índios Vaboys ou do do Amazonas), ao norte com Caroebe
Nhamundás, missionados pelos capuchos (Estado de Roraima) e a leste com Faro e
de Nossa Senhora da Piedade entre os anos Terra Santa, no Pará. Possui área territorial
de 1600 e 1823, que moravam abaixo da de 14.105 quilômetros quadrados e popula-
confluência dos rios Pratucu e Nhamundá. ção de 18.278 habitantes (1,3 habitante por
Mas há registros de que o rio Nhamundá quilômetro quadrado), dos quais 38% resi-
fora desbravado anteriormente pelo nave- dem na zona urbana (uma ilha) e 62% na
gador Francisco Orellana, em 1542, quando zona rural (IBGE, 2010).
a tripulação avistou as famosas “guerreiras O município possui um hospital com
amazonas”. O município foi instalado ofi- disponibilidade de 12 leitos e quatro postos
cialmente somente em 1935 (IBGE, 2010). de saúde, que atendem as zonas urbana e ru-
Há atualmente no município pouca in- ral. Os moradores da zona rural também re-
fraestrutura de apoio ao visitante: um hotel, cebem visitas periódicas de agentes de saúde
cinco pousadas e dois pequenos restaurantes. (IBGE, 2010).
As operadoras de telefonia que prestam ser- No município há um hotel e quatro
viço no município são a Vivo, Tim e Claro, pousadas. Há ainda quatro restaurantes e
porém a conexão de internet ainda é muito oito lanchonetes, distribuídas na pequena

17
S e ção I
D iagnóstico

ilha. Uma tradição é comer o “churrasqui- internet é moderada, com alguns pontos wi-
nho” de frango ou carne, vendidos em esqui- -fi abertos em hotéis e restaurantes.
nas no município.
O serviço de telefonia é realizado pe- 1.3.4 PARINTINS
las empresas Vivo e Tim, porém a conexão
de internet é moderada, com alguns pontos O município de Parintins está locali-
wi-fi na praça, hotéis e restaurantes. zado na mesorregião Centro Amazonense, à
margem direita do rio Amazonas, a aproxi-
1.3.3 TERRA SANTA madamente 369 quilômetros em linha reta
de Manaus. Limita-se com os municípios
O município de Terra Santa está loca- de Nhamundá, Barreirinha e Urucurituba,
lizado na zona fisiográfica do Baixo Ama- no Estado do Amazonas, e com Terra San-
zonas, às margens do lago Algodoal, micror- ta e Juruti, no Estado do Pará. Possui área
região de Óbidos, a aproximadamente 892 territorial de 5.951 quilômetros quadrados
quilômetros em linha reta de Belém, Estado e população de 102.033 habitantes (17,14
do Pará. Limita-se com os municípios de habitantes por quilômetro quadrado), dos
Faro, Nhamundá, Oriximiná, Parintins e quais 68% residem na zona urbana e 32% na
Juruti. Possui área territorial de 1.896 qui- zona rural (IBGE, 2010).
lômetros quadrados e população de 16.949 Por receber mais turistas, Parintins
habitantes (8,94 habitantes por quilômetro possui o maior número de hotéis e estabe-
quadrado), dos quais 61% residem na zona lecimentos que servem alimentos. Somente
urbana e 39% na zona rural (IBGE, 2010). na ilha, são quatro hotéis e dez pousadas. Os
Terra Santa possui seis hotéis e três restaurantes e lanchonetes somam 32 esta-
pousadas. Tem ainda 25 estabelecimentos belecimentos, que oferecem comida caseira
que oferecem lanches, churrascos e comidas e regional.
típicas regionais, como o pirarucu defuma- O município possui um hospital com
do, situados em sua maioria próximo à orla, disponibilidade de 111 leitos e 18 postos de
com vista do pôr-do-sol. saúde, que atendem as zonas urbana e rural.
O município possui um hospital com Os moradores da zona rural também rece-
disponibilidade de 26 leitos e doze postos de bem visitas periódicas de agentes de saúde
saúde, que atendem as zonas urbana e rural. (IBGE, 2010).
Os moradores da zona rural também rece- O serviço de telefonia é realizado pelas
bem visitas periódicas de agentes de saúde empresas Vivo, Claro, Oi e Tim. A conexão
(IBGE, 2010). de internet é moderada, com alguns pontos
O serviço de telefonia é prestado pelas wi-fi na praça Cristo Redentor (Catedral de
empresas Vivo, Tim e Claro. A conexão de N. Sra. do Carmo), hotéis e restaurantes.

18 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

1.3.5 PORTO TROMBETAS como hospital, escola, bancos, centro comer-


cial, supermercados, linhas aéreas, aeroporto
Porto Trombetas, distrito do municí- comercial, atividades de lazer, estações de
pio de Oriximiná, foi criado em 1974 pela tratamento de água e esgoto, usina de gera-
empresa Mineração Rio do Norte (MRN), ção de energia e canais de TV. Via fluvial, em
com o objetivo de abrigar seus funcionários embarcação regional, dista 6 horas da sede de
e dar apoio às operações de extração de bau- Oriximiná e 17 horas de Santarém. Via aérea,
xita (IBGE, 2010). partindo de Belém, o tempo de viagem é de 3
O núcleo urbano de Porto Trombetas horas e 30 minutos, com duas escalas (Alta-
se compara ao de uma cidade, com capacidade mira e Santarém); e de Manaus, é de 2 horas,
para 7.000 moradores, e conta com serviços com uma escala em Parintins.

1.4 PRINCIPAIS EVENTOS MUNICIPAIS

Os quatro municípios apresentam Garantido e Caprichoso, que se apresentam


grandes expressões artísticas, culturais e tu- com fantasias coloridas diante de torcidas.
rísticas, com calendários específicos de even- As apresentações ocorrem há 50 anos, du-
tos (Quadro 1). Em Nhamundá e Parintins, rante as três noites do último final de sema-
os eventos são promovidos pelas Secretarias na de junho, no Bumbódromo, nome dado
Municipais de Turismo; em Terra Santa, ao local destinado às apresentações, na sede
pela Secretaria Municipal de Cultura, Turis- municipal de Parintins. No entanto, duran-
mo e Desporto; e em Faro, pelas Secretarias te todo o ano, a pequena Ilha Tupinamba-
de Cultura e Eventos Sociais e Desporto e rana, como é conhecida Parintins, se divide
Turismo. No entanto, não foram identifica- nas cores vermelho e azul, cores oficiais dos
dos nesses municípios nenhum instrumento bois Garantido e Caprichoso, respectiva-
ou estatísticas para quantificar o número de mente. Desde 2008, o evento é transmitido
visitantes, sendo utilizados apenas os parâ- pela Rede Bandeirantes de Comunicação
metros de censo da Polícia Militar. Os even- para todo o Brasil e para mais de 80 paí-
tos são oportunidades para intensificar a di- ses pelo seu canal internacional. Em 2017, a
vulgação do turismo na Flota de Faro, por Polícia Militar estimou que Parintins tenha
meio de diferentes mídias (folder, anúncios recebido cerca de 70 mil visitantes durante a
nas rádios, cartazes etc.). festa dos bois-bumbás.
O “Festival Folclórico de Parintins” é Já a Prefeitura de Nhamundá promo-
o principal evento da região. Constitui-se de ve há 27 anos, durante o mês de setembro,
uma batalha cultural entre os bois-bumbás a célebre “Festa do Tucunaré”. A escolha

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 19


S e ção I
D iagnóstico

QUADRO 1:
Calendário de eventos culturais nos municípios de Faro, Terra Santa, Nhamundá e Parintins

Mês* Faro Nhamundá Terra Santa Parintins


JAN - Réveillon - Réveillon - Réveillon - Réveillon
- Festa de Nossa Senhora - Aniversário - Carnaval - Carnaval
da Saúde da Cidade
FEV
- Festa de São Lázaro - Carnaval
- Carna Faro
- Círio do Divino Espírito - Alto da Paixão de - Festa da
ABR
Santo Cristo Alvorada
- Festa da Santíssima - Dia do Trabalhador
MAI Trindade - Festival da Canção
Gospel
- Festa de São João Batista - Festa de Santo - Festividade - Festival de
Antônio da Padroeira Quadrilhas
Santa Isabel Juninas
JUN
- Festival - Festival do
Junino boi-bumbá
Municipal
- Festival Folclórico com os - Festival de bois- - Festividade
bois-bumbás bumbás e quadrilhas de Nossa
JUL
Senhora do
Carmo
- Festival de Quadrilha - Festa de Nossa
AGO
Junina Senhora da Assunção
- Festa de São José - Festa da Pesca ao
SET
- Festa de São Miguel Tucunaré
- Festividade de São - Festival de Música - Festival do
Francisco de Assis Regional Cajual
OUT
- Festa de Nossa Senhora
de Nazaré
NOV - Festival de Verão
- Festa de Nossa - Auto do Natal - Aniversário
Senhora da Conceição da cidade –
DEZ - Natal com cavalgada,
- Aniversário da cidade exposições e
shows musicais

* No mês de março não foram identificados eventos culturais nos municípios citados.
Fonte: Imazon, 2017

20 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

da “Garota Tucunaré” e o “Campeonato de portivas em várias modalidades. Outra festa


Pesca Esportiva” integram a programação. A muito importante é o aniversário da cidade,
pesca do tucunaré (Cichla spp.) é realizada que ocorre no mês de dezembro, comemo-
no rio Nhamundá, abrangendo também os rado com exposições, cavalgadas, corridas a
lagos na Flota de Faro. Além disso, são rea- cavalo, concursos e shows musicais.
lizados shows musicais na Praia da Liberda- Faro, por sua vez, festeja o tradicio-
de, localizada na orla da ilha. O Festival do nal “Festival de Quadrilhas”. Em julho de
Tucunaré em Nhamundá se consagra como 2017 aconteceu a 12ª edição do evento,
um dos maiores eventos da região, atraindo promovido pela Prefeitura Municipal de
centenas de turistas regionais. Faro, por meio da Secretaria de Cultura
Em Terra Santa, o destaque é o “Fes- e Eventos Sociais. Os grupos “Foliões da
tival do Cajual”, que há mais de 20 anos atrai Madrugada”, “Unidos do Porto de Cima”,
centenas de turistas ao município no mês “Campinense no Arraiá” e “Morumbi no
de outubro. Durante o evento são realiza- Arraiá” se apresentaram para um público
dos shows musicais, apresentações culturais, que superou as edições anteriores, com
concurso Garota Cajual e competições es- mais de 7 mil pessoas.

1.5 CARACTERÍSTICAS DAS COMUNIDADES PORTUGUÊS E


MONTE SIÃO

1.5.1 Ocupação do território João, que celebrou a primeira missa no lo-


cal, o Sr. Luís Moura construiu uma escola.
A “ocupação branca” da área onde está Em 1976 ele doou parte de sua proprieda-
localizada atualmente a Flota de Faro ini- de (200 hectares) para a instalação da co-
ciou-se no ano de 1973, quando o Sr. Luís munidade. Uma década depois foi constru-
Moura instalou no local uma pequena resi- ída a primeira rua; em 1991, outra escola
dência e pasto para criação de gado. Natural e o posto de saúde; e em 1993, o primeiro
do Ceará, ele conta que antes de ir para o barracão comunitário. Em 1994, a “Família
interior nunca havia visto “tanta terra as- Silva” decidiu sair do Português e formar
sim, sem dono e sem cerca”, e assim resolveu uma comunidade evangélica, Monte Sião,
se estabelecer na margem esquerda do rio a cinco quilômetros de distância, na mesma
Nhamundá, no município de Faro. margem do rio. Em 2000 houve a primei-
Em 1975, funcionários da proprieda- ra votação eleitoral com urna eletrônica na
de e suas famílias já residiam na área. Na- comunidade, e em 2003 foram instalados o
quele mesmo ano, por sugestão do Padre telefone público e a caixa d’água. A Flota

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 21


S e ção I
D iagnóstico

foi criada somente em 2006, incluindo as 9 famílias (11 pessoas) em Monte Sião.
áreas de ocupação das comunidades Portu- No rio Nhamundá, nos limites da Flota
guês e Monte Sião. Em 2011 foi criada a de Faro, também há sete residências de ri-
Associação de moradores da área de con- beirinhos e uma comunidade indígena. No
servação e entorno da flota de Faro “Luiz mesmo rio, na margem direita, no Estado
Cortez de Moura” (Amaceff ), e em 2017 do Amazonas, há outras seis comunidades
foi inaugurado o Centro Comunitário de indígenas e sete residências de ribeirinhos
Gestão Integrada da Flota de Faro. (Figura 2). Somada, a população morado-
Atualmente, 18 famílias (83 pesso- ra e usuária direta no rio Nhamundá é de
as) residem na comunidade Português e aproximadamente 300 pessoas.

Figura 2:
Comunidades do interior e entorno da Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

22 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

Espera-se que futuramente os mora- Ambas as comunidades possuem


dores da Flota de Faro celebrem com o Ide- regras de uso, pactuadas entre o órgão
flor-Bio um Contrato de Concessão de Di- gestor e os moradores, para o melhor uso
reito Real de Uso (CCDRU) em uma área dos recursos naturais e seu território. Es-
de 56.417 hectares destinada à Amaceff, sas regras foram amplamente divulgadas
composta por 27 famílias (Figura 3). Todas por meio da cartilha “Regras de Uso das
as famílias, assim como seus dependentes, Comunidades Português e Monte Sião da
foram devidamente cadastradas e consulta- Flota de Faro”[1].
das quanto às regras descritas no contrato.

