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“O símbolo é uma expressão indefinida com vários significados ligados ao nosso inconsciente, próprios de cada
pessoa e específico do momento em que ela está vivendo”.
(Grinberg, 1997)
outras características sociais. Esse segundo arbitrário da psique coletiva é o que Jung determinou
PERSONA”.
Ao longo desse trabalho é esperado que as ‘personas’ sejam evidenciadas através das
manifestações artísticas, onde o participante terá que expressar artisticamente sua personalidade
como forma de apresentação. A ‘persona’ diz respeito principalmente ao que é esperado
socialmente de uma pessoa e à maneira como ela acredita que deve parecer.
A proposta da confecção da mandala coletiva está relacionada com o seu simbolismo, por
representar a totalização e a integração. A mandala, que em sânscrito significa “círculo mágico”,
é representada por imagens dispostas ao redor de um centro, ou por figuras radiadas. Representa
o princípio do caos. E a proposta é justamente essa, de que os participantes se interem na
confecção, já que o círculo tem o poder de curar a dissociação.
A orientação Junguiana do projeto permite desenvolver um trabalho em que a
comunicação toma uma linguagem simbólica através da produção artística. E possibilita a
facilitação da interação do grupo tanto como a autodescoberta individual em função das
confecções.
Na proposta de arranjos naturais os internos irão buscar na natureza os elementos para
este trabalho. Como essência desta vivência o indivíduo desenvolverá uma aproximação à
natureza vegetal. Dessa aproximação procura-se a projeção das emoções quer sejam elas parcial
ou totalmente inconscientes. Dado esse primeiro passo, o sistema em questão permite a
cumplicidade entre o arranjo e o artista. Sua função, portanto, envolve a constante avaliação e
desenvolvimento pessoal. O ponto fundamental é que a pessoa esteja feliz ao fazer o arranjo,
sinta que a escolha dos galhos, flores, folhas...; represente, pela sua forma e cor, a projeção de um
sentimento do momento, existindo uma relação entre a emoção e os elementos escolhidos, sem se
importar com as críticas que possam vir de outras pessoas. O arranjo é exclusivamente para ela,
completando-a.
O objetivo de conhecer-se sendo alcançado e ao expressar-se a pessoa consegue
descarregar suas tensões, angústias e euforia, podendo tornar-se uma pessoa mais autoconfiante e
reconhecendo que precisa haver uma mudança pessoal, levando a busca do equilíbrio e este é um
ponto fundamental a tratarmos da problemática dos dependentes químicos.
“Ao longo desse processo contínuo o paciente é conduzido a se conhecer, aos poucos aprende a lidar consigo
mesmo. O resultado aparece com o desenvolvimento do autoconhecimento que gera um processo de
transformação”.
(Strazgorodsky 1997/98. p.60)
Todo esse processo contínuo de autoconhecimento pode ser desnvolvido individualmente
ou em grupo, estaremos trabalhando em grupo.
O trabalho em grupo fornece um contexto pertinente para a prática desse aprendizado;
pessoas com necessidades semelhantes podem apoiar-se mutuamente e sugerir soluções para
problemas comuns, ajudando umas as outras há possibilidade de insights com os feedbacks de
outros.
Alguns terapeutas consideram o trabalho grupal mais satisfatório. E em relação a
problemática dos dependentes, o trabalho em um contexto de grupo é de extrema importância, já
que no caso existe um deficiência de um relacionamento social saudável.
O vício representa a aspiração em direção a um nível mais elevado de experiência.
Embora essa aspiração não possa ser fundamentalmente alcançada através de substâncias
químicas, a tentativa em si pode sugerir uma natureza genuinamente espiritual.
A verdadeira tarefa de um terapeuta ao lidar com o vício não repousa em salientar os
efeitos destrutivos do comportamento de vício, e sim em respaldar a consciência da perfeição que
existe em nós.
