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Introdução
Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Design Gráfico da Faculdade Satc, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em Design Gráfico.
Graduanda do Curso de Graduação em Design Gráfico pela Faculdade Satc. E-mail:
nataliamanicas@gmail.com.
***
Prof. Dr. do Curso de Graduação em Design Gráfico da Faculdade Satc. E-mail:
diego.piovesan@gmail.com.
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MARÇAL, Carla. Cinema e educação: socialização, visões de mundo e subjetividades das
Juventudes. Rio de Janeiro: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/9o-encontro-2013/artigos/gt-historia-da-midia-
audiovisual-e-visual/cinema-e-educacao-socializacao-visoes-de-mundo-e-subjetividades-das-
juventudes>. Acesso em: 11 dez. 2017.
2
MORISAWA, Mariane. O universo particular do cineasta Wes Anderson. VEJA.com. Disponível
em: <http://veja.abril.com.br/entretenimento/o-universo-particular-do-cineasta-wes-anderson/>.
Acesso em: 25 abr. 2017.
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3
CASTRO, Luiza de. O processo criativo da cor no cinema. Papo de Homem. Disponível em:
<https://papodehomem.com.br/o-processo-criativo-da-cor-no-cinema/>. Acesso em: 11 dez. 2017.
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4
Fonte: Adeevee, 2010 .
4
Disponível em: <http://www.adeevee.com/2010/04/sao-paulo-alpargatas-havaianas-banana-taxi-
shoe-crank-perfume-spray-print/>. Acesso em: 3 set. 2017.
5
São Paulo Alpargatas Havaianas: banana, taxi, shoe, crank, perfume spray. Adeevee. Disponível
em: <http://www.adeevee.com/2010/04/sao-paulo-alpargatas-havaianas-banana-taxi-shoe-crank-
perfume-spray-print/>. Acesso em: 5 set. 2017.
5
6
Fonte: Designers Brasileiros .
6
Disponível em: <https://designersbrasileiros.com.br/diferenca-entre-rgb-e-cmyk/>. Acesso em: 11
set. 2017.
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Fonte: Pedro Oliveira, 2015 .
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Disponível em: <https://pdrooliveira.wordpress.com/2015/02/05/sucos-do-bem/>. Acesso em: 3 set.
2017.
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Sucos Do Bem. Pedro Oliveira. Disponível em:
<https://pdrooliveira.wordpress.com/2015/02/05/sucos-do-bem/>. Acesso em: 5 set. 2017.
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Serviço no qual o cliente atende a si mesmo conforme suas necessidades. AMORIM, Maria Marta
Amancio. Adequação nutricional do almoço self-service de uma empresa de Santa Luzia, MG.
Maria Marta Amancio Amorim; Roberto Gonçalves Junqueira; Lieselotte Jokl. Campinas: Revista
de Nutrição, 2005.
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Fonte: Sinalizar , 2011.
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Fonte: The Telegraph, 2015 .
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Empresa pioneira na reprodução cromática “natural” em filmes. BOEHS, Gustavo Eggert. A
estereoscopia na linguagem cinematográfica: uma análise histórica de diferentes elementos da
linguagem fílmica. Gustavo Eggert Boehs; Milton Luiz Horn Vieira. São Carlos: RUA – Revista
Universitária do Audiovisual, 2013.
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Os 100 anos do Technicolor: saturação e sutileza nas telas de cinema. O Globo. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/cultura/filmes/os-100-anos-do-technicolor-saturacao-sutileza-nas-telas-de-
cinema-16650173>. Acesso em: 22 ago. 2017.
14
Disponível em: <http://www.telegraph.co.uk/film/the-wizard-of-oz/making-of-facts-trivia/>. Acesso
em: 21 ago. 2017.
10
15
Fonte: CineMaterial .
15
Disponível em: <https://www.cinematerial.com/movies/le-fabuleux-destin-damelie-poulain-i211915>.
Acesso em: 11 dez. 2017.
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Ao estabelecer tal relação para além da obra em si, unindo-se aos demais
meios de divulgação utilizados para promover um filme, é possível notar a presença
da cor não somente como artifício visual, servindo também de mecanismo para a
formação de novas sensações diante de seu espectador.
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Fonte: Prêmio Renato Castelo Branco - ESPM, 2013 .
