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1 – INTRODUÇÃO
O Direito no mundo moderno é o meio pelo qual as pessoas podem socorrer-se dos problemas que
acontecem no âmbito de nossa sociedade nas várias esferas. Podem estes problemas ser de natureza criminal, comercial,
civil etc., e sempre que alguém se sentir lesado, pode buscar seus direitos utilizando-se do Direito Subjetivo que é o meio
pelo qual uma pessoa pode fazer valer seus direitos no judiciário, oriundos das relações interpessoais de uma sociedade.
Nosso foco é o Direito Tributário/ Financeiro e, para tanto, mister se faz diferenciar um do outro para
que nosso estudo torne-se mais direcionado e, assim sendo, mais produtivo.
O Direito Tributário é um ramo do Direito Público, onde o Estado, por meio de fontes arrecadadoras, faz
com que seus cofres sejam providos de receitas para que de alguma maneira, as necessidades da sociedade como um
todo, sejam providas e mantidas pelos próprios contribuintes. O Direito Financeiro também é um ramo do Direito público,
porém, focado na distribuição destas receitas e diz onde tais receitas serão utilizadas dando a prioridade a ser seguida. Ou
seja, o Direito Tributário arrecada e o Direito Financeiro diz onde será gasto.
É uma relação jurídica onde tem como pólo ativo os entes tributantes (União, Estados Municípios e DF)
como o “fisco”, pessoas jurídicas de direito público interno, estes entes são credores nesta relação jurídica tributária. O pólo
ativo faz uma invasão de patrimônio para retirada de dinheiro do pólo passivo (contribuintes) que podem ser pessoas
físicas ou pessoas jurídicas. Este dinheiro é classificado como tributo. Constitui-se numa invasão porque é uma relação
imperativa, ou seja, os entes compulsoriamente cobram tributos. Ninguém paga tributo porque quer e sim porque é
obrigado.
Apenas para elucidar, Direito Público é aquele em que obrigatoriamente teremos um ente federativo
(União, Estado, DF ou Município) em um dos pólos da ação, ou seja, existem nestes casos, interesses da União envolvidos.
O Direito Privado, como o próprio nome diz, é aquele direito em que os pólos da ação serão compostos por pessoas
jurídicas de direito privado ou pessoas físicas, apenas e tão somente para questões do âmbito privado.
Assim, o Direito é uma ciência que busca incessantemente, compor as lides que se proliferam
conjuntamente com a evolução de nossa sociedade e, de certa forma, é ele o caminho para um Estado Democrático de
Direito, onde todos os membros de uma sociedade devem obedecer as regras impostas por este Estado para o bom
convívio, buscando-se desta feita, a paz social, que é o fim do Direito em nosso país.
Conforme dito alhures, o Direito Público deve ter, em algum dos pólos da ação, a União, Estados,
Distrito Federal ou Municípios, onde a lei é imperativa e todos os membros do Estado devem segui-la de maneira igualitária
para que os interesses desses entes federativos se façam valer, enquanto que no Direito Privado, a grande maioria das
lides são compostas por pessoas jurídicas de Direito privado e pessoas físicas.
A atribuição da competência tributária às pessoas jurídicas de Direito Público está prevista nos artigos
153 a 156 da Constituição Federal, dividindo-se, assim, o poder de instituir e cobrar entre os entes políticos. Desse modo,
cada entidade tributante está obrigada a se comportar nos limites da parcela de poder impositivo (poder de tributar) que lhe
foi atribuída pela Constituição Federal.
Não obstante, note-se que todos os Entes estão obrigados a observar as normas gerais de Direito
Tributário, as quais estarão estabelecidas em Leis Complementares, conforme determina o artigo 146 da Constituição
Federal.
Como foi citado, cumpre-nos demonstrar as diferenças entre as funções FISCAIS, EXTRAFISCAIS E
PARAFISCAIS de um tributo.
- Função Fiscal ou Fiscalidade: Consiste na função maior de um tributo, ou seja, fazer com que as
receitas auferidas pelo recolhimento do tributo entre para os cofres dos entes tributantes. Ex. IR, IPVA, IPTU.
Isto é, aquele que detém a Competência Tributária pode criar, arrecadar e fiscalizar tributos e, em
contrapartida, aquele que detém a Capacidade tributária, pode apenas arrecadar e fiscalizar os tributos, não podendo criar
por não ser provido de casas legislativas. Ex. OAB, CRC, CRM.
- Competência Comum – artigo 145, incisos II e III, da Constituição Federal: é o poder que têm a
União, Estados, DF e Municípios para instituir taxas e contribuições de melhoria, no âmbito de suas respectivas atribuições
(vide artigos 77 e 81 do CTN). Ex. Taxas e Contribuições de Melhorias.
- Competência Privativa – é basicamente o poder que têm os entes federativos para instituírem os
impostos que são enumerados na Constituição Federal. É dita privativa, no sentido de que a própria Constituição já
determina o rol dos impostos relativos a cada ente tributante. Ex. Impostos União, Estados Df e Municípios.
- Competência Cumulativa – artigo 147, da Constituição Federal: é o poder da União de instituir nos
Territórios Federais, os impostos estaduais e, caso o Território não seja dividido em Municípios, também os impostos
municipais. Ex. O Território pode instituir o IPVA (estadual) e o IPTU (municipal).
- Competência Residual – artigo 154, inciso I, e artigo 195, § 4º, da Constituição Federal: é o poder
que tem a União e somente ela, de instituir novos impostos, diferentes de todos aqueles discriminados na Constituição,
com fato gerador novo e nova base de cálculo, devendo ser instituídos por Lei Complementar. Ex. Somente Impostos (só
a União).
- Competência Extraordinária – artigo 154, II, da CF e artigo 76, do CTN: é o poder que tem a União
de instituir, em caso de guerra externa ou em sua iminência, outros impostos, independentemente de terem ou não fatos
geradores idênticos aos já previstos pela Constituição Federal, sejam eles pertencentes ao rol dos impostos da própria
União, dos Estados, DF ou Municípios. É uma permissão expressa para a bitributação. Ex. IEG (somente a União).
- Competência Especial – é o poder que a União, em casos especiais, tem de instituir Empréstimos
Compulsórios e Contribuições Especiais, em casos de calamidades públicas ou obras de relevantes valores sociais (artigo
148, CF).
O artigo 146 da CF trata da Lei Complementar em Matéria Tributária, ou seja, disciplina em quais casos
a Lei complementar deve ser aplicada. Assim, cabe à lei complementar em matéria tributária dispor sobre:
Parágrafo único – A Lei Comp que trata inciso III, “d”, poderá instituir
regime único de arrecadação de impostos e contribuições U, E, DF e M (Simples).
(EC 42/2003).
I – será opcional para o contribuinte; (EC 42/2003)
II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (EC 42/2003)
III – recolhimento unificado (EC 42/2003)
IV – arrecadação, fiscalização e cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federativos. (EC
42/2003)
Art. 146 A – A LC poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo (EC42/2003).
- Princípio da Legalidade Tributária – O Princípio da legalidade (art. 150, I, da CF c/c art. 97, do
CTN), impede que os entes exijam tributos (instituam ou aumentem) que não tenham sido estabelecidos por lei. Somente
mediante lei são possíveis a instituição e majoração de tributos. Exceções II, IE, IPI (EC 42/03), IOF, EC, IEG, CIDE
importação e comercialização de petróleo e seus derivados, Gás natural e seus derivados, álcool combustível e seus
derivados (art. 177,§ 4º, I, “b”, CF)
Toda lei tributária tem que ter os seguintes elementos: Alíquota (percentual); Base de Cálculo
(grandeza); Sujeito Passivo (contribuinte); Multa (penalidade); Fato Gerador (hipótese de incidência). Lista Taxativa art. 97
CTN. Caso a lei não tenha um dos elementos acida descritos esta lei é inconstitucional.
Como colorário do Princípio da Isonomia, temos o artigo 145, § 1º, da CF, o Princípio da Capacidade
Contributiva, que preconiza a graduação das alíquotas dos impostos, consoante a capacidade econômica de cada um.
Assim, estimula-se a aplicação de alíquotas progressivas aos impostos que a comportem.
Entende-se, no caso, que o início da vigência da lei se dá, normalmente, na data de sua publicação.
Em princípio, o fato regula-se juridicamente pela lei em vigor na época de sua ocorrência. Assim, deve-se utilizar sempre a
lei do momento da ocorrência do fato gerador para a cobrança de tributo e aplicação de alíquotas (art. 144, CTN).
No entanto, existe exceções, ou seja, uma lei pode elidir os efeitos da incidência da lei anterior, como
nos casos do art. 106, do CTN, que preconiza que A MULTA NÃO É TRIBUTO, mas compõe o tipo tributário (art. 97, CTN).
Incide em razão de descumprimento de uma obrigação principal, ou se uma obrigação acessória.