Figura 3:
Área destinada ao Contrato de Concessão de Direito Real de Uso na Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

[1]
Cartilha disponível em http://imazon.org.br/publicacoes/regras-de-uso-das-comunidades-portugues-e-monte-
-siao-da-flota-de-faro/

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 23


S e ção I
D iagnóstico

1.5.2 Infraestrutura nas comunidades às residências e possibilita o abastecimento


da caixa d’água. Porém, durante todo o ano
Comunidade Português de 2017 a comunidade ficou sem abasteci-
Atualmente há 18 residências na co- mento de água e energia, o que foi resolvido
munidade Português. Os moradores pos- recentemente através da doação de um mo-
suem outras propriedades individuais, onde tor por turistas que os visitaram. A comuni-
plantam roça. Há também uma escola com cação é realizada por um telefone público na
três salas e uma igreja católica. Além disso, comunidade, mas que funciona apenas para
na comunidade há um Centro de Gestão receber chamadas. O sistema de tratamen-
Integrada da Flota de Faro (CCGI), des- to sanitário das residências ainda é precário,
tinado a eventos e hospedagem, com capa- limitando-se a fossas negras. O lixo gerado
cidade para receber 40 pessoas. O atendi- na comunidade é enterrado e/ou queimado
mento básico de saúde é realizado por dois individualmente pelos moradores.
agentes que distribuem remédios e realizam
visitas domiciliares, além de contar com Comunidade Monte Sião
um posto médico (de pequeno porte e sem Em Monte Sião há uma vila com nove
equipamentos). A água provém de um poço, residências ao longo de uma única rua, em
sendo armazenada em uma caixa d’água e lotes de 16 x 25 metros, distribuídos de for-
distribuída para as residências por um siste- ma planejada, mas com apenas quatro casas
ma de encanamento. A energia é gerada por habitadas. Há ainda uma casa afastada da
um motor a diesel, que fornece eletricidade comunidade, em um local conhecido como

24 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

“Remanso”, habitada pelo Sr. João da Silva cional de corte e queima para plantio de
Tavares, conhecido como “Capela”. Também mandioca, em roçados com abertura média
há um barracão comunitário e uma igreja de 2 hectares por ano para produção de fa-
evangélica. Não há posto de saúde na comu- rinha e seus derivados. A farinha é utiliza-
nidade. Os serviços de visita e distribuição de da para subsistência, e seu excedente é co-
medicamentos são executados por um agen- mercializado em pequena escala na própria
te de saúde. A água consumida na comuni- comunidade ou na sede municipal de Faro.
dade é originária de um poço e armazenada Outros produtos, como milho, banana, ca-
em uma caixa d’água. Há também um gera- na-de-açúcar, mamão, cará, macaxeira, jeri-
dor de energia, televisão e antenas parabóli- mum e abacaxi, também são cultivados para
cas em poucas casas. Não há telefones e nem subsistência e comercialização em pequena
cobertura para celulares na comunidade. O escala na própria comunidade. Os comu-
sistema de tratamento sanitário das residên- nitários pescam para subsistência durante
cias ainda é precário, limitando-se a fossas o ano todo, e de janeiro a março, pescam o
negras. O lixo é enterrado e/ou queimado “acará-disco” (Symphysodon aequifasciatus),
individualmente pelos moradores. peixe ornamental comercializado em Faro.
Além disso, periodicamente os moradores
1.5.3 Atividades Econômicas realizam a coleta de óleo de copaíba (Copai-
fera langsdorffii), comercializado na sede de
Na comunidade Português a ativida- Nhamundá. No entanto, os moradores estão
de predominante é a agricultura conven- mapeando as copaibeiras e realizando o ca-

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 25


S e ção I
D iagnóstico

dastro dos extrativistas para comercializar o dades, para iniciar capacitação voltada à
óleo para grandes empresas com o selo “Ori- coleta, uso e comercialização de alguns re-
gens Brasil”[2]. Resumidamente, a renda dos cursos não madeireiros.
moradores provém da comercialização prin-
cipalmente de farinha de mandioca, venda 1.5.4 Culinária Regional
de óleo de copaíba e pescado, bem como de
benefícios do governo (bolsa família, apo- A culinária local é predominantemente
sentadorias e salário maternidade). baseada em produtos da floresta (como o fru-
De igual modo, os moradores de to do buriti (Mauritia flexuosa), colhido nos
Monte Sião praticam agricultura de cor- campos gerais) e de seus rios (como o tucu-
te e queima para plantio de mandioca, em naré, muito consumido localmente). O car-
roças de até 2 hectares para produção de dápio inclui uma enorme variedade de outros
farinha e seus derivados. Alguns morado- frutos coletados da floresta de terra firme, do
res coletam castanha-do-pará (Bertholletia igapó e de plantios, que complementam os
excelsa), andiroba (Carapa guianensis) e pratos de pescado, principal fonte de proteína
copaíba para comercialização em pequena no Alto Nhamundá (Quadro 2).
escala para complemento da renda fami- Nas grandes cozinhas com jirau, os
liar. Porém, esses produtos florestais não pratos são preparados a partir de produtos
madeireiros ainda não estão sendo coleta- da sociobiodiversidade, como frutos da flo-
dos sistematicamente, e ainda não se tem resta e do igapó, e principalmente peixes. A
uma estimativa de ganho com sua comer- farinha de mandioca, produto importante
cialização. Há atualmente uma iniciativa na alimentação local, vem direto das casas
da equipe de gestão da Flota, em conjunto de farinha comunitárias. Assim, o cardápio
com alguns moradores das duas comuni- ribeirinho se completa (Quadro 3).

[2]
O selo Origens Brasil (http://origensbrasil.org.br) fornece informações da origem do produto (localização das
árvores, informações da Flota, comunidade, extrativista, entre outros) acessadas pela internet por meio do QR Code
impresso na embalagem do produto.

26 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

QUADRO 2:
Principais produtos florestais e agrícolas utilizados pelas comunidades Português e
Monte Sião, na Flota de Faro

Origem das frutas Principais frutos coletados

Frutas e sementes da cacau, uxi, açaí, bacaba, castanha-do-pará, patauá, tucumã, buriti,
floresta cumaru, cupuaçu, jatobá, bolacha da mata, coroa, casca doce

Frutas do igapó mari-mari, muruci, tapéu, bacuri, papo, buriti

mandioca, cará, cana, banana, pimenta, macaxeira, banana, maracujá,


Roçado batata doce, milho, quiabo, cana, ervas, ingá, manga, coco, laranja,
caju, abacate, pupunha e jambo

Fonte: Imazon, 2017

QUADRO 3:
Cardápio de alimentação na Flota de Faro

Café da Manhã Almoço e Jantar Sobremesas


Beiju Caldeirada de tucunaré Doce de cupuaçu
Beiju cica com castanha Caldeirada de jatuicica Doce de leite
Crueira Farofa de piracuí Cocada
Polvilho Peixe frito Quebra-queixo
Tapioca com manteiga Peixe assado
Tapioca com coco Galinha caipira
Tapioca com tucumã Pato no tucupi
Macaxeira cozida Piquiá cozido
Batata doce cozida Batata doce cozida
Cará cozido Macaxeira cozida
Tucumã Cará cozido
Peixe frito com farofa Arroz
Mingau de banana Farofa
Café com leite Feijão
Café preto

Fonte: Imazon, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 27


S e ção I
D iagnóstico

1.5.5 Artesanato Regional ria-prima da floresta para a confecção de


utensílios domésticos como cestos, tupés
Os moradores das comunidades Por- (tapetes), paneiros e peneiras (Quadro 4 e
tuguês e Monte Sião não comercializam Figura 4). No entanto, essas pessoas necessi-
produtos de artesanato, mas alguns do- tam de capacitação para melhorar a qualida-
minam as técnicas caboclas e usam maté- de do artesanato e sua comercialização.

QUADRO 4:
Artesanato fabricado nas comunidades Português e Monte Sião, na Flota de Faro

Artesanato Nome do artesão Apelido


Aldoíno Batista de Andrade Duíca
Paneiro
Raimundo Brasil Ferreira Sr. Raimundinho
Raimundo Brasil Ferreira Sr. Raimundinho
Vassoura de cipó
Raimundo Rosas Ferreira
Remo Raimundo Brasil Ferreira Sr. Raimundinho
Tapauá, tupé com cruari, Izenilda Chaves Rosas Sra. Nilda
tipiti, cesto
Meliane Almeida de Oliveira
Terçume e croché Maria Idalina de Almeida Sra. Natalina
Janice Batalha Martins
Jaime Fulter de Souza
Canoa de madeira
Deleon Furth Guerreiro Deleco
Peneira Maria Idalina de Almeida Sra. Natalina

Fonte: Imazon, 2017

28 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

Figura 4:
Comunitários tecendo paneiros na comunidade Monte Sião, na Flota de Faro
Fonte: Nailza Porto, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 29


S e ção I
D iagnóstico

1.6 RECURSOS NATURAIS DA FLOTA DE FARO

1.6.1 Flora de gado (Figura 5). Porém, atualmente não


se cria mais gado na Flota de Faro.
A vegetação na Flota é predominan- A floresta exuberante protege as mar-
temente ombrófila densa (94%), oscilando gens dos rios e a biodiversidade da região,
entre áreas mais altas, baixas e beiradas de assim como fornece alimentos, remédios e
rios alagados periodicamente. Porém, exis- meios de sustento para seus moradores. Da
tem alguns fragmentos de cerrado natural, floresta extraem-se ervas medicinais, os óle-
conhecidos na região como campos gerais. os de copaíba e andiroba e produtos para a
Há pouco desmatamento (1.590 hectares), construção e manutenção de barcos e casas,
realizado principalmente para construção como madeira, cipó (cervejinha, ambé, aru-
das residências, roçados e pasto para criação mã, timbó), palha, breu, entre outros.

Figura 5:
Vegetação na Flota de Faro
Fonte: Adaptado de Sema, 2011

30 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

1.6.2 Fauna versas espécies de macacos, como o guariba


(Alouatta macconnelli/Alouata guariba), coa-
A fauna na Flota é abundante e di- tá de cara-vermelha (Ateles paniscus), prego
versa. A ictiofauna (peixes) presente no Alto (Cebus apela) e o macaco de cheiro (Saimiri
Nhamundá, um dos principais berços de sciureus).
pesca esportiva do país, atrai turistas de vá- Constatamos por observação e relatos
rias partes do Brasil, de agosto a dezembro. de moradores a pressão de caça sobre o pei-
A avifauna também é uma atração à xe-boi-amazônico (Trichechus inunguis), um
parte. Em 2008, a avifauna registrada na Flo- mamífero aquático da ordem dos Sirênios,
ta durante a elaboração de seu Plano de Ma- muito importante para o equilíbrio ecoló-
nejo[3] revelou que a UC está em excelente gico dos rios. Como é o maior herbívoro
estado de conservação. Foram identificadas aquático da Amazônia, suas excretas ferti-
291 espécies nos ambientes de floresta de ter- lizam as águas, sendo fundamental para a
ra firme, igapós, rios, lagos e áreas de cerrado produtividade aquática do rio. Os Sirênios
(campos gerais). Na região há uma espécie são protegidos no país desde 1967 pela Lei
que integra a lista internacional de espécies Federal de Proteção à Fauna (Lei n.º 5.197,
quase ameaçadas da IUCN (2008), o uiraçu- de 03-01-1967, alterada pela Lei n.º 7.653,
-falso (Morphnus guianensis). Há também a de 12-02-1988) e pela Lei de Crimes Am-
ocorrência de espécies raras, como a arara ca- bientais (Lei n.º 9.605/98, de 12-02-98). O
nindé (Ara ararauna) e a arara vermelha (Ara peixe-boi-amazônico consta nas listas de
chloropterus). Dessa forma, a observação de espécies em risco de extinção do Ministério
aves (Birdwatching) é um segmento do eco- do Meio Ambiente (MMA, 2003), da Se-
turismo que deve ser estimulado na região, cretaria de Estado de Meio Ambiente (Pará,
uma vez que promove a conservação das es- 2007), no Apêndice I da Convenção sobre
pécies e seus habitats e gera recursos para as o Comércio Internacional das Espécies da
comunidades residentes (Quadro 5). Flora e Fauna Silvestres em Perigo de Ex-
Para os apreciadores da nature- tinção (Cites, 2017), e também é conside-
za há ainda outros animais silvestres que rada como vulnerável pela The World Con-
podem ser facilmente observados: arira- servation Union (IUCN, 2008). Portanto, é
nha (Pteronura brasiliensis), preguiça real fundamental a implementação de estraté-
(Choloepus didactylus), preguiça comum gias de conservação e proteção da espécie
(Bradypus variegatus), boto vermelho (Innia com as comunidades moradoras em ambos
geoffrensis) e tucuxi (Sotalia fluviatilis) e di- os lados do rio Nhamundá (Pará, 2014).

Plano de Manejo disponível em: http://ideflorbio.pa.gov.br/wpcontent/uploads/2014/10/Plano-de-Manejo-Fa-


[3]

ro.pdf

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 31


S e ção I
D iagnóstico

Outras espécies a considerar nas estra- ta já havia indicado a necessidade de moni-


tégias de conservação e preservação são os toramento do jabuti (Geochelone carbonária)
quelônios. Moradores relataram que a quan- e da tartaruga (Podocnemis erythrocephala),
tidade desses animais vem diminuindo ao pois são espécies com pressão de caça na
longo dos anos. O Plano de Manejo da Flo- Flota (Pará, 2014).