16
Disponível em: <http://prcb.espm.br/2013/leia-para-uma-crianca>. Acesso em: 11 set. 2017.
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acordo com Blasque e Pinho (2013), a cor como informação obteve um papel
essencial para o registro de conceitos em associação à marca, pois, devido ao uso
desse recurso, a empresa alcançou uma imagem lembrada da união de suas
qualidades na difusão de campanhas publicitárias (Fig. 7) ao cotidiano da
população.
O uso do laranja, que faz parte da identidade visual do banco, imprime,
conforme os autores (2013), as sensações de força, luminosidade, alegria e energia,
integrando a cor às características da marca. Contribuindo com esta opinião, Strunck
(2003) afirma que as cores são determinantes para a identificação de uma marca,
sendo que, geralmente, o símbolo ou o logotipo são esquecidos, ao contrário das
cores aplicadas.
O processo argumentativo da cor como informação começa a partir desse
ponto, enquanto as campanhas publicitárias sugerem atributos relacionados ao
banco que, aos poucos, se ligam às cores utilizadas pela empresa (BLASQUE;
PINHO, 2013).
Para Farina et. al (2006), a cor é uma linguagem própria do indivíduo sob
a qual ele reage de acordo com as suas condições físicas e influências culturais. De
modo geral, recorda-se de cores mais impressivas no subconsciente, as quais, como
sensação, remetem a um alerta que fora recebido em determinada circunstância.
Dessa forma, são fixadas mais facilmente, porém, não existe uma cor que esteja
propriamente acompanhada de tal característica.
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Fonte: Mundo de Cinema, 2015 .
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Disponível em: <http://mundodecinema.com/vermelho/>. Acesso em: 11 set. 2017.
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caminha em meio ao caos de uma invasão nazista (Fig. 8), a qual marca um ponto
de virada no enredo, e que, de acordo com o diretor18, representa o derramamento
de sangue ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial a partir do constraste
causado pelo uso da cor vermelha.
Atualmente, compreende-se que os processos intelectuais do homem não
afastam completamente as sensações visuais de seu raciocínio. Do mesmo modo
como as cores percebidas pela visão são consequência da sensibilização dos olhos
para determinados comprimentos de onda, a sensação visual chega até a percepção
repleta de associações psicológicas (BARROS, 2011).
Estas, por sua vez, são identificadas por Heller (2013) a partir da
psicologia das cores, em estudos nos quais as cores e sentimentos demonstram
combinar-se por questão de vivências manifestadas pelo ser humano, sob as quais
são ocasionalmente relacionadas e se mantêm presentes na linguagem e
pensamento dos indivíduos.
Santaella e Nöth (2005) afirmam que não existem imagens como
representações visuais que não tenham sua origem a partir de figuras presentes na
mente de quem as produziu, havendo dois domínios para os quais são divididas; o
primeiro é o de representações visuais nas quais as imagens cinematográficas estão
inseridas – como desenhos, pinturas e fotografias –, enquanto o segundo encontra-
se no domínio imaterial das imagens presentes no imaginário19.
Em busca de retomar os conceitos apresentados até o momento, os
capítulos a seguir abordam uma análise de três obras cinematográficas de Wes
Anderson, nos quais serão estudadas as composições de cores apresentadas pelo
cineasta junto à reflexão de seus significados para cada conjunto de cenas exibido.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
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Sequência de cenas com a predominância de uma cor específica.
21
O fantástico mundo do Wes Anderson. Mistura Urbana. Disponível em:
<http://misturaurbana.com/2014/03/o-fantastico-mundo-do-wes-anderson/>. Acesso em: 3 out. 2017.
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longa-metragem (Pura Adrenalina, 1996), que alcançou o público cult com fãs de
alto-perfil – incluindo o aclamado diretor Martin Scorsese –, sendo Anderson o
vencedor da categoria Best New Filmmaker no prêmio MTV Movie Awards mais
tarde naquele ano.