Caso a lei estabeleça uma multa inferior àquela estabelecida pela lei aplicável à época do fato gerador,
o Fisco fica compelido a se valer da mais benéfica ao contribuinte. É portanto, uma exceção ao Princípio da Irretroatividade,
com a aplicação da “Lex in melius”. Trata-se, neste caso da retroação benéfica para multas tributárias ou “retroatio in
melius” (art. 106, II, “c”, CTN).
1º Exemplo / Problema:
A Alíquota deve ser aplicada a da data do fato gerador, a multa pode ser aplicada a menor, usando o
princípio da multa mais benéfica/benigna, é o princípio da benignidade da multa.
- Princípio da Anterioridade - O Princípio da Anterioridade (art. 150, III, “b”, da CF) estabelece que os entes
tributantes não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenham sido publicadas as leis que os
instituíram ou aumentaram. Esse princípio comporta as exceções previstas no § 1º do artigo 150 (literalidade do texto
constitucional), artigo 148, I, CF (entendimento doutrinário e jurisprudencial) e art. 195, § 6º, CF (não se trata de exceção,
mas sim de um período especial de anterioridade).
Lógica deste Princípio – Temos direito de procurar um advogado e direito de juntar dinheiro.
Segurança jurídica – Quando acontece uma tributação de uma hora para outra podemos dizer que foi
violado o Princípio Constitucional.
As exceções são: II, IE, IPI (EC/42), IOF, IEG, EC (inciso I) e Contribuições sociais (Nonagesimal art.
195, § 6º, CF), CIDE petróleo e ICMS combustíveis monofásico (art. 155, § 4º, “c”, CF)
- Princípio da Liberdade de Tráfego – (art. 150, V, CF), os entes tributantes não podem estabelecer
limitações ao tráfego de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. Vale dizer que é
vedada a instituição de tributo que tenha como hipótese de incidência a circunstância de ser interestadual, ou
intermunicipal, sobre o tráfego de pessoas ou de bens. A proibição de limitações ao tráfego de pessoas e bens não impede
a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.
- Princípio da Vedação ao Confisco – ou da Não Confiscatotiedade – ( art. 150, IV, CF), de acordo
com este Princípio, é vedado à União, Estados, Municípios e DF utilizar tributos com efeito de confisco.
Confisco – é a tributação excessiva, exacerbada, não existem limites objetivamente definidos no Brasil,
o Poder Judiciário quando convocado vai atribuir os limites para o confisco. O confisco esgota a riqueza tributável
aniquilando o patrimônio do contribuinte. O tributo é inexorável, inevitável, porém, a tributação não pode aniquilar o
patrimônio do contribuinte.
Exemplo de tributo com caráter confiscatório - IPTU com alíquota de 10% - em 10 anos o Município
invade e toma o imóvel do contribuinte.
Compete à União instituir tributo uniforme no Brasil, só se refere à União, só se refere a tributos federais
que podem ser: Impostos, Taxas e contribuições de melhorias federais. Devem ter a mesma alíquota em todo Brasil.
Exceção – Incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio entre as diferentes regiões do País. Ex.
Zona Franca de Manaus.
- Princípio da Não Cumulatividade dos tributos – ( ICMS, IPI, Impostos residuais da União), este
Princípio, é aquele em que a incidência do imposto ocorre sobre o valor agregado ou acrescido em cada operação, e não
sobre o valor total, ele proíbe a tributação em cascata (= sobreposição de incidências).
7 – Imunidades Tributárias
Certamente esta classificação é útil, todavia, parece-nos que, em termos rigorosamente técnicos, a
imunidade é sempre subjetiva, já que invariavelmente beneficia pessoas, quer por sua natureza jurídica, quer pela relação
que guardam com determinados fatos, bens ou situações. O que significa dizer que mesmo chamando de imunidade
objetiva, sempre alcançará pessoas, só que não por suas qualidades, características ou tipo de atividade que
desempenham, mas porque relacionadas com determinados fatos, bens ou situações (ver a imunidade do art. 150, VI, “d”,
da CF).
Já a denominada imunidade subjetiva alcança pessoas pela sua própria natureza jurídica (p. ex. a
imunidade do art. 150, VI, “a”, da CF). E, finalmente, a imunidade mista alcança pessoas por sua natureza jurídica e porque
relacionadas com determinados fatos, bens ou situações (ver a imunidade do art. 153, § 4º, da CF). De qualquer modo, as
normas constitucionais que veiculam imunidades contribuem para traçar o perfil das competências tributárias. A imunidade
opera, pois, no plano da definição da competência tributária.
Imunidade, de uma maneira geral, é a classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas,
contidas no texto constitucional, e que estabelecem, de modo expresso, a incompetência das pessoas políticas de direito
constitucional interno para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações específicas e suficientemente
caracterizadas.
As normas imunizantes dispõem sobre matéria de ordem pública, com efeito, as regras de imunidade
ajudam a gizar as fronteiras do campo competencial tributário das pessoas políticas. Apontam os limites materiais e formais
da atividade legiferante. A imunidade é, portanto, regra de exceção, somente inteligível se conjugada à outra, que concede
o poder tributário, limitando-lhe a extensão, de forma lógica e não sucessiva no tempo. E, com a aguadez de raciocínio que
a caracteriza, observa que não dizemos que as pessoas são imunes à instituição do IPTU, por parte da União, justamente
porque ela não tem competência para tributar a propriedade predial territorial urbana.
No entanto, dizemos que o “templo” é imune ao mesmo imposto se instituído pelo Município, porque
essa pessoa estatal em poder para criar o tributo. A imunidade é ampla e indivisível, não admitindo, nem por parte do
legislador (complementar ou ordinário), nem do aplicador (juiz ou agente fiscal), restrições ou meios-termos, a não ser, é
claro, aqueles que já estão autorizados na própria Lei Maior. Sempre que a Constituição estabelece uma imunidade, está,
em última análise, indicando a incompetência das pessoas políticas para legislarem acerca daquele fato determinado.
Somente a Constituição pode proibir que determinados fatos, atrelados a pessoas ou a bens, possam
ser encobertos pela hipótese de incidência dos impostos e, por conseqüência, por essa determinação, apesar de iguais
àqueles, fiquem delas apartados, continuando, então, obrigatoriamente, dentro do campo de não-incidência. Vale aqui
mencionar as características próprias da imunidade, quais sejam, atinge pessoas ou bens; refere-se tão-somente aos
impostos, excluindo, assim, as demais espécies tributárias.
Estatui o artigo 150, VI, da Constituição Federal “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Esta é a chamada imunidade recíproca e decorre naturalmente seja do princípio federativo, seja do
princípio da isonomia das pessoas políticas. Decorre do princípio federativo porque, se uma pessoa política pudesse exigir
impostos de outra, fatalmente acabaria por interferir em sua autonomia. Sim, porque, cobrando-lhe impostos, poderia levá-la
a situação de grande dificuldade econômica, a ponto de impedi-la de realizar seus objetivos institucionais. Ora, isto a
Constituição absolutamente não tolera, tanto que inscreveu nas cláusulas pétreas que não será sequer objeto de
deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir “a forma federativa de Estado” (art. 60, § 4º, I).
1
Fato gerador da obrigação tributária – 2ª edição – São Paulo – Revista dos Tribunais – p. 117.
A imunidade recíproca imuniza as entidades políticas integrantes da Federação, ou seja, não podem
fazer incidir impostos umas sobre as outras. Estão protegidos pela imunidade o patrimônio, a renda e os serviços dessas
entidades, e de suas autarquias. A imunidade, entretanto, não de aplica “ao patrimônio, à renda e aos serviços,
relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou
em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel”. É o que está expresso no artigo 150, § 3º, da Constituição
Federal de 1988.
A ressalva ao promitente comprador de imóvel é razoável e vem do Direito anterior, sem modificação. É
importante, porém, observar a amplitude da ressalva contida no dispositivo acima transcrito no pertinente à imunidade
tributária recíproca do patrimônio, da renda e dos serviços das entidades públicas. Interpretada literalmente, pode a regra
do § 3º, do artigo 150 da Constituição Federal levar a conclusão surpreendente. A imunidade não se aplica (a) ao
patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados; (b) ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário.
Isto quer dizer que um serviço, mesmo não considerado atividade econômica, não será imune se
houver cobrança de contraprestação, ou de preço, ou de tarifa. Podem ser tributados pelos Municípios, por exemplo, os
serviços de fornecimento de água e de esgoto prestados pelos Estados. Pode-se argumentar, é certo, que a expressão ou
em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário apenas se presta, no caso, para qualificar a
atividade como de natureza econômica, e, assim, afastar a imunidade, evitando disputas em torno do que seja uma
atividade econômica.
Ocorre que, se a cobrança de preços ou tarifas qualifica a atividade como de natureza econômica, neste
caso o alcance da ressalva será igualmente amplo, posto que, havendo tal cobrança, não se há de perquirir a respeito da
natureza da atividade. Basta a cobrança para qualificá-la como de natureza econômica. Havendo cobrança de
contraprestação, de preços ou de tarifas, não há imunidade, seja qual for a natureza da atividade desenvolvida pela
entidade estatal.