QUADRO 5:
Espécies de aves de interesse para birdwatchers, registradas por levantamento
qualitativo em observação e captura durante o diagnóstico da biodiversidade na
Flota de Faro entre 14 e 28 de janeiro de 2008

NOME COMUM NOME CIENTÍFICO


Águia-pescadora Pandion haliaetus
Araçari-negro Selenidera piperivora
Araçari-miudinho Pteroglossus viridis
Arapaçu-de-bico-vermelho Hylexetastes perrotii
Arapaçu-assobiador Xiphorhynchus pardalotus
Borralhara-do-norte Frederickena viridis
Capitão-de-bigode-carijó Capito niger
Choquinha-de-barriga-parda Myrmotherula gutturalis
Choquinha-estriada Myrmotherula surinamensis
Choquinha-de-barriga-ruiva Myrmotherula guttata
Chorozinho-de-cabeça-pintada Herpsilochmus stictocephalus
Chorozinho-de-costas-manchadas Herpsilochmus dorsimaculatus
Curica-caica Gypopsitta caica
Falcão-peregrino Falco peregrinus
Fruxu-do-carrasco Neopelma chrysocephalum
Guaracavuçu Cnemotriccus fuscatus
Inhambu-carijó Crypturellus brevirostris
Jacumirim Penelope marail
Jacamim-de-costas-cinzentas Psophia crepitans
Macuru-de-testa-branca Notharchus macrorhynchos
Mãe-de-taoca-de-garganta-vermelha Gymnopithys rufigula
Maú Perissocephalus tricolor
Mutum-poranga Crax alector
Papagaio-diadema Amazona autumnalis
Pica-pau-de-colar-dourado Veniliornis cassini
Rolinha-de-asa-canela Columbina minuta
Tiriba-de-testa-azul Pyrrhura picta
Uirapuruzinho-do-norte Tyranneutes virescens

Fonte: MPEG, 2008

32 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

1.6.3 Rios e lagos metros, obtendo uma transparência média


de 28% da coluna d’água. Apresenta água
Além da grande significância para preta, com pH próximo de 5 e condutivida-
a subsistência dos moradores da Flota de de elétrica de 120 microwatts. A temperatu-
Faro, os rios servem também como hidro- ra média da água é de 27 graus Celsius, e a
vias, conectando-os com outras comunida- velocidade de correnteza é em torno de 0,15
des e cidades. O rio Nhamundá é o mais metro por segundo (MPEG, 2008). Seu lei-
importante da região, com mais de 300 qui- to é arenoso, com boa navegabilidade entre
lômetros de extensão. Nasce na Serra do Ja- os meses de janeiro e junho, quando os rios
tapu, no curso superior (direção norte-sul) estão cheios. A partir de agosto há forma-
forma várias cachoeiras, em seguida (direção ção de muitas praias e bancos de areia, o que
Noroeste-Sudeste) entra num vale longo e dificulta o acesso e a navegação. No entan-
plano. Durante esse trajeto passa por inú- to, essas praias de águas mornas e areia fina
meras ilhas, num trecho que atinge cerca possuem uma beleza exuberante que atrai
de 200 metros de largura. No curso infe- muitos visitantes. As praias mais conhecidas
rior, suas margens ficam bastante elevadas. são: Tauari, Português, Piraquara, Sete Ilhas
A profundidade desse rio varia de 1,9 a 12 e Arco (Figura 6).

Figura 6:
Praias mais conhecidas na Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 33


S e ção I
D iagnóstico

Nas áreas mapeadas de uso das comuni- e Pacu. Porém, como abrigam fauna e flo-
dades Português e Monte Sião há 21 igarapés ra, poderão receber visitas para observação.
e 18 lagos. Alguns são áreas de alimentação e Vale ressaltar que essa decisão poderá ser re-
proteção para a ictiofauna (peixes), tornando- vista após o monitoramento da capacidade
-se berçários de muitas espécies: Lagão, lago de carga dos lagos.
do Pacu, igarapé do Bicho, lago da Ilha, lago A pesca artesanal é uma prática dos
da Cachoeira, igarapé do Piraquara, igarapé moradores da Flota de Faro há várias gera-
do Canto, igarapé Jatuarana, lago do Medo- ções. As técnicas regionais incluem o uso de
nho, lago do Jabutiquara, remanso das Pira- tarrafa, anzol e vários tipos de malhadeira, e
nhas, Caçauá, Jaranduba, lagos Aburi e Sete na pesca noturna, o uso de lanternas. Alguns
Ilhas (Figura 7). Outros também são frequen- pescadores se destacam como especialistas em
temente utilizados pelo peixe-boi-amazônico pesca: Aurelino Batista, Alduíno, Raimundi-
para pastagem. Esses lagos devem ser priori- nho, Tico, Ilau, Deleon, Deonir, Zé Antônio,
zados para ações de monitoramento, pois pos- Paulo Santana, Azerino, Bruno, Capela, José
suem grande quantidade de peixes. Raimundo, Rosivaldo, Meliane, Francelino,
Os lagos mais propícios para a pesca Aderaldo, Rosivaldo, Josué, Ivan, Silvio, Tar-
esportiva são os situados na região do Jaci- lison, Jeremias, Jaime e dona Natalina.
tara. Nessa região, que fica mais afastada do Os peixes mais consumidos no inver-
centro das duas comunidades, foi identifi- no são o pacu, matrinxã, jaraqui, caratinga,
cada oportunidade para construção de uma traíra, aracu e piranha. Durante o verão são
pousada para receber pescadores esportivos. o pacu, tucunaré, piranha, caratinga, aracu e
Além do lago Jacitara, existem outros como surubim (Quadro 6). É importante ressaltar
o Paratucu, Machado, do Peixe-boi, Sete que o tucunaré é o peixe mais apreciado para
ilhas, Caçauá, Rosário e Mucurão, que foram consumo e comercialização.
designados pela comunidade para potencial Contudo, barcos de pesca comer-
pesca esportiva. No entanto, é necessário um cial oriundos principalmente de Faro, Ter-
estudo mais especializado para definir como ra Santa, Oriximiná e Nhamundá durante
manejar esses lagos, realizando o reveza- o verão têm constantemente ameaçado a
mento e procriação, a fim de não haver uma pesca artesanal na Flota. De acordo com
baixa de reprodução e a exaustão dos lagos. relatos, os invasores utilizam ferramentas e
Assim, considerando as condições meios ilegais de pescaria (pesca de arrastão,
de conservação das espécies e a necessida- tapagem de igarapés, utilização de redes em
de de preservar lagos para a subsistência, as desacordo com a legislação, entre outros)
comunidades decidiram que os seguintes que provocam impactos negativos significa-
lagos não devem ser abertos à pesca espor- tivos na ictiofauna e segurança alimentar das
tiva: Tauari, Ilha, Bicho, Lagão, Jabutiquara comunidades.

34 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

Figura 7:
Igarapés e lagos na área de uso da Flota de Faro permitidos e proibidos pelas comunidades Português e Monte Sião para pesca
esportiva
Fonte: Imazon, 2017

Foto: Acervo Imazon

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 35


S e ção I
D iagnóstico

QUADRO 6:
Principais peixes capturados para consumo e comercialização por moradores das
comunidades Português e Monte Sião, na Flota de Faro
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO PERÍODO DE DEFESO*
Tucunaré Cichla spp. -
Matrinxã Brycon cephalus 15/11 a 15/03
Pacu-vermelho Colossoma macropomum 15/11 a 15/03
Pacu-branco Mylossoma spp. 15/11 a 15/03
Pescada Plagioscion surinamensis -
Pescada preta Cynoscion sp. -
Pescada branca Cynosciom Leiarchus -
Surumbim Pseudoplatystoma fasciatum -
Bodó Liposarcus pardais 01/12 a 30/03
Caratinga Satanoperca sp. -
Traíra Hoplia rendalli 01/01 a 31/04
Cará Geophagus brasiliensis -
Acará-disco ou Peteném Symphysodon aequifasciatus -
Pirarara Phractocephalus hemioliopterus -
Piratinga Piaractus brachypomus 15/11 a 15/03
Caralau ni
Aracu Schizodon spp. 15/11 a 15/03
Piranha Serralmmus sp. 1/01 a 30/04
Pirarucu Arapaima gigas 1/12 a 31/05
Tambaqui Colossoma macropomum 1/10 a 31/03
Branquinha Potamorhina latior 15/11 a 15/03
Arari Chalceus erythrurus -
Canajura ni -
Pintado Pseudoplatystoma corruscans -
Pacu-cinturão Mylossoma sp. -
Baruca ni -
Filhote Brachyplathystoma filamentosum -
Peixe gato Pangasiodon sp. -
Apapa Pellona castelnaeana -
Caramorga ni -
Caratinga Satanoperca sp. -
Jaraqui Semaprochilodus brama -
Jacundá Crenicichla sp.
Arraia Potamotrygon sp.

Fonte: Imazon, 2017

36 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção I
D iagnóstico

1.7 OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA O USO PÚBLICO NA


FLOTA DE FARO

Os dados abaixo foram obtidos a partir de oficinas participativas realizadas nas comu-
nidades utilizando-se a matriz FOFA (Quadro 7).

QUADRO 7:
Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (FOFA) observadas na Flota de Faro

Fortaleza Oportunidades Fraqueza Ameaças


- Fácil acesso fluvial - Aproveitar aeroportos de - Não há estradas, nem - Irregularidade dos voos de
- Proximidade de Manaus e Santarém (com voos pista de pouso Porto Trombetas e Parintins
Acesso

Parintins – público do nacionais e internacionais) - Não há lanchas


Festival Folclórico - Público que gosta de navegar regulares para a Flota
várias horas embarcado - Alto custo de transporte
- Centro Comunitário de - Tornar o centro uma referência - Falta de energia, água - Impedimento legal de
Gestão Integrada da Flota em turismo de base comunitária, tratada, internet e sinal funcionamento
de Faro com capacidade realização de eventos como telefônico
Infraestrutura

de alojamento para 40 oficinas caboclas, reuniões de - Baixa capacidade de


pessoas conselhos gestores, capacitações gerenciamento
e formações, intercâmbios
comunitários, intercâmbio de
estudantes, entre outros
- Ampliar a estrutura hoteleira e
de alimentação na sede municipal
- 26 Agentes Ambientais - Ser um centro de capacitação de - Baixo nível de - Falta de apoio de organizações
Capital humano

Comunitários comunitários moradores de UC organização social não governamentais


credenciados; - Mudança de estratégia de
- 52 comunitários governo
habilitados em condução
de turistas
- Associação formalizada
- Presença de alto estoque - Observatório de animais - Caça do peixe-boi - Barcos pesqueiros de outros
de fauna, principalmente silvestres, em especial peixes e - Pesca predatória municípios
de pescado aves - Pesca irregular de peixes - Pesca esportiva irregular
Fauna

- Localização no Escudo ornamentais - Diminuição de estoque de


das Guianas e no mosaico pescado
Calha Norte - Caça de animais silvestres

- Floresta com - Exemplo de recuperação de - Fogo para agricultura - Desafetação da UC


diversidade florística – áreas degradadas - Retirada ilegal de - Pressão de ilícitos para retirada
Flora

ombrófila densa, cerrado, - Instalação de modelos de SAFs madeira de madeira, instalação de pastos
aluviais e igapós e comercialização de terras
- Falta de fiscalização
- Muitos igarapés e lagos - Aproveitar a lenda das - Retirada de - Falta de fiscalização
- Rio transparente e Amazonas para estimular o seixo, ocasionando - Mudanças climáticas,
Rios

limpo turismo de base comunitária assoreamento diminuindo o volume de águas


- Baixa severa do nível - Nascentes dos rios assoreadas
da água

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 37


S e ção II
A trativos Tu rísticos

38 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

SEÇÃO II

ATRATIVOS
TURÍSTICOS

Foto: Acervo Imazon

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 39


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2. ATRATIVOS TURÍSTICOS DA FLOTA


DE FARO – RIO NHAMUNDÁ
2.1 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DA FLOTA DE FARO

O PUP contempla a recomendação tentável dos recursos florestais madeireiros,


do Plano de Manejo da Flota de Faro e ao não madeireiros e serviços ambientais com
atendimento de demanda espontânea de a diversidade socioeconômica e cultural, por
visitação turística e de pesca esportiva nas meio dos processos de capacitação, educação
áreas comunitárias de Português e Monte ambiental e geração de renda local.
Sião. Dessa forma, sua elaboração e fomento A implementação do PUP está pre-
à implementação pretende atingir a missão vista para o período de cinco anos. Após
atribuída à UC em seu plano de manejo: este período, recomenda-se passar por uma
Conservar o conjunto único de espé- revisão para estabelecer o status e o mo-
cies e a alta biodiversidade da Floresta Esta- nitoramento das atividades previstas. Po-
dual de Faro, conciliando a exploração sus- rém, no decorrer deste ciclo, recomenda-se

40 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Foto: Acervo Imazon

a aplicação de instrumentos de avaliação e de de carga ou “Limite Aceitável de Câm-


monitoramento com foco na melhoria das bio (LAC)” e a “Experiência do Visitante e
atividades, visando adaptar o destino turís- Proteção do Recurso (VERP)”. Essas fer-
tico à realidade, conforme o aumento da ramentas de planejamento do Uso Público
visitação. Para isso, recomenda-se o uso de dentro de Áreas Protegidas buscam envolver
metodologias de fácil aplicação, como o Rol tanto a comunidade local como o visitante.
de Oportunidades para Visitantes em Áreas As novas tendências de buscar o equi-
Protegidas (Rovap), utilizando indicadores líbrio na qualidade da visitação e o lugar vi-
que se adaptem à realidade local. sitado têm sido inspiradas em experiências
O Rovap funciona, em analogia, como exitosas de planejamento. Um exemplo a ser
o zoneamento da área permitida ao uso pú- replicado é o do planejamento realizado nas
blico no Plano de Manejo, para identificar Áreas Protegidas da Costa Rica, onde a vi-
as possibilidades e os tipos de uso das ativi- sitação tem buscado enfatizar a experiência
dades em cada zona. O método é bastante do visitante como estratégia de transforma-
utilizado pelo Serviço Florestal e o Serviço ção. A ideia é que, ao sair da Área Protegida,
de Parques dos Estados Unidos para definir o visitante se torne um agente de sensibili-
ações de manejo. Aconselha-se usar o Rovap zação de sua importância e existência para
concomitantemente ao estudo de capacida- as gerações atuais e futuras.