O pressuposto teórico sobre a visão da droga no sistema, assim como a história pessoal do
terapeuta, também são aspectos importantes a serem considerados quando refletimos sobre a
dependência de droga na família.
Compreender a presença das drogas no sistema familiar é refletir fundamentalmente nos
contextos que as mantém. Condições de vida adversas, pobreza, violência, desemprego,
sentimentos de abandono, desamparo, solidão, ansiedade, baixa auto - estima e exclusão social,
são alguns mantedores homeostáticos nas famílias com dependência química.
Além de satisfazer as necessidades materiais, o homem também precisa igualmente
satisfazer seu espírito. Partindo do princípio de que o estado espiritual de nossas vidas está
diretamente relacionado com o funcionamento de nosso corpo, então as pessoas que interpretam
mal as verdadeiras necessidades do espírito humano logo buscarão a experiência do êxtase em
hiperestimulantes, dessensibilizantes para a experiência verdadeiramente profunda.
O viciado acredita que pode ter acesso aos milagres e ao mistério através da droga, e esta
perspectiva torna - se mais sedutora na ausência de uma orientação para o espírito. Os viciados
são pessoas que estão reagindo de modo destrutivo, porém compreensível, ao vácuo espiritual
que existe em meio a nossa abundância material.
Como salientou o psicanalista Thomas Szasz, as sociedades através da história
encontraram muitas maneiras diferentes de condenar os comportamentos que se desviam das
normas. Na maioria das vezes, essa condenação tinha uma base religiosa, embora a observação da
ortodoxia religiosa fosse freqüentemente uma máscara para o poder e o controle políticos. Hoje
em dia nossa crença na ciência nos leva em direção de uma diferente terminologia de
desaprovação, e o uso das drogas é encarado como uma doença ao invés de uma blasfêmia.
Devemos usar o modelo da doença do vício com grande cautela, lembrando sempre que o poder
de cura reside no interagente, não no terapeuta ou no médico, no local de tratamento ou algum
medicamento particular. A verdadeira tarefa do terapeuta é criar condições em que os poderes
naturais de cura do paciente venham a aflorar, ou seja, condição na qual o corpo e o espírito
possam escolher naturalmente a saúde em vez da doença e a alegria no lugar da dor.
Ninguém começa a usar drogas com a intenção consciente de se tornar um viciado, mas é
característica do viciado tanto superestimar seu poder de autocontrole quanto subestimar a força
da sua dependência. Enquanto a pessoa não se convence que adquiriu o vício, é bastante provável
que o indivíduo que usa drogas defina um viciado como " uma pessoa que usa mais drogas do
que eu ". O fenômeno da tolerância às drogas de um viciado, com a conseqüência da necessidade
de maiores quantidades da substância, determina que o hábito fique cada vez mais freqüente. É
importante também enfatizar o efeito de isolamento que essa busca das drogas causará no
relacionamento do viciado com a sociedade, e esse isolamento pode ser uma importante intenção
subjacente do vício da pessoa.
Quando a substância viciadora é ilegal, a situação é mais complexa. O envolvimento em
atividade ilegal separa o indivíduo das pessoas que não têm um envolvimento semelhante. Apesar
do suposto poder de autocontrole que os dependentes atribuem a si mesmos, particularmente nos
primeiros estágios de envolvimento com as drogas, eles freqüentemente se vêem atraídos em
direções opostas durante o curso do vício. Por um lado, eles são confrontados pela condenação
legal e moral da sociedade como um todo. È claro que essa rebeldia do viciado pode ser dolorosa,
mas também pode despertar intenso sentimento de resistência. Por outro lado, o dependente
geralmente ingressa em um grupo formado por outras pessoas que usam a droga. No decurso de
um único dia, o viciado é exposto literalmente a centenas de mensagens que o levam na direção
das drogas e o afastam delas. Não deve causar surpresa, portanto, o fato de o vício incluir muitas
tentativas fracassadas da pessoa de permanecer afastada das drogas.
METODOLOGIA