Ressalte-se que a imunidade recíproca é uma forma de expressão do princípio federativo. Não se pode
conceber uma Federação sem a imunidade tributária recíproca. Assim, a regra da imunidade está protegida contra possível
emenda constitucional, por força do disposto no artigo 60, § 4º, inciso I, as Constituição Federal de 1988, segundo o qual
“não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir (...) a forma federativa de Estado”. Não obstante
esteja expressa no artigo 150, inciso VI, da vigente Constituição Federal, apenas em relação aos impostos, em razão do
princípio federativo a imunidade recíproca, seguramente, também os demais tributos.
É que o tributo, como expressão que é da soberania estatal, não pode ser exigido de quem a tal
soberania não se submete, porque é parte integrante do Estado, que da mesma é titular. Qualquer emenda que porventura
autorizar a União a cobrar qualquer tributo dos Estados, ou dos Municípios, ou autorizar qualquer outro Estado, ou
Município, é inconstitucional.
São igualmente imunes à tributação por meio de impostos os templos de qualquer culto, conforme
estipula o art. 150, VI, “b”, da CF. Esta imunidade, em rigor, não alcança o templo propriamente dito, isto é, o local
destinado a cerimônias religiosas, mas, sim, a entidade mantenedora do templo, a igreja. Caso não existisse tal imunidade,
sobre o imóvel onde o culto se realiza incidiria o IPTU; sobre o serviço religioso, o ISS, sobre as esmolas, dízimos,
espórtulas, doações em dinheiro, o imposto sobre a renda; sobre aquisição de bens imóveis, o ITBI e assim avante.
Nenhum destes impostos, nem qualquer outro, pode incidir sobre os templos de qualquer culto, em
conseqüência da regra imunizante ora em estudo. É fácil percebermos que esta alínea “b” visa a assegurar a livre
manifestação da religiosidade das pessoas, isto é, a fé que elas têm em certos valores transcendentais. As entidades
tributantes não podem, nem mesmo por meio de impostos, embaraçar o exercício de cultos religiosos. A Constituição
garante, pois, a liberdade de crença e a igualdade entre as crenças, o que, de resto, já vem proclamado em seu artigo 5º, VI
(“é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”).
Uma das formas encontradas para isto foi justamente esta: vedar a cobrança de qualquer imposto sobre
os templos de qualquer culto. A imunidade em tela decorre, naturalmente, da separação entre a Igreja e o Estado,
decretada com a Proclamação da República. Tal imunidade faz que não incida nenhum imposto sobre os templos de
qualquer culto. Templo, neste caso, não significa apenas a edificação, mas tudo quanto seja ligado ao exercício da
atividade religiosa. Não pode haver imposto sobre missas, batizados ou qualquer outro ato religioso. Nem sobre qualquer
bem que esteja a serviço do culto.
Mas pode incidir imposto sobre bens pertencentes à Igreja, desde que não sejam instrumentos desta.
Prédios alugados, por exemplo, assim como os respectivos rendimentos, podem ser tributados. Não a casa paroquial, ou o
convento, ou qualquer outro edifício utilizado para atividades religiosas, ou para residência dos religiosos. Nenhum requisito
pode a lei estabelecer. Basta que se trate de culto religioso.
Assim, existem doutrinadores que defendem que esta imunidade alcança também o veículo que
comprovadamente é usado para a catequese ou os serviços do culto. Sobre ele não incidiria o IPVA. Também este imposto,
não pode ser exigido se o sacerdote transforma um ônibus, caminhão ou aeronave num verdadeiro “templo móvel” (Aliomar
Baleeiro). São situações incomuns que, todavia, também encontram amparo constitucional.
Devemos diferenciar o conceito de templo e de culto. Por templo podemos entender apenas como a
construção, ou seja, o prédio que o culto se dá, ou mesmo, todas as demais atividades com que uma paróquia ou igreja
exteriorize seus cultos a Deus. Muitos entendem que não apenas a construção (prédio) em que o culto ocorre, mas sim,
todas as atividades correlatas são imunes, desde que dirigidas às suas finalidades voltadas a consecução de suas
finalidades.
Por outro lado, temos o culto, que embora dirigido a Deus, põem em risco a própria sociedade, como
alguns processos iniciados pela Polícia Federal estão a demonstrar. A proliferação de seitas que exploram a população, a
título de servir a Deus, exige reflexão de juristas e autoridades. “Entendo que cada caso deva ser estudado separadamente.
Não abrangeu a imunidade certas atividades que apenas em nome de Deus são constituídas, mas que objetivam
enriquecer seus dirigentes, principalmente quando as virtudes humanas mais elementares não são o corolário de sua
pregação. Tais seitas ou agrupamentos são mais semelhantes aos Hyppies modernos do que a uma serena, altruísta e
aberta dedicação ao Senhor Deus Criador do Universo”.2
7.3 – IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, DAS ENTIDADES SINDICAIS E DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO
OU DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEM FINS LUCRATIVOS
Nos termos da alínea “c” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal, são imunes à tributação por
meio de impostos “os patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, atendidos os requisitos da lei”. Para evitar
dúvidas, esclarecemos, desde já, que os requisitos da lei referida devem ser observados não só pelas instituições de
educação e assistenciais, senão, também, pelos partidos políticos e suas fundações e pelas entidades sindicais dos
trabalhadores.
Não pode haver imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos políticos, inclusive
suas fundações. Os constituintes não perderam a oportunidade. Colocaram na Constituição de 1988 regra que
expressamente convalida, pelo menos no plano estritamente jurídico-formal, tais fundações, instituídas com o fim de fugir a
certas normas da legislação partidária e eleitoral. São Também imunes as entidades sindicais. A letra do dispositivo
constitucional refere-se apenas a entidades sindicais dos trabalhadores, o que revela o seu caráter demagógico.
Estariam os sindicatos patronais sujeitos à tributação? Poderia o Estado esmagá-los com impostos? A
liberdade de associação seria assegurada apenas aos trabalhadores? Qual a abrangência da palavra trabalhadores , no
texto em questão? Parece-nos que a imunidade deve abranger as entidades sindicais em geral, mas o dispositivo
constitucional está aí, a desafiar a argúcia dos hermeneutas que não pretenderem ficar com sua literalidade.
São também imunes as instituições de educação ou de assistência social, sem fins lucrativos. Aqui o
constituinte restringiu, também, exageradamente, o alcance que devia ter a regra imunizante. As instituições de educação
deviam ser imunes incondicionalmente. A importância social da atividade de educação o exige. Da mesma forma que são
imunes os livros, jornais e periódicos, sem qualquer perquirição a respeito de saber se quem os produz tem ou não
finalidade lucrativa, e sabido, como é, que as editoras não são casas de filantropia, também a atividade de educação devia
ser imune.
Se assim fosse, certamente não estaríamos presenciando a crise da escola, cujos administradores já
não se podem ocupar das questões educacionais, pois são mais prementes as questões policiais, as ameaças de prisão até
as prisões consumadas, em face das intermináveis querelas com os pais de alunos em torno do valor das mensalidades
2
Ives Gandra da Silva Martins, Comentários à Constituição do Brasil, segunda edição – pg 198 – editora
Saraiva.
escolares. Sendo a atividade educacional, como inegavelmente é, socialmente tão importante, sua prática deveria ser
estimulada, até porque isto certamente atrairia um maior número de pessoas para o seu desempenho, aliviando a pressão
decorrente da grande demanda e da insuficiente oferta de vagas nas escolas.
A imunidade das instituições de educação e de assistência social, todavia, é condicionada. Só existe
para aquelas instituições sem fins lucrativos, conceito que também tem sido muito mal compreendido. A lei não pode
acrescentar requisitos a serem atendidos. Basta que não tenham fins lucrativos. É razoável, todavia, entender-se que o não
ter finalidade lucrativa pode traduzir-se no atendimento dos requisitos do art. 14 do Código Tributário Nacional, a saber:
a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas a qualquer título;
b) aplicarem integralmente no País os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
c) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes
de assegurar sua exatidão.
Não ter fins lucrativos não significa, de modo nenhum, ter receitas
lmitadas os custos operacionais. Elas na verdade podem e devem ter sobras financeiras, até para que possam progredir,
modernizando e ampliando suas instalações. O que não podem é distribuir lucros. São obrigadas a aplicar todas suas
disponibilidades na manutenção dos seus objetivos institucionais. O meio para comprovar o cumprimento dessas exigências
legais é a escrituração contábil. Daí a exigência do inciso III do art. 14 do CTN, de cunho meramente instrumental. Os
requisitos estabelecidos pelo CTN para o gozo da imunidade em foco são todos de atendimento continuado. Se a qualquer
época deixam de ser observados, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício (CTN, art. 14, § 1º).
Destaque-se que esta imunidade refere-se ao patrimônio, à renda e os serviços, mas estes são, exclusivamente, os
diretamente relacionados com os objetivos institucionais da entidade imune.