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 41


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.1.1 Instrumentos de controle e redução impacto desejado e suportável para a área,


de impactos desde nenhuma intervenção até alta inter-
venção. Assim, as atividades turísticas e de
O PUP prevê atividades que precisam uso público podem ser realizadas nas zonas
ser monitoradas para que os objetivos da de intervenção Moderada e Alta (Figura 8).
UC sejam atingidos. Para esclarecer sobre No caso específico deste PUP, as áreas
instrumentos que podem ser utilizados no permitidas para o uso público são zona de
controle e monitoramento, seguem abaixo Intervenção Alta (A1) e parte da zona de
alguns exemplos e seus conceitos. Intervenção Moderada (M2). Essas zonas
coincidem com a área de uso das comuni-
2.1.1.1 Zoneamento dades Português e Monte Sião, somando
40.236 hectares (7,7% da Flota). A zona
O Sistema Nacional de Unidades de de Intervenção Alta (A1) inicia-se na con-
Conservação (Snuc) conceitua zoneamento fluência do rio Nhamundá com o igarapé
como a “definição de setores ou zonas em Tauari, seguindo até o igarapé Caçauá; por
uma UC com objetivos de manejo e normas trás contorna os limites da Floresta Nacio-
específicas, com o propósito de proporcionar nal (Flona) de Saracá-Taquera.
os meios e as condições para que todos os Parte da zona de intervenção Mode-
objetivos da unidade possam ser alcançados rada está passando por um processo de re-
de forma harmônica e eficaz”. Assim, o plano conhecimento da Terra Indígena Kaxuyana-
de manejo da Flota de Faro utilizou o princí- -Tunayana. Dessa maneira, o PUP respeitou
pio de zoneamento por condição, previsto no esses limites, abrangendo somente as áreas
Roteiro Metodológico para a Elaboração de que não estão em sobreposição. Assim, a
Planos de Manejo das Unidades de Conser- zona de Intervenção Moderada (M2) com
vação Estaduais do Pará (Pará, 2009). Neste uso público permitido está localizada no
zoneamento as atividades devem ser realiza- Alto rio Nhamundá, entre os igarapés Ca-
das em zonas de acordo com o seu grau de çauá e Jauari.

42 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Figura 8:
Zoneamento da Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

2.1.1.2 Capacidade de carga a complexidade das ações turísticas, especial-


mente em Áreas Protegidas muito grandes.
A Organização Mundial de Turismo Essas metodologias abrangem aspectos iso-
(OMT) define capacidade de carga como “o lados, muitas das vezes envolvendo cálculos
máximo de uso que se pode fazer em uma numéricos. No entanto, atualmente, algumas
área sem que causem efeitos negativos sobre têm se expandido para uma definição que
seus próprios recursos biológicos, sem redu- considera outras variáveis mais subjetivas,
zir a satisfação dos visitantes ou sem que se como a satisfação da experiência do visitante.
produza efeito adverso sobre a sociedade re- Assim, com o desenvolvimento das atividades,
ceptora, a economia ou cultura local”. deve-se realizar estudo da capacidade de carga
Segundo Magro (1999), apesar de o utilizando metodologias que captem a satisfa-
conceito de capacidade de carga ser muito ção do visitante e estudos mais específicos dos
atrativo, as metodologias ainda não captam impactos, em especial da pesca esportiva.

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 43


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.1.1.3 Monitoramento Recomenda-se utilizar a expertise dos


Agentes Ambientais Comunitários para
Por meio do monitoramento é pos- realizar o monitoramento.
sível mensurar a geração de impactos am-
bientais negativos decorrentes das práticas 2.1.1.4 Educação ambiental
turísticas. Ele é essencial para o trabalho
de controle, mitigação e compensação des- É um processo que interfere em vários
ses impactos, pois a atividade de visitação, aspectos na vida das pessoas: valores, habi-
quando não controlada e monitorada, po- lidades, paradigmas, comportamento, entre
derá causar danos ao meio ambiente e à outros. Portanto, a Educação Ambiental
comunidade local. Assim, deve-se realizar deve estar presente em todas as atividades
o monitoramento dos impactos positivos e previstas no PUP, agregando valor ao meio
negativos das atividades sobre os aspectos ambiente, à população local e aos visitantes.
ambientais, físicos, sociais e econômicos Abaixo, alguns instrumentos que podem ser
para a Flota e para o município de Faro. utilizados.

SINALIZAÇÃO
A sinalização deve ser direcional e educativa, com mensagens que contribuam
para a difusão do conhecimento dos atrativos e para o desenvolvimento das ativida-
des. A sinalização direcional tem o objetivo de indicar a direção correta aos visitan-
tes, evitando que se percam, e facilitar ações de manejo, direcionando, por exemplo,
locais permitidos e proibidos para circulação, trilhas, pesca, banhos, entre outros.
Já a sinalização educativa visa estimular um tipo de comportamento, infor-
mar sobre algum perigo ou estabelecer a proibição de certas ações. Essa é uma
boa ferramenta para apresentar a comunidade, os objetivos das Áreas Protegidas,
da fauna e flora, entre outros.

SANÇÕES LEGAIS E ADMINISTRATIVAS


Como se trata de visitação em Áreas Protegidas, é importante que os executores
e implementadores das atividades previstas neste PUP tenham conhecimento e clare-
za das áreas definidas para Uso Público, respeitando o zoneamento previsto no Plano
de Manejo. Além disso, regras, instruções normativas e todos os procedimentos legais
necessários deverão ser estabelecidos para que essas atividades respeitem as leis am-
bientais. Assim, o não cumprimento das mesmas poderá acarretar em punições legais.

44 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2 LEVANTAMENTO DO POTENCIAL DE ATRATIVOS


TURÍSTICOS

O levantamento foi realizado com vi- para a Flota de Faro que podem ser reali-
sitas in loco em dois períodos do ano para zadas durante todo o ano ou sazonalmente
o reconhecimento e observação dos atrati- (Quadro 8). A indicação também conside-
vos turísticos: i) na cheia, quando as chuvas rou individualmente o potencial de cada lo-
são mais constantes e o nível das águas está calidade (Português, Monte Sião e lago do
alto; e ii) na seca, quando as águas baixam e Jacitara) e sinaliza o status de implementa-
o volume do rio Nhamundá está reduzido ção das infraestruturas e atividades (Qua-
(Figura 9). dro 9). No entanto, não indicamos roteiros
A partir dos levantamentos apresenta- fechados, possibilitando arranjos variados
mos algumas possibilidades de uso público para visitação.

Figura 9:
Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas na Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 45


S e ção II
A trativos Tu rísticos

QUADRO 8:
Classificação dos atrativos turísticos potenciais conforme a
sazonalidade na Flota de Faro

Atividades a serem desenvolvidas ao longo de todo o ano

Atividades possíveis somente na época da seca, quando as águas estão


baixas

Atividades possíveis somente na época das cheias, quando o nível das


águas está alto

QUADRO 9:
Classificação simbólica das infraestruturas e atividades
turísticas instaladas e previstas na Flota de Faro

Atividades e infraestruturas que ainda demandam tempo para serem


implementadas

Atividades e infraestruturas já implementadas e prontas para


funcionamento das atividades de visitação

As modalidades sugeridas estão de regiões, mochileiros, observadores de aves,


acordo com os objetivos de criação da UC moradores/empregados de Porto Trombetas
para proporcionar momentos de vivência e técnicos de instituições governamentais e
na natureza e, ao mesmo tempo, levar os não governamentais. Além disso, a Flota de
visitantes a refletirem sobre sua responsa- Faro é um atrativo para pessoas dispostas a
bilidade e papel no cuidado e conservação participar de uma vivência em comunidades,
do meio ambiente. Assim, os visitantes alvo conhecer os projetos sustentáveis, realizar
são estudantes, representantes institucio- intercâmbios e praticar atividades em áreas
nais, financiadores, comunitários de outras naturais.

46 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.1 Atividades turísticas potenciais na Além disso, será instalado na comunidade


comunidade Português um viveiro de mudas de espécies florestais
nativas para a recuperação da área degrada-
2.2.1.1 Trilha terrestre da da.
Castanheira Destaques para o visitante:
ÂÂ Educação e interpretação ambiental -
Trilha com grau de di- Conhecer as espécies florestais existentes
ficuldade baixo, num percurso ao longo da trilha, bem como sua impor-
total de 2,8 quilômetros, dos tância ecológica e econômica, com desta-
quais 900 metros encontram- que ao extrativismo de castanha-do-pará.
-se em área de pasto abandonado (pouco ÂÂ Vivência em dois ambientes - Vivenciar
sombreada) (Figura 10). O restante da trilha a diferença na paisagem (solo, vegetação
está em floresta ombrófila densa, com uma e fauna) e a sensação térmica em flores-
árvore de castanheira de cerca de 20 metros ta nativa e SAF em áreas degradadas por
de altura no final do percurso. pecuária.
O órgão gestor pretende implemen- ÂÂ Viveiro de mudas - Conhecer as espécies
tar um experimento de Sistema Agroflores- florestais e realizar o plantio nas áreas de-
tal (SAF) na área degradada com pastagem. gradadas.

Figura 10:
Trilha da Castanheira, na Flota de Faro
Fonte: Nailza Porto, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 47


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.1.2 Trilha terrestre e Destaques para o visitante:


aquática da Copaíba ÂÂ Educação e interpretação ambiental -
Conhecer as espécies florestais ao longo
Trilha de dificuldade mé- da trilha, bem como sua importância eco-
dia, com 3,2 quilômetros instala- lógica e econômica, com destaque para a
dos (Figura 11). Essa trilha tem coleta de óleo de copaíba.
conexão com parte da trilha da ÂÂ Vivência em dois ambientes - Vivenciar
Castanheira (na área de pasto abandonado), a diferença na paisagem (solo, vegetação
aumentando seu tempo de percurso em meio à e fauna) e a sensação térmica em flores-
floresta. Nesse percurso há muitas possibilida- ta nativa e SAF em áreas degradadas por
des de atrativos eventuais, como avistamento pecuária.
de animais terrestres, aves silvestres e de mui- ÂÂ Viveiro de mudas - Conhecer as espécies
tas árvores, como as copaibeiras. florestais e realizar o plantio nas áreas de-
Adicionalmente, está previsto o au- gradadas.
mento do percurso da trilha até o igarapé ÂÂ Igarapé Piraquara - Visualizar e conhe-
Piraquara. Esse igarapé possui água crista- cer uma variedade de peixes disponíveis
lina, que permite a observação de peixes. O no igarapé. Também poderá desfrutar de
retorno ao alojamento poderá ser realizado um banho de igarapé e retornar à comu-
por canoa a remo (confecção local) ou em nidade em um passeio de canoa.
embarcação com motor silencioso.

Figura 11:
Trilha da Copaíba, na Flota de Faro
Fonte: Nailza Porto, 2017

48 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.1.3 Trilha aquática do Destaques para o visitante:


Piraquara ÂÂ Educação e interpretação ambiental -
Conhecer as espécies florestais de igapó,
Trilha aquática na floresta de bem como sua importância ecológica e
igapó, realizada em canoa a econômica.
remo pela floresta alagada, ÂÂ Observação de fauna - Avistar papagaios,
com duração média de 30 mi- garças, preguiças, entre outros elementos
nutos (Figura 12). A trilha poderá ser rea- da fauna local.
lizada anualmente, no período de fevereiro ÂÂ Observação de bromélias - No trajeto é
a julho. Está localizada na boca do igarapé possível avistar uma variedade de flores
Piraquara, sendo possível avistar papagaios, de bromélias.
garças, preguiças e bromélias, entre outros ÂÂ Passeio - Desfrutar de um tranquilo pas-
elementos da fauna e flora locais. Esse ro- seio de canoa, observando a natureza.
teiro poderá ser associado à trilha terrestre ÂÂ Banho de igarapé - Desfrutar de um ba-
do Angelim. nho em águas transparentes e mornas.

Figura 12:
Trilha aquática do Piraquara, na Flota de Faro
Fonte: Nailza Porto e Renan Moura, 2017; Socorro Almeida, 2014

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 49


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.1.4 Vivência em projetos sustentáveis etc.) e outras vivências cotidianas dos mo-
radores podem ser compartilhadas com os
Vivenciar o modo de vida das popula- visitantes. Ademais, na região da Flota estão
ções tradicionais e ribeirinhas pode ser uma sendo implementadas iniciativas de projetos
atividade turística interessante a ser imple- sustentáveis que podem servir como atrativo
mentada na Flota de Faro. Na Amazônia, turístico. Além de difundir as inciativas, as
as populações tradicionais e ribeirinhas têm visitações visam complementar a renda fa-
um modo de vida peculiar, de estreita rela- miliar e servir de estímulo para a manuten-
ção e dependência da natureza para subsis- ção das iniciativas.
tência. Por exemplo, a coleta de produtos A seguir apresentamos alguns projetos
florestais, a pesca, a produção de farinha de sustentáveis que estão em implementação e
mandioca e derivados (beiju, tapioca, crueira em planejamento na Flota de Faro.