Assim, Wes Anderson provou que poderia trabalhar dentro do sistema de
estúdio de Hollywood e ainda ser capaz de criar filmes distintos e intencionalmente
peculiares22. Atualmente, conta com nove filmes entre curtas e longas-metragens em
sua carreira, aos quais, além de diretor, executou os encargos de produtor, roteirista
e até mesmo ator em alguns deles, que tiveram lançamento entre 1996 e 2014: Pura
Adrenalina (Bottle Rocket, 1996), Três É Demais (Rushmore, 1998), Os Excêntricos
Tenenbaums (The Royal Tenenbaums, 2001), A Vida Marinha Com Steve Zissou
(The Life Aquatic With Steve Zissou, 2004), Viagem a Darjeeling (The Darjeeling
Limited, 2007), Hotel Chevalier (2007), O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox,
2009), Moonrise Kingdom (2012) e O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest
Hotel, 2014). O cineasta também é responsável pela direção de comerciais
atribuídos a marcas de renome internacional, tais como: American Express, AT&T,
IKEA, H&M, Hyundai, SoftBank, Sony, Stella Artois e Prada.
Com o intuito de obter um melhor entendimento acerca do estilo abordado
na obra cinematográfica do diretor, a subseção seguinte destaca elementos
característicos de suas criações.
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Wes Anderson. Rotten Tomatoes. Disponível em:
<https://www.rottentomatoes.com/celebrity/wes_anderson/>. Acesso em: 25 abr. 2017.
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humor inexpressivo característico do diretor, haja vista que o mesmo afirmara ter
optado pela carreira na arquitetura caso não obtivesse sucesso no cinema.
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Fonte: Pravia Magazine, 2016 .
Outro dos mais visíveis e distintivos traços da estética de seu trabalho são
os esquemas de cores que, conforme Oliveira (2016), remetem a uma forte
reverência por tons saturados ou pastel, conforme ilustrado pela Fig. 10, para cujo
cineasta aplica uma abundante dose de significado implícito, modificando o caráter
de interpretação do público em relação aos mundos criados por ele.
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Fonte: Focus Features .
23
Disponível em: <http://pravia.com.mx/mural/cine/la-simetria-en-el-cine-de-wes-anderson/>. Acesso
em: 11 mai. 2017.
24
Disponível em: <http://focusfeatures.com/>. Acesso em: 11 mai. 2017.
17
25
Fonte: Pinterest .
26
Fonte: Flickr .
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Disponível em: <https://br.pinterest.com/>. Acesso em: 7 nov. 2017.
26
Disponível em: <https://www.flickr.com/photos/modelsnprops/13239245155/>. Acesso em: 11 mai.
2017.
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Além disso, não é unicamente por meio dos signos utilizados que torna
explícita a sua paixão pelas artes. De fato, cria constantes referências à literatura,
fotografia, música, entre outros.
Wes Anderson também demonstra certa paixão por eras passadas e
romantização de períodos sociais e culturais já inexistentes. Oliveira (2016) observa:
“essa idealização nostálgica é, não só transportada para a estética (visual, musical e
textual) das suas obras, mas também para os seus protagonistas, que têm tantas
inclinações anacrônicas quanto o próprio realizador”.
Para tanto, cada filme dirigido por Anderson é, de acordo com o autor
(2016), “um puro e inocente regresso à saudade de um lugar, uma pessoa, um
sentimento, uma arte que já não lá está – ou provavelmente até nunca esteve – mas
que carrega consigo o melancólico charme de outros tempos”.
familiares em uma busca espiritual naquele excêntrico país, algum tempo após a
morte do pai.
Contornado de imprevistos, o percurso é tomado pelas crises internas de
cada um dos protagonistas que, apesar dos obstáculos que encontram pelo
caminho, conseguem alcançar o objetivo em comum de encontrar sua mãe, reclusa
nas montanhas do Himalaia sem nenhum contato com os filhos.
Segundo os estudos de Munsterberg (1983), no cinema, os personagens
encarregam-se de conceder à obra o seu próprio valor e significado, submetidos a
experiências emocionais que vão da alegria ao ódio. Nesse sentido, nota-se que as
cores em destaque na Fig. 13 apresentam-se, sobretudo, em seu figurino, bem
como no ambiente dentro do qual interagem.
Fonte: Da autora (2017) a partir do filme Viagem a Darjeeling (The Darjeeling Limited, 2007).
Fonte: Da autora (2017) a partir do filme Viagem a Darjeeling (The Darjeeling Limited, 2007).