7.4 – IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO
Elaborado na vigência da Emenda Constitucional n.º 18, de 1965, o CTN considera imune “o papel
destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros” (art. 9º, inc. IV, letra “d”). E assim era na Constituição
de 1946 (art. 31, letra “c”). Mas na Constituição de 1967, em sua redação original como na decorrente da Emenda n.º 1 de
1969, consideram-se imunes “o livro, o jornal e os periódicos, assim como o papel destinado a sua impressão” (art. 19, inc.
III, letra “d”). A Constituição Federal de 1988 manteve a imunidade para livros e o papel destinado a sua impressão (Art.
150, inc. VI, letra “d”). A imunidade aqui, é tipicamente objetiva. Não importa a pessoa a quem pertença o livro, o jornal ou
periódico, ou o papel. Este último tem a imunidade condicionada à destinação.
A imunidade do livro, jornal ou periódico, e do papel destinado a sua impressão, há de ser entendida em
seu sentido finalístico. E o objetivo da imunidade poderia ser frustrado se o legislador pudesse tributar qualquer dos meios
indispensáveis à produção dos objetos imunes. Ou qualquer ato que tenha por fim colocar esses objetos em seu destino
final. A venda ou distribuição, a qualquer título, de livro, do jornal ou do periódico, não podem ser tributadas. Assim a
imunidade, para ser efetiva, abrange todo o material necessário à confecção do livro, do jornal ou do periódico.
Não apenas o exemplar deste ou daquele, materialmente considerado, mas o conjunto. Por isto nenhum
imposto pode incidir sobre qualquer insumo, ou mesmo sobre qualquer dos instrumentos, ou equipamentos, que sejam
destinados exclusivamente à produção desses objetos. Na interpretação da norma imunizante, tem-se de atualizar o seu
significado, ampliando-se quando necessário o seu alcance para que não reste a mesma inutilizada por uma espécie de
esclerose que dominara se prevalente o sentido estritamente literal.
Embora a imunidade, em face da expressão literal do art. 150, inciso VI, da Constituição, diga respeito
apenas a impostos, existem fortes razões para entender-se que também é vedada a cobrança de taxas e contribuições de
melhoria. Os princípios que inspiram a imunidade tributária não permitem que a pessoa ou a coisa imune fique submetida a
qualquer tributo, pois tal submissão poderia ensejar o amesquinhamento da imunidade.
Questão das mais relevantes consiste em saber se a imunidade dos livros, jornais e periódicos, e do
papel destinado a sua impressão, abrange os produtos da moderna tecnologia, como os CD-roms e os disquetes para
computadores. A melhor interpretação das normas da Constituição é aquela capaz de lhes garantir a máxima efetividade.
Toda imunidade tem por fim a realização de um princípio que o constituinte considerou importante para a nação. A
imunidade dos livros, jornais e periódicos tem por fim assegurar a liberdade de expressão do pensamento e a disseminação
da cultura.
Como é inegável que os meios magnéticos, produtos da moderna tecnologia, são hoje de fundamental
importância para a realização desse mesmo objetivo, a resposta afirmativa se impõe. O entendimento contrário, por mais
respeitáveis que sejam, e são, os seus defensores, leva a norma imunizante a uma forma de esclerose precoce,
inteiramente incompatível com a doutrina do moderno constitucionalismo especialmente no que concerne à interpretação
especificamente constitucional. É certo que o constituinte de 1988 teve a oportunidade de adotar redação expressamente
mais abrangente para a norma imunizante, e não o fez.
Isto, porém, não quer dizer que o intérprete da Constituição não possa adotar, para a mesma norma, a
interpretação mais adequada, tendo em vista a realidade de hoje. Realidade que já não é aquela vivida pelo constituinte,
pois nos últimos dez anos a evolução da tecnologia, no setor de informática, tem sido simplesmente impressionante. Se em
1988 não se tinha motivos para acreditar na rápida substituição do livro convencional pelos instrumentos e meios
magnéticos, hoje tal substituição mostra-se já evidente, embora o livro tradicional ainda não tenha perdida sua notável
importância.
A evolução, no setor de informática, é tão rápida, que o CD ainda nem ocupou espaços significativos no
mercado brasileiro e já está sendo substituído, com imensa vantagem pelo DVD, levando várias empresas a incluir drivers
especiais em alguns de seus micros; previa-se, mesmo, que até o final de 1998 “esses drivers terão substituído totalmente
os de CDROM, que serão, então, peças de museu. Não pode, pois, o intérprete, deixar de considerar essa evolução. Nem
esperar que o legislador modifique o texto. O melhor caminho, sem dúvida, para que o Direito cumpra o seu papel na
sociedade, é a interpretação evolutiva.
7 – Espécies Tributárias
- Tributo – art. 3º, CTN – “é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.
- Imposto – art. 145, I, CF e art. 16, CTN – “é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Os impostos se distinguem entre si
pelos respectivos fatos geradores (art. 4º, CTN). Ex. IPVA, IPTU.
Qual o motivo de se pagar impostos – O imposto serve para o custeio das despesas públicas gerais ou
universais. Envolve, assim, os serviços públicos unilaterais e indivisíveis do Estado. É conhecido como tributo não
contraprestacional.
A criação de impostos necessita de lei que é um ato infraconstitucional, a Constituição Federal não cria
impostos e sim o Poder Legislativo que tem a competência tributária. A Constituição Federal delega aos entes tributantes o
poder de tributar, ou seja, a Constituição Federal não cria tributos.
União Estado
Competência – União
Função – Extrafiscal
Fato Gerador – Entrada de produtos estrangeiros
Alíquotas – Específica (metro/kilo) “ad valorem” (valor da operação)
Base de cálculo – Valor declarado
Contribuinte – Importador
Lançamento – Declaração do contribuinte “GI/DI”
Recolhimento – Ato da operação
Documento – GI/DI
Competência – União
Função – Fiscal
Fato gerador – auferir renda
Alíquotas – progressivas 15% e 27,5% PF e 15% PJ
Base de cálculo – montante auferido PF e lucro/faturamento da PJ
Contribuinte – PF que auferiu renda e PJ que obteve lucro/faturamento
Lançamento – declaração do contribuinte ou Homologação
Recolhimento – DARF ou Declaração
Período – Anual/Trimestral
IR Pessoa Física
Obs – não deduz despesas do faturamento, o percentual (redutor) aplicado a Base de Cálculo serve como dedução.
Competência – União
Função – Extrafiscal
Fato gerador – a) desembaraço aduaneiro b) saída do estabelecimento c) arremat.
Alíquotas – desde zero até 365,63 % (cigarros) - maioria abaixo de 20%
Base de Cálculo – valor da operação
Contribuinte – Produtor, importador ou arrematador
Lançamento – por homologação
Recolhimento – Mensal
Documento - DARF
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores imobiliários
(IOF)
Competência – União
Função – Extrafiscal
Fato Gerador – operação financeira (operações de crédito, câmbio e seguro, títulos ou valores imobiliários)
Alíquotas – pode ser alterada pelo Poder Executivo
Base de Cálculo – valor da operação
Contribuinte – qualquer das partes na operação tributada
Lançamento – por homologação
Recolhimento – Retenção do Banco
Competência – União
Função – Extrafiscal – combater latifúndios
Fato Gerador – é a propriedade de imóvel rural
Alíquotas – progressivas – de 0,03% até 20% tamanho e grau de utilização
Base de Cálculo – Valor fundiário do imóvel
Contribuinte – proprietário do imóvel
Lançamento – por homologação
Recolhimento – Anual
Documento – DARF
IMPOSTOS ESTADUAIS
Competência – Estados e DF
Função – fiscal
Fato gerador – propriedade de veículo automotor
Alíquotas – Não há que se falar em alíquotas e base de cálculo – estado estipulam o valor.
Base de cálculo – idem
Contribuinte – proprietário do veículo
Lançamento – de ofício
Recolhimento – Anual
Documento – GARE
IMPOSTOS MUNICIPAIS
Competência – Municípios
Função – fiscal
Fato gerador – a propriedade de imóveis urbanos
Alíquotas – progressivas EC n.º 29
Base de cálculo – valor venal do imóvel
Contribuinte – proprietário do imóvel
Lançamento – de ofício
Recolhimento – Anual
Documento – Carnê
Imposto sobre a transmissão “inter vivos” de bens imóveis e direitos a eles relativos (ITBI)
Competência – Municípios
Função – fiscal
Fato gerador – a transmissão de bens imóveis por ato oneroso (doação)
Alíquotas – variáveis de acordo com o município – 1, 2, 3, 4 ou 5%
Base de Cálculo – valor venal do imóvel
Contribuinte – qualquer das partes na operação tributária
Lançamento – por declaração
Recolhimento – Ato da Transação
Documento – Guia municipal
Competência – Municípios
Função – fiscal
Fato Gerador – qualquer prestação de serviços que não sejam da competência dos Estados
Alíquotas – Municípios têm liberdade para fixar alíquotas, normal de 3 a 5%
Base de Cálculo – basicamente o preço do serviço
Contribuinte – empresa ou trabalhador prestador de serviço
Lançamento – por homologação.