Copaíba

Esta espécie é bastante explora- ÂÂ Educação e interpretação ambiental -


da para uso madeireiro e extra- Conhecer a função ecológica e econô-
ção de óleo, o que tem reduzido mica da copaíba, bem como associá-la à
muito a sua população. Dessa diversidade biológica e à importância da
forma, o projeto busca estimular Flota de Faro. Assim, poderão aumentar
o extrativismo do óleo da copaibeira de forma a experiência da visitação dentro da flo-
manejada, tornando-o fonte complementar resta, não somente pela observação das
de renda familiar (Figura 13). árvores em si, mas também pela inter-
pretação ambiental por meio do manejo
Destaques para o visitante: adequado da copaibeira.
ÂÂ Mapeamento e extração de óleo das co- ÂÂCompra de amostras de óleo - O proje-
paibeiras - Participar de um dia de cam- to irá desenvolver, juntamente com a co-
po em áreas de floresta nativa, onde serão munidade,uma marca e embalagem para
apresentadas as técnicas de mapeamento, o óleo de copaíba extraído da Flota de
manejo e extração de óleo de copaíba. Faro, com selo Origens Brasil. A expec-
Além disso, os comunitários mapearam tativa é que a partir do segundo semes-
cerca de 500 árvores de copaíba, que po- tre de 2018 o óleo seja comercializado
dem ser localizadas pela internet. na comunidade.

50 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Figura 13:
Manejo de copaibeira realizado por comunitários na Flota de Faro
Fonte: Alex Fisberg, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 51


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Meliponicultura Destaques para o visitante:


ÂÂ Vivência em meliponicultura - Conhecer
A meliponicultura é a técnica e executar todo o processo de criação de
de criação de abelhas sem fer- abelhas sem ferrão.
rão em caixas racionais (Figura ÂÂ Produção do mel - Retirar mel e fazer a
14). Além de maximizar a po- degustação.
linização de várias espécies fru- ÂÂ Compra de mel - A partir do segundo se-
tíferas (aumentando a produção), as abelhas mestre de 2018, o mel com embalagem e
também produzem mel de alta qualidade e selo Origens Brasil poderá ser adquirido
com bom preço de mercado, tornando-se na comunidade.
outra fonte complementar da renda familiar. ÂÂ Educação e interpretação ambiental -
Atualmente existem 28 caixas de abelhas na Conhecer a biologia e função ecológica
comunidade, com expectativa que esse nú- das abelhas por meio de palestras realiza-
mero dobre no próximo ano. das pelos comunitários.

Figura 14:
Criação de abelha sem ferrão na comunidade Português, na Flota de Faro
Fonte: Nailza Porto, 2017

52 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Restauração e sistemas Destaques para o visitante:


agroflorestais (SAF) ÂÂ Educação Ambiental - Mostrar a impor-
tância ecológica de um SAF (alimento,
Esse projeto visa incentivar a renda e outros serviços ambientais).
agricultura sustentável e a res- ÂÂ Viveiro de mudas - Conhecer diferentes
tauração de áreas degradadas espécies florestais e realizar o plantio nas
na comunidade. Ele prevê a áreas degradadas.
instalação de um viveiro de mudas com es- ÂÂ SAF - Conhecer alternativas ecologica-
pécies florestais nativas, frutíferas perenes e mente corretas de produção agrícola (hor-
culturas anuais para utilizar na restauração, taliças, frutas, grãos, tubérculos etc.) com
em arranjos de SAFs (Figura 15). Tendo espécies florestais em modelos de SAF.
como premissa os princípios ecológicos, os ÂÂVivência em dois ambientes - Vivenciar
SAFs são compostos por associação de es- a diferença na paisagem (solo, vegetação
pécies florestais e frutíferas de ciclos dife- e fauna) e sensação térmica em floresta
rentes. Esse modelo garante a subsistência e nativa e SAF em áreas degradadas por
renda familiar durante todo o ano. pecuária.

Figura 15:
Viveiros de mudas de espécies florestais
Fonte: Paula Pereira, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 53


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Centro Comunitário de
Gestão Integrada da Flota de Destaques para o visitante:
Faro ÂÂ Divulgação da Flota de Faro - Disponi-
bilizar publicações, informativos, foto-
O Centro Comunitário de grafias, vídeos etc. sobre a Flota.
Gestão Integrada da Flota de ÂÂ Artesanato - Realizar aulas de artesanato
Faro é um espaço multiuso em madeira ou fibras. O visitante tam-
para integrar ações das comunidades, do bém poderá comprar os artesanatos feitos
Ideflor-Bio e de parceiros que atuam no de- pela comunidade.
senvolvimento sustentável dentro da Flota ÂÂ Referência para eventos - O Centro po-
de Faro (Figura 16 e 17). O Centro deve ser derá receber grupos diversos com enfo-
utilizado para realização de eventos (cursos, que ambiental. Ele poderá ser uma refe-
oficinas, reuniões etc.), recepção, hospeda- rência de local para eventos no interior
gem de visitantes e alojamento de equipes de uma Área Protegida.
técnicas. Todos os usuários devem atender às ÂÂ Hospedagem - Grupos e indivíduos po-
normas de conduta de uso e conservação do derão se hospedar no Centro, podendo
local. Esse espaço poderá abrigar visitantes receber todo suporte para hospedagem e
das diversas atividades na UC. Deve conter alimentação.
materiais de divulgação e promoção da UC, ÂÂ Vivência ribeirinha amazônica - Roteiro
além de uma pequena biblioteca com livros no qual os visitantes participem de ativi-
de temas ambientais. dades de rotina das comunidades, como
O protocolo de uso do Centro possui conhecer a roça, acompanhar a pesca, ou-
informações e normas quanto a infraestru- vir histórias e estórias sobre a região.
tura, objetivo, capacidade de atendimento, ÂÂ Alimentação regional - Acompanhar o
gestão, atividades e serviços, regras de uso, preparo do almoço, café ou jantar e des-
manutenção e parceiros (Anexo 1). A se- frutar de pratos típicos da culinária pa-
guir, a síntese do protocolo. raense.

54 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Figura 16:
Centro Comunitário de Gestão Integrada da Flota de Faro
Fonte: Socorro Almeida, Renan Moura e Valdenilson Moura, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 55


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Figura 17:
Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas na Comunidade Português, na Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

2.2.2 Atividades turísticas potenciais na e aberta, com muitas orquídeas e bromélias.


comunidade Monte Sião Ao final da trilha há uma gigantesca árvore
de angelim (Dinizia excelsa) com aproxima-
2.2.2.1 Trilha terrestre do damente 30 metros de altura (Figura 19).
Angelim Na trilha há potencial para explorar a obser-
vação de aves.
Trilha de 2,4 quilômetros, com
grau de dificuldade moderado, Destaques para o visitante:
pois não há grandes elevações ÂÂ Educação e interpretação ambiental -
e/ou desafios de alta comple- Conhecer as espécies florestais dispostas
xidade (Figura 18). O trajeto era uma an- na trilha, bem como sua importância eco-
tiga estrada de exploração madeireira, com lógica e econômica, com destaque para a
fragmentos de vegetação de campina baixa árvore de angelim.

56 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

ÂÂ Vivência em dois ambientes - Vivenciar da UC. Dentre essas espécies há algu-


a diferença na paisagem (solo, vegetação mas endêmicas e em risco de extinção,
e fauna) e sensação térmica em ambiente fatores que atraem bastante os observa-
de floresta nativa e áreas que foram ex- dores de aves.
ploradas por madeireiras. ÂÂ Contemplativo - Contemplar a nature-
ÂÂBirdwatching - A Flota de Faro conta za, suas árvores e animais, em especial as
com uma lista significante de aves, que aves.
foram identificadas durante os estudos ÂÂ Científico - Pesquisar espécies florestais,
para a elaboração do plano de manejo bem como coletar amostras e frutos.

Figura 18: Figura 19:


Trilha terrestre do Angelim, na Flota de Faro Árvore de angelim localizada na trilha do Angelim, na Flota de Faro
Fonte: Nailza Porto e Socorro Almeida, 2017 Fonte: Nailza Porto, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 57


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.2.2 Observação de peixes tal, mas não está licenciada e regularizada.


ornamentais Porém, considerando que é uma Flota, indi-
ca-se somente a observação de peixes orna-
Entre os meses de agosto e de- mentais, colaborando para a conservação da
zembro é possível observar pei- espécie, a geração de renda e a conscientiza-
xes ornamentais, como o aca- ção ambiental (Figura 21).
rá-disco (gênero Symphysodon),
por meio de mergulhos com máscaras em Destaques para o visitante:
lagos próximos à comunidade Monte Sião. ÂÂ Educação e interpretação ambiental -
Esses peixes, também conhecidos na região Conhecer as espécies de peixes presentes
como “peteném”, chamam a atenção por suas no rio Nhamundá.
cores variadas e formato discoide, sendo mui- ÂÂ Observação de peixes - Avistar peixes
to apreciado para aquários (Figura 20). com diferentes cores e formatos em seu
Na comunidade Monte Sião já existe ambiente natural.
a coleta e comércio dessa espécie ornamen-

Figura 20:
Peixe ornamental acará-disco coletado na comunidade Monte Sião, na Flota de Faro
Fonte: Sílvio Silva, 2017

58 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Figura 21:
Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas na comunidade Monte Sião, na Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 59


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.3 Atividades turísticas potenciais na Na Flota de Faro foram designados 11


região do Jacitara lagos potenciais e disponíveis para a pesca es-
portiva, a saber: Jacitara, Machado, Esperan-
2.2.3.1 Pesca esportiva ça, Arco, Clarindo, Peixe-boi, Caçauá, Aburi,
Canto, Rosário e Mucurão. Dentre as espé-
A pesca esportiva está entre as cies mais procuradas por pescadores esporti-
atividades de integração social vos no rio Nhamundá estão: tucunaré (Cichla
e de lazer mais difundidas no spp.), surubim (Pseudoplatystoma fasciatum),
mundo. É uma das vertentes pirarara, (Phractocephalus hemioliopterus),
do turismo nacional com maior tambaqui (Colossoma macropomum), filhote
potencial econômico, pois gera emprego e (Brachyplathystoma filamentosum) e pintado
renda à comunidade envolvida e movimen- (Pseudoplatystoma corruscans).
ta todas as camadas sociais, tanto na zona
urbana como na rural, tais como: rede hote- Destaques para o visitante:
leira, farmácias, bares, transporte, guias, ali- ÂÂPesque e solte - convívio sadio com a
mentação, artesanatos etc. (Silva, 2017). natureza conservada, no qual os peixes
Na Amazônia, há várias iniciativas de são pescados e, em seguida, soltos, fican-
pesca esportiva sendo desenvolvidas, como do guardados apenas os registros foto-
a da Reserva de Desenvolvimento Susten- gráficos.
tável do Uatumã, no estado do Amazonas, ÂÂ Esporte e lazer - Proporcionar momentos
que abre uma temporada de pesca sob regras de esporte e lazer no contato com a natu-
claras acordadas entre as partes. reza, trazendo benefícios para a saúde.

60 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.3.2 Pousada comunitária


Jacitara Destaques para o visitante:
ÂÂ Divulgação da Flota de Faro - Disponi-
Infraestrutura a ser construída bilizar publicações, informativos, foto-
até final de 2018, na margem es- grafias etc. sobre a Flota.
querda do igarapé Jacitara, a 82 ÂÂ Artesanato - O visitante também poderá
quilômetros da sede municipal comprar os artesanatos produzidos pelos
de Faro (Figuras 22 e 23). Esse empreendi- comunitários.
mento poderá receber o público de pesca es- ÂÂ Hospedagem - Grupos e indivíduos po-
portiva que prefere se hospedar mais distante derão se hospedar na pousada, podendo
da comunidade. A pousada com capacidade receber todo suporte para hospedagem e
para hospedar 30 pessoas será construída em alimentação.
madeira, com seis quartos, uma cozinha, um ÂÂ Alimentação regional - Desfrutar de pra-
depósito e dois banheiros externos. tos típicos da culinária paraense.