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Fonte: Da autora (2017) a partir do filme O Grande Hotel Budapeste (The Great Budapest Hotel,
2014).
fazer com que algo pareça se mover mais rápido. Aqui, enfatiza-se a hipótese de
Fraser e Banks (2007) sobre o emprego dessa cor em sinalizações de aviso onde
perigos mais suscetíveis de existir são alertados.
Ele predomina no momento em que é iniciada a experiência profissional
de Zero (Fig. 16), quando o mensageiro corre incessantemente pelos corredores do
hotel atrás de satisfazer as necessidades dos hóspedes e de seu superior com
prontidão, atento em efetuar todas as atividades conforme as regras.
Em outro momento, o azul, por sua vez, silencioso e distante, é uma cor
para pensar, e não para agir. Segundo estudos de Bellantoni (2005), um ambiente
azul é capaz de tornar as pessoas passivas e introspectivas. No filme em questão,
ele prevalece durante a fase em que M. Gustave encontra-se recluso (vide Fig. 16),
presente tanto na pintura das paredes da prisão onde está situado, quanto nas
listras das vestes dos prisioneiros. Em tal circunstância, o concierge concentra-se
em escapar do local com o auxílio de cúmplices que encontra em uma das celas.
Nos últimos momentos da trama, Agatha adentra sorrateiramente ao hotel
com o disfarce de estar distribuindo confeitos do local onde trabalha, enquanto
busca o valioso quadro escondido por M. Gustave. Após um grande conflito armado
entre Dmitri e as autoridades locais, a jovem acaba por encontrar o registro que
torna o – agora antigo – concierge herdeiro de tudo o que pertencia à Madame D.
Como se pode analisar a partir da Fig. 16, esta cena atende aos
pressupostos de Heller (2013) sobre a psicologia das cores, para os quais a cor rosa
simboliza a força dos fracos, como o encanto e a amabilidade, além da sensibilidade
e sentimentalidade, traduzidas especialmente pelo casal de jovens aflitos que se
abraçam em meio às caixas de doce após a confusão.
5 CONCLUSÃO
Referências
AMBROSE, Gavin. Design básico: cor. Gavin Ambrose, Paul Harris; tradução de
Francisco Araújo da Costa. Porto Alegre: Bookman, 2009.
AMORIM, Maria Marta Amancio. Adequação nutricional do almoço self-service
de uma empresa de Santa Luzia, MG. Maria Marta Amancio Amorim; Roberto
Gonçalves Junqueira; Lieselotte Jokl. Campinas: Revista de Nutrição, 2005.
BARROS, Lilian Ried Miller. A cor no processo criativo: Um estudo sobre Bauhaus
e a teoria de Goethe. São Paulo: Editora Senac, 2011.
BELLANTONI, Patti. If it's purple, someone's gonna die: The power of color in
visual storytelling. Burlington: Elsevier, 2005.
BLASQUE, Roberta. A argumentatividade da cor-informação na mensagem
publicitária do Banco Itaú. Roberta Blasque, Edinéia Pinho. Londrina: Entretextos,
2013.Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/viewFile/16879/13896>.
Acesso em: 11 set. 2017.
BOEHS, Gustavo Eggert. A estereoscopia na linguagem cinematográfica: uma
análise histórica de diferentes elementos da linguagem fílmica. Gustavo Eggert
Boehs; Milton Luiz Horn Vieira. São Carlos: RUA – Revista Universitária do
Audiovisual, 2013. Disponível em: <http://www.rua.ufscar.br/a-estereoscopia-na-
linguagem-cinematografica-uma-analise-historica-de-diferentes-elementos-da-
linguagem-filmica/>. Acesso em: 22 ago. 2017.
CASTRO, Luiza de. O processo criativo da cor no cinema. Papo de Homem.
Disponível em: <https://papodehomem.com.br/o-processo-criativo-da-cor-no-
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COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São
Paulo: Iluminuras, 1997.
COUTINHO, Laura Maria. Refletindo sobre a linguagem do cinema. Disponível
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<http://cdnbi.tvescola.org.br/resources/VMSResources/contents/document/publicatio
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<https://sinalizarblog.com/2011/05/09/nissan-signage/>. Acesso em: 5 set. 2017.
DESLAURIERS, Jean-Pierre. Recherche qualitative: guide pratique. Montreal:
McGraw-Hill, 1991.
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