Recolhimento – Mensal
Documento – Carnê estimativo ou faturamento (carnê)
Espécies Tributárias
- Taxa – art. 145, II, CF e art. 77, CTN – “é o tributo que tem como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou
posto a sua disposição”. Ex. Alvará de funcionamento, Taxa de luz.
A Taxa é um tributo vinculado a uma atividade estatal específica. É diferente do imposto pelo fato de ser
bilateral, ou seja, o Estado age e o contribuinte remunera-o e o imposto é unilateral, isto é, o contribuinte que realiza o fato
gerador paga para o Estado, independente de uma contraprestação.
Outra importante diferença entre Taxas e Impostos, encontra-se na base de cálculo, ou seja, no imposto
a base de cálculo é o valor da operação ou do bem, porém, na taxa, a base de cálculo é o custo do serviço realizado ou
colocado à disposição do contribuinte.
A Taxa é remuneratória de um serviço público que deve ser de natureza específica e divisível (efetivo
ou potencial).
Serviço Público Geral (Universal ou uti universi) – é aquele prestado sem distinção à coletividade, não podendo ser
quantificável. Este serviço não enseja Taxa. Ex. Segurança Pública, Iluminação Pública, Diplomacia, Defesa Externa do
País, Limpeza Pública – Tais serviços devem ser remunerados por meio de impostos.
Serviço Público Específico (Singular ou uti singule) – Art. 79, CTN – é aquele prestado em unidades autônomas de
utilização, devendo ser quantificável (= divisível). Este serviço enseja Taxa. Ex. água, luz, telefone, gás.
A Taxa de serviços públicos podem ser de duas naturezas, isto é, serviços públicos específicos,
divisíveis e efetivos e serviços públicos específicos, divisíveis e potenciais.
Poder de Polícia (art. 78, CTN), é a atividade com tendência a limitar direitos ou liberdades individuais
em prol da coletividade. Não existe taxa de polícia potencial, art. 78, parágrafo único, CTN.
- Contribuição de melhoria – art. 145, III, CF e art. 81, CTN – “é o tributo cuja a obrigação tem como
fato gerador a valorização de imóveis decorrente de obra pública”. O fato gerador deste imposto é a efetiva valorização
imobiliária do imóvel e a base de cálculo é o “Quantum” de valorização que o imóvel do contribuinte experimentou com a
obra pública. É um “plus” valorativo, um sobrevalor acrescido ao imóvel, mais valia do imóvel.
Paga-se a contribuição de melhoria uma única vez, ela deve ser paga depois da obra terminada, ou
seja, há necessidade que o imóvel se valorize, causando assim, o fato gerador necessário para a instituição deste tributo.
Valorização é o critério utilizado para a cobrança deste tributo e não o benefício. Zona de
beneficiamento (área de influência) é a área que deverá pagar o montante do tributo, ou seja, apenas a zona que foi
beneficiada e ocorreu efetivamente a valorização dos imóveis daquela área.
Para tanto, existem dois limites para cobrança do referido gravame, ou seja, o limite individual e o limite
total, sendo: Limite individual – teto de valorização individualmente experimentada pelo imóvel e, limite total – que é o teto
de custo da obra.
- Empréstimo Compulsório – art. 148, CF – “A União poderá instituir, mediante lei complementar,
empréstimos compulsórios: a) para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência ou b) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional”.
Trata-se de um tributo restituível. Não é empréstimo, é um tributo, existe a relação tributária, não é uma
relação contratual. É um tributo autônomo. A competência para tributar é única e exclusivamente da União e por meio de lei
complementar, caso a União institua um empréstimo compulsório por meio de lei ordinária, tal tributo nasce eivado de
inconstitucionalidade.
Pode ser criado por motivo de calamidade pública ou investimento público, no caso da calamidade
pública não observa-se o princípio da anterioridade, o que não acontece no caso de investimento público, isto é, para os
casos de calamidade pública paga-se “já”, e no caso de investimento público paga-se no exercício seguinte.
O Empréstimo Compulsório é um tributo finalístico, pois, trata-se de tributo atrelado à finalidade
específica, de cunho emergencial ou urgente. Assim, a natureza jurídica do Empréstimo Compulsório não é definida pelo
seu fato gerador, como ocorre com os impostos, taxas e contribuições de melhoria (art. 4º CTN), mas pela finalidade a qual
está vinculado.
O Estado tem interesse precípuo em arrecadar para realizar os interesses comuns da coletividade.
Neste caso, o Direito Tributário tem duas fontes que dão o direito de arrecadar, quais sejam, Fonte Material e Fonte
Formal.
Fonte Material – É a regulamentação da realização do Fato Gerador, ou seja, desde o momento que o
contribuinte praticou o ato descrito no corpo da lei, nasce para o Estado o direito de cobrar tributos. O art. 114 do CTN,
preceitua que “Fato Gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência”.
Para que aconteça a ocorrência de uma obrigação principal (pagamento do tributo), necessário se faz
que aconteça a efetiva concretização da hipótese de incidência trazida pela lei.
Ex. Para que o contribuinte tenha que recolher aos cofres municipais, o pagamento referente ao IPTU,
necessário é que o mesmo seja proprietário de imóvel urbano.
Fonte Formal – São as leis que formalizam a hipótese de incidência, ou seja, é a previsão legal que
determina quais são os elementos do referido tributo, como p. ex. o contribuinte, a base de cálculo, alíquotas, etc.
Do ponto de vista da Ciência das Finanças, podem ser feitas diversas classificações para os tributos.
Falemos apenas das que têm relevância no sistema tributário brasileiro.
Espécies de Impostos
Os Impostos de maneira geral podem ser de 4 espécies, essas espécies se relacionam com o aspecto
subjetivo do imposto, ou seja, direcionam o Fisco na incessante busca da arrecadação e alcançando diferentes
contribuintes, a saber:
Impostos Diretos – A carga econômica é suportada pelo realizador do gato gerador – ex. IR
Impostos Indiretos – A carga econômica é suportada por 3ª pessoa que de algum modo está
relacionada com a realização do fato gerador – ex. ICMS
8 – Legislação Tributária
De acordo com a terminologia adotada pelo Código Tributário Nacional, lei e legislação tributária não
se confundem. “Lei” é ato jurídico produzido pelo Poder competente para o exercício da função legislativa, nos termos
estabelecidos pela Constituição Federal.
Já a palavra legislação, como utilizada no CTN, significa lei em sentido amplo, abrangendo, além das
leis em sentido restrito, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (art. 96, CTN).
O art. 100, do CTN, estabelece quais são as normas complementares das leis, quais sejam: I) os atos
normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas; IV) os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o DF e os Municípios.
Legislação – Além das leis + tratados, convenções internacionais, decretos e normas complementares.
Normas complementares – São as demais normas que “complementam” as leis e legislação tributária.
Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária
utilizará sucessivamente e nesta ordem, a analogia, os princípios gerais do direito tributário, princípios gerais do direito
público e a eqüidade (art. 108, CTN).
1. Material;
2. Espacial;
3. Temporal;
4. Quantitativo ou Quantificativo;
5. Pessoal.
1 – MATERIAL
Tratando-se de tributo estamos diante da matéria tributável que descreve qual o bem objeto da tributação,
ou seja, a hipótese de incidência, pois só temos o fato imponível quando se materializa a hipótese de incidência, isto é, pela
SUBSUNÇÃO (o sujeito passivo se enquadra naquilo que é descrito na lei como fato gerador).
O fato gerador em concreto é também chamado de FATO IMPONÍVEL, por ser o fato que se impõe à
incidência tributária. Toda vez que vamos descrever o fato gerador precisamos de um verbo que descreva uma AÇÃO (e
não uma condição). Tomemos como exemplo o IPTU: TER a propriedade é a AÇÃO, enquanto SER proprietário é
CONDIÇÃO.
2 – ESPACIAL
3 – TEMPORAL
– QUANTITATIVO
BASE DE CÁLCULO é o valor atribuído ao bem objeto da tributação, pois tudo que se quer tributar tem
expressão econômica (é traduzível em pecúnia).
ALÍQUOTA é o percentual que incide sobre a base de cálculo, resultando no montante de tributo devido.
É comum a doutrina afirmar que “o tributo corresponde a uma parcela do que se quer tributar” (Celso
Ribeiro Bastos), o que normalmente está correto (p. ex. IPTU = 2% do valor venal do imóvel; ICMS = 18% do valor da
vendo), mas nem sempre será dessa forma. Quando a alíquota for igual ou superior ao valor do bem, não se trata de parte,
é o que ocorre, p. ex., com o IPI sobre o cigarro que possui alíquota de 365%.
4 – PESSOAL
No pólo ativo está a pessoa que exige o cumprimento da obrigação tributaria. Ao tentar dizer isso o artigo
119 do CTN comete duas imprecisões, vejamos seu texto:
“Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da
competência para exigir se cumprimento.”