Figura 22:
Planejamento de construção da pousada no lago Jacitara, na Flota de Faro
Fonte: Etelvino Sousa, 2017; Robson Porto, 2017

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 61


S e ção II
A trativos Tu rísticos

Figura 23:
Croqui das atividades de uso público e infraestruturas instaladas e previstas no lago Jacitara, na Flota de Faro
Fonte: Imazon, 2017

2.2.4 Atividades complementares nas alunos e professores, entre outros. Além


duas comunidades disso, poderão usufruir de frutos e alimen-
tos da culinária local preparados pelos co-
2.2.4.1 Vivência cultural nas munitários.
comunidades
2.2.4.2 Observação de fauna e
Os visitantes poderão conhe- flora
cer as comunidades por meio
de uma caminhada, tendo A Flota de Faro é uma região
como guias moradores locais. com um contingente único de
Poderão vivenciar atividades cotidianas espécies de relevante interesse
dos ribeirinhos, como a fabricação de fa- para a conservação, uma vez que
rinha, plantio de roçados, conversar com está localizada no mosaico de

62 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

UCs da Calha Norte, no centro de endemis- Durante os diagnósticos para a elaboração


mo das Guianas, e recebe influência da calha do plano de manejo da Flota identificou-se
do rio Amazonas (Pará, 2011). A lista de es- uma lista significativa de espécies de aves,
pécies de flora do Plano de Manejo inclui o dentre elas espécies endêmicas e em risco
registro de 57 espécies do grupo pteridófitas de extinção, fatores com grande potencial
e 32 espécies de angiospermas. A de fauna de atrair birdwatchers (observadores de aves)
inclui 62 espécies de peixes, 52 de répteis e provenientes de todo o mundo.
anfíbios e 291 de aves.
Pelo fato de a Flota ser muito extensa 2.2.4.4 Artesanato
e pouco populosa, a observação de fauna e
flora tem um alto potencial de êxito na área. A Flota poderá oferecer uma
oficina de artesanato para en-
2.2.4.3 Observação de aves sinar visitantes a produzir seu
(Birdwatching) próprio artesanato em madei-
ra e ou fibra. Ademais, o vi-
A observação de aves é a ati- sitante poderá adquirir peças
vidade de ecoturismo que tem únicas produzidas pelos ribeirinhos mora-
como objetivo observar as aves dores da Flota.
em seu habitat natural, sem
interferir no seu comporta- 2.2.4.5 Passeios de canoa
mento ou no seu ambiente. Ela cresce cada
vez mais no Brasil e permite aos observa- A grande quantidade de la-
dores presenciar acontecimentos inusitados gos existentes ao longo do rio
e emocionantes, promovendo o envolvimen- Nhamundá permite passeios
to e comprometimento das pessoas com a inesquecíveis aos visitantes.
conservação ambiental. Assim, essa contri- No passeio, o visitante pode-
buição pode ser um excelente instrumento rá observar a fauna e a flora e
de gestão para Áreas Protegidas, trazendo aproveitar um banho nas águas mornas e
benefícios diretos, por meio da educação transparentes e nas pequenas praias que se
ambiental sobre a importância das aves para formam durante o verão amazônico.
o meio ambiente, por exemplo, na dispersão Os passeios podem ser feitos em ca-
de sementes (Almeida, 2013). noas, rabetas ou pequenos botes feitos com
Há mais de 9 mil espécies de aves no cascas de árvores, conduzidos por morado-
mundo. Segundo o Comitê Brasileiro de res locais qualificados e aptos para trans-
Registro Ornitológico (CBRO), o Brasil portar com segurança os visitantes a locais
conta com mais de 1.800 dessas espécies. previamente definidos.

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 63


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.2.5 Mão de obra disponível para o uso comunitários condutores estão habilitados a
público na Flota de Faro receber os visitantes com atribuição técnica
e de forma segura.
52 comunitários foram capacitados Adicionalmente, há na Flota de Faro
como “condutores de visitantes em atrati- 26 agentes ambientais comunitários creden-
vos naturais e de pesca esportiva” e em “boas ciados aptos a atuar como multiplicadores
práticas de turismo sustentável”. O conte- de conhecimento, seja como educadores
údo dos cursos abrangeu temas como edu- ambientais, monitores ou extensionistas em
cação e interpretação ambiental, condução produção sustentável. Além desses, outros
de turistas, observação da natureza, manejo 25 comunitários manifestaram interesse em
de trilhas, pesca esportiva, turismo de base participar das atividades turísticas, em dife-
comunitária, sobrevivência na selva e noções rentes modalidades de produtos e serviços
de primeiros socorros (Anexo 2). Assim, os (Quadro 10).

QUADRO 10:
Comunitários interessados em oferecer produtos e serviços
para a cadeia turística na Flota de Faro

Atividade Nome do interessado Apelido


Mercides Pereira de Oliveira Pórra
Adizon Nogueira de Andrade -
Condutor de
João da Silva Tavares Capela
trilha terrestre
Etelvino Neves de Souza Clemildo ou Índio
Aldoíno Batista de Andrade Duíca
Rachides Nogueira Andrade Chocho
Francelino Nogueira Andrade Seco
Condutor de Silvio Glória Silva Silvinho
trilha aquática Aderaldo Pereira Batista Marico
Daniel Rocha Barbosa Danico
Aldair Nogueira de Andrade Redondinho
Continua 

64 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

 Continuação do quadro 10

Atividade Nome do interessado Apelido


Rosely Marinho Printes -
Maria Francisca Neves Machado Chica
Raimundo Ribamar Cunha Castro Filho Filho
Culinária Gleice Neves Batalha -
Maria Idalina de Almeida Natalina
Suziane Correa Suzica
Oneide Balheira Fulter Neide
Recepção e Zenir Rosas Ferreira -
alojamento Rosangela Nogueira de Andrade Voquinha
Condução em Cleudo Neves de Sousa Chapinha
projetos sustentáveis
Etelvino Neves de Sousa Clemildo ou Índio
Meliponicultura
Jocenilda Neves Batalha Nilda
Aldoíno Batista de Andrade Duíca
Raimundo Brasil Ferreira Seu Raimundinho
Raimundo Rosas Ferreira -
Izenilda Chaves Rosas Dona Nilda
Ilazinho Batista de Andrade Ilau
Artesanato
Janice Batalha Martins -
Raimunda Alcilene Tavares Melo Cileca
Maria Idalina de Almeida Dona Natalina
Deleon Furth Guerreiro Deleco
Meliane Almeida de Oliveira -
Rosivete Pereira de Oliveira Moça

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 65


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.3 PROPOSTAS DE ROTEIROS

Com base na disponibilidade de atra- conhecer a culinária de raiz do Brasil.


tivos e atividades, propomos alguns roteiros Chefs profissionais e amadores, escrito-
que permitem o envolvimento dos comuni- res e pesquisadores têm corrido o Brasil
tários: condução dos atrativos, recepção dos em busca da verdadeira culinária brasilei-
visitantes, preparo dos alimentos e bebidas, ra e da forma tradicional de se trabalhar
piloteiros, mestres em artesanatos, entre com os ingredientes regionais. Portanto,
outras atividades que envolvem a cadeia de a Flota de Faro tem a oportunidade de
serviços e produtos do turismo. elaborar um roteiro turístico voltado para
Futuramente, outros roteiros deverão este público. A seguir, um exemplo de ro-
ser criados, à medida que novas possibilida- teiro culinário:
des de atrativos forem implementadas. ÂÂ Recepção e hospedagem: Centro Co-
munitário de Gestão Integrada da Flota
2.3.1 Roteiro: culinária regional de Faro
ÂÂ Período necessário: 3 dias
É crescente o número de profis-
sionais de gastronomia interessados em

Colheita de Culinária Circuito da


frutos regionais ribeirinha mandioca

ÂÂ Frutos da ÂÂ Aula prática ÂÂ Plantio


floresta de culinária ÂÂ Fabricação
ÂÂ Frutos de ÂÂ Preparo de de beiju,
igapó alimentos tucupi e
ÂÂ Frutos da farinhas
roça

66 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.3.2 Roteiro: pesca esportiva sil e no mundo, que atrai turistas preocupa-
dos com a defesa do meio ambiente.
O Alto Nhamundá é um roteiro mui- ÂÂ Recepção e hospedagem: Pousada Jacitara
to valorizado para a pesca esportiva no Bra- ÂÂ Período necessário: 2 dias

Capacitação Pesca
pesca esportiva esportiva

ÂÂ Pesque e ÂÂ Lagos: Jacitara,


solte Paratucu,
Machado,
Peixe-Boi, Sete
Ilhas, Caçauá,
Rosário e
Mucurão

2.3.3 Roteiro: praias e observação da perfil para turismo de aventura, como grupos de
natureza idosos, famílias com crianças pequenas e turis-
tas de grandes cidades, para atividades como
A ideia é oferecer aos turistas momen- apreciar a beleza local, animais e plantas.
tos de lazer em praias e passeios mais isolados, ÂÂ Recepção: Centro Comunitário de Ges-
como assistir ao pôr-do-sol, e também tornar a tão Integrada da Flota de Faro
Flota de Faro atrativa a turistas que não tenham ÂÂ Período necessário: 3 dias

Passeio de
Trilhas Banhos Luzeiros
canoa

ÂÂ Avistar a ÂÂ Avistar fauna ÂÂ Praias: Tauari, ÂÂ Por do sol


fauna e flora e flora em Português, ÂÂ Lual e
em floresta floresta Piraquara, estrelas
ÂÂ Avistar fauna Sete Ilhas e
e flora em Arco
igapó ÂÂ Igarapé
Piraquara

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 67


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.3.4 Roteiro: a vida na floresta público, é importante oferecer um roteiro no


amazônica qual os turistas acompanhem os moradores
em suas atividades de roçado, pesca, prepa-
Em todas as regiões do Brasil há turis- ração de alimento, além de ouvir suas histó-
tas que só conhecem a floresta pela televisão rias e estórias sobre a região etc.
e livros, mas que gostariam de ter uma expe- ÂÂ Recepção: Centro Comunitário de Ges-
riência na floresta amazônica, vivenciando o tão Integrada da Flota de Faro
dia a dia de seus moradores. Para atrair esse ÂÂ Período necessário: 5 dias

Projetos Circuito da
Artesanato Pesca
Sustentáveis mandioca

ÂÂ Copaíba ÂÂ Aula prática ÂÂ Pesca diurna ÂÂ Plantio


ÂÂ Meliponicultura ÂÂ Comercialização e noturna ÂÂ Fabricação
ÂÂ SAF e ÂÂ Observação de beiju,
restauração de peixes tucupi e
farinhas

2.4 PARCERIAS PARA O USO PÚBLICO NA FLOTA DE FARO

ÂÂ Parceria institucional com os poderes pú- ÂÂ Parcerias com organizações não governa-
blicos municipal, estadual e federal rela- mentais para capacitações, intercâmbios
cionados ao uso público e turismo para e apoios à atividade de uso público.
implementação das atividades. ÂÂ Parcerias com operadores de turismo que
ÂÂ Parcerias com empresas privadas para atuem nos segmentos indicados para a Flota.
promover eventos. ÂÂ Intercâmbios e parcerias com outros ato-
ÂÂ Parcerias com universidades nacionais e res que desenvolvem turismo de base co-
internacionais, proporcionando visitas de munitária.
pesquisadores e estudantes.

68 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção II
A trativos Tu rísticos

2.5 DIVULGAÇÃO DO USO PÚBLICO NA FLOTA DE FARO

ÂÂ Em todo o material de divulgação da ÂÂ Desenvolver embalagens e produtos que


Flota de Faro deverá constar as ativida- reforcem a identidade territorial (UC,
des de uso público. Flota, ribeirinhos, Faro, Mosaico de Áre-
ÂÂ A divulgação do uso público deverá enfati- as Protegidas) e que valorize os produtos
zar que o turismo é sazonal e complemen- desenvolvidos na comunidade, como o
tar às atividades cotidianas dos moradores. mel, copaíba, produtos agrícolas e flores-
ÂÂ Fomentar a inclusão da Flota de Faro em tais do SAF e artesanato.
programas de turismo local, regional, na- ÂÂ Promover o intercâmbio entre os muni-
cional e internacional. cípios do entorno e com potencial para
ÂÂ Divulgar o uso público pela internet (pá- provocar a visitação na Flota (Santa-
ginas dos parceiros, blog da Flota e redes rém, Oriximiná, Parintins, Terra Santa,
sociais), material impresso, rádios, televi- Nhamundá, entre outros).
são e eventos.

2.6 PLANO DE CAPACITAÇÃO:

ÂÂ Sensibilização sobre a atividade turística. ÂÂ Boas práticas na pesca esportiva.


ÂÂ Noções básicas sobre recepção e hospe- ÂÂ Melhoria no acabamento e identidade do
dagem de visitantes. artesanato local.
ÂÂ Condução de visitantes e interpretação ÂÂ Plano de negócios para empreendimen-
ambiental. tos de turismo.
ÂÂ Ferramentas em educação ambiental, ÂÂ Educação financeira para empreendedo-
vinculada ao uso público. res comunitários de atividades turísticas.
ÂÂ Alimentos e bebidas, boas práticas na ÂÂ Primeiros socorros.
manipulação de alimentos e culinária re- ÂÂ Inglês básico.
gional. ÂÂ Arrais amador.
ÂÂ Boas práticas na condução de trilhas
aquáticas e terrestres.

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 69


S e ção III
Re gras de Uso

70 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção III
Re gras de Uso

SEÇÃO III

REGRAS DE
USO

Foto: Acervo Imazon

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 71


S e ção III
Re gras de Uso
Foto: Acervo Imazon

3. REGRAS PARA USO PÚBLICO NA


FLOTA DE FARO – RIO NHAMUNDÁ
3.1 REGRAS GERAIS

ÂÂ O Plano de manejo e o zoneamento da bém assinarem um Termo de Responsa-


Flota de Faro devem ser respeitados por bilidade com todas as regras logo quando
todos os visitantes. chegarem à Flota.
ÂÂ Os condutores devem ser habilitados ÂÂ A informação sobre as regras de uso é de
(curso de formação), autorizados pelo responsabilidade da Comissão Gestora,
Gestor da Flota e cadastrados no Ideflor- e os condutores devem monitorar o seu
-Bio, conforme Instrução Normativa n.º cumprimento durante as atividades.
04/2017 (Pará, 2017). ÂÂ Manter um livro de registro a ser preen-
ÂÂ Os visitantes devem ser previamente chido por todos os visitantes. Essas infor-
informados sobre as regras por meio de mações podem ser preenchidas na plata-
e-mail ou material informativo, e tam- forma ODK, a fim de obter estatísticas.

