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CURSO DE DIREITO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO II

ATIVIDADE SOBRE PROVA PERICIAL

1) CONCEITO
É o exame dos fatos dos quais o juiz não tem conhecimento técnico, que é transmitindo ao
magistrado, por meio de um parecer. Assim, prova pericial é o meio probatório utilizado
sempre que houver a necessidade de conhecimentos técnicos especializados para a
comprovação dos fatos alegados em juízo.

2) MODALIDADES
Conforme dispõe o art. 464 do CPC de 2015, são espécies de prova pericial:
1ª) Exame: é a espécie de prova pericial que objetiva o exame de pessoa, semovente ou
bem móvel. Por exemplo, a perícia médica, que se destina à verificação ou não de doença
ocupacional para fins de estabilidade provisória ou de redução da capacidade laborativa
para obtenção de valor indenizatório.
2ª) Vistoria: é a espécie de prova pericial que objetiva o exame de bens imóveis ou certos
lugares. Por exemplo, a perícia de insalubridade ou de periculosidade no ambiente de
trabalho.
3ª) Avaliação: é a espécie de prova pericial que se propõe a estimar o valor de certos bens
ou obrigações. Por exemplo, a avaliação de bens penhorados, as perícias contábeis para a
verificação da correção do pagamento de determinada parcela trabalhista ou a correção
dos cálculos de liquidação.

3) PREVISÃO LEGAL
Atualmente, a prova pericial encontra previsão na Lei n. 5.584/70, que, especialmente no
art. 3º, revogou tacitamente o art. 826 da CLT, passando a estabelecer que os exames
periciais serão realizados por perito único designado pelo juiz do trabalho, que fixará o
prazo para entrega do laudo, sendo permitido às partes a indicação de um assistente, cujo
laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser
desentranhado dos autos.

4) NOMEAÇÃO DE PERITOS
O perito é escolhido dentre profissionais de nível universitário e detentores dos
conhecimentos técnicos necessários, não podendo estar impedido ou suspeito de realizar
seu mister e devendo estar devidamente inscrito no órgão de classe competente, ao qual
compete expedir certidão comprobatória da especialidade na matéria sobre a qual o perito
deverá opinar.
Quando se tratar de exame que tenha por objeto a autenticidade ou falsidade de
documento (ex: exame grafotécnico), bem como matéria de natureza médico-legal, a
escolha do perito deverá recair preferencialmente entre os servidores públicos que
exerçam os correspondentes cargos técnicos nos órgãos da Administração Pública.
O § 2º do art. 195 da CLT é claro no sentido de que o juiz designará o perito. Logo, não
pode haver convenção das partes para efeito da indicação do perito.
Após a nomeação do perito, as partes possuem o prazo de quinze dias para apresentar os
quesitos e nomear assistente técnico (art. 465, § 1º, do CPC/2015).
5) HONORÁRIOS PERICIAIS
Em relação aos honorários periciais, o art. 790-B da CLT estabelece que a
responsabilidade pelo respectivo pagamento é da parte sucumbente da pretensão objeto
da perícia, salvo se beneficiária da justiça gratuita.
Assim, se a parte for beneficiária da justiça gratuita, não arcará com os honorários do
perito, ainda que sucumbente na pretensão objeto da perícia. Sobre o tema, é importante
consignar a Súmula 457 do Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

“HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA.


RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PELO PAGAMENTO. RESOLUÇÃO N. 66/2010
DO CSJT. OBSERVÂNCIA.
(conversão da Orientação Jurisprudencial n. 387 da SBDI-1 com nova redação) –
Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.
A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte
sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita,
observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n. 66/2010 do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT”.

Vale dizer, a expressão "sucumbente na pretensão objeto da perícia" deve ser interpretada
como "sucumbente no pedido objeto da perícia". Por exemplo, sé o laudo pericial for
desfavorável ao autor (trabalhador), mas o juiz, que não está adstrito à prova pericial,
julgar procedente o pedido de adicional de insalubridade, o sucumbente na pretensão
objeto da perícia será ó réu (empregador).
Quanto aos honorários do assistente técnico, o TST editou a Súmula 341, segundo a qual
a "indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos
respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia".
Por fim, não pode ser exigido depósito prévio de honorários na perícia, em razão do
princípio da gratuidade que vigora no processo do trabalho.

6) VINCULAÇÃO DO JUIZO AO LAUDO

Por mais detalhado e consistente que seja o trabalho do perito, o juiz não fica adstrito ao
laudo pericial, podendo formar sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos
autos, pois, do contrário, o perito substituiria a função de julgar do magistrado. O juiz
apreciará a prova pericial de forma fundamentada, indicando na sentença os motivos que o
levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta
o método utilizado pelo perito (art. 479 do CPC), o que está em consonância com o
princípio do convencimento motivado ou da persuasão racional do juiz, que é o perito dos
peritos.
Não obstante, vale ressaltar que, segundo a doutrina, a não concordância do magistrado
com os termos do laudo pericial deverá ser fundamentada, principalmente pelo fato de não
possuir o conhecimento técnico especializado que ensejou a produção da prova pericial.

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