Diz “titular da competência”, mas sabemos que nem sempre o sujeito ativo será o titular da competência;
esta é atribuída pela CF às pessoas políticas para instituir tributos, entretanto não é só a pessoa política que cobra e exige
o cumprimento da obrigação tributária, o que será feito pela pessoa titular da CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA, nem
sempre coincidindo com o titular da COMPETÊNCIA.
Fala, ainda, em “pessoa jurídica de direito público”, porém nem sempre se restringirá a ela, vez que poderá
ser: pessoa jurídica de direito público que seja pessoa política, ou pessoa jurídica de direito público não pessoa política, ou
pessoa jurídica de direito privado, ou, finalmente, pessoa física.
No pólo passivo está aquele que deve cumprir com a obrigação tributária. Pode ser DIRETO ou INDIRETO.
Sujeito passivo DIRETO é a pessoa que dá causa ao fato gerador do tributo (o contribuinte), aquele que
pratica a ação tributária.
Sujeito passivo INDIRETO, também chamado de RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO, não dá causa ao fato
gerador do tributo, porém, por imposição legal, se submete ao pagamento. Esta submissão poderá se exclusiva, que exclui
o contribuinte da obrigação, ou simultânea, onde obrigam-se simultaneamente o responsável e o contribuinte.
A responsabilidade tributária está diretamente ligada à idéia de ter alguém de responder pelo
descumprimento de um dever jurídico. Responsabilidade e dever jurídico não se confundem. A responsabilidade está
sempre ligada ao descumprimento do dever, isto é, à não-prestação. É a sujeição de alguém à sanção. Tal sujeição
geralmente é de quem tem o dever jurídico, mas pode ser atribuída a quem não o tem.
Assim, denomina-se responsável tributário o sujeito passivo da obrigação tributária que, sem se revestir
a condição de contribuinte, ou seja, sem ter relação pessoal e direta com o fato gerador respectivo, tem seu vínculo com a
obrigação decorrente de dispositivo expresso em lei. Ou seja, o responsável tributário é o terceiro que não tem vínculo
jurídico direto com a realização do fato gerador, porém, a lei reveste este terceiro da responsabilidade que seria do
contribuinte para pagar o tributo Ex. Pai de filho contribuinte, Tutor de tutelado.
O art. 128, do CTN, estabelece a responsabilidade tributária de maneira geral, preconizando que a lei
pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa.
2 - Responsabilidade por Substituição – é aquela que se dá quando a lei coloca como sujeito passivo
da relação tributária uma pessoa qualquer, diversa daquela de cuja capacidade contributiva o fato tributável é indicador
(contribuinte). Neste caso, frise-se, é o próprio legislador, e não algum evento responsável, como acontece, por exemplo, no
recolhimento do Imposto de Renda pela fonte, em que o contribuinte é o empregado, mas o responsável pelo recolhimento
é o empregador.
O artigo 131 traz, em seus incisos, as modalidades da Responsabilidade dos sucessores, a saber:
- Pais;
- Tutores;
- Curadores;
- Administradores de bens de terceiros;
- Inventariante;
- Comissário;
- Tabeliães e escrivães;
- Sócios:
a) subsidiária;
b) por atos em que intervierem ou omissões de que forem responsáveis;
c) por penalidade: só de caráter moratório.
d)
Responsabilidade pessoal do agente por infrações – Art. 136 até art. 138 CTN
Este modalidade de Responsabilidade Tributária ocorre para que o Fisco não perca de vista o agente
que cometeu a infração tributária.
O instituto da Denúncia Espontânea, inserto em nossa legislação no artigo 138, do Código Tributário Nacional,
preceitua que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do
pagamento do tributo devido e dos juros de mora. A denúncia espontânea da infração exclui qualquer penalidade, inclusive
a multa de mora. No entanto, não será considerada espontânea a denúncia que for apresentada quando já iniciado algum
procedimento administrativo relacionado com a infração.
Assim, o sujeito passivo que procura o fisco, espontaneamente, e confessa o cometimento de infração,
não será punido. Sua responsabilidade fica excluída pela denúncia espontânea da infração, mas se o cometimento da
infração implicou o não pagamento de tributo, a denúncia há de ser acompanhada do pagamento do tributo devido.
Este dispositivo normativo alcança infrações substanciais (envolvendo débito de tributo) e formais
(descumprimento de obrigações acessórias), posto que nele não se fez restrição alguma, e considerando que a expressão
“se for o caso”, nele inserta, indica que a irregularidade auto-denunciada pelo sujeito passivo pode não ter implicado
débito fiscal, isto é, seja de caráter meramente formal.
O parágrafo único deste artigo 138 prestou-se a definir o alcance do termo “espontâneo”, fazendo-o
pela negativa. Assim, a denunciação da irregularidade pelo infrator tem que anteceder o início de qualquer ação
fiscalizadora. Se assim for, é espontâneo seu ato. Vale salientar que o procedimento de fiscalização que obsta a Denúncia
Espontânea não pode ser genérico, ao contrário, tem de relacionar-se com a infração
Enfim, o artigo 138 e seu parágrafo único, do Código Tributário Nacional, elide a responsabilidade pela
prática de infrações tributárias substanciais e formais (quaisquer que sejam), exonerando o agente infrator, no caso a
empresa, de multa de toda espécie.
A linha do tempo no Direito Tributário, é uma maneira de memorizar as etapas a serem cumpridas para
que o contribuinte seja compelido a pagar o tributo, ou seja, esta linha dá uma boa idéia de como nasce se perfaz e é
executado em face do contribuinte que deu ensejo ao fato gerador do tributo.
Lei----HI--------FG--------OT--------LT--------CT--------IDA--------EF--------EEF---
HI -> Hipótese de Incidência – Consiste na hipótese em que a lei estipula qual é o fato imponível do
tributo capaz de gerar a obrigação tributária.
FG -> Fato Gerador – Consiste na hipótese trazida pela lei, porém, exteriorizada, ou seja, ocorreu a
subsunção do fato ao descrito na lei. É o momento da materialização da hipótese de incidência, ou seja, é quando o que
está descrito na lei se exterioriza. Também conhecido como “fato imponível ou fato jurígeno”. O FG é responsável pelo
nascimento do liame jurídico obrigacional. É o FG que define a natureza jurídica do tributo, sendo sua denominação
irrelevante (art. 4º CTN).
OT -> Obrigação Tributária art. 119, CTN – É a hipótese de incidência já exteriorizada que gera
obrigações principais (pagamento do tributo) ou obrigações acessórias (fazer, não fazer e tolerar). Neste momento, junto
com a obrigação tributária, nascem também o sujeito ativo, sujeito passivo, objeto e a causa.
LT -> Lançamento Tributário art. 142, CTN – É o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito passivo, determinar a matéria tributável e
calcular o montante do crédito tributário e, se for o caso, aplicar a penalidade cabível.
CT -> Crédito Tributário art. 139, CTN – É o vínculo jurídico por força do qual o Ente tributante (sujeito
ativo) pode exigir do cidadão (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária, objeto da relação
obrigacional. Antes do lançamento existe somente a obrigação e, a partir do lançamento, é que surge o crédito. Assim, o
lançamento é constitutivo do crédito tributário e declaratório da obrigação.
IDA -> Inscrição na Dívida Ativa – Ocorre quando é efetuada a inscrição do débito no livro da dívida
ativa. Assim, o que era crédito passa a ser considerado como Dívida ativa. Após a inscrição, é extraído um título executivo
extrajudicial: a CDA (certidão da dívida ativa) e a Execução fiscal só pode ocorrer embasada por uma CDA.
EF -> Execução Fiscal – Na execução fiscal, proporcionada por um Procurador, o contribuinte é citado
para pagar, pois a relação creditícia já está estabelecida. O contribuinte tem prazo de 5 dias para pagar ou garantir o juízo.
Garantido o juízo, abre-se o prazo de 30 dias para oferecer embargos.
EEF -> Embargos à Execução Fiscal – O contribuinte tem direito de questionar a validade e legitimidade
da Execução Fiscal e, para tanto, deverá propor os Embargos à Execução Fiscal.
Sujeito Ativo – art. 119, CTN - O Sujeito Ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito
público titular da competência para exigir o seu comportamento. As pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares,
por delegação, das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos (parafiscalidade), ou executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matérias tributária.
Sujeito Passivo – art. 121, CTN – O Sujeito Passivo da obrigação tributária, é a pessoa, natural ou
jurídica, obrigada a seu cumprimento, que realiza o fato gerador do tributo que pode ser o contribuinte ou responsável.
Contribuinte é aquele que tem a relação direta ou pessoal com a situação que constitua o respectivo
fato gerador e o Responsável é terceira pessoa escolhida por lei, ou seja, aquele que, sem revestir a condição de
contribuinte, tem a obrigação de pagar o tributo. Esta obrigação decorre de dispositivo expresso de lei. Ex. Pai de um
contribuinte absolutamente incapaz.
Conforme dito alhures, o lançamento tributário é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência
do fato gerador da obrigação correspondente, identifica o sujeito passivo, determina a matéria tributável e calcula o
montante do crédito tributário e, se for o caso, aplica a penalidade.
