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Estou escrevendo este livro antes que eu me perca na insanidade que minha

mente é, sinto-me devorado, destroçado, sem discernimento do real, objetivo desta


escrita não é tonar algo melancólico ou sofrido, mas a vida não é tão bela, começo a
me perder nos meus sentimentos, o que sinto agora é real ou só peças de lembranças
passadas? Será que elas realmente existem? Será que não foram lembranças
roubadas? Tenho esse dom de roubar lembrança? Sou um mero louco preso em um
lugar alucinando sobre tudo descrito a seguir?
Não me afundo em questionamentos, eles geram mais questionamentos. Medo
de se perder nessa selva é real, covardemente ou heroicamente me afasto, finjo sua
não existência. Deixo isso para outros loucos, minha loucura é observar, entender, ou,
pelo menos, fingir o entendimento do comportamento, do que está acontecendo com
as pessoas, somente pela técnica de observação e mínima interação. Pode se pensar
que talvez eu seja antissocial, talvez que eu sofra algum distúrbio, onde sofra com
socialização, mas veja bem, amo as pessoas, gostaria de estar no meio conversando,
mas existem barreiras invisíveis que mesmo com o melhor positivismo possível não
será capaz de rompê-las. Timidez não é a respostas para tal questionamento ou
pensamento que fique claro, insegurança talvez, baixa autoestima? Um “talvez” bem
grande, porém não sei ainda essa resposta espero encontra lá.
Ser deixado de lado nas mais simples atividades sociais, nunca me foi surpresa.
Mas como já foi dito, não sei até onde tudo isso é verdade ou só lembranças que não
são minhas, das poucas coisas que tenho convicção que seja real, uma delas são as
frases, “você é feio!”, “eca, gordo baleia!” (nem era tão gordo), mas a vida não é tão
bela, não é mesmo? Não pense que não tenha tido amigos, tive sim, se perderam, se
afastaram ou me afastei, nunca vou saber. Tive paixões, melhor dizendo, sofrimentos,
nunca foram correspondidas, vitima? Jamais! Alguns casos erros foram meus.
Uma criança perturbada, com dúvidas maiores que sua mente, escalada
gigantesca e complicada, até encontrar o caminho que não levou a nada, uma criança
que virou um adolescente mais confuso, mas que logo começou achar uma paixão, a
observação. Talvez tenha sido um treinamento para se criar um jovem perdido mas
com uma paixão, uma sede de observar e absorver o comportamento no qual não era
del, onde sua identidade são fragmentos de outras, misturadas em um caldeirão de
desordem psicológica. Ou somente uma forma de confortar o sentimento de exclusão,
que nunca será confirmado.

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