72 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção III
Re gras de Uso

ÂÂ É proibido entrar na Flota de Faro por- ÂÂ É proibido introduzir espécies exóticas na UC.
tando armas de fogo. Abre-se exceção ÂÂ Todo o lixo gerado dentro da Flota deve
para mateiros com porte de arma nos ca- ser destinado a local adequado. O comu-
sos em que houver necessidade de apoio nitário que estiver recebendo os turistas é
aos guias e condutores com seus respec- o responsável pela destinação do lixo.
tivos grupos. ÂÂ É proibido caçar e alimentar os animais
ÂÂ É proibido coletar qualquer tipo de ma- silvestres.
terial biótico ou abiótico dentro dos li- ÂÂ É proibida a poluição sonora com apa-
mites da Flota sem prévio consentimento relhos em alto volume após as 22 horas,
do órgão gestor. Há exceção para coleta que possam incomodar outros visitantes
apenas para frutos, óleos ou peixes nas e comunitários e/ou que alterem o hábito
atividades previstas no PUP. dos animais silvestres.

3.2 REGRAS PARA O MANEJO DAS TRILHAS TERRESTRES E


AQUÁTICAS

O planejamento das trilhas deve con- 3.2.1 Manutenção e implementação de


siderar as ações de educação ambiental, in- trilhas
terpretação, cuidado com a sinalização e
administração de visitantes. Esses cuidados ÂÂ Será permitida a abertura de novas tri-
valorizam os atrativos e sensibilizam os vi- lhas nas zonas de intervenção Alta e Mo-
sitantes e moradores locais. Ainda é neces- derada.
sário capacitar os condutores locais com es- ÂÂ A abertura de novas trilhas está sujeita à
sas ferramentas de educação e interpretação consulta ao órgão gestor.
ambiental. ÂÂ Abrir trilhas que não voltem pelo mesmo
Para o design das trilhas, recomen- percurso, a fim de proporcionar diferen-
da-se o uso de símbolos (logo da Flota de tes visões da paisagem.
Faro, árvore ou animal em destaque etc.) e ÂÂ A largura permitida para as trilhas varia
elementos locais (como madeiras, pedras, de 1 a 2 metros.
árvores etc.) destacando as atrações turísti- ÂÂ Cada comunidade será responsável pela
cas com textos de fácil visualização e com- abertura das suas trilhas.
preensão. Detalhes sobre a infraestrutura de ÂÂ Cada comunidade é responsável pela
trilhas podem ser consultados no Guia Prá- limpeza periódica (capina) de suas trilhas
tico de Sinalização de Trilhas, elaborado por para evitar acidentes com animais peço-
Menezes (2014). nhentos.

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 73


S e ção III
Re gras de Uso

ÂÂ Deve-se estabelecer um sistema de monito- 3.2.2 Comportamento do visitante nas


ramento de impacto da visitação nas trilhas trilhas
e atrativos turísticos naturais. Para melhor
aproveitamento das características naturais, ÂÂ É obrigatório o acompanhamento do
como contemplação da natureza, observa- condutor local no acesso às trilhas, seja
ção e escuta de animais, recomenda-se que de dia ou de noite.
trilhas e atrativos naturais sejam operados ÂÂ É proibido andar fora das demarcações
com no máximo 12 turistas por vez. da trilha, bem como abrir e utilizar ata-
ÂÂ A quantidade de condutores será deter- lhos.
minada pela situação e grau de dificul- ÂÂ É proibido alimentar os animais silves-
dade da trilha, porém nunca menor que tres.
dois condutores por grupo de turistas. ÂÂ É proibido caçar.
ÂÂ Deve ser mantida a proporção de um ÂÂ É proibido utilizar aparelhos sonoros que
condutor para cada cinco pessoas para incomodem os animais silvestres.
trilhas simples. ÂÂ Todo o lixo produzido deve ser colocado
ÂÂ É necessária a orientação por meio das nos depósitos disponíveis na área de uso
placas de sinalização com identidade vi- público ou recolhido em sacos plásticos e
sual adequada à realidade local. trazido de volta das trilhas.
ÂÂ Devem ser instalados abrigos de descanso.

74 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção III
Re gras de Uso

3.3 REGRAS PARA AS POUSADAS

Seguem alguns exemplos de regi- ÂÂ As pousadas devem obter alvará de fun-


mento para instalação de pousadas, que cionamento emitido pela Prefeitura Mu-
devem estar em conformidade com a legis- nicipal de Faro.
lação vigente e os requisitos aplicáveis nas ÂÂ As pousadas devem ser cadastradas no
matérias turísticas, ambientais e sanitárias. Ministério do Turismo.
O mesmo se aplica aos centros de alimen- ÂÂ A população local deve ser priorizada no
tação e visitação. momento da contratação de funcionários
ÂÂ A abertura de pousadas fica permitida para trabalhar nas pousadas.
apenas aos moradores da Flota de Faro. ÂÂ Todos os estabelecimentos devem possuir
ÂÂ Para instalação de pousadas, é primei- uma fossa biológica a fim de garantir o tra-
ramente necessária a autorização da co- tamento das águas residuais domésticas.
munidade. Após a autorização, deve ser ÂÂ Todos os estabelecimentos devem pos-
emitido um ofício ao órgão gestor soli- suir um kit de primeiros socorros.
citando autorização, emitida via licença ÂÂ Os projetos arquitetônicos devem estar em
ambiental ou dispensa de licença. harmonia com o ambiente da Flota de Faro.

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 75


S e ção III
Re gras de Uso

3.4 REGRAS PARA A PESCA ESPORTIVA

A pesca esportiva é uma atividade esportiva e os documentos da capitania


que já ocorre na região, mas ainda precisa referentes à embarcação. As embarcações
ser ordenada. Para evitar transtornos aos co- que não estiverem com os documentos
munitários e visitantes é necessário investir solicitados atualizados não poderão en-
em capacitação para os condutores e realizar trar na Flota para a pesca esportiva.
a sensibilização dos pescadores, aproximan- ÂÂ É proibida a pesca usando tarrafas e ma-
do-os da comunidade. Seguem algumas re- lhadeira, assim, não será permitida a en-
comendações para a sensibilização: trada de embarcações que tiverem esses
ÂÂ Elaborar placas de indicação dos lagos apetrechos na Flota.
para onde é permitida a pesca artesanal, ÂÂ É proibido transportar peixes vivos ou mor-
de subsistência e esportiva. tos de qualquer espécie para fora da Flota.
ÂÂ Elaborar material de sensibilização sobre ÂÂ É permitido o uso de “corrico” com mo-
boas práticas de visitação e de pesca es- tor de popa em velocidade baixa ao fisgar
portiva. o peixe.
ÂÂ Solicitar ações de fiscalizações ao órgão ÂÂ É proibido o uso de isca viva nas pesca-
gestor no período de defeso dos peixes e rias.
da temporada de pesca esportiva. ÂÂ Será permitida a focagem somente para
visualização de jacarés, sendo proibida
Abaixo, as regras para pesca esportiva para a captura de tucunaré ou outra es-
na Flota de Faro: pécie de peixe.
ÂÂ É obrigatório que toda embarcação te- ÂÂ Manusear o peixe com muito cuidado,
nha no mínimo um morador da Flota de retirando o anzol delicadamente para a
Faro, seja como guia, piloteiro, proeiro, soltura.
monitor ou acompanhante. ÂÂ Não deixar o peixe muito tempo fora da
ÂÂ Cada embarcação pesqueira deve conter água.
no mínimo duas pessoas responsáveis por ÂÂ Evitar pescar o peixe que estiver cuidan-
sua condução (proeiro e piloteiro), ambos do de ninhada (choco).
portando carteira de arrais amador. ÂÂ Será permitido fazer fogo nas praias com
ÂÂ As embarcações que entrarem na Flota monitoramento dos condutores. As fo-
de Faro deverão apresentar o certificado gueiras deverão ser apagadas no final da
de registro de pesca, a licença de pesca atividade.

76 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção III
Re gras de Uso

ÂÂ É obrigatória a retirada do lixo produzi- a realizar pesca esportiva na área da


do na área da Flota e em seu entorno. Flota.
ÂÂ Reduzir a velocidade do motor das voa- ÂÂ As comunidades participarão ativamente
deiras ao passar nos portos das casas dos do monitoramento de sua área, contando
comunitários da Flota. com a presença e apoio dos agentes am-
 ÂQualquer embarcação que não cum- bientais comunitários para a orientação
pra as regras será penalizada, corren- aos pescadores esportivos e registro de
do o risco de não mais ser autorizada atividades irregulares.

Foto: Acervo Imazon

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 77


S e ção IV
C ronol ogia

78 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção IV
C ronol ogia

SEÇÃO IV

CRONOGRAMA

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 79


Foto: Acervo Imazon
S e ção IV
C ronol ogia

4. CRONOGRAMA FÍSICO E
FINANCEIRO DAS ATIVIDADES
A SEREM DESENVOLVIDAS NO
CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO
NA FLOTA DE FARO
CURTO MÉDIO LONGO
AÇÃO
TEMA PRAZO PRAZO PRAZO PARCEIROS
ESTRATÉGICA
1 ANO 3 ANOS 5 ANOS
Equipar o Centro Imazon, Ideflor-
Centro Comunitário de Gestão Bio, Prefeitura
R$ 163.676,46
Comunitário Integrada da Flota de de Faro e
de Gestão Faro comunidade
Integrada da Programa
Flota de Faro Instalar painéis solares e
R$ 208.000,40 R$ 216.000,00 Territórios
internet wi-fi
Sustentáveis
Promover capacitação
Ideflor-Bio e
em turismo de base R$ 8.607,20
Imazon
comunitária
Promover intercâmbio
com outras experiências Ideflor-Bio e
R$ 81.100,00
em turismo de base Imazon
comunitária
Promover capacitação
em plano de negócios Senac, Sebrae e
R$ 8.607,20
para empreendimentos Imazon
Turismo comunitários
de base
comunitária Promover capacitação
em educação financeira Senac, Sebrae e
R$ 8.607,20
para empreendedores Imazon
comunitários
Promover capacitação em Ideflor-Bio,
recepção e hospedagem R$ 8.607,20 Imazon, Semas e
de visitantes Sebrae
Promover capacitação
em boas práticas na Senac, Sebrae e
R$ 17.214,56 R$ 17.997,04
manipulação de alimentos Imazon
e culinária regional
Continua 

80 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro

Co
S e ção IV
C ronol ogia

 Continuação do cronograma

CURTO MÉDIO LONGO


AÇÃO
TEMA PRAZO PRAZO PRAZO PARCEIROS
ESTRATÉGICA
1 ANO 3 ANOS 5 ANOS
Ideflor-Bio,
Promover capacitação em
Imazon, Marinha
boas práticas na condução
R$ 8.607,20 R$ 8.607,20 (Capitania
de trilha terrestres e
dos Portos) e
aquáticas
Prefeitura de Faro
Sinalizar e instalar
infraestrutura de apoio
Trilhas
ao visitante (abrigos, Ideflor-Bio,
pontes, coberturas e R$ 12.000,00 R$ 6.000,00 Imazon e
bancos de apoio) e comunidade
adquirir equipamentos de
segurança
Promover capacitação em
Ideflor-Bio e
ferramentas de educação R$ 8.607,20
Imazon
e interpretação ambiental
Promover capacitação em Ideflor-bio,
Pesca
boas práticas na pesca R$ 15.649,60 Imazon, Colônia
esportiva
esportiva Z-76 e Semas
Realizar levantamento de Comunidade,
tipos de artesanato com R$ 8.607,20 Ideflor-Bio e
produtos não madeireiros Imazon
Ideflor-Bio,
Promover capacitação de
R$ 8.607,20 Imazon, Semas e
design em artesanato
Sebrae
Promover capacitação Ideflor-Bio,
Artesanato
para melhoria da R$ 8.607,20 Imazon, Semas e
qualidade do artesanato Sebrae
Promover capacitação em Ideflor-Bio e
R$ 8.607,20
formação de preços Imazon
Promover intercâmbio
Ideflor-Bio e
com outros comunitários R$ 81.100,00
Imazon
que produzem artesanato

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 81

ontinua 
S e ção IV
C ronol ogia

 Continuação do cronograma

CURTO MÉDIO LONGO


AÇÃO
TEMA PRAZO PRAZO PRAZO PARCEIROS
ESTRATÉGICA
1 ANO 3 ANOS 5 ANOS
Elaborar material Ideflor-Bio e
R$ 7.500,00 R$ 7.500,00
informativo impresso Imazon
Elaborar pranchas (fauna
e flora) dos atrativos
R$ 7.000,00
para uso na interpretação
ambiental
Divulgar atividades
turísticas nas sedes
Comunidade,
Divulgação e de Faro, Terra Santa,
R$ 10.000,00 R$ 10.000,00 Ideflor-Bio e
Comunicação Oriximiná, Parintins,
Imazon
Porto Trombetas,
Santarém e Manaus
Divulgar atividades
turísticas nas redes sociais Ideflor-Bio e
R$ 5.000,00 R$ 1.600,00 R$ 1.700,00
e páginas da web de Imazon
parceiros
Elaborar vídeos
Ideflor-Bio e
informativos sobre os R$ 15.000,00
Imazon
atrativos
Continua 

82 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


S e ção IV
C ronol ogia

 Continuação do cronograma

CURTO MÉDIO LONGO


AÇÃO
TEMA PRAZO PRAZO PRAZO PARCEIROS
ESTRATÉGICA
1 ANO 3 ANOS 5 ANOS
Elaborar estudo de
Ideflor-Bio e
capacidade de carga dos R$ 8.607,20
Imazon
atrativos
Elaborar estudo e
Ideflor-Bio e
identificação de flora nas R$ 15.648,00
Imazon
trilhas
Elaborar estudo e
Estudos Ideflor-Bio e
identificação de fauna nas R$ 15.648,00
estratégicos Imazon
trilhas

Elaborar estudo do
estoque pesqueiro dos Ideflor-Bio,
R$ 150.000,00 R$ 25.000,00 R$ 25.000,00
lagos e plano de pesca Imazon e Ufopa
esportiva

Monitoramento das Ideflor-Bio e


R$ 8.607,20 R$ 8.607,20 R$ 8.607,20
atividades Imazon

Total Geral - R$ 670.587,42 R$ 447.447,44 R$ 126.407,20 -

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 83


5. BIBLIOGRAFIA

Almeida, M. P. S. R. 2013. Observação de aves no Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia:


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Brasil. 1988. Lei nº 7.653, de 12 de fevereiro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
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Appendices I, II and III. Disponível em: <https://www.cites.org/eng/app/appendices.php>. Acesso
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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2010. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.
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MMA. Ministério do Meio Ambiente. 2003. Instrução Normativa nº 03, de 27 de maio de 2003.
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Magro, T. C. 1999. Impactos do Uso Público em uma Trilha no Planalto do Parque Nacional do Ita-
tiaia. Tese de doutoramento. São Paulo: USP, 1999.
Menezes, P.C. Sinalização de trilhas: Guia Prático. 2014. Disponível em: <http://sinalizetrilhas.wiki-
parques.org>. Acesso em: out. 2017.
MPEG. Museu Paraense Emílio Goeldi; Universidade Federal do Pará; Conservação Internacional.
2009. Diagnóstico da Biodiversidade das Unidades de Conservação Estaduais do Mosaico “Calha
Norte”, Estado do Pará. Belém: MPEG, 2009.