Lançamento Direto ou de Ofício – art. 149, CTN – é aquele efetuado integralmente pela autoridade
administrativa, sem qualquer colaboração do contribuinte. O Sujeito Ativo possui todos os dados necessários para efetuar o
lançamento. Ex. IPTU, Auto de Infração.
Lançamento Misto ou por Declaração – art. 147, CTN – é aquele feito em face da declaração
fornecida pelo contribuinte (sujeito passivo), prestando informações à autoridade administrativa (sujeito ativo) a respeito da
matéria tributável indispensável à sua efetivação. Ex. ITBI.
Lançamento por Homologação ou Autolançamento – art. 150, CTN – é aquele feito quanto aos
tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento, sem o prévio exame da autoridade
administrativa no que concerne à sua determinação. Conclui-se pelo ato em que a autoridade, tomando conhecimento da
determinação feita pelo sujeito passivo, expressamente a homologa. Ocorre a homologação tácita do lançamento no prazo
de 5 anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Ex. IR
13 – Prescrição e Decadência
Prescrição Tributária – art. 174, CTN - é a perda do direito à ação de cobrança do crédito tributário. A
ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data de sua constituição definitiva.
14 – Denúncia Espontânea
A Denúncia Espontânea, inserta no art. 138, CTN, preceitua que a responsabilidade é excluída pela
denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora. A
denúncia espontânea da infração exclui qualquer penalidade, inclusive a multa de mora. No entanto, não será considerada
espontânea a denúncia que for apresentada quando já iniciado algum procedimento administrativo relacionado com a
infração.
A Extinção do Crédito Tributário é o desaparecimento deste. Como nas obrigações, em geral sua forma
mais comum de extinção é o pagamento, que significa a satisfação do direito creditório. A extinção do crédito tributário é
matéria compreendida na reserva legal, vale dizer, só a Lei, pode estipular os casos em que se verifica.
O art. 156, do CTN elenca as modalidades de extinção do crédito tributário, que são:
I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;
IV – a remissão;
V – a prescrição e a decadência;
VI – a conversão do depósito em renda;
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento;
VIII – a consignação em pagamento;
IX – a decisão administrativa que não caiba mais recurso;
X – a decisão judicial passada em julgado;
XI – a dação em pagamento, em bens imóveis.
a) pagamento: é a forma usual de extinção do crédito. O contribuinte entrega o valor do tributo ao fisco.
b) Compensação: (art. 170 do CTN) é o encontro de contas entre o contribuinte, que tem valores a repetir em função de
pagamento indevido, e o Fisco, que tem valores a receber a título de tributo. Apenas pode haver a compensação
quando autorizada em lei. Atualmente, apenas os tributos federais possuem previsão que autoriza a compensação, no
art. 66 da Lei 8.383/91, que deverá ser feita apenas com tributos da mesma espécie.
c) Transação: (art. 171 do CTN) é um acordo entre o contribuinte e o Fisco, com concessões mútuas para encerrar um
litígio. Só pode existir após o litígio, ou seja, a transação não pode ser preventiva, e deve ser sempre autorizada em
lei.
d) Remissão: (art. 172 do CTN) é a dispensa de pagamento, total ou parcial, do crédito. Remitir é sinônimo de perdoar,
considerar pago, e deve ter permissão em lei competente.
e) Decadência: (art. 173 do CTN) é o perecimento do dever-poder da administração de proceder ao lançamento devido
ao decurso de certo prazo de tempo. A decadência do direito do Fisco corresponde à perda da competência
administrativa para efetuar o lançamento tributário. Deverá ocorrer em 5 anos, contados: a) do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; b) da data em que se tornar definitiva a
decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
f) Prescrição: (art. 174 do CTN) é a perda do direito de ação. No caso de cobrança do crédito tributário a prescrição do
direito do Fisco corresponde à perda do direito do Fisco ingressar com o processo executivo fiscal. A ação de cobrança do
crédito tributário prescreve em 5 anos contados da data de sua constituição definitiva (lançamento tributário).
f) Conversão do depósito em renda: é a transferência do depósito efetuado pelo contribuinte para o Fisco, após
terminado o processo em que se discutiu o crédito envolvido. Faz o papel do pagamento, mas ocorre sempre em uma
ação judicial, depois de concluída.
g) Pagamento antecipado: ocorre no caso de lançamento por homologação, onde o pagamento é feito
antecipadamente, antes do lançamento. Depende de homologação posterior pelo Fisco.
h) Consignação em pagamento: (art. 164 do CTN) dá-se quando o contribuinte quer pagar, e é exercitada através de
ação judicial. Sendo procedente a ação de consignação em pagamento, extingue-se o crédito e o depósito é
convertido em renda.
i) Decisão administrativa: decorre do princípio da autotutela dos atos administrativos. Entendendo a administração
pública que o crédito era indevido e que não deveria ter efetuado o lançamento, ele será extinto por decisão da própria
administração.
k) Dação em pagamento de bens imóveis: caso seja em uma ação judicial, faz o mesmo papel do depósito que é
convertido em renda. O imóvel oferecido será avaliado e, se aceito pelo Fisco, extingue o crédito, considerando-o
pago.
O Crédito Tributário, por sua própria natureza, é exigível. A exigibilidade, que decorre da liquidez e
certeza, é atributo essencial dele. Constituído o crédito tributário nasce a exigibilidade. Por isto, mesmo a Fazenda Pública,
que não tem ação para cobrar a obrigação tributária, tem ação de execução para haver o crédito tributário. E pode
formalizar, unilateralmente, o título executivo, que é a certidão de inscrição desse crédito como Dívida Ativa.
O artigo 151, do CTN, traz em seus incisos, as possibilidade jurídicas que suspendem a exigibilidade do
crédito tributário por parte dos entes tributantes, quais sejam:
I – moratória;
II – o depósito do seu montante integral;
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V – a concessão de medida liminar ou em tutela antecipada, ou em outras espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
O crédito tributário, para que possa ser cobrado pela via da Execução Fiscal, deve cumprir os requisitos de
ser líquido, certo e exigível (art. 618, I, do CPC), o que se materializa na Certidão da Dívida Ativa. Caso seja suspensa a
exigibilidade do crédito, fica impossibilitada a ação de Execução Fiscal, pois falta ao crédito a condição de exigibilidade. O
art. 151do CTN lista as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, quais sejam:
b) Depósito do montante integral: pode ser anterior ou posterior ao lançamento. O depósito efetuado em ações
anulatórias e declaratórias tem o objetivo de suspender a exigibilidade do crédito tributário, para que, paralelamente a
estas ações, não seja proposta a ação de Execução Fiscal pelo ente tributante. Já o depósito efetuado em Embargos à
Execução tem como objetivo garantir o juízo e é requisito indispensável à propositura dos Embargos (art. 16, § 1 da
Lei de Execuções Fiscais).
c) Reclamações e recursos administrativos: desde que dentro do deivdo procedimento previsto pela administração
pública.
f) Parcelamento: segue o mesmo princípio da moratória, onde os prazos de pagamento serão postergados.
Obs.:
A Consulta Fiscal prevista no art. 161, § 2 do CTN, dirigida à autoridade administrativa para esclarecer
questões sob a incidência dos tributos, tem o condão de suspender os juros e a multa cabível, mas não suspende a
exigibilidade do crédito tributário por não se enquadrar no art. 151 do CTN. Consulta fiscal também não suspende o curso
do prazo de decadência para o lançamento do tributo.
O art. 175 do CTN disciplina que o crédito tributário pode ser excluído de duas maneiras, sendo a
primeira a Isenção e a Segunda a Anistia.
ISENÇÃO – art. 176 a 179, CTN – é o instituto concedido de forma geral ou específica, mediante lei,
afastando a tributação que seria exigida do sujeito passivo. Pode a lei isentiva estipular prazo e condições para sua
concessão. As isenções podem ser revogadas a qualquer tempo, salvo as isenções condicionais (que têm prazo certo e
condições determinadas) – art. 178, CTN. Isenção é uma dispensa legal do imposto – só pode ser instituído por meio
de lei.
ANISTIA – art. 180 a 182, CTN – é a exclusão do crédito tributário consistente no perdão das
penalidades pecuniárias antes da constituição do crédito tributário. Abrange exclusivamente as infrações cometidas antes
da vigência da lei que concedeu, e:
a) Pode ser geral ou limitada;
b) O sujeito passivo continua obrigado a pagar o principal;
c) Não alcança os atos qualificados como crime ou contravenção (art. 180, CTN).
Responde pelo pagamento do crédito tributário (art. 184, CTN) a totalidade dos bens e das rendas, de
qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo do seu espólio ou sua massa falida. Inclusive os bens gravados por ônus
real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula,
excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis
Presunção de Fraude – art. 185, CTN – Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou
rendas ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente
inscrito como a dívida ativa em fase de execução. Não Haverá, todavia, presunção de fraude, se o devedor reservar bens
ou rendas suficientes para o total pagamento da dívida fiscal em fase de execução (art. 185, parágrafo único, CTN).