84 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


Pará. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. 2007. Resolução Coema nº 54, de 24 de outubro
de 2007. Disponível em: <http://ideflorbio.pa.gov.br/wp-content/uploads/2015/09/lista-de-esp%-
C3%A9cies-amea%C3%A7adas-de-extin%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: jun. 2017.
Pará. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. 2009. Roteiro metodológico para elaboração de plano
de manejo das Unidades de Conservação do Estado do Pará/ Secretaria de Estado de Meio Ambien-
te. Belém: Sema, 2009.
Pará. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. 2011. Plano de manejo da Floresta Estadual de Faro.
Belém: Sema; Belém: Imazon, 2011. 178p. Disponível em: <http://ideflorbio.pa.gov.br/wp-content/
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Pará. Secretaria de Estado de Meio Ambiente. 2011. Portaria n.º 2.673, 9 de dezembro de 2011. Dis-
ponível em: <http://www.ioepa.com.br/pages/2011/2011.12.12.DOE.pdf>. Acesso em: jun. 2017.
Pará. Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará. 2014. Relatório da Pressão Antrópica sobre a
Fauna Aquática na Floresta de Faro - Pará. Belém: Sema.
Pará. Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará. 2017. Instrução
Normativa Ideflor-Bio n.º 4, de 12 de abril de 2017. Disponível em: <http://ideflorbio.pa.gov.br/
wp-content/uploads/2015/08/Proposta-de-IN-Turismo-de-natureza_uc-estaduais-com-contribui-
cao-dgmuc-Vers%C3%A3o-Proju-1.pdf>. Acesso em: set. 2017.
Silva, G. H. 2017. Economia e Pesca Esportiva: o meio ambiente como oportunidade sustentável de
negócios. Gustavo Henrique da Silva; Orientador Prof. Dr. Wallace Paiva Martins Júnior. Disserta-
ção (Mestrado) – Universidade Católica de Santos, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Direito Ambiental. – 2017. 131p.
Veríssimo, T. & Pereira, J. A floresta habitada: história da ocupação humana na Amazônia / Tatia-
na Veríssimo, Jakeline Pereira; colaboração de: Adalberto Veríssimo; ilustrado por: Livando Mal-
cher e Biratan Porto – Belém, PA: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
2014. 128p. Disponível em: <http://imazon.org.br/PDFimazon/Portugues/livros/FlorestaHabita-
da_WEB.pdf>.

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 85


A ne xos

ANEXO 1
PROTOCOLO DE FUNCIONAMENTO DO CENTRO
COMUNITÁRIO DE GESTÃO INTEGRADA DA FLORESTA
ESTADUAL DE FARO

Objetivo: Sediar eventos, recepção de visi- dagem, entre outros. Haverá pagamento de
tantes e alojamento, bem como servir como taxa de hospedagem/evento, que será rever-
base de apoio à gestão da Flota de Faro. tida à manutenção diária do espaço. As re-
quisições de uso devem ser enviadas para a
Infraestrutura: O Centro Comunitário de Comissão Gestora ou para o Gerente Local,
Gestão Integrada da Flota de Faro é uma por meio de ofício e ou e-mail, com até 8
infraestrutura em madeira, em dois pisos, dias úteis de antecedência.
coberta com telhas de barro. No piso infe-
rior há um salão para eventos com capaci- Regras de uso: O visitante deverá respei-
dade para até 40 pessoas; uma cozinha, um tar e valorizar o modo de vida local, tra-
almoxarifado e quatro banheiros com fossas zendo benefícios à comunidade por meios
ecológicas. No piso superior há um redário econômicos e sociais. Além disso, todos os
com capacidade para 40 redes; dois quartos serviços (transporte, guias, piloteiros, ali-
com beliches e um escritório. No momen- mentação, entre outros) devem ser contra-
to não há fornecimento de energia elétrica, tados com mão de obra da comunidade.
acesso a telefone e internet. Mas espera-se No centro são proibidas algumas práticas,
que até o primeiro semestre de 2018, seja como:
instalado painéis solares e internet wi-fi.
ÂÂ Fumar e consumir bebidas alcoólicas
Gestão: O Centro é gerenciado por uma dentro do Centro;
Comissão Gestora, composta por um geren- ÂÂ Solicitar ou comprar animais silvestres
te local, um comunitário e um representante (carne de caça);
do órgão gestor da Flota de Faro. ÂÂ Jogar lixo em local inapropriado;
ÂÂ Promover festa dançante com som muito
Atividades e serviços oferecidos: O espaço alto;
poderá sediar reuniões, capacitações, semi- ÂÂ Utilizar o espaço para ações ilícitas e/ou
nários, eventos, confraternizações, hospe- sexuais.

86 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


A ne xos

Requisição de uso:  Solicitar à Comissão Registro de visitantes:  No ato da autoriza-


Gestora ou ao gerente local, por meio de ção, o requerente deverá assinar um Termo de
ofício e ou e-mail, no prazo mínimo de 08 Responsabilidade e de Ciência. Na chegada ao
dias úteis, conforme fluxograma abaixo. Centro, deverá assinar o livro de visitantes. 

Fluxograma do processo de operação do Centro Comunitário de


Gestão Integrada da Flota de Faro

Avisar a equipe
Solicitação de
Assinar termo de de hospedagem e
autorização
responsabilidade a alimentação (3 dias
(8 dias de
Comissão Gestora antes da chegada do
antecedência)
hóspede)

Equipes de
hospedagem e Durante a estadia:
Na saída do hóspde
alimentação deverão Equipes poderão
realizar a inspeção e
se reunir para trabalhar em regime
limpeza do local
planejar a recepção de escala de serviço
(1 dia antes da
chegada do hóspede)

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 87


A ne xos

Taxas de hospedagem:  Gestora. Além disso, deve-se cobrar 10%


sobre o valor total dos serviços para ser re-
Uso da comunidade: Não será cobrada taxa de vertido à manutenção.
manutenção, mas é necessário deixar o es-
paço limpo e os equipamentos utilizados no Manutenção: Os comunitários deverão re-
escritório. alizar a manutenção simples, utilizando seus
próprios recursos ou oriundo das taxas. Para
Instituições com atividade para o bem comum manutenções mais especializadas, o apoio
da comunidade (cursos para a comunidade, saú- deve ser solicitado às instituições parceiras,
de, educação etc.): Não será cobrada taxa, mas por meio da Comissão Gestora.
a comunidade deve deixar o local limpo e
arrumado; Do relacionamento com a Comunidade
Português:
Instituições governamentais, não governamen-
tais e pesquisadores: O valor da taxa de hos- Respeitar e valorizar o modo de vida local. 
pedagem deve ser diferenciado, consideran- Contratar mão de obra da comunidade para
do o beneficio comum à comunidade; os serviços de transporte, alimentação, entre
outros.
Hóspedes e eventos externos: Será cobrada
uma taxa de hospedagem para garantir o Parceiros:  IdeflorBio, Imazon, Programa
pagamento da equipe de limpeza, alimenta- Territórios Sustentáveis, Prefeitura Munici-
ção, previamente selecionada pela Comissão pal de Faro e Amaceff. 

88 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


A ne xos

ATESTADO DE CIÊNCIA DO TERMO DE RESPONSABILIDADE

Eu _____________________________________________________________, por-
tador do CPF _______________________, responsável pela atividade, tenho a plena cons-
ciência que durante a minha/nossa estada no CENTRO COMUNITÁRIO DE GESTÃO
INTEGRADA DA FLOTA DE FARO, estarei/estaremos exposto (s) a riscos comuns de-
correntes de atividades de campo em áreas naturais da Amazônia, tais como: acidentes com
barcos, com animais silvestres, contato e/ou contágio com doenças tropicais, entre outros.
Além disso, nos comprometemos a observar a LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRA-
SILEIRA, as REGRAS DE USO DO PLANO DE USO PÚBLICO DA FLOTA DE
FARO e as NORMAS MÍNIMAS DE SEGURANÇA E CONDUTA.
Assim, considerando nossa participação como visitante, eximo o IdeflorBio e a Comu-
nidade Português da responsabilidade sobre danos físicos, doenças, lesões ou morte ocasional,
decorrente de acidentes que sejam ocasionados por falta de observância às normas, bem como
punições pela não observância da Legislação Ambiental, que venham a ocorrer durante a
estada na Flota de Faro.

Período de estadia na Flota de Faro: ____________


Descrição da atividade:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

Lista de visitantes do grupo:


Nome Instituição CPF/passaporte Contato Assinatura

Responsável pela visita:________________________________________

Local e Data: __________, _________________

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 89


A ne xos

ANEXO 2
EMENTA DO CURSO DE CONDUTORES DE VISITANTES EM
ATRATIVOS NATURAIS E PESCA ESPORTIVA

Legislação ambiental
Parte 1 Lei n.º 9.985/2000 - Snuc – Sistema de Unidades de Conservação da Natureza
Unidades de Conservação Estaduais na Calha Norte
Parte 2 Turismo
Parte 3 Educação ambiental
Interpretação ambiental
Objetivos e princípios da interpretação da natureza
Parte 4 Qualidades do intérprete
Meios interpretativos
Técnicas de interpretação ambiental
Condutor de atrativos naturais
O mateiro
Atividades de excursionismo e ecoturismo
Guias de ecoturismo
Por que conduzir visitantes?
A importância do guia, monitor ou condutor
Quem é o condutor de atrativos naturais? O que ele deve fazer?
Principais características do condutor ou guia de ecoturismo
Apresentação pessoal
Problemas e soluções
Parte 5 Melhorando o seu desempenho como condutor e tornando sua excursão mais dinâ-
mica (Dicas)
Tamanho do grupo e número de condutores
Procedimentos adequados para a condução de grupos
Equipamentos
Alimentação
Os dez mandamentos do condutor
Ética profissional (Ética entre os condutores, Condutora mulher, Respeito com o
guiado, Igualdade, Profissionalismo)
Resolução de conflitos
Conduta Consciente em Ambientes Naturais: Técnicas de mínimo impacto
Continua 

90 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro


A ne xos

 Continuação do Anexo 2

Manejo de trilhas
O uso de trilhas no ecoturismo
Inventário turístico e inventário de trilhas
Fatores a considerar na abertura de trilhas
Classificação de trilhas
Parte 6 Classificação das atividades em trilhas
Planejamento, implantação e manutenção
Anatomia da trilha
Traçado
Mapeamento e processamento das informações
Obras em trilhas ecológicas
Observação da natureza
Plantas – indicadores do ambiente
Observação de flora
Observação de fauna
Ciência da observação
O que observar?
Equipamentos para observação
Parte 7
Cuidados com acidentes
Repelentes naturais
Moldes de pegadas
Armadilha fotográfica
Problemas que afetam a fauna brasileira
Observação de aves
Animais em extinção e em situação de risco
Parte 8 Orientações para sobrevivência em ambientes naturais
Parte 9 Noções de primeiros socorros
Continua 

Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro 91


A ne xos

 Continuação do Anexo 2

Pesca esportiva
Infração administrativa ambiental no âmbito da pesca
Crime ambiental próprio da pesca: tipos penais
Sanções penais aos crimes ambientais
Das condutas Ilícitas em espécie pesca em Defeso
Pesca por meio proibido
Pesca sem autorização legal
Moléstia a cetáceos
Introdução, exportação ou importação de espécie aquática sem autorização
Fundeamento de embarcação sobre bancos de moluscos ou corais
Turismo de pesca
Modalidades
Impactos do turismo na pesca
Impactos negativos
Parte 10
Impactos positivos
Principais eventos de pesca esportiva no Estado do Pará
Principais eventos de pesca esportiva no Brasil e no mundo
Pesca esportiva ou amadora
Aspectos socioeconômicos
Peixes esportivos de interesse da pesca amadora
Peixes esportivos da Amazônia
Peixes esportivos marinhos
Equipamentos para a pesca esportiva
Particularidades entraves e perspectivas
Normas legais federais que regem a pesca amadora
Taxas praticadas na pesca amadora
Tamanho mínimo de captura
Licença da pesca amadora

92 Plano de Uso Público da Floresta Estadual de Faro

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