MÓDULO II – PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO
2 – Linha do tempo
Lei--------HI--------FG-------OT------LT------CT--------IDA------EF-------EEF
Nome da ação – Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídico-tributária com Pedido de Tutela Antecipada
Esta ação possui fundamento legal nos artigos 4º e 282 e ss do CPC, sendo admissível quando o
contribuinte pretenda declarar a existência ou inexistência da relação jurídico-tributária entre fisco e contribuinte, para
afastar a exigência de determinado tributo.
Sua propositura admite as formas positiva (para pagar menos) ou a negativa (para não pagar), devendo
ser demonstrada a configuração uma violação a um direito (ilegalidade ou inconstitucionalidade).
Neste tipo de ação, o sujeito passivo da obrigação tributária objetiva, estabelece em seu favor uma
decisão aplicável nos casos futuros, pois, adianta-se ao lançamento para que não seja atingido por seus efeitos. Por esse
motivo somente é cabível antes do lançamento tributário.
A ação declaratória poderá ser ajuizada de forma cumulada com a compensação de tributos ou
repetição do indébito tributário.
Ex. O Estado de São Paulo, por meio de lei n.º 4455/01, institui a cobrança do Imposto Sobre
Transmissão causa mortis e doação, sobre quaisquer bens e direitos (ITCMD), aplicando sobre os respectivos fatos
geradores alíquotas progressivas que variam de 1% para os bens no valor de até $ 10.000,00, a 5% para outros cujo valor
supere o montante de $ 150.000,00. Cliente deseja doar ao seu filho um imóvel de sua propriedade no valor de $
200.000,00. O doador, inconformado com a disparidade sobre o fato gerador o procurou para saber da legitimidade ou não
de tal cobrança.
Nome da ação – Ação Anulatória de Débito Fiscal com Pedido de Tutela Antecipada
Tem como fundamento legal o art. 38 da lei 6.830/80, devendo respeitar, como toda petição inicial, o
disposto no art. 282 e ss do CPC. O art. 38 da lei 6.830/80 estabelece que caberá ação anulatória desde que acompanhada
do depósito preparatório, no entanto, este requisito não é indispensável.
Caso não ocorra o depósito, o crédito não fica suspenso, mas este efeito pode ser conseguido com a
antecipação da tutela jurisdicional pleiteada. Portanto, mesmo após a propositura da Ação Anulatória pelo contribuinte, o
Fisco poderá ingressar com a Execução Fiscal de sua dívida ativa. Somente se houve o depósito da quantia discutida, ou
antecipação da tutela, fica impedido o ajuizamento da execução.
Ex. A empresa ABC Ltda. possui duas instalações industriais situadas em endereços diferentes dentro
do município de São Paulo-SP. A fábrica I produz insumos que são que são utilizados pela fábrica II e transportados por
caminhão, de um estabelecimento para outro. A empresa jamais efetuou o recolhimento do ICMS sobre essa operação. No
último mês, a fiscalização estadual lavrou AIIM contra ABC Ltda., exigindo o recolhimento do imposto sobre essa operação
relativamente aos últimos 10 anos. Não foi apresentada defesa administrativa e o débito está na iminência de ser inscrito na
dívida ativa estadual. Sabe-se ainda que a empresa participa de licitações e não consegue certidão negativa para poder
participar destas licitações.
Ex. A sociedade ABC Ltda., dedica-se à atividade jornalística e, nessa qualidade realiza periodicamente
a importação de papel para impressão do jornal Folha da Gazeta, de grande circulação. Atualmente, encontra-se retido na
alfândega do porto de Santos, um lote de 1.000 toneladas de papel cujo o desembaraço vem sendo obstado pela inspetoria
daquela localidade, que exige para tanto o recolhimento do Imposto de Importação incidente na operação, não recolhido
pela empresa. A exigência fiscal vem comprometendo seriamente o funcionamento das oficinas de impressão, obrigando à
redução da tiragem diária do jornal. Estima-se que em 4 dias o estoque de papel se esgotará, suspendendo de vez a
impressão do jornal.
Fundamentada nos artigos 165 a 169, do CTN, tem como objetivo a devolução dos valores que o
contribuinte pagou indevidamente ao Fisco, podendo ser a maior ou erroneamente.
Caso não havia motivo justo ou se o direito já fora superado, e o pagamento foi realizado, deixá-lo nos
cofres da Fazenda Pública seria considerado como enriquecimento sem causa, portanto, não ode perpetuar-se tal fato.
Diante desta situação, o contribuinte deve pleitear a devolução ou a compensação dos valores pagos indevidamente ou
pagos a maior.
Ex. Romeu é proprietário de uma fazenda que situa-se em dois municípios (município 1 e 2), ou seja,
ele recebeu o carnê de recolhimento do ITR dos dois municípios e erroneamente pagou ambos os carnês. Posteriormente
ficou sabendo que somente o município 1 tinha a competência para a cobrança do referido gravame e agora quer reaver o
dinheiro pago para o município 2.
a) recusa do recebimento;
b) subordinação do pagamento de um tributo ao pagamento de outro;
c) subordinação do pagamento ao cumprimento de exigências administrativas;
d) exigência do pagamento por mais de uma pessoa política.
Ex. Empresa ABC tem uma propriedade industrial que está situada no limite de dois municípios. Com a
virada do ano, a empresa recebeu os carnês referente à cobrança do IPTU do imóvel dos dois municípios e, não sabendo
para quem pagar, procurou-o para apresentar seu problema.
8 – Recurso de Apelação
A Apelação é o recurso que impugna a sentença, tanto aquela meramente terminativa, num dos casos
previstos no art. 267, do CPC, quanto a definitiva, ou de mérito, nas hipóteses do art. 269, do CPC. Assim, será cabível
para atacar o ato do juiz de primeiro grau com eficácia extintiva do processo, ou, em outras palavras, que encerra a relação
jurídica processual caso não seja provocada a abertura da fase recursal.
Encontra previsão nos arts. 508 e 513 e ss do CPC, quando houver uma sentença que não tenha
transitado em julgado, com duas possibilidades de pedidos: a reforma da sentença desfavorável ao pedido do contribuinte
(para que se julgue o mérito), ou a anulação da sentença por vício formal (para sentença que não julgue o mérito).
O prazo deste recurso é de 15 dias, contados da publicação da sentença. Deverá ser elaborado em
duas partes: o juízo de interposição e outro de razões, dirigidas ao tribunal competente. A análise do primeiro fica
submetida ao mesmo juiz que analisou o processo, sendo que o mérito será analisado pelo tribunal, desde que o recurso
cumpra seus requisitos de admissibilidade.
Ex. ABC Ltda. declarou à Secretaria da Receita Federal Ter auferido, em setembro de 1999, receita de
$100.000,00, quando na verdade ela foi de $ 200.000,00. A declaração a menor deveu-se ao fato de que a sociedade não
tinha recursos em caixa para pagar os tributos correspondentes. Em julho de 2000, já com o capital de giro suficiente,
denunciou espontaneamente o débito, quitou os tributos exigíveis (PIS, COFINS, IRPJ e CSLL), acrescidos de juros
moratórios, e impetrou mandado de segurança, com o objetivo de afastar a cobrança da multa. A sentença concedeu a
segurança em parte, para impedir a exiG6encia da multa por lançamento de ofício, mas facultando à autoridade fiscal exigir
a multa simplesmente moratória.
9 – Embargos à Execução Fiscal
Todas as decisões tomadas na esfera administrativa, poderão ser revistas pelo poder judiciário. Sempre
que o contribuinte entender que a execução que lhe move o Fisco é indevida, poderá ele embargar, em conformidade com
o art. 736 a 741 do CPC e artigos 16 ss. da lei 6.830/80.
Os Embargos à Execução constituem uma ação autônoma, correndo em apenso à Ação de Execução
Fiscal. Por este motivo a inicial dos embargos deve observar os artigos 282 e ss. Do CPC.
Nome da recurso – Agravo de Instrumento com Pedido de Antecipação dos Efeitos da Tutela Recursal
Fundamentado no art. 522 do CPC, é cabível no caso de decisão interlocutória (que não é terminativa
do processo), que cause prejuízos ao contribuinte, para demonstrar que a decisão improcedente não deve prosperar em
conformidade com as razões de direito a serem externadas.
Como a Apelação, também é elaborada em duas partes, a interposição e as razões. No pedido, deve-se
pleitear o efeito suspensivo ativo, se a decisão for concessiva, em consonância com o art. 558, do CPC, com nova redação
dada pela lei 10.352/2001.
Ex. Empresa ABC teve sua mercadoria apreendida no aeroporto de Santos irregularmente, pois os
fiscais estavam exigindo o recolhimento dos impostos referentes a importação da mercadoria. Porém, a empresa é uma
editora e usaria tal mercadoria para confeccionar livros e revistas, ou seja, sendo imune aos impostos que os fiscais
estavam exigindo. A empresa não satisfeita com a cobrança, impetrou um Mandado de Segurança e seu pedido de liminar
foi denegado pelo juiz local.